RADAR 8

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Editorial Caros leitores, A cada edição que criamos deparamo-nos com novos projectos e talentos. Por vezes é frustrante não podermos incluir todos eles quando todos eles são dignos de destaque. Mas é exatamente isso que nos dá vontade de continuar com este projecto. Nesta oitava edição da Radar, quisemos conhecer melhor a artista Susana Chaby Lara, criadora do projecto “People Sleeping Project”, repleto de boas fotografias que exploram aquela fase do dia em que nunca tiramos fotografias: quando nos encontramos a dormir. Mas o que torna este projecto ainda mais aliciante é o facto de esta fotografar rostos bem conhecidos. Curiosos? E como Setembro é sinónimo de Regresso às Aulas / trabalho, focamos a nossa atenção nos artigos da Made In Paper. Cadernos, agendas, malas , canetas - entre tantas outras coisas - que marcam pela diferença e que vão transformar o estudo em algo menos enfadonho!

Para inspirar os vossos outfits para este Inverno, e para regressarem ás aulas com muito estilo, nada melhor do que os artigos Miss Gentleman, uma marca recente que já dá muito que falar. Mas se precisam de ver para crer, apreciem o nosso editorial fotográfico e confiram! Para passarem um bom serão - ou para preencher as vossas pausas enquanto estudam - aconselhamos a leitura do blogue português “Mashnotes”. Escrito por três amigas que decidiram falar dos seus interesses, o “Mashnotes” é, sem dúvida, um local de visita obrigatória na blogosfera portuguesa. Mas não ficamos por aqui, como poderão comprovar já a seguir! Boa Leitura!

Daniela Salsa.


Editora Daniela Salsa Paginação Daniela Salsa Redactores Daniela Salsa Pedro Henrique Ribeiro Rui Veloso Patrícia Silvério Ana Mestre

Contacto radar-magazine@hotmail.com Facebook facebook.com/magazineradar

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Sumรกrio

6 // People Sleeping Project

36 // Add fuel

74 // Made in paper

14 // miss gentleman

20 // mashnotes

44 // editorial: affair to remember

66 // vagos open air

84 // RADAR TECH

88 // radar spots: Hands on earth


+ E AindA

32 // Cantigas de escárnio e mal dizer: Gancho - Regula 94 // À Cabeceira 96 // Em cartaz 100 // Sugestões radar 102 // no radar


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People Sleeping Project O PROJECTO PORTUGUÊS QUE EXPLORA O SONO MAS QUE NÃO DÁ SONO, DE TODO!

TEXTO: DANIELA SALSA FOTIGRAFIA: SUSANA CHABY LARA Susana Chaby Lara é uma apaixonada por fotografia. Um dia, antes de adormecer, teve a brilhante ideia de criar um projecto que unisse algumas das suas paixões. E assim surgiu o People Sleeping Project, onde partilha fotografias de rostos bem conhecidos enquanto estes dormem relaxados nos seus quartos. João Manzarra, Carolina Torres, Inês Castelo Branco e Rogério Samora são apenas alguns desses rostos. A Radar quis conhecer melhor este projecto e esteve à conversa com a artista que o criou. .s

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Susana Chaby Lara é uma apaixonada por fotografia e a vontade de criar algo a que pudesse chamar “seu” fê-la criar, de forma quase instintiva, o People Sleeping Project. Na hora de dar início a esta entrevista, quis imediatamente satisfazer a minha maior curiosidade relativamente a este projecto: Com tanta coisa para fotografar no mundo, porquê pessoas a dormir? “A minha primeira paixão profissional foi Psicologia, e integrei o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), onde me especializei em Distúrbios Alimentares com foco primordial em pais com adolescentes que sofrem de anorexia ou bulimia. Enquanto trabalhava em psicologia, comecei a desenvolver uma forte atração por cinema e cinematografia (a arte de pintar com a luz) e, sem qualquer hesitação, pus em questão o meu rumo na psicologia. Foi então que ingressei na Escola Superior de Teatro e Cinema onde me especializei em produção, fotografia e cinematografia. Enquanto estudante de psicologia, no passado, sempre fui extremamente fascinada com as diferentes fases do sono tais como o NREM (Non Rapid Eye Movement) e o REM (Rapid Eye Movement). Como psicóloga estudei o processo do sono aprofundadamente e como estas fases afectam a nossa mente e corpo no diaadia. Uma noite, quando estava prestes a adormecer, o People Sleeping Project nasceu. A vontade de fazer algo por mim, que poderia chamar de “meu” foi o


grande motivador. Desta maneira, poderia juntas as minhas duas áreas favoritas e sobre as quais havia estudado anos a fio: a psicologia e a fotografia.”, explicou. Engane-se quem pensa que na hora de fotografar basta um clique para a magia acontecer. Não! O processo de criação acaba por ser um ritual, algo metódico que Susana acaba mesmo por considerar simples. “Chegava às suas casas, de manhã, e apanhava-os ainda meio adormecidos. Pedia-lhes que voltassem para a cama, e enquanto eles se voltavam a deitar e a relaxar, eu preparava o material num quarto à parte. Depois, calmamente, entrava nos seus quartos e começava a fotografar. Algumas pessoas adormeciam profundamente, outras não. Contudo, todas me diziam que conseguiam abstrair-se do facto de estar uma câmara no quarto. Escolhi também, deliberadamente, fotografar de uma maneira mais cinematográfica, pois são estas as minhas raízes. As minhas fotografias são como um plano de um filme, conseguimos facilmente imaginar um travelling ou uma panorâmica de um ponto do quarto até ao outro.” Existe algo nas suas fotografias com o poder de captar de olhar. Não sei se são as cores, a sua subtileza ou a tranquilidade que estas transmitem. Simplesmente não sei o que me leva a estagnar quando para elas olho, apenas sei que o que me fazem sentir é bom, incrivelmente bom. Abstraindo-me um pouco desse mesmo sentimento, focome, agora, num factor comum a todas as imagens, e não, não me refiro às pessoas a dormir, mas sim às personagens desta história que são, todas elas, figuras públicas. “Num primeiro momento achei (e com razão) que fotografar pessoas ditas conhecidas iria atrair atenção para aquilo que estava a fazer. Agora, aos poucos, já posso começar a fotografar pessoas não conhecidas” , explicou Susana.

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Foco-me, novamente, no que estas imagens me transmitem. Talvez a calma que emanam resida, um pouco, nas características que o filme lhe confere. Susana acaba por concordar comigo, de certa forma, no momento em que afirma que “este projecto tinha de ser analógico” pois sentiu que o filme poderia trazer mais à imagem do que o digital.. “O filme consegue dar mais “verdade” à imagem do que o digital. O grão é mágico.”, acrescentou, e eu partilho da mesma opinião. Ao longo de toda esta aventura, imaginei que a artista portuguesa tivesse presenciado alguns momentos caricatos ou, no mínimo, diferentes e que dificilmente esquecerá e se algum em particular se destacava. Curiosamente, afirmou que ao contrário do que as pessoas possam pensar, tudo decorre com normalidade e muita calma e que, por isso mesmo, não possui momentos mais especiais que outros. “Cada vez que fotografo alguém é sempre especial. Se calhar, no dia em que os meus pais me deixarem fotografá-los, vai ser interessante e muito especial. Mas eles não são fáceis...” Nesta sequência, quis ainda saber quais as principais barreiras que teve de enfrentar. Uma vez que estamos a falar de um

projecto que lida com figuras públicas, deve ser complicado obter respostas ou definir horários...deduzi eu. Contudo, Susana afirma exatamente o contrário. Não lida com grandes dificuldades e, felizmente, as pessoas que convida têm todas aceite o convite: “Posso ter de esperar um pouco mais por uma determinada resposta, mas de uma maneira geral não tive barreiras a nada.” Mas se no seu projecto tudo tem corrido pelo melhor, quando confrontada com a realidade do nosso país relativamente às oportunidades para os jovens, no geral, e mais especificamente às oportunidades para estes no mundo das artes, nem tudo são rosas. “Bem... Isto está péssimo e já toda a gente sabe disso. Se calhar, por isso é que decidi vir para os Estados Unidos fazer uns workshops e ver o que acontece. O problema é que ninguém quer pagar a ninguém. Querem pessoas a trabalhar de graça - estagiários quando já deviam estar contratados. Mas existe toda uma facilidade para que as coisas sejam feitas assim.” Para não terminarmos com situações menos felizes, mudamos imediatamente o rumo da conversa. “Planos para o futuro, existem?”, questionei. E não é que existem mesmo?

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She Project é um novo projecto lançado recentemente e que pode ser seguido “ao vivo” no Instagram em @sheprojectlive. Poderão também vê-lo em www.susanachabylaraprojects.com. Neste momento, Susana encontra-se em Nova Iorque e pretende levar a cabo um novo projecto que sairá a seu tempo. Portanto, novidades não irão faltar, o que é mais uma razão para vos convidar a seguir o trabalho desta artista portuguesa que já dá - e certamente continuará a dar - muito que falar. No final, e como já é da praxe, Susana Chaby Lara dirigiu uma mensagem, simples mas eficaz, a todos os nossos leitores: “Durmam!!”

Onde Encontrar www. peoplesleepingproject.com

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Projecto empreendedor


Miss Gentleman MISS GENTLEMAN é uma nova marca que se dedica ao desenvolvimento de uma POP - UP COLLECTION de kitwear, para homem e senhora, criada de forma a desafiar e inspirar a reconquista dos títulos “Miss” e “Gentleman”. A Radar foi conhecer o showroom da MISS GENTLEMAN e conferiu uma coleção que assume uma vertente cool e trendy, numa linguagem atre-vida e arrojada. Por Patrícia Silvério

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Os estampados da MISS GENTLEMAN inspiram-se nos anos 20, 20 e 50, na Golden Age do cinema e no imagético de Hollywood, Jazz e Coco Chanel. O conceito Classy assenta nas cores discretas que transmitem luxo e sofisticação; assim como nas formas estilizadas ou geométricas. A MISS é a personagem principal de toda a comunicação. Enquanto herdeira da educação e dos amores que o dinheiro não é capaz de comprar, recusa abdicar dos valores e hábitos mais nobres e desafia-se a despontar uma forma inconvencional de estar na sociedade contemporânea.


Projecto empreendedor



Projecto empreendedor

O editorial de moda desta edição da Radar Magazine, “An Affair to Rebember” retrata toda a envolvência do conceito MISS GENTLEMAN. A atitude, inconvencional e sedutora Miss que a liga ao seu Gentleman!

MISS GENTLEMAN ONLINE Onde comprar? www.missgentleman.com/pt Blogue: www.themissgentleman.blogspot.pt Facebook: www.facebook.com/ themissgentleman

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* WWW. MASHNOTES.PT * TEXTO: DANIELA SALSA IMAGENS: VERA MARMELO


BLOGUE

Uma loira, outra é morena...mas aqui há também uma ruiva. Contrariando a letra da canção, os leitores do Mashnotes não têm dois amores, mas sim três! Ana Cabral Martins, Francisca Silva e Sousa e a Maria João Marques são os rostos de um dos mais conceituados - e mais recentes - blogues portugueses da atualidade. Com personalidades distintas, falam dos seus interesses e expõem as suas opiniões de uma forma, no mínimo, diferente do habitual. A RADAR quis conhecer melhor as três mulheres que tanto têm dado que falar na blogosfera portuguesa. Juntem-se a nós, nesta conversa!

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BLOGUE

“Queríamos um sítio que fosse o nosso outlet creativo” 1. Em primeiro lugar,falem um pouco sobre vocês. ANA: O meu nome é Ana, tenho 27 anos, estudo cinema, mas os meus interesses não se resumem a isso. Sou uma inveterada consumidora de todo o tipo de coisas relacionadas com a cultura contemporânea e gosto de pensar que esse gosto é ecléctico o bastante. MARIA: Bom, creio que a mini-bio que a Ana escreveu para mim no Mashnotes, resume bem a minha pessoa, se bem que já está um pouco desactualizada. De momento, larguei o Direito (espero que para sempre!) e estou a trabalhar noutro projecto online, um portal de moda, onde sou editora de conteúdos. Gosto muito deste mundo editorial. Aliás, a minha vida, neste momento, gira em torno dos “meus” 3 websites: o meu blog pessoal onde falo sobretudo de beleza, (www.thebeautyroutine.com), o Mashnotes.pt onde gostaria de falar de tudo o resto (assim o

tempo me permitisse), e o betrend.pt que é o meu day job. FRANCISCA: Não poderia descrever-me de forma mais simpática, lisonjeira e colorida do que a minha querida Ana fez no Mashnotes. Trabalho num museu de arte contemporânea e posso acrescentar que adoro o meu trabalho e que (quase) todos os dias me sinto uma privilegiada por poder viver tão intimamente a experiência da arte. Digamos que a minha vida e a minha profissão fundem-se em diversos pontos, sempre com vista no meu gosto pela beleza, em variadíssimas expressões e formas. 2. Como surgiu o Mashnotes? ANA: O Mashnotes surgiu porque — acho que posso falar por todas, nesse aspecto — queríamos um sítio que fosse o nosso outlet creativo e nos permitisse falar daquilo que gostamos, com toda a liberdade que isso acarreta.


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BLOGUE

MARIA: Pessoalmente, sentia que - tirando o meu blogue pessoal pelas razões óbvias - não existia nenhum espaço online em português que me representasse, e às minhas amigas. que focasse interesses que partilhamos e que os abordasse de uma forma descontraída e honesta, sem compromissos. Francisca: Confesso que não foi uma ideia formulada por mim, porém tive a sorte de ser ‘recrutada’ pela Maria e pela Ana, o que desde logo me pareceu uma ideia fabulosa pelo entusiasmo que acarretaria pessoalmente mas também pela possibilidade de tornar públicas muitas das coisas que nós interessam, que são bem diversas. 3. E já agora, porquê Mashnotes? O nome propriamente dito surgiu num jantar e totalmente por acaso. Uma amiga nossa — a Vera Marmelo, que tirou as nossas fotos para o site — estava a mostrar Lisboa a uma rapariga americana e acabámos a falar da nossa pesquisa de um nome e de como estava a ser difícil. Ela sugeriu “Mashnotes” porque tanto significava “uma carta de amor a algo que se goste” como uma “série de notas sobre coisas”. Não decidimos logo, mas afeiçoámo-nos ao nome e já não poderia ser outra coisa. 4. Para quem ainda não conhece o vosso trabalho, conseguem resumi-lo em algumas palavras? Falamos de tudo aquilo de que gostamos: cinema, arte, revistas, séries, moda, comida. tentamos ter liberdade criativa e não nos restringir a nenhum tópico.



BLOGUE

“É dificil arranjar tempo para escrever sobre tudo aquilo de que gostava, ou até com a profundidade de que gostava” - Ana 5. O Mashnotes é um blog que acaba por falar de tudo um pouco. É difícil saber sobre o que escrever quando nada acaba por ser descartado? ANA: É mais difícil arranjar tempo para escrever sobre tudo aquilo de que gostava, ou até com a profundidade de que gostava. Tenho vários post-its e um caderno com ideias, sempre a renovar-se. MARIA: Partilho o “problema” da Ana. FRANCISCA: Há sempre muito sobre o que escrever, o nosso mar de interesses é imenso, mas todas padecemos do problema de tempo. Confesso que muitas das ideias que tenho só as revelo quando sei que poderei concretizá-las. É uma luta difícil com o quotidiano. 6. Cada uma de vocês tem uma personalidade distinta. Consideram que isso acaba por ser uma mais valia e um dos segredos do sucesso do Mashnotes? ANA: Eu espero e acho que sim. Torna-o mais abrangente e mais acerca do que se fala do que de quem fala. MARIA: Entendemo-nos bem e os nossos gostos/interesses tocam-se, mesmo que não coincidam completamente - o que é bom! Porque acabamos por retirar sempre algo dos artigos umas das outras. Temos pontos de vista, vivências e backgrounds diferentes que nos fazem interpretar uma mesma coisa de formas distintas. Acima de tudo e falando por mim, tenho muita admiração pelas pessoas e pelo trabalho da Ana e Francisca que me faz ler os artigos delas com tanto interesse e curiosidade como se não fizesse parte do

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BLOGUE

projecto. Francisca: A Maria descreve de forma clara o que acontece. Há pontos de contacto, claro, mas as preferências e, principalmente, as referências culturais são diferentes, o que a nosso ver só adiciona mais valias aos conteúdos. 7. Todas vocês possuem blogs paralelos ao Mashnotes. É difíacil conciliar tudo ou quem corre por gosto não cansa?

ANA: O meu Tumblr é pouco actualizado, e sempre foi mais um espaço de armazenamento de coisas, sejam elas fotografias, citações ou vídeos. O Mashnotes permite-me falar mais, desenvolver mais tudo. É onde está agora o meu coração, levo-o muito a sério. O Ana goes west é, talvez, um moodboard gigante ou repositório de imagens. MARIA: Eu tenho muita dificuldade em


organizar-me! Espero que as coisas entrem nos eixos nos próximos tempos. Gosto muito de todos os meus projectos, revejo-me em todos e era incapaz de desistir deles.

8. Resumindo a realidade dos blogs atualmente, diria que é muito fácil ter um blog mas muito difícil mante-lo. Na vossa opinião, o que é fundamental um blog ter para ser bem sucedido?

Francisca: Infelizmente, para mim, é impossível conciliar tudo, de momento. Há sempre sacrificados. E no meio de tudo, viver! Isso não se pode sacrificar.

ANA: Não parar de o actualizar. Parar é morrer. Construir o hábito e ter a vontade de o fazer é chave

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BLOGUE BLOGUE

8. Resumindo a realidade dos blogs atualmente, diria que é muito fácil ter um blog mas muito difícil mante-lo. Na vossa opinião, o que é fundamental um blog ter para ser bem sucedido? ANA: Não parar de o actualizar. Parar é morrer. Construir o hábito e ter a vontade de o fazer é chave. Maria: Concordo. Manter a chama. E não ter medo de mudar, de adaptar, de actualizar e procurar ajuda, colaborações. É importante estar atento ao que se passa, mas manter uma voz sincera e muito nossa. Francisca: Acima de tudo, renovar. Eu sou o tipo de leitora que se aborrece facilmente. 9. Quando não estão a “blogar” o que mais gostam de fazer? ANA: Ir ao cinema, ler, ver séries, passear, ouvir podcasts, comer bem, estar com amigos. As coisas normais. Maria: Estou quase sempre ligada, quando não estou a bloggar estou preocupada com o que hei-de bloggar no dia seguinte. Mas às vezes é necessário desligar. Nesses momentos - escassos - afasto-me do telemóvel e leio revistas ou vejo séries de TV. Ah, e comer! Francisca: tudo! Família e amigos, claro. Mas não sobrevivo sem boa comida, bons livros e boa música.


10. Por último, uma mensagem que gostariam de deixar aos nossos leitores. ANA: Espero que passem pelo Mashnotes e se afeiçoem a ele! Maria: ...e bem-vindos!! Francisca: O meu conselho é: não percam muito tempo na internet, ainda por cima agora há um site chamado mashnotes.pt que vos mostra o melhor.


OPINIÃO

Cantigas de Escárnio e Mal Dizer film review

por Sansão Gomes // Fotos: facebook.com/RegulaOficial

Gancho - Regula Dom Gula, com um Gancho a roçar na grossa, a abrir garrafas e a rimar Regula voltou aos álbuns, de esti-

temas dominantes mas não chegam

lo renovado, rimas mais pausadas,

a maçar.

beats a fazer lembrar o rap ameri-

O aviso tinha sido dado: as últimas

cano e sempre com um olho nas

duas músicas de Regula (Solteiro na

raparigas todas que passam à volta.

mixtape de Orelha Negra e Casanova

Mulheres, dinheiro e droga são os

na mixtape Contracultura) punham-

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OPINIÃO

-no “a roçar na grossa” e a falar de droga como quem fala da troika. É visível a vontade de se reinventar. Depois de 2 álbuns e 2 mixtapes com um flow rápido e outros temas, Regula não quis ficar quieto, denominando-se Dom Gula e com um novo american style. E não deixa de ser mais refrescante do que ir ao mar dia 1 de janeiro ouvir um bom álbum a soar a americano sem a praga do autotunes. Para quem não sabe, o autotunes é uma espécie de bimby do rap que transforma a voz dos rappers na do Darth Vader. Desde 80’s & Heartbreakers de Kanye West que, numa espécie de seguidismo espiritual se usa e abusa desta ferramenta que não lembraria sequer aos Excesso. Voltando ao álbum, é bastante equilibrado e composto, tal e qual as mulheres de que se fala ao longo dele. Um cd que começa às 5 da Manhã (“Aqui só vês caras sérias como se estivéssemos todos a passar misérias” é a primeira rima), uma faixa de 1.40, verdadeiro cartão-de-visita a mostrar ao que vem. Berço d’Ouro é o ponto mais alto do álbum:”Deus me perdoe, eu tive que ficar mentalizado que a família só se junta com um familiar hospitalizado. Por isso mantenho o meu piso alisado para que no dia em que eu caia ele volta a ser bem pisado. Quando eu disse ao meu pai Ainda vais ver o teu puto a brilhar, ele devia estar a pensar Olha o meu puto a brincar.” Há espaço ainda para abrir garrafas, partilhar uma música com Sam the Kid e fazer umas quantas homenagens. Este é um Gancho que não há-de ficar para a história como um clássico do rap português mas que se ouve bastante bem e com pouco a apontar.


Proj. Empreendedor

ADD

FUEL por ANA MESTRE

www.addfueltothefire.com O azulejo português no seu imaculado branco e azul do mar manifesta um mundo que, de tradicional, apenas tem a cerâmica. Conta a história de robots, caveiras, criaturas felpudas, de um só olho ou viscerais. Difícil de acreditar se ainda não se tiver cruzado com o trabalho de Add Fuel, um dos artistas integrantes da nova geração de criadores de arte urbana. A manifestação de um universo que não o limita a ser apenas “o rapaz dos azulejos”.


PROJECTO EMPREENDEDOR

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PROJECTO EMPREENDEDOR

Diogo Machado é um menino da linha e dizemos isto com toda a ambiguidade da expressão. Geograficamente é menino de Cascais. Profissionalmente trabalha com traços, linhas e pontos para construir um universo complexamente dinâmico que se alimenta de personagens divertidas, estranhas, fofas, assustadoras e irónicas, elementos decorativos e um humor transcendente a toda a composição. Parece contraditório? No trabalho de Add Fuel é harmonia. As primeiras influências vieram do primo mais velho que lhe mostrou revistas de graffiti, banda desenhada alternativa e tradicional. Quando adolescente fez parte da cultura do skate e ficou siderado nas tábuas de Jim Phillips - que até hoje é uma das suas referências - descobriu a ficção científica de Star Wars, Metrópolis e posters antigos deste género a par dos vídeo jogos que possuem um universo muito completo – vão desde o Sci-Fi, ao cartoon, à imagem aproximada ao real. A idade adulta sofreu desvios mas marcou a (re)descoberta do artista e a aposta sólida no mundo das artes. Desde 2005 que existe em part-time e, desde 2007, que se dedica em exclusivo a ser Add Fuel to the Fire. Como? Uma expressão americana que o representa como um artista inquieto, interventivo e agitador do meio que o rodeia. Significado: um artista do século XXI com interesse genuíno na arte urbana. O que o relaciona com o meio citadino é a intervenção que oferece aos espaços em branco na aplicação de azulejos de estilo único. Em 2009 surgiu a oportunidade de integrar o Cascais ArtSpace cujo desafio era forrar a fachada de um edifício. A resposta foi procurar nas raízes a inspiração, que chegou na forma de azulejo. A primeira impressão foi feita em tela e serviu de plata-


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PROJECTO EMPREENDEDOR

forma para uma assinatura que lhe é inegável mas, agora, como manda a tradição. Ou quase. Desde então, Add Fuel reinterpreta o azulejo em respeito pelo seu passado e herança cultural ao mesmo tempo que lhe oferece uma nova imagem construída a partir do seu universo peculiar. Utiliza a base de cerâmica para ser mais fiel à tradição e aplica a técnica do stencil para poder fazer produção numa escala maior. A interpretação é dupla: de longe parecem os azulejos portugueses, de elementos e padrões tradicionais mas, uma aproximação, descobre os tais personagens habitantes do Planet Fire. Actualmente, é este o género de trabalho que mais prazer lhe dá desenvolver e oferecer às cidades a tradição revisitada. O meio urbano é ricamente decorado com detalhes não intrusivos e representantes de uma nova geração de arte urbana. Quer em pequenos detalhes, azulejos isolados no Chiado e Bairro Alto, por exemplo, como em grande escala. Em 2012 participou no Festival de arte urbana Walk & Talk, em São Miguel, nos Açores, onde deixou o seu trabalho patente num mural de 30 metros. Este ano colaborou com a Galeria de Arte Urbana de Lisboa e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa para, com o também artista de arte urbana Eime, decorar um mural nas traseiras do Hospital Júlio de Matos, na capital, intitulado “Mental Idade”; deixou Coimbra com mais encanto ao conceber um mural composto por diferentes padrões de mosaicos e agraciou a Figueira da Foz, no âmbito da FUSING Culture Experience, com um mural de passagem pedestre. Em breve, Lagos terá a sua marca criativa. Mas os seus excêntricos azulejos não são exclusivos das ruas portuguesas. Quem estiver por Paris, por exemplo, é convidado a participar da “La plus grande exposition de street art jamais

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PROJECTO EMPREENDEDOR

imaginée…”, um projecto original da Galerie Itinerrance que consiste numa mostra colectiva dos trabalhos de 80 artistas globais, patente num bloco de apartamentos de 10 andares, durante apenas o mês de Outubro e que, findado estes trinta dias, os internautas, têm de alimentar durante 10 dias, a nível digital, até à data de demolição do edifício. É com uma nova abordagem à cerâmica portuguesa que tem maior expressão no entanto, não gosta de ser conotado como sendo só “o rapaz dos azulejos” porque, enquanto artista, Add Fuel é muito mais. Gosta de experimentar diferentes técnicas – serigrafia, tinta-da-china, carvão, stencil – e suportes – papel, tela, cerâmica, madeira – para animar de vida as suas criaturas com três olhos, ursos de dupla face, caveiras de olhos vivos, animais de textura cerebral, mãos estilo cartoon ou heróis de cartoon estilo visceral. A composição peculiar é desafiada num percurso que inclui colaborações com marcas como a Nike, Red Bull, GAU Lisboa, Fuel TV ou MTV, em tábuas de skate, capas de iPhone, hoodies, t-shirts, toys e prints, mas também em exposições no país e além-fronteiras. Na senda por não se limitar, lançou uma apresentação interactiva das suas criações. A aplicação “Planet Fire” para iPhone, iPod e iPad foi criada por André Salino, com música de DJ Ride, e funciona como um vestiário onde se pode criar uma personagem, baseada nos artworks de Add Fuel, para guardar como wallpaper ou partilhar nas redes sociais. E o que fica ainda por fazer? Apresentar todo um vasto leque de personagens do Planet Fuel que


ainda n茫o tiveram a oportunidade de se mostrarem e que prometem mais desafios quer ao artista, quer aos espetadores. E pr贸xima vez que se cruzar com azulejos na rua veja mais perto. Pode estar a olhar para a galeria urbana de Add Fuel.

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REPORTAGEM

Vagos

Open Air por pedro henrique ribeiro

Em lugar da minha habitual crónica sobre um novo álbum de uma qualquer banda, vou desta vez fazer a minha crítica ao festival Vagos Open Air (VOA), deste ano. E como é de bom tom iniciar seja o que for pelos aspectos

positivos,

começo

por

salientar a boa coordenação dos transportes públicos para lá chegar. Havia sincronização com autocarros, expressos e comboios, com bilhetes a preços acessíveis e por conseguinte, mais gente predisposta a fazer a viagem dos quatro cantos de Portugal e inclusive do estrangeiro.

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REPORTAGEM

Chegando ao recinto, desta vez muito perto da vila de Vagos, o cenário prometia. Recinto grande, bem relvado, bem organizado, bonito, apesar da enorme fila para a compra ou levantamento do passe para os dois dias de festival, fenómeno este, nada inusitado em situações destas. Nada tendo contra o antigo recinto situado na freguesia de Calvão, acredito que esta foi uma boa decisão tomada, por parte da organização do VOA. Porém, e como nem tudo é perfeito, esta primeira impressão foi estragada com a visão do parque de campismo, que mais parecia ter saído dum cenário Dantesco. Primeiro, porque se situava a uma distância que nos parecia interminável, da entrada da Quinta do Ega (local do festival). Segundo, porque se fazia sentir um calor abrasador e não havia sequer um metro quadrado de sombra, nem no parque, nem nas suas imediações, o que fazia crer que tencionavam fazer sofrer os festivaleiros. A única alternativa encontrada, era o de acampar numa mata próxima, bastante irregular, desconfortável, sobrepovoada, de modo a evitar uma noite passada sob o efeito de uma valente sauna. Relativamente ao que mais nos interessa, que se debruça sobre o festival em si, saúdo a “táctica 2-1-3” por parte da organização do VOA. Duas bandas portuguesas, uma mais agressiva e três mais “consagradas”, o que permitia que, todas as pessoas que gostam de metal saíssem satisfeitas, pois não se cingia a apenas um estilo mais puro e duro ao estilo de Barroselas. Vou agora entrar no campo mais sensível: a crítica às bandas. É sempre uma opinião pessoal e tenho a perfeita noção que “o metaleiro” é um fã fiel e conhecedor, e só por isto qualquer crítica se revela “difícil”. Um primeiro dia muito frouxo, insosso, e qualquer outro


sinónimo que queiram adicionar. Secret Lie foi a banda que teve a honra de abrir as hostilidades no VOA, porém não foram nada hostis. Foi engraçado ver uns bons solos de guitarra, uma boa voz e um trecho do Verão das Quatro Estações de Vivaldi, mas os Secret Lie estavam um pouco deslocados. Sendo assim, coube aos Bizarra Locomotiva realmente abrirem as hostilidades, e caramba! Que energia, que voz, que presença, que concerto! Eu até brinquei na altura com um amigo, a comparar os Bizarra aos Rammstein, faltando apenas as famosas pirotecnias dos alemães. O que me surpreendeu, terem sido os Bizarra Locomotiva a salvarem o primeiro dia do festival. De Moonsorrow não sou fã e por isso abstenho-me de comentar, apenas referindo que a caracterização “tipo sangue” pelo corpo foi original, mas alguns admiradores referiram que fizeram um excelente concerto.


Evergrey soou um bocado a desilusão. Riffs fortes e poderosos, com uma voz a não condizer. Não é que eles estivessem mal, mas alguma coisa não correu muito bem (o vocalista até se esqueceu de uma letra, o microfone teimou em não funcionar correctamente, …); resumindo, faltou muito “sal”. Penso, honestamente falando, que os Sonata Arctica deviam ter ficado para o segundo dia do festival ou então que lessem a minha crítica: um concerto de metal não é um concerto de baladas. Muito triste! Já dos Lacuna Coil, mudo um pouco o tom. Os já consagrados italianos (banda que eu segui atentamente até 2000 e poucos), vieram a Portugal para uma exibição muito “standard”. A maioria das músicas que compuseram a “setlist” eram recentes, o que para minha tristeza, tirou muito do brilhantismo que poderiam ter alcançado. De resto estiveram bem, principalmente o vocalista Andrea Ferro, que parecia o único a tentar remar contra a maré da atitude “cumprir calendário”. Começando o 2º dia pouco depois das 7h da manhã, com dores musculares espalhadas pelo corpo, fruto de uma noite muito mal dormida causada pelas más condições do acampamento, fui experimentar a oportunidade mais urbana do renovado recinto do VOA, e volto a dizer que foi uma aposta ganha por parte da organização. Primeiro, porque todas as pessoas eram extremamente simpáticas, desde pessoal da organização, aos seguranças e habitantes locais. É sempre bom ser-se bem recebido seja onde for, o que nem todos sabem fazer. Segundo, pela vantagem de ter a oportunidade de (a troco de alguns euros, obviamente) se comer bem num festival. Pode considerar-se um luxo. Aproveitando a boleia proporcionada pela organização, lá fui dar um saltinho à Praia da Vagueira, o que se revelou uma excelente decisão, pessoal e “profis-


REPORTAGEM

sional”. Das coisas que mais me custam num festival, é a longa espera pelo início dos concertos do dia seguinte, o que neste caso não aconteceu. Por outro lado queria deixar uma nota de agradecimento ao MARE Restaurante & Gin Bar, da Praia da Vagueira, pela simpatia e disponibilidade, “salvando-me a vida” ao permitir descarregar o cartão já cheio da minha máquina fotográfica. Obrigado. De volta a Vagos, todos os parques sombreados e esplanadas encontravam-se cheias de metaleiros, consequência do calor verdadeiramente tórrido que se fazia sentir, mas que os comerciantes locais certamente agradeceram. Existia no ar uma certa desilusão, que não seria espectável. Tirando um excelente concerto vindo dum “outsider”, havia uma sensação de faltar alguma coisa, coisa essa que felizmente veio aparecer com o início dos concertos do segundo dia. Os portugueses Web e Tarantula ambos estiveram muito bem, com boa música e boa comunicação com o público. Os Web claramente a justificarem a sua aguardada presença por parte de muitos fãs, com um “trash” que soava muito bem. Já os Tarantula apresentaram-se com uma toada mais “heavy clássico”, muita interacção com o público e com uma mensagem de apelo à continuidade deste festival. Para além deste, faço o apelo para que se continue a apostar nas bandas portuguesas. Pelo que se viu, é sempre uma aposta ganha. Dos Rotting Christ escrevo o mesmo parágrafo que escrevi em cima sobre os Moonsorrow. Não sou fã por isso evito dizer asneiras. Achei engraçado o esforço do vocalista grego a tentar falar português, embora só se percebesse os “1, 2, 3, 4” e o clássico “obrigado”. Mesmo os outros fãs mais conhecedores, não se manifestaram muito agradados com a prestação.


A melhor parte vem agora. Dos Iced Earth podia resumir-se tudo numa palavra: Fantástico. Foi verdadeiramente um excelente concerto em que tudo correu excepcionalmente bem. O vocalista tinha a voz no tom certo, seja a cantar rasgado ou com uns fantásticos falsetes. Souberam acelerar, souberam abrandar. Uma excelente interacção com o público, com este a retribuir da mesma forma. A sensação de “faltar alguma coisa” já tinha desaparecido de vez. Foi o melhor concerto desta edição. De seguida vieram os substitutos de Saxon, os Gamma Ray. Continuaram a boa toada deixada pelos Iced Earth, com um “power metal” muito bemdisposto e muito bem tocado, com o vocalista a revelar-se um verdadeiro “entertainer”, com uma excelente presença em palco, e é sempre bom constatar que cinquentões conseguem tocar com uma velocidade e precisão estonteantes. A boa disposição continuou com um solo fantástico por parte do guitarrista, sendo este introduzido por outro momento de boa disposição: um solo da música do Inspector Gadget. Foi também reconfortante ter a possibilidade de ouvir um dos grandes clássicos do “power metal”: “I Want Out” dos Helloween. A terminar o festival, vinham os cabeça de cartaz e muito aguardados Testament. Este foi também um excelente concerto. Muita energia e muito poder, a dis-

farçar uma voz um tanto débil de Chuck Billy, mas toda esta excelência foi um pouco defraudada com a saída prematura desta grandiosa banda, pois não se compreende que, uma banda que com todos os atributos reconhecidos e já acima referidos, a terminar um festival não faça um encore, apesar da súplica do público (“We want more”, “Testament”, etc.). Deixo aqui uma justificação do guitarrista dos Testament poucas horas depois do encerramento do festival: “Obrigado Porto! Such a nice show 2 end the week on & thx 4 serenade at end. U deserved more but flights in 4 hrs, must head to airport!”. Mesmo justificando, não é de todo a atitude mais correcta nem a mais convincente. Concluindo, não foi um festival perfeito, muito por culpa da fraca prestação do primeiro dia, mas globalmente, posso dizer que foi um bom fim-de-semana, com excelente música e um ambiente dificilmente comparável. Certamente irá ser para repetir. Para terminar, agradeço ao Vagos Open Air a oportunidade ao concederme um Photo Pass, o que permitiu vivenciar tudo isto que acabei de relatar. Um agradecimento também à Daniela Rodrigues da Radar Magazine, ao José Eduardo Vieira e à Sara Gabriela por me terem proporcionado o “hardware” necessário para a cobertura do evento. O meu obrigado.


REPORTAGEM REPORTAGEM


Made in Paper por Daniela Salsa

Desde que me lembro que o papel e a caneta fazem parte da minha vida. A sensação que um caderno novinho em folha me transmite é indescritível. Cada linha representa uma oportunidade pois nela posso escrever um pequeno trecho da minha história, do meu dia-a-dia. Talvez para outros signifique simplesmente uma forma de se organizarem, o que não lhe retira importância. Mas, citando a jovem Anne Frank “Paper is more patience than man” . Talvez muitos não entendam esta minha paixão pelo papel, mas sei que não estou sozinha pois existe alguém que me compreende melhor do que qualquer outra pessoa. Esse alguém é a Rita Rodrigues, da Made In Paper.

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Loja online



Loja online

1. Em primeiro lugar, fale-nos um

Tinha pensado em qualquer coisa

pouco de ti.

que tivesse a palavra Papel, mas já

Sou a Rita, sou alfacinha de gema e

está quase tudo usado e escolhido...

de coração e sou designer. Trabalhei

Por outro lado procurava alguma

10 anos em Publicidade, até me deci-

notoriedade fora de Portugal e por

dir a arriscar num projecto próprio:

isso a escolha passou rapidamente

tenho uma loja online, aberta 24

para Paper.... Uma coisa levou à

horas por dia, 365 dias por semana e

outra e agora acho que não podia

com clientes no mundo inteiro. Não

ter outro nome.

é fácil, mas é uma coisa que me dá muito gozo...! Felizmente, ainda

4. Numa era onde a tecnologia é

arranjei tempo para ter 2 filhos e

parte integrante (e fundamental) no

isso... Bem, isso é o melhor de tudo!

nosso quotidiano, considera que o papel foi deixado de parte?

2. O que é a Made in Paper e como

Não, mas também não sou ingénua

surgiu este projecto?

ao ponto de pensar que vamos ter

Mal comecei a usar a internet de

todos daqui a uns anos saudades

forma mais assídua, que me lembro

do papel no seu formato actual.

de fazer compras online... Comecei

Sou fã de tecnologia e nada saudo-

a descobrir cedo as vantagens de

sista a esse respeito, mas acho que o

ir às compras desta forma e percebi

papel tem neste momento um papel

que era uma maneira simples de

(grande redundância) ainda mais

começar um negócio meu, em que

importante. Por outras palavras, hoje

poderia fazer algumas das coisas

em dia só se fazem em papel coi-

que mais gosto: pesquisa do original

sas realmente importantes, no meu

e diferente, produção de produ-

caso concreto, álbuns de fotogra-

tos personalizados, contacto com

fias, embrulhos especiais, agendas

fornecedores, clientes em todo o

cuidadas, recados importantes... E é

mundo e flexibilidade de horários

aqui que entra a Made in Paper!

. 3. E já agora, porquê Made in Paper?

5. Trabalhou 7 anos numa multinacional mas trocou esse emprego por

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Loja online

um negócio diferente do habitual.

e aí claro, o facebook tem sido a

Valeu a pena? O que a levou a tro-

mais importante.

car esse emprego por um negócio próprio? Claro que valeu a pena, sem esquec-

8. Quais os produtos que vende que

er o que deixei para trás...! Aprendi

têm mais saída?

muito nesses 7 anos e nos outros sítios

Todos os da àrea Do it yourself, com

onde trabalhei, e sem essa experiên-

um distanciamento grande para o

cia, a Made in Paper nunca seria o

fio de algodão português e a fita de

que é hoje. Só tenho de agradecer

papel japonesa. Cada vez mais as

a quem perdeu tempo a ensinar-me.

pessoas querem ser elas a fazer, seja por uma questão de custos, ou por

6. E o feedback, como tem sido?

gosto pessoal e hobbie.

O feedback é bom, mas não me cabe a mim dizer isso... O melhor é

9. Sendo o seu negócio online, como

ver na página do Facebook o que

organiza os seus dias?

dizem das nossas encomendas... : )

Depende muito do que tenho no mail quando acordo e da quan-

7. Possui uma plataforma onde vende

tidade de encomendas que rece-

os seus produtos. No entanto, o face-

bi durante a noite (porque as que

book é uma mais valia na hora de

chegam durante o dia vou gerindo

publicitar os seus produtos?

quase sempre em tempo real...). Mas

Sim, o Facebook e as outras redes

basicamente aproveito o início da

sociais que uso para mostrar o trab-

manhã no escritório para ficar a

alho da Made in Paper. Uma coisa

par do que se passa no mundo e

não substitui a outra. A loja deve

nos blogs que leio. Depois, durante

estar montada numa plataforma

o dia, respondo aos mails, tiro dúvi-

própria, com sistemas seguros de

das, recebo encomendas, tenho

pagamento e todas as informações

reuniões com fornecedores e par-

ao cliente, mas depois há a “mon-

ceiros (a maior parte via Skype) e

tra”.... E a “montra”, como esta não

ao fim do dia entro em modo ‘mãe’.

é uma loja de rua, tem várias faces,

Normalmente ainda volto ao tra-


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Loja online

balho depois de deitar os miúdos. Não tendo horário, e tendo a loja aberta todo o dia e toda a noite, há sempre um mail para responder e uma encomenda para enviar, mas isso é a melhor parte. 10. E planos para o futuro da Made in Paper? Imensos, estou sempre a achar que ainda podia/ devia fazer isto e aquilo. Para este ano de 2013 o plano era começar a dar formação nesta área de shopping online, de forma a ajudar a ‘nascer’ alguns pequenos negócios online em Portugal. Isso já está a acontecer, por isso já ando a pensar no que mais virá para 2014. 11. Um espaço físico, faz parte desses planos? Não, de todo. O único espaço físico que senti necessidade de arranjar foi um escritório, porque já não estava a conseguir trabalhar em casa, por uma questão de espaço de armazenamento e reuniões, mas a Made in Paper não pretende, neste modelo, ser uma loja física e desde o início que está a ser pensada para ser apenas uma loja online.

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Loja online

12. Por último, uma mensagem que queira deixar aos nossos leitores. Gosto sempre de dizer que é possível sairmos de uma zona de conforto de uma determinada Profissão (com P grande) e fazermos outras coisas, paralelamente ou não, que nos dêm gozo e quem sabe até dinheiro. Não é fácil, nada, mas se fosse fácil, era para todos!

ONDE ENCONTRAR Site: www.madeinpaper.com Facebook: www.facebook.com/ madeinpaper

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por Rui Veloso


TECNOLOGIA

Microsoft Compra Nokia A Microsoft anunciou recentemente a compra da Nokia. A absorção não foi total, pelo que apenas foram adquiridos os segmentos dos móveis, serviços e algumas das patentes. O valor de aquisição rondou os 5,5 mil milhões de euros. Ao nível da marca, a Nokia continuara a pertencer à mesma, e a utilização da marca nos dispositivos atuais manter-se-á, mas nos futuros a Microsoft terá que lançar os equipamentos com o seu nome próprio. Será benéfica para as duas empresas estas compra? Só o tempo dirá, mas a partir do primeiro trimestre de 2014, altura em que se deverá concretizar o negócio, devido às aprovações legais necessários, iremos ver o sucesso ou não deste investimento.

USB 3.1 A USB 3.0 Promoter Group anunciou recentemente as especificações do novo standard USB, o 3.1. Esta nova versão adiciona significativas melhorias ao nível da velocidade de transmissão de dados sendo que poderá atingir os 10 Gbps, ou seja, o dobro da versão atual o USB 3.0. Diversas empresas manifestaram já o seu interesse na adoção imediata do novo standard, sendo de destacar a HP e a Texas Instruments. Aponta-se que este novo standard estará disponível para dispositivos apenas por finais do ano de 2014.

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TECNOLOGIA

iPhone5S e 5C

um conjunto de cores garridas, sendo que

A Apple apresentou recentemente os seus

este modelo será vendido em azul, bran-

novos produtos da game iPhone falamos do

co, rosa, verde e amarelo. Por sua vez o

5S e 5C. Relativamente ao 5S esta versão

processador será um A6 o que fará com

está ainda mais fina que os antecessores,

que tenha uma boa performance assim

mas as novidades não se ficam apenas

como tempos bastante interessantes ao

pela estética. É o primeiro smartphone do

nível da duração da bateria. Embora

mercado com 64 bits. Ter um processador

tenham circulado algumas notícias afir-

da gama A7 que será duas vezes mais

mando que este seria um smartphone

rápido que o modelo anterior assim como

low-cost o mesmo não é verdade uma

um processador M7 que será utilizado por

vez que os preços apetecíveis apenas se

aplicações que envolvam movimento como

verificam com a assinatura de contratos

as de fitness ou da área da saúde. Terá tam-

com a operadora por uma prazo de dois

bém um sensor biométrico com uma grande

anos. Mas para todos os efeitos quem não

qualidade de captura pelo que segura-

estiver disponível para dar à volta de 700

mente não se irá ter que passar o dedo mais

dólares pelo 5S poderá sempre optar por

que uma vez para que a leitura seja feita

comprar o 5C que terá um custo a rondar

com sucesso. Ao nível da camara ela terá

os 500 dólares.

8 Megapixéis e estará equipada com cinco lentes, sendo que o sensor da mesma terá uma abertura maior permitindo uma maior qualidade de imagem. A Apple apresentou também o parente do 5S, o 5C onde se destaca logo as cores que a marca disponibilizou para este modelo. Um conjunto de cores mais clássicas deu agora origem a


Acelerar a Internet Um dos fatores chave para termos

chamada dar prioridade a uma ligação sem

internet assenta no TCP. Basicamente

atrasos, e uma transferência de ficheiros dará

ele garante que os dados enviados

origem a uma velocidade mais elevada à

por um computador chegam ao seu

custa de uma maior latência.

destino. Investigadores do MIT afirma que que arranjaram um sistema que permite duplicar a eficiência do TCP, com um transporte de maior volume de dados e com menos atrasos. Este sistema foi denominado de RemyCC. A principal diferença deste sistema para os restantes é que este foi afinado com recurso a um computador e não por uma equipa de pessoas, sendo que futuramente estes sistemas definirão dinamicamente o TCP em função das necessidades do momento, por exemplo, uma video-

Nokia Lumia 625 A Nokia continua a lançar os seus modelos Lumia a um ritmo bastante alto e a prova disso é o lançamento no mercado Português do novo Lumia 625. Somos presenteados com um ecrã 4,7 polegadas e já conta com conectividade 4G. Destaca-se também a possibilidade de suporte a cartões de memória até 64Gb. O processador será um dual-core a 1,2Ghz, sendo que a câmara contará com 5 Megapixéis e flash.

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RADAR SPOTS

HANDS ON EARTH UMA EXPERIÊNCIA 100% NATURAL por Patrícia Silvério www.pumps-fashion.com


RADAR SPOTS

A Hands on Hearth é um projeto de agricultura biológica que se destina à produção de ervas aromáticas, flores e frutos com cultivo ao ar livre. A Radar viajou até à Encosta de São Pedro de Oliveira em Braga e visitou o local de cultivo, sítio onde se confeccionam com amor todos os produtos Hands on Earth. A Hands on Earth é um projeto de agricultura biológica com cultivo ao ar livre que se dedica à produção de ervas aromáticas biológicas sem a utilização de qualquer fertilizante ou pesticida químico. A marca também prepara condimentos culinários, com ou sem sal. Confeccionam compotas artesanais com fruta selecionada da época, com a particularidade especial de serem cozidas “ao sol”. A partir do momento em que entrámos no mundo saboroso da Hands on Earth, ficámos fascinados por toda a envolvencia do seu mundo. Principalmente pelo carinho e amor que as autoras do projeto, Glória e Dalva têm aos seus produtos o amor e dedicação

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RADAR SPOTS

que prestam à marca todos os dias, em cada colheita. A Radar viajou até a Encosta de S. Pedro de Oliveira, a poucos quilómetros da cidade de Braga. Visitá-mos o local de cultivo, o sítio onde se confecciona com amor, cada produto antes de chegar até às prateleira das melhores casas de Gourmet. E quem sabe até a nossa casa. Registá-mos todos os processos de preparação dos produtos Hands on Earth e ficámos incrivelmente fascinadas com o cheirinho da fruta fresca e das ervas aromáticas acabadas de colher. Curiosidades sobre a Marca: - A fruta é preparada e desidratada, 100% natural, sem corantes nem conservantes, tendo como único componente o sumo natural de limão. - Cultivam ainda, flores comestíveis, misturam arroz virgem biológico com produtos do campo. - A Tisana Biológica Amália, o abacaxi desidratado e a compota de pêssego, foram os três produtos da Hands on Earth, distinguidos individualmente com uma estrela de Ouro no concurso internacional “Great Taste Awards 2012, que decorreu no ano passado no mês de agosto no Reino Unido.

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RADAR SPOTS

Dica: - As rodelas de laranjas das imagens estão desidratadas. Um ótimo ingrediente para para acompanhar a sua degustação é aplicar chocolate quente sobre a laranja desidratada! Podem encontrar mais dicas e receitas do site da Hands on Earth.

Onde comprar? De Norte a Sul, a Hands on Earth está presente em vários pontos do país. Contudo também pode comprar sem sair de casa. Confira o site onde poderá comprar, consultar notícias, curiosidades, receitas, dicas e muito mais. Site: www.handsonearth.com.pt Facebook: www.facebook.com/handsonearth.com. pt

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LITERATURA

À Cabeceira IMAGEM IKEA

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O Homem de Constantinopla José Rodrigues dos Santos O Império Otomano desmorona-se e a minoria arménia é perseguida. Apanhada na voragem dos acontecimentos, a família Sarkisian refugia-se em Constantinopla. Apesar da tragédia que o rodeia, o pequeno Kaloust deixa-se encantar pela grande capital imperial e é ao atravessar o Bósforo que pela primeira vez formula a pergunta que havia de o perseguir a vida inteira: “O que é a beleza?” Cruzou-se com a mesma interrogação no rosto níveo da tímida Nunuphar, nos traços coloridos e vigorosos das telas de Rembrandt e na arquitectura complexa do traiçoeiro mundo dos negócios, arrastando-o para uma busca que fez dele o maior coleccionador de arte do seu tempo. Mas Kaloust foi mais longe do que isso.

Novíssimas Crónicas da Boca do inferno Ricardo Araújo Pereira É habitual um autor best-seller ganhar prémios de literatura? Pois... não é. Mas Ricardo Araújo Pereira é único. O único autor que faz rir Portugal inteiro e que transformou o humor inteligente num esmagador fenómeno de popularidade. O único humorista que é em simultâneo um grande escritor, e cujas qualidades literárias são inquestionáveis e reconhecidas por todos. Depois de receber em 2012 o Grande Prémio APE de Crónica, RAP está de volta com mais um volume das suas crónicas da Boca do Inferno.

SINOPSES

wook.pt



CINEMA

Como um trovão

Diana

Drama - já nos cinemas

Biografia - 26 setembro

Luke ganha a vida a realizar performances de motas em feiras populares, de cidade em cidade. Ao passar por Schenectady em New York, Luke tenta reaproximar-se da ex-namorada, Romina, e descobre que na sua ausência de quase um ano, ela teve um filho seu, Jason. Luke resolve desistir da sua vida na estrada para sustentar a família, conseguindo um emprego como mecânico de automóveis. Ao perceber o talento e ambição de Luke, o seu novo chefe, Robin, propõe-lhe sociedade numa série de assaltos a bancos, que vai colocar Luke na mira do novato e ambicioso policia Avery Cross. Avery, que trabalha num departamento local da polícia, controlado pelo corrupto detetive Deluca, está a tentar encontrar um equilíbrio entre a sua vida profissional e a vida familiar, que inclui a sua mulher Jennifer e o filho AJ. O confronto entre Avery e Luke vai trazer consequências para o futuro e são os filhos de ambos que terão de enfrentar este fatídico legado.

Diana é um retrato emocionante de Diana, Princesa de Gales, durante os dois últimos anos da sua vida.Interpretado por Naomi Watts e realizado por Oliver Hirschbiegel, o filme é uma história de amor que relata a forma como o encontro da verdadeira felicidade pessoal permitiu a Diana alcançar os seus marcantes sucessos, enquanto embaixadora de grandes campanhas humanitárias.

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Isto é o fim

Jogo de risco

comédia - 3 outubro

drama - 3 outubro

A história de seis amigos que ficaram presos numa casa na sequência de uma série de catastróficos e estranhos acontecimentos que devastaram Los Angeles. Um mundo caótico no exterior, as provisões a acabarem e a claustrofobia ameaçam as amizades dentro da casa. Eles acabarão por ser forçados a sair da casa, a enfrentar o seu destino e a compreender o verdadeiro significado de amizade e redenção.

Richie Furst é um estudante da Universidade de Princeton que financia as suas propinas com os ganhos que obtém a jogar poquer na internet. Percebendo que foi vigarizado, viaja até à Costa Rica para confrontar aquele que julga ser responsável pelo sucedido, Ivan Block. Ivan vê em Richie uma alma gémea e consegue aliciar o jovem a entrar na sua operação. Sem a noção do nível de ilegalidades que está a cometer, Richie vê-se entre a espada e a parede, mas pode ser tarde demais.


CINEMA

hannah arendt

Insensíveis

biografia - 3 outubro

Terror

Após assistir ao julgamento do nazi Adolf Eichmann, a filósofa política Hannah Arendt atrevese a escrever sobre o Holocausto em termos inauditos. O seu trabalho provoca imediatamente escândalo, mas Arendt mantém-se firme ao ser atacada tanto por inimigos, quanto por amigos.

Em vésperas da guerra civil espanhola, um grupo de crianças insensíveis à dor é internada num hospital no coração dos Pirenéus. Nos dias de hoje, David Martel, neurocirurgião, tem de encontrar os seus pais biológicos para se submeter a um transplante indispensável à sua sobrevivência. Nesta procura vital, vai reanimar os fantasmas da sua infância e confrontar-se com o funesto destino das crianças insensíveis.

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Mercado 560 “Sabemos que muitos portugueses continuam a preferir marcas estrangeiras. Mas sabemos também que há quem queira apoiar e comprar produtos nacionais mas que, muitas vezes, desconhece a sua existência ou não sabe onde os encontrar. Assistimos ao aparecimento de várias pequenas marcas de roupa, editoras musicais e outros projetos que por vários motivos acabam por cair no esquecimento. Os projetos nacionais que vão surgindo pecam por falta de visibilidade, promovem-se de boca em boca e muitas vezes ficam aquém do seu potencial. Foi por sabermos tudo isto, e por acreditarmos que juntos chegamos mais longe, que nasceu o Mercado 560 - uma loja online que promove um estilo de vida urbano alternativo, que divulga a criação nacional e que, para além de apresentar e apoiar novas marcas, pretende aproximar outras, já estabelecidas no mercado, do seu público-alvo. 560 é o inicio do código de barras atribuído aos produtos fabricados em Portugal. O Mercado 560 é uma montra destes produtos, pensados e criados em português.”

SITE: www. mercado560.com


SUGESTÕES

Sugestões Radar TURBO LENTO // LINDA MARTINI O novo álbum da banda portuguesa, “Turbo Lento”, é o primeiro a ser lançado com o selo da Universal Music Portugal. Gravado nos estúdios Valentim de Carvalho, o sucessor de “Casa Ocupada”, de 2010, é editado no ano em que a banda de Lisboa completa 10 anos de carreira. “Ratos” é o single de avanço deste novo trabalho.

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NO RADAR os espectáculos que não vais querer perder 1. noiserv 1 de Outubro de 2013 Teatro Municipal São Luiz, Lisboa 2. Au Revoir Simone + Eleanor Friedberger 5 de Outubro de 2013, 23:30 Casa da Música, Porto 3. Cansei de Ser Sexy + Anarchicks 8 de Outubro de 2013, 21:00 TMN ao Vivo, Lisboa 4. mallu magalhães 6 de Outubro de 2013, 21:00 Casa da Música, Porto 5. seu jorge 12 de Outubro de 2013, 22:00 Pavilhão Multiusos, Guimarães 6. god is an astronaut 10 de Outubro de 2013, 21:00 Hard Club, Porto

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e ainda... EDITORS 15 de Outubro de 2013 – 21:00 (Terça) Coliseu, Porto budda power blues 18 de Outubro de 2013 – 21:30 (Sexta) Theatro Circo, Braga birds are indie 25 de Outubro de 2013 – 23:00 (Sexta) Cine-Teatro, Estarreja



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