Revista ABCZ 68

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Para Menezes Alves, a imparcialidade e o conhecimento técnico devem andar juntos do início ao fim dos trabalhos. “Atuar em uma exposição é sempre uma grande responsabilidade, pois o jurado assume a missão de avaliar animais que estão no topo da cadeia da pecuária e que muito provavelmente terão grande impacto na base dessa cadeia”, diz Alves, que pertence à categoria J3.

Gir Leiteiro

foto: divulgação

A ExpoZebu marcou o começo do novo sistema de escolha de jurados para as principais exposições do gir leiteiro. “O criador de gir leiteiro gosta de assistir os julgamentos não só pela emoção da disputa, mas porque aquele é um momento de aprender mais sobre a raça. Porém, não existiam muitos profissionais especializados em gir leiteiro para atuar nas exposições, o que dificultava o rodízio de jurados. O julgamento específico de gir leiteiro é um acontecimento recente na história da raça, que, na ExpoZebu, só começou em 2004”, explica Silvio Queiroz, presidente da ABCGIL. Por conta dessa vontade de aprender cada vez mais, os criadores solicitaram à entidade um rodízio maior dos jurados nas exposições. A realização frequente de cursos de julgamento específicos para gir leiteiro permitiu a ampliação de profissionais no quadro de jurados. Com isso, foi possível adotar há um ano e meio novas regras na escolha dos jurados. Segundo o presidente da ABCGIL, no último ranking a entidade passou a indicar cinco nomes para as promotoras das exposições ranqueadas, com exceção da ExpoZebu, Megaleite e Feileite. Desde a ExpoZebu 2012, as indicações passaram a ser fei-

tas por uma comissão conjunta, formada pela ABCZ, um representante do Colégio de Jurados e pela ABCGIL. Para o jurado André Rabelo Fernandes, a medida trará oportunidades a todos os profissionais, principalmente os recém-formados. “A responsabilidade do jurado ao executar um julgamento é muito grande. Interfere tanto nos rumos da seleção dos criadores quanto no mercado. O resultado de determinado julgamento pode ser decisivo para ditar tendências ou mudar o foco na seleção. Por isso, é muito importante o conhecimento técnico do jurado, bem como seu comprometimento com a ética”, garante Fernandes, que desde 2008 está no Colégio de Jurados. Para ele, pista e seleção devem seguir a mesma trilha. “Sempre tento visualizar nas pistas o animal que irá produzir no campo. Se os animais de pistas começarem a se distanciar dos animais de produção alguma coisa está errada e com certeza acarretará em descrédito para as pistas de julgamento”. As mesmas medidas adotadas para gir leiteiro e nelore devem ser estendidas em breve para as demais raças. A ABCZ está em negociação com as associações promocionais de guzerá, tabapuã, brahman, sindi e indubrasil para adoção da comissão conjunta na escolha dos jurados.

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