O adeus de two and a half men monet 140 novembro2014

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TRILHAS > A arte de colocar música em filmes e as parcerias entre compositores e diretores

neLSon moTTA

Um papo com oautor de sucessos da mPb e o documentário em homenagem a seus 70 anos

novembro 2014 i nº 140 i r$ 13,00 CarGa tributÁria federal aProXimada 4,65%

novembro 2014 | two and a half men | humor brasileiro | trilhas sonoras | rev i s t a m o n e t . g lo b o.co m

o melhor da tv

HUmoR BRASILeIRo

o making of de três séries nacionais que chegam ao multishow: Fred & Lucy, Alucinadas e Trair e Coçar é só Começar

O adeus de

twO and a half men os ba bastidores, id as brig brigas, os salários lári milionários, lá mili ár ário o remanescente Jon Cryer e as comparações entre Charlie Sheen e Ashton Kutcher com o lançamento da 12a e última temporada da sitcom

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acabou... por Isabela Moreira, ir Raquel Temistocles, Sarah Mund e Sasha Cruz ira,

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A equação é simples:

dois homens e meio menos um homem e meio mais um homem e uma mulher é igual a uma série marcada pela inconstância de seu protagonista e que, mesmo enfrentando um turbilhão de adversidades, se despede com a cabeça erguida. Não que misturar matemática com análise filosófica seja a melhor forma de se falar de Two and a Half Men, mas a série que estreia neste mês sua 12a e última temporada viu seu principal astro ir embora de forma intempestiva, sofreu ataques até mesmo de cunho religioso, foi abandonada por outro protagonista e, mesmo assim, sobreviveu à crise das comédias americanas. Merece nosso respeito. Two and a half MEn I A pArtir do diA 6, quiNtAs, 20h, WArNer, 132 e 632 (hd)

Durante oito anos, Charlie Sheen levou para as telas seu alter ego Charlie Harper, um homem rico, sedutor e que achava que a vida era feita para beber e namorar. Junto com ele, o irmão Alan, um perdedor divorciado que vivia na sombra do irmão enquanto era atingido diariamente pela Lei de murphy, e seu filho Jake, um garoto com nada no cérebro além de fome. A fórmula deu certo e as situações vividas pelo trio na Califórnia fez Two and a Half Men alcançar média de audiência de cerca de 17 milhões de telespectadores já na segunda temporada. o segredo do sucesso nem era tão secreto assim. Sheen interpretava uma versão mais maquiada dele mesmo e a química do ator com Jon Cryer e Angus T. Jones parecia perfeita demais para ser verdade. A surpresa da receptividade do público, na verdade, veio do fato de os episódios serem galgados, na sua maioria, nas piadas sexuais e no machismo de Charlie. o que poderia ter gerado um desconforto numa sociedade pós-moderna que luta contra o conservadorismo, causou um alívio para os órfãos de Friends e Seinfeld no início dos anos 2000 e para quem esperava por algum humor mais ácido vindo de outro lugar que não fosse nova York. “rimos de tudo o que é relacionado ao sexo, à vergonha sexual e ao preconceito sexual. rimos de quem é muito gay, de quem é muito machista ou da garota muito liberal. Também rimos de tudo o que é relacionado ao exagero. A risada significa a explosão de uma tensão e rindo podemos compreender o diferente. Por isso, a comédia é tão importante”, analisa a roteirista Carol Agabiti, especialista em roteiro de série e sitcom pela escola Superior de Cinema e Audiovisual da Catalunha. mas enquanto o compositor Charlie Harper gastava seus milhões para sustentar o irmão Alan e o sobrinho Jake, e conquistar o maior número de modelos possível, o outro Charlie, o real, usava o 1,2 milhão de dólares que ganhava por episódio para contratar garotas de programa e sustentar o vício em drogas (Sheen estava no topo da lista dos atores mais bem

Começo do fim – Na foto acima, o famoso sofá da casa de Charlie deu espaço para a química de Jon Cryer, como Alan, e Ashton Kutcher, como Walden. Na imagem seguinte, os protagonistas se empolgam em um episódio musical da décima temporada

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o fantasma de Charlie – Ele morreu, mas deixou para trás uma filha. Abaixo, Amber Tamblyn chega à porta da casa de Walden na 11ª temporada, suprindo a falta de Jake (Angus T. Jones), que foi para o Japão. Ao lado, o episódio final da temporada anterior, em que Alan é abandonado no dia da cerimônia de casamento e Walden confessa que gosta de ter Alan morando com ele

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CHarlie SHeen vS. aSHTon KuTCHer

Sempre quando ocorre uma substituição, é difícil não fazer comparações entre as partes envolvidas. Por isso, selecionamos os pontos fortes e fracos de cada um dos personagens/atores. Tire suas próprias conclusões

CoMporTaMenTo

Charlie ficou fora do elenco pelos escândalos de sua vida particular e declarações ofensivas contra os produtores do programa, o que não pegou nada bem para ele. Já com Kutcher as coisas foram diferentes. Em entrevista ao E! durante o SAG Awards, Jon Cryer afirmou que Kutcher era “legal, palhaço e estava sempre disposto a fazer tudo” e que “é muito tranquilo ficar no set agora”. As palavras dizem por si mesmas.

Salário

Especulações apontam que Kutcher recebeu em torno de uS$ 625 mil a uS$ 900 mil por episódio – que, convertidos em reais, daria algo entre R$ 1 milhão e R$ 1,4 mi. Mas quem, de fato, ganha nesse quesito é Sheen: ele chegou a embolsar uS$ 1,8 milhão por capítulo em que aparecia e era considerado o ator mais bem pago da TV americana.

epiSódioS

Com oito temporadas no currículo, é difícil competir com o primeiro protagonista no quesito participação. No total, são 178 episódios em que Sheen conta suas piadas pejorativas e ainda corre o boato de que ele possa ressurgir no último capítulo da série. Com mais de 100 participações a menos, Ashton segura a lanterninha e só esteve em 70 programas até agora. Mas, até o final da última temporada, deve conseguir mais alguns.

audiênCia

O período de Charlie tornou a série uma das mais prestigiadas pelo público: a média de audiência por episódio chegou a atingir 11,5 milhões de espectadores. Mas a entrada de Ashton no programa também não foi ruim. O primeiro capítulo em que ele apareceu bateu 28,7 milhões de pessoas. Contudo, as temporadas seguintes registraram queda e o último balanço foi de 9,1 milhões de telespectadores.

perSonalidade

Alguns dizem que Charlie Sheen usou muito da sua personalidade para compor Charlie Harper. Como resultado, o personagem é mulherengo e viciado em bebidas alcoólicas, além de adorar frases preconceituosas. Já o bilionário Walden se torna o melhor amigo de Alan. E, apesar de um pouco imaturo, ele faz amizade com quase todos no elenco.

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pagos da televisão americana na época). Foi nesse momento que, em 2011, ele deixou a produção da série alarmada, faltando às gravações e internando-se pela terceira vez em 12 meses em uma clínica de reabilitação. o estopim aconteceu após Charlie Sheen ofender parte da equipe e xingar o criador da série, Chuck Lorre, em entrevistas em rádios e programas de Tv. resultado: foi demitido e se tornou o responsável por colocar em risco a existência de Two and a Half Men. “Charlie é o epítome do arrojado. As pessoas nunca lhe deram crédito suficiente por essa capacidade, porque ele fazia parecer tão fácil. existe essa característica no Charlie que é admirável e ele era o tipo de cara com quem você queria sair. ele era um cara especial. mas caras especiais não estão imunes ao vício nas drogas”, disse o criador da série Chuck Lorre em entrevista ao TV Guide na época da polêmica que deixou a série sem protagonista e temporariamente sem futuro.

“[Charlie] era um cara especial. Mas caras especiais não estão imunes ao vício nas drogas” – Chuck Lorre

parTiCipaçõeS eSpeCiaiS Ao longo de seus onze anos de duração, a série recebeu grandes nomes da indústria do entretenimento como convidados especiais. Entre participações ilustres esurpresas,você confere as mais memoráveis Jane lynCH (2004-2014)

– A atriz apareceu pela primeira vez como a doutora Linda Freeman na primeira temporada da série. A sinceridade crua da psicóloga de Charlie fez com que a personagem caísse nas graças do público e aparecesse por mais treze episódios ao longo dos anos, recebendo uma indicação ao Emmy por sua participação.

MarTin SHeen (2005)

– Quando Rose e Charlie finalmente dormem juntos, não é ela quem surta, e sim seu pai, Harvey. Ele chega para pressionar o protagonista da série – seu filho, na vida real –, mas acaba se apaixonando pela mãe deste, a manipuladora Evelyn, e se tornando um perseguidor ainda mais obsessivo do que Rose.

STeven Tyler (2006)

– Por anos os personagens comentaram o fato de Steven Tyler ser o vizinho de Charlie e, na quarta temporada, o roqueiro acaba participando da série. Charlie fica enfurecido com o cancelamento de sua união com Mia e, para variar, acaba descontando nas pessoas à sua volta – inclusive em seu vizinho, Steven.

BrooKe SHieldS (2007)

– Charlie fica encantado ao conhecer a personagem vivida pela musa (mais conhecida por A Lagoa Azul), Danielle, e tenta fazer com que ela e Alan fiquem juntos... até descobrir que a moça, que parecia ser certinha e controlada, era na verdade uma viciada em sexo com problemas com bebidas alcoólicas.

VoLTa PoR cIMa – MaS NEM TaNTo enfrentandoumdosmaioresdesafiosdesuacarreira, Lorre reformulou a série e deu ao personagem um fim pouco convincente, mas necessário: matou Charlie Harper. no lugar, contratou Ashton Kutcher para substituir seu astro. Kutcher, que havia feito sucesso na pele do abobado Kelso, de That ’70s Show, entrou para a nona temporada, em 2011, entusiasmado na pele de Walden, um bilionário do ramo da computação que compra a casa do antigo conquistador e junto com ela acaba ficando com Alan e Jake. A mudança não fez tanto sentido para os fãs, e a audiência, que começou alta por causa da curiosidade e de toda a polêmica envolvendo a série, permaneceu instável por um tempo. “É muito complicado perder um ator no meio de uma sitcom. Charlie Sheen é um gênio, que ficou indomável por causa de problemas particulares. Para o roteirista, existem duas opções: ou senta e chora ou cria um novo personagem. A sensação é como perder o neymar durante a Copa. o legal é que os roteiristas americanos seguiram em frente. A gente sabe como não é fácil substituir neymar...”, avalia Carol Agabiti.

Jenny MCCarTHy (2007-2011)

– A atriz foi outra que fez sucesso na série, participando de um total de oito episódios. Ela viveu Courtney, uma ladra que se passa por filha de Teddy, noivo da mãe de Charlie e Alan. Apesar dos conselhos de seu futuro padrasto, o solteirão acaba investindo na moça, o que, claro, resultou em muita confusão.

Miley CyruS (2012)

– A participação da cantora pop foi já na nova fase da série, com Ashton Kutcher no papel principal. Ela interpretou a falante Missi, filha de um amigo de Walden. O milionário e Alan ficam bem interessados na moça, mas é Jake quem acaba arrebatando o coração da jovem.

Mila KuniS (2014)

– Mais uma vez a realidade e a ficção se encontram: bem quando Walden estava considerando a possibilidade de se casar com Kate, conhece Vivian, personagem vivida por Mila Kunis, sua parceira na vida real, e se interessa por ela. O casal atuou junto pela primeira vez em 1998, em That ’70s Show.

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Quando Two and a Half Men finalmente voltou aos eixos com Ashton Kutcher mais à vontade no papel de Walden, em sintonia com Jon Cryer, e recebendo participações marcantes como a de miley Cyrus e a de mila Kunis (relembre outros convidados especiais no box da página 47), outra baixa no elenco ameaçou a tão sofrida estabilidade. Angus T. Jones também surtou e deu entrevistas falando sobre suas convicções religiosas e chegou a pedir que as pessoas parassem de assistir a um programa que pregava a promiscuidade. o ator, de apenas 21 anos, e que recebia um salário de 350 mil dólares por episódio, resolveu encerrar o contrato em 2013, deixando Lorre com outro problema nas mãos. A solução foi substituí-lo pela atriz Amber Tamblyn, que faz o papel de Jenny, a garota homossexual que é a filha perdida de Charlie. Todas essas mudanças poderiam ter feito a série afundar. e, apesar de Charlie ainda servir de muleta para muitos momentos da atual fase, houve um salvador da pátria que segurou todas as pontas e é o responsável por manter a sitcom no ar em uma época em que as comédias dificilmente passam da quinta temporada: Jon Cryer. o ator acabou se tornando protagonista com seu Alan Harper amalucado e ofuscou Ashton Kutcher (tanto que recebeu o prêmio emmy de melhor Ator Principal em Série de Comédia em 2012). “A série nunca foi algo apenas legal de assistir. nunca. e isso é bom. nós estivemos confortáveis com isso desde o início. Fazemos o que gostamos. Amo este trabalho e tem sido ótimo para mim, adoro o personagem. e parece que a série ainda tem história para ser contada. então vamos mantê-la até não deixarem mais”, afirmou Jon Cryer em entrevista à imprensa americana no ano passado. a DESPEDIDa não é fácil completar 12 anos de vida com tantas pedras no caminho. mas Two and a Half Men conseguiu e, para fechar com chave de ouro, traz uma

oS 5 MelHoreS Foi a partir das várias reviravoltas no enredo, mudanças no elenco e participações especiais que two and a half Men tornou-se uma das comédias mais queridas da história da televisão. Não é fácil escolher os melhores episódios entre os 246 da série já exibidos no Brasil (até o fechamento desta edição). Mas gostamos de um desafio – confira os nossos cinco eleitos

Hey, i Can pee ouTSide in THe darK

(1a temporada) – Jake fica tocando “smoke on the Water”, do deep purple, na guitarra o dia inteiro e se recusa a fazer qualquer outra coisa. Charlie e Alan ficam preocupados e levam o menino para conversar com sua avó e até a psicóloga Linda Freeman. Mas é Berta quem resolve o problema – com um pouco de suco de ameixa.

THaT voodoo THaT i do do (3a temporada) – É nesse episódio em que Charlie conhece um dos seus maiores amores: a bailarina Mia. para se aproximar dela, o solteirão convence Jake a começar a fazer aulas de balé com ela. Acontece que o menino, apesar de não levar nenhum jeito, também começa a se afeiçoar pela professora, iniciando uma competição entre sobrinho e tio.

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“a série nunca foi algo apenas legal de assistir. Nunca. E isso é bom. Nós estivemos confortáveis com isso desde o início” – Jon Cryer

CaSTraTing SHeep in MonTana

(4a temporada) – Alan começa a namorar Naomi, a filha caçula de Berta, em segredo. ele morre de medo de que a empregada descubra o relacionamento, porém, quando isso acontece, é surpreendente: ela fica feliz e incentiva o casal – até um pouco demais, tornando difícil a tarefa de terminar o namoro.

iS THere a MrS. waffleS? (5a temporada)

– Charlie começa a compor e vender músicas infantis e, para a surpresa de todos, acaba sendo um grande sucesso. o lado bom é que, com a carreira de Charlie Waffles, ele pode ganhar muito dinheiro e conhecer várias mães solteiras. o ruim é que o compositor morre de medo de se apresentar nos palcos.

niCe To MeeT you, walden SCHMidT

(9a temporada) – o episódio marca a transição de Charlie sheen para Ashton Kutcher. Alan tenta seguir em frente após a morte do irmão e conhece Walden, um jovem bilionário que está depressivo e procurando um lugar para viver após se separar de sua esposa. Começa uma grande parceria, que se torna o ponto alto da série.

Fotos: divuLgAção

bons tempos – Com certeza, a saída de Charlie Sheen faz falta. Mas se até Chuck Lorre afirma que adora assistir às reprises dos episódios, não há nada de mal em também nos sentirmos nostálgicos. Ao lado, o trio Alan, Charlie e Jake, que fez sucesso da primeira à nona temporada, ao lado das coadjuvantes não menos importantes: Conchata Ferrell como Berta, Marin Hinkle como Judith, Holland Taylor como Evelyn e Melanie Lynskey como Rose

temporada bem diferente do que estava acostumada a mostrar. Um tema bem específico vai perdurar nos pouco mais de 20 episódios: o casamento de Walden e Alan. Sim, é isso mesmo. os dois vão se casar fingindo uma união homossexual para conseguirem adotar um bebê. “A primeira vez que ouvi sobre isso, eu disse: ‘o QUÊ?!’. e então pensei que é algo que faz sentido, porque o relacionamento de Alan desmoronou e o casamento de Walden também. os roteiristas tiveram uma boa ideia que abriu muitas portas. Dois homens heterossexuais se casam porque querem ter um filho juntos. Por que não? Consigo imaginar esse tipo de coisa acontecendo na vida real em algum momento”, confessou Jon Cryer ao E! News este ano. Além deles, Jenny finalmente vai encontrar uma mulher por quem se apaixona. Um enredo ousado para uma série antes considerada machista. Prova de que a saída de Charlie Sheen há três anos abriu mais possibilidades do que se imaginava. Até ele percebeu isso, já que recentemente deu indícios de que gostaria de participar do tão aguardado final. Será que teremos a surpresa de ver um encerramento com três homens e meio? não precisa ser bom de matemática para ter certeza de que o resultado em adicionar mais gente à equação só torna tudo ainda mais divertido. Para nós, é claro!

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