Revista ABCZ 55

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Por: Patrícia Peixoto Bayão

essas propriedades detêm 34% do rebanho e as leiteiras contribuem com 45% da oferta de leite. De um total aproximado de 576 mil propriedades, 60% trabalham com a pecuária de corte e 40%, com a de leite.

Pecuária de corte: abate crescente O que mais chama à atenção na pecuária de corte mineira é o crescimento contínuo do abate no estado. Em oito anos, os abates de bovinos aumentaram 180% e a participação de Minas Gerais no total dos abates nacionais subiu de 6,2% para 9,9%. Em 2008, 2,8 milhões de animais foram abatidos no estado. Segundo Viana, Minas Gerais, durante muito tempo, foi fornecedor de matériaprima para São Paulo. Este quadro começou a mudar quando o governo mineiro passou a estimular a indústria de processamento. “O estado estimulou a reabertura de empresas abatedouras e a abertura de novos projetos para aumentar o abate interno. Estamos tendo muito sucesso nesta iniciativa. Prova disso é que nosso abate é crescente, assim como nossas exportações”, analisa o secretário. “Os maiores frigoríficos instalados em Minas não são exclusivamente mineiros, são redes nacionais, voltadas ao mercado exportador”, explica Viana. De acordo com dados da Associação de Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal (Afrig), cerca de 30 frigoríficos com inspeção federal estão instalados no estado. Os maiores – JBS Friboi, Bertin, Independência e Frisa, to-

dos voltados para o mercado externo –, não têm origem no estado. Apenas o Mataboi é de origem mineira e tem perfil exportador. Além destes, o estado também conta ainda com 27 frigoríficos, segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), com inspeção estadual. Destes, dois são voltados exclusivamente para o abate de bovinos e 25 para bovinos e suínos.

Evolução nas exportações de carne Minas Gerais também vem crescendo sua participação nas exportações brasileiras de carne. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC), em 2002 a carne mineira representava 1,16% do total exportado pelo país. Em 2009, o estado comercializou 7,3% do total das vendas externas brasileiras do produto. No último ano, as exportações mineiras totalizaram US$281,2 milhões, uma queda de 1,86% em relação a 2008. Porém, em volume exportado, apresentou alta de 15,55%, ou 81,2 mil toneladas. É importante ressaltar que no mesmo período, segundo o MDIC, o preço médio da tonelada da carne bovina apresentou queda de 15%. Segundo especialistas, esta baixa foi conseqüência da valorização do real frente ao dólar e da retração do mercado internacional, motivados pela crise internacional. No primeiro bimestre deste ano, as exportações mineiras de carne tiveram bom desempenho, chegando a US$ 39,6 milhões, uma expansão de 14% na comparação com o mesmo período de 2009. O preço médio da tonelada da carne bovina comercializada no exterior subiu 18,6%. Para o secretário de Agricultura, as exportações de carne estão em firme recuperação, mas avalia que este processo será lento. “Nos países desenvolvidos, que são nossos maiores compradores, os efeitos da crise foram bem mais acentuados do que no Brasil. Eles estão comprando, mas os preços não retornaram aos patamares anteriores. Além disto, ainda temos o descompasso cambial, ou seja, para termos a mesma receita com o câmbio valorizando o real, precisamos de um maior valor unitário na venda em dólar. Precisamos, então, de uma maior demanda para que os preços se recuperem”, avalia Viana. O secretário ressalta ainda que o estado também se beneficia por ter o maior número de fazendas aptas a fornecer animais para os frigoríficos exportadores para a União Européia, um mercado que, tradicionalmente, compra cortes de maior valor no mercado. Minas Gerais possui 1.757 propriedades aptas a fornecer bovinos para frigoríficos exportadores e 631 fazendas autorizadas a oferecer animais para os frigoríficos que exportam para a União Européia. março - abril • 2010

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