Revista capital_nr.64

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MAIO 2013 路 Capital Magazine



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Sumário

Destaques

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Actual

Dossier

Já é possível mergulhar ao som da Sony

Gás de Moçambique desperta interesse de “gigantes”

32 Foco Economia Produção de cimento promete impulsionar sector industrial

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Emirados Árabes Unidos lidera investimento estrangeiro

Em 2012, as empresas dos Emirados Árabes Unidos foram as que mais investiram em Moçambique, com 20 projectos aprovados no valor de 309 milhões de dólares, segundo o Centro de Promoção de Investimentos. A maior fatia do investimento destinou-se ao projecto de construção da linha Moatize-Nacala.

28

Gás de Moçambique desperta interesse de “gigantes”

O potencial do país no sector dos hidrocarbonetos, com particular destaque para o gás, está a atrair a atenção de grandes investidores. Além das companhias que operam no terreno, empresários de origem britânica, americana, lusa, entre outros, já manifestaram o seu interesse de explorar aquele recurso natural em Moçambique.

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Produção de cimento promete impulsionar sector industrial

Este ano, a produção da indústria transformadora vai crescer 6% mais do que em 2011 e 2012. Para este salto deverão contribuir, além da produção de cimento, os investimentos efectuados em algumas empresas, com destaque para o sub-sector agro-alimentar.

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Central Térmica de Ressano Garcia adiciona 20% de energia ao País

Capa Empreender com garra

Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. MaoTséTung, 1245 – Telefone/Fax: (+258) 21 303188 – revista.capital@ mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Directora Executiva: VanizeManjate - vanize.manjate@mozmedia.co.mz co.mz – Redacção: ArséniaSithoye - arsenia.sithoye@mozmedia.co.mz;Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages. pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: Evolution Studio– Paginação: Arlindo Magaia – Design e Grafismo: Mozmedia – Tradução: Janetra Serviços, E.I. – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, LoniMachava – loni.machava@mozmedia.co.mz ; – Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

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O país vai contar com mais uma central eléctrica este mês. Uma infraestrutura que vai produzir energia eléctrica a partir do gás natural. Trata-se da Central Eléctrica de Ressano Garcia, um projecto que vai adicionar 150 megawats de energia eléctrica, o que representa cerca de 20% do consumo total de Moçambique.


Editorial

Bem-vindo Estabelecer a meta e correr atrás

H 35 Foco Negócio Os segredos da união entre Moçambique e Brasil

38 Tema de Fundo A paixão ao trabalho molda a Tes-Top

66 Estilo de Vida Dois séculos vendendo arte

á histórias sobre empreendedores que nos marcam para sempre. Quando ingressei na Universidade, comecei a frequentar um pequeno restaurante chamado «Zé da Praça». Ia lá frequentemente saborear o café tirado na máquina, porque o semanário onde trabalhava ficava a escassos metros dali. Um dia, intrigada, perguntei como se chamava o dono do estabelecimento e fiquei a saber que afinal o mesmo se chamava João. «João?! Afinal de onde vem o nome Zé?». E um funcionário respondeu-me que aquele era o anterior proprietário. Até aqui não havia história. Passado uns tempos, descobri que a grande loja de electrodomésticos, que ficava exactamente no mesmo quarteirão, pertencia ao tal ‘Zé da Praça’ assim era o empresário conhecido por toda a gente. Na realidade, o seu nome era José Gonçalves e tinha começado a ganhar a vida atrás do balcão de uma tasca. Um ano mais tarde, o mesmo Zé da Praça, graças ao esforço do seu trabalho, espírito de iniciativa e empenho, era detentor do concessionário da marca Toyota. Uma grande empresa que empregava dezenas de pessoas e que vendia automóveis para toda a região. O Município, os organismos públicos e um largo conjunto de empresas eram clientes assíduos. Três anos depois, o mesmo grupo familiar começou a comercializar a marca Peugeot, e eu fui contratada para lhes prestar uma assessoria em Comunicação e Imagem. Ao mesmo tempo que me dedicava a projectar e implementar campanhas de Comunicação e Marketing, tanto para o concessionário da marca francesa como para outras firmas dos Gonçalves, o negócio foi-se entretanto diversificando. Cada filho e cada nora ajudavam o Sr. Zé a levar as empresas a bom porto. E o crescimento, em menos de 10 anos, foi absolutamente fabuloso. Muitas famílias dependiam dos postos de trabalho e da visão empreendedora de José Gonçalves. O grupo investiu na representação de mais marcas (juntando a Skoda e a Saab ao seu portfolio) tal como diversificou as suas áreas de actividade, apostando na aquisição de estações de abastecimento de combustível, empresas do ramo tecnológico e imobiliário. Os milhões que circulavam eram, então, alvo de uma intensa reengenharia financeira no sentido de manter todos os negócios de vento em popa. O que nem sempre era fácil. Centenas de postos de trabalho foram criados e não havia funcionário que fosse que não conhecesse a história do Zé da Praça. Um grande senhor com ar sorridente, que costumava visitar as suas firmas na companhia dos netos. Dele se dizia que ‘construiu um império, desenvolvendo a comunidade’. A história de Munir Sacoor, da empresa Tes-Top, fez-me ir ao baú da memória resgatar a do Zé da Praça. São relatos simples, mas comoventes, que fazem toda a diferença. É interessante como as dificuldades aguçam o engenho. Hoje, o Sr. Munir também é detentor de uma empresa com diversas áreas de intervenção e não deixa de verificar pessoalmente a segurança dos seus funcionários. No final do dia, sentamo-nos e inspiramo-nos no percurso desses grandes empresários que do nada fizeram muito. Empreendedorismo é isso mesmo. Estabelecer a meta e correr atrás, com a perseverança de quem sabe o que quer, e sem perder de vista a comunidade local.c

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Contents

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Current

Dossier

It is now possible to dive at the sound of Sony

Mozambique´s Gas raises interest of “giants”

Highlights 26

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Cement Production promises to boost the industrial sector

This year, production from the manufacturing sector will grow by 6% more than in 2011 and 2012. For this leap, in addition to cement production, investments made in some companies, particularly in the agri-food sub-sector will play a role.

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Ressano Garcia Power Station adds 20% of energy in the Country

The country will have one more power station this month, an infrastructure which will produce electricity from natural gas. This is the Ressano Garcia Power Station, a project that will add 150 megawatts of electricity, which represents about 20% of the Mozambique’s overall consumption.

Undertaking With audacity

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Mozambique’s gas awakens the “giants’” interest The country’s potential in the hydrocarbons sector, mainly in gas sector, is attracting the attention of major investors. In addition to the companies already in the field, British, American, and Portuguese business people, among others, have already expressed their interest to explore this natural resource in Mozambique.

Focus on Economy

Property and Edition: Mozmedia, Lda., 1245 MaoTséTung Av., – Telephone/Fax: (+258) 21 303188 – revista.capital@ mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Executive Director:VanizeManjate - vanize.manjate@mozmedia.co.mz co.mz – Editorial Staff: ArséniaSithoye - arsenia.sithoye@mozmedia.co.mz; Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia. co.mz – Administrative Secretariat: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Cover: Evolution Studio– Page make-up: Arlindo Magaia – Design and Graphics: Mozmedia – Translation: Janetra Serviços, E.I. – Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Loni Machava – loni.machava@mozmedia. co.mz ; – Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

In 2012, the United Arab Emirates companies were the ones that invested most in Mozambique, with 20 approved projects, amounting 309 million dollars, according to the Investments Promotion Centre. The major part of the investment was allocated to the Moatize-Nacala railway line construction project.

33 Cement production is expected to boost the industry sector

United Arab Emirates leads foreign investment


Editorial

Welcome Set a goal and fulfill it

T

here are stories about entrepreneurs who mark us forever. When I went to University, I started going to a small restaurant called “Zé da Praça”. I used to go there more often in order to enjoy the coffee from a machine, because the weekly newspaper where I worked was a few yards away from the restaurant.

One day, intrigued, I asked for the name of the owner of the restaurant and I learned that it was named after João «João?! After all where does the name Zé come from?». And an employee replied that it was the name of the previous owner. Hitherto there was no story.

37 Focus on business The cooperation secrets between Mozambique and Brazil

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After a while, I found out that the large appliance store, which was exactly in the same block, belonged to such ‘Zé da Praça’ - so the businessman was known by everyone. In fact, his name was José Gonçalves and he had begun to make a living behind the counter of a tavern. A year later, the same ‘Zé da Praça’, thanks to the efforts of his work, initiative and commitment, was a Toyota dealer. It was a big company that employed dozens of people and sold cars for the entire region. The Municipality, public organizations and a broad range of companies were regular customers. Three years later, the same family group began trading Peugeot, and I was hired to provide them with sound advice on communication and image. While I was engaging to design and implement communication and marketing campaigns for both the French brand dealer and the other firms of Gonçalves, the business was diversified. Every son and daughter-in-law helped Zé to lead companies to fruition. And in less than 10 years the growth was absolutely fabulous.

Background Theme

Many families relied on the jobs and entrepreneurial vision of José Gonçalves. The group invested in the representation of more brands (joining Saab and Skoda in its portfolio) as well as it diversified its areas of activity, focusing on the acquisition of filling stations, companies in the field of technology and real estate.

Passion to work shapes Tes-Top

The millions that circulated were then the target of an intense financial reengineering in order to keep all the business from strength to strength. And that was not always easy. Hundreds of jobs were created and there was no employee who did not know the story of Zé da Praça. It was a big man with smiling air, who used to visit his firms accompanied by his grandchildren. Rumours had it that ‘he had built an empire by developing the community.’ The story of Munir Sacoor, from Tes-Top Company, made me recall the story of Zé da Praça. These are simple reports but poignant and make the whole difference.

72 Life Style Two centuries selling art

It is interesting to learn how the necessity is the mother of invention. Today, Mr. Munir also holds a firm with diverse areas of intervention and he monitors the safety of his employees personally. At the end of the day, we sit and we are inspired by the path of these great entrepreneurs who did a lot out of nowhere. This is entrepreneurship. It is about setting a goal and fulfilling it at any cost, with the perseverance of those who know what they want, and without losing sight of the local community..c

Magazine· Março · MAIO 2013 Capital CapitalMagazine

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Capitoon

EM BAIXA Fiscalização florestal A fiscalização das florestas e fauna bravia no país está aquém do desejável, devido sobretudo à exiguidade de recursos humanos e materiais. Estão disponíveis em todo o país apenas 500 fiscais quando o ideal seria 2.000 agentes. Estas necessidades são impostas devido à extensão do território e à abundância de recursos.

EM ALTA HCB A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) acaba de lançar o “Portal do Fornecedor”, uma iniciativa que visa encorajar a participação de empresas nacionais nos concursos para fornecimento de bens e serviços à empresa. O portal foi desenvolvido de modo a que todas as empresas inscritas possam competir, de forma fácil, rápida e transparente.

GÁS Já se iniciou a construção do canal de distribuição de gás natural de Inhambane para instituições e residências da cidade e província de Maputo. O projecto, de 38 milhões de dólares, resulta duma parceria entre a ENH, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo e a empresa sul-coreana KOGAS.

Vistos falsos Foram detectados 60 funcionários e agentes do Aparelho do Estado que ingressaram na função pública ou progrediram na carreira recorrendo a vistos falsos pelo Tribunal Administrativo (TA) na província de Nampula. Os infractores foram suspensos e foram levantados processos-crime contra eles.

COISAS QUE SE DIZEM Não faltará muito até que vejamos Alertando os camaradas pessoas a marchar nas ruas de Maputo. É simples: têm fome(...). Isto (os recursos minerais) é uma fonte de agitação política e pode levar a tensões que serão extremamente difíceis de gerir. Graça Machel, falando em Maputo, à margem de uma conferência sobre estratégia de exploração do gás e carvão.para a recém-criada empresa Portos do Norte.

O erro de pensar que o estrangeiro é melhor Há um erro em muitos países e não excluo o nosso: procurar desesperadamente o investidor estrangeiro (...). Interessa, sim, que nós mesmos africanos, moçambicanos, saibamos muito bem o que queremos e como, que parcerias pretendemos e que benefícios retiramos. Coronel Sérgio Viera, em entrevista ao Savana.

“Uma coisa são as necessidaes do munícipes e outra Manifesto é manifesto, necessidades é outra coisa é o programa de governação apresentado ao eleitorado durante a campanha. No que tange ao manifesto estou satisfeito porque estamos a cumpri-lo. Quanto às necessidades dos munícipes, ai está o problema porque a sua satistafação depende da disponibilidade de recursos”. Arão Nhacale, presidente do Município da Matola, in semanário Savana.

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Capitoon

UPWARDS

DOWNWARDS Forest Inspection The inspection of forests and wildlife lags behind the desirable due to mainly limited human and material resources. There are only 500 inspectors nationwide, whereas the ideal should be 2000 inspectors. These needs are laid by the extension of the territory and the abundance of resources.

HCB The Hydroelectric of Cahora Bassa (HCB) has just launched the Supplier Portal “Portal do Fornecedor”, an initiative whose objective is to encourage the participation of national companies in tenders for the provision of goods

and services to the company. The portal has been designed so as to provide opportunity for all the subscribed companies to compete in an easy, quick and transparent manner.

GAS JThe construction of the distribution channel of Inhambane natural gas for institutions and residents of Maputo City and Province has begun. The Project, of 38 million dollars, is a result of a partnership among ENH, Maputo City Municipality and KOGAS, a South Korea company.

Forged visas In Nampula Province, 60 civil servants and State agents who entered the civil service or progressed in their careers through Administrative Court (TA) forged visas have been detected. The defaulters have been suspended and criminal proceedings against them have been filed.

Things people say “Not long will we see people marching Warning the comrades in Maputo streets. It’s simple: they are hungry (...). These (the mineral resources) are a source of political turmoil and may lead to tensions which are completely difficult to manage”. Graça Machel, speaking in Maputo, at a conference on gas and coal exploitation strategy.

The misleading thought that foreigners are better Many countries, including ours, make a mistake: to desperately seek for foreign investors (...). It does matter, indeed, that we, Africans, Mozambicans, become clearly aware of what we want and how, the type of partnerships that we need and the benefits thereof”. Colonel Sérgio Viera, in an interview with Savana Newspaper.

“One thing is the citizens’ needs, and the other is the Manifesto is manifesto, needs are something else governing programme presented to the electorate during the campaign. With regard to the manifesto, I am happy for we are fulfilling it. Concerning the citizens’ needs, that is where the problem lies because their satisfaction depends on the availability of resources”. Arão Nhacale, Matola Municipality Mayor, in Savana weekly newspaper.

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Actual

Já é possível mergulhar ao som da Sony O Walkman à prova de água chega às lojas em Março e vai ser disponibilizado em preto, branco, azul e cor-derosa por aproximadamente 75 Euros (2.921 meticais).

A

Walkman à prova de água

Sony vai estrear um novo modelo de Walkman à prova de água. A ideia de utilizar música para potenciar a prática desportiva existe desde que a música se tornou “móvel”, com corredores e ciclistas a obter inspiração enquanto praticam o seu desporto através de motivadoras músicas, há mais de uma década. E, agora, os nadadores ou amantes do mergulho, que, por norma, têm ficado fora do alcance das estratégias de marketing da Sony, agora irão poder

gozar dos prazeres da melodia seja no mar da Ponta de Ouro, nas águas cálidas de Vilanculos ou de Pemba. O NZW-W270 contém um leitor de música com 4GB e um par de auscultadores à prova de água. As suas unidades de auscultação estão ligadas por um único cabo que, por sua vez, controla o aparelho, ligar/ desligar, selecção de faixas e volume. Este novo Walkman oferece-lhe a possibilidade da criação de diferentes playlists, bastantdo para tal sincronizar o aparelho com um PC Windows. O NZW-W270 é também compatível com Macs, mas possui apenas a funcionalidade de “arrastar e largar”. O Walkman à prova de água chega às lojas em Março e vai ser disponibilizado em preto, branco, azul e cor-de-rosa por aproximadamente 75 Euros (2.921 meticais).c

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Espaço revitalizado para turistas e aventureiros

E você, já tem um relógio BMW? Plantação de Soja

Não há nada como uma crise para espevitar a criatividade e a inovação das marcas. A BMW está a disseminar a sua marca no mundo, ampliando a sua estratégia de licenciamento de produtos. A marca empresta agora a sua identidade a itens que vão desde os carrinhos de bebé, a óculos de sol, relógios e a acessórios de viagem. A ideia é oferecer aos consumidores a oportunidade de experimentar a autenticidade da marca BMW em diferentes produtos. Os novos produtos devem manter alguma conexão com os atributos da BMW, sobretudo no que toca ao conceito de velocidade e à elegância. Uma estratégia anteriormente implementada antes pela marca italiana Ferrari (que possui desde ténis, relógios e óculos diversos). Assim, se a sua marca de eleição é a BMW e o seu budget não chega para tanto, pelo menos sempre poderá encomendar um utilitário com estilo.c

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Passados 16 anos da guerra civil e 21 anos de paz, em que o antigo acampamento do Chitengo, no Parque Nacional da Gorongosa, esteve adormecido, eis que é chegada a hora do mesmo despertar com uma nova roupagem. O Girassol Gorongosa Lodge & Safari, do grupo Visabeira, é a mais nova unidade de ecoturismo e surge para substituir o antigo acampamento, totalmente transformado num moderno hotel de aventura e turismo. A sua

recuperação precisou de um investimento considerável de 1,4 milhões de euros e hoje promete o alojamento a 100 pessoas e diversas experiências adicionais. Por falar no Parque Nacional da Gorongosa (PNG), ouve-se nos meandros que a sua administração irá tomar conta também do Parque do Niassa. Será que, nessa altura, também iremos assistir à abertura de um Girassol Niassa Lodge & Safari?c


Current

It is now possible to dive at the sound of Sony

S

ony will debut a new waterproof model of Walkman. The idea of ​​ using music to enhance sports has existed since the song became “mobile”, with runners and cyclists getting inspiration while practicing their sports through motivational songs for over a decade. Note that swimmers or diving enthusiasts, as a rule, have always been out of reach of the Sony marketing strategies, but they will now be able to enjoy the pleasures of melody be it in the sea of Ponta ​​ de Ouro or in the warm waters of Vilanculos or Pemba. NZW-W270 contains a music player

with 4GB and a pair of waterproof headphones. Its sounding units are connected by a single cable which, in turn, controls the device, on / off, volume and track selection. This new Walkman offers the possibility of creating different playlists, simply by synchronizing the device with a Windows PC. Moreover, NZW-W270 is also compatible with Macs, but it only has the “drag and drop” functionality. The waterproof Walkman goes on sale in March and will be available in black, white, blue and pink color at about 75 Euros (2921 Meticals).c waterproof model of Walkman

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And you, do you already have a BMW watch?

After 16 years of civil war and 21 years of peace in which the former Chitengo camp in Gorongosa National Park, was asleep, it is about time it awakened with a new look.

Revitalized space for tourists and adventurers

There is nothing like a crisis to trim the creativity and innovation of brands. BMW is spreading its trademark in the world, expanding its product licensing strategy. The trademark is now lending its identity to items ranging from prams, sunglasses, watches and travel accessories. The idea is to provide consumers with the opportunity to experience the authenticity of the BMW trademark in different products. The new products should maintain some connection with the BMW attributes, especially with regard to the concept of speed and elegance. This is a strategy which was previously implemented by the Italian trademark Ferrari (which includes tennis, watches and several sunglasses). Thus, if your trademark of choice is BMW and your budget is not enough for so much, at least you can order a utility with style.c

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After 16 years of civil war and 21 years of peace in which the former Chitengo camp in Gorongosa National Park, was asleep, it is about time it awakened with a new look. The Girassol Gorongosa Lodge & Safari, from the Visabeira group, is the newest unit of ecotourism and it emerges in order to replace the old camp, which was totally transformed into a modern adventure and tourism hotel. Its recovery required a conside-

rable investment of EUR 1.4 million and today it can accommodate up to 100 people and provide them with several additional experiments. Speaking about Gorongosa National Park (PNG), rumors has it that its administration will also take care of the Niassa Park. By that time, will we also be able to attend the opening ceremony of the Girassol Niassa Lodge & Safari?c


Briefing MUNDO

“Sarkozy desafiado a liderar fundo de investimento

está distante. O petróleo importado anualmente pela China, nomeadamente de Angola, o seu maior fornecedor, a seguir à Arábia Saudita, representou 58% do que o país consumiu em 2012, e, este ano, a percentagem

deverá subir para 59,4%. Nos Estados Unidos, pelo contrário, as importações de petróleo estão a diminuir acentuadamente e, ao longo do ano passado, desceram de 8,1 milhões de barris em Janeiro para 5,98 milhões em Dezembro.c

NICOLAS Sarkozy está a avaliar uma proposta para gerir um fundo de investimento de capital de risco financiado por vários fundos soberanos. O ex-presidente francês ainda não aceitou o convite por estar a ponderar um regresso à política activa.”

China será o maior importador de petróleo antes de 2015 poderá tornar-se o maior importador mundial de petróleo antes de 2015, ultrapassando os EUA, segundo especialistas do sector energético. Em 2012, a China importou em média 5,4 milhões de barris por dia, menos dois milhões do que os Estados Unidos, mas no último mês do ano, as importações chinesas excederam os 6 milhões, enquanto as norte-americanas desceram para 5,98 milhões, o que mostra que a ascensão chinesa não A china

Lucros da Cimpor recuam 75% em 2012 no ano em que foi adquirida pelos brasileiros da Camargo Corrêa, o lucro dos activos da Cimpor foi quatro vezes mais baixo do que no ano anterior. O resultado líquido da cimenteira, em 2012, fixou-se em 49,5 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 75% face aos 194,8 milhões de euros alcançados em 2011. O resultado líquido das denominadas “operações em continuação”, em nove países (que incluem Moçambique, África do Sul e

Brasil), foi penalizado por várias imparidades, por impactos não recorrentes, como custos de defesa da OPA e indeminizações por saída de administradores, além de custos financeiros relacionados com a reestruturação da dívida da cimenteira. Apesar das imparidades e desvalorizações cambiais destes activos e que foram a razão para a quebra dos lucros, a cimenteira diz estar mais focada nos mercados da América Latina e África.c

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Briefing MUNDO/WORLD

HSBC mentido em mais um escândalo fiscal

depois de ter sido acusado, em 2012, por actividades ilegais nos Estados Unidos, o HSBC enfrenta agora novas acusações do Governo

argentino. O Governo liderado por Cristina Kirchner denunciou o banco britânico por lavagem de dinheiro e evasão fiscal no valor de 77 milhões de dólares. De acordo com o serviço de impostos da Argentina, o banco terá utilizado documentação falsa para facilitar a actividade ilegal. Autoridades argentinas afirmam ainda que o HSBC ajudou os clientes a escapar ao fisco num valor de mais de 50 milhões de dólares. O banco afirmou que vai cooperar com a investigação liderada pelas autoridades argentinas, sublinhando que as acusações são de “grande importância”. No último ano, o banco britânico acordou pagar 1,9 biliões de dólares às autoridades norte-americanas pelas acusações de lavagem de dinheiro, a maior quantia alguma vez paga num caso semelhante.c

DESTAQUE

Samsung e Apple em “nova guerra”

A GIGANTE tecnológica sul-coreana está a desenvolver um relógio de pulso inteligente, com ligação aos “smartphones” da marca. O anúncio do novo dispositivo relança assim a guerra entre a Samsung e a Apple no controlo do mercado dos aparelhos inteligentes. Sabe-se que o novo relógio irá ter uma ligação aos “smartphones” da Samsung e que deverá desempenhar várias funções semelhantes às dos telemóveis, mas a ainda não foram divulgadas ao certo quais serão as funções, o preço e a data de entrada do relógio no mercado, que se antevê vir a ser similar ao iWatch da Apple.c

Sarkozy challenged to lead the investment fund China will be the largest importer of oil by 2015

NICOLAS Sarkozy is evaluating a proposal to manage a risk capital investment fund funded by various sovereign funds. The former President of France has not yet accepted the invitation due to the fact that he still considers going back to active politics.c

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CHINA may become the world’s largest importer of oil before 2015, exceeding the USA, according to the energy sector’s experts. In 2012, China imported on average 5.4 million barrels a day, two million below the United States, but in the last month of the year, the Chinese imports exceeded 6 million, whereas United States’ imports went down to 5.98 million, which reveals that China’s rise is looming.

The oil imported annually by China, from Angola, its major supplier, followed by the Saudi Arabia, represented 58% more that it consumed in 2012, and this year, the percentage will rise to 59.4%. In the United States, on the contrary, oil imports are declining sharply and, throughout last year, they decreased from 8.1 million barrels in January to 5.98 million in December. c


Briefing WORLD

underscoring that the accusations are of “great relevance”. Over the last year, the British bank agreed to pay 1.9 billion dollars to the United States Authorities for money laundry accusations, the largest payment ever in a similar case.c

HIGHLIGHT

Cimpor profits push back 75% in 2012 year that it was acquired by the Brazilians from Camargo Corrêa, the Cimpor assets profit was four times lower than the previous year. The cement company net result, in 2012, was 49.5 million Euros, which corresponds a fall of 75% if compared to the 194.8 million Euros obtained in 2011. The net result of the so called “continuing operations”, in nine countries (which include Mozambique, South Africa and Brazil), was penalised by various impairments, by one-off impacts, such as OPA defence costs and indemnities for the departure of administrators, in addition to financial costs related to the cement company’s debt restructuring. Despite impairments and currency devaluations of these assets, which originated profits loss, the company affirms to be more focused on the Latin America and Africa markets.c IN THE

Samsung and Apple in a “new war”

HSBC merged into one more tax scandal after having been accused of illegal activities in the United States in 2012, HSBC is now faced with new accusations by the Argentinean Government. The government lead by Cristina Kirchner denounced the British Bank for money laundry and tax evasion amounting to 77 million dollars. According to the Argentine Tax Services, the bank would have used forged documents to facilitate illegal activities. The Argentinean Authorities further state that HSBC helped clients to avoid paying taxes in an amount of more than 50 million dollars. The bank has decided to cooperate to the investigation being conducted by the Argentinean Authorities,

THE SOUTH Korean technologic giant is developing a smart wristwatch, linked to the brand smartphones. The announcement of this new appliance re-launches therefore the war between Samsung and Apple in the control of the smart appliances market. It is known that the new watch will be linked to Samsung smartphones, and it will have various functions similar to mobile phones, but the exact functions, price and date it will enter the market are yet to be announced. It is expected that it will be similar to the Apple iWatch.c

Capital Magazine · ABRIL 2013

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Briefing ÁFRICA

Países da SADC pressionados a importar milho geneticamente modificado UMA severa escassez de milho está a agravar o preço deste cereal em vários países da SADC, o que leva os comerciantes a negociar com os governos para que se considere a importação de milho geneticamente modificado (GM). O Zimbabwe, bem como o Malawi e a Zâmbia, desde há muito vêm resistindo à importação de milho GM. A maior parte do milho produzido na África do Sul – que é o maior produtor e exportar da região – é GM. Embora a África do Sul possa fornecer milho com certificado não GM, o produto é mais caro do que aquele produzido no Malawi ou na Zâmbia, e que não é GM. Uma prolongada seca e a escassez de fertilizantes em 2012 levou a fracas colheitas nos três países africanos, e as agências humanitárias receiam que o número de pessoas com insegurança alimentar suba para cerca 10 milhões. Os comerciantes zimbabweanos geralmente importam milho da Zâmbia para abastecerem o mercado durante os períodos de escassez, mas a Zâmbia impôs restrições na exportação do seu milho.c

Banco Mundial financia produtividade agrícola na África Austral

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MAIO 2013 · Capital Magazine

BAD financia acesso à informação em 20 países africanos O BANCO Africano de Desenvolvimento (BAD) lançou plataformas tecnológicas de Dados Abertos para 20 países africanos, que visam melhorar a gestão de dados e disseminação de informação no continente africano. Este trabalho está em curso e espera-se que todos os países estejam abrangidos pelas plataformas até Julho de 2013. Entre os países beneficiários encontra-se Moçambique. Com as plataformas disponíveis, os usuários podem visualizar os indicadores de desenvolvimento durante um período de tempo, realizar análise abrangente em níveis nacionais e regionais, além de utilizar gráficos prontos ou criar os seus blogs (veja em http://www.afdb.org/en/ knowledge/statistics/).c

O CONSELHO de Administração do Banco Mundial aprovou um crédito de 89,4 milhões de dólares, da Associação Internacional para o Desenvolvimento (IDA) para apoiar os governos de Moçambique, Malawi e Zâmbia no sentido de impulsionarem a sua produtividade agrícola. O Programa, designado Agricultural Productivity Program for Southern Africa também inclui uma doação no valor de 0,6 milhões de dólares para o Centro de Coordenação de Pesquisa Agrícola e Desenvolvimento para a África Austral (CCARDESA), um organismo regional com sede em Gaborone, Botswana. O objectivo do projecto é aumentar a disponibilidade de tecnologias agrícolas melhoradas nos países participantes na região da SADC. A agricultura é o maior sector nas economias dos três países e uma importante fonte de subsistência para cerca de 277 milhões de pessoas no sul de África. O projecto em causa está totalmente alinhado com o Programa Abrangente de Desenvolvimento Agrícola em África (CAADP) e apoia o seu objectivo de expansão da colaboração a escala regional em matérias de pesquisa e desenvolvimento agrícola, com efeitos multiplicadores da aplicação de tecnologias na economia rural. c


Briefing ÁFRICA/AFRICA

COMMODITIES

Petróleo angolano à beira de novo recorde as exportações de petróleo angolano em Maio vão aproximar-se do nível recorde alcançado em Agosto passado, quando foi vendido o correspondente a 1,830 milhões de barris diários, segundo dados de várias agências internacionais. Segundo a Bloomberg, Angola já assegurou para Maio a venda de 56.740 milhões de barris, o que corresponde a 1,830 milhões de barris diários. As vendas confirmadas de petróleo angolano em Abril totalizaram 52.900 milhões de barris ou 1.760 milhões de barris diários. A Reuters refere que metade do petróleo angolano exportado em Maio se destina à China.c

World Bank provides funds for agricultural productivity in Southern Africa THE WORLD BANK Board has approved a credit of 89.4 million dollars, from the International Development Association (IDA), for the governments of Mozambique, Malawi e Zambia to boost their agricultural productivity. The Agricultural Productivity Program for Southern Africa also includes a donation of 0.6 million dollars for the Centre of Coordination of Agricultural Research and Development for Southern Africa (CCARDESA), a regional board with headquarters in Gaborone, Botswana. The project aims to increase the availability of enhanced agricultural technologies in the countries covered by the project in the SADC region. Agriculture is the major sector in the three countries’ economies

and an important source of livelihood for almost 277 million people in the Southern Africa. This project is fully in line with the Comprehensive Africa Agricultural Development Programme (CAADP),

and it backs its objective of scalingup the collaboration to regional level in issues of agricultural development and research, with multiplying effects of the use of technologies in the rural economy.c

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Briefing AFRICA

SADC countries pressured to import genetically modified maize A SERVE scarcity of maize is aggravating the price of this cereal in various SADC countries, which makes the traders to urge the governments to consider the import of genetically modified (GM) maize. Similar to Malawi and Zambia, Zimbabwe has long since resisted to the import of GM maize. The greater part of maize produced in South Africa (the major producer and exporter in the region) is GM. Although South Africa can supply maize with no GM certificate, the product is much more expensive than the one produced in Malawi or Zambia, which is not GM. A prolonged draught and scarcity of fertilizers in 2012 led to poor harvests in the three African countries, and the humanitarian agencies fear that the number of people affected by food insecurity may shoot up to about 10 million. The Zimbabwean traders usually import maize from Zambia to supply the market during periods of scarcity. Zambia, however, imposed restrictions in the import of its maize. c

platforms by July 2013. Mozambique is among those countries covered by this work. With available platforms, the users may view the development indicators during a certain time,

carry out comprehensive analysis at national and regional levels, in addition to using available charts or create their own blogs (visit http:// www.afdb.org/en/knowledge/ statistics/). c

COMMODITIES

Angolan oil at the brink of a new record

AfDB provides funds for access to information in 20 African countries the african Development Bank (AfDB) has launched Open Data technological platforms in 20 African countries, with a view to enhance data management and dissemination of information in the African Continent. This work is ongoing and all the countries are expected to be covered by the

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IN MAY , Angolan oil exports will be close to the records achieved in August last year, when 1,830 million barrels per day were sold, according to data from various international agencies. According to Bloomberg, Angola has already ensured the sale of 56,740

million barrels for May, which corresponds 1,830 million barrels per day. Confirmed sales of the Angolan oil in April totalled 52,900 million barrels or 1,760 million dollars per day. Reuters states that half of the exported Angolan oil in May goes to China.c


Briefing MOÇAMBIQUE

Multinacionais atraídas pelo grafite de Ancuabe

Emirados Árabes Unidos lidera investimento estrangeiro OS EMIRADOS Árabes Unidos (EAU) foram em 2012 o país cujas empresas mais investiram em Moçambique, com 20 projectos aprovados no valor de 309 milhões de dólares, segundo o Centro de Promoção de Investimentos (CPI), e os projectos deverão criar 6.398 empregos. Nos 10 primeiros investidores estrangeiros, em 2012, constam os EUA, China, África do Sul, Portugal, Maurícias, Brasil, Reino Unido, Malásia e Noruega. Trata-se de uma subida galopante dos EAU, na medida em que, em 2011, foi o sétimo, com projectos que não excederam 30 milhões de dólares. A maior fatia do investimento – 196,5 milhões de dólares – destinou-se

ao projecto de construção da linha Moatize-Nacala, entre a província carbonífera de Tete e o porto de Nacala-a-Velha, com passagem pelo Malawi. Embora este projecto seja da responsabilidade do grupo mineiro Vale, o dinheiro é proveniente dos EAU, um país que se está a tornar no principal centro financeiro do mundo árabe, ultrapassando a Arábia Saudita que até há pouco tempo era a principal referência neste grupo de nações. Recorde-se que o Chefe de Estado moçambicano, Armado Guebuza, visitou em Março último os EAU, numa missão que teve a oportunidade de convidar o empresariado daquele país a investir em Moçambique.c

o facto do distrito de Ancuabe (Cabo-Delgado) estar a receber energia eléctrica fornecida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), tornou viáveis os custos de operação para a exploração de grafite, outrora insustentáveis face à utilização de geradores eléctricos. Depois de num passado recente, a companhia holandesa Advanced Metallurgical Group (AMG) ter anunciado a sua intenção em explorar o grafite de Ancuabe, agora é a vez da empresa australiana Triton Mineral de lhe seguir o exemplo. A AMG, que conta iniciar a exploração ainda este semestre, espera atingir seis mil toneladas de grafite por ano no pico da produção, usando processos simples baseados nos padrões internacionais desta indústria. Dependendo da sua qualidade, o preço de flocos de grafite pode chegar a atingir cerca de dois mil dólares a tonelada no mercado internacional. c

Lista dos 10 Maiores Invetidores em 2012 Posição

Páis

Emirados Árabes Unidos

Estados Unidos de América

China

África do Sul

Portugal

Maurícias

Brasil

Reino Unido

Malásia

10ª

Noruega

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Briefing MOÇAMBIQUE/MOZAMBIQUE

DESTAQUE

Três centrais fotovoltaicas para o Niassa

Siemens volta atenções para Moçambique

Central fotovoltaica A multinacional Siemens acaba de estabelecer um escritório em Maputo, apesar das suas actividades em Moçambique datarem de 1950. Além de soluções tecnológicas, a Siemens pretende responder às necessidades urgentes nas áreas da energia, mobilidade, infraestrutura urbana, minério, indústria e serviços de saúde. No sector da energia, a Siemens tem vindo a trabalhar com a Hiroeléctrica de Cahora Bassa e fez parte de vários projectos de reabilitação de redes rurais para a utilização de electricidade no país, através da Electricidade de Moçambique (EDM).c

o fundo O Fundo de Energia (FUNAE) vai construir três centrais fotovoltaicas para igual número de distritos (Mavango, Mecula e Muembe) da província do Niassa. Trata-se duma iniciativa que se enquadra na expansão do acesso à energia nas zonas recônditas do país. As centrais serão as primeiras do género a ser construídas no país e terão uma capacidade total de produção de 1.3 Megawatts (MWth) de energia. Em termos de distribuição, a central de Mavango terá uma capacidade de

produção de 0.5MWth de energia e as centrais de Mecula e Muembe terão 0.4 MWth de capacidade cada. As infraestruturas estão avaliadas em 34 milhões de dólares e serão financiadas no âmbito da cooperação entre Moçambique e a Coreia do Sul, esperando-se que as obras iniciem ainda este semestre e que as centrais estejam operacionais antes do segundo semestre de 2014. As obras serão realizadas por um consórcio da Correia do Sul, denominado Hyosung & Daewoo.c

United Arab Emirates leads foreign investment , the United Arab Emirates (UAE) companies were the ones that invested the most in Mozambique, with 20 approved projects, amounting to 309 million dollars, according to the Investments Promotion Centre (CPI). The projects are expected to create 6,398 jobs. USA, China, South Africa, Portugal, Mauritius, Brazil, UK, Malaysia and Norway are within the first 10 foreign investors in 2012. This is a sharp rise for the UAE, due to fact that, in 2011, it was in the seventh position, with projects that did not exceed USD 30 million. The largest share of investment - 196.5 million dollars - went to the construction project of the IN 2012

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Moatize-Nacala line, between the coal province of Tete and the port of Nacala-a-Velha, passing through Malawi. Although this project is under the responsibility of the mining group Vale, the money comes from the UAE, a country that is becoming the main financial centre of the Arab world, overtaking Saudi Arabia which until recently was the main reference in this group of nations. It should be remembered that the Head of State of Mozambique Armando Guebuza visited the UAE last March, in a mission that he had the opportunity to invite the business community of that country to invest in Mozambique.c


Briefing MOZAMBIQUE

List of the 10 Major Investors in 2012 Position 1st 2nd 3rd 4th 5th 6th 7th 8th 9th 10th

Country United Arab Emirates USA China South Africa Portugal Mauritius Brazil UK Malaysia Norway

Three photovoltaic plants for Niassa

Multinationals attracted by the graphite from Ancuabe THE FACT, that the district of Ancuabe (Cabo Delgado) is receiving electricity supplied by Cahora Bassa (HCB), has made the operating costs for the exploration of graphite viable, which have once been unsustainable due to the use of electric generators. Recently, the Dutch company Advanced Metallurgical Group (AMG) has announced its intention to explore the graphite from Ancuabe, followed by the Australian company Triton Mineral. AMG, which is planning to start operating later this semester, expects producing up to six tons of graphite per year at peak production, using simple processes based on international standards of the industry. Depending on its quality, the price of graphite flakes can amount to about two thousand dollars a ton in the international market.c

HIGHLIGHTS Siemens focuses its attentions to Mozambique

Fund (FUNAE) will build three photovoltaic plants for an equal number of districts (Mavango, Mecula and Muembe) from the province of Niassa. It is an initiative within the framework for expanding access to energy in remote areas of the country. The centre will be the first of its kind to be built in the country and will have a total production capacity of 1.3 megawatts (MWth) of power. In terms of distribution, the Mavango power plant will have a production The ENERGY

capacity of 0.5MWth of power and the Mecula and Muembe power plants will have a production capacity of 0.4 MWth each. The infrastructures are valued at USD 34 million and will be financed under the cooperation between Mozambique and South Korea and the works are expected to start this semester. The plants, therefore, are expected to be operational before the second half of 2014. The works will be carried out by a consortium from South Korea, named Hyosung & Daewoo.c

The multinational Siemens has just established an office in Maputo, despite its activities in Mozambique dating back to 1950. In addition to technology solutions, Siemens intends to respond to the urgent needs in the areas of energy, mobility, urban infrastructure, mining, industry and health services. In the energy sector, Siemens has been working with Cahora Bassa and was part of several projects for the rehabilitation of rural networks for the electricity use in the country, through the Electricity Company of Mozambique (EDM).c

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Gás de Moçambique desperta interesse de “gigantes” O potencial do país no sector dos hidrocarbonetos, com particular destaque para o gás, está a atrair a atenção de grandes investidores do ramo. Além das companhias que já operam no terreno, umas na produção e outras na prospecção, empresários de origem britânica, americana, lusa e originários de outros países já manifestaram formalmente o interesse de explorar o gás existente em Moçambique.

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MAIO 2013 · Capital Magazine

A

indústria dos hidrocarbonetos é uma das que maior potencial possui em Moçambique, um cenário justificado pelas reservas de gás natural existentes. Até ao momento, segundo dados da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), estão identificados quatro campos de gás natural, sendo eles os de Pande, Buzi, Temane e Inhassoro. Em termos de reservas confirmadas de gás natural, o país possui 127.4 biliões de metros cúbicos e encontram-se em exploração apenas as jazidas de Pande e Temane, onde opera a sul-africana SASOL. Entretanto, as recentes descobertas de gás natural indicam um potencial de aproximadamente 160 triliões de pés cúbicos (4.528 biliões de metros cúbicos) apenas na Bacia do Rovuma. A


Dossier

como a futura alavanca da economia nacional. Dada a capacidade reduzida de consumo a nível doméstico, o fornecimento de gás liquefeito a países asiáticos pode constituir uma forte fonte de renda. Admite-se, no entanto, que o impacto da exploração

dos recursos como o gás ainda é reduzido no desenvolvimento sócioeconómico do país, pelo que políticas sustentáveis de exploração deverão ser adoptadas no sentido de garantir fluxos equilibrados de redistribuição e riqueza.

Os grandes interessados

se confirmarem estes dados, Moçambique ascende automaticamente para a quarta posição a nível mundial em termos de reservas de gás natural. É na base deste quadro, que grandes investidores do sector dos hidrocarbonetos a nível mundial estão interessados em explorar o gás natural no país. Contudo, as previsões do Governo indicam que só no findar da década, mais precisamente em 2018, é que o país poderá iniciar o processo de comercialização. Neste mesmo período, a contribuição da exploração dos recursos naturais para o crescimento do produto interno bruto poderá passar para dos actuais 1.7% para 13%. Nesta perspectiva, o potencial energético do país é visto por agências financeiras renomadas, como é o caso da Economic Intelligence Unit,

Além da SASOL, que está a operar em pleno nos blocos de Pande e Temane, temos na bacia do Rovuma multinacionais que estão a investir avultadas somas em trabalhos de pesquisa para aferir da viabilidade comercial das reservas ali existentes. Entre as companhias constam a americana Anadarko, a italina ENI, as indianas Videocon e Barat Petroleum, a japonesa Mitsui, a coreana Kogas, a portuguesa Galp Energia, a Cove Energy e agora a China National Petroleum Corp. Em todos os consórcios envolvidos em processos de prospecção nas áreas a bacia do Rovuma, encontra-se a ENH com participações não superiores a 15% como forma de acautelar os interesses do Estado moçambicano. Assim, América, Itália, Portugal, Índia, Japão, Coreia e China são alguns dos países originários das multinacionais que estão a fazer a prospecção do gás natural na bacia do Rovuma. Entretanto, a lista dos investidores ainda vai engrossar, com

a manifestação formal do interesse de companhias vindas de países como a Rússia. Informações veiculadas pela agência financeira Bloomberg indicavam a pretensão do grupo russo Gazprom de adquirir participações do grupo italiano ENI, num dos blocos em que a empresa está presente no Rovuma. Enquanto isso, em Março, a venda de participações à China National Petroleum Corp permitiu à ENI um encaixe financeiro na ordem dos 4.2 biliões de dólares. Até aqui, as descobertas feitas no Rovuma colocam a portuguesa Galp numa situação privilegiada a médiolongo prazos, no que diz respeito à sua carteira de activos de exploração e à produção de gás natural. Por outro lado, mais empresas americanas estão interessadas em investir no mercado moçambicano para explorar o carvão e o gás natural, sendo que para a sua entrada, os empresários americanos deverão privilegiar parcerias com empresas lusas já estabelecidas no país.c

Empresas que detêm participações na Bacia do Rovuma Na área 1 . Anadarko (americana) – 36,5% . ENH (moçambicana) - 15% . Videocon (indiana) - 10% . Barat Petrole (indiana) – 10% . Mitsui (japonesa) - 20% . Cove Energy - 8,5%

Na área 4 ENI (italiana) - 50% China National Petroleum Corp (chinesa) - 20% ENH (moçambicana) - 10% Galp Energia (portuguesa) - 10% Kogas (coreana) - 10%

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Mozambique´s Gas raises interest of “giants” The country’s potential in the hydrocarbon sector, with particular emphasis on gas, is attracting the attention of major investors in the business. In addition to the mining companies that are already operating on the ground in the production and prospecting activities, the British, American, and Portuguese companies and others from other countries have formally expressed their interest in exploring the existing gas in Mozambique.

T

he hydrocarbon industry is one that has the greatest potential in Mozambique, a fact that is justified by the existing natural gas reserves. So far, according to the data provided

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by the National Hydrocarbons Company (ENH), four natural gas reserves have already been identified, namely Pande, Buzi, Temane and Inhassoro. In terms of proven reserves, the country has 127.4 billion cubic

meters of natural gas and only Pande and Temane reserves are being explored, where the South African company SASOL operates. However, recent discoveries of natural gas indicate a potential of approximately 160 trillion cubic feet (4,528 billion cubic meters) only in the Rovuma Basin. If this data is confirmed, Mozambique will automatically rise to the fourth position in the world ranking in terms of natural gas reserves. It is within this framework that the major hydrocarbon sector investors worldwide are interested in exploring natural gas in the country. Nonetheless, the government forecasts indicate that it is only at the end of the decade, more precisely in 2018, that the country can start the trading process. In this period, the contribution of natural resources to the GDP growth is expected to increase from the current 1.7% to 13%. In this regard, the energy potential of the country is seen by renowned financial agencies, such as the


Dossier

Economic Intelligence Unit, as the future lever of the national economy. Given the reduced capacity of the domestic consumption, the supply of liquefied natural gas to Asian countries can be a strong source of income. It is believed, however, that the impact of resource exploitation such as gas is still low on the socio-economic development of the country. Therefore, sustainable policies on the exploitation of these resources should be adopted in order to ensure balanced flow and wealth redistribution.

The major stakeholders

Apart from SASOL, which is operating in full in Pande and Temane, in the Rovuma Basin, there are other multinationals investing large sums in research in order to assess the commercial viability of the reserves therein. The American Anadarko, the Italian ENI, the Indian Barat Petroleum and Videocon, the Japanese Mitsui, the Korean Kogas, the Portuguese Galp Energia, Cove Energy and now the China National Petroleum Corp. are some of the examples. It should be observed that in all the consortiums involved in the prospecting processes in the Rovuma Basin, ENH holds shares not exceeding 15% as a way of safeguarding the interests of the Mozambican state. Thus, the multinationals that are involved in the prospecting activities of natural gas in the Rovuma Basin are from countries such as America, Italy, Portugal, India, Japan, Korea and China. However, the list of investors will still increase, with the formal expression of interest of companies from countries such as Russia. Information conveyed by the financial news agency Bloomberg

indicated the intention of the Russian group Gazprom to acquire shares of the Italian group ENI, in one of the blocks where the company is present in the Rovuma Basin. Meanwhile, in March, the sale of shares to China National Petroleum Corp allowed ENI a financial inflow of about USD 4.2 billion. So far, the discoveries made in the Rovuma Basin put the Portuguese Galp in a privileged position in the medium-long term, in relation to its

asset portfolio for the exploration and production of natural gas. Moreover, there is a growing number of American companies which are interested in investing in the Mozambican market in order to exploit coal and natural gas. These companies should focus on the partnerships with Portuguese companies that have already been established in the country for their entry.c

Companies holding shares in the Rovuma Basin In area 1

In area 4

Anadarko (American) – 36.5%

ENI (Italian) - 50%

ENH (Mozambican) - 15%

China National Petroleum Corp

Videocon (Indian) - 10%

(Chinese) - 20%

Barat Petrole (Indian) – 10%

ENH (Mozambican) - 10%

Mitsui (Japanese) - 20%

Galp Energia (Portuguese) - 10%

Cove Energy – 8.5%

Kogas (Korean) - 10%

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Foco ECONOMIA

Produção de cimento promete impulsionar sector industrial Este ano, a produção da indústria transformadora vai crescer 6% mais do que em 2011 e 2012. Para este salto deverão contribuir, além da produção de cimento, os investimentos efectuados em algumas empresas, com destaque para o sub-sector agro-alimentar.

E

spera-se que a produção industrial cresça 5.8% este ano, um desempenho melhor do que o verificado em 2011 e 2012, quando a produção aumentou na ordem dos 3.1 e 3.3%, respectivamente. Este resultado, ficará a dever-se, em grande medida, à expectativa de um crescimento significativo na produção de cimento, em resultado da entrada em funcionamento de quatro novas fábricas e à previsão de entrada de mais uma fábrica que tinha sido projectada até ao final de 2012. Com efeito, dados do Plano Económico e Social (PES) para 2013 mostram que a produção de cimento vai crescer em 22.4%, depois de apresentar números inferiores nos anos anteriores: 9.7%, em 2012, e 5.4%, em 2011. Espera-se ainda que o peso do cimento no total da produção industrial seja de 5.5%, superado pela Indústria Metalúrgica com 62.1% de peso; Indústrias Alimentares e de Bebidas (20.8%) e

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MAIO 2013 · Capital Magazine

Indústria do Tabaco (6.6%). Os empreendimentos estarão localizados nos distritos de Chibabava, Inhaminga e nas cidades da Beira e Dondo, na província de Sofala. Segundo o director provincial da Indústria de Sofala, José Ferreira, o investimento na construção das respectivas unidades anda à roda de 250 milhões de dólares norteamericanos e duas das fábricas começam já a produzir este ano. Além destas novas unidades industriais, de acordo com a fonte, decorrem trabalhos para a instalação de um novo forno na fábrica de cimento de Dondo, pertencente à Companhia de Cimentos de Moçambique, do grupo Cimentos de Portugal (Cimpor).

Investimentos em fábricas de agroprocessamento desenvolvem o sector das bebidas, entre outros

Entretanto, outros sectores

responsáveis pelo impulso à produção industrial incluem a indústria alimentar e bebidas, onde se projecta um salto na ordem dos 11.1%, com o aumento previsto na produção de óleos, transformação de cereais e na produção de produtos de pastelaria e de alimentos para animais. Neste sector, destacam-se importantes investimentos que estão a ser efectuados na introdução de novas fábricas de agro-processamento (processamento de arroz, algodão e milho) e de produção de óleo alimentar. Na forja está também a instalação de uma nova linha de produção de rações em Manica bem como o aumento da capacidade de produção de óleos de soja, cerveja e refrigerantes em Nampula. A fábrica de cervejas em Nampula está a ampliar a sua capacidade instalada de produção de 480 mil para 650 mil hectolitros por ano. c


Focus on ECONOMY

Cement production is expected to boost the industry sector This year, the manufacturing industry will grow by 6% more than in 2011 and 2012. Besides the production of cement, the investments in some companies, especially in the sub-agro-food sector are thought to contribute to this growth.

districts of Chibabava, Inhaminga and in the cities of Beira and Dondo in the province of Sofala. According to the provincial director for Industry in Sofala, Jos茅 Ferreira, the investment in the construction of such factories is estimated at 250 million U.S. dollars and it is also believed that two of the factories will start producing this year. According to the source, in addition to these new factories, there are ongoing works for the installation of a new furnace in the cement factory in Dondo which is owned by the Cement Company of Mozambique, from the Cements of Portugal group (Cimpor).

Investments in agroprocessing factories develop the beverages sector, among other sectors

In addition, the food and beverages industry is amongst the sectors that are responsible for the growing trend in the industrial production, where a growth of 11.1% is expected with an anticipated increase in oil production, grain processing and production of confectionery and food for animals.

T

he industrial production is expected to grow by 5.8% this year. This performance is better than that observed in 2011 and 2012, when production increased by 3.1 and 3.3%, respectively. To a large extent, this result will be due to the expectation of significant growth in cement production as a result of the commissioning of four new factories and the forecast for the commissioning of another factory that had been projected by the end

of 2012. In effect, data from the Economic and Social Plan (PES) for 2013 show that cement production will grow by 22.4%, after presenting lower figures in previous years: 9.7% in 2012 and 5.4% in 2011. It is also hoped that the weight of cement in the total industrial output will be 5.5%, surpassed by the Metallurgical Industry with 62.1% weight; Food and Beverages Industries (20.8%) and Tobacco Industry (6.6%). The projects will be located in the

It should be highlighted that important investments are being made for the establishment of new agro-processing factories in this sector (processing of rice, cotton and maize) and for the production of cooking oil. Furthermore, a new production line of rations is expected to be installed in Manica whereas in Nampula, it is hoped that the production capacity of soybean oils, beer and soft drinks will increase. The brewery in Nampula is also expanding its installed production capacity of 480 000 to 650 000 hectoliters per year. c

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Foco NEGÓCIO

Os segredos da união entre Moçambique e Brasil

FotoS Helga Nunes

económico deu a conhecer que na questão cultural, o Brasil, actualmente, mostra um grande interesse em vir a Moçambique, pretendendo explorar a sua música, os objectos de artesanato, o cinema, entre outros. Um dos exemplos é o interesse demonstrado por um projecto brasileiro de batuque no sentido de vir implementar uma escola. Na área do Turismo, as agências de viagem do Brasil também já manifestaram interesse em algumas parcerias. As mesmas pretendem trazer uma missão a Moçambique e levar daqui uma missão, de modo a ver as formas de propiciar a criação de pacotes turísticos.

Moçambicanos não investem no Brasil

Enquanto os brasileiros interessam-se por investir em Moçambique, o inverso contudo não acontece. “Temos estado a trabalhar com as Câmaras de Comércio Moçambique-Brasil, uma com sede em Minas Gerais, outra em Vitória e São Paulo, no sentido de levar os empresários moçambicanos de vários domínios a palestras onde possamos mostrar as oportunidades no Brasil, revela o conselheiro económico. Contudo, as relações comerciais ainda são fracas, com a balança a favorecer em larga medida o Brasil.

Os brasileiros vêm a Moçambique a negócios e por razões culturais e turísticas. Os laços histórico-culturais comuns são atractivos mais do que suficientes para aproximar ambos os povos, segundo o conselheiro económico para Assuntos de Turismo da Embaixada de Moçambique em Brasília, Romualdo Johnam.

A

pesar do crescimento verificado nos últimos anos, as relações de cooperação entre Moçambique e Brasil ainda não são significativas. Mas podem encontrar

na Arte e no Turismo um factor catalizador, segundo o conselheiro económico para Assuntos de Turismo da Embaixada de Moçambique em Brasília, Romualdo Johnam. Em entrevista à Capital, o conselheiro

Agricultura e minas são outros domínios da cooperação

O conselheiro económico constatou também o interesse de vários brasileiros em investir no sector das Minas, Saúde e Agro-pecuária. A cooperação estende-se também à área das energias. A esse nível, o Brasil apoia a estratégia nacional de produção de biocombustíveis, a qual visa reduzir a factura de importação de combustíveis fósseis, actualmente estimada em 500 milhões de dólares anuais. c

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Focus on BUSINESS

The cooperation secrets between Mozambique and Brazil Brazilians come to Mozambique on business and for tourism as well as for cultural reasons. According to the economic advisor for Tourism Affairs from Mozambique Embassy in Brasilia, Romualdo Johnam, the common historical and cultural ties between the two countries are attractive enough to bring both peoples together.

D

espite growth in recent years, the cooperation between Mozambique and Brazil is not yet significant. But a catalyst factor can be found on Art and Tourism,

according to Romualdo Johnam. In an interview with the Capital magazine, the economic advisor said that in the cultural area, Brazil currently shows a great interest in coming to Mozambique, aiming at exploring its music, craft objects, film, among others. One of the examples is the interest shown by a drumming project from Brazil for opening up a school. With regard to Tourism, travel agencies in Brazil have already expressed interest in establishing some partnerships. These agencies are planning to bring a mission to Mozambique and also take back a mission in order to find ways of providing the creation of tourism packages.

Mozambicans do not invest in Brazil

While Brazilians are interested in investing in Mozambique, the reverse does not happen. “We have been working with BrazilMozambique Chambers of Com-

merce, one based in Minas Gerais, and the other in Victoria and São Paulo, in bringing Mozambican entrepreneurs from various fields to lectures where we can show the opportunities in Brazil,” said the economic advisor. However, trade relations are still weak, with the balance benefitting Brazil on a large scale.

Agriculture and mining are other areas of cooperation

The economic adviser also observed the interest of several Brazilians in investing in the Mining, Health and Agro-livestock sectors. The cooperation also extends to the area of ​​energies. At this level, Brazil supports the national strategy for biofuels which aims at reducing the import bill for fossil fuels, currently estimated at 500 million dollars annually. c

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Munir Sacoor, director-geral da Tes-Top

A paixão ao trabalho molda a Tes-Top O empresário Munir Sacoor lidera com paixão a Tes-Top, uma empresa bem sucedida no mercado nacional de material eléctrico e electrificação, assim como na área da construção e dos combustíveis. Os bons resultados conseguidos provêm sobretudo de um espírito empreendedor e atento e da disciplina proactiva incutida pelos pais ao longo da sua infância. Saiba como a sua empresa cresceu assim como as opções estratégicas tomadas com a CAPITAL. Munir Sacoor É uma firma bem sucedida, sobretudo, no mercado moçambicano de material eléctrico e electrificação, bem como na área da construção e dos combustíveis, e possui no seu portfolio algumas obras de referência.

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TEMA DE FUNDO TEXTO Sérgio Mabombo

FotoS João Garrido

M

unir Sacoor considera o pai, um exímio contador de histórias, como a maior escola da sua vida. E este ter-lhe-á dito em pequeno: «Um homem tem de ser trabalhador». Munir seguiu o preceito à risca e os resultados das lições dadas reflectem-se no crescimento da sua empresa: a Tes-Top. O percurso de Munir e da Tes-Top envolveu alguns obstáculos, tal como dificuldades em adquirir financiamento. Na altura, o empresário redigia cartas às instituições financeiras sem obter qualquer resposta, à excepção de um banco: o BCI. Não obstante, quem lhe deu a mão, de facto, foi um amigo chamado Abdul Aziz. Aliás, Aziz, comerciante e industrial, é considerado um pai e a quem Munir diz que deve tudo. A empresa iniciou a sua actividade com apenas dois colaboradores, há 10 anos, e hoje emprega mais de 200 trabalhadores. Com um investimento inicial de menos de 150 mil meticais, actualmente possui um capital social de mais de 28 milhões de meticais. Mediante o slogan «Força e Desenvolvimento», a empresa Tes-Top tem vindo, nos últimos 10 anos, a exercer a sua actividade um pouco por todo o País. É uma firma bem sucedida, sobretudo, no mercado moçambicano de material eléctrico e electrificação, bem como na área da construção e dos combustíveis, e possui no seu portfolio algumas obras de referência. Uma delas diz respeito à construção de uma plataforma para a estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), em Maputo, que contou com a inclusão de iluminação e pavê. A obra executada para os CFM consistiu no primeiro trabalho executado pela TesTop, ao que se seguiram muitas outras. Munir Sacoor recorda ainda trabalhos realizados para o Hospital Central de

Maputo, MIPS, Sotux, Mcel, assim como o fornecimento de cabos eléctricos para o Aeroporto Internacional de Maputo. Em carteira possui a construção de quatro escolas em Moma, para este ano, e, ao mesmo tempo, faz parte da Tes-Top uma nova bomba de combustível no Mixafutene e um estaleiro no Milagre Mabote.

Opções estratégicas e conquistas

Apesar dos resultados conseguidos serem satisfatórios, os mesmos ainda estão longe de saciar a ambição do empreendedor na íntegra. «O nosso maior desafio é obter parceiros multinacionais», refere com os olhos postos no futuro. E o sonho já se começou a materializar. A Tes-Top é parceira de algumas empresas sul-africanas, como a Verostest e a PPE, que fornece apoio em termos de serviços de engenharia mais especializados. Por outro lado, assinou igualmente parcerias com companhias de capitais europeus, japoneses e americanos e anuncia um ‘salto’ para a comercialização na área da tecnologia. No decurso das opções estratégicas

tomadas, a Tes-Top pretende ainda apostar em recursos humanos jovens, ao longo deste ano. Tudo porque Munir acredita que o sangue novo poderá trazer novos e bons inputs à sua firma em termos de cultura empresarial. Na sua opinião, o ideal será conferir uma maior rapidez e precisão aos funcionários, sem descurar uma boa formação em cultura organizacional, insistindo em áreas como a gestão de processos e higiene e segurança no local de trabalho. Pelo caminho, a organização já conquistou diversos diplomas de mérito, tais como um Quality Management System Certificate – Manufacture and After Sales Service of Electric Power Fitting and Heat Shrinkable Cable Accessory, pelo Huaxta Certification Center, e orgulhase de participar nas actividades levadas a cabo por instituições como a Confederação das Associações Económicas (CTA), a Associação Industrial de Moçambique (AIMO), a Federação Moçambicana de Empreiteiros e o Gabinete da Esposa do Presidente da República de Moçambique.

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Passado difícil, presente generoso Munir Sacoor nasceu em 1971 e passou a sua infância na vila de Nametil, no distrito de Mogovolas (Nampula). Na década de 80 do século passado, o pai e o irmão foram raptados e mortos pelos homens da RENAMO durante a guerra civil, desconhecendo-se até hoje o paradeiro dos seus corpos. Após esse período, a família abandonou o país em direcção ao Malawi. Ali, a mãe dedicou-se à costura e bordados por conta própria. E a aventura iria permitir que a família visitasse outros países do continente asiático. De volta a Moçambique, por volta da década de 90, Sacoor optou por se aventurar em Maputo, onde ingressou na firma Tricos de Moçambique. Começou por ser fiel de armazém, mas o seu empenho e responsabilidade levaram a que atingisse o cargo de gerente. A confiança no seu trabalho era tal que o director mais tarde lhe ofereceu uma viatura, que ainda hoje mantém. Mas a ambição levou-o a implementar o seu próprio negócio em Março de 2002: a Tes-Top. O empresário faz questão de sublinhar que a sua infância difícil, envolta num clima de guerra, embora lhe tenha dificultado a vida teve o condão de lhe moldar o carácter. Exemplo disso é a forma como encara o negócio com responsabilidade social, encetando esforços junto dos mais carenciados com o apoio do Gabinete da Primeira Dama.c

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BACKGROUND THEME Munir Sacoor, Director General of Tes-Top

TEXT Sérgio Mabombo

photoS João Garrido

Passion to work shapes Tes-Top The businessman, Munir Sacoor, runs Tes-Top with passion, a successful company in the domestic market of electrical equipment and electrification, as well as in construction and fuel areas. The positive results that he has achieved are mainly a result of an entrepreneurial spirit, attentive and proactive discipline that was inculcated by his parents throughout his childhood. Learn how his company has grown and the strategic options that have been taken with the CAPITAL magazine.

M

unir Sacoor considers his father, a master storyteller, as the best school of his life. And his father told him the following when Munir was young: “A man has to be a hard

worker.” Munir followed the precept to the letter and the results of the lessons given were reflected in the growth of his company: Tes-Top. The life span of both Munir and TesTop involved some obstacles, such as difficulties in obtaining financing.

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At the time, the businessman would write letters to financial institutions without getting any response, except from one bank: BCI. Nevertheless, he was given a hand, as a matter of fact, by a friend named Abdul Aziz. Incidentally, Aziz, a merchant and industrialist, is regarded as a father to whom Munir claims to owe everything he has. The company started its activities with only two employees, 10 years ago, and today it employs more than 200 workers. With an initial investment of less than 150 thousand Meticais, currently it has an equity capital of over 28 million meticais. Through the slogan “Strength and Development”, for the past 10 years the company, Tes-Top, has been carrying out its activities all over the country. It is a successful company, especially in the Mozambican market of electrical equipment and electrification as well as in construction and fuel areas, and it has in its portfolio some reference works. One of these works is related to the construction of a platform for the station of the Railways of Mozambique (CFM) in Maputo, which included lighting and pave. This is one of the works undertaken by TesTop, and many other works followed. Munir Sacoor recalls the works undertaken for Maputo Central Hospital, MIPS, Sotux, Mcel, as well as the supply of electrical cables for Maputo International Airport. In the construction portfolio, it has four schools to be built in Moma this year. In addition to this, a new petrol station in Mixafutene and a yard on Milagre Mabote are also part of TesTop portfolio.

Strategic options and achievements

Although the results achieved are satisfactory, they are still far from meeting the ambition of the

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entrepreneur in full. “Our biggest challenge is to get multinational partners,” says Munir with his eyes set on the future. And the dream has now started to be materialized. Tes-Top has partnered with South African companies such as Verostest and PPE, which provide support in terms of more specialized engineering services. Furthermore, it has also entered into partnerships with companies with European, Japanese and American capital and this is a ‘jump’ for trading in the area of ​​technology.

Along with the strategic choices that have been made, Tes-Top also intends to invest in human resources, more specifically in youth this year. All because Munir believes that new blood can bring new and good inputs to his company in terms of corporate culture. In his opinion, the ideal would be to provide greater speed and precision to employees, without neglecting proper training in organizational culture, insisting on areas such as process management and health and safety in the workplace.


Difficult past, generous present Sacoor Munir was born in 1971 and spent his childhood in the village of Nametil, in the district of Mogovolas (Nampula). In the 80s, his father and brother were abducted and killed by RENAMO soldiers during the civil war, and their whereabouts are not known up to now. After this period, the family left the country towards Malawi. In Malawi, his mother was devoted to sewing and embroidery on her own. And the adventure would allow the family to visit other countries in the Asian continent. Back to Mozambique, around the 90s, Sacoor opted to venture in Maputo, where he joined a company named Tricos de Mo莽ambique. He began by being a warehouse supervisor, but his commitment and responsibility led him to be a manager. The confidence in his work was such that later the director offered him a car, which he still keeps. But ambition made him go further until he opened up his own business in March 2002: Tes-Top. The businessman stresses that his difficult childhood, shrouded in an atmosphere of war, though it made his life difficult, but it also shaped his character. One example of this is the way he views business with social responsibility by engaging efforts with the poorest with the support of the Office of the First Lady.c

Along the way, the organization has won many diplomas of merit, such as Quality Management System Certificate - Manufacture and After Sales Service of Electric Power Fitting and Heat Shrinkable Cable Accessory, by Huaxta Certification Centre, and it is proud for participating in the activities carried out by institutions such as the Confederation of Economic Associations (CTA), the Industrial Association of Mozambique (AIMO), the Mozambican Federation of Contractors and the Office of the Wife of the President of the Republic of Mozambique.

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Mercados/Markets STANDARD BANK

Informação Económica Mensal

Economia Moçambicana / Mozambican Economy

Fáusio Mussá Economista do Standard Bank

Mercado Monetário Durante o primeiro trimestre de 2013, o Banco de

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MAIO 2013 ABRIL 2013 ·· Capital Magazine Capital Magazine

Inflation Monthly inflation measured by Mozambique’s Consumer Price Index (CPI) decelerated to 0.3% m/m (month on month) in March, the lowest level in 6 months and for the first time below 1% m/m in 5 months. The City of Beira recorded the highest monthly inflation of 0.53% m/m, followed by Maputo with 0.26% m/m and Nampula, 0.24% m/m. Once again, food price increases was the main driver of monthly inflation, but at a lower magnitude than previous months, which most probably indicates that negative impact of recent floods on food prices is being contained. This caused the country’s annual inflation to remain relatively stable, with a 9bps (basis points) increase to 4.27% y/y (year on year). Maputo annual inflation declined 2bps to 4.31% y/y with Beira and Nampula recording increases of 17bps and 20bps to respectively 4.67% y/y and 4.02% y/y. Average inflation remained at historically low levels, increasing 4pbs in the country to 2.51%, but dropping 8bps in Nampula to 2.69% while increasing 1bp and 14bps, respectively in Beira and Maputo to 3.01% and 2.23%. 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

Inflacao - Mocambique (Moz Inflation) Anual (Year on Year) Media (Average)

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Jan/12 Feb/12 Mar/12 Apr/12 May/12 Jun/12 Jul/12 Aug/12 Sep/12 Oct/12 Nov/12 Dec/12 Jan/13 Feb/13 Mar/13

%

Inflação A inflação mensal medida pelo IPC Moçambique, desacelerou em Março, para 0.3% m/m (mês a mês), nível mais baixo dos últimos 6 meses, e pela primeira vez abaixo de 1% m/m em 5 meses. A Cidade da Beira registou a maior inflação mensal, de 0.53% m/m, seguida de Maputo, 0.26% m/m e Nampula, 0.24% m/m. A subida de preços na classe dos alimentos foi mais uma vez determinante para a inflação mensal, mas numa magnitude menos acentuada que nos meses anteriores, indicando provavelmente que o impacto negativo das cheias sobre o preço dos produtos alimentares esta a dissipar-se. Como resultado, observou-se uma relativa estabilidade da inflação anual do país que aumentou 9pb (pontos base) para 4.27% a/a (ano ano). Maputo registou uma queda de 2pb na inflação anual para 4.31%, enquanto Beira e Nampula observaram um aumento de 17pb e 20pb para 4.67% a/a e 4.02% a/a, respectivamente. Em termos de médios, a inflação manteve-se a níveis historicamente baixos, com um aumento de 4pb na média do país para 2.51%. Nampula registou uma queda de 8pb para 2.69%, com Beira e Maputo a registarem subidas de 1pb e 14pb, para 3.01% e 2.23%, respectivamente. Tudo indica que a apreciação do Metical face ao Rand permitiu limitar o impacto negativo das recentes cheias sobre o preço dos alimentos tornando os produtos importados mais acessíveis, mas permanecem os riscos de ajustamentos salariais acima da inflação, do aumento de preços administrados e de uma recuperação lenta da produção agrária. Ainda assim, mantemos a nossa previsão de uma inflação a um dígito para este ano.


Moçambique (BM) manteve inalteradas as suas taxas de juro de referência em 9.5% para Os empréstimos overnight aos bancos comerciais, FPC e 2.25% para a facilidade de depósito, FPD. Muito provavelmente as taxas de juro irão manter-se estáveis nos próximos meses, um cenário sustentado pelo facto de a inflação média anual se apresentar relativamente estável e a níveis historicamente baixos. A forte liquidez do mercado monetário permitiu um crescimento do crédito à economia de 20% a/a em Fevereiro, contra 8.6% a/a em igual período de 2012, e uma taxa de juro de financiamento prime média do mercado, estável em Março, de 15.35%, com uma ténue tendência decrescente. 30

Agregados Monetarios & Prime Rate Monetary Agregates & Prime Rate

It looks like the Metical appreciation to the SA Rand helped limit the negative impact of recent floods on food prices making imported items cheaper. However, we anticipate risks coming from salary adjustments above inflation, the expected increase in some administered prices and a slow recovery of agriculture output. Despite these risks, we maintain our forecast of single digit inflation for the year. Money Market During the first quarter of 2013, Central Bank kept on hold their reference interest rates, with FPC - overnight lending facility interest rate, at 9.5%, and FPD, deposit facility interest rate at 2.25%. 20

25

Taxas de Juro (mercado primario) (Primary market interest rates)

15

20 15

10

%

10 5 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Dec-11 Jan-12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May-12 Jun-12 Jul-12 Aug-12 Sep-12 Oct-12 Nov-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13

5

Mercado Cambial O saldo de Reservas Internacionais Líquidas caiu U$98.6 milhões em Março para U$2290.9 milhões, mantendo a tendência decrescente que se observa desde o início do ano. O Banco Central efectuou no mês, vendas líquidas de divisas no mercado cambial na ordem dos U$128.7 milhões, dos quais dois terços destinaram-se a suportar a importação de combustíveis, o que permitiu manter o Metical relativamente estável face ao Dólar. Em termos mensais, a moeda nacional apresentou uma depreciação mensal de 0.3% m/m contra o Dólar, mas apreciou-se 3% m/m e 2% m/m contra o Rand e o Euro, fechando o mês ao nível de MZN/USD30.08, MZN/ZAR3.26 e MZN/EUR38.57. Taxas de Cambio (Foreign Exchange Rates) 5

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MT/ZAR

4

35 30

3

25 20

2

2005 2006 2007 2008 2009 Dec-10 Dec-11 Jan-12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May-12 Jun-12 Jul-12 Aug-12 Sep-12 Oct-12 Nov-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13

MT/USD MT/EUR

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MT/USD

MT/EUR

2005 2006 2007 2008 2009 Dec-10 Dec-11 Jan-12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May-12 Jun-12 Jul-12 Aug-12 Sep-12 Oct-12 Nov-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13

0

Credito a Economia (Credit to Economy) y/y% M3 y/y% Prime rate %

FPC

BT 91d (TB)

FPD

Interest rates are likely to stable in coming months, a scenario sustained by a relatively stable and historical low average inflation. The strong liquidity levels in money market allowed for private sector credit extension to grow 20% y/y in February, against 8.6% during the same period of 2012, with market average prime lending rate stable in March, at 15.35% keeping a narrow decreasing trend. Foreign Exchange Market The Net International Reserves (NIR) balance dropped U$98.6 million during March, closing at U$2290.9 million, maintaining a decreasing trend since the beginning of the year. Central Bank net sales of foreign currency (fx) totaled U$128.7 million, of which 2/3 were used to support the fuel import bills. This allowed the Metical to remain relatively stable to the US Dollar. On monthly basis, local currency depreciated 0.3% m/m to the US Dollar, but gained 3% m/m and 2% m/m to the Rand and Euro, respectively, closing the month at MZN/USD30.08, MZN/ZAR3.26 and MZN/EUR38.57. At an annual basis, the Metical lost 8.4% y/y and 4.2% y/y to the Dollar and the Euro, but gained 10.1% to the Rand.

MT/ZAR

Magazine··ABRIL MAIO 2013 Capital Capital Magazine

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Variacao% PIB real trimestral a/a 2009-2012 (Change% Quarterly real GDP y/y) 2009 -2012) 10 8 7

9,5

9,0

9

8,2 6,3

7,3 6,0

6

7,1

7,0

5,9

6,9

6,5

6,1 6,2

8,3

8,1

12 Q4

12 Q3

12 Q2

12 Q1

11 Q4

11 Q3

11 Q2

11 Q1

10 Q4

10 Q3

10 Q2

10 Q1

09 Q4

09 Q3

09 Q2

5 4

1.500

3

1.000

2

500

1

0

Meses (Months)

6

2.000

0

RIL (NIR) USD Meses Cob.Import.(Import Cover Months)

Central Bank interventions helped to maintain the currency relatively stable, during a period were the market shows a supply of fx seasonally lower than demand. Economic Activity INE (National Statistics Institute) has recently published 2012 GDP data, showing a growth of 8.3% during the last quarter of the year and 7.4% y/y on a cumulative basis for year. The primary sector, accounting with 26.5% of the real annual GDP was the most dynamic, growing 8.7% y/y due to the expansion of mining output of 40.8% y/y. The services sector, the biggest, contributing with 46.6% to the GDP, grew 7.2% due to strong contributions from trade & services, transport & communications and financial activities, growing, respectively 8.2%, 10.4% and 12.8% y/y. The secondary sector, accounting with 19.8% to the GDP, grew 6.2% mainly attributed to the expansion of construction and manufacturing at 9.8% y/y and 7.8% y/y, respectively, offsetting the negative impact of the contraction occurred in the energy & water activities of -0.4% y/y.

Admin.Publica (Public Admin.) 3,8%

4 09 Q1

7

2.500

Estrutura do PIB 2012 (2012 GDP Structure)

4,9

5

3.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 Dec-11 Jan-12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May-12 Jun-12 Jul-12 Aug-12 Sep-12 Oct-12 Nov-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13

Actividade Económica Dados do PIB recentemente divulgados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) indicam que a actividade económica manteve-se robusta em 2012, com um crescimento de 8.3% a/a no último trimestre do ano e uma expansão anual acumulada de 7.4% a/a. O sector primário foi o mais dinâmico, com um peso de 26.5% no PIB real anual, cresceu 8.7%, impulsionado pela forte expansão da actividade extractiva de 40.8%. Seguiu-se o sector terciário (46.6% do PIB), que expandiu 7.2%, destacando-se o comércio & serviços, transportes & comunicações e o ramo financeiro que expandiram 8.2%, 10.4% e 12.8%, respectivamente. O sector secundário com um peso de 19.8% no PIB, cresceu 6.2% impulsionado pela construção e manufactura que expandiram 9.8% e 7.8%, respectivamente, contrariando o impacto da contracção de -0.4% observada no ramo de electricidade & água. Espera-se que a actividade económica registe um crescimento menos robusto em 2013 do que o verificado em 2012, devido ao impacto das recentes cheias sobre a actividade agrícola, sector que representa ¼ do PIB.

Reservas Internacionais vs Cobertura Imp. (Net International Reserves vs Import Cover) mio USD (USD millions)

Em termos anuais, o Metical registou em Março, depreciações de 8.4% a/a e 4.2% a/a contra o Dólar e o Euro, mas ganhou terreno em relação ao Rand, com uma apreciação de 10.1% a/a. As intervenções do Banco Central têm permitido manter o Metical relativamente estável, num período em que o mercado se encontra com uma oferta de divisas sazonalmente inferior à procura.

Prevemos um crescimento em torno dos 6% este ano, abaixo da média de 7.4% dos últimos 10 anos e inferior aos 8.4% inicialmente projectados pelo Governo.

Outros (Other Sectors) 20,8%

Ind.Min (Mining) 1,7%

Manufac. (Manufacturing) 12,0%

Transport. & Com. 12,3%

Serv.Fin. (Fin.Services) 5,6%

Agric.&Pescas (Agric.&Fishing) 24,8%

Comerc.Serv.Re p. (Trade&R.Servic es) 11,1%

Electric.Agua Construcao (Elect.&Water) 4,5% (Construction) 3,4%

We expect for 2013 a lower growth than the one recorded in 2012 mainly due to the negative impact of recent floods on agriculture, a sector that represents ¼ of GDP. Our forecast is for an expansion in the region of 6% y/y, lower than the past 10 years average of 7.4% and below Government initial projections of 8.4%.

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Anexo (Appendix): Indicadores Macroeconómicos (Macroeconomic Indicators)

Nota Este documento foi preparado com base em informação de fontes que o Grupo Standard Bank acredita e são confiáveis. Apesar de todo o cuidado ter sido tomado na elaboração deste documento, nenhum analista ou membro do Grupo Standard Bank fornece qualquer garantia ou aceita qualquer responsabilidade sobre a informação contida neste documento. Todas as opiniões, previsões e estimativas contidas neste documento podem ser alteradas após a sua publicação e a qualquer momento, sem aviso prévio. O desempenho histórico não é indicativo de resultados futuros. Os investimentos e estratégias discutidos aqui podem não ser adequados para todos os investidores ou qualquer grupo particular de investidores. Este documento foi elaborado para efeitos informativos, apenas para clientes do Standard Bank ou potenciais clientes e não deve ser reproduzido ou distribuído a qualquer outra pessoa sem o consentimento prévio de um membro do Grupo Standard Bank. O uso não autorizado deste documento é estritamente proibido. Ao aceitar este documento, concorda ser guiado pelas limitações que existem ou que venham a existir. Copyright 2013 Standard Bank Group. Todos os direitos reservados.

Disclaimer This research report is based on information from sources that Standard Bank Group believes to be reliable. Whilst every care has been taken in preparing this document, no research analyst or member of the Standard Bank Group gives any representation, warranty or undertaking and accepts responsibility or liability as to the accuracy or completeness of the information set out in this document. All views, opinions, estimates contained in this document may be changed after publication at any time without notice. Past performance is not indicative of future results. The investments and strategies discussed here may not be suitable for all investors or any particular class of investors. This report is intended solely for clients and prospective clients of members of Standard Bank Group and may not be reproduced or distributed to any other person without the prior consent of a member of the Standard Bank Group. Unauthorized use or disclosure of this document is strictly prohibited. By accepting this document, you agree to be bound by the foregoing limitations. Copyright 2013 Standard Bank Group. All rights reserved.

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FISCALIDADE

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Do Procedimento de Fisca 1. Enquadramento Com vista a estabelecer de forma clara os limites na actuação da Administração Tributária (AT) em sede do Procedimento de Fiscalização Tributária (“PFT”), bem como as garantias dos contribuintes decorrentes da inspecção, foi aprovado o Decreto nº 19/2005, de 22 de Junho: Regulamento do Procedimento de Fiscalização Tributária (RPFT) . O RPFT estabelece de forma clara os limites de verificação das realidades tributárias dos Sujeitos Passivos (SP), nomeadamente no tocante ao cumprimento das suas obrigações tributárias e prevenção de infracções tributárias, bem como as garantias estabelecidas por lei para o efeito. Assim, com o presente texto pretendemos abordar os limites e deveres impostos à AT na sua actuação bem como os direitos que assistem aos SP em sede do PFT. 2.

O Início do Procedimento de Fiscalização Tributária (“PFT”) Segundo o Professor Joaquim Freitas da Rocha, na sua obra Lições de Procedimento e Processo Tributário, em sede do PFT a AT deverá observar aos princípios da legalidade, da verdade material, da

proporcionalidade, do contraditório e da cooperação, compreendendo na sua actuação, entre outras, as seguintes constatações: (i) confirmação dos elementos declarados pelos SP, (ii) indagação de factos tributários não declarados pelos SP, (iii) inventariação e avaliação de bens, móveis ou imóveis, e (iv) realização de perícias ou exames técnicos quando necessário. Nos termos do nº 1 do art. 44 do RPFT, o início do PFT deve ser notificado ao SP com uma antecedência mínima de 2 (dois) dias e máxima de 5 (cinco) dias. A notificação para início do PFT efectua-se por carta-aviso, fazendose menção à identificação do SP, o âmbito e extensão do PFT, à indicação por remissão dos normativos prevendo os direitos, deveres e garantias dos SP. Excepcionalmente, há lugar à dispensa de notificação prévia para a realização do PFT (cfr o nº 1 do art. 45 do RPFT) quando existam razões que justifiquem e a notificação antecipada do início do procedimento de fiscalização for, por qualquer motivo, susceptível de comprometer o seu êxito ou o procedimento tiver por finalidade apenas a consulta, recolha ou cruzamento de documentos/dados.


FISCALIDADE

PRICEWATERHOUSECOOPERS

alização Tributária

(I)

Pese embora as excepções acima referidas, é legítima a oposição pelos SP aos actos de fiscalização com fundamento na falta de credenciação dos funcionários incumbidos da sua execução, conforme previsão legal do art. 42 do RPFT. O PFT é realizado no horário normal de funcionamento da actividade do SP, porém mediante acordo com este último, e em casos excepcionais, poderá ser praticado fora do horário normal. 3.

Consequências do Procedimento Inspectivo Uma vez concluída a prática de actos de recolha de informação sobre o SP, este deve ser notificado através da emissão da respectiva Nota de Constatações (“NC”), com a identificação desses actos e a sua fundamentação (cfr. art. 54 do RPFT). A NC deverá fixar um prazo entre 8 (oito) a 15 (quinze) dias para que o SP se pronuncie, podendo o SP prescindir da resposta escrita, e optar por prestar verbalmente as suas declarações, que serão reduzidas a termo pela AT. Findo o pronunciamento do SP, e num prazo de prazo de 5 (cinco) dias após o conhecimento pela AT das declarações ou resposta do SP, será elaborado o relatório final definitivo (cfr. nº

4 do art. 54 do RPFT). As conclusões do relatório do PFT que alterem a situação tributária do SP devem ser notificadas ao mesmo no prazo de 10 (dez) dias após a elaboração do referido relatório, com vista à identificação e sistematização dos factos detectados e sua qualificação jurídico tributária. Do relatório definitivo pode-se concluir que: (i) que há lugar, apenas, ao pagamento do imposto adicional, (ii) houve cometimento de alguma infracção tributária, podendo haver, igualmente, lugar ao pagamento do imposto adicional, ou (iii) não há lugar nem a infracção tributária e nem sequer a pagamento de imposto adicional. Neste último caso, o PFT é arquivado pela AT não tendo qualquer seguimento, ao contrário do que sucede nos casos em (i) e (ii) que serão objecto de uma abordagem no próximo texto. 4.

Nota final Em regra, o PFT deve ser visto de uma perspectiva educacional, com vista à educação do SP no cumprimento das suas obrigações tributárias e organização da sua escrita em conformidade com a lei. Porém, e em determinadas situações, quando existam indícios claros de que a situação apurada

não vai ao encontro do previsto na legislação, a AT pode impor multas pelo incumprimento, como forma de persuadir o SP a evitar situações desta natureza no futuro. Pelo acima exposto e dado que o PFT tem um carácter intrusivo na vida da actividade comercial do SP inspecionado, consubstanciando em determinadas situações verdadeiros momentos interruptivos da sua actividade, dada a necessidade de acompanhamento, prestação de informações e disponibilização de documentos à AT, torna-se importante que o SP saiba de antemão quais os seus direitos e deveres decorrentes do PFT estabelecidos pela lei.

(*) Consultor PricewaterhouseCoopers Legal

PwC

Este artigo é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado para um caso concreto. A PricewaterhouseCoopers Legal não se responsabilizará por qualquer dano ou prejuízo emergente de uma decisão tomada (ou deixada de tomar) com base na informação aqui descrita.

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FISCALITY

PRICEWATERHOUSECOOPERS

Ebrahim Bhikha *

“A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro” Esta é a promessa que fazemos aos nossos clientes, aos nossos colaboradores e às comunidades nas quais operamos. Oferecemos uma amplitude de serviços para assessorar os nossos clientes, nas mais diversas áreas, para enfrentar desafios e potenciar o seu desempenho. Local e internacionalmente, a PwC trabalha com as maiores organizações mundiais e com grandes empreendedores. A PwC é uma rede internacional e sustentada de prestação de serviços de elevado profissionalismo. Os nossos serviços, entre outros: Auditoria Consultoria Contabilidade Fiscalidade

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Tax Inspection Proced 1. Context In order to clarify the limits of the Tax Administration (“TA”) on the actions within the procedure of the Tax Inspection (“TIP”), as well as the guarantees for the taxpayers arising from the inspection, the Decree No. 19/2005 of June 22: Regulation of Tax Inspection Procedure (“RTIP”) was approved. The RTIP clearly establishes the limits of verification of the realities of the Citizens Tax Liabilities (“Taxpayers”), particularly with regard to the fulfilment of their tax obligations and the prevention of tax offenses, as well as the guarantees established by law for this purpose. Thus, this text is intended to address the limits and duties imposed on the TA concerning its action and the rights of the taxpayers with regard to TIP. 2.

Introduction of the Tax Inspection Procedure (“TIP”) According to Professor Joaquim Freitas da Rocha, in his book “Lessons of Tax Procedure and Proceedings” in TIP, TA should observe the principles of legality, material truth, proportionality, adversarial and cooperation, including in its action , among others, the

following findings: (i) confirmation of the elements declared by the taxpayers, (ii) tax investigation of facts not reported by the taxpayers, (iii) inventory and assessment of movable or immovable property, and (iv) conducting skills or technical examinations whenever necessary. Pursuant to paragraph 1 of Article 44 of RTIP, the introduction of TIP should be notified to the taxpayers with a minimum of two (2) days and a maximum of five (5) days. The notification for the introduction of TIP shall be by letter of warning, mentioning the identity of the taxpayers, the scope and extent of TIP, the indication by remission of the normative establishing the rights, obligations and guarantees of the taxpayers. Exceptionally, there is a room for waiving notice to perform the TIP (cf. paragraph 1 of Art. 45 of RTIP) when there are reasons that justify it and if advancing the notification concerning the introduction of the inspection procedure is, for whatever reason, likely to compromise its success or if the procedure is only for reference, collection or crossing documents/ data.


FISCALITY

dure

(I)

Despite the above exceptions, the opposition of taxpayers to the inspection acts is legitimate on grounds of lack of accreditation of the officials responsible for its implementation, pursuant to the legal provisions of Art. 42 of RTIP. Note that the TIP is conducted during normal operating activity of the taxpayers by agreement with the latter, and in exceptional cases, it may be done outside normal working hours. 3.

PRICEWATERHOUSECOOPERS

Consequences of the Inspection Procedure Once the collection of information regarding the taxpayers is concluded, they should be notified through the issue of the Findings Note (“FN”), with the identification of such acts and their reasons (cf. art. 54 of RTIP). The FN should set a deadline of 8 (eight) to 15 (fifteen) days for the taxpayers to react, or may even waive the written answer, and choose to verbally provide statements, which will be reduced under the terms of the TA. After the pronouncement of the taxpayers and within a period of five (5) days after the TA has been informed about the statements or answers provided by the taxpayers,

the final report shall be prepared (see paragraph 4 of art.54 of RTIP). Taxpayers should be notified of the conclusions of the TIP report affecting their tax status within ten (10) days after the preparation of the report, for the identification and systematization of the facts that were found and their tax legal qualification. From the final report it can be concluded that: (i) there is room only for the payment of additional tax, (ii) there was some tax offense, and there may also be a room for the payment of additional tax, or (iii) there is no place both for tax offense and the payment of additional tax. In the latter case, the TIP is terminated by the TA with no follow-up, unlike what happens in the cases in (i) and (ii) which will be discussed in the next text.

is required by law, the TA may impose fines for non-compliance as a way of persuading the taxpayers to avoid such situations in the future. For the above and given that the TIP has an intrusive character in the commercial activity of the taxpayers that have been inspected, in certain situations leading to the interruption of their activity, given the need for monitoring, reporting and provision of documents to the TA, it is important for the taxpayers to know in advance their rights and obligations arising from the TIP established by law.

(*) Consultant PricewaterhouseCoopers Cool

PwC 4. Final note As a rule, the TIP should be seen from an education perspective, with a view to educating the taxpayers to comply with their tax obligations and organize their accounting records in accordance with the law. However, in certain situations, when there are clear indications that the situation found does not meet what

This article is of a general nature and purely informative, and not intended for any particular situation or entity, and it does not replace professional advice for a particular case. Cool PricewaterhouseCoopers shall not be liable for any damages or loss arising from a decision made (or lack of) based on the information herein.

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Planificar é bom O presidente da Associação de Hotéis do Sul de Moçambique, Quessanias Matsombe, fala dos desafios inerentes à necessária planificação no sector turístico e dá soluções sobre como resolver algumas problemáticas, como a requalificação da Marginal de Maputo. Saiba como com a Capital. que não há o cuidado de planear cuidadosamente as actividades que devem ser desenvolvidas nessas zonas. Os actores nesses locais tomam as decisões conforme o seu entendimento. Teremos de começar do zero, olhando para o Mapa de Moçambique, e planificar. O Ministério do Turismo não é o culpado porque no terreno existem outros intervenientes que fazem o contrário.

Um dos desafios do Governo passa pela planificação. A que nível poderá funcionar a planificação que irá permitir um turismo integrado? O projecto da construção da circular de Maputo ao longo da Marginal é um exemplo. A planificação significa envolver todas as estruturas. Ao fazer a planificação das actividades para um território temos de perceber que determinada zona é para a agricultura, outra é para o turismo, ou mesmo reserva do Estado. Acredito que isso deve estar a acontecer.

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Mas quando chego a uma zona de influência turística como Pemba, Ponta de Ouro, verifico que num local onde deveria estar um hotel de cinco estrelas está uma barraca. São espaços tão nobres que se o Estado tivesse uma planificação adequada no devido tempo estaria ali um grande investimento a permitir emprego as pessoas e a possibilitar a colecta de impostos. O turismo baseia a sua actividade na gestão dos recursos naturais, vende a qualidade dos seus recursos naturais. Mas o que verificamos é

Acha que a requalificação da Marginal de Maputo vai beneficiar o Turismo? Tem havido algumas críticas em relação a essa requalificação. Na minha opinião deveria ter havido mais envolvimento dos actores do turismo. Mas talvez o Município tenha razão. O Município diz que a zona ficará bonita mas como não fomos consultados, estamos preocupados. O nosso conceito do que deveria ser a marginal pode não se confirmar. Meter quatro faixas ao longo da marginal poderá criar um grande fluxo de trânsito, camiões de grande porte que irão incomodar, não só os banhistas mas, também as pessoas cujas casas estão à beira da estrada. Do ponto de vista do ambiente que se vai criar, a marginal não será propícia ao repouso. E de alguma maneira, aquela zona toda irá desvalorizar do ponto de vista de qualidade de vida. Isto tudo devido a esse futuro fluxo rodoviário. A autoestrada devia passar por detrás do Bairro Triunfo e da Costa do Sol, paralelamente á marginal, que deve ser meramente turística.c


MINING Outlook

Planning is good The chairman of the Hotel Association of Southern Mozambique, Quessanias Matsombe, talks about the challenges regarding the necessary planning in tourism sector and provides solutions on how to solve some of the problems, such as the rehabilitation of Marginal Avenue in Maputo. Learn how with the Capital magazine. One of the challenges for the Government is planning. At what level can planning foster integrated tourism? Maputo ring road project along the Marginal Avenue is an example. Planning entails engaging all the structures. In planning the activities for a territory, it is important to know that a certain area is for agriculture, another is for tourism or even state reserve. I think this is happening. But when I get to a tourist area such as Pemba, Ponta de Ouro, I realize that where there should be a five-star hotel, there is a stall. These spaces are so noble that if the State had adequate planning in due course, a great investment should be made there in order to create jobs and allow the collection of taxes.

Tourism is based on natural resource management; it sells the quality of its natural resources. But it can be seen that there is no careful planning of activities in these areas. The actors in these places make decisions as they wish. We will have to start from scratch, looking at the map of Mozambique, and plan. The Ministry of Tourism is not to blame because there are other players in the field who do the opposite. Do you think the rehabilitation of Marginal Avenue in Maputo will benefit Tourism? There has been some criticism regarding this rehabilitation. In my opinion, there should have been more involvement of actors in the area of tourism. But perhaps the Municipality has a reason for that. The Municipality claims

that the area will be beautiful but since we were not consulted, we are concerned about it. Our concept regarding what Marginal Avenue should be like may not be confirmed. Four tracks along Marginal Avenue may create a large flow of traffic; large trucks will disturb not only the swimmers but also the people whose homes are on the roadside. From the point of view of the environment it will create, Marginal Avenue will not be a good place to rest. And somehow, all that area will detract from the quality of life standpoint. This is all due to the expected future traffic flow. The highway should go behind Triunfo and Costa do Sol Municipal areas, in parallel with Marginal that should merely be for tourism purposes.c


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Ambiente DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Matança de elefantes ameaça segurança económica moçambicana

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aputo, Moçambique (Abril 2013): Nos últimos cinco anos o país tem vindo a assistir a uma autêntica delapidação da fauna bravia Moçambicana, com particular enfâse nas espécies de alto valor económico e ameaçadas de extinção como o Elefante e o Rinoceronte. Este extermínio, que ocorre um pouco por todo o país e com maior incidência nas Áreas de Conservação e outras áreas livres de maior concentração, tem como autores principais cidadãos nacionais e estrangeiros.

Dados disponíveis das contagens realizadas no país, (Dunham (2004); Conybeare (2005); Whyte & Swanepoel (2006); Fergusson & Pentolfe (2007); Stalmans (2007);

Agreco (2008, 2011); G.C Craig, (2006, 2009, 2011); revelam que a caça-furtiva tem vindo a intensificarse desde 2004 tendo atingido o pico em 2011 quando se estimou que o país perdeu acima de 2,500 elefantes (17.5% da população) entre 2009-11 e maioritariamente nas províncias nortenhas de Cabo Delgado e Niassa. Esta situação põe em risco não só a sobrevivência das próprias espécies como também reduz a contribuição do sector na economia nacional, assim como afecta a segurança nacional e Estado de Direito e acima de tudo, afecta as relações interestaduais regionais e denigre a boa imagem do país no mundo exterior. “O comércio ilegal de produtos da fauna atingiu níveis alarmantes nas regiões Oriental e Austral de África. É momento para que todos nós acabemos com o comércio que está a destruir o nosso potencial turístico e a nossa herança Natural. É necessária uma forte vontade para desmantelar todos os cartéis envolvidos no tráfico e comércio de marfim, incluindo medidas punitivas quando os infractores são encontrados”, disse o director regional do WWF para África Oriental e Austral, Niall O’Connor. “Na minha recente visita ao Parque Nacional das Quirimbas, constatei que numa pequena área de concentração de elefantes, cerca de 85 elefantes foram abatidos nos últimos 14 meses.

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Com o apoio do WWF A informação, imagens e opiniões emitidas nesta página não reflectem necessariamente o ponto de vista do WWF Mozambique Country Office.

São elefantes adultos e jovens mortos indiscriminadamente. Os elefantes bebés ou jovens são abatidos em primeiro lugar, depois as mães que ficam por perto e também são alvo fácil a abater. Isto tem tido um imenso impacto nas manadas e nos sobreviventes que perdem os adultos que tem a informação sobre os locais onde se encontra a água. A imagem é demasiado triste para ser descrita”, afirmou a directora nacional do WWF em Moçambique, Dra. Helena Motta. Dados do relatório do WWF divulgado em 2012 (Wildlife Crime Scorecard) e outros organismos internacionais indicam que Moçambique, para além de ser palco destes crimes, o país não tem uma legislação forte e adequada para estancar

estes crimes ambientais, e o país é também considerado um dos maiores corredores de marfim de elefantes e pontas de rinoceronte, com destino à Ásia. Estima-se que com os 2.500 elefantes abatidos ilegalmente nos últimos dois anos, o país perdeu em receitas ao Estado, cerca de $12,321,428 (USD) em taxas e sobretaxa para além de outros rendimentos multiplicativos típicos da indústria turística (acomodação, transporte e salários). De acordo com um relatório da Convenção Internacional sobre Comércio das Espécies em Perigo (CITES), neste momento registase um grande declínio do número de elefantes, devido a acção dos caçadores furtivos.

Refira-se que no âmbito da petição levada a cabo pelo WWF ao nível internacional, o governo Tailandês acaba de abolir a comercialização de todos os produtos feitos à base de marfim no seu território, o que se consubstancia como uma grande vitória contra a prática de caça furtiva, principalmente dos elefantes Africanos, que são os que mais alimentam o mercado asiático. “Ademais, a caça furtiva resulta em perdas humanas nas unidades de fiscalização e aumenta a insegurança nacional, com a possibilidade de as armas sofisticadas usadas pelos furtivos caírem em mãos de outros criminosos”, disse o director de Conservação do WWF para a região da África Oriental e Austral, Dr. Taye Teferi. Por seu turno, o gestor do programa de elefantes para África no WWF, Lamine Sebogo, disse que em 2011 registou-se o mais elevado número de comércio de marfim em grande escala. Estes números revelam o envolvimento de redes de crime organizado, mas poucos casos foram investigados com devida rigorosidade. O WWF tem vindo a apelar a toda a sociedade para que se envolva mais na protecção dos seus recursos naturais, em especial aqueles que são tao preciosos pelo seu valor natural e cultural e pelo seu estado de conservação.c

Sobre o WWF WWF é uma das maiores e mais respeitada organização independente de conservação, com cerca de 5 milhões de apoiantes e uma rede global activa em mais de 100 países. A missão da WWF é prevenir a degradação do ambiente natural da Terra e construir um futuro em que os Humanos vivam em harmonia com a Natureza, promovendo a conservação da biodiversidade; assegurando a sustentabilidade dos recursos naturais e promovendo a redução da poluição e do desperdício. Para mais informações contacte o sector de Comunicação do Escritório do WWF em Moçambique. Atenção do Sr. Alvo Ofumane, aofumane@wwf.org.mz ; +258-848482629.

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Um Sabor que apaixona convidados

O

Restaurante ‘Sabor do Sempre’, estrategicamente situado em frente ao edifício JAT V, na rua do Pântano, vem seduzindo cada vez mais “convidados.” O encanto só é perceptível para quem entra no espaço e sente que, ali, ele não é um mero cliente mas sim um convidado.

O director-geral do Restaurante, Jorge Branco, explica a razão do posicionamento: «Quando o nosso Staff abraçou o projecto foi treinado a tratar os convidados tal como ele próprio gostaria de ser tratado». Aliado ao facto, cultiva-se uma actuação voltada para as necessidades do mercado. Por outro lado, «são os convidados que fazem a casa».

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Os resultados da postura não se fizeram esperar. Em pouco menos de dois meses, o Restaurante já ganhou um público-alvo diversificado. Desde turistas a directores de firmas, trabalhadores das construções próximas do local, ou homens e mulheres de negócio, que já não dispensam uma boa refeição no ‘Sabor do Sempre’. Os mentores do projecto acreditam que há mil razões para que o turismo moçambicano seja uma boa aposta. Com efeito, o ‘Sabor do Sempre’ em apenas 900 metros quadrados emprega 70 pessoas. Com uma motivação característica, esta equipa serve um cardápio bem diferenciado. Às terças e quintas- feiras estão abertos até às 22 horas. Às sextas e sábados encerram às 23 horas.

Quando o nosso Staff abraçou o projecto foi treinado a tratar os convidados tal como ele próprio gostaria de ser tratado

Mas a agenda apertada dos que ali consomem é algo a ser tomado em consideração. «Hoje em dia as pessoas têm apenas uma hora para almoçar e voltarem para o trabalho», explica Branco. Assim, optou-se pelo sistema de Buffet. Ao mesmo tempo, uma pastelaria associa-se à actividade do Restaurante visando servir um segmento dos apreciadores de bolos e salgados. Fornecer para casamentos, baptizados e outro tipo de eventos encontra-se também na mira desta oferta. Perante tal desafio, o projecto foi a Braga (Portugal) buscar Rui Silva, um chefe pasteleiro de reconhecida experiência. Este acredita que os Sabores irão trazer muito mais convidados.c


UP-GRADE

Central Térmica de Ressano Garcia adiciona 20% de energia ao País Ressano Garcia Power Station adds 20% of electricity to the Country

Projecto de central eléctrica Power station project

A

o que tudo indica, Moçambique passará a contar com mais uma central eléctrica a partir deste mês. Uma infraestrutura que irá produzir energia eléctrica a partir do gás natural. Tratase da Central Eléctrica de Ressano Garcia, cuja primeira pedra foi lançada em Novembro de 2012. Este projecto vai adicionar 150 megawats de energia ao país, o que representa cerca 20% do consumo total. Parceria: Sasol e Electricidade de Moçambique (EDM) Volume de investimentos: 250 milhões de USD Accionistas: EDM (51%) e Sasol (49%) Capacidade: 170 MW Dimensão: 20% do consumo do país Início das obras: Dezembro de 2012 Chegada das máquinas: Junho de 2013 Processo de instalação: Outubro de 2013 Operacionalização: Maio de 2014 Produção esperada: energia eléctrica com suporte a 18 turbinas a gás, com disponibilidade de 100% Mercados: Moçambicano (Região sul) Funcionamento: 18 grupos de geradores dos quais 16 estarão em funcionamento permanente e os outros dois serão reservados para casos de avaria ou manutenção dos 16 grupos. Postos de emprego: 100 empregos temporários (fase de construção) e 50 (fase operacional).c

I

t seems that Mozambique will have one more power station as from this month. An infrastructure that will produce electricity from natural gas. This is the Ressano Garcia Power Station, whose foundation stone was launched in November 2012. This project will add 150 megawatts of electricity in the country, which represents about 20% of the total consumption. Partnership: Sasol and Electricidade de Moçambique (EDM) Volume of investment: US$250 million Shareholders: EDM (51%) and Sasol (49%) Capacity: 170 MW Dimension: 20% of the country’s consumption Commencement of works: December 2012 Arrival of equipment: June 2013 Installation system: October 2013 Operation: May 2014 Expected production: electricity with support to 18 gas turbines with 100% of availability Market: Mozambican (Southern Region) Function: 18 groups of generators, of which 16 will be in continuous operation and the other two will be reserved for cases of malfunction or maintenance of the group of the 16 generators. Employment: 100 interim jobs (construction phase) and 50 (operational phase).c

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Projecto De Distribuição de Gás no Norte da Província de Inhambane - “Projecto Piloto”

Projecto de distribuição de gás natural no norte da província de Inhambane História do Projecto Piloto

A

produção de gás natural em pequena escala, a partir de um dos furos do jazigo de Pande, teve início em 1992, ano em que igualmente se começou a utilizar o gás para a geração de electricidade em Vilanculos e Inhassoro, tudo na província

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de Inhambane. Desde 1992 que a ENH vem implementando um projecto-piloto de exploração em pequena escala das reservas de gás natural de Pande. O empreendimento consistiu na construção de um gasoduto com 102 km de extensão, ligando Pande 7 ao

Complexo da ENH em Vilanculos. O investimento realizado foi de cerca de 1 milhão de dólares americanos. O gás natural foi inicialmente usado para gerar electricidade. Para o efeito, a ENH instalou, em 1992, um gerador (1 x 135kVA) em Vilanculos para abastecer numa primeira fase as suas instalações naquela Vila. O consumo de electricidade gerada a partir do gás natural causou uma redução em 70% nos gastos em gasóleo na Delegação local da ENH. O gasoduto Pande-Vilanculos possui um ramal para Inhassoro, a 31 km da fonte do gás. A construção da conduta foi concluída em 1994. Neste mesmo ano, sob solicitação das autoridades do distrito de Vilanculos, a empresa colocou em funcionamento mais dois geradores (1 x 80kVA e 1 x 135kVA), permitindo o abastecimento de energia eléctrica à parte central das vilas de Vilanculos e Inhassoro. Para tal, a empresa teve que reabilitar a rede de distribuição. Beneficiando-se do Projecto Piloto, em meados de 1998, a Direcção Nacional de Energia tomou a responsabilidade do abastecimento de energia eléctrica nas vilas de Inhassoro e Vilanculos, instalando três novos geradores de electricidade (3 x 160kVA) a gás natural em Vilanculos, e dois geradores (2 x 160kVA) em Inhassoro, como parte do Programa de Energia Doméstica financiado pelo Banco Mundial. Com a instalação destes geradores, a ENH deixou, por decisão do Governo, de produzir e vender energia eléctrica, passando a ser apenas solicitada para cobrir picos de demanda (“peak shaving”). Os principais consumidores de gás eram um grupo de geradores (2 x 160kVA), instalados pela Direcção Nacional de Energia, e outros 10 consumidores entre instituições públicas (2) e famílias (8).


PERPSPECTIVA GÁS

Objectivos

A rede de distribuição de gás no norte da província de Inhambane actualmente possui um total de 280 km, os quais incluem cerca de 75 km offshore, desde o ramal que liga a Central de Processamento de

Últimos desenvolvimentos

Gás, em Temane (CPF), a Vilanculos, e outros ramais para Inhassoro e Nova Mambone, incluindo o Arquipélago de Bazaruto, esta última operada pela ELGAS.

A ENH, em parceria com a Sasol Petroleum Temane e Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, SA, lançou em Agosto de 2012 a campanha de expansão do Projecto de Distribuição de Gás no norte de Inhambane. A campanha visa contribuir para a massificação do uso do gás natural no País, com impacto directo na renda das famílias, para além da diminuição significativa do desflorestamento naquela zona costeira da província de Inhambane. De referir que o gás natural canalizado custa em média cerca de trezentos meticais (300,00Mts) por mês por família, quase metade do custo do GPL. A ENH, para implementar o Projecto, contratou uma empresa especializada para a prestação de serviços de engenharia para a expansão da rede de distribuição de gás natural no norte da província de Inhambane que vai culminar com 500 novas ligações. A ENH, com término da expansão, vai contar com cerca de 750 consumidores dos quis 4 industriais, 38 comerciais e cerca de 700 domésticos.c

Rede de distribuição de gás e distribuição dos consumidores por região

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Natural Gas Distribution Project in the Northern Province of Inhambane - “Pilot Project”

Natural Gas Distribution Project in the Northern Province of Inhambane

Gas Project At the end of the Project, ENH will have about 750 consumers of which 4 industries, 38 commercial and about 700 households.

History of the Pilot Project

T

he small-scale production of natural gas from Pande reserves began in 1992. In the same year, the use of gas for power generation also began in Vilanculos and Inhassoro,

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both in Inhambane Province. ENH has been implementing a smallscale exploration pilot project of Pande natural gas reserves since 1992. The undertaking consisted in the construction of 102 km long

pipeline, linking Pande 7 with the ENH Facilities in Vilanculos. The investment was of about 1 million American dollars. The natural gas was initially used to generate electricity. For such,


GAS Outlook

the first phase was implemented in 1992 through the installation of a generator (1 x 135kVA) for the ENH facilities in Vilanculos. The consumption of electricity generated from natural gas caused a reduction of 70% in the expenses on diesel oil in the ENH Local Delegation. The Pande-Vilanculos pipeline has a branch to Inhassoro, 31 km from the gas source. The construction of the pipeline was completed in 1994. In that same year, under the request made by the Vilanculos District Authorities, the companies provided two more generators (1 x 80kVA and 1 x 135kVA), allowing the provision of electricity to the central part of the Vilanculos and Inhassoro Villages. For this purpose, the company had to rehabilitate the distribution network. Benefiting from the Pilot Project, in mid 1998, the National Directorate of Energy took the responsibility to supply electricity to Inhassoro and Vilanculos Villages, installing three new generators (3 x 160kVA) run through natural gas in Vilanculos, and two generators (2 x 160kVA) in Inhassoro, as part of the Domestic Energy Programme funded by the World Bank. With the installation of these generators, under the Government’s decision, ENH stopped producing and selling electricity, working only to cover peak shaving upon demand. The main consumers of gas are a group of generators (2 x 160kVA) that were installed by the National Directorate of Energy, and other 10 consumers among public institutions (2) and households (8).

Gas distribution network and distribution of consumers per region

Objectives 1st

Replace as much as possible the consumption of fuel that had to be transported under high costs and risks from Maputo/Beira to Vilanculos

2st

Train the ENH staff for future natural gas production activities;

Currently, the gas distribution network in the Northern part of Inhambane Province has a total of 280 km, of which about 75 km is offshore, as from the branch that links the Gas Processing Plant in

3st

4st

Offer local and low cost alternative fuel;

Avoid deforestation around Vilanculos and Inhassoro District Headquarters and distribution of vegetation in the Bazaruto Archipelago.

Temane (CPF) to Vilanculos, and other branches to Inhassoro and Nova Mambone, including the Bazaruto Archipelago, the latter being operated by ELGAS.

Latest developments desenvolvimentos In August 2012, ENH, in partnership with Sasol Petroleum Temane and the National Hydrocarbons Company (Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, SA), launched the Campaign for Scaling-up the Gas Distribution Project in the North of Inhambane. The objective of the campaign is to contribute in the promotion of the use of natural gas in the Country, with a direct impact on the households income, apart from the significant decrease of deforestation in that coastal zone in Inhambane Province. It should be noted that the piped

natural gas costs in average about three hundred meticals (300.00Mts) per month per household, almost half the cost of LPG. In order to implement the Project, ENH hired a company specialised in providing engineering services for scaling-up natural gas distribution network in the Northern part of Inhambane province, which will have 500 new connections. At the end of the Project, ENH will have about 750 consumers of which 4 industries, 38 commercial and about 700 households.c

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Elas querem firmar-se no mercado O número de empreendedoras cresce a olhos vistos no País. Cada vez mais, elas unem-se e firmam-se no mercado e o Fórum Network Mulher é um bom exemplo dessa dinâmica. É um evento, organizado periodicamente pela empresa Essencial, que tem como missão contribuir para a melhoria do ambiente de negócios e dar a conhecer as oportunidades de financiamento às micro, pequenas e médias empresas.

realçou a importância do Mecanismo de Subsídio Empresarial (MESE). O MESE destina-se a apoiar os esforços das empresas, com o objectivo de melhorar a sua posição competitiva no mercado, bem como a fortalecer as associações empresariais. O referido mecanismo de apoio subsidia os custos das actividades programadas e previamente acordadas. O limite máximo do subsídio é de 50% para as pequenas e médias empresas, 70% para as microempresas e 75% para as associações empresariais.

F

oi no quadro da 4.ª edição do Network Mulher que o Projecto de Apoio à Competitividade e Desenvolvimento Empresarial - PACDE, através da sua representante Isa Macaringue,

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‘Made in Mozambique’ será um entrave? O Fórum Network Mulher engloba também uma feira de negócios, na qual as empresárias têm a oportunidade de demonstrar e promover os seus produtos e serviços, para além da possibilidade

“Com as marcas próprias ACTY e NATHURA, a empresa pretende afirmar-se neste sector no mercado moçambicano com produtos de qualidade, fabricados em território nacional e ostentando o selo “Made in Mozambique”

de trocar experiências e conhecer novos parceiros. No decurso do evento, a revista CAPITAL teve a oportunidade de abordar algumas das empreendedoras que já fazem parte da rede. Rosalita Olim, da empresa Ferneto Moçambique, deu-nos a conhecer a sua firma e os desafios que a mesma enfrenta num mercado cada vez mais exigente. A actuar no mercado moçambicano desde 1998, a Ferneto dedica-se à comercialização, instalação e serviço de pós-venda de equipamentos para a indústria alimentar, nomeadamente para padarias, pastelarias e afins. Em 2011, Rosalita lançou um novo projecto na Matola. Implementou uma unidade industrial para o fabrico de produtos de limpeza, desinfecção e higiene pessoal. “Com as marcas próprias ACTY


EMPREENDER

e NATHURA, a empresa pretende afirmar-se neste sector no mercado moçambicano com produtos de qualidade, fabricados em território nacional e ostentando o selo “Made in Mozambique”, explica Rosalita Olim. Segundo aquela empreendedora, as principais dificuldades com que a empresa se depara nesta nova área de negócios prendem-se com o facto do mercado estar habituado a consumir produtos importados. Para Rosalita vai demorar algum tempo até que os consumidores adiram ao produto nacional de qualidade. “A ideia que têm é de que o produto estrangeiro tem maior qualidade. Mas estamos a tentar lutar contra estas barreiras, afirmando que o produto moçambicano é de qualidade, é bom e é ao gosto moçambicano, afirmou Rosalita. Quanto ao Fórum Network Mulher, Rosalita Olim afirmou que a participação da sua empresa na iniciativa foi positiva, tratando-se de um espaço onde as mulheres podem falar entre si dos problemas e das dificuldades a nível profissional e pessoal, e reitera: “temos de nos afirmar no mercado do trabalho”. Ao mesmo tempo, considera o Fórum uma oportunidade para as empresárias darem a conhecer os seus produtos e demarcarem a sua participação na actividade económica do País.

Mulher. Proprietária da Loja Call For Brides, trabalha para noivas e acompanhantes (mães, madrinhas, irmãs e damas) no que diz respeito a vestidos e acessórios, estando a operar há um ano. Conta que tudo começou como um hobby em Joanesburgo, onde vivia. “Fui-me apercebendo que muita gente saía de Moçambique para a África do sul à procura de vestidos de noiva. Acabei ganhando o gosto pela coisa, e, quando regressei a Moçambique, decidi apostar neste negócio como forma de encurtar a distância dos que procuravam soluções para noivas lá”. Hoje, Cacilda Correia tem a sua loja no Parque dos Poetas, na cidade da Matola, e possui parcerias com grandes lojas sul-africanas – a brothem cool e a Monte flora. Representa ambas as marcas em Moçambique, mas usando o seu próprio nome. “A ideia é assessorar a noiva de uma forma completa. Isto é, ela paga e nós cuidamos de tudo”, refere a empresária. Tendo participado em todos os fóruns Network Mulher, Cacilda já se candidatou ao apoio do MESE e usufruiu de formação na área do atendimento ao cliente; da contabilidade organizada; do Website e Marketing e Publicidade. Afirma que vale a pena aderir ao MESE e que toda a ajuda é sempre bem-vinda.c

A conquista do mercado com o apoio do MESE Cacilda Correia é outra empresária que que aposta no Fórum Network

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UNDERTAKING

They want to establish themselves in the market The number of female entrepreneurs in the country has been growing noticeably. Increasingly, they unite and establish themselves in the market. And a better example of this dynamics is the Network Mulher Forum, an event that is organized by Essencial Company from time to time, whose mission is to contribute for the improvement of the business environment and disseminate funding opportunities to the micro, small and medium-sized enterprises.

I

t was within the 4th edition framework of the Network Mulher that the Entrepreneurial Competitiveness and Development Support Project (PACDE), through its representative Isa Macaringue, underscored the importance of the Business Subsidy Mechanism (MESE). MESE aims to support companies’ efforts, with a view to improve their competitiveness in the market as well as to strengthen entrepreneurial associations. The aforementioned mechanism subsidises the costs of planned and previously agreed activities. The maximum amount of the subsidy for small and medium enterprises is 50%, whereas 70% and 75% are applied for microenterprises and entrepreneurial associations, respectively. Will ‘Made in Mozambique’ be a handicap? The Network Mulher Forum also comprises a trade fair in which companies have the opportunity

“With proper brands, ACTY and NATHURA, the company intends to gain ground in this sector of the Mozambican market with quality products made in the national territory and bearing the seal “Made in Mozambique”.

to showcase and promote their products and services, in addition to exchange and meet new partners. During the event, the CAPITAL magazine seized the opportunity to address some of the female entrepreneurs who are already members of the network. Rosalita Olim, from Ferneto Mozambique Company, talked about her company and its challenges in an increasingly demanding market. Operating in the Mozambican market since 1998, Ferneto is engaged in equipment trading, installation and post-sale services for the food industries, i.e. bakeries, confectioners and alike. In 2011, Rosalita launched a new project in Matola. She established an industrial unit to produce cleaning, disinfection and personal hygiene products. “With proper brands, ACTY and NATHURA, the company intends to gain ground in this sector of the Mozambican market with quality products made in the national territory and bearing the seal “Made in Mozambique”, explains Rosalita Olim.

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ESTILO DE VIDA

According to this entrepreneur, the main hindrances faced by the company in this new business area have to do with the fact that the market is used to consume imported products. For Rosalita, it will take time until the consumers adhere to national quality products. Rosalita states that “the market believes that an imported product has more quality. However, we are trying to fight against these hindrances”. She goes on saying that “the Mozambican product is of quality, is good and it is to the Mozambican taste”. With regard to the Network Mulher Forum, Rosalita Olim said that her company’s participation in the initiative was positive, since this is a place where women interact on the problems and difficulties they face at professional and personal levels, and she reiterates: “we must establish ourselves in the labour market”. At the

same time, she considers the Forum as an opportunity for the companies to showcase their products and demarcate their participation in the country’s economic activity. Conquering the market with MESE support Cacilda Correia is another entrepreneur who puts her trust in the Network Mulher Forum. Owner of the Call For Brides shop, she works with brides and the wedding guests (mother, godmother, sisters and ladies) in dresses and accessories. She has been in the market for a year now. She says that all started as a hobby in Johannesburg where she lived. “I realised that many Mozambicans would go to South Africa looking for the wedding dresses. I ended up embracing the idea and, when I came back to Mozambique, I decided to

invest in this business as a way of shortening the distance of those who seek solutions for brides there”. Today, Cacilda Correia owns a shop in Parque dos Poetas, Matola City, and she has partners who own major South African shops - brothem cool and Monte flora. She represents both brands in Mozambique, but using her own name. “The idea is to fully equip the bride. This means that she pays and we take care of everything”, said the entrepreneur. Having taken part in all the Network Mulher Forums, Cacilda has applied to the MESE support and has benefited from training in customer service, organised bookkeeping, Website and Marketing and Advertisement. She states that it is worth joining MESE and that all support is always welcome.c

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produto de uso, mas também de arte e é o que nos proporciona distinção no mercado”, disse o presidente do Conselho de Administração da Vista Alegre Moçambique, António Jorge Costa. Peça de arte une Mia a Chichorro

Dois séculos vendendo arte

A

arte é um negócio milenar. Os artistas precisam de se manter vivos para continuar a criar, daí a necessidade de vender a “alma”. A fábrica portuguesa Vista Alegre vem vendendo arte há dois séculos e acaba de expandir as suas actividades para Moçambique. Os artigos de porcelana, cristal e vidro são um sucesso internacional e fazem do grupo Vista Alegre (VA) uma referência histórica e uma marca presente nos mais importantes espaços de venda do mundo. Com sede em Ílhavo, a Vista Alegre opera em quatro unidades industriais localizadas na região centro de Portugal. Residências, estâncias turísticas, instituições públicas e privadas,

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representações diplomáticas usam e decoram os seus espaços com os produtos artisticamente produzidos pela fábrica portuguesa. As peças Vista Alegre brilham nas vitrinas de museus tão famosos como o “Metropolitan Museum of Art” de Nova Iorque. A Vista Alegre possui actualmente 27 lojas em Portugal, marcando ainda presença em países como Espanha, França, México, Brasil, China, EUA, Angola e agora em Moçambique (com duas lojas). Os artigos da VA há muito que são consumidos no nosso país, mas a marca preferiu abrir, no final de 2012, uma representação em Maputo para consolidar a sua presença no mercado. “Quem compra um artigo da Vista alegre, não compra apenas um

No intuito de premiar a excelência na produção artística internacional, a Vista Alegre lançou o projecto “1+1=1”, que consiste na criação de uma peça em homenagem a uma obra de autores reconhecidos em diferentes áreas. Em moçambique, esta iniciativa contou com a colaboração do escritor Mia Couto e do mestre Roberto Chichorro. O desenho de Chichorro, que há 15 anos ilustrou o livro de Mia Couto “Mar Me Quer”, foi recuperado para a produção de uma jarra da VA. A peça já é um sucesso e as suas unidades foram esgotadas aquando do seu lançamento. “Vamos trabalhar muito para que os moçambicanos valorizem ainda mais a sua cultura e isto passa por promover o seu consumo”, adiantou António Jorge Costa, que promete envolver mais os artistas moçambicanos. A Vista Alegre integra o portfolio de marcas do Grupo Visabeira, desde 2009, o que tem vindo a impulsionar a internacionalização da empresa, além de “reforçar a aliança com as artes” nos diferentes países onde actua. Mas o segredo do sucesso reside no facto do grupo contar com um centro de investigação de design atento às tendências do mercado e de ter a consciência de que a arte também é um negócio.c


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ESTILO LIFE STYLE DE VIDA

Two centuries selling art

been consumed in our country, but at the end of 2012 the brand decided to open a representation in Maputo to consolidate its presence in the market. “Whoever buys Vista Alegre’s artwork, he/she is not buying just a product, but he/she is also buying a product of art, and that’s what makes difference in the market”, said the Chief Executive Officer of Vista Alegre Mozambique, António Jorge Costa. Art piece unites Mia to Chichorro

A

rt is a millennial business. Artists need to be alive to continue creating, therefore the need to sell their “soul”. The Portuguese Vista Alegre Company has been selling art for two centuries now, and it has just expanded its activities to Moçambique. Porcelain, crystal and glass articles are an international success and make Vista Alegre (VA) Group an historic reference and brand that is present in the world’s most important markets. With headquarters in Ílhavo, Vista Alegre operates in four industrial units located in the central region in

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Portugal. Residences, touristic facilities, public and private institutions, diplomatic representations, all use and decorate their spaces with products artistically produced by the Portuguese factory. The Vista Alegre pieces of art shine in the most famous museum showcases such as the New York “Metropolitan Museum of Art”. At the moment, Vista Alegre has 27 shops in Portugal, and is present in countries such as Spain, France, Mexico, Brazil, China, USA, Angola and now in Mozambique (with two shops). VA artworks have long since

With a view to award the excellence in the international artistic production, Vista Alegre has launched a “1+1=1” Project, which consists in the creation of an art piece to pay homage to the acknowledged author’s work in different areas. In Mozambique, this initiative counted on the collaboration of the writer and crafts’ master Mia Couto and Roberto Chichorro, respectively. Chichorro’s drawing, which illustrated Mia Couto’s book entitled “Mar Me Quer” fifteen years ago, has been recovered for the production of a VA jar. The art piece is already a success and the units produced were all sold during its launch. “We will work hard for the Mozambicans to further value their culture, and that has to do with promoting its consumption”, added António Jorge Costa, who promises to engage more Mozambican artists. Vista Alegre has been integrating the Visabeira Group’s brands portfolio since 2009, which has been promoting the company’s internationalisation, in addition to “strengthening the alliance with art” in the different countries where it operates. But he secret for success lies on the fact that the Group has a design research centre which is focusing on the market trend and is aware that art is also business.c


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A Tes – Top é uma empresa orgulhosamente moçambicana que opera há 10 anos ao serviço do povo e está inserida na áreas de Construção Civil, Electrificação e Venda de Combustível. Actua em todo o território nacional e presta seus serviços durante 24 horas. A Tes – Top começou com dois trabalhadores, porém, graças ao apoio moral da Senhora Zubeda Sacoor e financeiro de Abdul Azziz Osman Latif e esposa, após sete anos se firmou no mercado moçambicano contando hoje em dia, com cerca de 200 colaboradores de nacionalidade moçambicana. No âmbito da responsabilidade social, entre várias actividades que vem desenvolvendo, destaca-se a recente reabilitação por completo da Escola 7 de Abril, no distrito de Mogovolas, Província de Nampula. Ainda no campo da responsabilidade social, a Tes – Top em parceria com a Inter Moda e o Gabinete da Primeira-dama, brevemente, vão construir um Parque Infantíl no distrito de Mogovolas, vila de Namutil, província de Nampula, que chamar-se-à Instituto Criança Nosso Futuro. Importa referir que a Tes – Top por causa da sua elevada intervenção na área social recebeu diploma de mérito do Gabinete da Primeira-dama

10 Anos ao serviço do povo


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