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A sala de aula é um lugar que reúne alunos com individualidades cognitivas — pessoas com os mais variados tipos de aprendizagem, objetivos, características e comportamentos.

Gardner (2009) explica essa diversidade

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quando divide as inteligências em sete áreas de habilidades diferentes. Mais tarde, foram acrescentadas duas inteligências à teoria, totalizando nove: naturalista, musical,

lógico-matemática, existencial, interpessoal,

corporal-cinestésica, linguística, intrapessoal e espacial. Assim, conforme evidencia a teoria de Gardner (2009), o desenvolvimento do processo cognitivo se dá de formas variadas.

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Considerando essa diversidade em um único ambiente, pergunta-se: como insistir numa forma de ensino em que o professor é o detentor do conhecimento e sujeito ativo e o aluno, o recebedor do conhecimento, passivo, que não pode dar sua opinião e é submetido a uma aprendizagem decorativa e crua? Será que ainda encontramos escolas assim em pleno século XXI?

Para a Rede Sagrado, a tradição e a modernidade são aliadas e complementares, pois visamos a excelência escolar e o comprometimento com a transformação social. Despertamos no estudante a vontade de aprender, investigar, reinventar-se e descobrir novas possibilidades todos os dias. Agindo assim, fica mais fácil, mas não menos desafiador, enfrentarmos o momento atual: a pandemia da doença Covid-19.

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Uma nova visão do trabalho escolar implica mudança de postura do docente. Este precisa construir um ambiente adequado em sua sala de aula para que os diversos tipos de inteligências sejam desenvolvidos, pois cada aluno possui seu próprio estilo de aprendizagem e traz uma

bagagem de conhecimentos prévios oriundos de situações ambientais diversas.

Os estudantes não são os mesmos de 20 ou 30 anos atrás. Hoje, eles estão conectados o tempo

todo, informando-se e aprendendo on-line em ambientes colaborativos.

As gerações do século XXI, então, exigem uma

educação voltada para o aluno. Isso requer mudança de metodologias e concepções teóricas.

A tecnologia personaliza o ensino e permite que qualquer lugar se transforme em um espaço de aprendizagem.

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A ideia do blended learning, aprendizado híbrido,

conforme evidenciado por Gouveia (2006), encaixa-se perfeitamente no atual cenário

educacional. É uma modalidade que combina

ensino presencial e ensino a distância, tendo

como principal objetivo a garantia de que tanto professores quanto alunos podem ensinar e aprender em lugares diferentes, levando o ensino para além da sala de aula e aprimorando o processo de ensino-aprendizagem. De modo

mais simples, o blended learning se configura

como um regime misto de ensino caracterizado

pela articulação de momentos presenciais com momentos on-line. Nesse sentido, representaria uma alternativa ao ensino a distância, num extremo, e à sala de aula, no outro [...] em que se conjugam momentos presenciais com o recurso do ensino a distância, numa tentativa de assegurar as vantagens do e-learning, com o suporte mais humano e natural que a relação física entre quem ensina e parceiros de aprendizagem proporciona. (GOUVEIA, 2006).

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No ensino híbrido, ou b-learning, o aluno é protagonista na aprendizagem e começa a dominar os diversos conteúdos a

partir de aulas on-line, tomando gosto pela exploração,

aprofundando-se nos conhecimentos e levando perguntas, curiosidades e descobertas para as aulas presenciais. Essa é uma tendência que estimula o trabalho compartilhado e o senso crítico, desenvolvendo habilidades, competências e discutindo conteúdos.

Nessa metodologia, o enfoque está no envolvimento com o aprendizado coletivo, tendo o professor como mediador da

aprendizagem.

O termo “blended learning” surgiu, por volta do ano 2000, em cursos educacionais voltados para empresas. Posteriormente, a metodologia evoluiu e começou a ser usada em salas de aula do ensino regular. Esse método conta diretamente com recursos tecnológicos e plataformas adaptativas, possibilitando o aprendizado em diferentes momentos e indo além das paredes

da escola. Com essa modalidade de ensino, o aluno aprende no seu tempo, focando nas suas melhores ou piores habilidades e trabalhando de forma individual ou em grupo.

O blended learning é adaptativo, podendo ser implementado em escolas com poucos recursos tecnológicos ou com alto poder tecnológico. Entretanto, não é tão simples, é essencial repensar as aulas para que haja relação das tecnologias com o plano de ensino.

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De acordo com a definição de ensino híbrido,

de Clayton M. Christensen, Michael B. Horn e

Heather Stakerdo (2013), existem quatro modelos

de metodologias ativas a serem usadas no blended learning, um deles é o de rotação, no qual está inserido o laboratório rotacional. Neste laboratório, os alunos usam dois ou mais ambientes distintos da escola e, em cada um, ocorrem discussões diferentes

sobre o mesmo assunto. Em seguida, os grupos se encontram num mesmo ambiente para troca de experiências.

Sou — e com muito orgulho — professora. Tenho o privilégio de ministrar aulas para alunos com idades entre 9 e 13 anos. Gosto de trabalhar a Matemática de forma significativa e leve, e a

metodologia blended learning me chamou a

atenção por isso.

Propus aos alunos de 6º e 7º anos a confecção de um jogo que envolvia raciocínio lógico, utilizando material disponível na própria casa.

Incentivei a participação de todos os membros na atividade, assim, todos desenvolveriam o pensamento lógico-matemático. Pedi ainda que esses momentos em família, jogando, fossem registrados. Essa atividade proposta aos alunos foi uma grata experiência de como o ensino, a partir

das metodologias ativas, pode ser prazeroso e

significativo.

Nos relatos dos alunos, ficaram evidentes as

várias habilidades que tiveram que mobilizar e

as estratégias que precisaram desenvolver a cada rodada do jogo. Eles efetivamente colocaram em prática o raciocínio lógico-matemático.

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O resultado de tudo isso não poderia ser outro, percebeu-se nitidamente maior envolvimento das famílias no processo de ensino-aprendizagem dos

filhos neste período tão delicado de distancia- mento social.

O ensino híbrido, do qual faz parte o blended

learning , exige, como já foi dito, planejamento,

organização e pensar “fora da caixa” para

alcançarmos os objetivos desejados. Sabemos que, mesmo distantes, os alunos permanecem tendo contato com colegas e professores, sendo assim, nada mais natural que unir o útil ao agradável e

trabalhar a partir das metodologias ativas.

Nesse

contexto, a modalidade blended learning é a

liberdade de aprendizado.

BIBLIOGRAFIA:

GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre (RS): Artes Médicas, 2009.

GOUVEIA, Guaracira; OLIVEIRA, Carmen Irene. Educação a distância na formação de professores: viabilidades, potencialidades e limites. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2006.

SOUZA, E. C.; SOUZA, I. C.; TEIXEIRA, V. R. Evolução histórica do processo ensino-aprendizagem. MOURÃO, H. A pedagogia tradicional ontem e hoje.

www.2.seduct.mt.gov.br |

Acesso em 24 de maio de 2020.

www.christenseninstitute.org |

Acesso em 9 de jul. de 2020.

MARCELO, 2018. Ensino híbrido: descubra agora o que é e como utilizá-lo! simulare.com.br |

Acesso em 24 de maio de 2020.

MENDONÇA, B. 2016. O que é e como funciona o blended learning?

www.edools.com Acesso em 24 de maio de 2020.

GODINHO, V. T.; GARCIA, C. A. A. 2016. Caminhos híbridos da educação — Delimitando possibilidades.

www.sied-enped2014.ead.ufscar.br Acesso em 24 de maio de 2020.

CSCMRJ EDUCAÇÃO INFANTIL NO ACESSO REMOTO: DESAFIOS X PERSPECTIVAS

Fernanda Queiroz

Professora, pedagoga, especialista em Educação Infantil pela PUC-Rio e psicopedagoga pelo Instituto Sinapses. Atua no Colégio Sagrado Coração de Maria - RJ como professora da Educação Infantil.