Dental Press Implantology v.7, n.4, November / December 2013

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Paz LGP

É habitual nessa seção da Dental Press Implantology, ao entrevistarmos algum expoente da Odontologia contemporânea, procurarmos saber em primeiro lugar como e quando nasceu o interesse pela profissão. Portanto, diga-nos quais foram as suas principais influências e motivações para essa escolha profissional? Sou caçula de sete irmãos. Nasci em Montero, uma pequena cidade a 45 km de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Quando tinha 6 anos de idade, nossa família passou a morar em Santa Cruz, local onde cursei todo o meu colegial, no colégio La Salle. Em minha família, sempre houve grande tendência pelas áreas biológicas. Entre os meus irmãos, Norma estudou Farmácia e Bioquímica, seguida por Aida, que decidiu estudar Medicina. Mas todos nós, de alguma maneira, fomos influenciados por um tio médico muito conceituado na cidade. Meu pai, quando jovem, desejou estudar Odontologia; contudo, o meu avô, que era advogado e senador da república, não permitiu porque desejava que, a exemplo dele, também se tornasse advogado — carreira que, finalmente, abraçou como profissão. Já em meu caso, saí do colégio pensando em estudar Medicina. Prestei vestibular e, aprovado, entrei na

Faculdade de Medicina em San Francisco Xavier — à época, considerada a melhor do país —, na cidade de Sucre, capital constitucional da Bolívia. No início da década de 80, o país viveu muitos problemas políticos, com seguidos golpes de estado, que provocavam o fechamento das universidades. Isso atrasava em demasia a conclusão dos cursos de graduação. Para não perder tempo, esse motivo me levou a buscar uma melhor alternativa para a minha formação universitária. Assim, pleiteei, na embaixada brasileira em La Paz, uma vaga para estudar no Brasil, valendo-me de um convênio (existente até hoje) entre ambos os países. Nessa ocasião, durante a entrevista realizada, tomei conhecimento de que, para aquele ano, havia apenas uma vaga em Medicina, todavia, já preenchida. Recomendaram-me, então, tentar outra carreira dentro da Área da Saúde, para que, uma vez aceito em uma universidade brasileira, posteriormente tentasse a minha transferência para Medicina. Escolhi, portanto, a Odontologia. Alguns meses após a exigida entrega dos documentos necessários, saiu publicado no jornal da embaixada o resultado da lista dos estudantes bolivianos que haviam sido selecionados para estudar no Brasil. E eu estava entre eles! Lembro-me de que o ponto determinante para minha decisão em permanecer na Odontologia foi a matéria Materiais Dentários I, cursada logo no primeiro semestre. Gostei tanto que nem mais pensei em Medicina...

Sabemos que o senhor graduou-se em Odontologia pela universidade do Paraná. Poderia nos contar um pouco dessa sua trajetória?

Em congresso do sola (Seminários Odontológicos Latinoamericanos Nova Geração) em Cochabamba-Bolívia, junto a Mariano Flores, Rafael Roca, Rafael Mondelli e outros amigos.

©DentalPress Publishing / Dental Press Implantol. 2013 Oct-Dec;7(4):10-23

Sim, eu me formei na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, da qual tenho ótimas lembranças e muitos bons professores e amigos. Durante o período de faculdade, fiz estágio na disciplina de Endodontia. Posso afirmar que aí começou o meu interesse pela pesquisa. Lembro muito bem que realizei um trabalho clínico muito interessante sobre a confiabilidade dos localizadores de ápices radiculares — que, naquela época, já estavam em sua quarta geração — em unidades dentárias que iriam ser extraídas por motivos ortodônticos.

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