AcompAnhAmos As grAvAções de Constantine, série bAseAdA em célebre hQ
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Que investe pesAdo no Anti-heroĂsmo do seu protAgonistA e no sobrenAturAl
por raquel temistocles, de Atlanta*
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TenSão no Ar.
Um suspiro é ouvido enquanto uma mancha de sangue vai se formando na camisa amarrotada de John Constantine. Deitado em um túnel alagado, quase desistindo da vida, ele tem no rosto uma expressão exagerada de dor e raivosamente inicia uma discussão com... “Corta!” o silêncio no set de filmagens se transforma em um burburinho apressado para que tudo possa ser organizado rapidamente e a cena ganhe continuidade nos próximos minutos. É nesse ritmo corrido que acompanhamos a gravação de uma cena da primeira temporada de Constantine. em um galpão na cidade de Atlanta, nos eUA, a equipe se divide entre posicionar câmeras, hidratar os atores e garantir que o figurino esteja em ordem. constAntine i a partir do dia 7, sextas, 22h30, space, 154 e 654 (hd)
A dinâmica perfeccionista entre os produtores, assistentes e designers não é à toa. eles têm na mão um dos personagens mais queridos – e polêmicos – dos quadrinhos, que agora ganha vida na pele do ator matt ryan. A série Constantine, que estreia neste mês, tenta levar aos fervorosos fãs das histórias da DC Comics, Hellblazer, aquilo que eles tanto esperavam: um exorcista de caráter totalmente duvidoso em um mundo cheio de demônios aterrorizantes, mistérios a serem desvendados e a eterna luta entre o céu e o inferno. “São esses os personagens mais legais de assistir e interpretar. Como em Breaking Bad, por exemplo. você o ama, mas você o odeia também. Sempre fui o protagonista bonzinho nos filmes. e é chato, porque ninguém é assim. Todo mundo tem falhas, todo mundo é uma dicotomia e um paradoxo”, explica matt ryan, o ator galês que faz um John Constantine cheio de frases sarcásticas e humor sombrio e, segundo ele, “é o cabelo loiro e o sotaque britânico que nos aproximam dos quadrinhos”. Pode parecer superficial para a escolha de um personagem principal, mas matt não está totalmente errado. no filme homônimo protagonizado por Keanu reeves em 2005, a americanização de Constantine e a adaptação de outros personagens só levou a críticas. Desta vez, a promessa é de que a série criada por Daniel Cerone e David S. Goyer será mais fiel ao mundo das HQs. Promessa essa baseada nas tramas da temporada, nos personagens como o amigo imortal de John, Chas (Charles Halford), e a poderosa Zed (Angélica Celaya), e até mesmo em frases copiadas lite-
“Todo mundo tem falhas, todo mundo é uma dicotomia e um paradoxo” – Matt ryan
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renegados – Ao lado, Matt Ryan, caracterizado como John Constantine. Acima, Lucy Griffiths que tem papel de destaque no primeiro episódio, mas será substituída por Angélica Celaya como Zed. E Keanu Reeves, no filme de 2005, dirigido por Francis Lawrence
ralmente dos gibis. mas como de boas intenções o inferno está cheio, como bem sabe John Constantine, a série também chega repleta de polêmicas e adaptações que, apesar de enriquecerem o roteiro, enfureceram fãs antes mesmo da sua estreia. nos quadrinhos, John é um fumante ávido, enquanto na televisão uma lei impede que seja feita apologia ao cigarro nos canais abertos (a série nos eUA é exibida na rede nbC), e, por isso, Constantine perde uma de suas características mais marcantes. “vejo mais como um desafio do que como um obstáculo. mas haverá cigarros, pois eles são uma parte fundamental do personagem. Há certas regras que impedem o fumo, mas tentaremos deixar evidências do vício tanto quanto possível”, conta matt, que poderá ser visto em algumas cenas segurando um cigarro, ou perto de cinzeiros, por exemplo.
outra diferença é a presença de manny (inexistente nas revista da DC Comics), um anjo que tenta persuadir John a ajudá-lo. “Acharam que seria interessante ter algum representante do céu na série. Há um monte de coisas infernais acontecendo, e o anjo pode ajudar, destruir ou se unir aos humanos. enquanto permanecermos fiéis à essência de Constantine, acredito que os fãs vão receber meu personagem muito bem”, afirma Harold Perrineau (o michael, de Lost). Disparidades à parte, o esforço para agradar ao público é grande e uma missão bem difícil em uma época em que a televisão tem investido pesado em adaptações dos quadrinhos. “É interessante, porque a gente sempre quer viver por meio desses personagens. Todos nós queremos ser como um herói durão”, afirma matt ryan, que disse estar ansioso para que os 13 episódios iniciais da série sejam só o começo. Herói ou não, com certeza a roupa de John Constantine não é a fantasia mais usada no Halloween e ele não é o ídolo da criançada, mas não podemos negar que ninguém melhor que ele para expulsar os demônios e proteger os humanos desse purgatório chamado Terra. *A jornalista viajou a convite do canal Space
a oRiGeM De Constantine
O personagem criado nos anos 80 é um dos mais enigmáticos dos quadrinhos
> É difícil acreditar que um personagem que aparecia como coadjuvante nas histórias da revista em quadrinhos The Saga of the Swamp Thing, na metade dos anos 80, fosse durar tanto tempo. Bêbado, fumante voraz, grosseiro, egocêntrico, bissexual e esteticamente parecido com o cantor Sting (o qual inspirou o visual do personagem), ele está longe de ser o típico herói salvador da pátria. Mas quando o assunto é o mundo sobrenatural, a humanidade depende dele sim. Criado por Alan Moore (responsável pelos clássicos Watchmen e V), Constantine é um dos poucos que envelheceu naturalmente ao longo dos anos, seguindo a cronologia real (ele completou 40 anos em 1993).
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