Revista ABCZ 64

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Por: Laura Pimenta

foto: Miguel Furtado Jr.

a demanda por receptoras com genética zebuína nos processos de TE e FIV, obrigatoriedade que começa a vigorar a partir de 2014”, explica o superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian. A partir de 2014, somente poderão ser registrados pela ABCZ animais zebuínos (produzidos a partir de TE e FIV) de receptoras PO com RGN de qualquer raça zebuína, de fêmeas LA com RGD de fundação ou com RGN LA de qualquer raça zebuína e ainda fêmeas CCG (Certificado de Controle de Genealogia), que tenham 100% de genética zebuína. No período inicial de dois anos, contados a partir de janeiro de 2014, poderão ser utilizadas também como receptoras matrizes cruzadas com genética 100% zebuína atribuídas pelo fenótipo, sem necessidade de registro. A determinação é válida para as raças brahman, cangaian, indubrasil e nelore. “Através da obrigatoriedade do uso de receptoras zebuínas nos processos de TE e FIV, a ABCZ pretende mostrar que as fêmeas zebuínas se destacam em características como habilidade materna, rusticidade, longevidade, precocidade, entre outras, e justamente por isso devem ser utilizadas como mães-de-aluguel”, diz o presidente da ABCZ, Eduardo Biagi. Apesar de considerar a palavra “obrigatório” forte, Niemeyer acredita que a medida é positiva para as raças zebuínas. “Acredito que seja urgente o criador começar a experimentar as receptoras zebuínas. Só assim ele poderá verificar o

José Luiz Niemeyer já iniciou produção de receptoras com genética zebuína

foto: divulgação

Sérgio Bendilatti investe em receptoras zebuínas

quanto esta receptora é boa. A partir do momento que os criadores começarem a utilizar receptoras zebuínas, terão muitos problemas reduzidos na fazenda como diminuição de doenças e parasitas, problemas de casco, etc. As receptoras zebuínas são mais adaptadas. Além disso, o criador já conhece o seu manejo e suas necessidades”, afirma o criador que se dedica à seleção de nelore há 40 anos. Niemeyer acrescenta que o nelore já comprovou que tem fertilidade, habilidade materna, além de ser adaptado. “Acredito que as receptoras zebuínas irão colaborar para a melhoria dos índices de produtividade e o desempenho dos bezerros serão menos mascarados. Além disso, vai abrir um mercado excepcional para nossos companheiros criadores de zebu. Tenho certeza que iremos produzir uma receptora zebuína muito melhor do que as que são utilizadas atualmente”, ressalta. Quem também investe há três anos na produção de receptoras zebuínas é o criador de brahman Sérgio Bendilatti, da Fazenda Terra Verde, localizada em Marília/SP. “Todas as nossas receptoras são produzidas na fazenda, através do cruzamento de nelore com red brahman. Os resultados impressionam pelas características apresentadas: as receptoras são rústicas, precoces e com excelente habilidade materna. Antigamente, fazíamos o cruzamento com gado de sangue europeu. Após a utilização de receptoras ½ sangue red brahman, vimos que estas possuem características superiores que as de sangue europeu. Portanto, hoje só utilizamos receptoras ½ red brahman”, comenta o criador. A intenção de Bendilatti é ir além e produzir receptoras para atender à demanda de mercado, que deverá crescer nos próximos anos. “Assim que atingirmos a quantidade necessária para o nosso plantel, iremos comercializar. As perspectivas são as melhores tendo em vista que os benefícios e as características apresentadas serem excelentes e pela obrigatoriedade do uso de receptoras zebuínas nos processos de TE e FIV a partir de 01 de janeiro de 2014, o que aumentará ainda mais a demanda por receptoras geneticamente zebuínas e consequentemente a sua valorização no mercado”, informa. setembro - outubro • 2011

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