Revista ABCZ 68

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Por: Márcia Benevenuto

Ruralistas criticam

foto: Rúbio Marra

concentração frigorífica

E

ra 02 de maio, dia da realização da sexta reunião da Comissão da Agricultura Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, a aprovação e publicação da nova lei do Código Florestal foram motivos de comemoração. Porém, o momento de expectativa pela sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff, não sustentou o sentimento de acomodação entre os representantes do legislativo federal, que aproveitaram o canal direto de diálogo com o setor pecuário para assimilar reivindicações e engrossar o movimento do setor em todo o Brasil contra a situação de concentração da indústria frigorífica. Durante a reunião, os diretores da ABCZ Carlito Guimarães e Leila Borges mantiveram-se ao lado do presidente da Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (ACRISSUL), Francisco Maia, que convocou a todos a aderir o Movimento Nacional contra o Monopólio dos Frigoríficos. Carlito Guimarães relatou dificuldades que, como produtor, encontra ao negociar o boi gordo no estado do Mato Grosso. “Todas as plantas onde ligo para oferecer o boi são da mesma empresa, a gente não tem para onde correr e é obrigado a entregar o produto pelo preço que o comprador quer pagar. Desta forma, fica difícil trabalhar e é perigoso para o produtor”, conclui o criador. “O encaminhamento da nova lei do Código foi uma conquista da maioria, mas nós temos que ser incansáveis na luta por melhorias para o setor agrícola e pecuário. 72

Vamos debater o problema e fazer a Carta de Campo Grande. A indústria já foi penalizada por práticas parecidas em um passado recente”, declarou o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), na reunião em Uberaba. Outros temas relevantes, além do problema dos frigoríficos, também marcaram a pauta de debates, como exemplo, a CPI do Trabalho Escravo (instalada na Câmara), a possível e agora já autorizada aquisição de propriedades rurais em território brasileiro por parte de estrangeiros e a demarcação de áreas de conservação ambiental e de populações indígenas. Em tempo: No dia 14 de maio foi realizada a audiência pública no Parque Laucídio Coelho. Cópias da Carta de Campo Grande foram entregues a representantes de entidades ligadas à pecuária e encaminhadas a órgãos do Executivo, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A Carta de Campo Grande na íntegra está em: http://www. ruralcentro.com.br/analises/2557/carta-de-campo-grande-contra-o-monopolio-dos-frigorificos

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