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O príncipe

Contemporâneo

Geovania Carla de Moura Pedagoga Empresarial Gestora de Desenvolvimento de Pessoas Professional & Self Coaching

Até pouco tempo algumas mulheres diziam umas às outras que foram criadas para namorar e casar com um príncipe encantado... Aquele rapaz garboso, com valores e princípios elevados, bem sucedido profissionalmente, bonito, alto, loiro ou moreno, não importava, desde que com características próximas aos personagens de filmes românticos consagrados nas décadas de 80 e 90 como “Lagoa Azul” e “Amor Sem Fim”. Cenários, contextos e características de homens pouco comuns e que, portanto, as levavam a uma busca sem fim deixando-as frustradas e com enorme vazio dentro de si. Sendo assim, seria imperioso dar atenção especial à criação dos filhos, em especial às meninas, evitando que elas crescessem com tais ilusões acerca dos homens. A ideia de responsabilizar os homens por não corresponder a tais expectativas as isentava de certas reflexões, visto que não correspondiam ao que no fundo foram treinadas a desejar. Hoje nos perguntamos: Quantas vezes desejamos super homens que existem apenas nos cinemas e nos folhetins? Estamos buscando algo que existe? Exigindo demais de companheiros que assim como as mulheres estão em processo constante de transformação e adequação ao meio? Sem querer defender bandeira “x” ou “y” há sensatez em tamanha cobrança e impaciência? O que de fato, nós esperamos do homem pós moderno? E mais: seria possível que da década 80 e 90 pra cá, já tenhamos novos modelos de comportamento dos homens? Segundo alguns estudiosos essa cobrança tem gerado no homem um estado de isolamento e solidão, além de angústia com o desempenho de seus novos papeis, visto que a independência financeira já não é mais restrita a eles. Atualmente o papel do

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Identidade

homem é, assim como das mulheres, multifacetado. A sociedade exige dele atividades que eram exclusivas das mulheres, levando-o a uma tensão, na qual precisa aprender a contrabalançar as demandas profissionais, com as expectativas que cercam o seu papel, de pai e marido, namorado, amante, sem negligenciar uma rotina que lhe garanta qualidade de vida emocional para dar conta de tudo isso. Nesse sentido, é importante refletirmos o quanto a sociedade, em especial as mulheres, pode contribuir para que este novo papel se solidifique e que tenhamos assim nossos príncipes, não os “encantados”, mas os de carne e osso, aqueles que não têm o estereótipo consagrado pelo cinema, mas que estão aprendendo constantemente a expressar o que sentem, a darem carinho e afeto à mulher e aos filhos. Um homem que já está por aí, que é cordial, humilde, paciente, com sensibilidade, compreensão e empatia. Um homem mais generoso nos elogios, na expressão de seus sentimentos e mais autêntico em suas atitudes. Um homem que em qualquer situação, seja de casal, profissional ou social, estabelece com a mulher, uma relação de igualdade e de respeito.


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