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Plano

14 de Fevereiro de 2012 Ano 10 · Edição 110 · R$ 5,30

BRASÍLIA BR w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

EDITORA

Brasiliense que bicho é esse? MESA REDONDA Wilmar Lacerda Cultura Cinemas de arte de volta Cidade Brasiliense adora feira

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Brasília e Coisa & Tal

Romário Schettino

No limite

Valter Campanato/ABR

Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest). Deixou lá o seu adjunto Daniel Seidel. Arlete tem tudo para ser a próxima presidente da Casa e ajudar Agnelo a deslanchar seu governo de tão ampla coalizão.

Elza Fiúza/ABr

O governador Agnelo Queiroz escalou o secretário de governo, Paulo Tadeu, para ler sua mensagem à Câmara Legislativa na abertura dos trabalhos deste ano no dia 1º de fevereiro. O principal recado dado aos distritais refere-se à impossibilidade de aumento para os servidores, e o motivo é que os gastos do governo já chegaram a 46% da receita líquida. Ultrapassado o limite legal, o governador torna-se inelegível, e isso é muito grave para quem pensa em reeleição. Fontes do governo criticam os “avanços” oferecidos por Agnelo no primeiro ano da gestão. Também, pudera, com tantos acordos políticos para sustentar a ampla maioria na CLDF, só podia dar nisso.

BRB de cara nova Ao assumir a presidência do Banco de Brasília, o petista Jaques Pena recebeu o seu crachá de funcionário. Animado, prometeu valorizar os servidores da casa. Ele mesmo é aposentado do Banco do Brasil, mas como ex-sindicalista sabe o que significa, para um quadro de pessoal, estar com a autoestima baixa. O BRB precisa de muita reza para sair do buraco em que se meteu com tantos governantes irresponsáveis sugando seus cofres.

Mais secretarias O GDF é a unidade da Federação que mais tem secretarias, são 34. A última anunciada é a chamada Secretaria da Regularização dos Condomínios. E o mais surpreendente é que ela foi oferecida ao famoso Agaciel Maia (amigo de Pedro Passos). Agora, a pergunta se existe a Secretaria de Habitação, para que mais essa? Tem muita gente que não está entendendo aonde quer chegar Agnelo.

Arlete de volta A deputada distrital Arlete Sampaio (PT) cumpriu a palavra e voltou à Câmara Legislativa depois de atuar na Secretaria de

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O governador Agnelo Queiroz reinventou a figura do porta-voz e nomeou para o cargo, com status de secretário, o jornalista Ugo Braga. Agora são três: Abimael cuida da publicidade; Samanta Sallum, da comunicação institucional; e Ugo da relação com a imprensa. A ideia, como esse trio, é transformar o esforço técnico-político em mais pontos na aprovação do governo.

Dilvugação

Porta-voz


Comunicando Mercadante barra

Marcelo Casal/ ABr

Na tão esperada reforma ministerial da presidenta Dilma Rousseff estava incluída uma possibilidade de o senador Cristovam Buarque (PDT) assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia levando junto o ensino superior. O problema é que Aloizio Mercadante não aceitou a divisão do MEC e indicou o seu sucessor no MCT, Marco Antonio Raupp. Wilmar Lacerda, secretário de Administração do GDF e primeiro suplente de Cristovam, terá que descobrir outra forma de se tornar senador.

que respeita a autonomia do Estado cubano e não vai interferir em assuntos internos.

Nota legal A ideia seria genial, se funcionasse. A nota legal do GDF virou uma fantasia, ninguém consegue entrar no site para se beneficiar dos descontos obtidos pelo contribuinte ao exigir nota fiscal com CPF do consumidor. É tanta trapalhada que ninguém acredita que é mesmo pra valer. A Secretaria da Fazenda parece não ter muito interesse nesse desconto.

Festiarte O I Festival Internacional de Artes de Brasília (Festiarte), comandado na Secretaria de Cultura do DF pela subsecretária Fátima de Deus, trouxe para a cidade, nos meses de janeiro e fevereiro, uma extensa e excelente programação com baixo custo e de graça para a população. Gilberto Gil, Ney Matogrosso e o novato Filipe Catto são alguns exemplos da qualidade dos espetáculos. Exposições, cinema, teatro, música, um cardápio pra deixar qualquer um animado para sair de casa. Tem muita gente com inveja desse sucesso. Mauro Ferreira

Dilma acerta

Roberto Stuckert Filho/PR

Em Cuba, a presidenta Dilma Rousseff mandou um recado aos conservadores e reacionários: “Direitos humanos são um tema multilateral e não podem ser utilizados como arma para o combate político-ideológico”. Ao dizer que quem atira a primeira pedra tem o telhado de vidro, ela se referia aos EUA, que mantêm um campo de concentração em Guantánamo e vários cubanos presos em Miami. O Brasil nunca permitirá que o regime cubano seja tratado como querem os “cubanitos” entrincheirados na Flórida. A blogueira Yoani Sánchez já recebeu o visto brasileiro, mas sua saída de Cuba depende do governo local. Dilma já disse

Seminário A secretária de Comunicação Samanta Salum está tocando o projeto de convocação de um seminário de Comunicação em março deste ano. Na pauta, políticas públicas de comunicação, internet, redes sociais e o tão esperado Conselho de Comunicação Social, previsto na Lei Orgânica do DF há mais de 20 anos. Será?

E-mail: romario@abordo.com.br

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Panorama Político

tarcísio holanda

Decisão Histórica E

m decisão histórica, por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a competência do Conselho Nacional de Justiça para abrir investigações contra magistrados sem depender das corregedorias estaduais. A decisão anula a liminar do ministro Marco Aurélio Mello, concedida no final do ano passado, atendendo ao pedido feito pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), no sentido de que o CNJ só poderia investigar magistrados após a tramitação final dos processos nas corregedorias dos tribunais estaduais. O julgamento provocou intenso debate no plenário, tendo o ministro Gilmar Mendes dito: “Até as pedras sabem que as corregedorias locais não funcionam quando se trata de investigar seus próprios pares”. O ministro Gilmar Mendes votou a favor da chamada “competência concorrente” do CNJ. O Ministro Joaquim Barbosa concordou: “As decisões do Conselho (CNJ) passaram a expor situações escabrosas no seio do poder judiciário nacional”. Concordou o ministro Joaquim Barbosa, sustentando que, por essa razão, houve “uma reação corporativa contra o órgão, que vem produzindo resultados importantíssimos no sentido da correção das mazelas.” A discussão girou em torno de duas teses distintas. A primeira, que prevaleceu, sustenta que o CNJ deve manter amplo poder investigativo e, inclusive, deve decidir quando os processos devem ocorrer nos tribunais de origem. “Uma coisa é declinar

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competência, outra é ser privado de sua competência”, disse o ministro Ayres Britto. Além de Ayres Britto, de Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, também votaram nesse sentido os ministros José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber.

Tese e antítese A segunda tese, sustentada pelo ministro Marco Aurélio Mello – relator do processo e autor da liminar que suspendeu, no final de dezembro, os poderes originários de investigação da instituição –, afirmava que investigações contra magistrados devem ocorrer, prioritariamente, nas corregedorias estaduais. Votaram com o relator os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso. No decorrer do julgamento, os ministros analisaram, ponto por ponto, o que foi contestado na ação da AMB. Entre os itens, o STF conservou o entendimento de que todos os julgamentos de magistrados devem ocorrer em sessão pública. Também julgou constitucional a parte da resolução do CNJ que estabelece a publicidade de todas as sessões que julgam processos disciplinares. A Ação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que moveu a ação contra o CNJ, sustentava que, nos processos que pedem a punição de “advertência” e “censura” de juízes, as sessões deveriam ser secretas. Isso porque a Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional) define

que essas duas sanções têm caráter sigiloso. Também sustentaram os ministros que o Conselho Nacional de Justiça não pode definir onde os magistrados devem responder administrativamente, quando processados em seus respectivos tribunais, o que significa que o Supremo Tribunal Federal estabeleceu limites na competência atribuída àquele órgão do Judiciário brasileiro. Essa é, de fato, uma decisão realmente histórica do Supremo Tribunal Federal, que está fadada a ter grande repercussão no desempenho dos nossos tribunais estaduais.

Divisão de atribuições A AMB questionou o fato de o CNJ ter deixado claro em sua regulamentação que as corregedorias devem apurar irregularidades cometidas por juízes de primeiro grau, enquanto as presidências devem investigar os desembargadores e que ambos devem avisar o Conselho quando decidirem arquivar os processos. Nesse caso, os ministros afirmaram que cada tribunal deve realizar internamente essa “divisão de atribuições”. O STF, no entanto, não suspendeu os artigos questionados, mas proferiu a chamada “interpretação conforme”. Ou seja, definiu a resolução do CNJ e constitucional ao definir que os tribunais devem apurar as irregularidades e avisar o Conselho quando decidirem arquivar os casos, mas não poderia dizer que os corregedores atuarão em alguns casos e os presidentes em outro – referindo-


-se apenas ao ``órgão competente`` responsável pelo processo.

A FRAGILIDADE POLÍTICA Na sessão solene de abertura da sessão legislativa de 2012 no Senado, o presidente da Casa, senador José Sarney, criticou duramente a excessiva edição de medidas provisórias por parte do Poder Executivo que, em seu entender, perturba o processo legislativo e atrapalha o Poder Legislativo. Sarney argumentou que esse é o “problema mais grave do processo legislativo.” O senador sustentou, em discurso pronunciado nesta última quinta-feira, que a medida provisória, em alguns casos, representa “uma armadilha no aprofundamento da democracia, pela sua amplitude, pelo tempo exíguo para ser analis ada, sendo uma porta aberta à baixa qualidade das leis e invasão de dispositivos casuísticos e inoportunos.” O presidente do Senado também defendeu a necessidade de viabilizar uma reforma política que enfrente a “crise da democracia representativa”. Na opinião de Sarney, para se fortalecer, o Parlamento deve ser independente. “A harmonia (entre os poderes) não se confunde com submissão” – sustentou o experiente político. Lembrou, ainda, que o Poder Legislativo é fundamental para o fortalecimento da democracia representativa, porque exprime os interesses dos diferentes segmentos da sociedade. Mais do que ninguém,

Sarney sabe que as instituições estão em crise em todo o mundo, mas não ignora que, no Brasil, essa crise é mais grave, mesmo porque nossas instituições são muito frágeis. “A harmonia (entre os poderes) não se confunde com submissão” – disse o senador José Sarney, presidente do Senado, no importante discurso em que analisou a crise institucional brasileira.

falta reforma política Mas é impossível ignorar a gravidade do problema e fazer vista grossa para a necessidade dessa reforma tão importante para o Brasil. Por isso, Sarney advertiu: “Não estamos em uma corte de sábios ou santos. Muitas vezes, a opinião pública, por meio de seus canais de expressão, nos submete a julgamentos que priorizam e ampliam a visão dos problemas da instituição e não a sua importância para a Nação. É um fenômeno mundial, já hoje detectado como a crise da democracia representativa”. No caso brasileiro, destacou a necessidade de uma reforma política que enfrente o problema, argumentando que o voto proporcional em lista aberta, como o que praticamos desde a Constituição de 1946, está inteiramente desatualizado e reclama, há muito tempo, uma mudança.

voto uninominal superado “O voto proporcional uninominal esgotou-se e há muito deveria ter sido eliminado de nosso sistema político. É preciso que cheguemos

a um modelo em que o eleitor se sinta vinculado ao eleito – e este naturalmente conheça e respeite seu eleitor – em que as forças econômicas e corporativas tenham sua influência reduzida, em que os partidos possam se consolidar com a prática da democracia interna e tenham princípios programáticos, reduzindo-se o seu número para que se formem maiorias estáveis e politicamente coesas” – sustentou o senador José Sarney. O velho político começou a sua despedida da vida pública ao dizer que aquela solenidade foi a “oitava e última” presidida por ele.

Testemunha ocular “Aqui estou (na vida pública) desde 1955, testemunha privilegiada da história, muitas vezes como assistente, outras como participante, e até como protagonista” – lembrou o presidente do Senado e do Congresso, acrescentando: “Mas é um sacerdócio e um martírio que só sentem os bons políticos. Os maus a consideram uma festa e um meio de obter benesses e dividendos”. Sarney não está criando nenhuma fantasia quando diz que participou da vida pública deste país, desde 1955, seja como assistente, participante ou protagonista. Ele é, sem dúvida, o último político sobrevivente daquela grande elite que tivemos no Congresso Nacional. Não se trata de nenhum exagero fazer essa afirmação. É a mais pura verdade que qualquer estudioso constatará.


Dinheiro

* lUCIANO rÊGO

E-mail próprio

Construindo a identidade da sua empresa na internet

A

Identidade é uma coisa importante, especialmente em negócios. Quando nascemos foi escolhido um nome para nós, normalmente com algum significado. Tudo de modo a ter uma simbologia que agrade aos criadores. Isto nos marca para o resto de nossas vidas, por vezes colaborando para o nosso sucesso ou atrapalhando-o. Por isso consideramos este momento muito importante. Com as empresas ocorre o mesmo. Um nome... Uma logomarca... E aos poucos vai se firmando uma “personalidade”. Fruto de muito trabalho e dedicação dos empresários, a marca da empresa pouco a pouco se firma, atingindo o reconhecimento dos clientes. Lembrada pelos clientes e temida pelos concorrentes!! Esta é a idéia. No mundo globalizado de hoje, há uma utilização cada vez maior da internet como ferramenta de negócios. Para os mais entusiastas, estima-se que no futuro existirão as empresas que estarão na internet (web) e as que estarão fora do mercado. Em alguns segmentos isto é a pura verdade, para outros, não com tanta ênfase. Mas as empresas têm de estar presentes, ainda que apenas de forma institucional.

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Registrar um domínio é algo simples. E uma vez com o domínio registrado, a empresa pode usar seu próprio nome nos e-mails. Afinal, usar e-mails que não sejam do seu domínio é como usar o sobrenome de outra pessoa. Por vezes vemos empresas que já tem domínio e ainda não implementaram e-mails próprios. Por quê? Provavelmente por falta de orientação. No processo de consultoria web são identificadas às oportunidades atuais e latentes na sua empresa, a fim de envolvê-la com recursos tecnológicos da cultura web. O passo seguinte é construir um website com os atributos que a empresa tem e os seus clientes buscam, reforçando e consolidando a marca. E possibilitando, através da utilização dos seus processos de gestão, de marketing e das ferramentas disponíveis na internet, potencializarem os negócios. Simples como isso: Mudar a atitude. Afinal, alguns detalhes podem fazer a diferença. (*) Luciano Rêgo finis art: Soluções integradas para negócios, agro3w: Estratégia e marketing para o agronegócio, agiste: Marketing digital, www.agiste.com www.agro3w. com www.finisart.com


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Capa

Por: Djenane Arraes | Fotos: Divulgação

Cosmopolita pela própria

natureza

Especialistas e jovens nascidos no DF ajudam a traçar o perfil do brasiliense, um povo ainda em formação, mas que mostra ter características únicas

“B

rasiliense é muito frio. Brasileiros de outros locais normalmente são mais acolhedores. Não sei exatamente se conta como aspecto cultural, mas é o que acho”, disse Leonardo de Moura Camelo (29), professor do Ensino Fundamental e brasiliense. As estruturas que formaram a capital federal não apenas moldaram uma cidade diferente de todas as outras. As peculiaridades encontradas aqui também contribuíram para a definição de um povo diferenciado. O brasiliense tem boa escolaridade, sem sotaque definido, às vezes é entendido como frio e viaja bastante. Mesmo convivendo com diversas formas culturais, ele ainda permite admirar com o jeito de ser de outros compatriotas. Trata-se de um sujeito ainda com características indefinidas. “O contato com falares diferentes, com culturas diferentes, está nos fazendo estabelecer um modo de ser que não se alinha majoritariamente com nenhum outro. Nem na fala, nem nas comidas, nem nos modos, nem nas festas”, afirmou a professora Stella Bortoni. Não se sabe ainda como traduzir este bicho-homem social que vive num quadradinho cercado de Goiás por quase todos os lados. Mas há pistas. Uma importante para entender o perfil dos nascidos no Distrito Federal é olhar para o próprio surgimento da cidade. “A cultura brasiliense é cosmopolita”, disse Stella. “É uma cultura urbana estabelecida dentro de uma época em que o Brasil ainda era essencialmente rural. As peculiaridades da língua e do

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jeito de ser da população começaram a ser moldadas desde o nascedouro.” Como Brasília não é uma cidade como as outras em sua concepção, os habitantes dela seguem a mesma lógica. Começa pela forma. O projeto urbanístico de Lúcio Costa casado com a visão modernista nos prédios e monumentos assinados por Oscar Niemeyer influenciaram a dinâmica da cidade. “Isso foi uma ruptura com o modelo Ibérico de cidade. O centro tradicional cresce em torno de uma igreja matriz, seguida de uma grande praça, onde a população se socializava”, contou Stella. Ao desenhar uma cidade que privilegiava deslocamentos rápidos, Lúcio Costa subverteu a lógica e foi um ponto que marcou a virada do Brasil rural para o urbano em plena década de 1960. Criou-se uma cidade de funcionários públicos, prestadores de serviços e comerciantes unidos numa espécie de faroeste caboclo em meio à terra vermelha. Qual foi o bicho que deu? Meio século depois, o Distrito Federal é habitado por mais de 2,6 milhões de pessoas, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É uma população que contribui em 3,8% no PIB brasileiro, escolarizada (14,2% da população tem 15 anos ou mais de estudo), goza de uma região que tem um dos índices de desenvolvimento humano mais elevados do Brasil. Famílias de maior renda per capita vivem no Lago Sul, no Jardim Botânico e no


das cidades e com a possibilidade real de consumo, pois os produtos são mais em conta. “É tudo maravilhoso. Mas sou brasileira e ainda acredito que isso possa ser possível no nosso país, afinal, sou uma educadora.” Anna Lisboa passou 20 dias em Brunno Melo vai viver uma nova experiência Nova York, coem Águas Claras nhece o Equador e estudou por alguns meses em Santiago, no Chile. Ficou impressionada com a eficiência do sistema de transporte urbano chileno. “É uma cidade menor do que São Paulo, por exemplo, mas o metrô é mil vezes mais efetivo e vai a todos os lugares. Existem as conexões certinhas com os ônibus. E é um transporte confortável também. Como estive lá estudando, pude entrar na rotina: ia para escola e saía à noite com os amigos. Sempre de transporte público, que era muito organizado.” Leonardo conhece a Espanha e gostou do que viu. “O povo é acolhedor, o transporte público e demais serviços funcionam de verdade, a comida é ótima e a cultura é fascinante”, elogiou. “Foi incrível, por exemplo, ver jovens do mundo todo em fila para ver obras de Goya e Velásquez no Museu do Prado. Isso mostra um tipo de pensamento que, infelizmente, não estamos acostumados a ver por aqui. Pude ver um povo que se preocupa com a coletividade em situações onde o famoso jeitinho brasileiro não teria vez.” Essa tendência para viagens dentro e fora do país é apenas um elemento de influencia e informação a mais que naturalmente se é submetido por simplesmente morar numa região de convergências. O brasiliense sofreu diversas influências regionais para no final anular todas elas. “Nós somos cercados por uma rica cultura rural sertaneja. Guimarães Rosa escreveu sobre isso. Mas isso não fincou aqui. Os adultos que vieram de outros estados tendem a conservar seus traços regionais, mas os filhos não”, disse Stella Bortoni. “Não existe uma preocupação no brasiliense comum em preservar a cultura regional. Ele vê isso como folclore, até porque é essencialmente um indivíduo urbano e cosmopolita.” Isso não se aplica nem ao gosto pela música sertaneja? Stella Bortoni garante que não. “O governo sempre contrata duplas do gênero para tocar nos

eventos públicos. Mas isso não é uma exclusividade. A música sertaneja é um fenômeno nacional e nós apenas refletimos isso. Da mesma forma pode-se falar do [Michel] Teló, que é do Paraná e faz sucesso aqui com o technobrega. Mas há de se considerar que ele virou fenômeno mundial.” O importante, diz a professora, é quando se identifica produções relevantes desses gêneros, o que não é o caso. Apesar da diversidade, a maior expressão musical brasiliense ainda gira em torno do rock, em especial por causa do legado deixado pela Legião Urbana e demais bandas dos anos 1980. E o rock é extremamente cosmopolita. A ausência dos traços que marcam outras regiões do país influencia também na construção de um sotaque. Leila percebeu isso. Uma das coisas que mais chamam a atenção dela quando viaja para outras cidades é a admiração pela pronuncia de certos fonemas e o cantar característico local. “Acho lindo porque não temos esse som lingüístico que marca o lugar. Mas, de acordo com algumas pessoas que conheci de outros lugares, nós temos sim.” A professora Stella Bortoni, que é lingüista especialista neste tipo de estudo, garante que o sotaque do brasiliense ainda não existe de fato, mas está em plena formação. “Brasília está consolidando um modo de falar que começa a ser identificado por pessoas que não moram aqui. Mas não há, no entanto, traços característicos em determinados fonemas que identificam uma determinada região. Há características no falar daqui. Só que isso ainda não foi estudado e contrastado com outros.” Sem sotaques, sem regionalismos, mas com os olhos voltados para o mundo por meio de uma cultura urbana e cosmopolita. Além do mais, somos (porque esta repórter se inclui no perfil) seres estranhos que tem no carro uma espécie de extensão do próprio corpo tamanha a dependência pelo transporte. Talvez Brasília tenha nos transformados em seres um pouco mais individualistas e frios que a média nacional. É apenas o jeito diferente de ser de nós, brasilienses, e não há nada de errado com isso.

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Mercado de Trabalho

Por: Caroline Aguiar | Fotos: Fábio Pinheiro

Faz-tudo

profissional

No lugar dos maridos oficiais, os maridos de aluguel fazem consertos em residências

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equenos vazamentos, paredes por pintar, problemas na fiação elétrica e equipamentos por instalar são comuns em várias residências. Quem nunca deixou aquele quadro ou espelho escorado num canto da sala por falta de alguém que furasse um prego na parede? O acúmulo de pequenos acertos na casa acabou por estimular o surgimento de uma nova profissão: o marido de aluguel. Apesar do nome instigante, nada de segundas intenções. O marido de aluguel é uma espécie de faz-tudo. Quando chamado, ele resolve o que está por fazer. Desde pequenos reparos, como vazamentos e instalações de móveis e equipamentos, à pintura de paredes e grandes reformas. A figura do homem que cuida da estrutura da casa e se encarrega de consertar qualquer equipamento está em extinção. Enquanto o trabalho exige mais e mais, os chefes da casa acabam não tendo tempo para tomar conta dos detalhes da residência. A correria diária do mundo moderno, obrigações profissionais e compromissos familiares fazem

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com que a espera por pequenos reparos se arraste por tempo indeterminado. Quando os consertos se acumulam, é hora de chamar o marido de aluguel. Eles são prestadores de serviço com conhecimento de todas as áreas de manutenção de residência. Trabalham com elétrica, hidráulica, pintura, montagem, jardinagem e desentupimento. Para os clientes, é uma mão na roda. Para os trabalhadores, é um cotidiano bastante diversificado. Quando os serviços são pequenos, eles chegam a visitar de cinco a seis residências por dia. E o melhor, nunca sabem o que vão encontrar. Numa hora incorpora o papel de bombeiro hidráulico, noutra de eletricista e assim por diante. José Bezerra, 38 anos, é prestador de serviço da Dr. Marido, empresa de reparos e consertos, e vê a falta de rotina como um dos pontos fortes da profissão. “Fazer a mesma coisa todo dia cansa. E não é um cansaço físico, é mental mesmo. O nosso dia a dia não. A gente nunca sabe o que vai fazer. Cada dia é uma coisa, um trabalho e um cliente diferente. Não enjoa e nem cansa a cabeça”, relata.

Bezerra se lançou no ramo há quatro meses e está gostando muito do trabalho. Antes de se tornar marido de aluguel, ele trabalhou em construtoras e chegou a fazer um curso de marceneiro com duração de quatro anos. Também fez aulas voltadas para o setor elétrico e hidráulico.

Quero ser um marido de aluguel Não existe um curso específico para se tornar marido de aluguel. Muito pelo contrário, é preciso ter conhecimento de várias áreas, daí a necessidade de procurar formação nos mais diversos ramos. As empresas prestadoras de serviço que oferecem a ajuda dos maridos de aluguel geralmente dão cursos aos seus funcionários antes de eles irem para a rua. Mas as aulas são apenas um reforço e um preparo de acordo com as diretrizes da empresa, o funcionário já precisa ter conhecimento na área e experiência. Uma opção para quem quer entrar no mercado de trabalho mas não deseja fazer vários cursos, um em cada área, é optar pelas aulas para técnico em edificações. O currículo é bastante abrangente e prepara o aluno para desenvolver


várias atividades. A formação dura, em média, dois anos, e a maioria das instituições exige o ensino médio dos candidatos. As aulas para os técnicos em edificações incluem noções de engenharia, leitura de projetos, segurança no trabalho e elaboração de orçamentos. No Distrito Federal, vários institutos oferecem os cursos, mas, antes de se matricular, é importante verificar se a instituição possui o reconhecimento do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). Também é possível fazer o curso ou distância. Por ser uma profissão tão abrangente, ainda não existe um sindicato ou associação desses trabalhadores. Há sindicatos específicos, como de pedreiros, encanadores e etc., os maridos de aluguel acabam perdidos nesse meio. Na Dr. Marido, por exemplo, cada prestador de serviço é cadastrado como um micro empreendedor.

Mercado de trabalho Gente procurando marido de aluguel é o que não falta. De acordo com relatos dos empresários do setor, a demanda não para de crescer. Lin Anderson da Silva, 40 anos, é criador da Dr. Marido e estima que 20 mil pessoas já tenham sido atendidas, apenas em Brasília, durante os quatro anos de existência da franquia. Um fator que veio para dar um empurrãozinho foi a novela Fina Estampa, da Rede Globo. A personagem da atriz Lilia Cabral, que é conhecida como Pereirão, popularizou a profissão. “Antes, muita gente não conhecia o nosso trabalho. Com a novela, se informaram e começaram a procurar”, afirma Silva. No entanto, ele faz uma ressalva. “A novela trouxe para o mercado muitos aventureiros, que não têm experiência, não são bons profissionais e querem se aproveitar do bom momento. Isso traz risco para os clientes e para o próprio trabalhador”, observa. Leandro Barros, 21 anos, responsável pela filial brasiliense da Praquemarido, conta que a novela ajudou muito. “Estamos no mercado há quatro meses e sentimos a diferença depois da novela. O pessoal liga aqui perguntando se é o Pereirão”, conta. A procura está tão grande, que Barros tem planos de expandir o negócio, contratar mais pessoas e adquirir mais veículos. Apesar do crescimento, o incentivo ainda não foi suficiente para colocar as mulheres nesse mercado. Em Brasília, não há mulheres trabalhando com reparos em residências. Além das empresas que oferecem os maridos de aluguel, há aqueles que trabalham como autônomos. Márcio Santos, 48 anos, é um desses profissionais que trabalha por conta própria. Ele era mecânico e desistiu da função para entrar no ramo de serviços gerais. “Na oficina, o pessoal reclama muito e não quer pagar pelo serviço. Como marido de aluguel, meu trabalho é mais valorizado”, relata. Santos aprendeu a fazer reparos com o pai, que já trabalhava com serviços gerais, e aproveita para visitar as casas à noite, já que muitas pessoas não ficam na residência durante o dia. Mas, às vezes, recebe ligações um pouco estranhas. “Pelo telefone, as pessoas confundem qual tipo de serviço que presto e acabam fazendo perguntas indiscretas. Mas explico e fica tudo certo”, conta sorrindo.

Casos e histórias Santos não é o único que tem histórias engraçadas para contar. Silva, o criador da Dr. Marido, se intitula o primeiro marido de aluguel do DF e diz ter enfrentado várias barreiras até se consolidar. “No início, as pessoas não sabiam do que se tratava. Chegou a acontecer de eu chegar às casas, e as mulheres ficarem dando em cima de mim”, relembra. Outra barreira a derrubar era o preconceito dos maridos. “Muitas vezes, a esposa nos chamava escondido, quando o marido estava no trabalho, para ele não achar ruim. Um dia cheguei antes do horário combinado e o esposo ainda não tinha saído para trabalhar. Foi a maior confusão, fiquei esperando os dois brigarem por mais de meia hora. Ele só aceitou depois que a mulher mostrou presentes de casamento que estavam há 14 anos à espera para serem instalados”, conta Silva. Para profissionalizar o serviço e acabar com as confusões, Silva abriu a empresa e, para deixar tudo muito claro, colocou mulheres para atender os clientes que ligavam, assim não havia margem para dúvidas. Tudo começou em 1997, mas a franquia Dr. Marido só surgiu em 2007, criada pelo próprio brasiliense. Hoje, são 12 equipes apenas no DF e mais 27 unidades em sete Estados - Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará e São Paulo. Mas não é só o assédio que rende histórias engraçadas. É comum os maridos de aluguel acabarem se transformando em terapeutas. “Tem gente que gosta de conversar, desabafar, acaba contando a vida toda”, relata José Bezerra. “A vantagem é que, na maioria das vezes, as pessoas nos recebem muito bem. 90% dos clientes são muito simpáticos. Alguns não deixam a gente ir embora enquanto não sentamos e tomamos um café”, lembra Bezerra.

Lin Anderson começou a trabalhar como marido de aluguel em 1997. Hoje, tem lojas no país inteiro

Serviço Marido de Aluguel: (61) 4141.4006 Praquemarido: (61) 3242.2003 Doutor Resolve (61) 3036.4446

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Tecnologia

Por: Djenane Arraes | Fotos: Divulgação

Enxerga até no escuro

Novas tecnologias permitem que câmeras fotográficas enxerguem no escuro, sejam mais rápidas e resistam até a temperaturas abaixo de zero

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pontar e disparar. Hoje em dia, qualquer celular que tira foto consegue registrar imagens, mesmo que a qualidade não seja tão boa assim. Apesar da praticidade, eles ainda estão muito distantes da qualidade e da tecnologia desenvolvidas para uma câmera fotográfica. Um celular, por exemplo, ainda não tira fotos embaixo d’água e muito menos enxerga no escuro. Mas todos esses recursos estão presentes nas câmeras, que estão cada vez mais refinadas e em sintonia com os mais diferentes perfis de fotógrafos profissionais e amadores. A Nikon, por exemplo, lançou no mercado a Coolpix AW100, boa opção para aventureiros, alpinistas e afins. O diferencial neste modelo é o sistema anticongelamento – resiste a temperaturas até -10°C – e a resistência a choques. A máquina grava vídeos em full HD com som estéreo – recurso obrigatório nos modelos atuais – possui modo de cena subaquático e ainda captura três fotos em 1 segundo na resolução máxima. Outro atraente é a bússola eletrônica embutida e o sistema GPS. Tudo isso por uma “bagatela” de R$ 1,7 mil em média. O sistema GPS virou um opcional na Canon 1DX, que deve chegar ao mercado em março deste ano. Essa câmera destinada aos fotógrafos profissionais é um modelo considerado inteligente e muito veloz. Tudo graças ao duplo processador Digic V, tecnologia que faz o modelo ser 17 vezes mais rápido do que os modelos anteriores desenvolvidos pela Canon com processador Digic IV. Isso garante desde a gravação em full HD com 30, 25 ou 24 quadros por segundo, até a transferência mais rápida de dados por meio de conexões LAN e USB. O preço médio do corpo da Canon 1DX é de R$ 7 mil. Mas, se o consumidor é um ávido por fotografias que deseja qualidade profissional em uma máquina mais simples e de fácil manejo e mais barato, é provável que o modelo D5100 da Nikon satisfaça. O grande diferencial é o modo de visão noturna. A D5100 enxerga no escuro graças ao ISO expandido em até 102.400. Isso significa que é necessária pouquíssima luz para que a máquina consiga registrar uma foto com razoável qualidade. A tela LCD é de 3’’, móvel e exis-

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te conector para microfone externo, o que também permite à pessoa usar a máquina para produzir filmes com boa qualidade de som. O preço médio da Nikon D5100 é de R$ 1,8 mil.

Nikon Coolpix AW100 - zoom ótico de 5x de 28 a 140mm - sensor CMOS de 16 MP - Full HD 1080p - LCD 3’’ - GPS

Nikon D5100 - zoom ótico de 3x - sensor CMOS de 16,2 MP - Full HD 1080p - LCD 3’’ giratória - GPS

Canon 1DX - zoom ótico de - sensor CMOS de 18.1 MP - Full HD 1080p - LCD 3.2’’ - GPS opcional


Automóvel

Da Redação | Fotos: Divulgação

Hyundai

Elantra

Com design moderno, amplo espaço interno, maior segurança e economia de combustível, o novo Elantra se destaca. O veículo é o primeiro compacto da linha a receber uma transmissão automática de seis velocidades

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mercado de automóveis no Brasil ficará agitado com a chegada do mais recente lançamento da Hyundai Caoa, o moderno sedã compacto Elantra 2012. O veículo foi apresentado ao público mundialmente pela primeira vez na última edição do Salão do Automóvel de Los Angeles, sendo que o modelo acaba de aportar nas terras brasileiras e já está disponível para os consumidores de todo o País. A nova versão do Elantra possui as últimas tendências da Hyundai, incluindo o design em “Escultura Fluida”, segurança reforçada e economia de combustível. O novo Elantra faz parte do programa da Hyundai 07/24 (sete novos modelos nos próximos 24 meses), vindo logo atrás dos modelos Tucson, Sonata e Equus. A mais nova versão do carro apresenta um visual moderno para o tradicional segmento de sedãs compactos, apresentando um design emocionante e funcionalidades luxuosas, seguindo os valores marcantes da Hyundai. O Elantra (chamado de ‘Avante’ em alguns mercados) já alcançou vendas acumuladas de seis milhões de unidades no mundo todo e recebeu altas notas de várias agências de classificação de veículos de renome mundial desde que o modelo da primeira geração foi lançado em 1990.

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O estilo, a potência, a economia de combustível, o conforto e as funcionalidades de segurança da quinta geração do Elantra foram aperfeiçoados uma imagem mais esportiva e até mesmo mais moderna que a versão anterior, o novíssimo sedã compacto Elantra continuará sua tradição de sucesso, oferecendo o melhor desempenho e economia de combustível do segmento, tudo isso graças a sua tecnologia e ao conjunto propulsor de ponta. Para obter tamanha qualidade no produto, a Hyundai começou a desenvolver o novo Elantra em 2008, sob o codinome MD. O projeto durou 33 meses, custando 300 bilhões de wons (US $277 milhões a taxas de câmbio de hoje) para chegar do conceito ao consumidor.

LINGUAGEM DE DESIGN WIND CRAFT Baseada na filosofia de design chamada de “Escultura Fluida”, que visa refletir sofisticação e linhas dinâmicas na forma de seus veículos, a Hyundai aplicou um conceito de design específico chamado “Wind Craft”, algo como “Arte do Vento”, ao novo Elantra, evocando uma peça de escultura literalmente feita pelo vento.


Ao abaixar a linha do teto, criar robustos arcos nas rodas e adicionar linhas de caráter forte vincado que fluem da coluna dianteira, passam pelo capô e terminam no para-choque dianteiro, a equipe de design do Elantra da Hyundai Motor concedeu a este sedã compacto uma postura potente e assertiva. A charmosa e sofisticada grade hexagonal estabelece de forma clara a identidade do novo Elantra como um membro da família Hyundai. Os faróis de linhas em formato de curvas puxadas para trás completam seu elegante exterior. O aspecto refinado continua no interior do veículo. Em particular, os detalhes prateados que começam no painel e vão até o console apresentam uma forma ondulada que projeta uma imagem refinada e dinâmica. As cores metálicas e o preto usados no gabinete sugerem, com seu alto brilho, um aspecto futurista e de alta tecnologia ao interior do modelo. A exclusiva grade dianteira hexagonal e os detalhes curvados nos faróis da Hyundai dão ao novo Elantra uma face esportiva e compacta. Sua marcante postura é complementada pelas rodas de liga leve de 17 polegadas em estilo esportivo. A disponibilidade de luzes de neblina e retrovisores laterais com pisca completam o design distinto. O Elantra 2012 foi projetado no Centro de Design da Hyundai em Namyang R&D Center, Coréia do Sul.

INTERIOR MODERNO E SOFISTICADO Dentro do Elantra, os consumidores encontrarão a alta qualidade da Hyundai nos quesitos acabamento, iluminação, design de ponta e sofisticação. Esses aspectos são visíveis na claridade dos instrumentos e no volante inclinável e telescópico. Por serem feitos de espuma leve e materiais ecologicamente corretos, os assentos ajudam a economizar combustível, visando à preservação ambiental. Os assentos aquecidos encontram-se pela primeira vez nesse segmento de carros e estão disponíveis tanto nos bancos da frente e como nos de trás. Além disso, outro importante diferencial do carro é seu generoso espaço interno. Todos os modelos do Elantra vêm com colunas revestidas de tecido fibroso que oferecem uma sensação de conforto e exclusividade, utilizando materiais da mais alta qualidade. Além disso, o Elantra disponibiliza um sistema de áudio com Rádio AM/FM/CD/MP3 de 172 Watts com quatro alto-falantes e entradas para iPod®/ USB/auxiliar. Existe também a opção de um sistema de 360 Watts com amplificador externo. O carro ainda conta com um sistema de navegação com tela touch screen que inclui tela de alta resolução de 7.0 polegadas e ativação de voz através de um microfone montado no revestimento do teto. O sistema de som toca CDs compactos, acessa arquivos digitais de música via fluxo de áudio Bluetooth, ou permite que o motorista e o passageiro acessem seus dispositivos pessoais através de entradas para iPod/USB/auxiliar.

O áudio Bluetooth direciona música a partir de fones móveis selecionados até a unidade de ouvido. O sistema também possui câmera de visualização traseira, item não disponível nos concorrentes. Os usuários podem até carregar suas imagens pessoais a partir de um USB em vez de um CD, para que sejam exibidas na tela do sistema. Além disso, esse interior moderno e sofisticado também é muito silencioso, pois os engenheiros da Hyundai Motor trabalharam intensamente na redução de ruído e vibrações dentro da cabine.

AERODINÂMICA Com sua linha de teto mais baixa e tampa traseira também baixa, o Elantra possui um perfil mais dinâmico, insinuante, elegante e esportivo com um coeficiente de resistência aerodinâmica (Cd) de somente 0,28, o que reduz a resistência do ar e aumenta a economia de combustível. A charmosa tampa do capô e as cuidadosamente esculpidas lanternas traseiras permitem um fluxo de ar mais uniforme. Um defletor central no piso e superfícies de escoamento na parte de baixo do carro também ajudam a minimizar a turbulência do ar.

DIMENSÕES GERAIS O novo Elantra tem distância entre eixos de 2.700mm, 50mm a mais do que a geração anterior. Seu comprimento total também ultrapassa o tamanho da versão antiga do carro em 25mm, indo a 4.530mm, mas a largura de 1.775mm permanece a mesma. A altura diminuiu em 35mm, indo a 1.445mm sem afetar a altura livre. O espaço da cabine aumentou em 18 litros. Com isso, quanto ao quesito espaço interno,w o novo Elantra mantém seu status de “acima da sua classe” em comparação com seus concorrentes.

Serviço Hyundai CAOA www.hyundai-motor.com.br

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Esporte

Por: Djenane Arraes | Fotos: Victor Hugo Bonfim | Ilustração: Raphaela Christina

Não precisa de

gasolina Prática do kitesurf cresce em Brasília embalada pela boa publicidade e beleza plástica do esporte

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uando você estiver está à beira do Lago Paranoá, ob- atingiu status de honra para qualquer modalidade: tornou-se serve linhas escuras se formando no espelho d’água. olímpico. Vai estrear em 2016, no Rio de Janeiro. Os kitesurNuma época em que a temporada de ventos ainda fistas invadiram Brasília há 12 anos, época em que pessoas está por vir – período este que vai de julho a setembro –, como o preparador físico Cristiano Montes foram às praias observar essas linhas é uma dica importante para os que de Florianópolis (SC) e do Nordeste aprender as técnicas do praticantes o do kitesurf. Estes são sinais que indicam que esporte com instrutores estrangeiros. O Google também teve está se aproximando a força essencial para erguer as imen- parcela importante no processo. “A gente pesquisou bastante sas pipas que mais parecem paraquedas. “Nesta época, na internet sobre equipamentos e tudo mais que poderia existem muitas rajadas de ventos característicos”, disse nos ajudar a entender melhor o kite. Depois começamos a Josué Victor, o mais antigo instrutor do esporte na cidade. viajar mais para o litoral a fim de ganhar mais experiência”, “Você precisa ser muito técnico para praticar este esporte lembrou Cristiano. Pelas estimativas de Cristiano, cerca de 300 pessoas foram em Brasília, e saber ler esses sinais é importantíssimo: eles formadas pelos instrutores mais antigos de Brasília: ele próservem tanto no lago quanto no mar.” Quando o vento vem, a “pipa” é empinada. São geral- prio e Josué são alguns deles. Existem outros mais que treimente enormes, com mais de cinco metros, por causa das naram nos litorais do País. Foi o caso de Leonardo Porto, que características locais. “Tudo é uma questão de configuração”, integra o Movimento dos Sem-Praia, que existe há 12 anos e explicou Josué. “Pouco vento, kite grande. Se você usa um des- agrega vários outros esportes, como wakeboard e surf . “De ses em Fortaleza, onde venta muito, vai decolar. Nas condições todos, o kitesurf é o mais viciante e mágico”, disse Leonardo. de lá, o kite precisa ser pequeno.” Para se ter a sensação do “Envolve a água, o ar e não precisa de gasolina, só da força da natureza.” A teoria de que o kite é um que é velejar em ventos fortes, como no litoral, o melhor ponto, segundo Leonardo Porto garante que os ventos na Lagoa esporte sedutor é corroborada por Formosa são tão bons quanto os de Fortaleza Josué. “Vicia tanto que tenho alunos os praticantes, é a Lagoa Formosa, lode 60 anos que não conseguem largar. calizada em Planaltina de Goiás (GO) É um ótimo refresco para a cabeça. a 80 km de Brasilia. De acordo com Até porque quando você levanta o Leonardo Porto, os ventos que passam kite, não há espaço para pensar em por ali no período de julho a setembro mais nada. Todos os problemas ficam são tão fortes quanto os de Fortaleza, o do lado de fora.” que proporciona a aliança da técnica Ainda não existe um campeonato com manobras radicais. profissional organizado na cidade e O kitesurf é um esporte patenteanão há um atleta de alto-desempenho do pelos irmãos franceses Legaignoix que se formou nas marolas do Paraem meados dos anos 1980. Não denoá. Mas os kitesurfistas promovem morou a ganhar milhares de adeptos e juntamente com empresários da importância em todo globo. Hoje, ele 46

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cidade pequenos eventos amadores. O mais tradicional, no entanto, ocorre a pouco mais de 2.400 km daqui. Trata-se do Downwind da Independência, realizado no feriado de 7 de setembro. Neste evento, os brasilienses percorrem cerca de 70 km do litoral cearense em três dias de velejo com o kite. “Existe uma equipe de apoio que acompanha por terra para qualquer eventualidade e paramos para descansar em determinadas praias”, explicou Leonardo. “Mas é um circuito muito complicado de se concluir. Com o tempo, os braços não respondem mais, os olhos ardem. Das 30 pessoas que participaram no ano passado, apenas 12 concluíram.”

Princípios do kite Os pré-requisitos para a prática do kitesurf são relativamente simples: é recomendado que se tenha mais de 40 kg e saiba nadar. O curso para colocar a prancha nos pés e sair por aí é de, no mínimo, 6 horas/vento. “Cobra-se por hora/vento, porque este é um esporte que depende das previsões climáticas. Não adianta fazer um calendário com dia e hora fixos, se não houver vento para fazer a aula”, explicou Josué. Quem também ouviu essas palavras foi Leonardo Miranda – jovem corretor de imóveis que estava interessado em aderir ao novo esporte. Ele que é ciclista, atleta amador do montain bike, conheceu o kite na internet. “O crescimento dele me chamou a atenção. Entre os esportes radicais daqui de Brasília, este foi o que mais chamou a minha atenção.” O corretor de imóveis também ouviu palavras mais assustadoras de Josué. “Este é um esporte que mata.” As palavras não são para assustar, mas sim para alertar sobre a necessidade de respeitar certas condutas e normas de segurança, como o uso de colete e do capacete. “Você pode perder o controle do kite, por exemplo, e vir a bater contra uma árvore. Não é difícil o impacto provocar lesões como um traumatismo craniano”, alertou Josué.

Outro ponto que o instrutor chama atenção é para o que ele chama de “etiqueta do kite”. Nada mais do que a necessidade de se ter boas maneiras e ser polido e cordial no trato com curiosos e outras pessoas. “Muitas vezes, numa conversa com um local, por exemplo, você pode obter dicas de pontos de rocha, corais, troncos e até mesmo de picos de vento”, disse. “A questão é que você costuma estar em posição vulnerável e em risco. Daí a necessidade de se ter etiqueta. É preciso manter a calma até com a pessoa que vem ao seu resgate, tamanhas são as peculiaridades do equipamento.” No mais, o bom é aproveitar os ventos e velejar pelas águas do Lago Paranoá. E quando a força da natureza não aparece: “A gente faz wakeboard ou anda de skate”, finalizou Leonardo Porto.

Josué Victor é o instrutor de kitesurf mais antigo de Brasília

Serviço Kite Brasília www.kitebrasilia.com.br Instrutor Josué Victor Preço: R$ 200 hora/vento

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muito calor interno, deve optar por alimentos de qualidade fresca, como folhas verdes claras, pera, hortelã e alecrim. “Se o organismo apresentar muito frio interno, é recomendado consumir alimentos de qualidade quente - carnes ensopada, gengibre e curry”, diz Marcelo Satório.

Ciência pura A acupuntura é um sistema concebido e desenvolvido na China há mais de cinco mil anos, que procura restabelecer a saúde através da harmonização do indivíduo com seu ambiente. Ela trata dos estímulos sobre pontos específicos do corpo, a fim de conciliar a fisiologia como o corpo emocional. A acupuntura foi reconhecida pela medicina brasileira em 1984. O coordenador de acupuntura da Secretária de Saúde do Distrito Federal, o médico Fernando Genschow, comenta aspectos importantes para se levar em consideração. Primeiro essa visão nossa ocidental de considerar as leis que regem a filosofia oriental com suas conhecidas terminologias chamadas Chi (energia), Yin Yang, meridianos não são esotéricos nem tampouco poéticos. “São apenas a linguagem da época. Hoje nossa linguagem médica é outra. Todo o conhecimento chamado de filosofia oriental é bastante racional e descritivo dos fenômenos orgânicos e neurológicos. Sendo ciência pura, apenas no contexto da época”, diz. O médico, que estudou acupuntura na China, diz que esta ciência é praticada como especialização médica e que as duas linguagens são conciliadas: a milenar e a contemporânea. É possível conciliar esses dois mundos. Segundo Fernando Genschow, o princípio científico que rege a ciência milenar das agulhas é o da inervação ou integridade neurológica dos tecidos. “Quando aplicamos uma agulha, o acupunturista não visa à pele e sim aos neuroreceptores”, diz. Fernando prossegue afirmando que no passado foram realizados experimentos científico em que foi tirada a inervação de animais, literalmente cortaram os nervos. Sem a condução nervosa, a acupuntura não tinha efeito. Dessa forma, na visão de Fernando Genschow, a acupuntura é a aplicação

prática dos conhecimentos da neurologia. “Por isso esse profissional tem que conhecer bem a neurologia médica para aplicar bem a milenar ciência das agulhas”, opina. Dessa maneira, o campo de atuação é baseado na estrutura neuro-imuno-endócrino do nosso organismo. Referindo a ligação direta que o sistema nervoso tem sobre os sistemas imunológicos e endocrinológicos. A acupuntura segue o caminho do sistema nervoso periférico até o central que está irradiado ao endocrinológico e imunológico. Com esta forma de atuação, ela pode tratar de diferentes mazelas no organismo. Desde lesões neurológicas, aos órgãos internos, perfil imunológico. E diferentes funções do ser dentro da neurologia, como sono, humor. Porém não trata de tudo, como por exemplo, câncer, gravidez tubária rota, intervenções cirúrgicas como apendicite, entre outros.

Prática Milenar Para aprofundar na acupuntura dentro da filosofia oriental, a primeira coisa é conhecer o conceito do Chi (pronuncia-se ti). Marcelo Sartório explica que para a filosofia oriental, ele é a manifestação da energia intrínseca a todas as coisas. Os diferentes níveis de concentração de energia dão a definição a tudo que existe. Em uma tradução mais simples do chinês para o português, o Chi seria energia. Em sânscrito é “prana” e “ki” na linguagem japonesa. O Chi compõe tudo, seja nosso organismo, objetos imateriais seja o meio ambiente. Ele, dentro dos preceitos do taoísmo, é formado por duas essências básicas, norteiam sua concentração: o yin e yang. Para explicar essa lei que rege o universo do Tao, é só compreender o desenho mundialmente conhecido que o representa. São duas forças opostas em movimento circular, porém uma pequena parte da energia oposta está contida dentro da outra. Dessa forma, são energias opostas e complementares. Entre inúmeros exemplos, o yin (preto) pode compreender como a energia mais densa, material e palpável. O yang (branco) é o mais móvel, imaterial e invisível. De acordo com a filosofia

oriental, todo o universo é dividido nessas duas manifestações. No corpo humano, a parte yin é a pele mais clara protegida, as partes internas do corpo como a das cochas e dos braços. O yang é o dorso e peitoral. A energia Chi corre por nosso corpo por meio 12 linhas de energias comuns em oito meridianos. A acupuntura age nesse “circuito”. Ela é a parte que trata dos estímulos sobre pontos específicos do corpo a fim de harmonizar a fisiologia assim como o corpo emocional. Por meio dessa corrente de energia yin yang que passa por nosso corpo por pressão em 365 pontos ordinários e mais de 1.200 pontos específicos ou extras. Na medicina tradicional chinesa, uma enfermidade é causada pelo estancamento de energia, ou desequilíbrio da energia entre um órgão e outro. A acupuntura busca a harmonização dessa energia, ou seja, para um corpo funcionar com saúde, deve haver circulação de energia. Marcelo Sartório explica que, se um indivíduo apresenta distúrbios dos excessos, a intervenção por meio das agulhas é feita para acalmar ou sedar. Se o paciente estiver com pouca energia, o acupunturista atuará tonificando a sua energia. “É possível atrair energia para aquela parte do corpo desvitalizada eliminando a dor e restabelecendo o movimento correto”, comenta. Ele explica que independentemente do problema que a pessoa tenha de saúde, a acupuntura pode ser um eficaz meio para o alívio de dores e para acalmar sistema nervoso. Ela estimula o funcionamento correto dos órgãos internos e promove, entre outras coisas, a melhor qualidade do sono, movimentos intestinais satisfatórios, assim como um bom estímulo regulatório de todas as glândulas do corpo. O mais importante é não deixar doenças que só podem ser detectadas por exames laboratórios ou radiológicos passarem despercebida. Serviço Instituto Tai 705/905 Sul Edifício Mont Blant Sala 522 (61) 3244.9511

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Boa Forma

Por: Djenane Arraes | Fotos: Djenane Arraes

Emagrecer

é atitude

Atividades físicas personalizadas com 30 minutos de duração trazem sucesso em 80% dos casos

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explicou longe de ter tons esotéricos. “O seu corpo faz de tudo brasileiro passou a brigar com a balança. De acordo para conservar a gordura, que é a energia. Por exemplo, se com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em você passa a comer menos, o metabolismo se altera e o seu dezembro passado, 50,1% dos homens e 48% das mucorpo vai começar a consumir massa muscular em vez da lheres estão acima do peso. Os números assustadores soaram gordura.” A solução é encontrar a margem de emagrecimento o alerta e, hoje, o Ministério da Saúde classifica a obesidade de cada organismo e trabalhar em cima. Daí a necessidade de como uma doença epidêmica. Mesmo com toda a informação uma avaliação física adequada para tal. e estímulos para que a população mude hábitos, a briga com a O método de exercícios personalizados por 30 minutos balança parece um sofrimento sem fim. Mas o embate contra vem sendo desenvolvido há cerca de 20 anos. Guilherme os quilos a mais não precisa ser um martírio. Tudo pode ser graduou-se em Educação Física pela Universidade de Brasília uma questão de disciplina mental aliado às atividades físicas. numa época em que o regime militar influenciava até na “O emagrecimento começa no cérebro”, defende Guimaneira de se exercitar. “Éramos submetidos a avaliações lherme Pontes, educador físico e sócio da Fit 30 Min. “A baseadas em desempenho: se eu corresse mais, ganhava uma obesidade também está associada a componentes culturais. nota melhor.” O pensamento do professor modificou-se ao Estamos numa sociedade em que associa culto ao corpo como longo do tempo, principalmente ao procurar informações comportamento de uma pessoa fútil.” O professor se refere interdisciplinares. Estudos e teóricos da Administração também às celebridades que frequentam especialmente sites forneceram grande ajuda em particular. “Aprendi a ouvir a e revistas de fofocas. São, em geral, pessoas que pouco tem demanda das pessoas”, disse. Guilherme a acrescentar, e garantem a fama com a entende que depois de alcançar e manajuda de um corpo perfeito e beleza natuter as necessidades básicas, o indivíduo ral. “Não se pode pensar por aí. Eu prefiro parte para a conquistas de outros valores acreditar em um corpo saudável para um como a segurança e a auto-realização. intelecto bonito. Não se pode sentir culpa “Isso também passa pela imagem do por buscar saúde, afinal, nosso corpo é a próprio corpo.” nossa casa e precisamos cuidar bem dele.” No desejo de se ter um corpo pelo menos magro, há quem apele para as Programa personalizado mais bizarras fórmulas. As pessoas estão “O que vendemos aqui é emapré-dispostas a se submeterem as dietas de grecimento, flexibilidade e aptidão sopas com case nas fases da lua, outras vão física”, disse Guilherme se referindo as para uma academia de ginástica para se atividades desenvolvidas dentro da Fit exercitar até a exaustão. Guilherme Pon30 Min. O objetivo é fazer com que o tes tem outra linha de pensamento. Ele indivíduo tenha autonomia física. Uma desenvolveu uma metodologia em que 30 academia comum procura proporcionar minutos de atividade física personificada um ambiente de socialização. Guilherme pode trazer resultados positivos. “A coisa acredita que o ambiente social está em mais importante do universo é a energia”, Guilherme Pontes, sócio da Fit 30 outros lugares: em casa, no trabalho, na

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Cultura

Rosa Por: Djenane Arraes | Fotos: Vitor Sá

encontra a

Divina

Sob as bênçãos de Elizeth Cardoso, a cantora Rosa Passos lança “É Luxo Só”.

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erto dia, Rosa Passos recebeu de um amigo o acervo completo da obra de Elizeth Cardoso, também conhecida como “Divina”. Junto com o presente veio um bilhete: “Elizeth está esquecida e você poderia ser a pessoa que a traria de volta à lembrança do público”. Desafio feito, desafio cumprido. Depois de dois meses de pesquisa de repertório e cinco dias de gravação no formato ao vivo no estúdio, Rosa Passos rememorou a ídolo de gerações por meio do disco “É Luxo Só”, lançado pela Biscoito Fino. Em vez de um repertório óbvio que marcou a carreira da Divina – canções como “Barracão” e “Naquela Mesa” –, Rosa preferiu seguir um caminho inusitado. Incluiu no disco clássicos como “Diz que Fui Por Aí”, imortalizado pela voz miúda de Nara Leão, ou “As Rosas Não Falam”, de Cartola. “Mas o que pouca gente sabe é que Elizeth foi a primeira a gravar essas músicas”, explicou. “Eu também não me vejo cantando ‘Barracão’ ou ‘Canção do Amor Demais’”. A canção título foi um presente que Elizeth recebeu de Ary Barroso. Ele estava acompanhando um ensaio e achou que o show carecia de um final mais virtuoso. Então pediu para que Elizeth passasse à noite na casa dele. A cantora atendeu ao pedido do compositor e foi surpreendida com “É Luxo Só”. Adorou. “Inclusive, já havia gravado essa música. Eu a incluí no CD ‘Pano Para Manga’. Essa agora foi a minha segunda leitura e o nome do disco foi escolhido propositadamente por causa desta história”, disse.

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“É Luxo Só” chama a atenção pela interpretação que Rosa Passos imprime ao repertório. Está aí um cuidado especial que ela procura ter não apenas neste disco, mas em toda a obra dela. Afinal, são 16 discos de carreira onde ela apresenta as próprias composições e também faz um trabalho peculiar como intérprete de grandes mestres do cancioneiro popular brasileiro. “É um desafio sempre você fazer uma homenagem a uma cantora como Elizeth Cardoso. Foi a mãe de todas as cantoras, como disse Chico Buarque. E é verdade”, afirmou. “Você precisa imprimir a sua personalidade numa música que já foi interpretada por outros cantores. É aí que você tem que ter um diferencial, senão vai cair num lugar comum e tende a cantar igual a outra pessoa. Isso não é uma homenagem. É um cover.” “É Luxo Só” foi gravado em cinco dias no esquema ao vivo no estúdio. “Gosto mais assim porque a gente pega toda energia e emoção junto com os músicos. Fica aquela coisa boa, quente”, explicou. “Nem tudo mundo faz isso, porque é muito difícil. Você precisa estar firme e ter afinidade com os músicos. Mas eu já faço isso há muito tempo e gosto de gravar assim. Essa coisa de você procurar cabelo em ovo não é comigo.”

Carreira Internacional Além do timbre único da baiana erradicada em Brasília, o disco tem forte base jazzística e, ao mesmo tempo, fácil de cair no gosto popular. Está aí uma mistura não muito fácil de


conseguir, o que só aumenta os méritos da obra. O resultado está nas boas vendagens. É um dos mais populares lançados por Rosa. Está aí mais uma vitória para uma carreira iniciada de forma peculiar. Ela tornou-se uma das artistas brasileiras atuais mais respeitadas no exterior. Atraiu o público ao apresentar uma música brasileira e internacionalizada, ao mesmo tempo. Não demorou a ser convidada aos maiores festivais de jazz da Europa e dos Estados Unidos. Rosa Passos é doutora honoris causas da Berkeley Jazz School, que é uma das maiores e mais importantes do mundo. Para completar, ela foi atração no Lincoln Center no Carnegie Hall, em Nova York. “Toquei em 35 países do mundo, passei 18 anos viajando para o exterior junto com grandes músicos. A imprensa estrangeira dizia que meu jeito lembrava Ella Fitzgerald. Mesmo assim passei cinco anos sem tocar no meu país por falta de convites. Tem gente que achava que eu morava em Nova York, ao passo que sempre estive aqui em Brasilia”, justificou. Mas esta realidade começa a mudar. Embora ainda seja um nome brasileiro forte no cenário internacional, o santo de caso começa a fazer milagre e Rosa Passos não é mais um nome distante para as pessoas do próprio país. São Paulo, por exemplo, é uma das praças que a recebe na atualidade, em especial por causa do circuito formado pela rede de teatros SESC. Ainda não é suficiente. Rosa ainda almeja tocar mais no Rio de Janeiro. “Os fãs querem que eu vá para lá, mas as propostas não são apropriadas. Não é arrogância

minha, mas eu tenho uma carreira e idade que me permite não entrar em um esquema qualquer. Não posso sair tocando em qualquer lugar e de qualquer jeito. Mas soube que não é algo comigo: é uma dificuldade da própria cidade por causa da falta de espaços.” Mas e Brasília? Rosa escolheu justo a capital para o lançamento de “É Luxo Só”, que acontece nos dias 2 e 3 de março, no Teatro Oi Brasilia. Além dos clássicos de Elizeth Cardoso (serão nove faixas do disco), a cantora promete interpretar clássicos de Djavan. Aliás, este é o próximo projeto de Rosa: gravar só canções do compositor alagoano. “Adoro ele. Gostaria muito, inclusive, que ele cantasse uma faixa comigo”. Depois da capital, os possíveis destinos de Rosa são Belo Horizonte, Salvador e São Paulo. Quanto ao resto do Brasil, tudo que ela precisa para comparecer e ecoar sucessos da Divina, além de outras grandes canções, é de um bom convite. Serviço Rosa Passos É Luxo Só www.biscoitofino.com.br

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Cinema

Por: Caroline Aguiar | Fotos: Fábio Pinheiro

Bons ventos no cinema da capital

O cinema de arte volta às telas de Brasília. Depois de ficarem sem espaço, os admiradores da sétima arte ganham duas novas opções

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s tempos difíceis para os cinéfilos de Brasília parecem ter chegado ao fim. Depois de terem perdido as salas da Academia de Tênis e da Embracine Casapark, os apreciadores do cinema de arte podem comemorar a inauguração de dois novos empreendimentos voltados para esse segmento. O Cine Cultura, no Liberty Mall, e o Espaço Itaú de Cinema, no CasaPark, vieram com a proposta de apresentar ao público as películas que não estão inclusas no circuito comercial. Em maio de 2010, as salas da Academia de Tênis foram fechadas. Logo elas que eram as mais freqüentadas pelo caráter alternativo da programação. A causa foi um incêndio provocado por material usado na reforma das salas. Três delas foram atingidas, mas todo o espaço foi interditado para perícia e nunca mais reabriu. Em 2009, o cinema teve o alvará de funcionamento negado pelo Corpo de Bombeiros, que encontrou 39 irregularidades. Mas continuava funcionando por causa de liminares na justiça. Sem o espaço aconchegante da Academia de Tênis, restou aos cinéfilos a programação mais limitada e comercial oferecida pela Embracine, no CasaPark. O último reduto foi fechado em maio de 2011 por dificuldades no pagamento dos aluguéis do espaço no shopping. Os cinéfilos ficaram por quase um ano sem opções de cinema alternativo nas grandes salas. A espera terminou em dezembro do ano passado, com a abertura do Espaço Itaú. Com capacidade para receber até 1.157 pessoas, a

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iniciativa é um sucesso. As filas se estendem cinema afora aos finais de semana, e os corredores do shopping ficam movimentados pelos espectadores que aguardam o horário da sessão. O Cine Cultura foi reaberto no início de janeiro com decoração charmosa. Na entrada destacam-se frases e imagens de personagens famosos. A luz baixa nos corredores conduz os espectadores às quatro salas de 110 lugares cada. Todo o ambiente é apropriado ao clima introspectivo que caracteriza o cinema alternativo. À frente do Cine Cultura, o produtor de cultura e ex diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Nilson Rodrigues, explica qual o intuito do novo empreendimento. “Vamos ter em cartaz filmes que estão fora do circuito comercial, com dificuldade de penetração no mercado, aqueles que não são os hollywoodianos. As produtoras têm uma oferta razoável desses filmes. Eles são apresentados nos grandes festivais, mas não conseguem chegar aos cinemas”, detalha o novo proprietário, que teve empreendimento semelhante em Cuiabá, capital de Mato Grosso. Rodrigues comemora a boa aceitação do público nos primeiros dias e acredita no potencial do cinema de arte em Brasília. “Aqui tem uma parcela significativa de espectadores que apreciam esse tipo de produção, por isso quis investir nesse negócio, acho que tem tudo para dar certo”, afirma. Ele ainda lembra que esse público sempre existiu. “Não há uma retomada do público. O que existe é


uma retomada do próprio cinema. O público sempre esteve aí, mas estava sem opções por questões circunstanciais”. Segundo Rodrigues, de 2.300 salas existentes no Brasil, aproximadamente 300 são destinadas ao cinema de arte. O cineasta e professor de audiovisual, Sérgio Moriconi, acredita que a pressão das produtoras de filmes alternativos teve forte influência sobre a reabertura das salas destinadas ao segmento em Brasília. “As próprias distribuidoras ficaram preocupadas com a falta de espaço para vender seus filmes. Eles chegavam a ligar para o antigo dono da Academia de Tênis perguntando se ele não abria um novo cinema. Os filmes menos populares ficavam sem pai nem mãe”, conta Moriconi. Ele ainda afirma que essa retomada era inevitável, pois, além da pressão das distribuidoras, havia a demanda do público que, em Brasília, é muito fiel. “Estamos de parabéns por termos reconquistado esse espaço. O público cinéfilo estava desesperado, eles não conseguiam ver os filmes que estavam em cartaz no Rio e São Paulo. E as pessoas que gostam de cinema de arte são muito fiéis, chegam a assistir filmes cinco vezes por semana”.

co menor. Até pagar as contas, tem que lançar filmes de imediato apelo popular. É uma tática para iniciar o empreendimento”, avalia. Independente da motivação, roteiros como “Aventuras de Tintim”, “Alvin e os Esquilos” e “Sherlock Holmes” passaram pelas salas de cinema cult brasilienses. Outros tantos devem continuar dividindo espaço com obras de diretores como Lars Von Trier, Terrence Malick e Daren Aronofsky.

Cine Brasília Em 1960, juntamente com todo o conjunto arquitetônico da nova capital federal, foi inaugurado o Cine Brasília, na 106/107 Sul. Com desenho de Oscar Niemeyer, foi concebido para ser a casa da sétima arte na cidade e, desde o lançamento, abriga o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

O Festival de Brasília do ano passado trouxe uma boa nova: o espaço não fecharia depois do evento. De fato ele continuou aberto, reprisando clássicos e dando lugar a outros festivais. No entanto, depois de cinco meses de funcionamento, as portas vão voltar a fechar. A partir do dia 5 de fevereiro, as programações seriam interrompidas para reforma. Como é de costume, os defeitos da estrutura serão maquiados para receber o Festival de Brasília, que acontece em setembro. As paredes serão pintadas e a iluminação melhorada. De acordo com Cibele Amaral, administradora do cinema, a proposta é continuar as atividades depois do Festival, como em 2011. “O funcionamento constante está dando muito certo. O cinema está sempre cheio, principalmente aos finais de semana. Brasília tem essa sorte de ter

Diversidade No entanto, o sonho dos cinéfilos de terem uma sala exclusiva para eles ainda está longe de ser realizado. Os dois cinemas inaugurados dão prioridade à vertente alternativa, mas também exibem filmes comerciais. É uma abertura que dá margem a diferentes justificativas. Para Nilson Rodrigues, os filmes comerciais entram em cartaz para oferecer opções aos espectadores. “É sempre bom manter esses filmes, porque eles também têm as suas qualidades”, defende. Já Sérgio Moriconi vê a questão por outro ângulo. “Os aluguéis nos shoppings são caríssimos. O proprietário de um cinema não consegue ter lucros apenas com os filmes alternativos. Não se pode apostar num públi-

Nilson Rodrigues aposta no sucesso do cinema de arte sem deixar de lado os holywoodianos

Com capacidade para 600 pessoas, o espaço passou por períodos de abandono interrompidos apenas pelas reformas e efervescência trazidas pelo festival. Quando está em funcionamento, o Cine Brasília também é uma das opções para os adoradores do cinema de arte. Além das sessões, ele recebe mostras, outros festivais, seminários e debates.

um público de cinema de arte”, avalia Cibele. A programação para depois do festival será elaborada durante o período de reforma. Serviço Cine Cultura Programação no site www.cinecultura.com.br Espaço Itaú de Cinema Programação no site www.itaucinemas.com.br

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Fabio Pinheiro

Gastronomia Por: Pedro Wolff e Lígia Moura

Pit Stop

Fabio Pinheiro

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24 horas

A franquia Quizno escolheu Brasília para começar suas atividades no Brasil

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eliciosa novidade em Brasília. A franquia estadunidense de sanduíches submarinos Quizno escolheu Brasília para iniciar suas atividades no Brasil. Desde dezembro, o público brasiliense está frquentando as três unidades da loja em Brasília, na 409 Sul, 311 Norte e na ST SIA, Trecho 1, Lotes 10/40. Às margens da EPTG. Todas ela são abertas 24h e a rede pretende trazer mais duas para a cidade. O Quizno segue uma linha saudável de sanduíches submarinos, tendo como concorrente direto o Subway. Mas o diferencial é o conceito de sanduíche gourmet. É o que garante Luiz Antonelli. “É o recheio. Todas as nossas opções são elaboradas por nosso cheff de cozinha. Dessa forma, a combinação de sabores é harmoniosa”. Ainda no conceito gourmet, Antonelli fala que o Quizno trabalha para dar o mesmo sabor da primeira até a última mordida. A casa oferece como opção de carnes premium, frango, especiais da casa e tem também alternativas para vegetarianos. O ranch clássico feito com espécie de manteiga de leite, maionese especiarias, ervas suaves. O zesty que é um molho agridoce com um toque de pimenta do reino. E o molho de vinagre balsâmico com alho parmesão. O Quizno oferece também sopas de queijos, brócolis e palmito e saladas. Quem experimentou a franquia do Quizno adora o pão tostado, mas sem gosto de queimado. É o que assegura Pedro Neto, o diretor executivo da franquia. Essa textura é graças ao forno patenteado da franquia que permite o pão ficar dourado e tostado na borda, derrete o queijo e deixa a carne quente. Pedro completa que a salada é posta logo depois para completar o sabor. Demorou seis meses de estudos para o Quizno se adaptar ao cardápio brasileiro. E teve que mudar 30% dele para agradar ao paladar brasileiro. O cheff Zach Calkins, responsável pela franquia, viajou por todo o Brasil para elaborar o cardápio nacional. Serviço SQS 409, Bloco D, Loja 30; SQN 311 (uma loja piloto no posto de gasolina, em parceria com a BR), ST SIA, Trecho 1, Lotes 10/40. Às margens da EPTG

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Victor Hugo Bonfim

Victor Hugo Bonfim

Na esquina de

Victor Hugo Bonfim

Brasília,

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um pedacinho de

Minas Gerais

Amantes da culinária mineira podem matar a saudade da terrinha

uem é mineiro legítimo não deixa a tradição culinária para trás. Vendo essa oportunidade, o mineiro Clayton Machado começou sua história em Brasília e criou o restaurante “Esquina Mineira”, em 1982, para aqueles que apreciam a boa comida mineira. Reinaugurado há mais de três meses, o local ganhou mais conforto e qualidade em suas instalações. A arquiteta Tatiana Rodriguez foi a responsável pelo projeto que Clayton idealizou. Com uma área de cerca de 1.400m², espaço Gourmet, salão de festas e uma equipe de 26 funcionários, o restaurante pode receber até 600 pessoas no total. O local é repleto de objetos que remetem à cultura mineira, sendo que o acervo pessoal de Clayton dá o toque pessoal. A decoração não foi simplesmente comprada, foi adquirida em anos e viagens que ele fez. “Eu sabia que um dia eu poderia usar tudo o que comprei em um restaurante desse porte. Estou realizando um sonho de anos”, afirma. O buffet é variado contendo mais de 30 opções de pratos quentes, 20 tipos de salada e 20 saborosas sobremesas. A carta de vinhos está sendo montada em parceria com a Super Adega e deve ficar neste mês. O local vai oferecer de 30 a 40 rótulos em torno de R$ 50,00, podendo chegar a R$ 110,00 para clientes mais exigentes, atendendo todos os gostos e bolsos. Com relação à cachaça, Clayton informa que tem novidades. O restaurante vai oferecer um cardápio exclusivo de cachaças premiadas com

a certificação da qualidade da bebida pelo selo da Associação Mineira de Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ), único no mercado. O projeto para 2012 reserva grandes surpresas. Clayton idealiza realizar a noite do Galope (pé de frango com joelho de porco), o CAOL (cachaça, arroz, ovo e linguiça). Ainda no espaço Gourmet, vão acontecer encontros toda primeira segunda-feira do mês para as pessoas matarem saudade da terra com um prato mineiro, em um clima descontraído, sempre lembrando uma cidade mineira a cada encontro, de acordo com a demanda. Outro grande projeto do empresário é realizar um encontro de amigos no Espaço Gourmet. O que tem de diferente até aí? Bem, para aqueles que querem tudo pronto ou semi-pronto, com garçom ou sem garçom, escolher levar um violão ou um pen drive, vai poder optar e ter o prazer de reunir os amigos em um ambiente familiar, fora de sua casa, em um lugar privativo. O local está aberto às exigências do cliente que ainda poderá dar um toque pessoal às preparações das comidas. Não é perfeito? Esse espaço funciona de 19hs a meia-noite, aos sábados, domingos e feriados com preços variados, dependendo do que o cliente desejar. Serviço

Esquina Mineira 704/705 Norte, Bloco D, loja 42 (61) 3273.7373

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Agenda Cultural Da redação | Fotos: Divulgação

Visão irreverente CCBB reproduz ambientes do Clube dos Artistas Modernos para contar a vida e a obra de Flávio de Carvalho

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uais são os modernistas que você conhece? O público brasileiro está familiarizado com nomes como Oswald e Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Heitor Villa-Lobos. Estes são artistas cujas obras são facilmente reconhecíveis pelo brasileiro. Mas a turma dos modernos do século 20 foi muito maior. Você sabia que um dos maiores expoentes do movimento artístico iniciado em São Paulo foi o fluminense Flávio de Carvalho (1899 – 1973)? A artista e engenheiro foi considerado um dos mais completos e complexos daquela geração. Foi um agitador cultural, arquiteto inventivo, poeta. Mas foi na pintura que Flávio foi tido como um virtuoso, de um traço forte e conciso capaz de impressionar os colegas de geração. As telas do artista, entre outras peças artísticas, estão disponíveis à visitação na mostra “Flávio de Carvalho: a Revolução Modernista no Brasil”, com curadoria de Luiza Portinari. A exposição fica aberta até o dia 29 de abril no Centro Cultural Banco do Brasil. São 60 obras que dão ênfase principalmente à carreira de retratista. De traço forte e peculiar, Flávio de Carvalho impressionava amigos de geração. Certa vez, Mário de Andrade comentou que se sentia muito bem ao olhar o próprio retrato desenhado por Lasar Segall, por exemplo. Mas a história era outra quando se olhava nos traços de Flávio. “Sinto-me assustado, pois vejo nele o lado tenebroso da minha pessoa, o lado que escondo dos outros”, comentou Mário de Andrade depois de se deparar com a obra do amigo. A exposição reproduz partes do Clube dos Artistas Modernos. Na sala multiuso é reproduzido o bar e o palco do Teatro da Experiência. É lá onde estão painéis com reproduções e textos que revelam a faceta de agitador cultural. Flávio teve uma grande importância para o cenário artístico, não só pelas obras, mas por ter proporcionado a muitos o contrato com o que estava sendo produzido na Europa”, disse Luiza Portinari. “Isso aconteceu numa época em que os museus eram muito focados na produção acadêmica, daí a importância deste associativismo.”

Clube dos Artistas Modernos (CAM) como resposta à Sociedade Pró-Arte Moderna, de Lasar Segall. Flávio considerava a Sociedade um meio elitista, ao passo que ele procurava uma arte autônoma e irreverente. “Detestamos elites”, costumava dizer. “Não temos sócios doadores.” O CAM foi considerado um refúgio da vanguarda artística freqüentado por pessoas como Tarsila do Amaral e a cantora Elsie Houston. Foi também no CAM que Osório César, psquiatra e diretor do Hospício do Juquery, organizou no Brasil as primeiras exposições de arte dos alienados.

Vida e obra Flávio de Carvalho veio de uma família abastarda. Foi estudar na França aos 12 anos e, depois, ingressou na Universidade de Durham, na cidade inglesa de Newcastle. Foi onde cursou Arquitetura e Artes. Retornou ao Brasil em 1924, e foi mais outro que trouxe o frescor das discussões européias ao efervescente cenário nacional. Dez anos depois, ele abre o

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Serviço Exposição Flávio de Carvalho: a Revolução Modernista no Brasil Até o dia 29 de abril Centro Cultural Banco do Brasil SCES, Trecho 02, lote 22


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