Projeto Contar um conto e encantar um tanto

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Luciane de Souza Mota

Projeto “Contar um conto e encantar um tanto”

Setembro/2011 São Paulo 1


Luciane de Souza Mota

Projeto “Contar um conto e encantar um tanto”

Apresentação do Projeto “Contar um conto e encantar um tanto” ao Prêmio Professores do Brasil – 5ª edição – Ministério da Educação.

Setembro/2011 São Paulo 2


Sumário

1 – Síntese da Experiência ....................................................................................... 2 – Contextualização ............................................................................................... 3 – Origem do Projeto .............................................................................................. 4 – O projeto “Contar um conto e encantar um tanto” ........................................... 4.1 – Objetivos gerais ................................................................................................ 4.2 – Objetivos específicos ........................................................................................ 4.3 – Justificativa ....................................................................................................... 4.4 – Procedimentos ................................................................................................ 4.5 – Etapas de desenvolvimento ............................................................................. 5 – Recursos materiais .............................................................................................. 6 – Teatro – Produto final ......................................................................................... 7 – Anexos ................................................................................................................

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1 - Síntese da Experiência Este projeto possibilita a contação de histórias na educação infantil. Na impossibilidade dos alunos da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Professor Eduardo kneese de Mello não terem a cultura da leitura em suas residências para ouvirem histórias infantis, encontrei um espaço propício para esta finalidade no ambiente escolar. A escola é um espaço oportuno em que se trabalham as habilidades do alunos e favorece desenvolver novas competências seguidos de novos hábitos. A contação de histórias contribuiu para a aquisição de novos conhecimentos, abrangendo diferentes áreas e segmentos na vida escolar. O projeto “Contar um conto e encantar um tanto” ocorre semanalmente nas quintas-feiras antes do início das aulas, é um horário coletivo, no qual possibilita a junção de cinco turmas de alunos, totalizando aproximadamente 150 alunos. A contação de história é realizada de forma diversificada, as estratégias são diferentes conforme o tema da história, utilizo cenário, vestuário para ilustrar o conto. Semanalmente eu conto diversas histórias, porém neste projeto que apresento temos como produto final uma peça teatral a qual é formada pelos próprios alunos. Todos os nossos encontros ocorrem no pátio da escola, os alunos sentam-se no chão para ouvir os contos. Tenho como apoio os professores das turmas que me ajudam a organizar as crianças. Este projeto é aplicado nesta escola há 4 anos, porém esta prática venho desenvolvendo há 10 anos. Sou uma profissional apaixonada pelo meu trabalho. O meu nome é Luciane de Souza Mota, tenho 46 anos e dedico uns últimos 27 para a educação. Tenho gosto pelo que faço e tenho como ideal manter uma relação de comprometimento e magia com a educação. Das muitas atribuições de um professor, faço da contação de histórias um instrumento de aprendizagem prazeroso e eficiente, proporcionando estímulo a criatividade, fantasia e ludicidade. Parar para ouvir uma história, manter-se atento, embarcar na fantasia,são habilidades aprendidas com maior ou menor intensidade, de acordo com a subjetividade do aluno e do tema do conto. Tais habilidades contribuem significativamente para a aquisição de novos conhecimentos, podendo abranger diferentes níveis de aprendizagem em diferentes momentos da vida escolar do aluno.

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2 - Contextualização O projeto “Contar um conto e encantar um tanto” teve inicio em 2007 na Escola Municipal de Educação Infantil Professor Eduardo Kneese de Mello – Diretoria Regional de Educação de Guaianases – Prefeitura de são Paulo. Em 2010 o Projeto foi reestruturado, passando a fazer parte do projeto pedagógico e da rotina semanal desta escola. Todas as referências a seguir, relatam o trabalho que foi realizado por mim em 2010 com prosseguimento em 2011. Professora responsável: Luciane de Souza Mota Período que lecionava em 2010: das 11:00 ás 15:00h e das 15:00 ás 17:00h. Responsável pelas turmas: 2º estágio E / 3º estágio F. Atualmente trabalho diariamente nesta escola: das 8:40 às 10:55h (2ª,3ª,4ª e 6ª) e das 9:25 as 10:55 (na 5ª feira). Neste horário faço projeto e jornada pedagógica. Das 11:00 às 15:00, sou professora de módulo (eventual) e das 15:00 às 19:00 h sou regente do 5º ciclo B. Esta Unidade Escolar está localizada na Região Leste, no Bairro de Cidade Tiradentes no Estado de São Paulo. O bairro é formado por prédios, voltados para a população de baixa renda. Não há muitas opções de lazer para crianças. Apenas algumas praças com pequenos parques e um Centro Educacional Unificado próximo a escola. Os responsáveis por estes alunos trabalham fora e ficam com as crianças poucas horas por dia, alguns pais trabalham até aos finais de semana. Apesar desta escassez de tempo, a comunidade local procura estar presente nos eventos promovidos pela escola.Isto é um bom sinal, pois, os alunos comemoram quando tem a presença da família em suas atividades escolares. A escola EMEI Professor Eduardo Kneese de Mello possui uma organização de espaços e horários, de modo que os alunos podem aproveitar tudo o que a escola pode oferecer, de maneira a enriquecer e aprimorar o seu aprendizado. Há um momento na semana destinado ao uso do espaço da Sala de leitura. Nesta, os alunos podem ter contato com diferentes tipos de livros, apreciar histórias contadas pelo professor e ainda ter um espaço para criar e recriar sua fantasia. A escola faz empréstimos de livros semanalmente, proporcionando um momento de leitura em família, já que este é enviado todas as sextas- feiras e devolvido na segunda-feira.

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3 - Origem do Projeto A escola realiza em suas atividades semanais a visita dos alunos na sala de leitura para ouvir histórias e ler livros, porém esta prática não é realizada por todos os professores e muito alunos perdem a oportunidade deste contato com a literatura brasileira que oferece qualidade em sua escrita. A prática de levar os alunos para a sala de leitura é umas das diversas ações pedagógicas que constitue a linha de tempo voltada semanalmente para a sala de leitura e empréstimo dos livros. É uma atividade coletiva, alegre e exerce grande influência sobre as crianças. Diante desta situação, observando que os alunos aguardam por estes encontros na sala de leitura elaborei o projeto “Contar um conto e encantar um tanto”. É um momento esperado pelos alunos e por mim que sou a professora responsável por esta ação pedagógica. Para que tudo aconteça da melhor forma, no dia anterior a nosso encontro organizo todo espaço, figurino e cenário. Todo esse cuidado é para evitar improvisos, no entanto, este geralmente acontece devido a diversidade dos encontros. Este favorece ao aluno motivação para que os alunos apreciem e queiram sempre mais, procuro usar esse momento de forma mais significativa, atrativa, diferenciada e prazerosa, tornando esse espaço-escola bem agradável. Tenho conhecimento que o contador de histórias exerce grande influência nas crianças. Então por que não fazer esta influência ser a mais signifitiva possível? Para dar início ao projeto, precisava inicialmente fazer com que os alunos entendessem como e porque haveria este momento. Por que ler um livro na escola era tão diferente de ler um livro em casa? Como fazer com que as histórias ouvidas despertassem indiretamente o prazer de ler? Criança gosta muito de falar, então resolvi reuni-los numa roda de conversa e assim, despertar o interesse, cativá-los. Organizei todas as crianças na sala de brinquedoteca (uma sala muito atraente para eles), organizei um mini palco fazendo teatro de arena, deixei pendurados alguns livros pela sala, arrumei uma caixa e também nela coloquei alguns livros (uns bem cuidados, outros nem tanto), joguei alguns panos em cima da caixa para dar aquele ar de magia e para complementar, coloquei um fundo musical suave, num tom baixo, só para dar um clima. Estas são práticas semanais para a contação de histórias. Iniciei o ano de 2010 com uma narrativa ressaltando a importância de um livro de histórias, sua preciosidade. Mostrei-lhes que todo o encanto das histórias e dos personagens estava guardado lá dentro, só esperando que alguma criança pudesse descobri-los. Explanei junto aos alunos todo o processo que aconteceria em torno do empréstimo de livros, do cuidado que tanto eles como os familiares deveriam ter, o quanto seria bom pois a família poderia participar junto, que o livro seria levado todas as sextas feiras e que seria necessário que a devolução fosse feita todas as segundas feiras só assim o aluno teria crédito para escolher um outro livro na semana seguinte.Toda magia do empréstimo de livros não terminaria porque todos os alunos juntos poderiam participariam da hora da contação de histórias sempre as quintasfeiras no horário da entrada.

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Havia consultado meus alunos do 2º estágio para saber quem gostaria de participar de um teatrinho. Foi um pouco difícil a escolha já que quase todos levantaram a mão dizendo ter interesse. Com a ajuda dos próprios alunos consegui escolher quatro atores. Escolhi então algumas roupas para vestir os alunos que comporiam os personagens que são muito vislumbrados pelas crianças.Conversei antes com estas que iriam representar explicado que deveriam fazer, visto que eles estariam ali na sala onde tudo aconteceria. Estávamos nos primeiros dias de aula e eu precisava conversar com os familiares responsáveis pelas quatro crianças que fariam parte desta 1ª história. Queria explicar que a escola tinha um trabalho diferenciado e que os alunos estariam sempre participando de atividades diferenciadas. Desta forma, conseguimos montar nosso teatro que originou nosso produto final do Projeto “Contar um conto e encantar um tanto”.

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4 - O projeto “Contar um conto e encantar um tanto”

4.1 – Objetivos gerais - Contar historia na educação infantil. - Desenvolver a competência leitora e escritora através da contação de histórias de forma que os educandos possam interagir com o mundo. - Fazer da cotação de história um instrumento de aprendizagem prazeroso e eficiente.

4.2 – Objetivos específicos - Estimular a criatividade e a fantasia através do lúdico. - Aflorar a sensibilidade e o senso crítico. - Aprimorar habilidades de concentração. - Promover a socialização. - Impulsionar a criança a ter interesse pelo ato de ler. - Visualizar diferentes tipos de comunicação. - Aproximar a família do aluno através da leitura correta

4.3 – Justificativa Diante da precariedade na prática da leitura este projeto objetiva facilitar o acesso a leitura, partindo da educação infantil, levando a criança a desenvolver o hábito da leitura e da escrita, de forma que isto venha a facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento de novas competências. O Brasil é considerado um País subdesenvolvido, pois a população em idade escolar, em sua maioria, não faz da leitura uma constante no seu dia a dia. Segundo dados de 2005 do IBOPE, no Brasil, o analfabetismo atinge cerca de 68% da população (30% do nível 1* e 38% do nível 2*). Somados esses 68% de analfabetos funcionais com os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população ) são plenamente alfabetizadas, isto é,estão no nível 3* de alfabetização funcional . 8


Segundo a Wikipédia (2011), esses índices tão altos de analfabetismo funcional no Brasil devem-se a baixa qualidade dos sistemas de ensino público, a falta da infra-estrutura das instituições de ensino (principalmente as públicas) e a falta de hábito e interesse de leitura do brasileiro. Em alguns países desenvolvidos e / ou com um sistema educacional mais eficiente, esse índice é inferior a 10%, como na Suécia, por exemplo. Nível 1 – Também conhecido como alfabetização rudimentar, compreende aqueles que apenas conseguem ler e compreender títulos, textos e frases curtas; e apesar de saber contar, tem dificuldades com a compreensão de números grandes e em fazer as operações aritméticas básicas. Nível 2 – Também conhecido como alfabetização básica, compreende aqueles que conseguem ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações espersas no texto e não conseguem tirar uma conclusão a respeito do mesmo; e também conseguem entender números grandes, conseguem realizar as operações aritméticas básicas, entretanto sentem dificuldades quando é exigida uma maior quantidade de cálculos, ou em operações matemáticas mais complexas. Nível 3 – Também conhecido como alfabetização plena, compreende aqueles que detêm pleno domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas as mais complexas).

4.4 – Procedimentos A escolha da história não era feita de forma aleatória, havia sempre uma intencionalidade, uma elaboração de um plano, um roteiro a seguir. Tudo isso interligado com o plano anual de ensino, plano semanal e o projeto pedagógico da escola, ressaltando quando necessário as datas comemorativas a serem trabalhadas pelos professores. Comecei pelos clássicos uma vez que já faziam parte do repertório da maioria dos alunos, também levei em conta a faixa etária, pois queria despertar o interesse dos ouvintes. Para este momento mágico acontecer, fazia-se necessário seguir algumas etapas. Tudo era feito com muito gosto para que desse certo. Os textos usados na contação de histórias podem ser de diferentes formas. Tudo depende do que se quer alcançar, do momento disponível, do espaço local e da clientela. Para maior compreensão destaco as formas de contar história que utilizo conforme o tema. *Conto – História curta em prosa, com um só conflito e ação e poucos personagens. *Reconto – Contar de novo, minuciosamente; reescrita de um texto já existente.

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*Simples narrativa – Narração (exposição), sem acessórios. Usando apenas a voz e sua postura gestual; neste caso pode-se também fazer uso das repetições que fazem a história ficar mais interessante. *Narrativa interativa – Narração que permite ao receptor interagir com o emissor através de palavras, gestos ou canto. *Dramatização – Transportar para a linguagem teatral (texto, romance etc.); valorizar de fato uma situação. *Contar história usando como recurso apenas o livro, mostrando suas gravuras para ilustrar melhor.

4.5 – Etapas de desenvolvimento 1ª etapa – Escolha da história. Pesquisa feita através dos livros para atender aos objetivos específicos. 2ª etapa – Adaptação do texto, reescrita, para facilitar sua compreensão e torná-lo mais comunicativo. Escrita e elaboração da forma textual, caso fosse de minha autoria. 3ª etapa – Estudo da história. Identificar a mensagem e definir os elementos essenciais. Explorar a história. 4ª etapa – Definição dos personagens: alunos, professores, funcionários, e/ou seres inanimados (objetos diversos). 5ª etapa – Preparação do figurino. É importante que o aluno veja que há diversas formas de representação sem muita elaboração. Alguns materiais eram da escola e outros trazidos de casa. Em alguns casos específicos, as roupas eram confeccionadas na escola por uma das funcionárias, tudo sempre muito simples. 6ª etapa – Organização dos materiais para o cenário, panos, utensílios domésticos, objetos diversos. 7ª etapa – Separação dos materiais de som e áudio (microfone, caixa de som, cd player). 8ª etapa – Ensaio da narrativa, passando as falas dos personagens, ações, localização no palco. 9ª etapa – Organização dos alunos no pátio ou na sala. A conversa antes da história é de suma importância, chamamos de fase preparatória para introduzir a história.

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10ª etapa – Apresentação da história. Usando de diferentes recursos. Pode-se também fazer uso da música para ilustrar e enriquecer, além de fazer com que os alunos participem mais. 11ª etapa – Avaliação do tema trabalhado com os professores e em segundo momento com os alunos. A avaliação com os alunos pode ser feita de diversas formas: através do desenho, roda de conversa, brincadeiras, dramatizações, atividades espontâneas. Algumas destas atividades ajudam os alunos a ficarem mais desinibidos e perderem o medo em determinadas situações.

5 – Re cursos materiais - livros, revistas, diferentes tipos de textos. - cenário - equipamentos áudio visuais (microfone, CDs, cd player) - recursos para caracterização de personagens (fantasias, maquiagem, vestuário, mascaras, objetos e outros). Ao longo do ano de 2010 os alunos puderam apreciar muitas histórias. Destaco algumas delas e como foram realizadas: Chapeuzinho Vermelho – Narração em 1ª pessoa feita por mim, com a colaboração das professoras na interpretação dos outros personagens. Os três porquinhos – Narração em 3ª pessoa Branca de Neve e os sete anões A bela adormecida Cinderela João e o pé de feijão A sopa de pedra A cozinha da dona coelha (história escrita por mim) João e Maria

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6 -Teatro – Produto final O teatro foi uma ação única da prática de contação de histórias e surgiu no final do ano de 2010 a partir da indagação por um dos alunos da classe que eu lecionava, o 3º F, querendo saber quando eles iam poder representar uma história para toda a escola. Comecei fazendo democraticamente uma eleição para saber quem queria participar, para minha surpresa e felicidade 90% dos alunos disseram que sim. Escrevi todos os nomes na lousa e fui pedindo que cada um votasse num colega, isso após definirmos que as histórias a serem trabalhadas seriam: Chapeuzinho Vermelho e Os três porquinhos. Na primeira história haveria sete personagens: Lucia, a Chapeuzinho Vermelho, a mãe do Chapeuzinho Vermelho, o lobo mau, a vovó e os três caçadores; na segunda história apenas quatro: o lobo mau e os três porquinhos. Ao todo seriam necessárias onze crianças. Grande problema, já que havia 30 alunos querendo participar. Contudo, havia um detalhe: estávamos a duas semanas da I Feira do livro desta escola e durante o evento haveria um momento muito especial destinado a contação de histórias, seria então o momento do 3º F fazer sua estréia e toda a comunidade de pais e responsáveis estariam presentes. Começava então a segunda etapa que era a de contemplar um número maior de crianças para participarem deste delicioso momento. A alternativa foi de duplicar a apresentação das histórias. Com isso seriam vinte e duas crianças contempladas e não apenas onze. Quando comecei a elaborar o cenário percebi que poderia então agrupar as oito crianças restantes fazendo compor o nosso espaço teatral. Estas crianças seriam a casa dos três porquinhos e no momento oportuno levantariam o pano que se transformaria em casa, tudo com a ajuda da narração que daria vida a medida que tudo fosse acontecendo, já que a casa de tijolos já estaria pronta e fixa no palco. Resolvido esta problemática, iniciamos os ensaios em duas etapas. Ao ensaiar os três porquinhos, todos que fariam parte do elenco estavam presentes. Assim enquanto uma turma ensaiava, a outra assistia e já ia se familiarizando com as cenas e as falas, bem como colocação no palco. Para enriquecer mais este trabalho, resolvi gravar as músicas que seriam cantadas durante o teatro. Ensaiei com os alunos e contei com a colaboração do inspetor de alunos que cuidou desta parte do som, com toda disposição, inclusive ele fez a gravação em duas etapas: primeiro as meninas e depois os meninos, depois finalizou da melhor forma. Agora era a vez do cenário, pois este seria usado nas duas histórias. E uma das peças mais importantes seria a casa, pois hora seria a casa da vovó, hora seria a casa de tijolos dos porquinhos. Mais uma vez contei com a ajuda do inspetor de alunos e o resultado foi surpreendente. Outros objetos compunham o cenário, busquei nos cantos da escola e o restante trouxe de casa. 12


Para finalizar faltavam as roupas para caracterização dos personagens. Aproveitei algumas peças que já existiam na escola e outras trouxe de casa. Também conversei com os alunos para que viessem com determinada peça de roupa, apropriada para compor seu personagem, tudo sem gastos ou compras desnecessárias. Todo o texto foi rescrito por mim e como narradora ajudava os alunos na localização no palco a medida que as cenas iriam acontecendo. Realizei a caracterização para despertar o interesse nos pequenos ouvintes e usei o microfone durante a apresentação para auxiliar a fala dos alunos, pois sabia que alguns, devido a timidez inicial falariam baixo. As apresentações aconteceram em dois dias, pois seguiu o roteiro da feira cultural. Os pais e responsáveis pelos alunos foram convidados assim como toda a comunidade escolar. Foi um momento ímpar para mim como educadora, para os alunos por ter sido a primeira apresentação teatral e para os pais que puderam presenciar todo o resultado do projeto Contar um conto e encantar um tanto, feito por seus filhos. Durante a feira de livros, as pessoas eram convidadas a lerem ou contarem histórias da forma que quisessem. Percebi que muitas crianças da escola ficaram sensibilizadas e queriam participar. Antes, porém pediam-me para caracterizá-los. Então os chamava na sala e ia caracterizando um a um, oferecia alguns objetos para que eles mesmos pudessem escolher aquilo que mais o agradava; podia ser um chapéu, um colete de cowboy, um arquinho de princesa. Com a caracterização feita, pareciam mais desinibidos e prontos para serem contadores de histórias. Tudo isso reflexo do que haviam presenciado ao longo do ano. Até mesmo os adultos que se ofereciam para participar como contadores faziam uso deste recurso. O projeto não se findou ao término do ano de 2010, pelo contrário; continua cada vez mais vivo dentro de mim. Como educadora sei que aquilo que está dando certo deve continuar até mesmo porque neste ano de 2011, novos alunos vieram fazer parte do nosso quadro. Este ano continuo meu trabalho como contadora de histórias. Novos contos foram inseridos como: - A fabrica de chocolates da dona coelha - Mãe natureza - Mãe que trabalha - A cidade das flores A cada semana, novas ideias surgem e mais as crianças apreciam este momento e participavam não apenas como ouvintes. Até que em certo momento, os alunos começam a criar suas próprias histórias enquanto brincam, e também manifestam o desejo de elas mesmas contarem suas 13


histórias para os outros, imitando a professora. Surge então a ideia de organizar estas manifestações das crianças. Os alunos do 5ºB, sala a qual eu sou regente já incorporaram o projeto Contar um conto e encantar um tanto e ao longo deste ano já realizaram três dramatizações. Temos mais duas histórias em andamento. A escola tem que ser um espaço vivo e vejo que o projeto contribui para a continuidade desta proposta pedagógica.

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7 – Anexos

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