Revista ABCZ 64

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Por: Lucas Uebel

vismo, Ivar Pavan, a iniciativa “vem ao encontro de uma grande necessidade da pecuária gaúcha, inclusive da familiar, que é o melhoramento genético, um dos itens a serem contemplados numa política de desenvolvimento da pequena propriedade”. 12 associações de raça confirmaram a participação no programa, entre elas a Associação de Criadores Gaúchos de Zebu (ACGZ). De acordo com Mainardi, uma das metas é a distribuição de 300 mil doses de sêmen até 2014. “Além disso, esperamos alcançar o número de 150 municípios integrados ao Dissemina”, finaliza o secretário.

Com a raça adaptada ao clima, zebuzeiros gaúchos investem em genética Localizada em sua maioria na região Central e Noroeste do Estado, no corte, e na Serra e Vale do Taquari, no leite, o rebanho zebuíno gaúcho está desenvolvendo-se acima das expectativas. De acordo com o técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) no Rio Grande do Sul, Edon Rocha Braga, o zebu se faz presente em 60% do rebanho comercial do Estado, seja mais apurado ou, principalmente, através dos cruzamentos com as raças européias. “As raças zebuínas, por serem muito rústicas Técnico da ABCZ Edon e atendente do ETR

foto: Lucas Uebel

A região Noroeste do Estado se sobressai até os dias atuais, com destaque para o município de Santa Rosa, pioneiro no cultivo do grão no Brasil, em 1914. Também são parcela importante do setor as produções de arroz, milho e trigo. Atualmente, o Rio Grande do Sul é a quarta economia do país, representando 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB), atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No ranking da produção pecuária brasileira, o Estado responde por 7% das 205 milhões de cabeças do rebanho bovino nacional. Somando-se suínos e ovinos, o Estado figura em segundo lugar, sendo que a região Sul do país representa 48% do total dos três rebanhos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A bovinocultura de corte constitui-se em uma cadeia produtiva das mais tradicionais, possuindo grande importância econômica e social, além de um alto poder de integração regional. Já o setor leiteiro gaúcho representa 10,6% da produção nacional, alçando o patamar de segundo maior produtor do Brasil. Ciente dos dados e da relevância do setor para a economia gaúcha, o governo do Estado lançou no dia 30 de agosto o Programa Estadual de Incremento da Qualidade Genética da Pecuária de Corte e de Leite, o Dissemina. “Nosso objetivo é elevar a qualidade da nossa carne, de nosso status sanitário, da produção e das exportações”, afirmou o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi. Dentre as novidades do programa, está a retomada da Central Riograndense de Inseminação Artificial (CRIA) junto a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), para que esta possa atender aos pequenos proprietários e pecuaristas que não dispõem de genética. Além disso, outra meta é elevar o volume de carne de qualidade no mercado. Para o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperati-

setembro - outubro • 2011

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