Campo aberto
Por: Adilson de Paula Almeida Aguiar é consultor da CONSUPEC e professor da FAZU
Manejando o pastejo foto: Rubio Marra
parte II
N
esta edição trataremos das respostas de plantas forrageiras e de animais pastejando em pastagens manejadas pelo método de pastoreio1 e 1.1 de lotação continua2.
Introdução Os trabalhos desenvolvidos nos países de clima temperado foram em pastagens de capim-azevém perene, que é a planta forrageira mais estudada sobre aspectos da sua morfologia, fisiologia, processos determinantes de produção, desempenho animal, relação entre as suas características estruturais e comportamento ingestivo de animais em pastejo. Seguindo este objetivo instituições brasileiras iniciaram linhas de pesquisa cujo enfoque básico era compreender as respostas funcionais de plantas forrageiras tropicais e subtropicais através da avaliação e conhecimento de suas características morfológicas e fisiológicas. Os protocolos e procedimentos experimentais análogos àqueles utilizados para o capim-azevém perene foram devidamente adaptados e utilizados, de forma a permitir a geração de um banco de dados diretamente comparável com aquele existente.
Respostas de plantas forrageiras em pastejo de lotação continua Os resultados revelaram padrões dinâmicos de acúmulo de forragem, muito semelhantes àquele descrito originalmente para capim-azevém perene, variando apenas o valor absoluto das taxas dos processos observados (crescimento, senescência3 e acúmulo). Para o Cynodon os resultados revelaram uma amplitude de condições de relvado4 de 10 a 20 cm, nas quais as taxas de acúmulo foram relativamente constantes e máximas e para o capim-braquiarão equilíbrio semelhante ocorreu em relvados mantidos entre 20 e 40 cm (FIG. 1). Dentro da amplitude de 10 a 20 cm de altura, para Cynodon, e de 20 a 40 cm de altura, para o capim-braquiarão, a produção de forragem praticamente não variou, cujas médias (15 cm para Cy-
1 Método de pastoreio: é apenas o procedimento ou técnica de manejo do pastoreio, idealizado para atingir objetivos específicos. Referente à estratégia de desfolha e colheita de forragem pelos animais. 1.1. Pastoreio: refere-se à ação antrópica (do homem) de condução do processo de pastejo (CARVALHO et al. 2009b) 2 Lotação continua: um lote de animais pastejando um piquete; 3 Senescência: envelhecimento 4 Estrutura do relvado ou do pasto: É a forma como a forragem é apresentada ao animal (SILVA, 2009), e pode ser caracterizada pelas variáveis massa de forragem, altura, densidade dos horizontes, cobertura de solo, relação folha:colmo, distribuição espacial (CARVALHO et al. 2009b). A estrutura do pasto afeta a profundidade e a área do bocado, afetando o consumo de forragem (SILVA, 2009). 5 Taxa de lotação variável: usa-se a técnica do “put and take” (põe e retira animais do piquete) para manter a condição de pasto desejada.
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Revista ABCZ
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