Doctor Who_Monet_Setembro2014

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STALLONE > O HERÓI DE AÇÃO QUE SE REINVENTOU PARA SOBREVIVER EM HOLLYWOOD

O MELHOR DA TV

SETEMBRO 2014 I Nº 138 I R$ 13,00 CARGA TRIBUTÁRIA APROXIMADA 3,65%

SETEMBRO 2014 | DOCTOR WHO | SYLVESTER STALLONE | CAROLINA FERRAZ | VAI QUE COLA | r e v i s t a m o n e t . g l o b o . c o m

CARGA TRIBUTÁRIA APROXIMADA 3,65%

R$ 13,00 | NÚMERO 138 | SETEMBRO 2014

EXCLUSIVO

DOCTOR

WHO

A ODISSEIA CINQUENTENÁRIA DA SÉRIE MAIS LONGEVA DA TELEVISÃO, INCLUINDO AS NOVIDADES DA NOVA TEMPORADA, CONVERSAS COM OS PRODUTORES E OS PROTAGONISTAS INTERPRETADOS POR PETER CAPALDI E JENNA COLEMAN E MAIS > ESTREIAS COM

CAROLINA FERRAZ DANILO GENTILI MARIA CASADEVALL MARISA ORTH GUILLERMO DEL TORO ANDREW GARFIELD E EMMA STONE PAULO GUSTAVO


O SENHOR DO

TEMPO Um dos personagens mais longevos da TV retorna para mais uma temporada – e de cara nova. A bordo da TARDIS, conversamos com o novo DOCTOR WHO, Peter Capaldi, seu antecessor Matt Smith, a companion Jenna Coleman e o diretor Steven Moffat para saber como este peculiar alienígena conquistou a Inglaterra e depois o mundo por Raquel Temistocles e Isabela Moreira 4 4 + M o­n e t + S E T E M B R O

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“A mudança do Doutor significa que existe uma relação com a morte, porque perdemos o personagem, mas ele renasce” – Peter Capaldi

DOCTOR WHO I DOMINGOS, 22H, BBC HD, 590 (HD) AS SETE ÚLTIMAS TEMPORADAS ESTÃO DISPONÍVEIS NO CLAROVIDEO

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AO CONTRÁRIO DO QUE MUITA GENTE PODE pensar, extraterrestres nem sempre chegam à Terra com cabeças verdes, olhos gigantes e a bordo de uma nave oval cheia de luzes. E também dificilmente crescem e se tornam super-heróis que usam uniforme azul e capa vermelha. Há 50 anos, surgiu uma nova versão para esses visitantes de planetas distantes na cultura pop. De aparência humana, roupas esquisitas, personalidade excêntrica e a capacidade de viajar no tempo e ajudar pessoas em perigo, o “Doutor” é o que podemos chamar de herói despretensioso. Mas, nem por isso, menos importante. Não é à toa que Doctor Who é a série de ficção científica de maior duração da história da televisão.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A

Dupla inédita – Peter Capaldi encarna o 12º Doutor, após Matt Smith viver o viajante do tempo por três temporadas. Ao seu lado, Jenna Coleman como a acompanhante Clara, que vai ter dificuldade em aceitar as ideias do antiquado Doutor

Febre entre os telespectadores britânicos – que lotaram o centro de convenções Excel, em Londres, no fim do ano passado, fantasiados dos mais diversos personagens para a celebração dos 50 anos da série –, a fórmula de Doctor Who, com seus monstrengos, muitos efeitos visuais e uma máquina do tempo em forma de cabine policial, também tem conquistado o resto do mundo. Principalmente desde 2005, quando retornou depois de um hiato de 16 anos, modernizando o roteiro e a produção e trazendo para a série um Doutor mais jovem e sedutor. A consolidação desse novo modelo veio com o episódio comemorativo, que quebrou recordes ao ser exibido simultaneamente em 94 países e levar pessoas do mundo todo para salas de cinema no final do ano passado. Mas qual é o segredo para que Doctor Who mantenha o público fiel por tanto

tempo e ainda consiga atrair novos fãs? A resposta vem exatamente na nova temporada, que dá adeus ao ator Matt Smith no papel principal e recebe Peter Capaldi como o maluco Senhor do Tempo. A mudança de protagonista, marca da série, acontece porque o Doutor se regenera de tempos em tempos e ganha novas roupagens e personalidade. “Acredito que o sucesso esteja no fato de ser um misto de tristeza e alegria. A mudança do Doutor significa que existe uma relação com a morte, porque perdemos o personagem, mas ele renasce. Também acho que as pessoas gostam de monstros e qualquer coisa com eles é sempre divertida de ver – isso sempre faz sucesso”, conta Capaldi, o 12º Doutor, em entrevista exclusiva à MONET. “Doctor Who se tornou uma tradição no Reino Unido. É uma espécie de resposta moderna ao Robin Hood ou ao Rei

Arthur. Claro que não é tão antiga quanto essas duas, mas 50 anos é muito tempo. E porque a série se renova, nunca parece envelhecer. Parece que ela está ali desde sempre, mas nunca soa antiquada. É sua própria forma de viajar no tempo”, explica o produtor-executivo Steven Moffat, que também assina a direção de outro sucesso da televisão britânica, a série Sherlock – e jogou um banho de água fria quando garantiu em entrevista à MONET que há mínimas chances de o detetive encontrar o alienígena. Assim como acontece toda vez que o Doutor se regenera e outro ator assume o posto, a série enfrenta agora a pressão de manter a audiência e ter fôlego para continuar por ainda mais tempo. E é esse o maior desafio de Peter: “O que acontece é que confiam em você para cuidar de um personagem por alguns anos, então você (continua na pág. 50) S E T E M B R O + M o­n e t + 4 7


O ADEUS DO 11º DOUTOR O ator Matt Smith viveu Doctor Who por três temporadas e passa a bola para Peter Capaldi neste ano. Em entrevista à MONET, ele conta como se preparou para tirar a gravata icônica do personagem, quais são os próximos projetos e o amor que sente pelo Brasil Como foi dizer adeus a Doctor Who?

É muito difícil se despedir de um papel como esse. É maravilhoso, tive ótimos momentos fazendo essa série e, sim, estou triste de sair. Mas você tem que seguir em frente na hora certa. O que você acha de Peter como o novo Doutor?

tem que ser capaz de garantir que ele permaneça sendo amado e mágico. Isso é um grande desafio, você tem que ser engraçado e sério. E precisa sair muito rapidamente do cômico para o trágico ou para o assustador”, explica o ator. Mas a nova aparência do Doutor não é a única novidade da oitava temporada, que também teve estreia mundial no dia 23 de agosto [você pode ver o capítulo de estreia no próximo dia 3, às 20h30]. A relação entre ele e Clara (vivida por Jenna Coleman) também vai mudar, já que haverá menos flertes e mais perigos. “Acredito que será uma relação completamente diferente. Partimos de duas pessoas com mais ou menos a mesma idade, meio que flertando um com o outro, para um relacionamento no qual o novo Doutor mal reconhece a presença de Clara. O personagem de Capaldi é um pouco mais alien, mais fora do convencional”, explica o produtor Brian Minchin. “Acho que, como atriz, é uma parceria: o que a outra pessoa faz afeta e muda o que você faz. Estou interessada em embarcar nessa jornada e ver aonde ela me levará. Mas Peter será incrível, será brilhante”, conta Jenna, uma das companions mais queridas do público (como são chamadas as companheiras de aventuras de cada Doutor). 5 0 + M o­n e t + S E T E M B R O

Novos confrontos – Na oitava temporada, o Doutor viaja para o início do século 19 e acaba encontrando um dinossauro em pleno Rio Tâmisa. Além de enfrentar o monstro, outras criaturas colocam os cidadãos em perigo. Na foto abaixo, todos os senhores do tempo foram reunidos para o episódio especial comemorando os 50 anos da série

A atriz, junto com Peter e Steven, fez parte de uma operação de guerra da BBC em uma turnê mundial que se encerrou há algumas semanas no Rio de Janeiro. O encontro com jornalistas e fãs para divulgar a nova temporada tenta ampliar o público que assiste à série e, assim, repetir internacionalmente os números

de audiência do Reino Unido que chegaram a mais de 10 milhões de telespectadores na cena final da sétima temporada, quando ocorreu a regeneração. “Essa série é muito boa. Soa estranho, mas é [risos]. É um programa que cobre praticamente todos os gêneros. É engraçado, emocionante, misterioso. Podemos ir a qualquer lugar no tempo e no espaço em comparação com outras séries de televisão. Podemos colocar a TARDIS azul na frente de qualquer evento, em qualquer lugar na história do universo”, analisa Steven Moffat. Estamos preparados para recebê-lo, mas esperamos, caso ele decida pisar no Brasil, que não seja em Varginha – de novo.

Peter Capaldi é uma escolha fabulosa. Ele é um ator de comédia maravilhoso, e é o tipo de ator que pode fazer de tudo. Ele tem o que é necessário para encarnar um ótimo personagem. Como fã, estou animado para ver o que ele vai fazer. Obviamente, tem uma parte de mim que quer interpretar o Doutor para sempre, mas, em vez disso, talvez eu deva me mudar para o Rio, morar no Leblon. Como conheceu Peter?

Eu conheci o Peter logo no começo da minha participação em Doctor Who. Depois do meu primeiro episódio, topei com ele na rua e ele disse: “Muito bem”. E eu jamais me esqueci disso. Agora ele será o Doutor. É um círculo curioso se fechando. Ele será maravilhoso. Que conselhos deu a ele?

Acho que ele vai precisar de bons óculos, porque vai ter muitas falas para decorar. Nem sei se ele usa óculos, eu uso, mas tem muito dever de casa para fazer. E você precisa estar em dia com isso. Mas, contanto que decore as falas, então ele vai conseguir fazer do jeito dele. Por que você acha que a série consegue ser tão bem-sucedida no mundo todo?

Acho que a série faz sucesso porque é bastante inteligente. Você pode viajar para qualquer lugar no tempo e no espaço, pode explorar qualquer gênero, o personagem principal pode se regenerar. Ou seja, conceitualmente e em termos de mídia você pode sempre gerar assunto. E, mesmo assim, é uma história bem simples de se entender: a ideia de um alien maluco viajando pelo universo dentro de uma cabine telefônica policial é muito envolvente. Você sabia que a série possui uma grande base de fãs no Brasil?

Não sabia que a série era tão amada pelos brasileiros! Fui para o carnaval e umas pessoas me paravam na rua e diziam: “Doctor Who”, e eu pensava: “Legal, vocês sabem que eu faço parte disso!”. Amo o Brasil, absolutamente amo o Brasil. Tenho grandes amigos no país. Estive em dois carnavais e em um ano-novo. Esse país tem as mulheres mais lindas do mundo, as praias, Ipanema, ahhhh. Você acompanha o que os fãs falam sobre a série na internet?

Steven e eu não estamos no Twitter e nem no Facebook. Nós não acompanhamos o que se passa nas redes sociais. Mas eu definitivamente quero que você diga “olá” para o Brasil por mim, porque definitivamente vou voltar [risos]. Quais são seus próximos projetos na carreira?

Estou fazendo uma versão musical de American Psycho, o romance de Bret Easton Ellis. E depois não sei. Talvez ficar em casa, lamentando que eu costumava ser Doctor Who e agora não mais [risos]. Não, não. Quero dirigir, quero fazer alguns filmes, voltar ao teatro e retomar o trabalho no palco. Realmente não sei. Eu poderia fazer uma pausa, porque trabalhei intensamente nos últimos anos. S E T E M B R O + M o­n e t + 5 1


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