Revista Think&Love - edição 4

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EDIÇÕES

Think & LOve Pense e Ame

/sumário/

Revista Think & Love Edição 01 novembro de 2007

/04/ Editorial

Think & LOve

/05/ Texto de Ben Sangari

Pense e Ame.

/Consciência e Atitude Por um mundo melhor/ Fundação Xuxa Meneghel E- Fabrics / Oskar Metsavaht Fause Haten Ana Carla Fonseca Philip Kotler Fundação Abrinq Reality Shows e seriados Pixel Show

/06/ Entrevista com Hugo Penteado

E mais:

SP/ 11 3097 3300/ repensecomunicacao.com.br RJ/ 21 2540 6020/

/010/ Instituto Coca-Cola /014/ Instituto Ronald McDonald /020/ Instituto Wal-Mart /024/ Unilever /028/ Drops – Notas sobre ecologia /030/ Case internacional – Fundação William J. Clinton /034/ Exposição H20 = Vida – Instituto Sangari /046/ Recicleiros /050/ Instituto Akatu /056/ O Boticário /060/ Fundação Dom Cabral /064/ Lions Clubes

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/Você sabe pilotar isso?/

/Editorial/ Essa convicção determinou a missão da Think and Love, que é divulgar e compartilhar iniciativas bem sucedidas de práticas e conceitos de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, contribuindo para que empresários e gestores de empresas e marcas se interessem cada vez mais pelo tema, enxergando possibilidades de triangulação entre suas empresas com outros projetos privados ou do terceiro setor – estimulando a união e colaboração entre pessoas e empresas.

GENEROSIDADE CORPORATIVA: utopia, tendência ou exigência da sociedade? Já chegando na quarta edição, a repercussão da Think and Love tem sido muito maior do que imaginávamos. Empresas nos chamando para discutir suas práticas e projetos socioambientais, conexões entre empresas do terceiro setor e empresas privadas sendo viabilizadas, e novos parceiros ligados ao terceiro setor e à sustentabilidade nos procurando para trocarmos experiências ou fortalecer suas atuações. Ideologicamente, temos convicção de que mais importante do que se criar um novo projeto ou frente de atuação social, cultural ou ambiental é conhecer e apoiar os projetos que já existem, preferencialmente em arenas que tenham coerência e vínculo com a verdadeira essência de cada corporação, os seus valores mais profundos (a alma corporativa) e a sua principal vocação (o que faz de melhor).

A crescente valorização do ser humano e do autoconhecimento dentro do mundo corporativo fez nascer uma nova geração de líderes, atentos para os problemas da sociedade e do planeta. Assim, se por um lado as práticas de sustentabilidade tendem a se tornar cada vez mais mandatórias e quase “regulatórias” para as empresas, por outro haverá cada vez mais interesse genuíno de gestores e empresários em fazerem a sua parte por um mundo mais justo, tirando as máscaras de “pessoa jurídica”, exercitando a empatia e encarando os problemas da Humanidade com pragmatismo e objetividade (para enxergarem a realidade dos fatos e tomarem consciência), e grande dose de generosidade e altruísmo (para saírem da inércia e cumprirem sua função social como empresárioscidadãos). Nesta edição, apresentamos vários projetos de marcas globais (como a Coca-Cola, Unilever e Wal-Mart) e chegamos a uma grande conclusão: quanto mais

INTERNACIONAL uma marca é, mais preocupada e interessada ela está em aprofundar e efetivar suas atuações nas questões da SUSTENTABILIDADE. Afinal, marcas globais transitam por diferentes realidades, que nos levam a uma mesma direção: quanto mais desenvolvido é um país, mais conscientes e exigentes serão seus cidadãos, e quanto mais em desenvolvimento está um país, mais apoio seus consumidores precisarão obter da iniciativa privada para terem uma vida com o mínimo de dignidade. Ou seja, não há outra opção para o mundo corporativo: nos próximos anos, todas as empresas passarão a fazer algo pelo bem das pessoas e do meio ambiente. Boa leitura! Otavio Dias Idealizador da Think & Love

P.S. Durante a leitura da revista, você vai reparar como as marcas e as empresas do terceiro setor estão em sintonia. Uma cita a outra, pois os projetos estão interligados, mostrando a sincronicidade entre elas.

Costuma-se dizer, acertadamente, que a arte é um reflexo de seu tempo. No primeiro filme Matrix, quando os dois jovens protagonistas tentam fugir para um lugar seguro, eles se deparam com um helicóptero. Neo pergunta então a Trinity: “Você sabe pilotar isso?” E ela responde: “Ainda não”. Então ela pega o celular, liga para alguém na central e pede para que o sujeito “carregue” o programa que a faria “aprender” a pilotar o helicóptero em alguns poucos segundos. Com o programa na mente, ela assume o controle e voam em segurança em busca de novas aventuras.

programadas para repetir erros e acertos. Mas ainda que possam entender que suas práticas os levaram a uma situação de risco à sobrevivência, o que os seres humanos poderiam fazer para voltar atrás?

Essa cena de “educação instantânea” traduz nosso tempo. A ideia de que podemos “programar” as pessoas, que poderiam ser “inoculadas” com práticas, comportamentos e atitudes, assim como se recebessem um vírus de computador, está associada diretamente à emergência do mundo das máquinas, um mundo que nos levou ao beco sem saída ambiental que vivemos hoje.

A destruição de florestas, o consumo desenfreado, o uso inconsequente de materiais como plástico, isopor, metais e madeira, têm sido o resultado direto de uma educação equivocada, que ensinou o ser humano a usufruir ao invés de preservar. Uma boa parte dos livros didáticos usados em escolas em todo o mundo nos “ensina” que a natureza nos dá os insumos de que precisamos para criar e estabelecer nosso conforto.

Seres humanos não são máquinas.

Acreditar que, após séculos dessa “programação”, conseguiremos mudar o modo como a Humanidade enxerga seu papel no mundo apenas por meio de campanhas de conscientização ambiental é seguir com a crença de que a “educação instantânea” do filme Matrix é a resposta.

Entre inúmeras habilidades que as máquinas nunca terão, os seres humanos têm a capacidade de compreender em que ponto perderam o caminho para uma vida social e ambientalmente responsável, algo que as máquinas jamais fariam, pois elas foram

A verdadeira revolução ambiental e social decorrente do uso de práticas sustentáveis de vida só virá por meio de uma revolução educacional que ensine as gerações futuras sobre o fato inexorável de que a Humanidade, assim como todas as demais espécies,

/Expediente/

Ben Sangari Presidente da Sangari Brasil e do Instituto Sangari www.institutosangari.org.br

Comercial

Jornalista Responsável

Relacionamento

Otavio Dias

Julia Duarte Mtb 51.919/SP

Colaboração

Projeto

REPENSE Comunicação

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Talvez ainda haja tempo para uma revolução educacional, que vai desaguar em atitudes social e ambientalmente responsáveis num futuro não muito distante. Talvez. Mas para isso é preciso mudar agora exatamente aquilo que nos levou a essa situação: o modo como fomos educados e educamos nossos filhos.

Idealizador

Ângela Guanais – revisão Andreza S. Francisco – diagramação

/04/

compartilhará a sorte do mundo. E essa revolução educacional começará, de fato, quando alijarmos de nossas práticas a crença de que podemos aprender como os computadores “aprendem”.

comercial@thinkandlove.com.br Para sugestões ou reclamações, sugestoes@thinkandlove.com.br

Editorial

Para enviar artigos e releases, editorial@thinkandlove.com.br

GráfIca Makrokolor

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1 – Think & Love

Como surgiu o conceito da ecoeconomia?

Hugo Penteado

/hugo penteado/ Hugo Penteado é economista, Trabalha no mercado financeiro há mais de 20 anos. é o autor do livro Ecoeconomia - uma nova abordagem (Ed. Lazuli). ConFIra a entrevista que ele concedeu para a revista Think & Love.

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Muitos consideram Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994) como sendo o pai da economia ecológica ou ecoeconomia. Esse conceito deriva do fato de poucos economistas saberem que sua ciência é uma irmã siamesa da física clássica – a mecânica. Os economistas possuem uma pregação messiânica do crescimento econômico como salvação social e ambiental, mas isso não é válido. Sua teoria por ter axiomas e princípios de conservação ligados à física clássica, assume falsamente que o sistema econômico pode ser maior que o planeta. Em outras palavras, ignora a dependência entre economia e meio ambiente. Os economistas tradicionais acreditam que são entidades separadas e isso está tão impresso na prática que além da pregação messiânica do crescimento econômico, os ministérios do Meio Ambiente e de Economia estão separados, assim como nas empresas as diretorias de negócios e de sustentabilidade estão separadas. Uma vez, em uma palestra, um economista tradicional disse que precisávamos fazer investimentos ambientais. Eu perguntei se ele poderia me dar um exemplo de investimentos não ambientais. “Caiu a ficha”, pois ele ficou mudo. Tudo é feito com o meio ambiente, não existem investimentos não ambientais. Essa cegueira provocou, como Roegen previu, risco de extinção da Humanidade e é isso que está em jogo. Os economistas tradicionais, além de ignorarem a dependência da sua ciência e

das suas conclusões em relação à física clássica, de 200 anos atrás, não parecem nem um pouco incomodados com o fato da sua ciência não ter avançado juntamente com a física moderna – que mudou a forma como o ser humano enxerga o mundo, a realidade, os problemas sistêmicos.

2 – Think & Love

Qual é o pensamento dos economistas tradicionais?

Hugo Penteado

Os economistas tradicionais engordam um bicho que não tem boca nem estômago (de onde vêm os recursos pouco importa), e que não tem intestino nem reto (para onde vão os recursos pouco importa). Esse bicho da economia tradicional só tem sistema circulatório e não tem contato algum com o meio ambiente. Poderia estar até em Marte. Isso é assustador, uma vez que a Humanidade é e sempre será totalmente dependente do meio ambiente, da biodiversidade e dos ecossistemas que estão sendo hoje destruídos à velocidade da luz. A cada dia – por conta desse pensamento econômico tradicional –, amanhecemos com menos natureza. A cada minuto desaparecem 42 campos de futebol em florestas naturais. E, na prática, pouco avançou a ecoeconomia, apesar de uma crítica, irrefutável e sólida, feita pelos maiores cientistas da Terra.

3 – Think & Love

Comente a frase: a economia depende de pessoas e não o inverso.

seres vivos dependem de todos os seres vivos. O nosso modelo mental coloca o sistema econômico como a entidade mais importante. Em segundo lugar, as pessoas. E, por último, o planeta. Essa visão é invertida. Na verdade, o planeta é o sistema mais importante, em segundo lugar vêm as pessoas e, por último, a economia. A economia no fundo depende das pessoas e do planeta para existir. Essa inversão de eixo só serviu para mascarar os péssimos resultados sociais e ambientais desse sistema doente e suicida. E, ao mesmo tempo, continua a impor as suas regras nocivas para resolver problemas que ao invés de solucionados, são agravados.

4 – Think & Love

Partindo do princípio de que tudo vem da natureza e nós só consumimos, como podemos fazer o mecanismo de compensação?

Hugo Penteado

O mecanismo de compensação coloca de novo o ser humano num pedestal, como se ele fosse a parte mais importante do sistema. Errado. O ser humano não tem relevância alguma para a natureza e seu planeta, de 4.5 bilhões de anos. Se o dia da Terra fosse colocado em uma semana, teríamos aparecido nos últimos 30 segundos. Esse senso excessivo de importância, além de ignorar nossa vulnerabilidade e dependência, nos colocou num estado de risco elevadíssimo. A filosofia das pessoas funciona assim: “Até agora nunca morri, portanto nunca morrerei.”

Hugo Penteado

Tudo que cada um possui, em qualquer classe social, desde a mais baixa até a mais alta, vem de duas fontes: o planeta e as pessoas. Todos os

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É o mesmo que dizer: “O planeta nunca expulsou nossa espécie animal da Terra, portanto, nunca irá fazê-lo.” Falso. Não é assim que funciona, precisamos aprender a negociar com a Terra revogando a ideia de que podemos transformá-la em uma lixeira conosco dentro e vivos, numa economia do descarte imediato de bens, de supérfluos e de desperdício. Assim, estaremos em guerra com o planeta. Guerra da qual jamais sairemos vencedores. Antes de qualquer compensação, o ser humano tem que repensar todo o seu modo de vida.

5 – Think & Love

Então, o que é o consumo consciente?

Hugo Penteado

O sistema econômico é linear (extrai, produz, consome e descarta, a economia de descarte imediato dos bens e do desperdício), degenerativo (introduz na natureza materiais que ela nunca viu e que não consegue limpar) e infinito (trata a Terra como se ela fosse inesgotável, em território, onde adicionamos coisas, construções e pessoas infinitamente). A natureza, da qual o sistema econômico depende, é o oposto: circular. Reaproveita tudo, não existe o jogar fora, que, aliás, é um dos nossos maiores mitos, posto que não existe o jogar fora no nosso planeta. É regenerativa, pois regenera tudo, a biodiversidade e os ecossistemas não estão aí apenas para serem transformados em atividades agrícolas ou produtivas, mas para regulação química da atmosfera, do solo, da água, sem o que estaríamos todos mortos. É finita, o espaço territorial é claramente finito. O ecológico, com elos indispensáveis à vida,

é ainda mais restrito. Consumo consciente é aquele que revoga o lixo, no qual as pessoas não aceitam mais o descarte inconsciente, que é finito, ou seja, reaproveita, recicla, desmaterializa e é regenerativo.

6 – Think & Love

Quais são as dicas para os consumidores usarem a tríade: reduzir, reutilizar e reciclar?

Hugo Penteado

Duas dicas ou realidades: 1. vivemos, respiramos, comemos por causa da natureza; 2. não existe o jogar fora, isso é um mito. Cada um tem que trabalhar a meta de lixo zero. Evitar consumir coisas que impõem o descarte, reduzir o consumo, desmaterializar e tudo o mais que respeitar a realidade humana na Terra.

7 – Think & Love

Tendo em vista que nem todo material colocado para reciclagem pode ser de fato reciclado, quais são os mitos da reciclagem?

Hugo Penteado

O maior mito é achar que porque reciclo posso usar à vontade. Os copos, e tudo o mais que é descartável, deveriam ser abolidos imediatamente. O segundo mito é que a reciclagem é feita a um custo ambiental zero, quando na verdade precisa de mais matéria e mais energia, ou seja, impõe uma nova demanda sobre a natureza.

8 – Think & Love

Lavoisier dizia que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Como o senhor avalia o impacto no meio ambiente com bilhões de pessoas consumindo recursos que não são renováveis?

Hugo Penteado

Em primeiro lugar, o planeta é muito grande, até agora só exploramos 1% da crosta terrestre e é pouco provável que atingiremos o seu esgotamento. Falar de esgotamento de recursos naturais não trouxe muito êxito de mudança na mente das pessoas, até porque ele foi negado e evitado por décadas, e nosso consumo estúpido foi atendido por uma produção também estúpida desses recursos, como metais e petróleo. Vamos mudar o prisma: o planeta não nos oferece uma clara restrição como fornecedor desses recursos da crosta terrestre, mas oferece, sim, uma clara restrição como absorvedor do impacto do que fazemos. Cada carro produzido a mais na Terra não vai para a copa de uma árvore, mas para o meio ambiente, e requer, entre outras coisas, o asfaltamento de 0,6 hectare de terra para estrada, garagem, ruas, avenidas etc. Na verdade, a teoria do crescimento econômico se baseia numa ideia falsa: a de que o ser humano pode produzir matéria e energia. Robert Solow escreveu que um dia o ser humano poderá produzir outros fatores materiais que não os da natureza e que o capital produzido pelo homem, máquinas, ferramentas etc., é um perfeito substituto da natureza. Os físicos caíram de costas, tudo a nossa volta é matéria e energia, e o ser humano não produz nenhum dos dois. Não existem outros fatores materiais que não os da natureza. Essa ideia falsa rege o mundo à nossa volta e colocou a nossa espécie animal na rota da extinção.

/informação que conscientiza. Consciência que mobiliza/

Think & LOve Pense e Ame

Aliás, o ser humano causou a maior extinção da vida desse planeta dos últimos 65 milhões de anos. É muita ingenuidade achar que essa extinção jamais irá se voltar contra os causadores

/Consciência e Atitude Por um mundo melhor./

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Foto: Divulgação

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Conselheiros do Instituto Coca-Cola >

A Coca-Cola nasceu em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1886. De lá pra cá, a empresa expandiu mundialmente e chegou ao Brasil em 1942. Hoje, a linha conta com mais de 150 produtos da marca, entre refrigerantes, chás, águas, sucos, energéticos, hidrotônicos e lácteos. O sistema Coca-Cola Brasil é formado pela Coca-Cola Brasil e 16 grupos fabricantes, além da Leão Júnior, Del Valle e Minute Maid Mais. Para o ano de 2009, a previsão de investimentos é de mais de R$ 1,75 bilhão. Com toda essa carga de investimentos, a sustentabilidade é um dos pilares da empresa.

/INSTITUTO

COCA-COLA/ MArco Simões, vice-presidente de comunicação e sustentabilidade da coca-cola no brasil.

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A plataforma de sustentabilidade é baseada em 5 Ps: Performance, Pessoas, Portifólio, Parceiros e Planeta. Cada um deles com seu significado. Por performance, entende-se maximizar o retorno dos acionistas sem perder de vista as responsabilidades globais e locais; o item pessoas é baseado em inspirar o melhor dos funcionários para que gerem resultados; o portifólio são bebidas que satisfaçam as necessidades das pessoas; os parceiros são os relacionamentos leais, com a intenção de se tornarem a parceira global mais respeitada e com credibilidade e, por fim, o planeta, que mostra que a preocupação da empresa consiste em ser socialmente responsável e que faça diferença no mundo. A plataforma de desenvolvimento sustentável é denominada Viva Positivamente. Aqui, estão todos os princípios, valores e áreas de atuação para que a operação da organização esteja contextualizada com o desenvolvimento econômico, social e de preservação ambiental. O Viva Positivamente também conta com os esforços individuais do consumidor, para que cada um

faça sua contribuição positiva em prol de uma sociedade sustentável.

Instituto Coca-Cola

O Instituto Coca-Cola é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e é responsável por projetos sociais e ambientais no país – com ênfase em programas na área de educação e meio ambiente. Os principais programas são:

>> Educação > Educação campeã É um programa desenvolvido em parceria com a Renosa, um fabricante do sistema Coca-Cola, e o Instituto Ayrton Senna, nos Estados do Mato Grosso, Maranhão, norte de Tocantins e oeste de Goiás. Entre esses, o Maranhão figura entre o de menor índice de desenvolvimento da educação básica e o objetivo do programa é melhorar a qualidade da educação. São quatro os programas desenvolvidos: Se liga, Acelera Brasil, Circuito Campeão e Gestão Nota 10 – o primeiro a ser implementado. A iniciativa atendeu a 36 mil crianças no ano de 2008.

consiste em professores das escolas associadas escolherem monitores entre o 6° e o 8° ano para atuarem com crianças do 1° ao 4° ano que tenham dificuldades de aprendizado. “Eu era o pior aluno da minha sala, muito bagunceiro, o programa transformou minha vida, ajudou o meu caráter”, diz Adriano, de 16 anos, monitor por 3 anos em uma das escolas de São Paulo associadas ao projeto. “Eu antes ia só pelo dinheiro (recebem R$ 60,00 por mês), depois percebi que o projeto ajuda a gente a lidar com o mundo”, fala Uli, de 15 anos, que foi monitora por 1 ano em São Paulo. Cerca de 30 mil estudantes já foram beneficiados e a evasão escolar média dos participantes do programa é dez vezes mais baixa do que a média nacional de 7,5%.

> Programa de valorização do jovem O programa, implantado em 1999, tem como foco reduzir a evasão escolar no ensino público fundamental. Atende a quase 5 mil alunos em nove estados no país. A mecânica

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Foto: Divulgação

> Coletiva de imprensa da campanha “Semana do Otimismo que Transforma”

> Estação de Reciclagem: parceria Coca-Cola e Wal-Mart Foto: Divulgação

reduzir os casos de desidratação e doenças, já que a água é elemento importante para o tratamento dos pacientes com HIV/Aids. Desde 2004, a empresa também apoia o projeto Dance4Life, que arrecada dinheiro pelo mundo todo por meio de festas com DJs badalados para ajudar a campanha de prevenção da doença em escolas. Já são 500 mil pessoas em 20 países dançando pela mesma causa. No Brasil, o DJ Klauss Goulart começou a fazer eventos para o projeto no ano passado

> Reciclou, ganhou Criado há 13 anos, o programa é operado em parceria com fabricantes regionais autorizados – 100% dos fabricantes participam. O objetivo é dar apoio às cooperativas de catadores de lixo em 21 estados do país. As cooperativas aumentaram de 30 para 70, entre 2007 e 2009. O programa mais conhecido pode ser visto dentro da rede de supermercado Wal-Mart. Hoje, são 250 estações de reciclagem de lixo dentro das lojas e a previsão é que até o final deste ano todas as lojas estejam contempladas. > Água das florestas tropicais brasileiras O foco do programa é a recuperação, proteção e manutenção de bacias hidrográficas por meio da recomposição florestal de áreas próximas a rios e lagos. A intenção é somar conhecimento, tecnologia e recursos de determinada área de manancial de forma integrada às comunidades locais. Com investimento de R$ 27 milhões, o projeto pretende reflorestar uma área de 3 mil hectares com cerca de 3,3 milhões de mudas em até 5 anos.

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> Semana do Otimismo que transforma Além desses programas, a Coca-Cola anualmente lança a campanha “Semana do Otimismo que Transforma”. A terceira edição ocorreu em maio e durante esse período, cada embalagem de qualquer produto da marca reverteu 2,5 centavos para os programas do Instituto Coca-Cola Brasil. “Tenho orgulho muito grande deste trabalho, a expectativa é ter 50 milhões de unidades vendidas este ano. Todos têm que achar uma forma de contribuir para melhorar o país”, diz Ricardo Botelho, responsável pelas áreas de venda de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, e conselheiro do Instituto Coca-Cola. Para se ter uma ideia da grandiosidade do projeto, no último ano foram arrecadados R$ 4 milhões. Ao consumidor, basta comprar um produto – que não tem seu preço alterado nesse período – que já está participando e colaborando com os

projetos sociais e ambientais. “A Semana do Otimismo que Transforma nasceu da visão clara de sustentabilidade da marca que é baseada no sistema mundial da Coca-Cola”, diz Marco Simões, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade do grupo no Brasil. As variáveis de sustentabilidade se baseiam no tripé: economia, projetos sociais e meio ambiente. “Com a mobilização, conseguimos a mudança, envolvemos toda a cadeia para uma mudança positiva”, completa Simões. > Projetos internacionais Não é à toa que a marca é considerada a número 1 no ranking Imms (Índice de Marcas em Mídias Sociais), um indicador da densidade de referências a determinado termo na internet. Os projetos têm alcance em todas as partes do mundo e são adaptados conforme as necessidades locais. Nos Estados Unidos, berço da marca, os projetos são voltados para o desenvolvimento dos jovens e para a promoção do estilo de vida ativo.

A Coca-Cola Scholars Foundation nasceu em 1986 e deu suporte a mais de 4.000 estudantes em 2008 – US$ 35 milhões foram destinados para estudantes do colegial. Um exemplo do programa é um estudante que passou 2 anos como professor, ensinando depois de ter se formado. No Canadá, a Coca-Cola Foundation patrocinou US$ 250 mil, entre 2005 e 2006, para o Boys and Girls Club. Com esse montante, os estudantes desenvolveram um programa para os jovens, que consiste em achar líderes, articular essas lideranças, encorajar atividades físicas e dar suporte e motivação para mais participações em programas de atividades físicas locais. Já na América Latina, os programas têm foco no bem-estar e no meio ambiente. Em 2006, lançaram o Acción Planeta para educar os associados da empresa e o público sobre os esforços de meio ambiente feitos pela Coca-Cola. O programa inclui iniciativas de inovações nas embalagens, passando por projetos com água até a venda de equipamentos eficientes.

O Movimiento Bienestar (movimento bem-estar), também lançado em 2006, tem a intenção de promover o bem-estar, tanto emocional quanto físico, dos associados e consumidores. As iniciativas giram em torno de educar e informar os consumidores sobre os produtos e seus ingredientes, promover o portifólio da marca e expandir as informações nutricionais que promovem nas marcas.

> DJ Klauss Goulart

Na África, três projetos cuidam da água. Um no Kênia, que consiste em plantar 120 mil sementes de árvores e durante a época de chuvas colaboram para prevenir a erosão do solo em Ngong e na área próxima a Nairóbi. O Unicef também tem parceria com a The Coca-Cola Africa Foundation (TCCAF) para prover acesso à água em áreas rurais e urbanas para egípcios, com um suporte financeiro de US$ 250 mil. O projeto em Uganda é feito juntamente com a Solar Light for África, a Coca-Cola ajudou o centro de Kalungi na questão de água e eletricidade. Os residentes de Kalungi podem ter acesso à água potável e

Foto: Gabriel Wickbold

>> Meio ambiente

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Foto: Divulgação

Desde 1999, o Instituto Ronald McDonald cumpre a missão de propiciar o tratamento do câncer às crianças e adolescentes do Brasil, com o apoio de instituições ligadas ao combate do câncer infanto-juvenil. O objetivo final é claro: aumentar os índices de cura do câncer. Para propiciar uma atenção integral à criança e ao adolescente com câncer, o Instituto Ronald McDonald criou projetos precursores na história do combate ao câncer infanto-juvenil no Brasil: Programa Casa Ronald McDonald, Programa Tsuru e Programa Diagnóstico Precoce. Para o cumprimento de seus objetivos, o Instituto Ronald McDonald criou projetos complementares entre si.

/INSTITUTO

Por outro lado, a excelência no tratamento não é o único fator que influencia nos altos índices de cura. Se a criança obtiver um diagnóstico tardio, suas chances serão reduzidas. Por tal razão, o Programa Diagnóstico Precoce foi criado buscando capacitar os profissionais que atendem à população em primeira instância, para que eles possam suspeitar do câncer e encaminhar adequadamente as crianças ao sistema público de saúde. Além disso, através do Programa Casas Ronald McDonald, o Instituto certifica as Casas de Apoio que atendem aos requisitos e padrões internacionais estabelecidos pela Ronald McDonald House Charities. Elas servem como residência temporária, oferecendo hospedagem, alimentação, transporte e suporte psicossocial para os pequenos pacientes e seus acompanhantes, que estejam fora de suas cidades,

Fotos: Divulgação

O Programa Tsuru tem por foco a estrutura de atendimento em ambientes hospitalares e em instituições de apoio, preocupandose em assegurar que nas cidades de maior demanda exista um serviço de qualidade, dedicado à criança e ao adolescente com câncer.

ajudando a fazer a diferença no tratamento e na qualidade de vida de crianças e adolescentes com a doença.

Programa Casa Ronald McDonald

As Casas Ronald McDonald, consideradas “uma casa longe de casa”, oferecem uma confortável e acolhedora alternativa de apoio. Os acompanhantes das crianças e adolescentes também recebem apoio terapêutico para que possam manter a autoestima e o equilíbrio emocional, e também participam de atividades profissionalizantes que possibilitem sua reinserção no mercado de trabalho quando o tratamento terminar e retornarem para suas cidades de origem. No Brasil, o Programa Casa Ronald McDonald é coordenado pelo Instituto Ronald McDonald e conta hoje com três unidades: Rio de Janeiro, inaugurada em 1994, Santo André e São Paulo, inauguradas em abril de 2007.

Inauguração da humanização da unidade ambulatorial pediátrica do hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa (PB), em parceria com o projeto Casa da Criança

Ronald mcdonald/ As crianças atendidas no Instituto Ronald mcdonald chegam por meio de instituições cadastradas. > Instituto de diagnóstico pediátrico em Campinas (SP)

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Foto: Divulgação

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> Crianças atendidas por instituições cadastradas no Instituto Ronald McDonald

> Francisco Neves, Superintendente do Instituto Ronald McDonald, e Marcelo Rabach, Presidente do McDonald’s Brasil e funcionários da rede no McDia Feliz 2008

Programa Diagnóstico Precoce

De acordo com as diretrizes do Programa Tsuru, foi criada uma parceria entre o Projeto Casa da Criança e o Instituto Ronald McDonald, apoiando instituições dedicadas ao atendimento de crianças e adolescentes portadores de câncer.

O Programa Diagnóstico Precoce tem por objetivo contribuir para reduzir o tempo entre o aparecimento de sinais e sintomas do câncer em crianças e adolescentes e o diagnóstico em um serviço especializado, aumentando sensivelmente a expectativa de cura dos jovens pacientes. Por meio do Programa, o Instituto apoia instituições que capacitam profissionais das equipes do Programa de Saúde da Família, permitindo a detecção e o encaminhamento adequado dos casos de suspeita de câncer às unidades referenciadas em oncologia pediátrica.

Programa Tsuru

O Programa Tsuru, iniciativa pioneira do Instituto Ronald McDonald, lançado em 2004, identifica as regiões do Brasil com demandas prioritárias na área de oncologia pediátrica e otimiza recursos para ampliar a abrangência e melhorar a qualidade do atendimento prestado aos pequenos pacientes portadores de câncer.

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> Sala de quimioterapia infantil do Hospital da Clínicas de Ribeirão Preto (SP) Foto: Divulgação

Em 2008, foram investidos R$ 416.837,00 na capacitação de 2.606 profissionais de oito municípios brasileiros, responsáveis pela cobertura de 640.910 habitantes, dos quais cerca de 250 mil são crianças e adolescentes.

Depois de identificar o local que demanda atendimento imediato, o Projeto Casa da Criança mobiliza profissionais da área de construção e decoração para criar ambientes confortáveis e aconchegantes nos espaços de atendimento à criança e ao adolescente com câncer.

Leia, abaixo, alguns exemplos das campanhas de captação de recursos do Instituto Ronald McDonald. > McDia Feliz Toda a renda com a venda de sanduíches Big Mac nesse dia, isoladamente ou na promoção número 1 (exceto alguns impostos), além dos produtos promocionais confeccionados pelas instituições, é revertida para dezenas de instituições de todas as regiões do Brasil que atendem crianças e adolescentes com câncer. Em 2008, o McDia Feliz, realizado em 30 de agosto, beneficiou 78 projetos de 61 instituições de 57 cidades em 21 estados mais o Distrito Federal. Em um só dia, foram arrecadados R$ 11.524.268,99, através da venda de 1.480.348 sanduíches Big Mac. Bateram todos os recordes de arrecadação, justamente no ano em que comemoravam 20 anos de campanha. Com os resultados obtidos desde o primeiro ano de realização, em 1988, o McDia Feliz já reverteu mais de R$ 90 milhões para cerca de 100 instituições de combate ao câncer infanto-juvenil em 21 estados mais o Distrito Federal.

> Cofrinhos Os cofrinhos estão presentes em todos os caixas dos restaurantes e nos quiosques do McDonald’s, sendo ferramentas importantes para captar recursos e divulgar as ações do Instituto. Foram arrecadados, em 2008, R$ 1.944.463, graças à contribuição do público e do incentivo à doação pelos funcionários do McDonald’s.

O Hospital das Clínicas é referência no estado de Minas Gerais para o diagnóstico e tratamento do câncer infanto-juvenil, acompanhando cerca de 600 pequenos pacientes e realizando mais de 5.500 atendimentos ao ano. A Unidade de Internação é a primeira a ser implementada na cidade de Belo Horizonte e terá 22 leitos para crianças com câncer, incluindo dois leitos isolados para pacientes póstransplantados de medula óssea.

> Programa Coleta de Óleo O Instituto realiza a interface entre empresas coletoras de óleo de cozinha usado, cadastradas nas secretarias de meio ambiente, e os cerca de 400 restaurantes participantes de todo o Brasil (McDonald’s, Outback e Applebee’s), além de condomínios, que venderam, em 2008,1.088.876 litros de óleo. O óleo reciclado é transformado em sabão e massa de vidraceiro, entre outras aplicações. No ano passado, a iniciativa arrecadou R$ 286.418,00, quantia destinada à manutenção dos Programas do Instituto Ronald McDonald. > Invitational Golf Cup É considerado um dos maiores eventos de golfe beneficente do Brasil, e conta com diversas empresas e jogadores de golfe profissionais. Em 2008, foram arrecadados R$ 411.180,00. Parte dessa renda foi revertida para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, para a construção da Unidade de Internação Onco-Hematológica Pediátrica.

estratégias de combate ao câncer infanto-juvenil no país. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o órgão do Ministério da Saúde, vinculado à Secretaria de Atenção à Saúde, responsável por desenvolver e coordenar ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) é uma entidade nacional, sem fins lucrativos, que busca propor e desenvolver um sistema de informações sobre o câncer infanto-juvenil e disseminar esses conhecimentos em todas as regiões do país. Em 2008, além da constante atuação conjunta, importantes fatos marcaram essa parceria.

Francisco Neves, Superintendente do Instituto Ronald McDonald, deu a seguinte entrevista para a revista Think & Love.

> Criação do Fórum de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente com Câncer. O Instituto Ronald McDonald faz parte do Fórum e atua em conjunto com representantes do INCA, da SOBOPE, das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Ministério da Saúde. O Fórum visa cultivar um espaço de troca de experiências e ferramentas desenvolvidas nos diversos projetos e iniciativas, organizando um patrimônio comum que busca melhorar o desempenho do trabalho na luta contra o câncer.

1 – Think & Love

Como funciona a parceria do McDonald’s com o Instituto Nacional de Câncer e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica?

Francisco Neves

O Instituto Ronald McDonald possui dois parceiros estratégicos, o INCA e a SOBOPE, fundamentais na definição das diretrizes e

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Fotos: Divulgação

Crianças atendidas pelo Instituto Ronald McDonald >

Foto: Divulgação

> Ônibus para transporte de crianças e adolescentes adquirido com arrecadações do McDia Feliz pela Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (ACACCI) do Instituto Ronald McDonald. De troco em troco, foram arrecadados, apenas em 2008, R$ 1.944.463,00, graças à massiva contribuição do público e ao incentivo à doação pelos funcionários do McDonald’s. Em 2008, 49 projetos de instituições de combate ao câncer foram beneficiados com esses recursos. Destaco como importantes projetos beneficiados pelos cofrinhos, os relacionados ao Programa Diagnóstico Precoce. Na etapa piloto do programa, ocorrida em 2008, foram investidos R$ 416.837,00, rovenientes da campanha dos cofrinhos. Na expansão do programa, em 2009, serão investidos mais de R$ 1 milhão provenientes dos cofrinhos.

3 – Think & Love >A escolha do “Câncer InfantoJuvenil” como tema do Dia Nacional de Combate ao Câncer, em 27 de novembro, com o objetivo de conscientizar os profissionais e gestores da área da saúde a respeito da importância do diagnóstico precoce. Foi realizada uma solenidade, no INCA, com a participação do Vice-presidente da República, José Alencar, e o Ministro de Estado da Saúde, José Gomes Temporão, além de representantes de instituições de combate ao câncer, entre eles, o Instituto Ronald McDonald. >L ançamento da publicação “Câncer na Criança e no Adolescente no Brasil – Dados dos Registros de Base Populacional e de Mortalidade”. A publicação, elaborada pelo INCA e pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), é inédita no gênero e reúne as informações e análises mais recentes sobre o câncer na infância e na adolescência.

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>N ova versão do site da Rede de Atenção Oncológica (www.redecancer.org.br), que conta com o Portal da Atenção Integral à Criança e ao Adolescente com Câncer, ferramenta para interação e troca de informações entre as instituições, comunidades e indivíduos, abrangendo quatro campos de atuação: políticas públicas, mobilização social, conhecimento (pesquisa e ensino) e ações e serviços de saúde.

2 – Think & Love

Em todos os restaurantes McDonald’s encontramos cofres para doação de dinheiro para o Instituto Ronald McDonald. Quanto arrecadam por ano e qual é a destinação desse dinheiro?

Francisco Neves

Presentes em todos os caixas dos restaurantes e quiosques do McDonald’s, os cofrinhos são ferramentas importantes para captar recursos e divulgar as ações

Como instituições de combate ao câncer do Brasil podem se aliar ao Instituto Ronald McDonald, o que elas devem fazer?

Francisco Neves

As instituições devem se cadastrar no Instituto Ronald McDonald para poder receber recursos. O Instituto apoia a realização de projetos que atendam aos critérios e objetivos dos programas Tsuru, Casa Ronald McDonald e Diagnóstico Precoce que estão disponíveis no nosso site. Isso garante que as ações empreendidas em prol das crianças e adolescentes com câncer atinjam o resultado esperado e que os recursos destinados efetivamente contribuirão para o aumento das chances de cura da doença. O primeiro pré-requisito ao encaminhamento de projetos é a realização do Cadastro da Instituição. Somente instituições previamente cadastradas no Instituto Ronald McDonald podem remeter projetos para sua análise.

4 – Think & Love

Como pessoas físicas podem se tornar voluntárias e doar seu tempo para as instituições de combate ao câncer?

Francisco Neves

No cenário do combate ao câncer infanto-juvenil, a força do trabalho voluntário é fundamental. Nas instituições cadastradas pelo Instituto Ronald McDonald, atuam regularmente cerca de 6.000 voluntários, dedicando de duas a até mais de 12 horas semanais. E no McDia Feliz, as instituições participantes mobilizam em torno de 30 mil voluntários, um verdadeiro exército que abraça a causa e luta pelo aumento do índice de cura das crianças e adolescentes portadores de câncer em nosso país. Os voluntários podem exercer diferentes atividades de acordo com seu interesse, aptidão, experiência e disponibilidade. A atuação do voluntário pode ser desde apoio psicossocial aos pequenos pacientes e familiares, até a execução de atividades operacionais e administrativas, assim como na organização e participação em eventos institucionais e campanhas de arrecadação. Para fazer parte da corrente de solidariedade no combate ao câncer infanto-juvenil e ser voluntário, basta enviar um e-mail para voluntario@instituto-ronald.org.br para saber qual é a instituição mais próxima, ou buscar no nosso site a lista de contatos das instituições.

5 – Think & Love

Como pessoas jurídicas podem fazer doações?

Francisco Neves

As ações do Instituto Ronald McDonald se tornam possíveis por meio de diversas formas. Contribuições regulares de empresas, que atuam como parceiros estratégicos, e de pessoas físicas que podem se tornar membros contribuintes, fazendo doações em dinheiro, além da realização de campanhas como o McDia Feliz, cofrinhos e ações promocionais.

6 – Think & Love

De que forma os 50 países que contam com o Instituto Ronald estão sintonizados pelo mundo? Os projetos são parecidos ou cada país implementa o seu?

Francisco Neves

O Instituto Ronald McDonald é a representação brasileira do sistema global Ronald McDonald House Charities (RMHC), que foi fundado nos Estados Unidos em 1984, em memória do fundador do McDonald’s, Ray Kroc, com a missão de propiciar o bem-estar e a saúde às crianças de todo o mundo.

Aqui no Brasil, nosso foco é exclusivamente promover maiores chances de cura e vida saudável à criança e ao adolescente com câncer. No entanto, cada país possui a sua particularidade e opta por desenvolver seus programas de acordo com as demandas mais prioritárias de suas regiões, desde que o foco seja propiciar saúde e bem-estar para crianças e adolescentes

O sistema reúne 51 países e já destinou mais de US$ 600 milhões. Só em 2008, cerca de US$ 124 milhões foram arrecadados em benefício de 3,7 milhões de crianças e adolescentes do mundo inteiro.

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Foto: Divulgação

/Rede de supermercado wal-mart toma medidas para reduzir o impacto ambiental/ A proposta em oferecer preços baixos todos os dias vale desde que Sam Walton fundou a primeira loja do Wal-Mart, em 1962, no Arkansas, Estados Unidos. Em 1988, o primeiro hipermercado abria suas portas com 36 departamentos. No ano seguinte, nos Estados Unidos, havia mais de 1.400 lojas Wal-Mart e mais de 100 Sam’s Club. O crescimento não parou. Na década seguinte, a empresa assumiu a posição de maior varejista do país. A rede chegou por aqui somente em 1995 e, hoje, está presente em 18 estados, além do Distrito Federal, com 346 lojas.

A rede americana Wal-Mart atua no país com a estratégia multiformato: >Hipermercados Big e Hiper Bom Preço; >Supermercados Bom Preço, Mercadorama e o Nacional; >Atacado Sam´s Club e Maxxi; >Loja de vizinhança TodoDia.

O Maxxi Atacado e as lojas de vizinhança TodoDia são as bandeiras em expansão, focadas nos consumidores de menor renda. Uma das metas do Wal-Mart Brasil é ser o pioneiro do setor varejista em ações sustentáveis relacionadas a construções e tecnologias. A meta da rede é também mundial. O Wal-Mart conta com lojas em 15 países, atendendo mais de 176 milhões de clientes por semana. A ideia é tomar todo tipo de atitude para minimizar o impacto de suas operações ao meio ambiente.

para o cultivo de áreas verdes. Geralmente árvores mais adultas são plantadas, para melhorar o microclima da região. Em lojas mais antigas e escritórios, árvores também estão sendo plantadas. Até o final do ano, 500 árvores serão plantadas nas unidades da companhia.

>Lojas EcoEficientes As novas lojas construídas a partir de dezembro de 2008 são ecoeficientes. No final do ano passado, inauguramos nosso primeiro hipermercado ecoeficiente no bairro de Campinho, no Rio de Janeiro; e, no dia 27 de abril deste ano, foi a vez do bairro do Morumbi, em São Paulo. As lojas possuem mais de 60 iniciativas sustentáveis, como utilização de energia solar, equipamentos de material reciclado, reuso de água e descarga a vácuo nos banheiros. Essas novas construções significam uma economia de água em 40%, e de energia, em 25%.

>Cadeia Logística Sustentável Uma das metas do programa de sustentabilidade do Wal-Mart é entregar a maior quantidade de mercadorias, otimizando o uso dos recursos de forma a minimizar os impactos ao meio ambiente. Para isso, a empresa está promovendo boas práticas sustentáveis junto a seus parceiros e fornecedores, para atingir a meta de 10% no uso de biodiesel no total de combustível consumido pela frota de terceiros, até 2012.

>Iluminação Para economizar energia elétrica, todas as lojas da rede substituíram as convencionais lâmpadas incandescentes por fluorescentes T5, que consomem até 30% menos. Além disso, uma arquitetura que privilegia o uso da luz solar para ajudar a iluminar os ambientes internos está sendo adotada nas novas construções.

>Sacolas retornáveis O Wal-Mart desenvolveu em maio de 2008 sua sacola retornável exclusiva, após avaliação dos resultados de um projeto piloto realizado por três meses em Curitiba. Depois de testar em três lojas várias alternativas para transporte das compras, entre

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Em janeiro deste ano, a rede divulgou um balanço importante sobre a mudança de comportamento do consumidor brasileiro: em oito meses (de maio a dezembro de 2008), constatou-se que 1 milhão de sacolas retornáveis da rede já circulam pelo país. Além da venda do produto em suas lojas, 75.000 unidades foram distribuídas a cada funcionário, em campanha interna. Desde dezembro de 2008, um projeto piloto no Nordeste está proporcionando desconto nas compras para quem não usa a tradicional embalagem de supermercado.

>Estacionamentos O piso dos estacionamentos das novas lojas é construído intercalando o concreto e faixas de grama, em substituição ao asfalto, o que favorece a absorção das águas das chuvas, ajudando a evitar erosões e diminuir o calor gerado pela loja. >Área Verde Em todas as novas lojas do Wal-Mart, um espaço é reservado > Estação de reciclagem dentro dos supermercados Wal-Mart

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caixas, sacolas de papel e de lona, as sacolas de algodão orgânico apresentaram a melhor aceitação dos clientes. As sacolas sustentáveis despontam como uma tendência mundial e no mundo da moda chamam-se “Ecobag”. No Wal-Mart Brasil, elas foram desenvolvidas para suportar até 35 kg e medem aproximadamente 50 cm de largura por 50 cm de altura. O tecido vem na cor natural do algodão – creme –, com impressão em verde nos dois lados: “Eu faço a diferença. Uso Sacola Retornável.”

Foto: Divulgação

/InSTITUTO wal-mart/

Seguem, abaixo, as iniciativas da rede que contribuem para a redução do impacto ao meio ambiente

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De 1º de dezembro a 20 de janeiro de 2009, foram R$ 35.000,00 em descontos e 1,1 milhão de sacolas plásticas a menos no meio ambiente. O valor que a rede pagaria pela sacola plástica não usada entra como crédito na conta do cliente.

O Instituto Wal-Mart

O Instituto, criado em 2005, apoia programas de formação profissional de jovens com temas ligados ao desenvolvimento pessoal e social: de geração de renda no fortalecimento de empreendimentos produtivos e de serviços; de cultura e cidadania para a valorização da cultura regional, fortalecendo a cidadania em jovens e crianças; e de desenvolvimento local de médio e longo prazos para o desenvolvimento do capital social, político, econômico e ambiental. O Instituto já financiou 45 projetos sociais, trazendo benefício para 3,8 mil pessoas. O projeto Família Brasileira Fortalecida, realizado em parceria com o Unicef, favoreceu 900 mil famílias. O Instituto acredita na capacidade dos indivíduos e das comunidades para que realizem as suas próprias mudanças.

Paulo Mindlin é diretor do Instituto Wal-Mart e falou com a Think & Love sobre os projetos que a marca desenvolve no Brasil.

1 – Think & Love

Quais são os trabalhos que o Wal-Mart realiza com os catadores de lixo?

Paulo Mindlin

O trabalho realizado pelo o Wal-Mart com as cooperativas de catadores de lixo é um dos

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objetivos do projeto Estações de Reciclagem, uma parceria firmada com a Coca-Cola, em 2005. O papel das cooperativas é dar uma destinação correta para a reciclagem dos resíduos coletados pelas estações instaladas em mais de 250 hipermercados da rede. O diferencial dessa ação é a contribuição para o desenvolvimento dos catadores, permitindo que realizem seu trabalho de forma mais segura, mais digna e melhor organizada. Seu papel é fundamental para termos um ambiente limpo e saudável para todos.

2 – Think & Love

Como funciona essa parceria com a Coca-Cola nas estações de reciclagem na rede Wal-Mart? Qual é a meta do programa?

Paulo Mindlin

Em mais de 250 hipermercados, foram instalados postos de coleta para os clientes depositarem os resíduos domésticos. Para que as pessoas tenham certeza de que o material terá a destinação correta, a rede identificou as cooperativas e estabeleceu parcerias para promover seu desenvolvimento. O objetivo dessa parceria é beneficiar diretamente 50 cooperativas e gerar renda para 2.500 catadores. O diferencial do programa é que, além da oportunidade de geração de renda, a Estação de Reciclagem vai oferecer capacitação profissional e treinamento às cooperativas, além de melhorias em sua infraestrutura de coleta

e processamento de materiais. O meio ambiente é favorecido com a destinação correta dos resíduos sólidos que podem, inclusive, dar sobrevida e incremento à vida útil do material coletado.

3 – Think & Love

Qual é a destinação para o lixo recolhido na coleta seletiva (plástico, papel, metal, vidro e óleo)?

Paulo Mindlin

Tudo o que é depositado nas Estações de Reciclagem é coletado pelas cooperativas, responsáveis pela reciclagem e venda dos mesmos. O Wal-Mart dá todo suporte aos catadores, seja proporcionando apoio à gestão, seja fornecendo equipamentos, como foi feito com a Copere, cooperativa parceira da loja Wal-Mart Supercenter Pacaembu. A rede doou aos catadores a prensa, o transporte da prensa, a balança e a picotadeira.

4 – Think & Love

Como funciona a parceria realizada com a Fundação Nestlé em Salvador e Recife?

Paulo Mindlin

Colocamos postos de troca onde as pessoas entregam material reciclável e ganham livro de receita do Programa Nutrir, que é um programa de nutrição com foco na criança.

5 – Think & Love

O projeto em parceria com a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool recolhe as embalagens dos produtos na casa dos clientes. Os testes foram realizados em Curitiba e Porto Alegre. Como foram os resultados por lá? Existe a possibilidade deste projeto ser disseminado em todo o Brasil?

Paulo Mindlin

O programa Eco-Embalagem foi um projeto piloto da rede, que começou a ser desenvolvido em julho de 2008, nas cidades de Porto Alegre e Curitiba. O projeto foi previsto para durar um mês e teve boa aceitação e desempenho. Mas ainda não há previsão da implantação do mesmo em outras praças em que a rede atua. O objetivo é colaborar com a redução de 25% do volume de resíduos gerados pela operação. No Sul, os materiais descartados são destinados à Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta, do Rio Grande do Sul, à Cooperativa de Catadores Zumbi dos Palmares e à Associação de Coletores de Materiais Recicláveis Santo Aníbal, do Paraná.

6 – Think & Love

O que significa para o Wal-Mart a cooperação/junção com outras marcas?

Paulo Mindlin

Nossa estratégia de atuação é disseminar e motivar as empresas. O problema de pobreza e desigualdade é comum para todas as empresas, inclusive para o Poder Público. A empresa trabalha com a visão de que a parceria ideal é a que envolve os três setores: o Privado, o Terceiro Setor e o Poder Público. Nesse último caso, temos, por exemplo, o programa de desenvolvimento local integrado na Bomba do Hemetério – mobilização da comunidade e elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Paulo Mindlin

A sustentabilidade é um tema permanente e está sendo desenvolvido em todas as áreas da empresa. É parte da nossa forma de fazer negócios. Para promover a sustentabilidade, são realizadas ações no dia a dia, na elaboração de projetos conjuntos com fornecedores, na construção de lojas, ações para redução de consumo de energia, redução de emissão de poluentes, de redução de embalagens, além de ações com funcionários das lojas e escritórios. Internamente, temos diversas ações de conscientização dos funcionários em nossas lojas e escritórios para temas relacionados à sustentabilidade no varejo e no dia a dia, com programas desenvolvidos em parceria com o Instituto Akatu. Também para os funcionários, temos o Programa Pessoal para a Sustentabilidade, uma oportunidade para que cada um estabeleça metas pessoais que contribuam com a sustentabilidade no planeta. Em pouco tempo, mais de 2 mil pessoas já se inscreveram no programa. O Wal-Mart mantém equipes em todas as suas unidades de operação para orientar os funcionários, ajudá-los a pôr em prática suas propostas e reconhecer as ações de destaque. A adesão é voluntária.

Curiosidades sobre a rede > O Wal-Mart possui 243 lojas na China e 386 no Japão. No Brasil, são 345. > É a rede com maior número de produtos de marcas exclusivas no país (13º Estudo Nielsen de Marca Própria, setembro de 2007). São mais de 20 marcas exclusivas, sendo 3 delas globais. > As caixas das hastes flexíveis e dos cereais matinais são certificadas pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC), que assegura que o papelão provém de madeira de reflorestamento. > As lojas e os clubes de compra em 15 países empregam mais de 2 milhões de pessoas e atendem mais de 176 milhões de clientes por semana

7 – Think & Love

Além dessas ações, como o Wal-Mart dissemina a sustentabilidade para os funcionários dentro da empresa?

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completamente inovador – foi lançado recentemente na Índia –, que oferece um sistema de purificação que não requer eletricidade ou ligação de água. 3> Menor impacto ambiental Os produtos geram impactos diretos e indiretos através de toda a cadeia de valor, desde a geração de matérias-primas até o descarte pelos consumidores. Desde 1995, trabalham com os fornecedores no Programa de Agricultura Sustentável, que envolve várias matérias-primas chave como chá, tomates, ervilhas, óleo de girassol, óleo de palma e espinafre. Com isso, 2/3 da matéria prima vem da agricultura.

/UNILEVER/ /A Unilever trabalha para melhorar a vida de milhares de pessoas em vários cantos do mundo, seja através de produtos ou da interação responsável com o meio ambiente/ Os números da empresa angloholandesa impressionam. Para se ter uma ideia, por dia 160 milhões de pessoas escolhem comprar algo da marca, seja um produto de limpeza, de higiene ou de alimentação. No Brasil, a Unilever está presente há 8 décadas, desde 1929. A missão da empresa desde 2004 é a mesma em qualquer parte do mundo: levar vitalidade para o dia a dia dos consumidores. O desafio para as marcas é promover vitalidade pessoal, com maior valor social e menor impacto ambiental, representando mais qualidade de vida para aqueles que consomem os produtos da marca todos os dias. Isso significa:

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1> Vitalidade pessoal Incorporar cada vez mais benefícios para o consumidor relacionados à saúde e ao bem-estar. Um exemplo disso é o programa interno de nutrição, para as marcas de alimentos. Desde 2005, mais de 22 mil produtos foram analisados para melhorar proativamente o conteúdo nutricional oferecido, e de forma contínua têm o desafio de oferecer opções saudáveis sem abrir mão de sabor, conveniência e acessibilidade. A marca Flora/Becel, que ajuda a diminuir níveis de colesterol através de margarinas, iogurtes e bebidas, é um exemplo em que o programa vai além, não só para melhorar o conteúdo nutricional, mas também incorporar benefícios adicionais.

2> Valor social As marcas promovem mudanças de hábitos simples no dia a dia, que combatem problemas mundiais relacionados à falta de higiene e saneamento básico, como diarreia e problemas de saúde bucal. Grandes exemplos de esforços para mudança de hábitos é a campanha de Signal/Close Up, com a Federação Mundial Dental, para promover o hábito de escovação dia e noite (mais de dois bilhões de pessoas no mundo não escovam os dentes duas vezes por dia); Lifebuoy (marca presente na África e na Ásia) promove para mais de 100 milhões de pessoas, em parceria com o Unicef, o simples hábito de lavar as mãos antes das refeições e após a ida ao banheiro; e o Pureit, um filtro de água

Em 2007, anunciaram o comprometimento de certificação pela organização independente Rainforest Alliance de todo o chá preto embalado da marca Lipton (que representa 12% da produção mundial de chá) até 2015. Isso garante que práticas sustentáveis como conservação ambiental e melhores condições para os trabalhadores sejam rigorosamente seguidas nas fazendas que fornecem a matéria-prima. Um outro exemplo são as inovações lançadas em produtos para casa, como lavagem de roupas e lavagem de pratos. Através da introdução pioneira de formulações concentradas ou incorporando nas fórmulas tecnologia para fácil enxágue, diminuímos pela metade a geração de lixo, utilização de água e transporte. Além disso, o comprometimento com a sustentabilidade na gestão também tem um papel fundamental dentro da empresa. O código de Princípio de Negócios tem por essência basear as relações com todos os funcionários e os

fornecedores em princípios éticos e transparentes, e com isso inserir em sua prática projetos sociais importantes nas comunidades em que atua.

levar vitalidade para o dia a dia. Essa missão torna-se concreta não apenas através do gerenciamento responsável das nossas operações de manufatura ou através de programas de responsabilidade social corporativa, mas, principalmente, através das nossas marcas. Nossa estratégia é fazer com que os princípios de sustentabilidade sejam incorporados no centro do nosso negócio, ou seja, o desenvolvimento de marcas e produtos. Temos um portfólio de marcas diverso, que cobre diferentes posicionamentos e públicos-alvos, mas que encontra nos valores e na missão da companhia o grande ponto em comum. A empresa acredita que as marcas de sucesso no futuro terão que endereçar as necessidades das pessoas como consumidores e também como cidadãos.

2 – Think & Love Paula Costa, Diretora Global de Marketing Sustentável – Programa Vitality, mora em Londres e concedeu a entrevista para a Think & Love por e-mail.

1 – Think & Love

Como você vê o trabalho da Unilever pelo mundo?

Paula Costa

A Unilever é uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo. 160 milhões de vezes por dia, alguém no mundo escolhe uma das marcas da Unilever, seja em alimentos, produtos para casa ou cuidado pessoal. Estamos presentes em 150 países. Uma grande responsabilidade e também oportunidade associa-se a esses parâmetros, o que se reflete na missão da companhia:

Como são alinhadas as ações da Unilever mundialmente?

Paula Costa

A área de produtos e inovação da Unilever é centralizada em centros de excelência globais e regionais, focados em marketing, pesquisa e desenvolvimento. As estratégias de posicionamento das marcas são definidas em nível global e incorporam estratégias específicas de vitalidade. Temos 13 marcas chave com posicionamentos globais, que faturam mais de um bilhão de euros por ano: Rexona, Axé, Wall’s / Kibon, Knorr, Seda, Omo, Lipton, Hellmann’s, Dove, Flora/Becel, Blue Band e Lux. Essas marcas são prioridade para o negócio e também para a expressão da missão da companhia.

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Paula Costa

3 – Think & Love

Quais são as ferramentas da Unilever para uma gestão empresarial responsável?

Paula Costa

São várias, mas seguem as principais: > Todos os funcionários e fornecedores comprometem-se formalmente a seguir o Código Unilever de Princípios de Negócio, mundialmente aplicado, que define a forma como a empresa espera que seus associados conduzam suas atividades; > Todas as nossas fábricas seguem rígidas normas de segurança e mensuração de impacto ambiental; > Todos os produtos em seu desenvolvimento são exaustivamente analisados e testados em termos de segurança e qualidade para funcionários, consumidores e distribuidores; > Temos diversas parcerias estratégicas com organizações independentes de peso mundial como Unicef e WFP, além de um board de conselheiros independentes que orientam e criticam nossas políticas de desenvolvimento sustentável (Grupo Unilever de Desenvolvimento Sustentável); > Todas as maiores marcas da companhia utilizam um processo de rigorosa análise dos maiores impactos sociais, ambientais e econômicos, “Brand Imprint” (veja a seguir), que ajuda os times de desenvolvimento de marcas a gerar inovações e programas ligados à missão de Vitalidade.

4 – Think & Love

O que é o programa Vitality?

Paula Costa

É um programa global de mudança organizacional, com o objetivo de que todas as marcas incorporem em suas estratégias, contínua e rigorosamente, os princípios de Vitalidade da missão da companhia. A ideia é fazer com que as melhores práticas e ferramentas sejam compartilhadas, como fonte de inspiração e consistência. Além disso, que tenhamos mecanismos efetivos de mensuração do progresso em relação à estratégia. Tem como maiores públicos-alvo as áreas de marketing global e pesquisa e desenvolvimento.

5 – Think & Love

Para o lançamento de produtos, a Unilever implementa o Brand Imprint, o que é isso e qual é o significado para a empresa e para o consumidor?

Paula Costa

O Brand Imprint é um processo interno de avaliação dos impactos sociais, econômicos e ambientais das marcas e produtos. É conduzido pela área de estratégia de desenvolvimento de marcas globais em parceria com a área de responsabilidade social corporativa. É também a principal ferramenta que a empresa usa para incorporar os princípios de sustentabilidade nas marcas e gerar inovações sustentáveis.

6 – Think & Love

Qual é o trabalho desenvolvido pelo Centro de Excelência Ambiental, Segurança Ocupacional, Segurança de Produto e Saúde do Trabalho (SEAC)?

O SEAC é um centro técnico de excelência, cujo papel é fornecer evidência e orientação científica independente em relação ao gerenciamento de: > Riscos para consumidores, trabalhadores e o meio ambiente em relação à segurança de produtos e tecnologia de produção; > Impactos ambientais, relacionados à sustentabilidade das marcas, produtos e cadeia de suprimentos.

/empresas ambientais, ambientalistas cidadãos/

Simon Clift, CMO (Chief Marketing Officer) mundial da Unilever esteve no Brasil para a abertura da WFA/ABA Global Advertiser Conference 2009. Durante a conferência, ele comentou que é fundamental para uma empresa enxergar o cidadão e não apenas o consumidor, e ressaltou que as marcas não precisam salvar o mundo, mas, sim, investir em causas que tenham relação com sua essência. A Unilever bate recordes na redução de impactos ambientais de suas atividades, investe cerca de 100 milhões de euros pelo mundo em causas sociais. Os exemplos citados na conferência foram a margarina Milda, com o programa que apoia o desenvolvimento da criança no Quênia, Indonésia, Sri Lanka e outros, o sabonete Dove, que tem a missão de valorizar a beleza feminina, o chá Lipton e a marca de sabonete Lifebuoy (explicados na entrevista com Paula Costa)

Think & LOve Pense e Ame

/Consciência e Atitude Por um mundo melhor./

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Tudo começou quando o The New York Times colocou a foto de uma bolsa ecológica no jornal com os dizeres: “eu não sou uma bolsa de plástico”. A sacola virou um hit mundial e de lá pra cá quem tem bom senso vai ao supermercado carregando uma bolsa ecológica.

Muito tem-se falado sobre produtos e tecnologias para as construções sustentáveis. São as energias renováveis como o teto com energia solar, os materiais naturais para as construções e conservação e uso de fontes alternativas de água.

No Brasil, não tem sido diferente. A cada dia, surgem novos modelos de ecobags no mercado. A matériaprima utilizada na fabricação dessas sacolas não tem nenhum material derivado de processos químicos, como poliéster ou polipropileno. Elas são feitas em algodão ou com outras fibras naturais.

O reaproveitamento de água é um dos métodos mais fáceis de ser adaptado em uma residência. O objetivo de se utilizar estes produtos (chuveiros, arejadores e relógio ecológico) é a redução direta de consumo de água e indiretamente de energia elétrica ou gás.

As bolsas da Ecologickpack são de algodão. A empresa fabrica também sapateiras, mochilas, nécessaries e aventais. As bolsas da Bella Amélia, além de diferentes cores e texturas, trazem mensagens em suas estampas ou ainda um visual clássico. Tudo isso unido à ideia de proteger o meio ambiente. A intenção em usar as sacolas retornáveis é diminuir a poluição e também o gasto desnecessário de recursos sem retorno. Substituir as sacolas plásticas do supermercado por bolsas ecológicas não é só uma questão de moda, é algo a ser feito pelo bem do planeta quando vamos às compras. Ecologickpack: (35) 3622-0677 Bella Amélia: (11) 2441-3297

Ameaça plástica 18 bilhões de sacolas plásticas foram produzidas no Brasil em 2007. O produto da sacola de polietileno, é um derivado do petróleo que leva 500 anos para se decompor.

Há um abuso de consumo de água em chuveiros de aquecimento a gás (de passagem ou boiler) e elétrico (boiler). Os chuveiros que existem no mercado não são projetados para diminuir o uso da água e consomem 20 litros/minuto quanto o necessário seria entre 9 e 10 litros/minuto.

“O usuário comum, exceção feita aos que pagam a conta individualmente, não se importa em economizar. Se dermos algo em troca, como o massageador do chuveiro e um jato diferente no arejador de cozinha – os vilões do consumo – há mais chances de sucesso na economia”, diz Carlos Eduardo Dzialoschinsky, diretor da Econoagua. Os clientes que buscam economia em água são prédios com individualização de água, academias de ginástica, hospitais e hotéis. Todos esses clientes têm pressão de 10 a 20 m.c.a (metros de coluna de água) o que acarreta a vazão superior a 20 litros por minuto. O relógio ecológico é uma forma de disciplinar o usuário de chuveiro a não perder a noção do tempo, o que é comum em momentos de relaxamento. Os produtos da Econoagua fazem com que os usuários economizem sem que tenham que mudar os hábitos.

1 bilhão de sacolas são distribuídas por mês nos supermercados.

Essas sacolas são muito leves e voam, por isso poluem as praias e podem sufocar os animais marinhos.

>> Eco Chic - o livro

Divulgação

A autora, Christie Matheson, que mora em São Francisco e Boston (EUA), escreve de forma bemhumorada que uma pessoa chique, pode sim, continuar a tomar banhos quentes, mas ser “eco-lógica”. Esse é um termo que a autora usa para explicar e defender os conceitos que apresenta no livro.

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Mesmo que você não tenha em sua casa energia solar ou esteja planejando uma mudança, a autora mostra no livro coisas que qualquer pessoa pode fazer no dia a dia.

>>Pet reciclado como alternativa sustentável O interesse dos consumidores por produtos reciclados tem aumentado a cada dia. As empresas perceberam que existe um novo perfil de consumidor e estão atentas às novas demandas. Na indústria plástica, uma alternativa que vem sendo utilizada com sucesso é o pet reciclado pós-consumo com alternativa aos polímeros virgens. O plástico das garrafas de refrigerante é um dos vilões do lixo urbano, e soluções precisam ser criadas para minimizar esse problema. Hoje, o Brasil consome 469 toneladas de garrafas de refrigerante por ano e, segundo dados da ABIPET, 53,5% das garrafas foram recicladas movimentando um volume de R$ 1 bilhão, em 2007. Mais da metade desse total é destinada para a indústria têxtil para confecção de poliéster. Entretanto, o pet tem se destacado como excelente alternativa ao PVC e poliestireno na fabricação de plásticos laminados, utilizados, por exemplo, em embalagens, displays e recentemente em cartões de crédito. A KGM Plásticos Laminados Sorocaba-SP é pioneira na laminação de pet reciclado pósconsumo. Há 12 anos no ramo de reciclagem de pet, o polímero se tornou o principal produto da empresa que, por meio de um processo rigoroso de qualidade, transforma as garrafas de refrigerante em chapas ou bobinas para as mais diversas aplicações. “Por mês, transformamos cerca de 220 toneladas de pet reciclado, e o material pode substituir os plásticos virgens sem comprometer a qualidade, respeitando o meio ambiente e o que é melhor, reduzindo custo”, diz o gerente comercial da KGM Plásticos, Renato Belisário. Em média, o pet reciclado é cerca de 15% mais barato que o PVC e o poliestireno virgem.

80% viram lixo doméstico, que é dispensado em lixões e aterros sem tratamento ou reciclagem.

O livro Eco Chic – Salvando o Planeta com Estilo (Matrix Editora, 216 páginas, preço: R$ 29,90) ensina como ser ecologicamente correto sem perder o glamour.

Foto: Divulgação

>>Engenhoca verde

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

>>>>>DROPS/

>>bolsas ecológicas

Fotos: Divulgação

Econoagua Praça Cívica, 27/51 – Lapa Telefone: 3672-5644

Recentemente, em um projeto da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, a KGM Plásticos forneceu 300 toneladas de pet reciclado para a fabricação de pastas escolares, que antes eram produzidas com plástico virgem.

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Foto: Clinton Foundation

A Fundação, criada há oito anos, mantém o foco em demandas que precisam de ações imediatas, soluções reais e resultados mensuráveis, como as mudanças climáticas, o problema da Aids em países em desenvolvimento, a obesidade infantil, as oportunidades econômicas nos Estados Unidos e o desenvolvimento econômico na África e América Latina. Nesses anos de existência, a Fundação Clinton já causou impactos substanciais na comunidade global e criou caminhos para práticas filantrópicas. Desde entrega de medicamento para crianças HIV positivas até a criação de novas oportunidades econômicas em algumas comunidades em desenvolvimento, impactando 200 milhões de vidas.

/Fundação

William J. Clinton/ A fundação comandada por bill clinton transforma ideias em ação.

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Bill Clinton falou de algumas iniciativas da Fundação em um pronunciamento por escrito. “Minha fundação trabalha para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, para superar as instabilidades e desigualdades geradas pela interdependência global, e para fomentar desenvolvimento econômico e sustentável na América Latina e em todo o planeta”, disse.“Eu acredito que se nos concentrarmos nas igualdades humanas ao invés das diferenças, e se dermos valor às responsabilidades que compartilhamos, poderemos construir uma comunidade global

de cidades e ter um impacto tremendamente positivo em nosso mundo e nas vidas de muitos outros”, concluiu.

Iniciativa HIV/AIDS

A Fundação trabalha com governos ao redor do mundo para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS e dos tratamentos de saúde para torná-los mais acessíveis nos países em desenvolvimento. A ideia é trabalhar como parceiros dos governos locais para estabelecerem programas tanto de prevenção quanto de tratamento para a doença. Mais de 70 países têm acesso aos medicamentos e diagnósticos com preços reduzidos devido a um programa da Fundação – que mantém equipes em mais de 20 países. Esse trabalho é possível devido à contribuição financeira de governos da Austrália, Irlanda, Noruega e Reino Unido para os programas. Com isso, os resultados são: 1,4 milhões de pessoas com HIV/AIDS recebendo tratamento. Desde 2006, o número de crianças sendo tratadas dobrou para 135 mil em 33 países, o que representa duas a cada três crianças recebendo tratamento mundialmente.

milhões de pessoas em 100 países. “Vivemos em um tempo em que nossos destinos são compartilhados, mas nossos destinos serão escritos por nós, não para nós. Cabe a nós fazer o trabalho”, comentou Barack Obama, atual presidente americano sobre a iniciativa da Fundação. No ano de inauguração da Iniciativa Global, reuniram-se em Nova York 80 chefes de Estado, centenas de CEOs de empresas e organizações não governamentais e 10 pessoas que ganharam o prêmio Nobel da Paz. Em 2008, expandiu-se os encontros internacionalmente e Bill Clinton esteve com líderes na Ásia e Hong Kong para falarem de problemas locais, regionais e globais com foco na educação, energia e mudanças climáticas e saúde pública. Nesse mesmo ano, um encontro na Universidade de Tulane, em Nova Orleans, reuniu cerca de 600 estudantes e presidentes de universidades de todos os estados americanos e de 15 países. Entre estudantes e instituições de ensino, conseguiu-se montar mais de 800 comitês de ação para as áreas citadas acima, mais comitês de direitos humanos, paz e pobreza.

Iniciativa Global

Em 2005, a Fundação lançou a Clinton Global Iniciative (CGI) com o objetivo de unir anualmente líderes para agir em alguns dos mais importantes desafios globais. Em três anos, chegaram a mil membros em um comitê e afetaram de forma positiva a vida de 200

> Bill Clinton no 2º encontro da Iniciativa Global

Foto: Clinton Foundation

O sucesso de nosso trabalho é medido por uma questão simples: as pessoas estão melhores agora do que quando começamos? A frase é de Bill Clinton e esta é a base da Fundação que leva seu nome: melhorar a vida das pessoas ao redor do mundo.

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Foto: Sasha Blaes - Clinton Foundation

Em 2006, Clinton lança o programa Aliança para Gerações mais Saudáveis em Nova York >

Para convencer cidadãos de todo o mundo a fazerem seus comitês de ação, o ex-presidente Bill Clinton lançou o site mycommitment.org para os usuários compartilharem suas visões e ideias de mudanças entre si. O site já atraiu mais de 100 mil visitantes de 190 países e territórios, que, juntos, fizeram 1.500 comitês de ação que refletiram em 300 mil horas de trabalho voluntário, 40 mil itens doados e mais de US$ 1,5 milhão que favoreceram pessoas e organizações.

Aliança para gerações mais saudáveis

Esse trabalho é feito em parceria com a Associação Americana do Coração (American Heart Association) e tem como objetivo combater a obesidade infantil nos Estados Unidos e inspirar os jovens americanos a desenvolverem hábitos de saúde melhores. As iniciativas > Bill Clinton visita a África

são feitas com programas de saúde nas escolas, comunidades, casas e consultórios médicos na tentativa de deter a obesidade infantil antes mesmo de começar. A aliança foi criada pela Fundação Clinton e é formada pela Associação Americana do Coração mais 16 fundações e doadores individuais. A atividade acontece em 50 estados americanos alcançando 4 mil escolas e mais de 2,4 milhões de estudantes. Com isso, a Associação Americana de Bebidas (American Beverage Association) mostrou que os produtos que entram nas escolas reduziram em 58% as calorias.

Iniciativa climática

O grande desafio do século 21 é sem dúvida reverter os efeitos das mudanças climáticas, e as iniciativas para reduzir o aquecimento global e suas possíveis consequências

sobre o planeta devem ser tomadas agora. Fundada em 2006, a Clinton Climate Iniciative (CCI) tem a missão de ser uma fundação que tome medidas práticas, mensuráveis e significantes na luta contra as mudanças climáticas. Com sede em Nova York, a Fundação Clinton está realizando um trabalho em mais de 40 cidades do mundo – aqui incluem-se São Paulo e Rio de Janeiro – juntamente com escolas, universidades e outras instituições, para ajudar na redução da emissão de gases que colaboram com o efeito estufa. A forma de ajudar as cidades acontece por meio de três programas: o Programa Principal (Major Programs), o Aliança Aquisitiva (Purchasing Alliance) e um software que chamam de Ferramenta de Monitoramento de Emissão de Gás (Emission Traking Tools).

O programa principal mobiliza o setor técnico, de negócios e de finanças para ajudar as cidades a desenvolverem ou implementarem programas que resultem em redução de energia e emissão de gás. O primeiro programa chamado “Energy Efficiency Building Retrofit Program” colabora com companhias e instituições financeiras para ajudar na redução de energia. A Fundação também trabalha nas grandes cidades com projetos de transporte, geração de energia, aeroportos e portos. O programa Aliança Aquisitiva colabora com negociações e acordos de manufatura de energia eficiente em prédios comerciais. Outra ideia desse projeto é a troca de luzes do trânsito por tecnologia de LED (fontes de luz de estado sólido, com baixíssimo consumo de energia), que ajuda as cidades em uma redução de até 90%. Por fim, o projeto de Monitoramento de Emissão de Gás é um software desenvolvido pela Microsoft que permite as cidades monitorarem durante 24 horas, 7 dias da semana, a emissão de gás e determinar como e onde dirigir seus esforços para reduzi-los.

Foto: Ralph Alswang - Clinton Foundation

Clinton no Brasil

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Há 20 comitês de ação no Brasil, 13 estão direcionados para o problema de energia e mudanças climáticas, dois para a área de saúde, dois para pobreza, um para educação e outros dois identificados como “outros assuntos”. O total de dinheiro envolvido nesses comitês gira em torno de US$ 735 milhões. Na área de saúde, o projeto MobiSUS Integratig Mobile Phones for Health Data Collection, realizado com parceiros individuais e com a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), teve início

em janeiro de 2008 e estima-se que sejam investidos US$ 2 milhões em 10 anos para ajudar as populações indígenas localizadas em áreas remotas do país e com poucos recursos. Na área climática, há foco na Amazônia com três projetos. Um chamado Amazon 2.0, em parceria com Soluções da Amazônia e Rede Povos da Floresta, investirá US$ 10 milhões em 5 anos. O outro, denominado Sustainable Enterprise to Reduce Emissions in Amazon Forests, prevê o investimento de US$ 16 milhões em 4 anos. E o último, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, será mais de US$ 51 milhões em 5 anos, para expandir o programa Telecurso visando aumentar o nível educacional da população.

Clinton não recebe salário por esse trabalho. “Meu compromisso é manter os recursos necessários para assegurar que a Fundação defenda a promessa de promover e criar uma mudança global”, disse. Com certeza, as pessoas afetadas por essas mudanças estão melhores agora do que à época em que a Fundação iniciou os seus trabalhos

O primeiro teve início em 2008 e os outros dois, em janeiro de 2009. Ainda nessa área climática, o Grupo Orsa iniciou em março de 2009 o projeto que visa repor a emissão de gases pesados para a geração de energia da empresa de papel e celulose em Jari. A Fundação tem cerca de 1.500 voluntários e funcionários trabalhando em 40 países. Vale salientar que Bill

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/água: H20=vida/

O ditado popular diz: “sabendo usar não vai faltar”. Com a água disponível na Terra não é diferente. Apenas 3% da água do planeta é própria para o consumo. Ainda assim, dessa pequena porcentagem, grande parte está indisponível em camadas de gelo marítimo, geleiras ou em grandes profundidades. O pouco que nos sobra está ficando cada vez mais poluído e não está distribuído de forma igual pelo mundo. Hoje em dia, mais de um bilhão de pessoas ao redor do globo já vivem sem acesso à água potável e sem saneamento básico. Com esse panorama, o Instituto Sangari – fundado em 2003 no Brasil por Ben Sangari –, pretende trazer a exposição “Água: H2O = VIDA” para o país. O objetivo do Instituto é disseminar o conhecimento científico e promover a inclusão social aqui, por meio de projetos que valorizam a educação e a cultura científica. Em uma parceria com o American Museum of Natural History (AMNH) de Nova York, o Instituto vai ampliar de 800 m² para 4.500 m² a mostra já exibida pelo museu norte americano de novembro de 2007 a maio de 2008. Depois disso, a mostra itinerante e interativa percorre diversos museus em cidades como: San Diego, Minnesota, Cleaveland, Canberra (Austrália) e Toronto (Canadá) e deve chegar ao Brasil em 2010. A exposição conta a história da água desde sua origem há 4,5 bilhões de anos até os dias atuais. Nesse cenário, as fases e fenômenos relacionados ao tema serão explorados com instalações e jogos interativos, multimídia, vídeos, fotos, animais vivos, fósseis e taxidermizados. Farão parte da equipe que irá propor releituras sobre o conceito da exposição, o biólogo Gustavo Acácio, o curador visual Marcelo Dantas, além de cientistas e artistas brasileiros.

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Dividida em dez seções, a mostra passa por apresentações e dá exemplos sobre como plantas, animais e o homem se adaptaram para sobreviver em diferentes condições, com a falta ou excesso de água, passando pelos impactos ambientais do homem sobre os recursos hídricos, e o alerta para os dejetos – como fertilizantes e poluentes industriais, até a falta de água ao redor do mundo e as secas no nordeste brasileiro. Para colaborar no processo de aprendizagem dos alunos e professores que visitarem a exposição, o Instituto Sangari disponibiliza um programa educativo com materiais pedagógicos,tanto para os professores quanto para os alunos. “Precisamos de novos métodos de formação que ampliem a consciência dos cidadãos para ações de responsabilidade ambiental e sustentabilidade econômica”, afirma Ben Sangari

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Think & LOve Pense e Ame

/Empresário, ser humano. ser humano, empresário/

/Consciência e Atitude Por um mundo melhor./ w w w . t h i n k a n d l o v e . c o m . b r

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Foto: Paulo Arias

Foto: Flávio Mizukawa

/Recicleiros/

Equipe Recicleiros durante o Planeta Terra Festival 2008>

A inspiração para criarem a Recicleiros veio do economista Muhammad Yunus, o ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2006. Yunus criou um banco em Bangladesh que oferece ativamente microcrédito para milhões de famílias em situação de pobreza. Baseados na ideia de que uma empresa social pode ser tão competitiva quando uma empresa convencional, a Recicleiros foi criada no mesmo ano por Erich Burger e Alexandre Almeida. Após uma viagem para a Austrália, Erich chegou ao Brasil e num bate-papo com Alexandre comentou as diferenças nas iniciativas de ambos os países para as questões ambientais. Percebeu que as responsabilidades para os fatores relacionados ao meio ambiente deveriam ser encaminhadas para as pessoas certas, como o modelo australiano. O consumo atribuído ao consumidor, as empresas atuando e o governo se movimentando para fazer a parte dele. Cada um abraça sua parte na causa. Ao estabelecer a empresa, o objetivo primordial eram os indicadores sociais e ambientais. Criaram, então, um mecanismo para viabilizar a ideia, e juntaram profissionais que pudessem formar, em cima destes indicadores, empresas engajadas e o governo. Com essa equação fechada, ficou de fora a preocupação que gira somente em torno do lucro, e apareceu o interesse pelo impacto ambiental e social.

A Recicleiros é uma empresa que acredita na interação com a natureza de forma economicamente viável e ecologicamente sustentável. > Da esquerda para a direita: Erich Burger e Alexandre Almeida, sócios da Recicleiros

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Os Recicleiros acreditam que podem desenvolver novos padrões de atitude e de consumo e interagir com a natureza de forma economicamente viável e sustentável no quesito ecológico. Yunus, em seu livro O Banqueiro dos Pobres, diz que todo ser humano possui instintos de sobrevivência e autopreservação. A prova disso são os pobres que

existem no mundo que conseguem contornar a situação desfavorável. A forma de ajudar essas pessoas é incentivar o que elas já têm: o instinto. Os Recicleiros já fazem a parte que lhes cabe pela saúde do planeta. Não seria bom se todas as pessoas também usassem o instinto natural que têm para ajudar a Terra?

que nasce na falta de educação das pessoas em até mesmo jogar lixo pela janela do carro. Não temos o perfil de educadores, mas utilizamos nossa comunicação voltada para educar as pessoas. A comunicação visual de nossos trabalhos é baseada na educação ambiental.

2 – Think & Love Em entrevista para a Think & Love, o administrador de empresas Erich Burger e o publicitário Alexandre Almeida falaram sobre seus trabalhos.

1 – Think & Love

Qual era o objetivo pessoal e empresarial quando a empresa foi criada?

Recicleiros

Existia uma ideia meio utópica, como todo começo, mas a nossa utopia é baseada no sistema de educação. No início, éramos uma agência de cultura ambiental, víamos a atitude errada das pessoas, o déficit de educação como o ato de não jogar o lixo no lixo, e ainda convivemos no Brasil com o fato de não termos muitas lixeiras disponíveis na rua. A prefeitura não tem como suprir essa necessidade, o bueiro entope, é uma cadeia de coisas

Como são os projetos que vocês realizam?

Recicleiros

Nossos projetos estão muito amarrados na questão da comunicação para orientação. Acabamos realizando treinamentos e criamos mecanismos voltados para mobilizar as pessoas, no sentido de sensibilizar e de reeducar. Usamos a comunicação visual e escrita e nossa experiência dos anos que passamos em agências de comunicação para fazer a informação chegar. Funciona da seguinte forma: detectamos o problema, enxergamos onde começa a ser causado

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>Separação do lixo para reciclagem no About Us Festival

acesse: www.recicleiros.com.br

Case Terra e Recicleiros > Dave Matthews mordendo o porta-bitucas

e trabalhamos na raiz dele. >

3 – Think & Love

Como é feita a consultoria de vocês?

Recicleiros

4 – Think & Love

O que é o selo Pegada Verde que a Recicleiros implanta?

Recicleiros

O selo surgiu com a ideia dos projetos que desenvolvemos, como o porta-bitucas e as sacolas ecológicas. Ele foi criado para garantir que certos padrões são atingidos dentro dos nossos projetos, como uma certificação de ISO, mas com a comunicação mais leve. Criamos as sacolas ecológicas com mecanismos sociais, em parceria com a Aldeia do Futuro (www.aldeiadofuturo.org.br) – uma organização social sem fins lucrativos. As sacolas são produzidas no núcleo de costureiras cooperadas, gera renda e leva benefícios à comunidade local. Além disso, são sacolas ecológicas que trazem benefícios ambientais porque substituem a sacola plástica.

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Evento verde O Planeta Terra Festival existe há dois anos. Essa é uma plataforma musical do portal Terra e o conceito do festival é interatividade sempre aliada à boa música (tendências mundiais do cenário musical), às artes e com preocupação socioambiental.

> Lixo sendo prensado

É produzida em algodão natural e por isso é menos agressiva ao meio ambiente. O projeto todo se encaixa no conceito de sustentabilidade. Com relação ao selo pegada verde, o que queremos dizer é que quem tem este selo é alguém que analisa a complexidade de todos os fatores que geram a sustentabilidade. Concedemos o selo a eventos, a condomínios, a empresas e aos produtos onde nossos projetos estão focados, pelos benefícios sociais e ambientais que trazem. Isso virou o conceito de trabalho da Recicleiros. A primeira coisa que se quer é selo, mas é a última coisa que se tem no processo. Tomamos cuidado para verificar se podemos conceder a certificação com base em três conceitos: a preocupação social, a preocupação ambiental e a disseminação dessa cultura.

5 – Think & Love

Como são feitos os trabalhos nos condomínios e com os catadores?

Recicleiros

Nós somos os interlocutores entre os condomínios, as empresas e as cooperativas de catadores. Temos o contato olho no olho com todas essas pessoas. Os condomínios têm que ter as lixeiras corretas, o lixo deve ser separado para a reciclagem

e o material tem que sair de um determinado jeito desses locais para poder ser reciclado.

6 – Think & Love

Qual é a logística deste tipo de operação?

Recicleiros

A logística é um dos fatores mais importantes na reciclagem, por isso temos que regionalizar esse tipo de projeto. Não dá para gastar no transporte para não inviabilizar a reciclagem. Preparamos um esquema para o cooperado retirar o resíduo direto na fonte, para não ter caminhão circulando na cidade e poluindo mais. Ainda é uma conta difícil de fechar, mas fizemos um programa de gestão com ferramentas bem ajustadas, um material sem texto, bem visual, para as pessoas que trabalham nos condomínios e não sabem ler saberem o que fazer com o material que chega até as lixeiras. Precisamos também gerar bastante volume para os catadores fazerem a coleta de uma vez só.

7 – Think & Love

O problema do lixo nas próximas décadas será efetivo. As empresas e o governo não se preocupam como deveriam com essa problemática. Vocês acham que

Foto: Paulo Arias

A gente tem entrado nas empresas com projeto específico, mas mostramos que podemos desenvolver o projeto todo de dentro para fora, como consultoria de adequação, implantação e responsabilidade corporativa. O que é importante é a informação chegar à empresa pela alta administração, porque assim começam a permear entre as outras esferas da empresa os inputs e os conceitos que fazem a diferença. Dessa forma, os resultados são mais viáveis.

Fotos: Divulgação

Fotos: Paulo Arias

isso vai mudar no futuro?

Recicleiros

Por exemplo, as garrafas de vidro de refrigerante foram substituídas pelas latas. Na visão industrial foi um avanço, investiram dinheiro para reduzir custos. Voltamos ao caso das empresas sociais, elas ganham dinheiro para gerar benefícios para si e para os funcionários, e têm o indicador social para ser atingido. Nas empresas maximizadores de lucro ocorre o oposto, pois têm o lucro como indicador de performance. Adaptar processos dentro de empresas leva tempo e dinheiro. O slogan do Instituto Akatu diz: “seu consumo muda o mundo”, deveria haver boicote dos consumidores com as empresas não responsáveis. Ainda não estamos na era da responsabilidade social corporativa, estamos na era da oportunidade corporativa.

O festival, em suas duas edições, foi composto por 3 palcos, 16 atrações (11 internacionais), em 10 horas de música. O público contou com diversas áreas de entretenimento, alimentação e cultura como: Mercado Mundo Mix, praça de alimentação, estação de reciclagem, instalações artísticas e intervenções na cenografia do evento. Em 2008, as atrações foram The OffSpring, Kaiser Chiefs, Bloc Party, Mallu Magalhaes, Vanguart, Animal Collective, Spoon, Foals, Mau Mau, Felix Dahousecat, Mylo, The Jesus and Mary Chain, The Breeders, Curumin, Brothers of Brazil e Sebastien Léger. Os Recicleiros participaram tanto da edição de 2007 quanto da de 2008, reciclando o lixo produzido pelos participantes do evento. Marco Assub, do Marketing e Eventos do Terra Brasil Networks S.A., falou à Think & Love.

Think & Love

Quais foram as vantagens para o Terra em ter a empresa de reciclagem no evento?

Marco Assub

Um evento que se chama Planeta Terra precisa ter uma entrega social ou ambiental. Reunimos 15 mil pessoas para ver os shows e se divertir em um único dia. Com as ações junto aos Recicleiros, tentamos minimizar o impacto causado ao meio ambiente. Sabemos que trazer um artista do exterior tem um impacto muito grande na questão avião e por isso neutralizamos as emissões de carbono.

Think & Love

Qual foi o retorno das ações dos Recicleiros para o público?

Marco Assub

Lixos bem identificados, coleta seletiva e centro de triagem abertos à visitação durante o festival. O porta-bitucas que os Recicleiros distribuíram foi a sensação entre o público desde a 1ª edição. Ao final, o público pôde se divertir em um festival mais limpo, sem lixo no chão, sem bitucas de cigarro espalhadas e ainda se reeducar para diminuir seus impactos negativos ao meio ambiente

Para saber mais sobre a Recicleiros

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/Instituto akatu/ O Instituto Akatu tem como missão conscientizar e mobilizar o cidadão brasileiro para seu papel de agente transformador, enquanto consumidor, na construção da sustentabilidade da vida no planeta. O trabalho do Instituto é focado na mudança de comportamento do consumidor, sensibilizando e mobilizando os indivíduos para que se tornem consumidores conscientes. Para isso, o Akatu desenvolve ações em duas frentes de atuação: a comunicação e a educação. O trabalho de comunicação é realizado por meio da internet, de empresas disseminadoras, da publicidade e da mídia, no sentido de divulgar o conceito e as práticas do consumo consciente. A mídia é uma das grandes aliadas na difusão dessas ideias. Por isso, o Akatu busca continuamente estreitar os laços e estabelecer parcerias com os meios de comunicação para que usem sua credibilidade para informar, educar e despertar a consciência dos indivíduos, a partir de entrevistas, artigos e reportagens sobre o tema. Além do espaço editorial, o Akatu divulga sua causa por meio da publicidade, com o objetivo de atingir os consumidores em larga escala e com mensagens mobilizadoras. Isso é feito pela divulgação de campanhas veiculadas na mídia impressa e eletrônica. O Akatu também atinge o público com a ajuda do trabalho de empresas que atuam como parceiras do Instituto na divulgação do consumo consciente entre seus funcionários, fornecedores e clientes.

o Akatu desenvolve ações em duas frentes de atuação: Comunicação e educação. /050/ 08-02061 MIOLO THINK&LOVE 6-2009.indd 50-51

Além da comunicação, o Akatu desenvolve projetos de educação junto a comunidades, funcionários de empresas e instituições de ensino e do terceiro setor. Esse trabalho

é realizado com palestras de sensibilização e com a capacitação de formadores de opinião para serem multiplicadores da causa. O Akatu também realiza a sistematização dos conteúdos, materiais, metodologias e processos já utilizados para que a experiência adquirida em projetos possa ser reaplicada em larga escala. Heloisa Mello é Gerente de Operações do Instituto Akatu e conversou com a Think & Love. Leia a entrevista.

1 – Think & Love

O que é consumo consciente?

Heloisa Mello

Hoje, a Humanidade já consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. E isso ocorre quando apenas 25% dos seres humanos consomem acima de suas necessidades, enquanto os outros 75% consomem o mínimo ou abaixo do mínimo necessário a uma sobrevivência digna. Se o atual modelo de consumo dos habitantes mais ricos do planeta viesse a ser praticado por toda a Humanidade, quatro planetas Terra não seriam suficientes para suprir todo esse consumo. Se não houver mudança nos padrões de consumo e produção, em menos de 50 anos já serão necessários mais de dois planetas Terra para atender nossas necessidades de água, energia e alimentos.

Nessa medida, ao ter consciência desses impactos na hora de decidir por que comprar, e de escolher o que comprar, de quem comprar, como comprar, e de definir a maneira de usar e como descartar o que não serve mais, o consumidor pode buscar aumentar os impactos positivos e diminuir os negativos de seu consumo. E, assim, contribuir para um mundo e uma sociedade mais sustentável. Isso é consumo consciente: um consumo com consciência de seus impactos e voltado à sustentabilidade da vida no planeta.

2 – Think & Love

De que forma o consumo consciente impacta a sociedade como um todo?

Heloisa Mello

O consumo consciente pode ser praticado em nosso dia a dia com gestos simples, como: > Fechar a torneira ao escovar os dentes; >Apagar a luz ao sair de um ambiente; > Desligar um aparelho eletrônico quando não está sendo usado; > Ler um rótulo atentamente antes da compra; >Evitar o desperdício de alimentos; > Usar os produtos até o final de sua vida útil, só comprando um novo quando for realmente necessário; > Dar preferência a produtos com selos de certificação, que indiquem uma qualidade diferenciada, seja ambiental, social ou de qualidade; > Separar o lixo para reciclagem. >

Essa situação certamente ameaçará a vida no planeta, inclusive a da própria raça humana. As escolhas de consumo têm muito a contribuir nessa questão. Todo consumo causa impacto (positivo ou negativo) na economia, nas relações sociais, na natureza e em cada indivíduo.

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4 – Think & Love

Por que o consumidor tem dificuldade em encarar a reciclagem como parte integrante do consumo?

e mais coletivos os impactos dos comportamentos de consumo, menor a proporção da população que os pratica.

Heloisa Mello

5 – Think & Love

Em geral, as dificuldades do consumo consciente não se evidenciam apenas na reciclagem. Em 2003, o Akatu desenvolveu uma maneira de medir a consciência do cidadão brasileiro no consumo. De acordo com essa pesquisa, o consumidor brasileiro pode ser categorizado em 4 grupos quanto à sua consciência no consumo.

Para se ter uma ideia dos impactos de alguns desses gestos de consumo, o consumidor brasileiro hoje desperdiça cerca de 30% dos alimentos perecíveis que compra para sua casa. Não é difícil evitar esse desperdício, basta planejar o cardápio e as compras, comprar produtos de época, aproveitar integralmente os alimentos ou reaproveitar as sobras. Qualquer eliminação de desperdício é importante. Quando adquirimos um produto, não compramos apenas o que vemos, mas todo o ciclo de produção daquele bem, que exigiu matéria-prima, água, energia, transporte e trabalho. Assim, ao desperdiçar um produto, como é o caso dos alimentos, estamos jogando fora tudo aquilo que foi usado em seu processo de produção. Outro exemplo de como o consumo consciente impacta a sociedade é a redução de resíduos. O montante de lixo produzido no Brasil todos os dias daria para “pavimentar”, com 11 centímetros de lixo, as duas pistas de uma estrada com 500 quilômetros de extensão. É um volume imenso de lixo.

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Naturalmente, este lixo precisa ser coletado, transportado e destinado pelo poder público, e isso custa muito dinheiro. Esses recursos poderiam ter uma destinação mais nobre, como a educação e a saúde da população.

3 – Think & Love

Qual é a maior dificuldade do consumidor quando falamos em consumo consciente?

Heloisa Mello

Em geral, mesmo quando tem conhecimento dos problemas derivados do consumo, as pessoas consideram que, individualmente, seu consumo faz pouca diferença e, por isso, não acham que valha a pena mudar a sua forma de consumir. Esse é um dos grandes desafios colocados para a disseminação da causa do consumo consciente. Tomando como exemplo o caso do lixo, o Akatu fez um cálculo que mostra que uma única pessoa, ao longo de sua vida (72 anos, em média, no Brasil), produz lixo suficiente para encher até o teto

um apartamento de 50 metros quadrados, o equivalente a um pequeno apartamento de dois quartos. Se isso parece pouco, basta fazer esse cálculo para 5 famílias de 4 pessoas, que precisarão de um prédio inteiro de 10 andares, com dois apartamentos de 50 metros quadrados por andar, para colocar o lixo que produzirão durante a sua vida. E se levarmos esse cálculo a todos os habitantes da Zona Metropolitana de São Paulo (17 milhões de habitantes), precisaríamos de 850.000 desses prédios para colocar o lixo gerado durante a vida dessas pessoas. A cidade de São Paulo, hoje, não chega a ter 25.000 prédios. É importante lembrar que, no longo prazo, o impacto dessas pequenas atitudes, multiplicado por um número crescente de indivíduos que vivem cada vez mais, define o futuro do planeta em que vivemos. Apesar de gestos simples de consumo, tais atos causam uma reação em cadeia, levando os impactos a percorrerem a sociedade e o meio ambiente e fazendo sentir seus efeitos sobre todos.

O primeiro grupo envolve os comportamentos de economia – como fechar a torneira para escovar os dentes e apagar a luz ao sair de um ambiente –, que são praticados por 75% da população brasileira. O segundo grupo envolve os comportamentos de planejamento – como planejar a compra de alimentos e de roupas, e ler os rótulos antes de comprar – que são praticados por 45% da população. O terceiro grupo envolve os comportamentos de compra sustentável – como comprar produtos orgânicos e compartilhar informações sobre empresas e produtos –, praticados por 28% da população. Finalmente, o quarto grupo envolve os comportamentos de reciclagem – como fazer a separação do lixo e usar o outro lado da folha de papel –, praticados por 31% da população brasileira. Esses resultados revelam uma característica importante do consumidor brasileiro: quanto mais imediatos e mais individuais os impactos dos comportamentos de consumo, maior a proporção da população que os pratica; quanto mais distantes no tempo

De que forma o consumo consciente afeta as mudanças climáticas?

de gases de efeito estufa. O que se pode fazer? Repensar a necessidade de um novo produto antes da compra é uma alternativa. Reaproveitar, usar por mais tempo e procurar consertar o que está quebrado são outras formas de contribuir para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e combater o aquecimento global.

Heloisa Mello

A maior parte das emissões de gases de efeito estufa no Brasil vem do desmatamento das florestas e do uso do solo para agricultura e pecuária, além da queima de combustíveis fósseis no transporte e do uso de energia nos processos industriais. Ou seja, é nosso estilo de vida o motor principal do aquecimento do planeta. Nesse sentido, cada um de nós é parte do problema e tem o poder de mudar a situação. Pense, por exemplo, que a criação de gado na Amazônia é atualmente um dos principais indutores da devastação da floresta. E o desmatamento é a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, responsável por 55% das emissões totais. Ao procurar saber a origem da carne de boi que consome, pedir informações no supermercado ou no açougue, dar preferência a comprar de empresas que afirmam selecionar fornecedores que não trabalham em áreas desmatadas ilegalmente, o consumidor pode evitar que o bife que compra ajude a desmatar a floresta amazônica e em consequência aumentar as emissões de gases de efeito estufa. Outro exemplo bem concreto. A fabricação de um produto envolve extração e processamento de matéria-prima, uso de água e de energia na produção, além do gasto de combustível no transporte até as lojas. Tudo isso causa a emissão

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O Instituto Akatu desenvolve projetos em parceria com grandes empresas.

>Wal-Mart Brasil: Educação para o Consumo Consciente O projeto piloto teve início em maio de 2007 e traçou como objetivo principal promover a assimilação da cultura da sustentabilidade na comunidade Wal-Mart Brasil (WMB), Parceiro Estratégico do Akatu, por meio da incorporação dos valores e práticas do Consumo Consciente entre seus diversos colaboradores nas cidades de São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Recife. Em fevereiro de 2008, com base na avaliação positiva das estratégias, metodologias e resultados de uma fase piloto do projeto, o Akatu e o Wal-Mart decidiram expandir o projeto para toda a rede WMB com a nova meta de sensibilizar 20 mil associados do Wal-Mart entre maio e novembro. A meta foi superada com a sensibilização de mais de 21 mil associados que trabalham em cerca de 100 unidades do WMB, incluindo lojas, centros de distribuição e escritórios centrais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba. Para esse resultado, foi fundamental a participação de cerca de mil associados, que receberam formação direta do Akatu para atuarem como multiplicadores de consumo consciente e da sustentabilidade. Os resultados animadores do projeto definiram uma nova meta: o presidente do WMB lançou o desafio de capacitar 50 mil associados à causa do consumo consciente e da sustentabilidade até o final de 2009. Essa fase do projeto está sendo denominada Expansão II.

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>gerdau Olimpíada Realizada no primeiro semestre de 2008, a Olimpíada Voluntários Gerdau teve como tema o Consumo Consciente pelo Planeta. Contou com a participação do Akatu na promoção de oficinas de capacitação de multiplicadores e no fornecimento de conteúdos para jogos com a seguinte temática: consumo consciente, água, energia e minimização de resíduos. As atividades envolveram cerca de 7 mil colaboradores da empresa e aconteceram entre abril e junho, tendo beneficiado mais de 400 instituições atendidas pelo Instituto Gerdau.

>Tribanco: Conscientização e Mobilização para o Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito, com uso do ensino A distância Lançado em 2008, o projeto Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito do Akatu e do Tribanco – do Grupo Martins – tem o objetivo de conscientizar e mobilizar colaboradores, fornecedores e clientes de todo o Brasil para o consumo consciente utilizando recursos de ensino a distância. Os conteúdos relacionados ao projeto chegarão a 40 mil clientes do Tribanco e do Grupo Martins.

>Nestlé: Consumo Consciente, Sede Nestlé O projeto “O Consumo Consciente na Sede da Nestlé”– cujo principal objetivo é disseminar os conceitos e práticas do Consumo Consciente e Sustentabilidade – encontra-se em fase de planejamento. O projeto prevê a mobilização dos cerca de dois mil colaboradores da sede da Nestlé, em São Paulo, por meio de uma estratégia de Educomunicação

– sensibilização por palestras temáticas e a utilização de uma ferramenta de ensino a distância, o e-learning.

>HP: Educação para o Consumo Consciente e a Sustentabilidade Ambiental em escolas públicas O Akatu entende que uma das maneiras mais efetivas de mostrar ao cidadão a relação entre as escolhas de consumo e a cidadania se dá por meio da educação. Dessa forma, a valorização da educação formal é imprescindível e tem um papel fundamental na construção da cidadania e da sustentabilidade da vida no planeta.

/Empresário, ser humano. ser humano, empresário/

Nesse sentido, a HP, parceiro pioneiro do Akatu, promoveu entre 7 de junho e 31 de julho de 2008 uma campanha para arrecadar recursos financeiros para o programa intitulado Educação para o Consumo Consciente e Sustentabilidade Ambiental. Os recursos possibilitarão a implementação do projeto piloto em escolas públicas de cinco estados. O projeto prevê a formação em Consumo Consciente e Sustentabilidade Ambiental de cerca de 120 professores da Rede Pública e o desenvolvimento de material paradidático. O objetivo é preparar os professores para aplicar em sala de aula – para cerca de 2.000 alunos do Ensino Fundamental II – os conceitos e práticas do Consumo Consciente, atrelados aos Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNs. A primeira parte deste projeto – que acontecerá em 2009 – permitirá avaliar a melhor estratégia para expansões futuras que atenda a toda a rede pública de ensino, nos diferentes estados brasileiros

Think & LOve Pense e Ame

/Consciência e Atitude Por um mundo melhor./ w w w . t h i n k a n d l o v e . c o m . b r

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Foto: O Boticário

A história da marca O Boticário começou em 1977 com uma pequena farmácia de manipulação no Centro de Curitiba, no Paraná. Hoje, 32 anos depois, se tornou a maior rede de franquias de cosméticos e perfumaria do mundo, com mais de 2.600 lojas em todo o Brasil e 73 lojas e mil pontos de venda no exterior.

1 – Think & Love

O que é o Programa Bioconsciência? Tendo como base o número de frequentadoras e consumidoras do Brasil, a empresa acredita que conseguirá atingir a meta de até 3 milhões de pessoas. Em 2008, o piloto do Bioconsciência foi considerado um dos melhores projetos ambientais no ranking do “Benchmarking Ambiental Brasileiro” e vencedor da Etapa Paraná do Prêmio CNI (Confederação Nacional da Indústria) na categoria Desenvolvimento Sustentável. O programa está ligado à política integrada de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da marca, que expressa a preocupação em garantir a qualidade de vida para as gerações presentes e futuras.

Para o Boticário, a responsabilidade socioambiental permeia toda a condução dos negócios da empresa e faz parte do modelo de gestão, tendo como essência a prática de relações éticas com todas as partes interessadas, valorizando o ser humano, respeitando o meio ambiente e promovendo o bem-estar social. Não preocupada somente com os requisitos legais, a organização, além de implantar ações internas ao seu processo, realiza programas de mesmo cunho em todo seu ciclo produtivo.

a maior rede de franquias e perfumaria do mundo amplia o projeto bioconsciência.

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Além das lojas que recebem os produtos, os pontos-de-venda participantes têm um selo de identificação, folder informativo e urna para o descarte das embalagens. O resultado até agora é positivo. Já foram recolhidas 79 mil embalagens, o que dá aproximadamente 8,3 toneladas de material reciclável.

É uma iniciativa para tornar a loja do Boticário um canal para que o consumidor possa exercer a cidadania ambiental, devolvendo as embalagens após o uso, contribuindo para a redução dos impactos no meio ambiente.

2 – Think & Love

Qual é a previsão de data para a ampliação do Programa Bioconsciência pelo Brasil e quais as capitais que atinge?

Marcos Baptistucci

A ampliação já iniciou no 1º trimestre de 2009 com a expansão para mais 74 municípios brasileiros, com destaque para as capitais: Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Ao longo do ano, novas cidades e capitais serão atingidas pelo programa.

3 – Think & Love

Quais foram os resultados obtidos nas versões piloto do programa?

Marcos Baptistucci

Desde a implantação do seu projeto piloto o Programa Bioconsciência já recolheu aproximadamente 8,3 toneladas o que representa 79 mil embalagens e material reciclado.

Foto: O Boticário

/o boticário/

Com essa filosofia, a empresa lançou em 2006, em Curitiba, um programa piloto denominado Bioconsciência. A ideia é que a consumidora devolva as embalagens dos produtos após o uso. Com isso, a loja se torna um canal para o consumidor exercer a cidadania ambiental. Todo material devolvido é recolhido e depois reciclado. O programa piloto deu tão certo que no ano seguinte foi ampliado para as cidades de Belo Horizonte (MG), Campinas (SP) e Recife (PE).

Marcos Baptistucci

Marcos Baptistucci, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) do Boticário conversou com a Think & Love.

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Fotos: O Boticário

Foto: O Boticário

> Fundação O Boticário – Parceria USP

Projetos de responsabilidade socioambiental do Boticário > Em janeiro de 2009, a empresa anunciou investimentos de R$ 684 mil, em 12 meses, no Jardim Botânico, um dos principais cartões-postais da capital paranaense e do Brasil. > Em março de 2009, a empresa contribuiu com 81 mil escolas públicas de 1.520 municípios brasileiros, distribuindo material didático com informações sobre mudanças climáticas e boas práticas ambientais.

> Loja O Boticário

Qual será a destinação e como será feita a coleta para os produtos que os consumidores devolverem vazios nas lojas? Como será realizada a logística da reciclagem?

Marcos Baptistucci

A partir do momento em que o consumidor devolve a sua embalagem na loja, ela é separada, acondicionada adequadamente e segue seu caminho de transporte até um parceiro/destinatário de resíduo/reciclador credenciado pela rede. Neste momento, as embalagens são separadas e recicladas conforme a característica de cada material, retornando como insumos aos processos produtivos.

5 – Think & Love

Qual é expectativa da empresa com relação a este Programa?

Marcos Baptistucci

Ser um agente estimulador na formação de uma consciência ambiental, e sobretudo estimular o comportamento do consumidor sob seu papel e suas responsabilidades na cadeia que se materializa com a devolução das embalagens após seu consumo.

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6 – Think & Love

Como o Boticário reduz o impacto negativo de suas atividades?

Marcos Baptistucci

Toda e qualquer atividade, seja industrial, de comércio ou de serviços, possui impactos ambientais que devem ser monitorados por meio de controles operacionais. Estabelecer um programa que busca como objetivo principal apoiar a sociedade na mudança de comportamento faz com que o Boticário esteja contribuindo definitivamente não apenas para aprimorar os controles operacionais da cadeia no segmento em que atua, mas, também, ajudando a esclarecer os papéis e as responsabilidades na gestão compartilhada dos resíduos sólidos de todas as cadeias produtivas. Ressalta-se, ainda, que no ano de 2008, a organização certificou seu Sistema de Gestão Integrado em Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SGI – SS&MA) com base nas normas OHSAS 18.001 e ISO 14.001. Em sua Política Ambiental e Ocupacional, a empresa declara que acredita na garantia da qualidade de vida das gerações presentes e

futuras por meio da compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com a adequada conservação do meio ambiente, através de ações de melhoria contínua.

> Política de investimento social privado, a qual direciona 1% da sua receita líquida anual para diversas iniciativas, projetos e programas.

7 – Think & Love

De que forma incorporar estes projetos na gestão colabora com a competitividade no mercado?

> Com o objetivo de ofertar um programa de Educação e Mobilização para disseminar valores e atitudes conservacionistas, hoje com três unidades – São Paulo, Curitiba e Mato Grosso –, a Estação Natureza consiste em uma exposição que valoriza a biodiversidade brasileira, unindo informação, interatividade e entretenimento.

Marcos Baptistucci

Os temas Reciclagem Pós-Consumo e Responsabilidade Compartilhada passaram recentemente a formar parte não apenas das agendas dos executivos de grandes organizações, como, também, dos diversos fatores sociais: governos, organizações não governamentais e universidades na busca de soluções integradas para a redução do impacto ambiental. Implementar alternativas na esfera do seu mercado de consumo traz ao Boticário a capacidade de apoiar a sociedade e seus agentes na busca de soluções efetivas para contribuir por um mundo mais belo.

Foto: O Boticário

4 – Think & Love

> Fundação O Boticário – Estação Natureza

Fundação O Boticário

Com o intuito de promover e realizar ações de conservação da natureza nacionalmente, a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza foi criada em 1990. Com sede em Curitiba, a Fundação nasceu do desejo do fundador da empresa, Miguel Gellert Krigsner, de empreender ações em prol da preservação da natureza como expressão da responsabilidade social. Suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras organizações e sensibilização da sociedade para a causa conservacionista, contribuindo para o equilíbrio ecológico do planeta e para a manutenção da vida. Por meio de suas Reservas Naturais, a Fundação O Boticário protege importantes remanescentes

de dois dos biomas mais ameaçados do Brasil: Mata Atlântica e Cerrado. Em 2008, contabilizaram mais de 1.000 projetos apoiados em todas as regiões e biomas do Brasil e a proteção de aproximadamente 12 mil hectares de florestas por meio de reservas privadas. As ações também visam amenizar os impactos das mudanças climáticas, já que o desmatamento evitado é um dos principais caminhos para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera

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/Fundação Dom Cabral/

Foto: Fundação Dom Cabral

Foto: Fundação Dom Cabral

Centro Alfa na Fundação Dom Cabral>

O professor Paulo Darien falou sobre o Centro de Desenvolvimento de Varejo Responsável para a revista Think & Love.

1 – Think & Love

Como surgiu a iniciativa de criação de um centro de pesquisa sobre varejo responsável dentro da Fundação Dom Cabral?

Paulo Darien

/Fundação Dom Cabral tem Centro de Desenvolvimento de Varejo Sustentável/ A Fundação Dom Cabral é um centro de desenvolvimento de executivos, empresários e empresas, que pratica o diálogo e uma escuta que se compromete com as organizações, construindo, juntamente com elas, soluções educacionais integradas. Sua missão é contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade por meio da educação e desenvolvimento da tríade acima citada. Com o objetivo de desenvolver novas práticas responsáveis de gestão do varejo com foco na sustentabilidade das empresas, um Centro de Desenvolvimento de Varejo Responsável (CDVR) foi criado pela Fundação Dom

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Cabral, em novembro de 2007. O modelo inovador – que pretende antecipar as tendências e as pressões do futuro e adotar posturas que vão mudar a lógica de se fazer negócios – conta com a parceria do Instituto Ethos e do Akatu, além do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e patrocínio da Souza Cruz. A ideia é reunir empresas e instituições de varejo de bens e serviços e da cadeia de suprimentos para identificar as questões importantes sobre sustentabilidade no ambiente do varejo e elaborar um modelo para o futuro. Paulo Darien, graduado em Economia pela

Em 2001, coerentemente com seu plano estratégico, a FDC criou o Núcleo de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa, gerando, em 2004, o Centro de Referência em Gestão Responsável para a Sustentabilidade, que estuda as práticas referenciais de gestão voltadas para a sustentabilidade. A partir dessa experiência, surgiu a necessidade de focarmos determinados segmentos de mercado que têm características próprias frente à temática da sustentabilidade. Diante disso, com o patrocínio da Souza Cruz, criamos o Centro de Desenvolvimento do Varejo Responsável.

PUC Minas, é professor associado da Fundação Dom Cabral na área de Organizações e Comportamento Organizacional, desde 2003.

2 – Think & Love

Atua no programa de ensino a distância, Gestão Responsável para a Sustentabilidade, e nos programas de especialização na área de Gestão de Negócios.

Paulo Darien

Como pesquisador, apoia o Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral nos seus diversos projetos e pesquisas, tais como: educação de lideranças para a sustentabilidade, sustentabilidade e governança corporativa, e sustentabilidade e planejamento estratégico.

Qual é a proposta do Centro de Desenvolvimento do Varejo responsável?

Tornar-se referência, até 2010, na área em que atua, ou seja, no conhecimento que é necessário para implantação de um novo modelo de gestão do varejo, alinhado com a responsabilidade socioambiental e que estimule, em todas as suas relações comerciais, o comprometimento com a sustentabilidade global. Sua missão é pesquisar, avaliar, descrever e incentivar o

desenvolvimento dos temas ligados à responsabilidade das empresas de varejo de bens de consumo de massa e das empresas componentes de sua cadeia de valor, promovendo o avanço de suas práticas na busca do desenvolvimento sustentável. Os valores que sustentam esta missão são: coerência entre princípios; discurso e ação; transdisciplinaridade; senso de integralidade; independência ideológica; educação transformadora; compromisso com a eficácia e a efetividade.

Instituto Akatu, o ETHOS, o CEBDS, a Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte, o Instituto de Desenvolvimento do Varejo e a ACMINAS.

3 – Think & Love

4 – Think & Love

Quais empresas fazem parte do Centro de Desenvolvimento do Varejo Responsável?

Paulo Darien

Existem dois tipos de vínculos com o CDVR. Nós temos as empresas associadas, que contribuem com recursos financeiros para viabilizarem o centro nos seus estudos e pesquisas, e as instituições parceiras que entram com a sua experiência, representatividade e conhecimento sobre o tema.

Estamos criando uma rede muito expressiva que com certeza vai gerar um movimento de transformação muito significativo, que influencie diretamente o mercado e a sociedade, e respeite os limites do planeta. Assim, podemos fazer negócios de forma responsável e lucrativa.

Há pesquisas em andamento sobre o assunto varejo responsável?

Paulo Darien

Todo o nosso trabalho está centrado no princípio da coautoria. A decisão sobre quais projetos vamos nos dedicar prioritariamente é fruto de uma decisão coletiva que envolve empresas associadas e parceiras.

Entre as empresas associadas, nós temos o Banco Real/Santander, o Grupo Martins, o Itaú/Unibanco, a Souza Cruz, o SEBRAE e com grandes possibilidades de outras grandes redes do varejo também aderirem ao projeto. Entre as empresas parceiras nós temos o

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Foto: Fundação Dom Cabral

Foto: Fundação Dom Cabral

Jardim do Centro Alfa >

vão criar um novo ambiente de negócios, comprometido com uma competitividade responsável e com o lucro justo.

6 – Think & Love

Como a indústria vê a iniciativa do varejo sobre sustentabilidade?

Paulo Darien

A indústria faz parte da cadeia produtiva do varejo, influenciando e sendo influenciada por ele. Não tem como fazermos esse modelo de gestão se tornar realidade sem a participação direta da indústria. Portanto, ou a indústria faz parte ativa dessa iniciativa ou o modelo vai fracassar.

7 – Think & Love

> Da esquerda para a direita: Valdir Ferraz, Ricardo Guedes, João Roberto Cosmo, Hélio Mattar, Emerson Capaz, Cristine Handel e Carlos Ximenez no Fórum Varejo do Futuro

Com o Código de Conduta e o Modelo do Varejo do Futuro, nós vamos criar o Observatório Gerencial do Modelo do Varejo do Futuro, com indicadores que vão nos mostrar o “gap” entre as

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práticas atuais e as requeridas para o futuro. Além disso, será feita, anualmente, uma pesquisa junto às empresas do varejo para monitorarmos a evolução de suas práticas de gestão. E, por fim, com todo este sistema estruturado, vamos formatar um programa de capacitação gerencial para que tudo isso possa ser implementado, desenvolvendo os conhecimentos, as habilidades, os comportamentos e as atitudes que esse novo modelo requer. É um projeto ambicioso, relevante e com alto poder de mobilização e de transformação do ambiente de negócios e da relação de nossa sociedade com o planeta.

5 – Think & Love

Como o varejo pode contribuir como influenciador/determinante para cadeias produtivas mais sustentáveis?

Paulo Darien

O varejo tem uma característica muito peculiar que é lidar diretamente com o fornecedor e com o consumidor, ou seja, ele pode ouvir, entender e influenciar as duas pontas.

Paulo Darien

Todas as pesquisas demonstram que os consumidores estão cada vez mais conscientes de suas pegadas de carbono e querem ajuda para lidar com as mudanças climáticas. Uma maior conscientização e compreensão do consumidor

Ele tem que fazer a intermediação dos seus próprios interesses, do consumidor e do seu fornecedor, amparado num modelo de gestão responsável e comprometido com a sustentabilidade que, por sua vez, considera os diversos interesses dos diversos atores nas esferas individual, empresarial, de mercado, social e planetária. A longevidade de qualquer negócio depende da qualidade e da estabilidade das parcerias que você estabelece ao longo da sua cadeia produtiva. O poder de compra dá ao varejo uma condição muito especial de estender à sua cadeia produtiva práticas referenciais de gestão que

> Sala do Centro Alfa

Então o que querem é que alguém aja por eles. Querem comprar de uma marca na qual acreditam poder confiar, que se comportou de modo correto na sua origem e na sua comercialização. O que eles farão é repassar a responsabilidade de volta ao varejista, pois querem confiar nele.

Hoje em dia, a melhor marca no varejo não é apenas aquela que possui uma boa imagem corporativa, mas as forças sociais que as próprias empresas criam são as que determinarão o amanhã. Os consumidores não sabem, na verdade, o que fazer diante de tudo o que está acontecendo porque estão muito confusos.

Como mensurar/certificar se uma empresa de varejo está entre os parâmetros de “sustentável”?

8 – Think & Love

Paulo Darien

No nosso Modelo do Varejo do Futuro existe o observatório gerencial com os indicadores que vão permitir às empresas fazerem um diagnóstico da pertinência das suas práticas gerenciais frente ao modelo de gestão responsável para a sustentabilidade

Foto: Fundação Dom Cabral

O primeiro projeto é a construção do Código de Conduta do Varejo Responsável, fruto de uma varredura dos códigos de empresas nacionais e estrangeiras. A ideia é que tenhamos um código inovador que se antecipe às pressões e tendências do futuro, ao qual as empresas vão aderir e fazer um relato anual sobre os seus posicionamentos e práticas. Ele vai ser o fundamento para que possamos criar o Modelo do Varejo do Futuro. A construção deste modelo será feita estabelecendo também cenários e tendências, usando toda a rede mundial de relacionamentos que a FDC possui, com intuito de impactar decisivamente as pessoas, as empresas, o mercado, a sociedade e o planeta.

De que forma o consumidor pode ser beneficiado pela iniciativa do varejo responsável?

também é vista como sendo vital para uma melhor transparência na cadeia de suprimentos. Os consumidores não apenas podem comparar preços com um clique do mouse, mas também podem observar as políticas éticas ou ambientais de um varejista e descobrir o que está sendo dito sobre ele em qualquer lugar do mundo.

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Foto: Lions Clube

Foto: Lions Clube

> Albert F. Brandel, presidente da Associação de Lions Clubes

> Roberto João Genta, Governador do Lions Clube Distrito LC-2 - São Paulo

futuro, inclusive tumores. Com isso, podemos reverter até o problema de cegueira”, fala Roberto João Genta, governador do Lions de São Paulo. Os dois laboratórios localizados nos bairros Jardim Miriam e Aeroporto, ficam dentro de creches para atender as crianças. Na Zona Leste fizeram a triagem de cerca de 30 mil crianças e dali saíram 2.070 óculos para essas crianças. Por aqui, um projeto similar ao que já existe em outros países do mundo começa a ganhar força: a doação de óculos. Não é novidade para ninguém que problemas de visão afetam a qualidade de vida de pessoas em todas as idades. Crianças com problemas de visão apresentam dificuldade para aprender, adultos podem ficar sem emprego e idosos com problemas para as atividades simples do dia a dia ficam dependentes.

/lions/ /de olhos bem abertos/ Muita gente não sabe, mas o foco da Fundação Internacional de Lions Clubes (LCIF) é a visão. A principal atividade da ONG é o combate à cegueira reversível. Tudo começou quando um grupo de empresários se reuniu para fundar um clube para fazer negócios. Em um determinado momento das reuniões, decidiram que era hora de começar a chamar pessoas para palestras. Uma das palestrantes foi Elen Keller, que lançou um desafio para a turma: por que vocês não se tornam os paladinos da cegueira no mundo? O desafio virou missão.

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O Lions traz isso até hoje, trabalha em 200 países no mundo, com 18 idiomas e já fez 27 milhões de intervenções de catarata e mais de 37 milhões de pessoas foram atendidas para identificar problemas na visão. Só para se ter uma ideia da força do Lions Club, são mais de 300 mil sócios nos Estados Unidos em mais de doze mil clubes. No Brasil, os números também impressionam, são quase 40 mil sócios distribuídos em 1.530 clubes. Vários projetos são desenvolvidos ao redor do mundo, inclusive ambientais, mas a missão continua sendo melhorar a vida daqueles que

têm problemas de visão. Com este foco, o Lions de São Paulo tem uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo e mantém o Instituto da Catarata com uma equipe de sete oftalmologistas que atende cerca de 200 pessoas por dia. A triagem é feita por lá e as pessoas são encaminhadas para tratamento ou operação, dependendo do caso. Um projeto chamado “Olhinhos do futuro” terá dois consultórios e uma sala de aparelhagem para atender crianças de 0 a 4 anos. “O exame de fundo de olho pode detectar problemas de visão no

O programa basicamente é uma coleta de óculos usados. Os centros leonísticos de óculos recebem as doações que podem ser com ou sem receitas ou até mesmo óculos de sol. Depois de recolhidos, os modelos passam por uma limpeza, são classificados por tamanho, gênero de sexo e prescrição e depois embalados. Os centros de reciclagem de óculos estão localizados na Austrália, Canadá, França, Itália, África, Espanha e nos Estados Unidos já são 17 locais. Os centros de coleta fora do país ocorrem em bibliotecas, escolas, centros comunitários, igrejas, estações de metrô, consultórios de oftalmologistas ou áreas bem movimentadas. Algumas doações são feitas até pelo correio. No Brasil, o Lions Club de São Paulo conta com esse serviço e aceita doações. Os outros clubes vão recolhendo os óculos e encaminham

para São Paulo. O banco de óculos ainda é modesto, vai atendendo à medida da necessidade que for se apresentando. O Lions está se preparando para fazer mais parcerias, não só com a UNIFESP, mas também com o Hospital das Clínicas, e informar nestes locais que os óculos já com gradação e higienizados pela Fotoptica estarão à disposição no Lions. A central de armazenamento e catalogação seria nos clubes. Há 40 clubes na capital e 28 no interior, todos eles trabalham com o Hospital de Transplante de Córnea, em Sorocaba. “Podemos expandir em todas as 68 unidades o projeto e cada clube poderia cuidar do seu próprio banco”, afirma Genta.

astigmatismo e problemas para enxergar de perto e de longe. Um par de óculos que você não usa mais pode mudar a vida de outra pessoa que precisa deles. “É servindo os outros que nós descobrimos o melhor de nós mesmos”, diz Albert F. Brandel, presidente da Associação Internacional de Lions Clubes. Talvez por ess e motivo, a Fundação tenha sido indicada como a melhor ONG do mundo pelo Financial Times, em 2007, e indicada por Jimmy Carter, ex-presidente americano, para o Prêmio Nobel da Paz

A Organização Mundial de Saúde estima que 153 milhões de pessoas tenham problemas de visão, como

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Até chegar em suas mãos, esta revista passou por métodos sustentáveis de produção. Daqui em diante, é com você.

A Makrokolor, gráfica responsável pela impressão da Think and Love, é certificada pelo FSC – Forest Stewardship Council, uma instituição que garante processos ecologicamente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis. A partir daqui, o consumo sustentável é com você: aproveite o conteúdo, repasse a revista, recicle o papel. Porque quando cada um faz a sua parte, um mundo melhor passa a ser uma idéia cada vez mais possível.

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