Correio de Sintra edição nº 68

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«Eu vivo para defender Sintra»

O vereador Marco Almeida em entrevista exclusiva Concelho, 4 - 5

Basílio preside à OCPM

Carlos Cruz

William Carvalho

SINTRA. Basílio Horta, autarca de Sintra, eleito presidente da Organização das Cidades Património Mundial.

JUSTIÇA. Pediu

CORREIO ROSA. Craque do Sporting e

Concelho, 6

para passar o Natal junto da família. Queluz, 14

da Seleção é herói em Mira Sintra e até participou nas Autárquicas

Famosos, 15

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No país da incomunicação

A

falta de comunicação afeta-nos a todos. Quando uma mensagem não passa, quer o emissor quer o recetor ficam a perder. No meio, muitas vezes sem ter grandes culpas no cartório, o mensageiro também perde. Não foi capaz de (ou não teve condições para) passar a tal mensagem-chave como se pretende: rápida, fluída, direta, eficaz. Porque comunicar é ser eficaz. O resto é conversa. Em Portugal, nas conversas de café, quando falamos no insucesso de uma determinada estratégia política, económica, desportiva ou cultural, é frequente dizer-se que “a mensagem não passou” ou “não houve suficiente divulgação”. Ao contrário do “país-irmão”, o Brasil, onde está enraizada a prática fulcral das relações públicas, no nosso país continuamos a falhar na comunicação, ou seja, está instalada a cultura da incomunicação. Com essa lacuna gritante, perdem certos partidos políticos, perdem muitas e muitas empresas, perdem muitos clubes, perdem muitas entidades culturais. Conservadores por natureza, nós não compramos o que não conhecemos. Só que, neste cantinho à beira-mar plantado, continuamos a pensar que os outros é que têm a obrigação de nos conhecer, de conhecer os nossos serviços, os nossos produtos, as nossas marcas. O advento das redes sociais veio baralhar o jogo. Por um lado, permite uma comunicação mais rápida, ao segundo; por outro lado, também veio criar uma enorme confusão. E porquê? Porque há empresários, responsáveis de clubes e de instituições culturais, e políticos que julgam que basta ter uma página no Facebook e “postar” alguns textos e uma série de boas fotografias para o êxito de certa campanha ser garantido. As coisas, como é óbvio, não funcionam assim. Porque não são assim. O mais estranho é que as relações públicas apareceram em Portugal há já 53 anos (!), em 1960, embora quase só nas multinacionais e, até à década de 70, integradas nas convencionais agências de publicidade. Em 1964, o Instituto de Novas Profissões teve cursos de relações públicas e de turismo; e, em 1968, foi fundada, em Lisboa, a Sociedade Portuguesa de Relações Públicas (SOPREP). Em 1985, quando Portugal adere à CEE, só existiam três agências de relações públicas no País. No entanto, poucos anos depois, já funcionavam 35 empresas de “public affairs”. Lamentável é, em 2013, continuar-se a culpar os jornalistas porque não falam de “x” assunto ou de “y” instituição ou empresa, quase sempre sem nenhuma razão. É que, muitas vezes, o jornalista não toma conhecimento das matérias porque, pura e simplesmente, não se comunica. Continua-se a achar que não são necessários os valiosos serviços de agências de comunicação, de assessores de Imprensa, e dos gabinetes internos de comunicação e imagem. A escassez de comunicação não afeta só jornalistas, afeta-nos a todos. Quantas vezes, uma empresa não faz publicidade porque, simplesmente, não tem ninguém a tratar dessa área?... E teimamos em culpar a Comunicação Social (que tem as costas largas), no café, porque não divulga.

 Nuno Sá

Salta à vista...

A

estreia na Seleção Nacional do médio do Sporting, William Carvalho, é um motivo de festa para todos os que, em Mira Sintra, acompanharam o desenvolvimento de um futebolista maior que deverá marcar presença no Mundial do Brasil, já em 2014. No nosso concelho, muitos outros casos sucederam. Lembre-se o de Nani, no Real Massamá, por exemplo. Salta à vista que

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editorial

A abrir

o segundo concelho mais populoso do País tem de, mais dia menos dia, ter um clube capaz de segurar os seus grandes talentos. Sintra merece, há muito, ter uma equipa na Superliga ou na II Liga, isto é, um clube concelhio que atue nas competições profissionais do futebol português e que possa contar com craques como William. Para quando?

De terra em terra...

Os fofos de Belas

O

s fofos de Belas são uma importante referência na riqueza gastronómica do concelho de Sintra. Os bolos, louros e apetitosos, fazem as delícias de quem visita Belas. São pequenos pãesde-ló recheados com creme e polvilhados

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2 Correio de Sintra

com açúcar. São confecionados na Fábrica dos Fofos de Belas, criada há já quatro gerações. É uma invenção da mãe de D. Liberdade, que se lembrou de acrescentar um pouco de creme ao pão-de-ló, tornando a massa mais pesada.

A frase...

Sintra estará na primeira linha das iniciativas que a associação (Organização das Cidades Património Mundial) vai produzir. E há a possibilidade de grandes contatos” (Basílio Horta, presidente da CM Sintra)


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4 Correio de Sintra

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Autarquicas Concelho

MARCO ALMEIDA AO CORREIO DE SINTRA:

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“Vou continuar a lutar por todos ENTREVISTA. O vereador Mar-

co Almeida, numa entrevista exclusiva ao Correio de Sintra, admite que ficou triste com a derrota nas eleições autárquicas do passado mês de Setembro, mas garante que vai fazer uma “oposição responsável” ao atual executivo camarário. Na entrevista, o autarca, que não tem qualquer pelouro atribuído, foi claro: “Estou contra a privatização da água.”

Ficou frustrado por não ter vencido as eleições autárquicas? Sim. Sobretudo nas circunstâncias em que tudo aconteceu. Perder por uma diferença de 1700 votos, num concelho com mais de 300 mil votantes, é morrer na praia. Repare que, apesar da derrota, a diferença foi mínima. O movimento que eu liderava, Sintrenses por Marco Almeida”, conseguiu eleger quatro vereadores, os mesmos que o Partido Socialista, ganhou quatro juntas de freguesia contra sete do PS e tem praticamente o mesmo número de deputados na Assembleia Municipal que o partido vencedor. Perder desta forma é claro que custa. Mentiria se dissesse o contrário. Mas isso já está ultrapassado e ainda muita água irá correr sob esse moinho. Eu acredito sempre em segundas oportunidades. Apresentou queixa no Ministério Público em relação à forma como as eleições decorreram. Como é que está esse processo? Pub

Marco Almeida diz que vai estar tão empenhado como se tivesse ganho eleições

É verdade. O meu movimento resolveu apresentar queixa-crime contra desconhecidos na sequência das anomalias e queixas feitas por vários munícipes em relação à forma como decorreram as eleições. Houve claramente um excessivo número de votos nulos nas freguesias urbanas e temos

voto, nomeadamente junto de uma escola em Queluz onde decorria a votação, e muitas irregularidades administrativas em mesas de voto de Queluz e de Belas. Curiosamente, estas foram as zonas onde a contagem de votos mais se atrasou, facto que levou a que os resultados eleitorais só fossem

“e

u represento 132 mil pessoas que votaram no meu movimento e não as posso defraudar”

testemunhas identificadas na queixa que foi feita e que garantem que quando chegaram às mesas lhes disseram que os seus votos já tinham sido descarregados. Além disso, e existem provas, também houve a colocação abusiva de materiais de campanha á entrada de locais de

conhecidos madrugada fora. Apetece dizer como os espanhóis, “eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!”. Neste momento, o movimento aguarda que o Ministério Público o informe da fase em que estão as investigações que, presumo, devem ter sido encetadas.

É um vereador sem pelouro. O que pode fazer em prol dos habitantes de Sintra, uma vez que está sem o poder que tinha quando foi vice-presidente da Câmara pelo PSD? Muito. É tão legítimo estar no poder como na oposição. Eu represento 132 mil pessoas que votaram no meu movimento e não as posso defraudar. Faço desde já uma promessa a todos os munícipes e aos leitores do Correio de Sintra: farei tudo para honrar aquilo que sempre prometi. Esta é a garantia que deixo. Apesar de ter regressado à minha função de professor e de não ter ganho as eleições, acredito que o cargo de vereador é compatível. Vou estar tão empenhado na Câmara como se tivesse ganho as eleições. O meu objetivo é continuar a servir este concelho. Quais são as linhas mestras do seu movimento neste momento? São aquelas que prometemos na campanha. Não desistimos de lutar pelos nossos ideais só porque perdemos nas urnas. Em Sintra, temos necessidade de implementar um enorme apoio às famílias e a Câmara tem de ser um ativo nesse aspeto. Irei defender sempre a criação de um “Estado Social”, envolvendo todas as “forças vivas” do concelho, no sentido de aliviar os impostos, fornecer mais apoio médico aos munícipes, nomeadamente com a criação de um “cheque de saúde” e tentar alargar o for-

necimento de manuais escolares de forma gratuita a todo o ensino obrigatório. É minha obrigação como vereador e obrigação da Câmara aliviar as dificuldades das famílias, mesmo que isso implique ir contra as políticas do Governo ou de quem quer que seja. Uma questão que preocupa muitos munícipes é a privatização da água. O que pensa disso? Em 2010, numa inauguração em Monte Abrãao, ainda como vice-presidente da Câmara eleito pelo PSD, fui claro: estou contra. Também o repeti na minha campanha e reafirmo agora ao Correio de Sintra: quem quiser privatizar a água nunca terá o meu apoio. Trata-se de um bem que é de todos e que não se deve negar a ninguém. Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Sintra têm músculo financeiro para sobreviver. Digo mais, têm a obrigação de ajudar as pessoas e de desenvolver ações sociais que minimizem o seu sofrimento. Privatizar a água é criar condições para muitas famílias perderem um bem que lhes garante a sobrevivência. O que pensa fazer para ajudar os jovens? A videovigilância faz todo o Tentar que sejam seguidas políticas que eu já tinha quando era vice-presidente. Ou seja, os jovens têm de estar em boas escolas, têm de ter material para estudar e atividades ocupacionais. Eu defendo que um bom ensino


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os sintrenses”

E em relação aos menos jovens? Há que apostar ainda mais em melhorar as condições dos centros de saúde e locais

O professor

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dá apoio à juventude. Além disso, devem-se fomentar os apoios às inúmeras coletividades que existem no concelho e que promovem o desporto e outras atividades de lazer. Enquanto um jovem estiver a jogar futebol, andebol, ténis ou xadrez não está a fazer nada de mal. Também se devem aprofundar as políticas sobre apoios a cursos profissionais que a autarquia já tem e apostar em estágios e formação profissional para todos os interessados. Repare que, sem ter nenhuma equipa de futebol de topo, o concelho de Sintra tem produzido campeões nacionais, europeus e mundiais em muitas modalidades, como tiro ao arco, danças de salão, patinagem artística e xadrez, para dar só alguns exemplos.

Movimento encabeçado por Marco Almeida ficou a cerca de 1700 votos de ganhar

onde eles possam ocupar os seus tempos livres. Mas esse trabalho já estava a ser feito. Trata-se de lhe dar continuidade. Quais são as grandes obras que considera fazerem falta ao concelho? Continuar a apostar na

melhoria da rede viária municipal e pressionar o Governo a melhorar as estradas nacionais que servem o concelho. Já foi feita alguma obra neste sentido, mas não pode parar. Além disso, é urgente a requalificação dos equipamentos de saúde e da rede escolar do 2º e 3º ciclo. Gostava muito

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que a gestão desta autarquia pressionasse o Governo nesse sentido. O seu movimento tem quatro juntas de freguesia. Não teme que sejam discriminadas em relação às do PS? (Sorrisos) Eu não quero acreditar nisso. Creio que a gestão camarária irá tratar todas as juntas de freguesia de forma igual, porque isso seria estar a penalizar milhares de munícipes. Mas nós vamos estar muito atentos a esse aspeto e tomaremos as medidas adequadas caso tal se verifique. Mas repito, não acredito que isso possa acontecer. Não tem ambições políticas a nível nacional? De forma alguma. Se quisesse até já podia ser deputado na Assembleia da República. Eu adoro Sintra e apenas penso na defesa de todos os sintrenses. É isso que me move na área política.  CARLOS TOMÁS

Marco Almeida nasceu em Angola, a 21 de agosto de 1969. Frequentou o “ensino primário” em Sintra e fez o ensino básico na Escola Preparatória de Mira-Sintra. O ensino secundário foi concluído na Escola Ferreira Dias. Licenciou-se em História, em 1993, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na Universidade Nova de Lisboa e em 1995 pós graduou-se no ramo de Formação Educacional da Licenciatura em História, pela mesma Faculdade. Iniciou a sua atividade política em 1991, colaborando com a estrutura de coordenação distrital de Lisboa na campanha de Cavaco Silva às eleições presidenciais desse ano. Acabou por filiar-se no PSD a 17 de Dezembro de 1992 na secção do Cacém. A partir dessa data desempenhou diferentes cargos nas organizações do partido. A nível nacional, desempenhou por diversas vezes o cargo de conselheiro e vogal da Comissão Política Nacional presidida por Manuela Ferreira Leite entre 2008 e 2010. Em 2001 chegou à vereação da CM Sintra na qual foi vice-presidente até às últimas eleições. Ao longo de mais de uma década teve pelouros como educação, saúde, ação social, desporto, habitação, proteção civil, ambiente, intervenção urbana e juventude. É vereador da Câmara (sem pelouro) e voltou a dar aulas. PUB


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Concelho

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Azóia

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Judiciária investiga mistério de mulher encontrada morta CRIME. Autoridades não têm

tese de ser um homicídio. Segundo foi possível apurar junto de fonte judicial ligada ao processo, Paula Cristina terá sido sequestrada à porta de casa e levada para um local que as autoridades ainda desconhecem. “Ela estava vestida com roupa interior e calçada com chinelos de banho quando foi encontrada”, disse outra fonte da investigação, a cargo da Brigada de Homicídios da PJ de Lisboa, acrescentando: “Terá ficado sequestrada durante dez dias, sido violada por vários indivíduos e depois assassinada. As investigações prosseguem.”-- As autoridades não põem de parte a possibilidade de a vítima estar ligada a negócios relacionados com fraudes a cidadãos africanos na área da aquisição de imóveis e empréstimos a juros usurários. É uma investigação que poderá estar, soubemos, relacionada com aquela que as autoridades já batizaram como “Máfia Africana”.  CT

pistas que conduzam aos assassinos de uma cabeleireira, de 40 anos, encontrada por um condutor, no dia 4 de novembro, nua, na berma da Estrada Nacional 247, no Parque Natural SintraCascais, perto da Azóia. Vítima era dona das lojas “Tina dos Cabelos” e “Mundo dos Cabelos”

que o alarme soou junto de familiares e lojistas.

Enterrada em Angola Os filhos da vítima só entraram em contacto com a PJ nessa altura e rapidamente identificaram a vítima. Uma vez que a autópsia já tinha sido feita, confirmando o crime, o corpo foi libertado pelo Instituto de Medicina Legal de Lisboa e transladado para Angola, país onde, na passada semana, se fez o funeral da “Tina” No centro comercial, estão todos em estado de choque. “Ela era uma pessoa maravilhosa. Não se percebe. Tra-

tava todas as pessoas por querido ou amor. Era muito alegre e divertida. Tinha três filhos. O mais velho de 19 anos, uma rapariga de 14-15 e uma menina de 4. Moravam nos Moinhos da Funcheira, aqui na Amadora”, contou ao Correio de Sintra o chefe Mota, responsável da segurança àquele espaço. Sequestrada e violada Quando foi encontrada (tal como noticiámos na última edição), a vítima apresentava sinais de violência, na cara e pescoço, pelo que as autoridades colocaram logo a hipó-

Basílio Horta preside à OCPM

CONCELHO. O novo autarca de Sintra foi eleito, na Cidade do México, presidente da Organização das Cidades Património Mundial para os próximos dois anos.

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a madrugada do passado dia 23 de novembro, sábado, o novo presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, foi eleito, na capital do México, presidente da Organização das Cidades Património Mundial (OCPM), uma organização que abarca os locais classificados pela Unesco e algumas das cidades mais importantes do mundo. O edil sintrense venceu uma votação à qual concorriam os autarcas

de Bruxelas (Bélgica), Lyon (França), Puebla (México), Quebec (Canadá), Safranbolu (Turquia), Valparaíso (Chile), e Varsóvia (Polónia). A votação ocorreu no decorrer do XII Congresso da OCPM. Basílio Horta foi eleito presidente por dois anos, até 2015.

Grande projeção O autarca socialista, em declarações à agência Lusa, declarou que a sua eleição significa “uma grande projeção para Sintra”. E garantiu que “Sintra estará na primeira linha das iniciativas que a associação vai produzir. E há a possibilidade de grandes contactos. Permite a promoção de Sintra, especialmente no setor turístico. É esta abertura ao mundo

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A

vítima terá sido repetidamente violada por vários indivíduos e depois estrangulada. Paula Cristina, angolana, era dona de duas lojas de cabeleireiro no Centro Babilónia, na Amadora. Em finais de outubro, desapareceu, mas ninguém estranhou, porque era frequente ela ausentar-se, supostamente, para comprar artigos (cabelos artificiais e produtos de cosmética) na Índia. Só quando o Correio de Sintra e outros jornais deram conta de que o corpo de uma mulher tinha sido encontrado na berma de uma estrada perto da Azóia é

de que falei na campanha (eleitoral)”, frisou Basílio. A OCPM A Organização das Cidades Património Mundial (OCPM), fundada há duas décadas, em 1993, reúne as 254 cidades com locais inscritos na lista do Património Mundial da Unesco. Na estrutura desta organização não-governamental, as cidades são representadas pelos presidentes das respetivas câmaras, contando, igualmente, com a participação de especialistas em gestão do património. A organização promove, de dois em dois anos, um congresso mundial para debater as ideias sobre a gestão e a reabilitação de Cidades Património

Um cargo de prestígio para Basílio

Mundial. Trata-se de um intercâmbio de conhecimentos e de discussão de questões de interesse mútuo às várias cidades e respetivos intervenientes. Em 2015, o XIII Congresso decorrerá em Córdoba (Espanha). Além de Sintra, Angra do Heroísmo, Coimbra, Elvas, Évora, Guimarães e Porto são os locais lusos que integram a OCPM.  NUNO SÁ

Breves

Faltam médicos para 100 mil utentes Em Sintra há cerca de 100 mil utentes sem médico de família, um problema que, segundo a autarquia, terá de ser resolvido com o envolvimento do Ministério da Saúde. Esta constatação foi feita por Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, que se reuniu, esta semana, com o diretor dos Centros de Saúde do concelho, Vítor Cardoso. O encontro teve a participação do vereador Eduardo Quinta Nova e serviu para fazer um ponto de situação sobre as principais necessidades do setor da saúde no concelho de Sintra. O alargamento da rede de equipamentos de saúde existentes no concelho foi o principal tema em discussão. Como principais zonas problemáticas os participantes no encontro identificaram a união das freguesias Almargem de Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, as freguesias de Sintra, a união das freguesias de Agualva e Mira Sintra, a freguesia de Algueirão-Mem Martins, a união das freguesias de Queluz e Belas e a Freguesia de Rio de Mouro. Calculadora virtual para visitar parque A empresa Parques de Sintra- Monte da Lua tem, a partir desta semana, disponível aquilo a que resolveu chamar de “Calculadora da visita a Sintra”. Trata-se de uma aplicação, disponível na Internet, que permite o planeamento de uma viagem pelo Parque Natural Sintra-Cascais com o mínimo de emissões de carbono. A ferramenta virtual permite calcular as emissões de carbono que as pessoas irão fazer durante a visita, tendo em conta o ponto de origem, os monumentos que se pretende visitar e os meios de transporte que pretendem usar. Permite igualmente sensibilizar os visitantes para adotarem comportamentos amigos do ambiente. No final do cálculo, são dadas sugestões sobre a melhor forma de fazer uma visita mais sustentável a Sintra, com informações sobre os vários percursos e meios de transporte mais adequados para chegar aos parques e monumentos geridos pela Parques Sintra.

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12 Correio de Sintra

Cacém Agualva

27 de novembro de 2013

- Cacém

CRIME. Vários agentes que integram a 66ª Esquadra da PSP, no Cacém, estão a ser investigados pelo Ministério Público e pela InspeçãoGeral da Administração Interna. Em causa estão suspeitas de corrupção, favorecimentos pessoais e maus-tratos a detidos. Todos os processos se encontram ainda em fase de inquérito.

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Agentes da PSP suspeitos de corrupção e maus-tratos

U

m dos casos que está a ser investigado prende-se com a detenção de vários cidadãos moldavos no âmbito de uma operação inopinada de controlo de trânsito, ocorrida em meados deste ano. Após terem participado numa festa de aniversário do comandante da esquadra, vários elementos terão decidido efetuar um “stop” e acabaram por deter os moldavos e a carrinha em que circulavam. No interior da viatura encontrava-se roupa variada, toalhas de cozinha, uma máquina agrícola, pacotes de café e várias peças de fruta, entre outros artigos. Artigos “voaram” Conduzidos à esquadra, os moldavos comprovaram a sua situação legal no país e foram interrogados durante várias horas. Acabaram por ser postos em liberdade, mas a carrinha e os artigos terão, segundo relataram os detidos na queixa que apresentaram ao Ministério Público, permaneceram na cave da esquadra da PSP do Cacém. Após confirmarem que todo o material e a própria Pub

levado pelas autoridades para a esquadra do Cacém. Na cave das instalações da Polícia, terá sido espancado e regado com uma mangueira. O caso já remonta a 2011, mas todos os agentes envolvidos se encontram ao serviço da instituição. O queixoso teve de receber tratamento no Hospital Amadora/Sintra. Um dos agentes indiciados já tem ordem de suspensão, mas não foi notificado porque se encontra de baixa médica. O Ministério Público investiga a possível extorsão a comerciantes de ouro por parte de agentes da PSP

carrinha estavam legais, a PSP devolveu a viatura mas, dizem os queixosos, a maioria das coisas que se encontrava no seu interior tinha desaparecido. O Correio de Sintra apurou que o advogado dos moldavos já entregou ao Ministério Público uma listagem e está a exigir que a PSP devolva todos os artigos que “voaram” da carrinha. Cuecas e sapatos “A esquadra parecia uma

feira. Toda a gente tirou coisas da carrinha. Houve um chefe que levou umas cuecas para a mulher e outro levou um par de sapatos. As toalhitas de cozinha foram para a cantina da esquadra e os sabonetes para a casa de banho. E houve um que levou uma moto cultivadora para casa. Houve agentes que saíram da esquadra com sacos de fruta. Não sei como é que a PSP vai repor o material”, contou ao nosso jornal um agente

da PSP que se encontrava naquela esquadra quando os factos ocorreram. Mas as queixas são mais. Outra das investigações prende-se com uma alegada agressão levada a cabo por agentes policiais contra um pedreiro que foi detido num bar em Massamá. Segundo a queixa apresentada à Inspeção-Geral da Administração Interna e ao Ministério Público, o homem terá provocado desacatos num café em Massamá e foi

Extorsão Há ainda suspeitas de que elementos, das mais diversas patentes (agentes, chefes e oficiais), daquela esquadra se encontrem envolvidos em esquemas de extorsão a comerciantes de ouro e a empresários de bares de alterne. A Direção Nacional tem conhecimento da maioria destes factos, mas até agora não se pronunciou sobre o assunto, alegando que é matéria que se encontra ainda em investigação e em segredo de justiça. CT


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14 Correio de Sintra

27 de novembro de 2013

Queluz Carlos Cruz quer passar o Natal junto da família

Opinião

JUSTIÇA. O arguido mais mediático do processo da alegada rede de pedofilia que operava na Casa Pia de Lisboa continua a clamar inocência e pediu aos Serviços de Reinserção Social dos Serviços Prisionais para o deixarem sair da prisão da Carregueira e poder passar a quadra natalícia com as duas filhas e demais familiares. Ainda não obteve resposta.

O Carlos pediu para ter uma precária no Natal, porque já tem legalmente direito a ela, uma vez que cumpriu já dois terços da pena a que foi condenado e tem tido um comportamento exemplar. O pedido foi feito através do advogado Sá Fernandes. Porém, na passada semana, ele foi chamado à responsável

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Carregueira

Carlos Cruz pretende uma precária para passar o Natal em família

pela reinserção social da Carregueira e disseram-lhe que o pedido deveria ser feito diretamente por ele. Temos medo que a precária não lhe seja concedida”, explicou ao Correio de Sintra Isabel Rocha, antiga secretária do ex-apresentador televisivo e uma das suas visitas habituais na Carregueira.

Vivenda à venda Isabel Rocha revelou que o apresentador se encontra “bem de saúde” e que passa o tempo a escrever e a rever o processo, estando “obcecado pela família”, com quem quer estar “o mais rapidamente possível”. Acrescentou que o apresentador tem a sua vivenda à venda. Trata-se de uma casa loca-

lizada na Amoreira, em Cascais, com dois andares e piscina. O valor ronda os 400 mil euros, mas também pode ser alugada. “Todos os preços são negociáveis”, adiantou a ex-secretária e amiga há muitos anos de Carlos Cruz. Questionada sobre se a casa teria sido vandalizada, como foi difundido por alguns órgãos de Comunicação Social, Isabel Rocha foi perentória: “Não. O que aconteceu é que, antes de se ir entregar na prisão, o Carlos mandou retirar todos os quadros e outros bens que tinha em casa, precisamente para evitar que fossem roubados. Ficaram muitos buracos na parede e dá a ideia de que houve ali vandalismo. Mas, felizmente, nada disso aconteceu e a casa será reparada quando aparecer quem a queira comprar ou alugar.”

Mais pedidos Mas Carlos Cruz não foi o único a pedir para passar o Natal em casa. Também Manuel Abrantes, ex-provedor da Casa Pia (exerceu o cargo apenas um dia, pois foi preso preventivamente no dia seguinte), e o médico Ferreira Diniz, ambos igualmente a cumprir pena no âmbito do processo Casa Pia, fizeram o mesmo e obtiveram a mesma resposta: teriam de ser eles e não os advogados a fazer o pedido. Os três arguidos já remeteram os pedidos para os serviços de reinserção social da cadeia e, até ao fecho da nossa edição, ainda aguardavam resposta. Porém, segundo foi possível apurar, nenhum deles deverá ver as solicitações aprovadas e deverão mesmo passar a quadra natalícia e o fim-de-ano na Carregueira. CT

MASSAMÁ

CRIME. A agressora ficou em liberdade, sujeita a Termo de Identidade e Residência e a apresentações na esquadra da PSP de Massamá. A vítima está a recuperar do ferimento e livre de qualquer perigo.

O

caso deu-se no passado fim-de-semana, num apartamento da Avenida 25 de Abril, junto à estação da CP que serve aquela localidade. Segundo um responsável do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP revelou ao Correio de Sintra, uma mulher, de, de 22 anos, terá entrado em discussão com um empreiteiro, de 65 anos, que

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lhe teria feito obras em casa e cujos honorários se encontrariam por liquidar. Supostamente farto de esperar pelo pagamento, o homem dirigiu-se à casa da mulher e exigiu o pagamento da dívida. A mulher não terá gostado do que ouviu e começou a discutir com o indivíduo. Palavra puxa palavra, e a meio da discussão a agressora terá ido à cozinha buscar uma faca e cravou-a na zona do coração. “O senhor teve muita sorte. A facada ainda lhe perfurou o pulmão, mas uns milímetros ao lado e teria atingido o coração. Ainda bem que os vizinhos a imobilizaram e alertaram logo as autoridades,

DR

Mulher ataca empreiteiro à facada por causa de dívida

Tentativa de homicídio ocorreu num prédio junta à estação da CP de Massamá

caso contrário ela teria dado mais facadas”, relatou, ao nosso jornal, um bombeiro

que se deslocou ao local. Agentes da PSP de Massamá detiveram a mulher e apreen-

deram a faca utilizada na agressão. Elementos do INEM transportaram a vítima para o Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, onde foi de imediato operada e ficou alguns dias na Unidade de Cuidados Intensivos e depois transferido para o Hospital de Torres Vedras, zona onde reside, tendo já recebido alta hospitalar. O caso baixou para inquérito e a mulher vai agora aguardar a acusação por parte do Ministério Público. Deverá ser julgada por tentativa de homicídio e incorre numa pena que pode ir até aos 15 anos de prisão.  CT


27 de novembro de 2013

Correio rosa

William, o herói de Mira Sintra FAMOSOS. O novo craque do Sporting e da Seleção Nacional de Futebol, o sportinguista William Carvalho, de 21 anos, é uma cara conhecida em Mira Sintra, local que acolheu a família, e no Algueirão, onde também jogou antes de ingressar no Sporting. O emergente “trinco”, que foi para Alvalade pela mão de Nani, é um sintrense que sente o seu concelho e, socialmente interventivo, na campanha para as últimas Eleições Autárquicas, até deu a cara pelo movimento político encabeçado pelo independente Marco Almeida.

O

Sport Lisboa e Benfica quis contratar William Carvalho, o futebolista que se estreou, contra a Suécia de Ibrahimovic, na Seleção Nacional. Há oito anos, o coordenador de então da Prospeção do Benfica, Bruno Maruta, na companhia de Sami (ex-futebolista do Mira Sintra, na altura, integrado nos escalões jovens dos encarnados, e, hoje, a alinhar no Marítimo), entrou na casa dos pais de William Carvalho, localizada em Mira Sintra, e, elogiando o departamento de Formação benfiquista, quis convencer o miúdo a assinar pelas “águias”. Nessa noite, em casa dos pais de William, estavam, além de pai e filho, de Bruno Maruta e de Sami, Bruno Rodrigues e Ricardo Nascimento, que eram respetivamente o treinador e o treinador-adjunto do Mira Sintra, onde evoluía o jovem médio defensivo, já então uma grande promessa do futebol português. O Benfica observava o jovem William há três meses. Foi-lhe apresentado um conPUB

William Carvalho é um sintrense de alma e coração

trato, mas William não quis assiná-lo. Era e é sportinguista. Sonhava, sim, jogar de leão ao peito. A influência de Nani Poucas semanas depois, William assinava pelo Sporting, cumprindo o seu sonho. Um telefonema de Nani, que despontou no Real Massamá antes de conhecer a glória no Sporting, no Manchester United e na Seleção, foi decisivo. Nani convenceu o miúdo de Mira Sintra, que rejeitara o Benfica e também o Estrela da Amadora, a mudar-se para Alcochete. Se já era “leão”, o rugido de William nos relvados reforçou uma ligação sentimental ao clube lisboeta do Campo Grande. Do Algueirão à Seleção William despontou no Futebol de 7 do Algueirão (Jun. D S-13), na temporada de 2003/04. Na

época seguinte, jogou no Futebol de 11 do Mira Sintra (Jun. D S-13). De 2005/06 a 2010/11, sempre exibindo imensa qualidade, percorreu os escalões jovens leoninos até chegar ao plantel sénior do Sporting. Em 2011/12, foi emprestado ao Fátima, para rodar, e, nas duas temporadas seguintes, completou o processo de amadurecimento na Bélgica, ao serviço do Cercle Brugge. Na atual época, pegou de estaca na primeira equipa do leão e daí até figurar entre os eleitos do selecionador Paulo Bento foi um ápice. William Carvalho sente-se sintrense de alma e coração e, na campanha para as últimas Eleições Autárquicas, deu a cara pelo movimento político liderado por Marco Almeida, mostrando ser socialmente interventivo. Em Mira Sintra, há um herói simples e humilde, anti-vedeta, do qual os locais muito se orgulham. Verdadeiro símbolo positivo que está a caminho do Mundial do Brasil, em 2014. NS

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