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Editorial Rui Soreto. Presidente da Direcção.

Decorrente das diversas iniciativas que tem desenvolvido, a APSEI hĂĄ muito que identificou a necessidade de existir em Portugal uma revista especializada, focada e dedicada Ă  Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndio. A nossa resposta chama-se PROTEGER!

O dĂ©fice de cultura de associativismo e de cultura de Prevenção e Segurança sĂŁo caracterĂ­sticas comuns habitualmente atribuĂ­das Ă  nossa condição de portugueses. A constituição da Associação Portuguesa de Segurança ElectrĂłnica e de Protecção IncĂȘndio, em 2002, rompeu com este dogma e evidenciou a necessidade de todos os actores ligados a esta actividade se unirem em torno de um objectivo comum: elevar os nĂ­veis de segurança nos edifĂ­cios e fomentar a cultura de prevenção e segurança em Portugal. Em todas as actividades Ă© absolutamente necessĂĄrio comunicar com qualidade: conhecer os nossos interlocutores, garantir que estes entendem o conteĂșdo da nossa mensagem e que esta Ă© do seu interesse. E numa actividade empresarial e profissional Ă© ainda essencial que essa comunicação seja eficiente e eficaz. Essa eficiĂȘncia sĂł existirĂĄ se houver conhecimento do destinatĂĄrio da nossa comunicação: que utilidade existe em escrever, comunicar, anunciar, publicitar um produto junto dum pĂșblico que por ele nĂŁo tem qualquer interesse? Quais os custos e desperdĂ­cios de uma comunicação especializada num meio generalista? Os leitores da PROTEGER serĂŁo todos aqueles que tĂȘm actividade no mercado da Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndio. PoderĂŁo ser proprietĂĄrios ou simples utilizadores de qualquer equipamento ou sistema de segurança, responsĂĄveis de segurança de pequenas a grandes empresas, instaladores de produtos ou equipamentos, com actividades comerciais de retalho ou distribuição, engenheiros ou arquitectos ligados Ă  ĂĄrea de projecto e/ou anĂĄlise de risco, fabricantes, entidades com responsabilidades nas ĂĄreas da inspecção ou legislação, mas tendo como factor comum integrarem o mercado da Segurança ElectrĂłnica e da Protecção contra IncĂȘndio. No momento em que a PROTEGER contacta pela primeira vez com os seus leitores, tem lugar um importante acontecimento para o sector da Segurança Urbana organizado pela APSEI: as Jornadas TĂ©cnicas NFPA-APSEI 2008. Pela segunda vez, um evento de tĂŁo grande importĂąncia na ĂĄrea do conhecimento e da inovação acontecerĂĄ em Portugal, configurando-se como uma excelente oportunidade para a partilha das experiĂȘncias e know-how. NĂŁo poderia ainda deixar de referir o facto de, finalmente, ter sido aprovado o regime jurĂ­dico de Segurança contra IncĂȘndios em EdifĂ­cios. Atendendo ao impacto da regulamentação no mercado, este serĂĄ seguramente um tema recorrente nas prĂłximas ediçÔes da PROTEGER. Ao longo da sua existĂȘncia, a APSEI tem-se afirmado como um parceiro dos organismos com responsabilidades no mercado e pautado a sua intervenção por um espĂ­rito crĂ­tico mas construtivo. Reafirmamos a nossa intenção de continuar a ser criativos e de contribuir para a apresentação de soluçÔes em vez de nos limitarmos a ser analistas dos problemas presentes. A APSEI, enquanto associação de empresas, congrega um know-how Ășnico e essencial e um conhecimento Ă­mpar na ĂĄrea da concepção, fabrico, distribuição, instalação e manutenção dos sistemas Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndios. A consolidação da identidade do sector da Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndios, a demonstração da sua especificidade, o maior conhecimento e domĂ­nio tĂ©cnico por parte dos seus profissionais resultarĂĄ numa melhoria qualitativa da prestação dos serviços de Segurança e na correspondente elevação dos nĂ­veis de Prevenção e Protecção das pessoas, patrimĂłnio e ambiente em Portugal. Sejam bem-vindos ao nĂșmero 1 da PROTEGER!

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SumĂĄrio

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01 Editorial. (Rui Soreto) 05 Depoimento SecretĂĄrio de Estado da Protecção Civil. (JosĂ© Miguel Medeiros) 06 PROTEGER. PolĂ­tica Editorial. (Maria JoĂŁo Conde) 09 Revista PROTEGER. Qual o Ăąmbito? Qual o futuro? (JosĂ© Cartaxo Vicente) 12+13 NotĂ­cias. Novo regime jurĂ­dico na Segurança contra IncĂȘndio. Formação em manutenção de extintores. Novo estudo do sector da segurança em Portugal 2009. Segurex 2009. 48+49 Fichas tĂ©cnicas APSEI nÂș 15 Detector multi-sensor e nÂș16 Dobradiças de eixo simples. 52 Legislação e Normalização. 53 Agenda. 55 DirectĂłrio de empresas associadas da APSEI.

EVENTOS 11 Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008 Formação e discussão dos assuntos mais prementes sobre Segurança Urbana.

14 8Âș FĂłrum APSEI Reportagem da 8ÂȘ edição dos FĂłruns TĂ©cnicos da APSEI, dedicado a questĂ”es ambientais relacionadas com o sector da Segurança e a soluçÔes tecnolĂłgicas de protecção contra incĂȘndio. Gonçalo SĂ­tima

ARTIGO DE CAPA 16 Integração de sistemas de segurança de pessoas e bens em aeroportos Desafios na integração de Safety e Security em Aeroportos. A avaliação da vulnerabilidade e abordagem baseada no desempenho. Luciano Borghetti

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(...) Poucos edifícios representam um desafio tão grande para a Segurança de Pessoas (Safety) e Bens (Security) como os aeroportos; após os acontecimentos do 11 de Setembro, a segurança aeroportuåria tornou-se sinónimo de segurança nacional. Actualmente, os problemas de segurança (Security), designadamente os relacionados com incidentes terroristas de grande escala, constituem uma questão prioritåria para a gestão aeroportuåria. (...)

INFORMAÇÃO TÉCNICA 24 Videovigilñncia nas grandes cidades Evolução tecnológica dos sistemas de CFTV e o estudo de caso da Ribeira do Porto, um exemplo pioneiro em Portugal. Rui Proença

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Direcção Maria JoĂŁo Conde Coordenação Gonçalo SĂ­tima Colaboradores Residentes Ana Ferreira e MĂ©lanie Cuendet Colaboradores neste nĂșmero Alan Brinson, Alexandre Chamusca, Arlete Jesus, JosĂ© Cartaxo Vicente, Luciano Borghetti, Nuno Lopes, Paulo Vila Real, Pedro Pequito e Rui Proença Publicidade Gonçalo SĂ­tima Edição e Propriedade APSEI – Associação Portuguesa de Segurança ElectrĂłnica e de Protecção IncĂȘndio Administração, Redacção e Publicidade Rua Conselheiro Lopo Vaz, lt AB EdifĂ­cio Varandas Rio, Esc. D 1800-142 Lisboa Tel +351 219 527 849 | Fax +351 219 527 851 E-mail apsei@apsei.org.pt URL www.apsei.org.pt Fotografia Gonçalo SĂ­tima, Getty Images e iStockPhoto Design Big Book JosĂ© Mendes PrĂ©-press CritĂ©rio Produção GrĂĄfica, Lda ImpressĂŁo MR Artes GrĂĄficas Periodicidade Trimestral Tiragem 2000 exemplares Registo ERC 125 538 DepĂłsito Legal 284 212/08

INFORMAÇÃO TÉCNICA 32 Protecção contra incĂȘndios em hotĂ©is: sistemas de sprinklers AnĂĄlise da utilização de sistemas de sprinklers em hotĂ©is: uma perspectiva europeia. Alan Brinson

36 Domótica. O valor acrescentado da segurança electrónica Utilidades e potencialidades dos automatismos domésticos. O conceito de Casa Inteligente. Alexandre Chamusca

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 40 Os ensaios de resistĂȘncia ao fogo em elementos de construção

Os artigos assinados e as opiniĂ”es expressas sĂŁo da exclusiva responsabilidade dos seus autores e nĂŁo reflectem, necessariamente, as posiçÔes e opiniĂ”es da Associação Portuguesa de Segurança ElectrĂłnica e de Protecção IncĂȘndio.

Nova regulamentação nacional de resistĂȘncia ao fogo e a normalização Europeia. Apresentação do LaboratĂłrio de Estruturas e ResistĂȘncia ao Fogo da Universidade de Aveiro. Paulo Vila Real, Nuno Lopes, Arlete Jesus

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Interface Projectistas – Instaladores. As boas prĂĄticas desde o inĂ­cio do projecto atĂ© Ă  manutenção. APSEI, Ordem dos Engenheiros

LEGISLAÇÃO 47 Gases Fluorados com Efeito de Estufa Enquadramento do Regulamento (CE) nÂș 842/2006 que define e permite a utilização dos gases fluorados (HFC’s) em Sistemas Fixos de Protecção Contra IncĂȘndios. Pedro Pequito

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Depoimento de Sua ExcelĂȘncia o SecretĂĄrio de Estado da Protecção Civil JosĂ© Miguel Medeiros

É sempre importante reflectirmos sobre problemas que, de um modo ou de outro, afectam o homem na sua acção e colaboração Ă­ntima com a comunidade humana. Essa reflexĂŁo assume um maior relevo quando se fala da instituição das boas prĂĄticas em matĂ©ria de segurança neste novo tempo da protecção civil e do socorro em Portugal. Constituiu preocupação do actual Governo a criação de um Sistema de Protecção Civil, coerentemente organizado, de modo a dotar o PaĂ­s dos meios, materiais e humanos, considerados necessĂĄrios para acudir a todas e quaisquer situaçÔes previsĂ­veis de catĂĄstrofe ou calamidade, de acordo com aquilo que Ă© a real capacidade financeira do Estado. Para tanto, houve que construir, nos Ășltimos trĂȘs anos, todo um novo edifĂ­cio legislativo, do qual destaco a aprovação da nova Lei de Bases da Protecção Civil, bem como dos Regimes JurĂ­dicos das AssociaçÔes HumanitĂĄrias de Bombeiros, dos Corpos de Bombeiros e dos Bombeiros Portugueses, a implementação do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra IncĂȘndios, a instituição do Sistema Integrado de OperaçÔes de Protecção e Socorro, a criação da Autoridade Nacional de Protecção Civil e a reorganização da protecção civil de Ăąmbito municipal. Esta reforma permitiu, entre outras coisas, clarificar as missĂ”es das diferentes entidades, definindo uma verdadeira cadeia vertical de comando e colocando em prĂĄtica um conjunto de acçÔes e de medidas que melhoraram a eficĂĄcia das respostas no terreno.

No que concerne Ă  segurança urbana, em particular, destaco a recente aprovação do Decreto-Lei que estabelece o regime jurĂ­dico da segurança contra incĂȘndio em edifĂ­cios. Este Decreto-Lei vem estabelecer o regime jurĂ­dico de Segurança Contra IncĂȘndio em EdifĂ­cios e determinar as condiçÔes de segurança contra incĂȘndio a aplicar a todas as utilizaçÔes de edifĂ­cios, bem como de recintos itinerantes ou ao ar livre, reunindo num Ășnico diploma legislação que se encontrava dispersa por um nĂșmero excessivo de diplomas avulsos. Agora existe um conjunto amplo de exigĂȘncias tĂ©cnicas aplicĂĄveis Ă  segurança contra incĂȘndio, no que se refere Ă  concepção geral da arquitectura dos edifĂ­cios e recintos a construir, alterar ou ampliar, Ă s disposiçÔes sobre construção, Ă s instalaçÔes tĂ©cnicas e aos sistemas e equipamentos de segurança, e que contempla as necessĂĄrias medidas de autoprotecção e de organização de segurança contra incĂȘndio, aplicĂĄveis quer em edifĂ­cios existentes, quer em novos edifĂ­cios a construir. É ainda estabelecido um regime sancionatĂłrio para o incumprimento das novas regras de segurança, actualmente inexistente para uma parte significativa de edifĂ­cios. Com este edifĂ­cio legislativo, o PaĂ­s poderĂĄ continuar a beneficiar de um esquema de protecção e socorro, assente no esforço e dedicação de todos os agentes de protecção civil mas devidamente organizado e fortemente apoiado, em meios humanos e materiais, pelos competentes ĂłrgĂŁos de Estado, de modo a sentirmos todos que estamos aptos para ocorrer Ă s diferentes situaçÔes de emergĂȘncia. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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≀ A equipa da PROTEGER, Ana Ferreira, MĂ©lanie Cuendet, Gonçalo SĂ­tima e Maria JoĂŁo Conde. Foto Frederico van Zeller.

Maria JoĂŁo Conde

Quis a LĂ­ngua Portuguesa que a palavra proteger se mantivesse perto da sua raiz etimolĂłgica, do latim protegere. Quis o tempo e a histĂłria que o seu significado perdurasse com igual força, igual solidez. Proteger Ă© resguardar, Ă© defender, acolher, preservar ou amparar. Proteger Ă© tornar seguro. Foi em torno deste conceito, positivo na sua essĂȘncia, que a Associação Portuguesa de Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndios (APSEI) desenvolveu a sua revista: a PROTEGER, naturalmente. Embora a PROTEGER nasça do projecto associativo APSEI, Ă© nosso objectivo que se consolide como um bem comum para todo o sector da Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndio. O papel que a Segurança Urbana assume na protecção das vidas e patrimĂłnio, aliado

Ă  sua condição de garante da continuidade da actividade econĂłmica, confere-lhe um valor tĂŁo fundamental como o de uma qualquer actividade produtiva. Decorrente desta significĂąncia e da progressiva tomada de consciĂȘncia da população relativamente Ă s temĂĄticas da prevenção e segurança, tĂȘm surgido no mercado novos actores que se dedicam profissionalmente Ă  Segurança. A PROTEGER nasceu para comunicar com estes intervenientes e para divulgar os conteĂșdos da nova disciplina da Segurança Urbana, que se posiciona transversalmente a toda a actividade econĂłmica. Qualidade, legislação, normalização, inovação, formação, certificação, regulação, controlo, prevenção sĂŁo as principais ferramentas de que o sector dispĂ”e para se desenvolver de uma forma sustentada e enfrentar os novos

desafios que se lhe colocam. SerĂŁo temas como estes que darĂŁo conteĂșdo Ă  PROTEGER e que justificam uma comunicação especializada com um pĂșblico profissional. TĂŁo importante como os conteĂșdos, revela-se a qualidade dos articulistas que prontamente aceitaram integrar este projecto editorial. Neles se incluem os mais reputados especialistas nacionais e internacionais, profissionais dotados do conhecimento teĂłrico mas tambĂ©m empĂ­rico, investigadores e autores de projectos de segurança de referĂȘncia. Esperamos que os profissionais de Segurança encontrem na PROTEGER a fonte de informação que necessitam para a sua actividade e que a PROTEGER contribua para consolidar o espaço que a Segurança Urbana legitimamente deve ocupar na economia e sociedade.

ESTATUTO EDITORIAL 1. A PROTEGER Ă© uma revista de informação tĂ©cnico-cientĂ­fica sobre Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndio. A PROTEGER reconhece que a actividade de Segurança assume um impacto significativo no mercado e na sociedade, decorrente das consequĂȘncias desta actividade no bem-estar das populaçÔes e na integridade do patrimĂłnio e ambiente. Como tal, a PROTEGER visa divulgar as mais actuais informaçÔes e boas prĂĄticas de Segurança de forma a fomentar a tomada de consciĂȘncia sobre a importĂąncia de elevar os nĂ­veis de Segurança urbana em Portugal. 2. A PROTEGER Ă© propriedade da APSEI Associação Portuguesa de Segurança ElectrĂłnica e de Protecção IncĂȘndio.

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3. A PROTEGER visa: Constituir um repertĂłrio de informação tĂ©cnica e de conteĂșdos especializados, numa ĂĄrea em que a evolução tecnolĂłgica Ă© constante; Consagrar na imprensa um fĂłrum exclusivo da Protecção contra IncĂȘndio e Segurança ElectrĂłnica, potenciando a comunicação entre os vĂĄrios intervenientes do meio empresarial, institucional e acadĂ©mico ligados Ă  actividade; Dar destaque a conteĂșdos pedagĂłgicos, dirigidos ao pĂșblico em geral, tendo em vista incrementar a sensibilização para a cultura de Prevenção e de Segurança de pessoas e bens; Promover as actividades da APSEI e do sector que esta representa. 4. A PROTEGER pauta-se por critĂ©rios jornalĂ­sticos de isenção, imparcialidade, seriedade, rigor, honestidade intelectual e criatividade editorial. 5. A PROTEGER Ă© independente do poder polĂ­tico, econĂłmico ou religioso. 6. A PROTEGER defende o pluralismo de opiniĂ”es e uma sociedade de informação livre e democrĂĄtica. 7. A PROTEGER Ă© uma revista de publicação trimestral sem fins lucrativos.




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OPINIÃO

Revista PROTEGER

Qual o ùmbito? Qual o futuro? José Cartaxo Vicente Engenheiro / Consultor de segurança

Proteger: “defender ou defender-se de perigos, agressĂ”es; preservar ou preservarse de danos e perdas” (DicionĂĄrio da LĂ­ngua Portuguesa ContemporĂąnea, Academia das CiĂȘncias de Lisboa, 2001). Quando no dia-a-dia falamos de segurança – e esta Ă©, certamente, uma das palavras mais utilizadas nesta fase conturbada dos incĂȘndios urbanos e florestais, do banditismo aparentemente fora de controlo, do terrorismo internacional indiscriminado – estamos a pensar numa necessidade da conjugação da prevenção com a protecção e a intervenção, isto Ă©, no triĂąngulo da segurança. É o que se faz na Segurança e SaĂșde do Trabalho (SST) cujo pacote legislativo Ă© baseado, nomeadamente, no Decreto-Lei nÂș.441/91, de 14 de Novembro, como transposição da Directiva ComunitĂĄria nÂș.89/391/ CEE, de 12 de Junho de 1989, e, simultaneamente, para dar cumprimento Ă s obrigaçÔes decorrentes da ratificação da Convenção nÂș.155, da OIT. É o que se faz na vertente dos incĂȘndios atravĂ©s da regulamentação da segurança contra incĂȘndios em edifĂ­cios e estabelecimentos que, sĂł nos anos 90 do sĂ©culo XX, esta temĂĄtica mereceu um estatuto prĂłprio na legislação portuguesa. É o que se faz atravĂ©s de medidas activas e passivas na protecção contra a criminalidade, seja contra a intrusĂŁo, o assalto Ă  mĂŁo armada, a bomba, a agressĂŁo. Porque a segurança nĂŁo pode ser uma preocupação exclusiva do Estado para com os seus cidadĂŁos, ela deve ser, antes, uma preocupação de todos, sob a orientação e actuação do Estado. O prĂłprio exercĂ­cio de segurança privada, como complementaridade e colaboração com o sistema de segu-

rança pĂșblica, tem o objectivo de protecção de pessoas e de bens e a prevenção e dissuasĂŁo de acçÔes ilĂ­cito-criminais, estando indissociavelmente ligada Ă  prossecução do interesse pĂșblico, independentemente do local e forma como seja realizada. Ao reconhecer que nĂŁo consegue garantir a defesa dos seus cidadĂŁos e dos seus bens, em todos os locais e situaçÔes, o Estado admite a actuação da segurança privada e fomenta ou obriga Ă  aplicação de meios passivos ou estruturais e de meios activos ou automĂĄticos de protecção e intervenção. Tudo isto para vos dizer que quando a Direcção da APSEI teve a gentileza de me informar que iam passar a editar uma revista tĂ©cnica, designada PROTEGER, nĂŁo escondi, de imediato, a minha perplexidade por aparecer mais uma revista tĂ©cnica num mercado tĂŁo pequeno como Ă© o nosso. É que uma revista, representando uma Associação Empresarial, nĂŁo se pode limitar a ser um mero catĂĄlogo dos produtos e tecnologias dos seus associados. Deve ser um local privilegiado para divulgar, nomeadamente aos projectistas, as melhores soluçÔes, actuais e testadas, disponibilizadas pelos fabricantes e as melhores prĂĄticas de instalação, para haver capacidade de projectar as melhores soluçÔes de segurança face ao nĂ­vel de protecção desejada, tendo em conta o quadro regulamentar existente. Simultaneamente os fabricantes devem ter espaço para demonstrar que sĂŁo conhecedores das necessidades do mercado e da caracterização do risco, evidenciando aos seus clientes, nomeadamente projectistas, as vantagens e a eficĂĄcia das suas soluçÔes e das novidades tecnolĂłgicas e que dominam as suas aplicaçÔes, que disponibilizam

equipamentos cĂłmodos na operação e fiĂĄveis na manutenção e que sabem para onde querem caminhar. E nos casos controversos ou de difĂ­cil solução que haja um local privilegiado para debate, reflexĂŁo, discussĂŁo. Nada melhor que uma revista tĂ©cnica, suportada por uma Associação Empresarial que se tem revelado ao longo dos Ășltimos anos com capacidade de representar com dignidade os seus associados, conseguindo moralizar um sector por vezes olhado com alguma desconfiança pelo pĂșblico e contribuindo para um debate franco de conceitos e tecnologias, nĂŁo perdendo de vista as acçÔes formativas. Por isso resta-me desejar Ă  PROTEGER, Ă  sua Direcção e Redacção, a realização plena dos seus objectivos, que seja um fĂłrum permanente de apresentação das melhores soluçÔes de segurança e que contribua para a dignificação do sector de prevenção, da protecção e da intervenção contra incĂȘndios e criminalidade em geral. HĂĄ, seguramente, espaço para este meio de comunicação escrita. HĂĄ, simultaneamente, interesse que todos os fabricantes, representantes, distribuidores, instaladores e reparadores, tenham um local digno para defenderem as suas ideias e apresentarem as suas soluçÔes. Estou convicto que daqui a poucos anos serĂĄ reconhecida a qualidade e a oportunidade do aparecimento desta revista e que valeu a pena o esforço que, seguramente, agora vai ser feito. A segurança Ă©, cada vez mais, uma actividade humana e tecnolĂłgica, multidisciplinar e polivalente contribuindo para que o homem se realize e se desenvolva, em harmonia e plenitude, com a sociedade onde estĂĄ integrado e o ambiente que o rodeia. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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Jornadas TĂ©cnicas NFPA-APSEI 2008 A APSEI, em parceria com a National Fire Protection Association (NFPA) - sua congĂ©nere norte-americana, irĂĄ organizar as Jornadas TĂ©cnicas NFPA-APSEI 2008 no Taguspark, em Oeiras, entre os dias 5 e 6 de Novembro. Este serĂĄ um evento multifacetado, composto por conferĂȘncias com especialistas internacionais, sessĂ”es de formação em segurança contra incĂȘndios e uma exposição de soluçÔes e serviços de segurança. As Jornadas TĂ©cnicas NFPA-APSEI 2008 pretendem dar seguimento Ă  I ConferĂȘncia NFPA em Portugal, que teve lugar em 2006, e incrementar a sensibilização para a cultura de Prevenção e Segurança de pessoas e bens. Visa tambĂ©m proporcionar formação sobre um leque alargado de temas especializados inerentes Ă  disciplina da segurança contra incĂȘndios, divulgar os mais recentes conhecimentos e as melhores prĂĄticas numa ĂĄrea em que a evolução tecnolĂłgica Ă© constante, e dar a conhecer soluçÔes de projecto, instalação e manutenção de sistemas de segurança contra incĂȘndio implementadas em todo o mundo. Em consonĂąncia com o desenvolvimento de grandes projectos de obras pĂșblicas

em Portugal, as conferĂȘncias das Jornadas TĂ©cnicas NFPA-APSEI 2008 irĂŁo abranger questĂ”es de segurança relacionadas com diferentes tipos de edifĂ­cios e infra-estruturas de transportes. Na conferĂȘncia de dia 5 de Novembro, os participantes poderĂŁo tomar conhecimento de algumas das soluçÔes fundamentais na implementação de sistemas de segurança em Aeroportos. O aumento do trĂĄfego aĂ©reo, do fluxo de viajantes e a implementação de um novo paradigma de segurança apĂłs 2001, tornaram a segurança numa prioridade mĂĄxima em Aeroportos. Na iminĂȘncia da concepção e construção de um novo Aeroporto em Portugal, encontramo-nos no momento ideal para conhecer e discutir quais as melhores soluçÔes disponĂ­veis. Igualmente actual serĂĄ o segundo tema da conferĂȘncia, dedicado aos transportes ferroviĂĄrios e subterrĂąneos. Estas infra-estruturas sĂŁo fulcrais para a deslocação quotidiana de pessoas dentro e entre as grandes cidades, sendo que, quando localizadas em espaços subterrĂąneos, estĂŁo sujeitas a um risco acrescido. Para o segundo dia ficaram reservados os temas de segurança em dois tipos distintos de edifĂ­cios. Os edifĂ­cios Hospitalares,

onde se incluem clĂ­nicas, hospitais, centros de saĂșde, lares de idosos, centros de abrigo, entre outros, por acolherem no seu interior pessoas debilitadas ou em convalescença, estĂŁo sujeitos a condiçÔes muito especĂ­ficas e particularmente sensĂ­veis no que concerne Ă  Segurança. Casos recentes de incĂȘndios em edifĂ­cios deste tipo sĂŁo um claro alerta para a utilidade vital de sistemas eficazes de segurança. Por seu lado, o segundo painel irĂĄ debruçar-se sobre os edifĂ­cios de Hotelaria, parte de um sector econĂłmico em permanente expansĂŁo e com uma elevada importĂąncia no nosso paĂ­s. As Jornadas TĂ©cnicas NFPA-APSEI 2008 irĂŁo assinalar a primeira iniciativa oficial de formação da NFPA na Europa. Estes cursos de formação irĂŁo incidir sobre algumas das normas da NFPA, mundialmente reconhecidas e aplicadas, e estĂŁo formatados para melhor se adaptarem ao contexto profissional portuguĂȘs. Em paralelo, decorrerĂĄ uma exposição de produtos, equipamentos e serviços de segurança electrĂłnica e protecção contra incĂȘndio, onde os participantes e interessados poderĂŁo contactar directamente com as empresas nacionais e internacionais do sector. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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NOTÍCIAS

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO TEM NOVO REGIME JURÍDICO APROVADO A aprovação em Conselho de Ministros do decreto-lei que estabelece o regime jurĂ­dico de Segurança contra IncĂȘndio em EdifĂ­cios, no passado dia 4 de Setembro, antecipa boas notĂ­cias para o sector da Protecção contra IncĂȘndio em Portugal. Perspectivando-se que o regime jurĂ­dico aprovado se assemelhe Ă  Ășltima versĂŁo conhecida do projecto de decreto-lei e que data de Março de 2006 (no momento do encerramento da primeira edição da PROTEGER, a publicação do decreto-lei que estabelece o regime jurĂ­dico nĂŁo tinha acontecido), poder-se-ĂĄ afirmar que serĂŁo preenchidas importantes lacunas do quadro legal actualmente em vigor. Estas sĂŁo algumas das novidades que se prevĂȘ que o regime jurĂ­dico venha a introduzir: ≄ a harmonização e concentração das disposiçÔes regulamentares de Segurança contra IncĂȘndio aplicĂĄveis a todos os tipos de edifĂ­cios, num Ășnico diploma; ≄ a inclusĂŁo, no Ăąmbito do diploma, de alguns tipos de edifĂ­cio com elevado risco de incĂȘndio como, por exemplo, os edifĂ­cios industriais, os lares de idosos e armazĂ©ns, que sĂŁo actualmente omissos da regulamentação de segurança contra incĂȘndio em vigor; ≄ a definição da pirĂąmide de responsabilidades, desde o momento da concepção e projecto do edifĂ­cio; ≄ a exigĂȘncia de registo e qualificação dos prestadores dos serviços de instalação e manutenção de equipamentos e sistemas de Segurança contra IncĂȘndio; ≄ a previsĂŁo de inspecçÔes regulares aos edifĂ­cios em exploração; ≄ a consagração do registo de segurança do edifĂ­cio, documento que passarĂĄ a conter uma relação de todas as ocorrĂȘncias relevantes em termos de segurança, bem como a inventariação das acçÔes de manutenção realizadas aos equipamentos e sistemas de Protecção contra IncĂȘndio.

Participação da APSEI Dedicando o novo regime jurĂ­dico uma parte importante do seu conteĂșdo Ă s condiçÔes tĂ©cnicas dos edifĂ­cios, a APSEI, representante das empresas fabricantes, instaladores e de manutenção dos sistemas de Protecção contra IncĂȘndio, acompanhou, desde 2005, o desenvolvimento do documento junto do grupo de trabalho, liderado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), que elaborou o projecto do diploma. Mais recentemente, a APSEI transmitiu Ă  ANPC a sua visĂŁo sobre a importĂąncia de promover a certificação do serviço de instalação e manutenção dos equipamentos e sistemas de segurança contra IncĂȘndio em edifĂ­cios. Estabelecer um patamar mĂ­nimo de qualidade na prestação de serviço, assente em procedimentos tĂ©cnicos reconhecidos (normas europeias), exigir a formação profissional dos tĂ©cnicos, assegurar um conjunto mĂ­nimo de equipamentos e instalaçÔes necessĂĄrias e definir requisitos de organização documental e idoneidade, sĂŁo alguns dos requisitos de certificação constantes da proposta da APSEI. Uma vez publicado o regime jurĂ­dico, tudo indica que ficarĂŁo reunidas as condiçÔes para minimizar a ocorrĂȘncia de incĂȘndios, limitar o desenvolvimento de eventuais incĂȘndios e facilitar o salvamento dos ocupantes em risco e, desta forma, elevar as condiçÔes de segurança dos edifĂ­cios em Portugal.

FORMAÇÃO EM MANUTENÇÃO DE EXTINTORES A APSEI disponibiliza, a partir de Novembro, a primeira edição do curso de Manutenção de Extintores, preenchendo assim uma lacuna hĂĄ muito existente no mercado formativo portuguĂȘs. Este curso realizar-se-ĂĄ em Lisboa e serĂĄ constituĂ­do por uma componente teĂłrica e uma componente prĂĄtica (em oficina), destinando-se tanto aos tĂ©cnicos de manutenção de extintores jĂĄ qualificados pela via da experiĂȘncia, como aos indivĂ­duos que pretendam iniciar a sua vida profissional nesta ĂĄrea de actividade. A oferta formativa da APSEI, que surge agora no mercado enquanto entidade formadora acreditada pela DirecçãoGeral do Emprego e das RelaçÔes do Trabalho, pretende permitir Ă s empresas de manutenção de extintores o

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cumprimento do requisito de qualificação e formação de colaboradores exigido pela Norma Portuguesa 4413:2006 “Manutenção de extintores”, para efeitos da obtenção da certificação do serviço de manutenção de extintores. Durante a fase de transição da NP 4413:2006 a qualificação dos tĂ©cnicos pĂŽde ser obtida por via da experiĂȘncia. Com o intuito de responder a esta exigĂȘncia da Norma, a APSEI realizou um processo de qualificação de tĂ©cnicos de manutenção de extintores baseado na avaliação curricular dos mesmos. Este processo, que decorreu entre Janeiro de 2007 e Outubro de 2008, permitiu Ă s empresas qualificar 215 tĂ©cnicos. ConcluĂ­da esta avaliação curricular da APSEI, cessou a possibilidade das empresas

qualificarem os seus colaboradores por via da experiĂȘncia. ApĂłs o perĂ­odo de transição da NP 4413:2006, a qualificação dos tĂ©cnicos que realizam as inspecçÔes e manutençÔes aos extintores deverĂĄ ser obtida mediante curso de formação.


NOTÍCIAS

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NOVO ESTUDO DO SECTOR DA SEGURANÇA EM PORTUGAL A APSEI anunciou a 2ÂȘ edição do Estudo do Sector da Segurança em Portugal, focado na ĂĄrea da protecção contra incĂȘndio e segurança electrĂłnica, com publicação prevista para o primeiro trimestre de 2009. À semelhança da edição de 2007, o Estudo serĂĄ elaborado pelo Centro de Estudos Aplicados da Universidade CatĂłlica Portuguesa. A importĂąncia deste estudo estĂĄ em fornecer ao mercado um meio de consulta privilegiada para todos quantos pretendam obter informação sobre o sector, desde fornecedores a clientes. Por outro lado, as empresas poderĂŁo utilizĂĄ-lo como ferramenta de gestĂŁo que pode auxiliar na definição da estratĂ©gia comercial e uma oportunidade de obter maior visibilidade. De acordo com o Estudo publicado em 2007, cujos dados se reportavam ao ano ​

de 2005, o sector da segurança electrĂłnica e protecção contra incĂȘndio atingiu um volume de vendas estimadas em 500 milhĂ”es de euros e empregou cerca de 11.600 trabalhadores. Verificou-se tambĂ©m, nos Ășltimos anos, um crescimento mais rĂĄpido do sector que a economia: 11% em 2005 e mais de 20% em 2004. Para alĂ©m da actualização destes dados, o Estudo do Sector da Segurança em Portugal 2009 pretende tambĂ©m fornecer novos dados relativos aos principais produtos e serviços comercializados e instalados e averiguar quais os principais sectores consumidores de Segurança em Portugal. A edição 2009 do Estudo do Sector da Segurança em Portugal serĂĄ apresentada numa conferĂȘncia a realizar no Segurex 2009, no dia 19 de Março.

SEGUREX 2009

informĂĄtica e equipamentos para forças de segurança / segurança nacional. Adicionalmente, serĂŁo organizados vĂĄrios eventos paralelos, conferĂȘncias, seminĂĄrios workshops e apresentaçÔes comerciais, dedicados Ă s diversas temĂĄticas de segurança. A APSEI renova a sua participação no SEGUREX 2009 e terĂĄ um papel activo na representação do sector da Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndio, quer enquanto expositora, quer nos eventos e iniciativas paralelos. O principal destaque desta participação estĂĄ na apresentação do Estudo do Sector da Segurança em Portugal 2009, realizado pela Universidade CatĂłlica, e que permitirĂĄ conhecer em detalhe o sector profissional da Segurança ElectrĂłnica e Protecção contra IncĂȘndio, assim como a sua evolução e tendĂȘncias. Na edição de 2007, o SEGUREX registou um total de 17.356 visitantes e 243 expositores. Para 2009, a organização prevĂȘ que visitem a exposição cerca de 20.000 profissionais, sendo que a ĂĄrea de exposição compreenderĂĄ mais de 20.000 m2.

A 13ÂȘ Edição do SEGUREX – SalĂŁo Internacional da Protecção e da Segurança irĂĄ decorrer entre 18 e 21 de Março de 2009, na Feira Internacional de Lisboa (FIL). Promovido pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e pela FIL, este evento bienal constitui uma referĂȘncia ibĂ©rica em termos de feira profissional dedicada Ă  Segurança, sendo um espaço privilegiado para tomar contacto com as novas tecnologias e soluçÔes de segurança em edifĂ­cios. A organização da exposição serĂĄ feita atravĂ©s de 5 grandes ĂĄreas: Segurança contra IntrusĂŁo, Roubo e AgressĂŁo; Segurança Laboral; Segurança contra IncĂȘndios; Socorro e Salvamento; e Segurança na Circulação e nos Transportes. Para esta edição, o SEGUREX irĂĄ disponibilizar uma ĂĄrea de demonstração de produtos e equipamentos de segurança. Este espaço irĂĄ possibilitar Ă s empresas demonstrarem ao vivo as potencialidades e a eficĂĄcia dos seus produtos como, por exemplo, demonstração de equipamentos em situaçÔes de incĂȘndio, simulacros, testes de resistĂȘncia, resgates, trabalhos em altura, entre muitos outros. Outra das novidades para 2009 Ă© a introdução ​de quatro novas ĂĄreas temĂĄticas de exposição: representaçÔes internacionais, segurança alimentar, segurança

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EVENTOS

8Âș FĂłrum APSEI TECNOLOGIA E CONHECIMENTO AO SERVIÇO DA SEGURANÇA Gonçalo SĂ­tima

Decorreu no passado dia 17 de Setembro, em Lisboa, o 8Âș FĂłrum APSEI, dedicado a temas de protecção activa e passiva contra incĂȘndio e segurança electrĂłnica. Profissionais e especialistas do sector da Segurança reuniram-se no Hotel Olissippo Oriente para assistir a uma nova edição dos FĂłruns TĂ©cnicos da APSEI, cujo principal objectivo tem sido a divulgação de soluçÔes tecnolĂłgicas e das boas prĂĄticas em matĂ©ria de prevenção e segurança em edifĂ­cios. Num primeiro momento, Carlos LuĂ­s Santos, da Fucoli-Somepal, apresentou detalhadamente os marcos de incĂȘndio, tambĂ©m conhecidos por hidrantes de incĂȘndio

visando a salvaguarda do bom funcionamento destes equipamentos. A AgĂȘncia Portuguesa do Ambiente (APA) esteve presente no 8Âș FĂłrum APSEI pela voz de Cristina Vaz Nunes, que dedicou a sua apresentação Ă  utilização dos Halons em sistemas fixos de protecção contra incĂȘndios e extintores. A utilização do Halon, enquanto substĂąncia que empobrece a camada de ozono, em sistemas de extinção Ă© unicamente permitida nas utilizaçÔes crĂ­ticas definidas no protocolo de Montreal, sendo exigida uma certificação a todos os tĂ©cnicos que lidem com equipamentos que contenham esta substĂąncia. A utilização deste agente extin-

Para alĂ©m da certificação, o LERF tem planeadas outras actividades, onde se incluem a investigação experimental e numĂ©rica, o apoio Ă s entidades licenciadoras e de fiscalização, a avaliação e reabilitação de estruturas danificadas por incĂȘndio ou o treino de tĂ©cnicos. Com a Ășltima apresentação regressaram as questĂ”es e preocupaçÔes ambientais. A intervenção de Fernando Lamy da Fontoura, da AMB3E, incidiu sobre a problemĂĄtica dos ResĂ­duos dos Equipamentos ElĂ©ctricos e ElectrĂłnicos (REEE). Desde 2005 que os distribuidores de Equipamentos ElĂ©ctricos e ElectrĂłnicos

O 8Âș FĂłrum APSEI foi marcado pela discussĂŁo de questĂ”es ambientais relacionadas com sector profissional da Segurança e pela apresentação de algumas soluçÔes tecnolĂłgicas de protecção contra incĂȘndio.

de coluna, referindo quais as suas caracterĂ­sticas tĂ©cnicas e qual a regulamentação aplicĂĄvel. O combate eficaz a um incĂȘndio depende directamente do correcto funcionamento dos equipamentos de protecção existentes no local. Desta forma, Carlos LuĂ­s destacou os cuidados e procedimentos correctos de instalação, manuseamento e manutenção, 14

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tor para fins comerciais estĂĄ interdita desde Dezembro de 2003. Cristina Vaz Nunes destacou qual o Ăąmbito da legislação aplicĂĄvel e em que consiste o processo de certificação dos tĂ©cnicos que trabalhem com Halon, nĂŁo deixando de frisar a importĂąncia e urgĂȘncia de proteger a camada da ozono e, consequentemente, a vida de todo planeta. O LaboratĂłrio de Estruturas e ResistĂȘncia ao Fogo (LERF), situado na Universidade de Aveiro, foi apresentado por Nuno Lopes. Destaca-se a capacidade do LERF em efectuar ensaios normalizados a elementos e produtos de construção, em conformidade com a regulamentação europeia. Este Ă© o primeiro do seu gĂ©nero em Portugal e, no futuro, irĂĄ permitir Ă s empresas de segurança contra incĂȘndio certificarem os seus produtos em territĂłrio nacional.

sĂŁo responsĂĄveis por garantir a recolha dos resĂ­duos destes equipamentos, onde se incluem as empresas de segurança electrĂłnica. Com a produção em massa deste tipo de equipamentos, a gestĂŁo dos REEE Ă© um processo essencial para a preservação do meio ambiente. Em 2007, a AMB3E foi responsĂĄvel pela gestĂŁo de mais de 20 mil toneladas de REEE’s, sendo que 85% destes resĂ­duos correspondem Ă  categoria dos Grandes Equipamentos, onde se inserem grandes aparelhos para cozinhar, de arrefecimento, ar condicionado, ventilação, electrodomĂ©sticos, entre outros de grande porte. Em forma de conclusĂŁo, a apresentação de Lamy da Fontoura tornou bem clara a necessidade de uma utilização responsĂĄvel dos equipamentos elĂ©ctricos e electrĂłnicos, do inĂ­cio ao final do seu ciclo de vida.



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CAPA

Luciano Borghetti

Integração de sistemas de segurança de pessoas e bens em aeroportos

Engenheiro SĂ©nior da Hughes Associates, Inc e Director-Geral da HAI Europe

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Actualmente jĂĄ nĂŁo Ă© possĂ­vel diferenciar, de forma clara, o que sĂŁo assuntos de Safety e assuntos de Security.

Poucos edifícios representam um desafio tão grande para a Segurança de Pessoas (Safety) e Bens (Security) como os aeroportos; após os acontecimentos do 11 de Setembro, a segurança aeroportuåria tornou-se sinónimo de segurança nacional. Actualmente, os problemas de segurança (Security), designadamente os relacionados com incidentes terroristas de grande escala, constituem uma questão

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prioritĂĄria para a gestĂŁo aeroportuĂĄria. Cada vez mais, as implicaçÔes decorrentes de uma falha no sistema de segurança (Security) tĂȘm repercussĂ”es vastas que ultrapassam as consequĂȘncias verificadas na infra-estrutura aeroportuĂĄria e nos seus utilizadores. Os eventos do 11 de Setembro levantaram diversas questĂ”es relacionadas com a eficĂĄcia da segurança aeroportuĂĄria, dos sistemas de segurança contra incĂȘndio, dos dispositivos de salvamento e socorro e o fluxo de circulação dos ocupantes nos aeroportos, num ambiente que se caracteriza por complexidade e dinamismo. As questĂ”es anteriormente referidas estĂŁo fortemente interligadas, podendo ocorrer em simultĂąneo e atĂ© interagir umas com as outras. Contudo, as consequĂȘncias destas interacçÔes sĂŁo pouco conhecidas. A possibilidade da ocorrĂȘncia de um sem nĂșmero de cenĂĄrios de incidentes e a resposta a estes acontecimentos requer uma abordagem integrada, que minimize o aparecimento de falhas e que impeça os procedimentos de resposta do Safety e Security de colidirem uns com os outros. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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MUDAR A ABORDAGEM O risco de incĂȘndio num aeroporto Ă© considerĂĄvel atendendo ao facto desta infra-estrutura integrar vĂĄrios espaços com caracterĂ­sticas diversas, Ă  complexidade do espaço e Ă  heterogeneidade de capacidades da população presente. Por exemplo, o potencial destrutivo de um incĂȘndio Ă© aumentado pela pouca familiaridade da população residente com a infra-estrutura e com os procedimentos de emergĂȘncia e a natureza do incidente. Esta situação foi evidente no incĂȘndio de Dusseldorf. Os actuais problemas de segurança sĂŁo diferentes daqueles que existiam hĂĄ alguns anos atrĂĄs, relativamente aos quais jĂĄ existia uma compreensĂŁo razoĂĄvel por parte dos especialistas de segurança. A nova problemĂĄtica da segurança exige a adopção de uma nova abordagem e de uma nova maneira de pensar a segurança. Durante o final da dĂ©cada de 80 e o inĂ­cio da dĂ©cada de 90, existiam jĂĄ, em especial na Europa, problemas de segurança relacionados com actividades terroristas; contudo, a percepção pĂșblica da ameaça e as medidas de segurança adoptadas naquele tempo eram significativamente menos restritivas e menos visĂ­veis pelo pĂșblico em geral se compararmos com as medidas hoje implementadas. O pĂșblico tinha maior acesso a todos os espaços e apenas se impunham restriçÔes de acesso por motivos de segurança pĂșblica e de prevenção de actos criminosos, tais como furtos e vandalismo. AtĂ© ao 11 de Setembro, os procedimentos de emergĂȘncia e de evacuação dos ocupantes de um edifĂ­cio (Safety) tinham primazia sobre as medidas utilizadas para a Segurança de bens (Security). Em termos globais, a resposta a situaçÔes de emergĂȘncia/socorro e a segurança de bens/patrimĂłnio eram vistos como mutuamente exclusivos ou incompatĂ­veis. No entanto, apĂłs o 11 de Setembro tornou-se necessĂĄrio encarar o relacionamento entre as questĂ”es de Safety e Security de forma mais interactiva. Actualmente, jĂĄ nĂŁo Ă© possĂ­vel diferenciar, de forma clara, o que sĂŁo assuntos de Safety e assuntos de Security. Por exemplo, um incidente terrorista que recorra a um dispositivo incendiĂĄrio causarĂĄ certamente um incĂȘndio, tal como o que ocorreu em Glasgow em 2007. Po-

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≀ A polĂ­cia britĂąnica investiga o local do atentado terrorista contra o Aeroporto de Glasgow, em 2007.

demos mesmo dizer que, actualmente, no contexto das actividades aeroportuĂĄrias, o Security influencia - e, por vezes, impĂ”e-se – a determinados aspectos do Safety. Num aeroporto, Ă© inevitĂĄvel a ocorrĂȘncia de vĂĄrios procedimentos de segurança em simultĂąneo. Estes procedimentos visam controlar o ingresso (por exemplo, segurança do perĂ­metro), a circulação e a saĂ­da (por exemplo, a gestĂŁo do fluxo de saĂ­da das pessoas da infra-estrutura). Estas acçÔes podem ocorrer em circunstĂąncias de emergĂȘncia e de nĂŁo-emergĂȘncia. A simultaneidade de ocorrĂȘncia destes procedimentos constitui um elemento a ter em conta aquando da concepção, projecto e gestĂŁo deste tipo de edifĂ­cios. A compreensĂŁo das consequĂȘncias desta interacção Ă© um factor

crĂ­tico para se poder atingir o nĂ­vel de segurança desejado. AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE EM AEROPORTOS A Avaliação da Vulnerabilidade (AV) Ă© uma ferramenta inicial para desenvolver o processo de integração dos vĂĄrios procedimentos de emergĂȘncia e de nĂŁo-emergĂȘncia em aeroportos. A AV propĂ”e uma metodologia avançada para identificar, quantificar e avaliar as ĂĄreas de vulnerabilidade, com base num mĂ©todo baseado na eficĂĄcia: a AV permite identificar as vulnerabilidades; numa fase posterior, os mĂ©todos baseados na eficĂĄcia sĂŁo utilizados para quantificar estas vulnerabilidades e sugerir melhorias (esquema 1). ESQUEMA 1

Risco = Valor patrimonial x Avaliação do Risco x Avaliação da Vulnerabilidade fragilidade na resposta Vulnerabilidade Qualquer fragilidade inerente a um bem ou medida de mitigação que pode ser explorada por um agressor (potencial ameaça), adversårio ou concorrente. Refere-se à susceptibilidade da organização poder ser objecto de dano. acção adversa resposta inadequada do sistema (perda/prejuízo)


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TĂ©cnicas de anĂĄlise

AnĂĄlise da capacidade

Listas de verificação

de resposta

Método de pontuação e classificação Método dos cenårios elementares FRAGILIDADES DO SISTEMA Perspectiva integrada

Conflitos

do safety e security

Minimização

APOIO À TOMADA DE DECISÃO

AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE

SOLUÇÕES POSSÍVEIS E MELHORIAS

ESQUEMA 2

A “vulnerabilidade” Ă© a propensĂŁo dos bens poderem ser objecto de dano quando o sistema Ă© submetido a uma “acção/evento adverso”. A vulnerabilidade estĂĄ, por conseguinte, relacionada com as fragilidades do sistema. A vulnerabilidade Ă©, consequentemente, a “medida” da susceptibilidade de dano relacionada com as caracterĂ­sticas intrĂ­nsecas do sistema. É necessĂĄrio proceder Ă  sua quantificação de forma a poder configurar-se um indicador Ăștil. Esta quantificação permitirĂĄ avaliar o impacto e motivar mudanças estruturais e processuais com a finalidade de reduzir o nĂ­vel de vulnerabilidade no sistema. Esta avaliação sĂł Ă© possĂ­vel atravĂ©s do uso de ferramentas baseadas no desempenho. O nĂ­vel de resposta do sistema estĂĄ relacionado com a qualidade da resposta do sistema a um determinado cenĂĄrio. SerĂĄ, pois, a tentativa do sistema atenuar as vulnerabilidades actuais: melhorar a resposta reduz a vulnerabilidade do sistema. A fim de consegui-lo, torna-se necessĂĄrio um mĂ©todo de identificação e de avaliação das vulnerabilidades, de concepção de respostas do sistema e, posteriormente, de determinação do impacto destas respostas, de forma a se poder fazer uma selecção consciente dos meios de protecção. A Avaliação da Vulnerabilidade Ă© um processo que consiste em identificar e quantificar vulnerabilidades num sistema.

A AV Ă© normalmente executada de acordo com as seguintes etapas: (esquema 2) ≄ Identificação e avaliação da ameaça. ≄ Inventariação de recursos e caracterĂ­sticas crĂ­ticas dum sistema. ≄ Inventariação de meios disponĂ­veis num sistema. ≄ Avaliação de recursos e caracterĂ­sticas crĂ­ticas. ≄ Avaliação de meios. ≄ Identificação das vulnerabilidades ou ameaças potenciais e agentes adversos para cada recurso. ≄ Identificação do mĂ©todo que elimina as vulnerabilidades. Quando aplicamos esta perspectiva Ă  segurança, levantam-se algumas questĂ”es: ≄ Vedação e sistema de portagem (security e safety). ≄ Sistema de iluminação (security e safety). ≄ Controlos de porta (security e safety). ≄ SupervisĂŁo remota (security e safety). ≄ Detecção de intrusĂŁo. ≄ Monitorização e controlos (security e safety). ≄ Resposta dos alarmes dos sistemas de safety e security. As perguntas “Qual o nĂ­vel de protecção que necessitamos?” e “Qual o nĂ­vel de segurança que podemos suportar em termos econĂłmicos?” traduzem, regra geral, o relacionamento entre estes factores.

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Consequentemente, uma correcta avaliação de ameaças, perigos e vulnerabilidades deve constituir a primeira etapa num planeamento integrado de Segurança de Pessoas e Bens num aeroporto. De uma forma geral, as actividades de uma equipa de avaliação de ameaças, perigos e vulnerabilidades sĂŁo as seguintes: ≄ Vistoriar o local e instalaçÔes, entrevistar os funcionĂĄrios do aeroporto e verificar os procedimentos de Segurança de Pessoas e Bens, incidentes ocorridos, avaliaçÔes e operaçÔes; ≄ Elaborar uma avaliação objectiva das prioridades de Safety e Security do aeroporto atravĂ©s dos dados recolhidos durante a vistoria; ≄ Por cada ameaça que impende sobre um recurso, elaborar uma recomendação com o objectivo de prevenir, minimizar ou aceitar o risco; ≄ Desenvolver e avaliar os custos dum conjunto de medidas defensivas e recomendaçÔes prioritĂĄrias destinadas a minimizar ou a prevenir riscos. Estas medidas defensivas podem incluir alteraçÔes de ordem fĂ­sica aos edifĂ­cios ou ao local, mudanças nas operaçÔes ou Ă s polĂ­ticas ou a aplicação de tecnologias de segurança electrĂłnica. Teoricamente, atravĂ©s da inventariação de recursos, ameaças, perigos e vulnerabilidades, o projectista de segurança consegue obter um ponto de partida credĂ­vel para poder incrementar os nĂ­veis de segurança de forma eficiente. Permite igualmente fornecer Ă  gestĂŁo do aeroporto uma base documentada para tomar decisĂ”es sobre os riscos e os custos que sĂŁo necessĂĄrios suportar para atenuar estes riscos. A INTERPRETAÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA: A AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE E ABORDAGEM BASEADA NO DESEMPENHO A abordagem baseada no desempenho Ă© um mĂ©todo utilizado para avaliar o nĂ­vel de vulnerabilidade dentro de um sistema e a sua eficĂĄcia na resposta a esta vulnerabilidade. A avaliação do desempenho do sistema Ă© feita de acordo com os critĂ©rios-chave (por exemplo, tempo de evacuação, nĂ­veis de acesso, etc.), ao contrĂĄrio das regras de projecto prĂ©-definidas que sĂŁo concebidas para proporcionar um determinado nĂ­vel de segurança. Trata-se de uma abordagem de engeOUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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CAPA

QUADRO 1 PRINCIPAIS QUESTÕES DE SEGURANÇA INERENTES A UM AEROPORTO.

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS/AMEAÇAS

Sequestro de aviĂ”es; Detonação de explosivos; Contaminação biolĂłgica (por explosĂŁo ou propagação); Contaminação nuclear (por explosĂŁo de bomba nuclear ou propagação); Contaminação quĂ­mica; Tomada de refĂ©ns; Ataque terrorista Ă  rede de comunicaçÔes; Inundação do aeroporto; Sismos; Tornados; Neve; IncĂȘndios.

CONTROLO DE ACESSOS

≄ PatrimĂłnio: AviĂ”es; ComunicaçÔes; InstalaçÔes de assistĂȘncia tĂ©cnica; Terminal; PĂșblico e funcionĂĄrios; Zonas de combustĂ­veis; Estradas; Parqueamentos; Serviços pĂșblicos; Áreas de armazenamento; Armazenamento de combustĂ­veis; Sistema de distribuição de combustĂ­vel. ≄ PerĂ­metro de segurança: _ VedaçÔes: ResistĂȘncia; Altura; ObstĂĄculos; ExistĂȘncia de detectores/sensores; Iluminação; _ EdifĂ­cios; Telhados; Laterais dos edifĂ­cios; Entradas; _ Entrada de veĂ­culos: FuncionĂĄrios; MonitorizaçÔes; _ Fechaduras: chaves; fechaduras; programa de gestĂŁo de acessos _ Sinalização

SEGURANÇA DOS TERMINAIS

≄ Acesso ao aeroporto: requisitos; alarmes; gravaçÔes; mecanismos de portas; nĂșmero de portas de emergĂȘncia. ≄ Zonas de embarque/desembarque: existĂȘncia de sistemas de CFTV; medidas de rastreio/despistagem. ≄ Controlo de acessos: escalonamentos; consistĂȘncia dos mecanismos; fontes de alimentação de emergĂȘncia; isolamento da rede de segurança; controlo centralizado das portas de segurança; monitorização do acesso Ă  cobertura do edifĂ­cio. ≄ CFTV: NĂșmero e ĂĄrea de cobertura das cĂąmaras; anĂĄlise dos vĂ­deos; controlo centralizado; Integração com outros sistemas de CFTV

ARMAZENAMENTO DE COMBUSTÍVEIS

VedaçÔes, Controlo da entrada, Monitorização através de sistemas de CFTV.

nharia que visa adequar o desempenho do sistema de acordo com diferentes cenĂĄrios. Existem vĂĄrias respostas possĂ­veis por cada cenĂĄrio de incidente. A selecção de uma determinada resposta serĂĄ feita com base nos riscos inerentes, nas capacidades da população que utiliza o edifĂ­cio e na maturidade dos responsĂĄveis de segurança na gestĂŁo da resposta a uma ocorrĂȘncia. A resposta do sistema Ă© influenciada por trĂȘs factores: ≄ Acção: permanecer no local; deslocarse atĂ© um abrigo dentro do edifĂ­cio; evacuar o edifĂ­cio; deslocar-se atĂ© um ponto predefinido; evacuar o local. Por exemplo, uma evacuação incentivarĂĄ a população a deslo20

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car-se do local do perigo para um lugar com segurança relativa. ≄ População que utiliza o edifĂ­cio. ≄  Acesso: acesso restrito; manutenção do nĂ­vel de acesso; aumentar o nĂ­vel de acesso. Por exemplo, as medidas de segurança podem ser alteradas durante um incĂȘndio. Estes trĂȘs factores podem ser combinados de forma a produzir uma escala de respostas diferentes do sistema. O quadro 2 apresenta vĂĄrias combinaçÔes destes factores, configurando diferentes respostas. Com efeito, diferentes grupos da população podem dar origem a diferentes procedimentos de segurança. Por exemplo, os indivĂ­duos com diminuição severa de capa-

cidade, em vez de procederem Ă  evacuação vertical, serĂŁo muito provavelmente transportados horizontalmente atĂ© Ă s escadas, onde ficarĂŁo abrigados. Nas grandes estruturas, podem coexistir diferentes tipos de respostas de segurança a emergĂȘncias. Por exemplo, um incĂȘndio de pequena dimensĂŁo num terminal de um aeroporto poderĂĄ nĂŁo influenciar a segurança nos locais de embarque. Em suma, a identificação das vulnerabilidades de um aeroporto, a sua quantificação e a anĂĄlise do seu impacto nos procedimentos de segurança sĂŁo elementos que influenciam directamente no projecto e execução do projecto de segurança de um aeroporto.


CAPA

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QUADRO 2 PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA A CENÁRIOS DE EMERGÊNCIA.

PROCEDIMENTO

DESCRIÇÃO

PROBLEMAS

EVACUAÇÃO TOTAL

A população é notificada e levada a evacuar o local.

Evitar congestionamentos. Garantir que toda a população Ă© evacuada. Garantir o nĂșmero suficiente de colaboradores necessĂĄrio Ă  gestĂŁo da evacuação do edifĂ­cio.

EVACUAÇÃO PARCIAL

Apenas parte da população é evacuada. A este procedimento pode seguir-se, ou não, a evacuação total da restante população.

Conseguir informar apenas parte da população, sem informar inadvertidamente a restante população. A reacção da população não notificada. A capacidade dos colaboradores gerirem o processo de evacuação.

ABRIGO DE SEGURANÇA

A população (ou parte dela) é encaminhada ou mantida num determinado abrigo de segurança do edifício.

Garantir a permanĂȘncia da população no abrigo de segurança. Conseguir obter a confiança da população no procedimento. Informar a população acerca do incidente e do procedimento. Garantir que o obrigo Ă© realmente seguro e que aparenta ser seguro.

GESTÃO DE RESPOSTA

O sinal de alarme é transmitido a determinados colaboradores, que averiguam o incidente. Confirmado o incidente, é então dada ordem de evacuação à totalidade ou parte da população.

Reunir informação exacta e actual. Informar os colaboradores sem informar a população. Tomar decisÔes bem estruturadas de modo a decidir quando evacuar a população.

EVACUAÇÃO ATRAVÉS

O incidente é de tal ordem grave que ameaça o local de imediato e requer a evacuação de toda a população através de todos os meios disponíveis.

Capacidade de gerir a evacuação da população recorrendo a diferentes tipos de transportes. Gerir congestionamentos.

CIRCULAÇÃO GERAL

Evacuação do edifĂ­cio em situação de nĂŁo-emergĂȘncia.

Gerir a evacuação da população por uma questão de segurança. Receber informaçÔes acerca dos níveis de congestionamento existentes.

SEGURANÇA (SECURITY)(SECURITY)

Tentativa de gerir o acesso a determinados locais.

Gerir o encaminhamento da população a zonas de segurança. Manter os dispositivos de security sem afectar a evacuação ou segurança da população.

DE DIFERENTES TIPOS DE TRANSPORTES

INTEGRAÇÃO DE SAFETY E SECURITY NA GESTÃO DA SEGURANÇA Nesta secção iremos dar um exemplo do tipo de abordagem integrada que pode ser desenvolvida combinando a avaliação da vulnerabilidade e uma abordagem baseada no desempenho do sistema de segurança.

Durante a maior parte do sĂ©culo XX, foi largamente assumido que uma população em evacuação deveria ser privada da informação aquando da ocorrĂȘncia de determinado incidente (por exemplo, um incĂȘndio) jĂĄ que este conhecimento poderia instilar o pĂąnico. Por efeito dos avanços na compreensĂŁo do comportamento

humano, este ponto de vista foi superado e hoje Ă© consensual que a população utilizadora dum edifĂ­cio necessita de ser informada sobre o incidente e a necessidade de evacuação, tĂŁo cedo quanto possĂ­vel e da forma mais detalhada possĂ­vel, a fim de aumentar a sua capacidade de aceitação dos procedimentos de emergĂȘncia e OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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de informar o seu processo de tomada de decisĂŁo. Actualmente, Ă© comummente aceite que privar de informação os ocupantes em evacuação aumenta a probabilidade de ocorrĂȘncia de acçÔes irracionais ou sub-optimizadas. Existe uma diferença perfeitamente identificada entre a resposta que os sistemas de alarme de incĂȘndio supostamente devem evocar e a resposta que realmente ocorre. Embora exista um conjunto de razĂ”es pelas quais os utilizadores dos edifĂ­cios nĂŁo iniciam imediatamente a evacuação de uma determinada ĂĄrea de incĂȘndio, uma das causas mais apontada Ă© a falta de informação a respeito da localização e/ou da gravidade do evento. Em muitos casos, esta falta de informação faz com que os ocupantes possam fazer julgamentos incorrectos a respeito do seu nĂ­vel de segurança. As consequĂȘncias emergentes da violação dos dispositivos de segurança podem igualmente afectar a resposta Ă s situaçÔes de emergĂȘncia. As pessoas presentes nos espaços aeroportuĂĄrios tĂȘm geralmente uma razĂŁo especĂ­fica para se encontrarem naquela localização; normalmente ou preparam-se para viajar ou aguardam a chegada de alguĂ©m. Na maior parte dos casos, o indivĂ­duo estĂĄ empenhado em permanecer no espaço, independentemente da ocorrĂȘncia de algum incidente. Devido a este nĂ­vel de comprometimento dos utilizadores de um aeroporto, a reacção a um incĂȘndio num terminal de aeroporto apresenta diversos problemas: ≄ As pessoas nĂŁo querem abandonar o edifĂ­cio dado o grau de compromisso com uma tarefa (fazer uma viagem ou esperar alguĂ©m). Se as pessoas forem solicitadas a evacuar do terminal, esta acção poderĂĄ ter uma consequĂȘncia directa que Ă©, por exemplo, perder o voo. ≄ As pessoas mostram-se frequentemente relutantes em acreditar que existe um incidente real, conquanto nĂŁo exista evidĂȘncia fĂ­sica desta ocorrĂȘncia (por exemplo, existĂȘncia de fumo). ≄ Durante a evacuação, as pessoas movimentam-se sobretudo numa lĂłgica de grupo, independentemente do grau de familiaridade com os caminhos disponĂ­veis. A concepção do plano de emergĂȘncia Ă©, por conseguinte, crĂ­tica para assegurar que os ocupantes respondem rapidamente e evacuam da maneira prescrita. 22

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CAPA

O interface da detecção e alarme de incĂȘndio com as com portas de segurança Ă© uma questĂŁo hĂĄ muito debatida no mundo da segurança, verificando-se a prevalĂȘncia da função de saĂ­da de emergĂȘncia sobre a função da segurança. As pessoas que querem infligir danos aos utentes e funcionĂĄrios do aeroporto, Ă s infra-estruturas ou aviĂ”es, podem servirse do sistema automĂĄtico de detecção e alarme de incĂȘndio para abrir as portas de segurança e aceder Ă s diversas ĂĄreas ou para fazer com que as pessoas se reĂșnam em determinadas ĂĄreas ou ainda aceder a ĂĄreas especĂ­ficas protegidas. Em qualquer dos casos, o cenĂĄrio pode ser planeado de tal forma que os sistemas de alarme de incĂȘndio permitam o acesso a determinadas ĂĄreas ou fazer com que as pessoas se concentrem em determinados locais por forma a maximizar os danos. Para evitar este tipo atentado Ă  segurança, Ă© necessĂĄrio adoptar uma abordagem integrada entre Safety e Security. Uma das opçÔes serĂĄ nĂŁo alterar o projecto de segurança (por exemplo, dois detectores localizados numa determinada zona de segurança que permitem abrir as portas naquela ĂĄrea) e assegurar-se de que os procedimentos de organização da segurança garantem o cumprimento do objectivo final. Este procedimento apresenta a vantagem de nĂŁo obrigar a qualquer alteração dos sistemas de detecção e alarme de incĂȘndio. As condiçÔes observadas, por exemplo, nas portas de embarque indiciam que serĂĄ necessĂĄrio o reforço de vigilantes para impedir o uso oportunista dos interfaces de safety e security. Do ponto de vista da evacuação de pessoas, esta solução coloca alguns problemas uma vez que apenas um nĂșmero limitado de portas se abrem apĂłs a iniciação do alarme de incĂȘndio. O mĂ©todo mais correntemente utilizado consiste em fazer activar, por cada zona de segurança, um dispositivo de alarme. Segundo este conceito, independentemente da zona de alarme onde se localiza o incidente, os ocupantes terĂŁo acesso Ă  porta de saĂ­da mais prĂłxima, que poderĂĄ ser ou nĂŁo uma das abertas pelo sistema de alarme do incĂȘndio. Embora estas portas continuem a abrir, serĂŁo fechadas ao fim de 15 segundos e serĂŁo accionadas alarmes individuais por cada porta. Adicionalmente, as cĂąmaras

de segurança serĂŁo accionadas por cada porta aberta. A combinação dos alarmes de incĂȘndio com a temporização do encerramento das portas poderĂĄ ser desconcertante para os ocupantes em evacuação. O facto de se poder introduzir caracterĂ­sticas adicionais no sistema para o controlo da abertura da porta, tais como a temporização do fecho ou a necessidade de activação de detectores adicionais, reduz a possibilidade dos intrusos identificarem a sequĂȘncia necessĂĄria para aceder, mas contribui para exacerbar as condiçÔes jĂĄ por si perturbadoras de uma operação de evacuação. Promover a abertura das portas fora da zona de segurança estabelecida significa acrescentar um potencial de risco que poderia comprometer o perĂ­metro de segurança, embora minimizasse as questĂ”es relacionadas com a saĂ­da/evacuação. Uma solução alternativa Ă  actual configuração seria implementar um sistema de evacuação por voz. Quer seja accionado automĂĄtica ou manualmente, as informaçÔes por voz permitem notificar os ocupantes de determinada ocorrĂȘncia e fornecer instruçÔes. O tipo de informação mais Ăștil Ă  segurança sĂŁo as mensagens que encaminham os ocupantes para as zonas seguras atĂ© que o incidente seja verificado e os funcionĂĄrios do aeroporto estejam em condiçÔes de acompanhar os ocupantes atĂ© outra localização, quer seja no interior ou exterior do edifĂ­cios e de uma forma controlada. Embora esta solução de evacuação implique um apoio significativo de pessoas (auxiliares de segurança) comparativamente Ă s prĂĄticas actuais, apresenta a vantagem de conciliar harmonicamente os requisitos de segurança (Security) com os objectivos da segurança contra incĂȘndio e das pessoas. Os sistemas manuais de evacuação por voz permitem uma gestĂŁo de emergĂȘncia mais flexĂ­vel, mas sĂŁo mais mĂŁo-de-obra intensivos, para alĂ©m de exigirem que todos os auxiliares de segurança tenham uma formação adequada. JĂĄ os sistemas automĂĄticos de evacuação por voz reduzem a participação de pessoas, assegurando um nĂ­vel de consistĂȘncia e eficiĂȘncia quando sĂŁo utilizados. Contudo, os sistemas automĂĄticos estĂŁo limitados a um nĂșmero restrito de tipos de mensagem e estĂŁo dependentes de dispositivos de iniciação, o que contribui para reduzir a sua eficiĂȘncia caso seja accionado um alarme fora de uma zona da segurança.


GettyImages

CAPA

≀ Evacuação do Aeroporto Internacional de Ataturk, em Istambul (Turquia) apĂłs o incĂȘndio de 24 de Maio de 2004.

DISCURSO DIRECTO Que recomendaçÔes pode deixar aos consultores e projectistas que estĂŁo envolvidos no projecto de segurança de uma nova infra-estrutura aeroportuĂĄria? Devido Ă  complexidade do projecto, quer se trate de um novo aeroporto e/ou de ampliaçÔes/modificaçÔes substanciais de um aeroporto existente, recomendo a constituição de uma equipa multidisciplinar de especialistas que dominem os principais factores crĂ­ticos de um sistema de segurança. É essencial que esta equipa conte, desde o inĂ­cio do trabalho, com o apoio de um consultor qualificado para aspectos da segurança que incluem a conformidade com os aspectos regulamentares e normativos da segurança, a avaliação do risco de incĂȘndio do edifĂ­cio, a gestĂŁo da desenfumagem dentro do edifĂ­cio, a utilização da modelização computadorizadas e a anĂĄlise do fluxo de evacuação. A utilização de uma abordagem baseada no desempenho, juntamente com a contribuição de um consultor qualificado para as questĂ”es de security, incluindo a anĂĄlise das vulnerabilidades, Ă© fundamental para se conseguir uma integração equilibrada das questĂ”es de Safety e Security.

PROJECTOS DE SEGURANÇA EM QUE LUCIANO BORGHETTI PARTICIPOU RECENTEMENTE ≄ Projecto dos sistemas de detecção e protecção contra incĂȘndio do hangar de aviĂ”es Jumbo do aeroporto Leonardo da Vinci Rome Fiumicino. ≄ Renovação dos sistemas de detecção e protecção de incĂȘndio dos hangares de manutenção e pintura do aeroporto Leonardo da Vinci Rome Fiumicino Airport. ≄ Projecto de sistemas de detecção e protecção contra incĂȘndio do armazenamento, distribuição e abastecimento de combustĂ­veis do aeroporto Milano Linate Airport (aeroporto civil e militar). ≄ Gestor de projecto de alteração e beneficiação do sistema de segurança dos aeroportos militares e civis de Moçambique, Zaire e NigĂ©ria.

O autor agradece 01 aos colegas especialistas da Hughes Associates, Inc e Hughes Associates Europe, srl pelo apoio recebido para a elaboração deste artigo.

Ligadas Ă  solução de evacuação de pessoas de um edifĂ­cio, estĂŁo naturalmente as questĂ”es de inspecção, teste e manutenção. É fundamental que os dois aspectos fundamentais do fluxo de saĂ­da de pessoas relacionado com as portas de segurança - os mecanismos de temporização e o interface dos alarmes com estes dispositivos – estejam permanentemente operacionais, sendo essencial que sejam testados regularmente. Apesar de nĂŁo existir nenhum requisito normativo que exija o teste do mecanismo de temporização, os fabricantes recomendam a execução desta operação com regularidade. Uma das vantagens do sistema da segurança aeroportuĂĄria Ă© a cobertura por cĂąmaras e a capacidade das pessoas ligadas aos procedimentos de emergĂȘncia poderem utilizĂĄ-las para uma variedade de situaçÔes. A configuração actual permite aos responsĂĄveis de segurança coordenar o pessoal de segurança e visualizar os locais onde os incĂȘndios foram reportados ou os locais que estĂŁo a ser percorridos pelos ocupantes em evacuação. De acordo com a configuração actual, os sistemas de circuito fechado de televisĂŁo (CFTV) sĂŁo utilizados prioritariamente para responder a emergĂȘncias. No caso de utilização dos sistemas automĂĄticos de evacuação por voz, a funcionalidade atrĂĄs referida mantĂ©m-se. Contudo, caso seja implementado um sistema manual de evacuação por voz, o sistema de CFTV poderĂĄ ser utilizado para verificar a posição e o desenvolvimento do incĂȘndio. Esta verificação poderĂĄ ser fundamental para facilitar o plano de evacuação, para relocalizar e evacuar os ocupantes. Devido Ă  cobertura extensiva de cĂąmaras em aeroportos, muitos incĂȘndios jĂĄ foram identificados em poucos segundos depois da sua ignição. Deve-se, contudo, ter em conta que as ĂĄreas de escritĂłrio e algumas ĂĄreas nĂŁo pĂșblicas, bem como o interior dos meios de transporte, nĂŁo tĂȘm cobertura de CFTV. Em suma, independentemente da modalidade de evacuação implementada, Ă© essencial que o projecto de segurança e o plano de emergĂȘncia de um aeroporto garantam a integração dos objectivos de Security e Safety. Actualmente, jĂĄ existem tecnologias que permitem integrar o sistema de detecção e alarme de incĂȘndio com o CFTV. Contudo, o benefĂ­cio deste interface estĂĄ muito dependente do plano de emergĂȘncia implementado e da maturidade dos responsĂĄveis de segurança que gerem o fluxo de evacuação dos ocupantes nas situaçÔes de segurança e incĂȘndio. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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Rui Proença Director de OperaçÔes da ADT FIre & Security

Videovigilñncia nas grandes cidades: TENDÊNCIAS E CASO PRÁTICO DA RIBEIRA DO PORTO

Com este artigo pretende-se descrever sucintamente os sistemas de videovigilĂąncia (CFTV) e a sua evolução, destacar as principais conclusĂ”es de um estudo realizado em vĂĄrios paĂ­ses da UniĂŁo Europeia sobre esta tecnologia e, por Ășltimo, apresentar um caso prĂĄtico em fase de implementação na zona da Ribeira do Porto.


INFORMAÇÃO TÉCNICA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA: BREVE HISTORIAL E EVOLUÇÃO As primeiras cĂąmaras de CFTV (Circuito Fechado de TelevisĂŁo) utilizadas nos espaços pĂșblicos eram de grande dimensĂŁo, intrusivas, com pouca definição e sensibilidade, e a preto e branco, sem possibilidade de efectuar pan/tilt ou zoom. Actualmente, os sistemas de CFTV utilizam cĂąmaras de pequena dimensĂŁo, de alta resolução, com visĂŁo nocturna e de elevada mobilidade, que podem nĂŁo sĂł visualizar os detalhes rapidamente, como estar interligadas a sistemas computadorizados em que os objectos/pessoas poderĂŁo ser seguidos semi-automaticamente sem intervenção humana. Com os sistemas actuais Ă© possĂ­vel seguir o movimento de uma pessoa isolada, em imagens com pouco movimento, bem como “fixar” um(a) determinado(a) objecto/ pessoa no ecrĂŁ numa cena com movimento e ser o prĂłprio sistema a efectuar o follow up automaticamente, comutando, inclusivamente, entre cĂąmaras. Monitorização de imagens de CFTV. Os sistemas computadorizados que estĂŁo, neste momento, em desenvolvimento, e alguns jĂĄ em aplicação, permitem evitar que os operadores de sistemas de CFTV estejam constantemente a tentar visualizar as imagens em todos os monitores, o que Ă© praticamente impossĂ­vel e de reduzido valor acrescido tendo em conta o esforço dispendido e os escassos resultados obtidos. Estes sistemas permitem ao operador controlar mais dispositivos para alĂ©m das cĂąmaras de CFTV, possibilitandolhe efectuar funçÔes mais relevantes do ponto de vista da segurança. Este tipo de sistema nĂŁo observa as pessoas directamente, mas o seu comportamento atravĂ©s da anĂĄlise do movimento do seu corpo, roupa ou bagagem. A teoria em que se baseia Ă© a de que em espaços pĂșblicos, as pessoas tĂȘm tendĂȘncia para se comportarem de uma forma preditiva. Por exemplo, pessoas que “nĂŁo fazem parte da multidĂŁo” nĂŁo se comportam da mesma forma e serĂŁo detectadas pelo sistema que envia um sinal de prĂ©-alarme aos operadores. Recentemente, no Reino Unido, foi implementada uma tecnologia pioneira que integra este tipo de sistemas com a captação de ĂĄudio por microfones, ou seja, que utiliza mi-

crofones em conjunto com CFTV. Neste caso, em situaçÔes em que alguĂ©m se comporte de uma forma agressiva (ex: provocando alguĂ©m) a cĂąmara poderĂĄ automaticamente fazer zoom e apontar para o indivĂ­duo, ao mesmo tempo que adverte o operador atravĂ©s do envio de um sinal de alarme. Obviamente que este tipo de aplicaçÔes levanta algumas questĂ”es relacionadas com a violação de privacidade, uma vez que se pode ouvir e gravar conversas de Ă­ndole particular a uma distancia considerĂĄvel (100 metros). Este tipo de tecnologia Ă© particularmente relevante em paĂ­ses como o Reino Unido, que Ă© o paĂ­s com o maior nĂșmero de cĂąmaras de vĂ­deo instaladas: mais de 4 milhĂ”es no total, o que equivale a uma cĂąmara de CFTV por cada 14 habitantes (um habitante da cidade de Londres, por exemplo, poderĂĄ ser visualizado por, pelo menos, 300 cĂąmaras em cada dia). Podemos afirmar que Londres Ă© o local do mundo mais “CFTVizado”. A proliferação de cĂąmaras foi fortemente popularizada e mesmo culturalmente integrada, existindo inclusive uma banda britĂąnica de rock, os Hard Fi, cujo nome do seu primeiro ĂĄlbum Ă© ‘Stars Of CCTV’. AnĂĄlise inteligente de vĂ­deo. A videovigilĂąncia estĂĄ a emergir como uma tecnologia cada vez mais proactiva e ”inteligente”, tornando-se cada vez mais divulgada e reconhecida como uma ferramenta essencial em termos de segurança. A videovigilĂąncia “inteligente” torna-se cada vez mais uma realidade atravĂ©s de: VĂ­deo analytics – tecnologia que processa e filtra imagens de vĂ­deo capturadas e analisa-as, pesquisando por determinados factores especĂ­ficos, como por exemplo: objectos, dados ou comportamentos. A videovigilĂąncia seja atravĂ©s de imagens ao vivo ou gravadas, pode ser utilizada para identificar irregularidades ou sinais de alarme que poderiam, de outra forma, ser ignorados pelos operadores. Existem cada vez mais cidades no mundo que utilizam esta tecnologia de vĂ­deo para elevar os nĂ­veis de segurança das suas infra-estruturas. Por exemplo, a cidade de Chicago implementou um sistema smart video surveillance network distribuĂ­do pela cidade a fim de

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detectar qualquer anomalia ou alteração de ordem pĂșblica. Este sistema pode ser configurado de molde a que as forças policiais sejam avisadas automaticamente cada vez que um veĂ­culo com uma determinada matrĂ­cula Ă© detectado, que uma viatura ou pessoa esteja a rondar um local especĂ­fico ou na eventualidade de deixarem malas (ou objectos) abandonados na via pĂșblica. A fiabilidade e a velocidade de obtenção de resultados tornam esta tecnologia muito mais eficiente do que os mĂ©todos tradicionais de pesquisa manual por data/hora. Solução de vĂ­deo convergence – esta Ă© uma tecnologia emergente designada para integrar as tecnologias mais evoluĂ­das de vĂ­deo, no mundo IT, de molde a que exista um sĂł sistema com inteligĂȘncia prĂłpria. Sempre que a informação pode ser recolhida e analisada por redes (networks) diferentes, internas e externas e processada com algoritmos adequados abrangentes, diminui drasticamente a possibilidade da ocorrĂȘncia duma falha de segurança. Actualmente, existem diversas tecnologias baseadas em IP que permitem usufruir de vĂĄrias vantagens de sistemas de vĂ­deo em rede (network), nomeadamente: A) Fast Ethernet (100 Mbit/s). Consegue suportar velocidades de transferĂȘncias atĂ© 100 Mbit/s. É actualmente o tipo mais comum de ligação Ethernet nas redes de computadores. O standard Ă© chamado 100BASE-T. B) Gigabit Ethernet (1000 Mbit/s). Este serĂĄ, em princĂ­pio, o standard que estĂĄ a ser implementado pelos fabricantes de computadores e de equipamentos de rede. No entanto Ă© ainda mais utilizado para construção de backbones entre servidores de rede e switchers. C) 10 Gigabit Ethernet (10 000 Mbit/s).​ Esta serĂĄ no futuro, a infra-estrutura para o backbone entre redes empresariais. D) Power over Ethernet (PoE). É uma tecnologia que integra a alimentação dos elementos de rede com a prĂłpria rede, criando uma Ășnica infra-estrutura. Permite a alimentação atravĂ©s do cabo de rede, de um elemento, como uma cĂąmara network, utilizando o mesmo cabo de rede. Com este tipo de tecnologia nĂŁo sĂŁo necessĂĄrias as tomadas de alimentação locais junto Ă s cĂąmaras e permite uma aplicação mais fĂĄcil de UPS OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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para assegurar um funcionamento contĂ­nuo de 24 horas/7 dias por semana. A sua aplicação pode ser muito Ăștil, por exemplo, em edifĂ­cios classificados como histĂłricos, onde a passagem de cabos nĂŁo Ă© possĂ­vel sem causar danos de uma forma gravosa ou quando Ă© necessĂĄrio alterar a posição duma cĂąmara para um novo local sem ser necessĂĄrio passar todos os cabos para a nova localização. E) Wireless. Esta tecnologia existe tanto para sistemas de vĂ­deo analĂłgicos como digitais, indo alĂ©m das limitaçÔes de rede fĂ­sica. Existem 2 tipos bĂĄsicos de categorias de comunicaçÔes wireless: Wireless LAN (mais conhecida por WLAN). Broadband wireless Access - 802.16 - WiMAX. O IEEE 802.16 Ă© tambĂ©m conhecido por WiMAX que Ă© uma especificação para redes wireless de banda larga metropolitanas (MAN metropolitan access networks com broadband wireless).

INFORMAÇÃO TÉCNICA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA EM ESPAÇOS PÚBLICOS EM PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA Recentemente, a utilização de sistemas de videovigilĂąncia em espaços pĂșblicos tem estado em anĂĄlise e discussĂŁo em alguns dos paĂ­ses da UniĂŁo Europeia, revelando-se as opiniĂ”es muito dĂ­spares. Enquanto que em algumas cidades os sistemas jĂĄ foram instalados, noutras estĂĄ ainda a ser estudada a sua implementação. No entanto, ainda nĂŁo existem estudos em Portugal sobre os resultados da sua implementação, uma vez que sĂł agora se começaram a dar os primeiros passos, como Ă© o caso do Sistema de videovigilĂąncia na Ribeira do Porto. ApĂłs consulta a entidades de diferentes paĂ­ses, relativamente Ă s instalaçÔes de CFTV, foi possĂ­vel concluir que no Reino Unido, Irlanda, França, BĂ©lgica e FinlĂąndia existe jĂĄ alguma informação sobre os sistemas que aĂ­ foram instalados. A conclusĂŁo

≀ James Bulger, de 2 anos de idade, no momento em que foi raptado num centro comercial perto de

Liverpool por Jon Venables, de 10 anos, em 1993. James foi posteriormente torturado e assassinado por Jon Venables e outro rapaz da mesma idade. (Getty)

O IEEE 802.16 suporta velocidades muitos altas, tanto em uploading como para download, de uma estação base até uma distùncia cerca de 50 km e permite também serviços de VoIP (Voice over IP). 26

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generalizada sobre os objectivos da implementação dos sistemas de videovigilùncia é que estes contribuem para a prevenção e redução do crime, ao mesmo tempo que auxiliam a polícia a detectar e averiguar even-

tuais actos de violĂȘncia. Estes sistemas sĂŁo normalmente implementados como parte integrada de uma estratĂ©gia de prevenção e combate ao crime. No Reino Unido o sistema de CFTV Ă© sempre instalado com base nesta estratĂ©gia. França Ă© um caso especial porque possui uma lei especĂ­fica relativa a sistemas de CFTV. Nos outros paĂ­ses as regras de implementação de sistemas de CFTV estĂŁo condicionadas a disposiçÔes relativas Ă  protecção de dados pessoais e sĂŁo muito similares entre si (em Portugal estĂŁo condicionadas a aprovação prĂ©via da CNPD – ComissĂŁo Nacional de Protecção de Dados) Existem, contudo, diferenças substanciais nos diferentes paĂ­ses relativamente ao prazo de conservação das gravaçÔes de imagens vĂ­deo. Em França e Inglaterra podem guardar-se as gravaçÔes atĂ© um mĂȘs depois mas, por exemplo, na BĂ©lgica sĂł Ă© permitido a sua conservação pelo prazo mĂĄximo de 24 horas. Em Inglaterra e Irlanda existem projectos nacionais para ajudar a definir a utilização de CFTV nos espaços pĂșblicos, assim como companhias privadas que, como contrapartida de alguma publicidade, contribuem consideravelmente para os custos da implementação dos mesmos. No entanto, a maior parte dos custos decorrentes da operação sĂŁo normalmente suportados pelas entidades locais. Em todos os paĂ­ses a opiniĂŁo pĂșblica Ă©, de uma forma geral, a favor da implementação dos Sistemas de videovigilĂąncia. NĂŁo obstante, em França e na BĂ©lgica proliferam discussĂ”es relativas Ă  implementação de CFTV nos espaços pĂșblicos e a possibilidade da mesma poder constituir uma violação dos direitos de privacidade das pessoas. A monitorização e controlo dos sistemas de CFTV sĂŁo geralmente feitos pelas autoridades policiais ou outro organismo governamental. Actualmente, em Inglaterra e na FinlĂąndia, a monitorização Ă© feita por vigilantes privados civis devidamente formados e nĂŁo pela polĂ­cia. Apesar de terem sido as forças policiais a assegurar este tipo de serviço inicialmente, factores econĂłmicos e a falta de efectivos policiais levaram a que este serviço passasse a ser garantido por operadores civis treinados e certificados. Neste Modus Operandi Ă© essencial a formação dada aos


INFORMAÇÃO TÉCNICA

operadores, assim como a manutenção de um elevado nĂ­vel de qualidade de comunicação com as forças policiais. Em Inglaterra Ă© considerado fundamental que os monitores estejam a ser visualizados 24 horas por dia, a fim de maximizar o efeito de vigilĂąncia. Existem tambĂ©m diversos projectos implementados, e em vias de o ser, com sistemas de reconhecimento facial permitindo uma fiabilidade muito elevada, aproximando-se de quase 100% em determinadas circunstĂąncias. Estes sistemas permitem aos operadores um controlo menos exaustivo das imagens, libertando-os para outro tipo de tarefas mais relevantes. Na maioria dos locais em que foram instalados sistemas de CFTV, a taxa de incidĂȘncia de crimes diminuiu, noutros manteve-se e sĂł raramente aumentou. A variação foi registada situando-se entre uma redução de 21% e um aumento de 9%. No que concerne aos actos de violĂȘncia sobre as pessoas, o efeito dos sistemas de CFTV Ă© distinto devido ao facto deste tipo de comportamento ser, na maior parte dos casos, impulsivo e as pessoas envolvidas estarem sob influĂȘncia de ĂĄlcool e/ou drogas. Devido ao seu estado, as pessoas tendem a ter menos cuidado e atenção na presença das cĂąmaras. Nestes casos, a polĂ­cia poderĂĄ impedir actos violentos atravĂ©s duma intervenção rĂĄpida aos primeiros sinais de perturbação da ordem pĂșblica. Se, por um lado, os sistemas de CFTV tĂȘm a virtude de reduzir o sentimento de insegurança da população em geral, por outro lado, as cĂąmaras em espaço pĂșblico poderĂŁo ter tambĂ©m um efeito contraproducente de “deslocar” algumas das pessoas que cometem actos violentos para outras zonas onde nĂŁo existe essa cobertura. Um dos outros factores que poderĂĄ potenciar o efeito dissuasor dos sistemas de videovigilĂąncia Ă© o local da cidade onde as cĂąmaras sĂŁo instaladas, a dimensĂŁo da cĂąmara, o seu nĂ­vel de visibilidade/publicidade. Recomendase a realização de avaliaçÔes periĂłdicas do impacto dos sistemas, uma vez que os efeitos da dissuasĂŁo da instalação de sistemas de videovigilĂąncia tendem a atenuar-se ao fim do primeiro ano. Tanto o pĂșblico em geral como os possĂ­veis transgressores tendem a acomodar-se Ă s cĂąmaras. Por esta razĂŁo, deverĂŁo promover-se avaliaçÔes periĂłdicas, com in-

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tervalos programados e constantes, de modo a que se possa comparar os resultados. Adicionalmente, deverĂŁo ser feitas comparaçÔes com outras zonas pĂșblicas cobertas por sistemas de videovigilĂąncia, de forma a poder-se aferir, de uma forma sistemĂĄtica e credĂ­vel, os nĂ­veis de ocorrĂȘncia de crime. No entanto, os sistemas de videovigilĂąncia deverĂŁo fazer sempre parte duma polĂ­tica integrada de redução e prevenção do crime, sendo necessĂĄrio um estudo aprofundado das consequĂȘncias da implementação de CFTV na gestĂŁo policial. A investigação e a persecução de investigação de vĂĄrios casos de assassĂ­nio e assaltos sĂŁo, frequentemente, apoiadas pela acção dos sistemas de CFTV. A utilização de gravaçÔes de CFTV a fim de analisar e pesquisar os raptos de crianças Ă© essencial para a resolução dos mesmos. De uma forma geral, poder-se-ĂĄ concluir que o feito mais mensurĂĄvel da implemen-

≄ Eric Harris and Dylan Klebold captados pelo sistema de videovigilĂąncia da Columbine High School, nos

E.U.A., durante o massacre da 1999 em que morreram 13 pessoas. (Getty)

tação deste tipo de sistemas não é tanto a prevenção criminal, mas a identificação de criminosos, algumas vezes com elevado impacto mediåtico.

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PROJECTO DE VIDEOVIGILÂNCIA DA RIBEIRA DO PORTO Tratou-se inicialmente de um projecto de instalação de 13 cĂąmaras mĂłveis na zona da Ribeira do Porto, monitorizadas pelo comando metropolitano do Porto localizado na praça do Aljubre – Porto, a fim de prevenir e combater a criminalidade devendo, como tal, funcionar de acordo com os prĂ©-requisitos aprovados da CNPD. Mais tarde, o projecto foi ampliado para 14 cĂąmaras mĂłveis. Uma das primeiras contrariedades verificadas na implementação deste sistema, e que contribuiu significativamente para o seu atraso, foi o facto de da EDP ter exigido um

INFORMAÇÃO TÉCNICA

ponto de ligação Ă  rede elĂ©ctrica por cada cĂąmara de videovigilĂąncia com contrato, quadro elĂ©ctrico e certificação etc. Em declaraçÔes Ă  comunicação social, o presidente da ABZHP - Associação de Bares da Zona HistĂłrica do Porto, AntĂłnio Fonseca, afirmou que “a EDP “obrigou” a associação, responsĂĄvel pelo projecto, a fazer um contrato por cada cĂąmara de videovigilĂąncia, apesar de a CĂąmara do Porto ter autorizado a utilização da rede pĂșblica de electricidade. A inauguração do sistema jĂĄ tinha sido adiada por causa de problemas no sinal de transmissĂŁo de vĂ­deo para a PSP”. AntĂłnio Fonseca declarou que a exigĂȘncia da EDP de um contrato por cĂąmara vai ter “custos

elevados”. “Esta Ă© a burocracia que o paĂ­s tem”, acrescentou, “A EDP exigiu a celebração de um contrato por cada cĂąmara, acabando depois por recusar duas das localizaçÔes propostas, na Praça da Ribeira e no Largo do Terreiro. A associação resolveu o problema, propondo como nova localização, para estas cĂąmaras, uma unidade hoteleira existente na Praça da Ribeira e o edifĂ­cio onde funciona o Consulado da Noruega”. EspecificaçÔes tĂ©cnicas do Projecto. Instalação de 14 cĂąmaras SpeedDome Ultra VIII da American Dynamics, com conversor de video IP AXIS, router SHDSL (Symmetric high-speed digital subscriber

> Imagens recolhidas de dia pelo sistema de

videovigilĂąncia da Ribeira do Porto.

O PROJECTO NA IMPRENSA “O nosso objectivo era incluir este elemento de segurança no pacote turĂ­stico vendido aos turistas que pretendem visitar esta zona classificada pela UNESCO PatrimĂłnio Mundial da Humanidade“ segundo AntĂłnio Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona HistĂłrica do Porto (ANZHP), entidade que lançou este projecto inĂ©dito em Portugal. In Publico.pt (15.01.2008)

“O projecto para o Centro HistĂłrico prevĂȘ a colocação de 13 cĂąmaras mĂłveis em locais estratĂ©gicos, com software adequado Ă  inibição de filmagem de zonas que constituam violação de privacidade. O centro de controlo ficarĂĄ instalado no edifĂ­cio do Aljube, da PSP.” In Jornal de NotĂ­cias (17.11.2007) ≀ Colocação de cĂąmaras Speedome Ultra VIII da

American Dynamics nos edifĂ­cios na Ribeira do Porto.

“A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) aprovou a instalação de um sistema de videovigilñncia na zona da Ribeira, no Centro Histórico do Porto. No entanto, as cñmaras só poderão funcionar durante a noite (das 21 horas às sete da manhã), não estando autorizada a audição ou gravação de som, salvaguarda o parecer da CNPD, noticiado pela edição de ontem do semanário “Expresso”. O mesmo texto dá conta que a autorização vigorará durante um ano. Após esse período, a permissão será reavaliada.” In Jornal de Notícias (08.12.2007)

“Trata-se do primeiro projecto de videovigilĂąncia da via pĂșblica de iniciativa local em Portugal, atravĂ©s de uma parceria entre a ABZHP, a CĂąmara do Porto e o Comando Metropolitano da PSP.” In Jornal de NotĂ­cias (15.01.2008)

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

line) para transmissĂŁo dos dados via par telefĂłnico. Era requisito inicial que existisse uma linha telefĂłnica ou ADSL junto de cada ponto. Infelizmente, e atĂ© ao momento (Setembro de 2008), nĂŁo foi ainda possĂ­vel criar uma rede fĂ­sica que permita o SHDSL, que teoricamente permitiria velocidades de transmissĂ”es em upload de 2 Mbit por cada cĂąmara, situação ideal para permitir um melhor refresh da imagem das cĂąmaras em movimento, essencial quando em os domes estĂŁo em patrulha. A posteriori foi alterado o conversor IP para o AD Video Edge, com maior eficiĂȘncia de transmissĂŁo e compatibilidade com Intellex IP e com a transmissĂŁo de dados Sensornet.

Dado que, atĂ© ao momento, foi impossĂ­vel instalar o sistema de comunicaçÔes fixo ou ADSL, optou-se por instalar um sistema de transmissĂŁo via 3,5G. A velocidade teĂłrica de 1,4Mbits do sistema HSUPA (High Speed Uplink Packet Access) era aceitĂĄvel. AtĂ© agora apenas se conseguiu atingir velocidades mĂ©dias de transmissĂŁo de 600Kbits (upload). Projectos em estudo e desenvolvimento. No ano passado, a CNPD recebeu 2.667 notificaçÔes para instalação de sistemas de videovigilĂąncia, mais 603 do que em 2006. Estes sistemas ganharam uma especial notoriedade nos Ășltimos meses, especialmen-

LAN

te depois do projecto lançado na Ribeira pela ABZHP, pioneiro em Portugal. Apesar disso, a associação jĂĄ anunciou a intenção de avançar para um novo projecto, na Baixa do Porto, envolvendo a instalação de cerca de trĂȘs dezenas de cĂąmaras na principal zona comercial da cidade, entre Santa Catarina e os ClĂ©rigos. O centro histĂłrico de Coimbra tambĂ©m se prepara para receber um sistema de videovigilĂąncia com 17 cĂąmaras. A Baixa de Lisboa, a CĂąmara da Amadora, CĂąmara de PortimĂŁo (20 cĂąmaras), CĂąmara de Ponta Delgada e o SantuĂĄrio de FĂĄtima sĂŁo outros dos muitos locais que poderĂŁo receber em breve este tipo de vigilĂąncia.

S HD S L

S HD S

S HD S

S H DS

S H DS

LAN/WAN

≀ Imagens recolhidas de noite pelo sistema de

videovigilĂąncia da Ribeira do Porto.

≀ + ≀ Instalação de 14 cĂąmaras Speedome Ultra VIII da American Dynamics na zona dos bares da ribeira do Porto, com a recepção das imagens no Comando Metropolitano da PSP.

©2008 Google - Imagens ©2008 DigitalGlobe, IGP/DGRF, GeoEye, Dados do mapa ©2008 Tele Atlas

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≀ Sala do Hotel des Indes, na Holanda, com sprinklers dissimulados instalados.

Protecção contra incĂȘndios em hotĂ©is SISTEMAS DE SPRINKLERS Alan Brinson European Fire Sprinkler Network

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Embora os hotĂ©is sejam locais de trabalho para muitas pessoas, sĂŁo os hĂłspedes das unidades hoteleiras que apresentam maior vulnerabilidade Ă  eventual ocorrĂȘncia de sinistro, devido Ă  pouca familiaridade com o edifĂ­cio e, em especial, ao desconhecimento das saĂ­das de emergĂȘncia. Nos hotĂ©is sĂŁo inĂșmeras as possĂ­veis fontes de ignição. SĂŁo frequentes os casos de incĂȘndios provocados por curtos circuitos em equipamentos elĂ©ctricos, principalmente em parques de estacionamento subterrĂąneos, na casa das caldeiras ou lavandarias. JĂĄ a maioria dos incĂȘndios em cozinhas deve-se a situaçÔes de negligĂȘncia. Os cigarros sĂŁo tambĂ©m causa frequente de incĂȘndios em quartos, corredores, escritĂłrios e salas de convĂ­vio. As cablagens defeituosas dos equipamentos elĂ©ctricos existentes nos quartos sĂŁo tambĂ©m uma das causas mais comuns. Por outro lado, os hotĂ©is sĂŁo locais acessĂ­veis ao pĂșblico em geral, o que os torna bastante vulnerĂĄveis a situaçÔes de fogo posto. Acresce ainda que, com a finalidade de elevar o nĂ­vel de conforto dos hotĂ©is, Ă© frequente encontrar-se nestes locais uma grande diversidade de revestimentos e mobiliĂĄrio, o que contribuiu de forma significativa para incrementar a carga de incĂȘndio deste tipo de edifĂ­cios.


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INFORMAÇÃO TÉCNICA

Tendo em consideração a diversidade de fontes de ignição e a elevada carga de incĂȘndio, bem como o significativo nĂșmero de ocupantes, tem-se registado um elevado nĂșmero de perdas de vidas humanas decorrente de incĂȘndios em hotĂ©is. (Quadro 1) Lamentavelmente, nĂŁo existem estatĂ­sticas organizadas sobre incĂȘndios na Europa, o que faz com que nĂŁo se tenham dados concretos sobre o nĂșmero de vidas que efectivamente se perdem anualmente neste tipo de incidentes. Para alĂ©m de muitos paĂ­ses nĂŁo procederem Ă  recolha sistemĂĄtica de dados estatĂ­sticos de ocorrĂȘncia de incĂȘndios, outros existem que contabilizam os incĂȘndios em hotĂ©is mas nĂŁo consideram os ocorridos em pousadas, motĂ©is e pensĂ”es. Os riscos de incĂȘndio neste tipo de estabelecimentos sĂŁo idĂȘnticos aos dos hotĂ©is e, como tal, deveriam ser sujeitos Ă s mesmas prescriçÔes de segurança contra incĂȘndios. (Quadro 2) Dois terços das mortes por incĂȘndios ocorreram no interior dos quartos de hotĂ©is. Contudo, somente 25% de todos os incĂȘndios registados em hotĂ©is tĂȘm a sua origem no interior dos quartos.

mente em caso de incĂȘndio, normalmente muito antes das condiçÔes ambientais colocarem a vida das pessoas em perigo. Os sistemas de sprinklers evitam a propagação dos incĂȘndios, reduzindo a produção de gases tĂłxicos e mantendo a temperatura do espaço em nĂ­veis suportĂĄveis pelos seres humanos. Em muitos casos, os sistemas de sprinklers extinguem o incĂȘndio. DĂ©cadas de experiĂȘncia com incĂȘndios reais tĂȘm contribuĂ­do para demonstrar que os sprinklers salvam, de facto, as pessoas que permanecem nos espaços onde se inicia o incĂȘndio. Este facto constitui um benefĂ­cio crucial na segurança contra os riscos de incĂȘndio em HotĂ©is, uma vez que, de acordo com os dados estatĂ­sticos da National Fire Protection Associaton (NFPA), Ă© nos quartos que ocorrem dois terços das mortes resultantes de incĂȘndios. Estes dados tĂȘm sido confirmados por investigaçÔes independentes. Em 2004 o Governo BritĂąnico publicou um relatĂłrio sobre a eficĂĄcia dos sistemas de sprinklers nos edifĂ­cios habitacionais. A

investigação simulou diferentes fogos numa habitação e mediu as concentraçÔes de gases tĂłxicos produzidos com e sem o sistema de sprinklers. De acordo com este relatĂłrio, na maior parte dos incĂȘndios, o sistema de sprinklers foi bem sucedido na manutenção da concentração dos gases tĂłxicos abaixo dos nĂ­veis letais para o ser humano na divisĂŁo onde deflagrou o incĂȘndio. Facilidade de evacuação. Os sistemas de sprinklers facilitam consideravelmente a evacuação das pessoas dos edifĂ­cios. Atacando o incĂȘndio enquanto este ainda tem proporçÔes reduzidas, os sistemas de sprinklers controlam o desenvolvimento do incĂȘndio e reduzem a quantidade de fumo produzida. Desta forma, as pessoas conseguem abandonar o hotel mais facilmente. Os sistemas de sprinklers podem estar ligados a um alarme, o que poderĂĄ permitir que os bombeiros cheguem mais rapidamente ao local e auxiliem na evacuação dos ocupantes do edifĂ­cio.

QUADRO 1 OS MAIS GRAVES INCÊNDIOS EM HOTÉIS NA EUROPA

DESEMPENHO DOS SISTEMAS DE SPRINKLERS EM INCÊNDIOS OCORRIDOS EM HOTÉIS Os sprinklers actuam quando submetidos a temperaturas superiores a um determinado valor, normalmente 68ÂșC. Quando isto se verifica, os sprinklers libertam ĂĄgua sobre o incĂȘndio, controlando a sua propagação e, muitas vezes, extinguindo o prĂłprio incĂȘndio. Dados estatĂ­sticos provenientes de diversos paĂ­ses provam que os sistemas de sprinklers, quando correctamente projectados e sujeitos a manutenção, controlam e/ ou extinguem os incĂȘndios em mais de 98% dos casos. AlĂ©m disso, em mais de 50% dos casos, apenas um ou dois sprinklers sĂŁo accionados, libertando menos ĂĄgua do que um carretel ou boca-de-incĂȘndio. Na Europa nĂŁo hĂĄ registo de fatalidades massivas decorrentes de incĂȘndios em edifĂ­cios protegidos por sistemas de sprinklers. VANTAGENS DE SE UTILIZAREM OS SISTEMAS DE SPRINKLERS NOS ESPAÇOS DE ORIGEM DOS INCÊNDIOS Os sprinklers sĂŁo extremamente sensĂ­veis ao calor e, como tal, respondem rapida-

Paris, França: Agosto de 1976, Hotel d’Amerique

11 Mortos

AmesterdĂŁo, Holanda: Maio de 1977, Hotel PĂłlen

33 Mortos

Bruxelas, BĂ©lgica: Maio de 1977, Hotel Duc de Brabant

302 Mortos

Saragoça, Espanha: Julho de 1979

76 Mortos

Kristiansand, Noruega: Setembro de 1986, Hotel Caledonian

14 Mortos

Sieglar, Alemanha: Agosto de 1992, Königshotel

12 Mortos

Antuérpia, Bélgica: Dezembro de 1994, Hotel Switel

15 Mortos

Marselha, França: Maio de 2003

11 Mortos

Paris, França: Abril de 2005, Hotel Opera

24 Mortos

QUADRO 2 INCÊNDIOS EM HOTÉIS E MOTÉIS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

PRINCIPAIS CAUSAS

LOCAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA DE INCÊNDIO

Cozinhas (19%)

Quartos (25%)

Fogo Posto (16%)

Cozinhas (19%)

Equipamentos (14%)

Lavandarias (12%)

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≄ Combate Ă s chamas no topo do

Paris-Opera Hotel, em França, num incĂȘndio que ocorreu no dia 15 de Abril de 1995.

≄ Bombeiros analisam os escombros de um hotel em Marselha, no sul de França, onde deflagrou um

incĂȘndio onde 11 pessoas perderam a vida e 17 ficaram feridas.

Flashover. O flashover ocorre quando os gases libertados atingem a temperatura de autoignição. Os gases, quando em contacto com o oxigĂ©nio proveniente de uma porta aberta ou de uma janela que se partiu, entram espontaneamente em combustĂŁo, originando uma bola de fogo e uma onda de choque. Os sistemas de sprinklers evitam a ocorrĂȘncia do flashover atravĂ©s do arrefecimento dos gases, contribuindo assim para a segurança quer das pessoas que estĂŁo a abandonar o edifĂ­cio, quer dos bombeiros que estĂŁo a tentar entrar para controlar o incĂȘndio. Redução dos prejuĂ­zos. Apesar de nĂŁo serem uma das preocupaçÔes dominantes dos regulamentos de edificação, os sistemas de sprinklers tĂȘm um contributo importante na redução dos prejuĂ­zos resultantes dos incĂȘndios. AtravĂ©s da sua rĂĄpida resposta, anterior Ă  chegada dos bombeiros, os sistemas de sprinklers permitem controlar a dimensĂŁo do incĂȘndio. Acresce ainda referir que os sprinklers sĂŁo muito fiĂĄveis, sendo invulgar a ocorrĂȘncia de um accionamento de um sprinkler sem que um incĂȘndio tenha realmente deflagrado. Legislação Europeia. A ComissĂŁo Europeia publicou em 1986 a Recomendação 86/666/CEE relativa Ă  segurança dos hotĂ©is contra os riscos de incĂȘndio. Este documento contempla medidas prescritivas que devem ser implementadas nos hotĂ©is de modo a garantir um nĂ­vel mĂ­nimo de segurança contra riscos de incĂȘndios. AlĂ©m 34

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de prescrever medidas ligadas Ă  organização de segurança e Ă  existĂȘncia de determinados equipamentos de combate a incĂȘndio, a serem utilizados quer pelos trabalhadores quer pelos hĂłspedes, a Recomendação definiu tambĂ©m requisitos estruturais de modo a garantir a possibilidade dos ocupantes abandonarem o edifĂ­cio. A aplicação desta Recomendação exigiria que os hotĂ©is em exploração que nĂŁo cumprissem com estes requisitos estruturais tivessem que efectuar reestruturaçÔes significativas e dispendiosas. Em consequĂȘncia do elevado investimento a que seriam obrigados os proprietĂĄrios das unidades hoteleiras, os Estados Membros da UniĂŁo Europeia nĂŁo aplicaram esta Recomendação aos hotĂ©is em exploração. Empenhada no compromisso Segurança, a ComissĂŁo Europeia fez uma revisĂŁo do documento sobre segurança dos hotĂ©is contra os riscos de incĂȘndios em 2001 e, em 2002, decidiu actualizar a Recomendação de 1986, reconhecendo que a versĂŁo original do documento nĂŁo tinha obtido a adesĂŁo esperada: “Metade dos paĂ­ses comunitĂĄrios nĂŁo adoptaram as medidas com efeitos retroactivos”. Infelizmente, as alteraçÔes introduzidas na Recomendação de 1986 nĂŁo foram implementadas na realidade. Por exemplo, a revisĂŁo previa a inclusĂŁo das normas tĂ©cnicas europeias de produtos como as portas resistentes ao fogo que, lamentavelmente, nĂŁo estavam disponĂ­veis em 1986. Durante vĂĄrios anos nĂŁo houve qualquer desenvolvimento europeu nesta matĂ©ria. Em 2006, a ComissĂŁo Europeia retomou os trabalhos e constituiu uma comissĂŁo que integrou

representantes dos proprietĂĄrios dos hotĂ©is, a qual teve como incumbĂȘncia reunir as diferentes perspectivas dos Estados Membros sobre o assunto. Esta comissĂŁo apresentou duas propostas para anĂĄlise dos Estados Membros: uma das propostas consistia na actualização da Recomendação de 1986 e a segunda consistia em propor ao ComitĂ© Europeu de Normalização (CEN) a redacção de um cĂłdigo de boas prĂĄticas sobre Segurança contra IncĂȘndio em edifĂ­cios hoteleiros. À data de redacção deste artigo, nĂŁo havia conhecimento de qual das duas propostas terĂĄ sido aceite ou se foi aprovada qualquer outra solução. Os regulamentos de edificação sĂŁo definidos pela legislação nacional de cada um dos paĂ­ses, pelo que nĂŁo existe uma regulamentação europeia. Estima-se que existam mais de 100 regulamentos de edificação em toda a Europa que dispĂ”em como devem ser projectados os edifĂ­cios, incluindo os hotĂ©is, de modo a garantir a segurança contra os riscos de incĂȘndio. Embora muitos Estados Membros exijam que os hotĂ©is de grande altura sejam protegidos com sistemas de sprinklers, a verdade Ă© que a altura definida Ă© tĂŁo elevada que, com excepção da Hungria, a maioria dos edifĂ­cios nĂŁo fica abrangida por esta exigĂȘncia. Contudo e de uma forma gradual, os benefĂ­cios dos sistemas de sprinklers tĂȘm vindo a ser reconhecidos, pelo que, em Portugal, a futura regulamentação de segurança contra incĂȘndios em edifĂ­cios exige sistemas de sprinklers em todos os novos hotĂ©is. Por efeito das prescriçÔes da polĂ­tica de segurança de algumas cadeias de hotĂ©is internacionais e das soluçÔes de engenharia


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relativas a projectos arquitectĂłnicos inovadores, a maioria das capitais europeias tem, pelo menos, um hotel protegido por sistemas de sprinklers. REQUISITOS APLICÁVEIS AOS SISTEMAS DE SPRINKLERS NOS PAÍSES EUROPEUS _ A Áustria exige sprinklers em todos os edifĂ­cios, incluindo os hotĂ©is com altura superior a 32 m. _ A Alemanha elaborou um CĂłdigo de Edificação que exige sprinklers em hotĂ©is com altura superior a 22 m. _ A Hungria exige sprinklers em hotĂ©is com altura superior a 13,65 m. _ A Irlanda exige sprinklers em hotĂ©is com altura superior a 30 m. _ A ItĂĄlia exige sprinklers em hotĂ©is com mais de 1.000 camas. Na realidade, existem poucos hotĂ©is com este nĂșmero de camas. _ O Luxemburgo exige sprinklers em todos os edifĂ­cios, incluindo os hotĂ©is, com altura su-

perior a 60 m. Exige igualmente sprinklers em hotĂ©is com parques de estacionamento cobertos com mais de 20 lugares. _ A Holanda exige sprinklers em todos os edifĂ­cios, incluindo hotĂ©is, com altura superior a 70 m. _ No seguimento do incĂȘndio no Hotel Caledonian em Kristiansand em 1986, no qual morreram 14 pessoas e 50 ficaram feridas, a Noruega exigiu que os hotĂ©is com compartimentos resistentes ao fogo com uma ĂĄrea superior a 800 m2 fossem protegidos com sprinklers. Devido a esta exigĂȘncia, a maior parte dos novos hotĂ©is de grandes dimensĂ”es com ĂĄtrios estĂŁo protegidos por sistemas de sprinklers. Os hotĂ©is mais pequenos estĂŁo tambĂ©m protegidos com sprinklers pelo facto de se situarem em locais distantes dos bombeiros. _ A PolĂłnia exige sprinklers em todos os edifĂ­cios com altura superior a 55 m. Na prĂĄtica, apenas os grandes hotĂ©is estĂŁo abrangidos por esta exigĂȘncia.

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_ O actual Regime JurĂ­dico de Segurança contra IncĂȘndios em EdifĂ­cios de Portugal exige que todos os novos hotĂ©is sejam protegidos por sprinklers. _ A Espanha exige sprinklers nos hotĂ©is e pousadas cujo ponto mais elevado de evacuação esteja localizado a mais de 28 m. Na prĂĄtica, esta medida inclui um nĂșmero considerĂĄvel de mĂ©dios e grandes hotĂ©is. _ A SuĂ©cia nĂŁo tem CĂłdigos de Edificação prescritivos mas tem CĂłdigos baseados na concepção de soluçÔes de segurança contra incĂȘndio com base no desempenho. De modo a cumprir com estes CĂłdigos, muitos engenheiros de segurança contra IncĂȘndio tĂȘm optado pela instalação de Sistemas de Sprinklers. _ O Reino Unido exige sprinklers em hotĂ©is com altura superior a 30 m “quando projectados para serem evacuados por etapas”. Na prĂĄtica, isto implica que poucos hotĂ©is estejam protegidos por sprinklers.

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DomĂłtica

Alexandre Chamusca Engenheiro de TelecomunicaçÔes e Electrónica

O VALOR ACRESCENTADO DA SEGURANÇA ELECTRÓNICA 36

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

É peremptĂłrio que, associada ao conceito de comando e controlo dos diversos nĂ­veis de conforto em casa, a palavra “DomĂłtica” passou a fazer parte do vocabulĂĄrio do PortuguĂȘs moderno. A DomĂłtica existe para simplificar a vida diĂĄria dos seus utilizadores, satisfazendo trĂȘs necessidades bĂĄsicas: conforto, segurança e comunicaçÔes A DomĂłtica constitui um inevitĂĄvel e incontornĂĄvel valor acrescentado para a promoção imobiliĂĄria. Este facto leva a que estejam em aberto oportunidades de negĂłcio para as empresas que actualmente operam directa e indirectamente com este sector de actividade e para as novas empresas especializadas que começam a surgir com capacidade de integração, projecto, consultoria, fiscalização e controlo de obras. DomĂłtica. Definição. Por definição, automação refere-se a um sistema ou mĂ©todo pelo qual Ă© possĂ­vel realizar e controlar eventos sem um pensamento consciente. A automação domĂ©stica, ou a Casa Inteligente, usa esses princĂ­pios aplicados Ă  habitação particular e colectiva. SoluçÔes tĂ©cnicas integradas. Tornar uma casa inteligente significa instalar sistemas electrĂłnicos capazes de substituir inĂșmeras operaçÔes manuais, mediante determinadas condiçÔes lĂłgicas. Esses sistemas devem “decidir” acçÔes automĂĄticas que se traduzem em acçÔes particularmente Ășteis, do ponto de vista de segurança e conforto na habitação. Assim, entre outras funçÔes, o utilizador pode armar ou desarmar o alarme remotamente, saber quando alguĂ©m desliga ou liga o alarme, quando hĂĄ falha de corrente em casa, corte de linha telefĂłnica e ainda pode ligar / desligar luzes e/ou aparelhos elĂ©ctricos em sua casa, com um custo de chamadas controlado. Isto tudo atravĂ©s de simples mensagens escritas no telemĂłvel! A comunicação para qualquer dos pontos Ă© feita pela rede elĂ©ctrica jĂĄ existente, o que torna estas soluçÔes muito interessantes para casas jĂĄ construĂ­das, uma vez que nĂŁo Ă© preciso partir paredes, nem passar cabos para pĂŽr em prĂĄtica a maior parte das soluçÔes pretendidas.

Exemplos prĂĄticos. Eis algumas das funcionalidades das principais instalaçÔes tĂ©cnicas especiais que integram a ĂĄrea da DomĂłtica: ≄ a bifuncionalidade dos detectores de presença (de segurança, quando o alarme estĂĄ ligado e de iluminação, quando o alarme estĂĄ desligado) ≄ o controlo automĂĄtico das luzes exteriores: o circuito de iluminação de decoração da vivenda e os circuitos de iluminação de segurança ≄ a simulação de presença ≄ os alarmes tĂ©cnicos (gĂĄs, ĂĄgua e fogo) com corte automĂĄtico do circuito de gĂĄs e/ ou de ĂĄgua ≄ o telecomando integrado dos aparelhos de TV, vĂ­deo e Hi-Fi, luzes (candeeiros, focos) e aparelhos (como por exemplo: estores motorizados) ≄ a comunicação automĂĄtica de determinados eventos para vĂĄrios nĂșmeros de telefone fixo e/ou mĂłvel ≄ as teleacçÔes por telefone e/ou telemĂłvel (accionar ou desligar remotamente o alarme, aquecimento ou o ar condicionado, a rega ou um grupo gerador) ≄ a ligação parcial do alarme (para permitir circular em casa com os principais acessos protegidos) ≄ o circuito fechado de cĂąmaras de vĂ­deo vigilĂąncia (e a sua interligação ao circuito de TV) Estas sĂŁo algumas das principais instalaçÔes tĂ©cnicas especiais que integram o conceito de Casa Inteligente. A DomĂłtica hoje. O automatismo domĂ©stico mais conhecido do pĂșblico em geral, Ă© o alarme, que ao longo dos Ășltimos anos, tem vindo a incorporar uma sĂ©rie de funçÔes e interfaces que lhe permitem interagir com outros autĂłmatos. A integração dos alarmes sem fios (os contactos de abertura de portas e janelas, detectores de movimento, detectores quebra de vidro, etc, comunicam com a central via rĂĄdio frequĂȘncia) com os receptores de domĂłtica pela rede elĂ©ctrica proporcionam, nĂŁo sĂł o controlo bidireccional do alarme, como tambĂ©m das luzes e/ou aparelhos que estejam ligados aos mĂłdulos de domĂłtica, via mensagens escritas (a partir de telemĂłveis de qualquer operador).

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Assim, hoje, um sistema de segurança, alĂ©m da detecção de intrusĂŁo, pode perfeitamente integrar a função de controlo de acessos de uma ou mais portas, com cartĂŁo e/ou etiquetas de proximidade, detecção de incĂȘndio, detecção de fugas de gĂĄs, corte automĂĄtico do gĂĄs e/ou ĂĄgua, em caso de alarme tĂ©cnico, accionamento automĂĄtico de circuitos de iluminação (quer por programação horĂĄria, quer por detecção de presença coincidente com falta de luz), accionamento de aparelhos (termoacumulador, bomba de ĂĄgua, radiadores elĂ©ctricos, estores motorizados, etc). Para o cliente (utilizador) esta evolução tornou exequĂ­veis determinadas aplicaçÔes e acessĂ­veis os seus consequentes benefĂ­cios que, de outra forma, quer por uma questĂŁo de custos, quer por oportunidade de instalação, estariam totalmente fora de questĂŁo. Quem decide a compra passou a ter a capacidade de compreender: alĂ©m da necessidade de determinados sistemas electrĂłnicos, a sua utilidade na conjectura do nosso bem-estar domĂ©stico e a sua relativa facilidade de utilização diĂĄria. Por outro lado, passou tambĂ©m a ter a capacidade de avaliar o “custo / benefĂ­cio”, pela credibilidade e economias de escala que representa ter, numa sĂł entidade, a venda, instalação e assistĂȘncia Ă s soluçÔes tĂ©cnicas integradas. Recorrer a entidades separadas para cada uma das ĂĄreas tĂ©cnicas que compĂ”em a DomĂłtica, torna qualquer orçamento dispendioso e muito complicada: a sua instalação e a sua manutenção. Com a integração nos sistemas de alarme de funçÔes complementares, passou a ser possĂ­vel desenvolver uma abordagem tĂ©cnico-comercial diferente e diferenciada no mercado especĂ­fico da segurança electrĂłnica. Passaram-se a diferenciar os projectos por ĂĄreas de aplicação (vivendas, apartamentos, lojas, escritĂłrios, etc) e nelas integrar, soluçÔes tĂ©cnicas especiais com valor acrescentado, especificamente para cada uma delas: a DomĂłtica (automação domĂ©stica). O desenvolvimento das telecomunicaçÔes, quer mĂłveis quer fixas, veio tambĂ©m proporcionar novas formas de interagir com os sistemas de alarme e consequentemente com os restantes sistemas integrados. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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Deste modo, passou a ser “banal” usar um telemĂłvel para ligar / desligar um alarme remotamente, tal como usar uma saĂ­da do alarme para executar uma função complementar. O custo implĂ­cito nesta acção complementar Ă© irrisĂłrio, pois aproveita todos os componentes do alarme (comunicador telefĂłnico, automatismo de comando, etc) e atĂ© a sua forma de utilização. Sistemas que acendem as luzes assim que o dia começa a escurecer proporcionam conforto, mas tambĂ©m segurança, uma vez que deixa a impressĂŁo de que a casa estĂĄ ocupada. Se nĂŁo quiser deixar nenhuma margem de dĂșvida na mente do ladrĂŁo, poderĂĄ atĂ© instalar um sistema de simulação de presença. Esta tecnologia farĂĄ com que, aleatoriamente, as luzes se apaguem e acendam em quartos diferentes e que os estores desçam e subam, como se estivesse gente em casa. Ao nĂ­vel da comunicação automĂĄtica das ocorrĂȘncias, o sistema passou a poder aferir qual o meio que deve utilizar, mediante a sua disponibilidade, como por exemplo: primeiro comunicar por telefone (analĂłgico ou ADSL) e caso a linha esteja cortada, comutar automaticamente para GSM e assim garantir que o sinal de alarme chega ao seu destinatĂĄrio. Como alternativa e/ou complemento, o sistema pode tambĂ©m enviar uma mensagem para um endereço de mail e incluir as imagens de uma cĂąmara associada Ă  zona onde foi detectado o alarme. O protocolo de comunicação de domĂłtica mais simples e eficaz que existe no mercado mundial Ă© o X-10 (sistema que comunica pela rede elĂ©ctrica existente). A provĂĄ-lo estĂĄ o facto das principais marcas fabricantes de sistemas electrĂłnicos de segurança terem passado a incluir esse mesmo protocolo nas suas centrais, tornando os seus sistemas compatĂ­veis com todos os mĂłdulos receptores (lĂąmpadas, aparelhos, motores, etc) X-10. Assim, ĂĄreas tĂ©cnicas tĂŁo distintas como a segurança, a iluminação, as telecomunicaçÔes e o circuito fechado de TV passam a poder interagir tirando o mĂĄximo partido e proveito das suas potencialidades e proporcionando economias de escala, quer ao nĂ­vel da cablagem e mĂŁo-de-obra necessĂĄria, quer ao nĂ­vel do equipamento, graças Ă  integração das multifunçÔes que cada sistema proporciona, como por exemplo:

≄ Quando o alarme dispara, acendemse automaticamente determinadas luzes, do circuito de domĂłtica, a central envia uma mensagem escrita para telemĂłvel com o reporte da ocorrĂȘncia e/ou uma chamada no telefone fixo com uma mensagem gravada informando o tipo de alarme ≄ Simula-se a presença em casa com a programação aleatĂłria dos diversos circuitos de iluminação de segurança ≄ Acendem-se quaisquer luzes do circuito de domĂłtica com o telecomando universal ou atravĂ©s de uma macro por PC ou ainda carregando simplesmente num tradicional interruptor de parede ≄ O circuito de iluminação de decoração da vivenda acende-se automaticamente com a chegada da noite e apaga-se da mesma maneira com o amanhecer

DomĂłtica & Segurança ElectrĂłnica A inteligĂȘncia que se instala Autor Alexandre Chamusca Edição Ordem dos Engenheiros / Ingenium EdiçÔes, Lda. Ano 2006

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≄ O circuito de iluminação exterior estĂĄ dividido por zonas e controlado por detectores exteriores, pelo que se acendem com a aproximação de alguma pessoa no raio de acção dos detectores, podendo um besouro tocar dentro de casa, avisando do movimento no quintal ≄ Tal como as luzes podem-se controlar local e/ou remotamente por telefone e/ou telemĂłvel, o ar condicionado, o aquecimento central, radiadores elĂ©ctricos, aparelhos, motores de portĂŁo e estores, bombas de ĂĄgua, sistemas de rega, etc. Isto tudo de uma forma extremamente simples e intuitiva, ao alcance de qualquer utilizador, minimamente instruĂ­do para o efeito. A fidelização dos consumidores face Ă s marcas e Ă s empresas prestadoras de serviços terĂĄ em conta sobretudo a qualidade: qualidade dos equipamentos, qualidade dos serviços, mas sobretudo, qualidade nas soluçÔes tĂ©cnicas apresentadas e fundamentadas para cada cliente alvo. As empresas que conseguirem “vender” confiança tĂ©cnico-comercial em cada nicho de mercado farĂŁo a diferença e passarĂŁo a ser referenciadas como exemplos a seguir pelos diversos centros de decisĂŁo. Devido ao seu potencial crescimento, o mercado portuguĂȘs representa uma fonte de negĂłcio promissor, onde as empresas poderĂŁo prosperar, se estiverem bem informadas e formadas para poderem corresponder Ă s necessidades presentes e futuras de cada nicho associado. Numa altura em que a segurança em casa se tornou uma necessidade absoluta e na qual os equipamentos elĂ©ctricos e electrĂłnicos a controlar, sĂŁo muitos e servem as mais diversas aplicaçÔes, os integradores de sistemas devem prestar a devida assessoria tĂ©cnico-comercial aos vĂĄrios gabinetes de projecto, grandes instaladores e grandes donos de obra, por forma a que estes consigam corresponder Ă s actuais expectativas do mercado imobiliĂĄrio, integrando as diversas combinaçÔes de comando e controlo dos vĂĄrios nĂ­veis de segurança e conforto, que uma casa moderna (seja apartamento ou vivenda) justifica hoje em dia. Nota ExtraĂ­do do livro tĂ©cnico: A inteligĂȘncia que se instala do mesmo autor, editado pela Ordem dos Engenheiros.

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Os ensaios de resistĂȘncia ao fogo em elementos de construção Paulo Vila Real Prof. CatedrĂĄtico, LABEST, LERF, Univ. Aveiro, Dep. Eng. Civil Nuno Lopes Prof. Assistente, LABEST, LERF, Univ. Aveiro, Dep. Eng. Civil

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Arlete Jesus Aluna de Mestrado, Univ. Aveiro, Dep. Eng. Civil

INTRODUÇÃO Em Portugal a regulamentação de segurança contra incĂȘndios foi praticamente inexistente atĂ© finais da dĂ©cada de 80 do sĂ©culo XX. TerĂĄ sido, certamente, o grande incĂȘndio do Chiado em Lisboa a 25 de Agosto de 1988 que motivou o aparecimento de grande nĂșmero de diplomas no Ăąmbito da segurança contra incĂȘndio em edifĂ­cios. Tratava-se de regulamentação avulsa, de conteĂșdo diferenciado de acordo com o tipo de edifĂ­cio, por vezes divergente ou mesmo contraditĂłria nas soluçÔes que apontava para situaçÔes da mesma natureza. A par desta heterogeneidade de conteĂșdos, o prĂłprio tipo de diplomas legais em vigor era diverso, podendo estar associada a resoluçÔes do Conselho de Ministros, decretos-lei, decretos regulamentares e portarias, de desigual valor hierĂĄrquico normativo que, naturalmente, poderia confundir os profissionais do sector. O mesmo acontecia nos prĂłprios tĂ­tulos dos diplomas normativos, que variam desde “regulamentos de segurança” a “medidas de segurança”, passando por “medidas cautelares de segurança” ou “medidas cautelares mĂ­nimas”. A necessidade de se elaborar um “Regulamento Geral”, que englobasse as disposiçÔes regulamentares de segurança contra incĂȘndio aplicĂĄveis a todos os edifĂ­cios e recintos, moderno e estruturado de forma lĂłgica rigorosa e acessĂ­vel, era pois evidente, conduzindo Ă  aprovação pelo conselho de Ministros a 4 de Setembro de 2008 do novo Regime JurĂ­dico de Segurança contra IncĂȘndio em EdifĂ­cios, que suportarĂĄ o futuro Regulamento Geral [1], que aqui daremos conta. Trata-se de um regulamento moderno seguindo a tendĂȘncia actual em termos de regulamentação de segurança contra incĂȘndio a nĂ­vel internacional, a qual tem evoluĂ­do no sentido de se libertar progressivamente das exigĂȘncias de carĂĄcter prescritivo passando a basear-se preferencialmente no desempenho dos elementos de construção, deixando ao projectista a liberdade de escolha das soluçÔes mais adequadas a cada caso. Esta via permitirĂĄ simultaneamente tornar a segurança contra incĂȘndio mais racional, mais eficaz e mais econĂłmica. Os EurocĂłdigos Estruturais, por exemplo, seguiram claramente esta via. O futuro regime jurĂ­dico de Segurança contra IncĂȘndio em EdifĂ­cios, contĂ©m um


INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

conjunto de disposiçÔes destinadas a dar resposta Ă s exigĂȘncias estabelecidas na Directiva dos Produtos de Construção 89/106/ CEE, criada em 1989 para eliminar as barreiras tĂ©cnicas Ă  livre circulação de produtos de construção no espaço econĂłmico europeu. No que respeita Ă  segurança em caso de incĂȘndio, aquela directiva estabelece que as construçÔes devem ser concebidas e realizadas de modo a que, no caso de se declarar um incĂȘndio: ≄ a capacidade resistente das estruturas com função de suporte possa ser considerada durante um perĂ­odo de tempo determinado; ≄ a produção e propagação do fogo e do fumo no interior da construção sejam limitadas; ≄ a propagação do fogo Ă s construçÔes vizinhas seja limitada; ≄ os ocupantes possam abandonar o local ou ser socorridos por outros meios; ≄ a segurança das equipas de socorro seja tomada em consideração. Relativamente Ă  capacidade resistente dos elementos de construção com funçÔes de suporte, a futura adopção dos EurocĂłdigos Estruturais, como regulamentos nacionais, vem suprir uma lacuna existente na regulamentação portuguesa nesta ĂĄrea. Começa assim a estar disponĂ­vel em Portugal um quadro normativo completo quer ao nĂ­vel das exigĂȘncias tĂ©cnicas aplicĂĄveis Ă  segurança contra incĂȘndio em edifĂ­cios, quer ao nĂ­vel da verificação da segurança dos elementos de construção. A este respeito, refira-se que a Universidade de Aveiro instalou recentemente o primeiro laboratĂłrio de ResistĂȘncia ao Fogo do PaĂ­s financiado pela FCT – Fundação para a CiĂȘncia e a Tecnologia, equipado com um forno vertical com 3,10 m x 3,10 m de abertura livre, capaz de realizar ensaios normalizados de resistĂȘncia ao fogo de acordo com a regulamentação europeia em vigor. Para alĂ©m da investigação experimental no domĂ­nio da ResistĂȘncia ao Fogo este LaboratĂłrio, Ășnico no paĂ­s, servirĂĄ a IndĂșstria nacional, permitindo determinar a resistĂȘncia ao fogo de acordo com as funçÔes desempenhadas pelos elementos de construção, nomeadamente, suporte de cargas (critĂ©rio R), es-

tanqueidade a chamas e gases quentes (critĂ©rio E) ou isolamento tĂ©rmico (critĂ©rio I). Em termos europeus o EGOLF – European Group of Organizations for Fire Testing, reconhecida associação europeia que reĂșne os laboratĂłrios envolvidos em testes de reacção ou de resistĂȘncia ao fogo, congrega 57 laboratĂłrios espalhados pelos seguintes paĂ­ses: Alemanha, Áustria, BielorrĂșssia, BĂ©lgica, BulgĂĄria, RepĂșblica Checa, Dinamarca, EslovĂĄquia, EslovĂ©nia, Espanha, EstĂłnia, FinlĂąndia, França, Holanda, Hungria, Israel, ItĂĄlia, LetĂłnia, LituĂąnia, Noruega, PolĂłnia, Portugal, Reino Unido, RĂșssia, SuĂ©cia e Suíça. Destes 57 laboratĂłrios associados ao EGOLF, 44 realizam ensaios de resistĂȘncia ao fogo. Estes nĂșmeros evidenciam bem a importĂąncia que os paĂ­ses europeus tĂȘm dado Ă  problemĂĄtica da segurança contra incĂȘndios em edifĂ­cios. Em Portugal, o LNEC – LaboratĂłrio Nacional de Engenharia Civil Ă© membro desta associação atravĂ©s do seu LaboratĂłrio de Reacção ao Fogo, esperando-se que o LaboratĂłrio de ResistĂȘncia ao Fogo da Universidade de Aveiro venha tambĂ©m a integrar este grupo. NOVA REGULAMENTAÇÃO NACIONAL DE RESISTÊNCIA AO FOGO O novo regime jurĂ­dico de Segurança contra IncĂȘndio em EdifĂ­cios [1], que se prevĂȘ que esteja disponĂ­vel atĂ© 1 de Janeiro de 2009, reĂșne todas as directivas necessĂĄrias para aplicação da segurança contra incĂȘndios em edifĂ­cios. Salvaguardando possĂ­veis alteraçÔes introduzidas na Ășltima versĂŁo do regulamento, serĂĄ aqui feita uma breve apresentação desta regulamentação. Neste diploma os edifĂ­cios e recintos sĂŁo divididos em 12 utilizaçÔes-tipo, encontrando-se cada uma delas estratificada por quatro categorias de risco de incĂȘndio: 1ÂȘ, 2ÂȘ, 3ÂȘ e 4ÂȘ categoria de risco. De acordo com nova regulamentação nacional, a qualificação da resistĂȘncia ao fogo padrĂŁo dos elementos de construção Ă© feita de acordo com as normas europeias, que prescrevem que a resistĂȘncia ao fogo deve ser diferenciada em função dos seguintes critĂ©rios: R - capacidade de suporte de carga; E  - estanqueidade a chamas e gases quentes; I - solamento tĂ©rmico;

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W - radiação; M - acção mecĂąnica; C - fecho automĂĄtico; S - passagem de fumo; P ou PH - continuidade de fornecimento de energia e/ou de sinal; G - resistĂȘncia ao fogo; K - capacidade de protecção contra o fogo. Estes critĂ©rios de comportamento das normas europeias tĂȘm equivalĂȘncia Ă s especificaçÔes do LNEC, de acordo com o apresentado na tabela 1. Torna-se, assim, possĂ­vel efectuar uma qualificação dos produtos de construção em função dos critĂ©rios definidos anteriormente. Esta classificação Ă© feita de acordo com o tempo que decorre desde o inĂ­cio de um processo tĂ©rmico normalizado (por exemplo, a curva de incĂȘndio padrĂŁo ISO 834, representada no grĂĄfico 1 a que o elemento de construção Ă© submetido, atĂ© ao momento em que ele deixa de satisfazer as funçÔes para que foi projectado. A tabela 2 apresenta as possĂ­veis classificaçÔes de resistĂȘncia ao fogo. CLASSIFICAÇÃO EM FUNÇÃO DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE ACORDO COM A NORMALIZAÇÃO EUROPEIA A classificação dos elementos de construção em função da sua resistĂȘncia ao fogo Ă© feita de acordo com a norma europeia EN 13501-2 - Classificação a partir de dados obtidos dos ensaios de resistĂȘncia ao fogo excluindo as instalaçÔes de ventilação [2]. Esta norma tem como objecto e campo de aplicação a classificação da resistĂȘncia ao fogo dos elementos de construção: a) Elementos estruturais sem função de separação ao fogo (Paredes, lajes, coberturas, vigas, pilares, etc); b) Elementos estruturais com função de separação ao fogo (Paredes, lajes, coberturas); c) Produtos e sistemas para protecção de elementos ou de parte de obras (Revestimentos de protecção fogo); d) Elementos ou partes de obras nĂŁo estruturais (DivisĂłrias, fachadas e paredes exteriores, tectos, portas, etc); e) Revestimentos com capacidade de protecção ao fogo para tectos e paredes f) Portas de acesso a elevadores ensaiadas de acordo com EN 1634-1 OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TABELA 1 RESISTÊNCIA AO FOGO PADRÃO DE PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO.

FUNÇÃO DO ELEMENTO

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM

AS ESPECIFICAÇÕES DO LNEC

O SISTEMA EUROPEU

Suporte de cargas.

EF

R

Suporte de cargas e estanquidade

PC

RE

CF

REI

Estanquidade a chamas e gases quentes.

PC

E

Estanqueidade a chamas e gases quentes e isolamento térmico.

CF

EI

a chamas e gases quentes. Suporte de cargas e estanquidade a chamas e gases quentes e isolamento térmico.

TABELA 2 CLASSIFICAÇÃO PARA ELEMENTOS OU PARTES DE OBRAS SEM FUNÇÃO DE SUPORTE DE CARGA E PRODUTOS A ELES DESTINADOS.

APLICAÇÃO

Portas e portadas corta-fogo e respectivos dispositivos de fecho, incluindo as que comportem envidraçados e ferragens.

NORMAS

EN 135001-2; EN 1634-1

CLASSIFICAÇÃO

DURAÇÃO (EM MINUTOS)

E

15

EI

15

20

CenĂĄrios de incĂȘndio. A resistĂȘncia ao fogo deve ser avaliada mediante a aplicação de um dos seguintes cenĂĄrios de incĂȘndio: curva normalizada tempo/temperatura; curva de aquecimento lento; fogo “semi-natural”; curva de exposição a um fogo exterior; e acção tĂ©rmica a temperatura constante. A curva de incĂȘndio padrĂŁo “ISO 834” Ă© a acção tĂ©rmica mais utilizada na avaliação da resistĂȘncia ao fogo. Esta curva pretende representar um fogo posterior Ă  inflamação sĂșbita generalizada post flash-over.

Em que t Ă© o tempo decorrido desde o inĂ­cio do ensaio em minutos, e T a temperatura mĂ©dia no interior do forno em ÂșC. O grĂĄfico 1 ilustra o desenvolvimento desta curva em função do tempo. 42

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45

60

90

120

180

240

30

45

60

90

120

180

240

terminar para cada ensaio os tempos, em minutos decorridos, para que o espécime de ensaio continue a satisfazer os diferentes aspectos dos critérios de comportamento apresentados na tabela 3. Para elementos particulares verificamse também outros aspectos, como os apresentados na tabela 4. Para qualquer dos ensaios e dos critérios R, E, I, W e K, o tempo obtido em minutos deve ser o valor inferior mais próximo incluído na seguinte série: 10, 15, 20, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240, 360.

GRÁFICO 1 CURVA ISO 834 T(ÂșC)

1400 1200 1000 800 600 400 200 0

T = 345 log10 (8t+1)+20

30

0

50

100

150

200

250

300

350

t(m)

Procedimento de classificação da resistĂȘncia ao fogo. Para se proceder Ă  classificação da resistĂȘncia ao fogo normalizado, deve-se de-

Normas europeias para a realização de ensaios de resistĂȘncia ao fogo. A norma europeia EN 13501-2 [2] Ă© aplicĂĄvel a ensaios de resistĂȘncia ao fogo que sejam realizados, de acordo com outras normas europeias desenvolvidas para a


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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TABELA 3 DIFERENTES ASPECTOS, DOS CRITÉRIOS DE COMPORTAMENTO, A VERIFICAR.

R

Limitação da deformação. Limitação da velocidade de deformação.

E

normalização dos processos, metodologias e equipamentos a utilizar nesses ensaios.​ Assim, as normas a considerar sĂŁo: a) Normas de segurança para a construção e instalação de elevadores: prEN 81-8 - Portas de acesso a elevadores. Ensaios de resistĂȘncia ao fogo. b) Ensaios de resistĂȘncia ao fogo: EN 1363-1 – Requisitos gerais; EN 1363-2 – Procedimentos alternativos e adicionais. c) Ensaios de resistĂȘncia ao fogo de elementos nĂŁo estruturais: EN 1364-1 – Paredes; EN 1364-2 – Tectos falsos. d) Ensaios de resistĂȘncia ao fogo de elementos estruturais: EN 1365-1 – Paredes; EN 1365-2 – Lajes e coberturas; EN 1365-3 – Vigas; EN 1365-4 – Pilares. e) Ensaios de resistĂȘncia ao fogo de instalaçÔes de serviço: EN 1366-3; EN 1366-4; EN 1366-5; EN 1366-6; EN 1366-7. f) Ensaios de resistĂȘncia ao fogo de portas e elementos de fecho: EN 1634-1 – Portas e fechos corta-fogo; EN 1634-3 – Portas e persianas para o controlo de fumos. g) ChaminĂ©s. MĂ©todos de ensaios para chaminĂ©s: EN 13216-1 – MĂ©todos de ensaio gerais. h) Ensaios para determinar a contribuição Ă  resistĂȘncia ao fogo dos elementos estruturais: EN 13381-2; EN 13381-3; EN 13381-4; EN 13381-5; EN 13381-6; EN 13381-7. i) prEN 14600 – Elementos de portas e janelas resistentes ao fogo e fumo. Requisitos e classificação. j) prEN 14135 – Recobrimentos. Determinação da capacidade de protecção contra o fogo. ENSAIOS DE RESISTÊNCIA AO FOGO DE ACORDO COM A NORMALIZAÇÃO EUROPEIA EN 1363-1 Ensaios de resistĂȘncia ao fogo: requisitos gerais A norma com os requisitos gerais para os ensaios de resistĂȘncia ao fogo EN 1363-1 [3] fornece recomendaçÔes relativamente: aos equipamentos para os ensaios; Ă s condiçÔes de teste; Ă  selecção, acondicionamento e instalação dos exemplares dos espĂ©cimes de teste; Ă  utilização da instrumentação; aos procedimento do ensaio; e Ă  elaboração do relatĂłrio de ensaio.

Ignição do tampão de algodão. Fendas e aberturas. Produção de chama constante na face não exposta.

I

Elevação da temperatura mĂ©dia de 140ÂșC. Elevação da temperatura mĂĄxima de 180ÂșC.

W

Nível de radiação måxima.

TABELA 4 DIFERENTES ASPECTOS, DOS CRITÉRIOS DE COMPORTAMENTO, A VERIFICAR PARA CASOS PARTICULARES.

S

Limitação da velocidade de fuga.

M

ResistĂȘncia ao impacto.

C

Fecho automĂĄtico em caso de incĂȘndio.

G

ResistĂȘncia Ă  acção tĂ©rmica de um fogo, para produtos associados a chaminĂ©s.

K

AptidĂŁo de um revestimento para proteger frente ao fogo durante um perĂ­odo de tempo especificado.

≄ Forno vertical do LERF.

≄ EspĂ©cime de ensaio para o forno vertical do LERF.

EN 1634-1 Ensaios de resistĂȘncia ao fogo de portas e elementos de fecho: Portas e fechos corta-fogo A norma EN 1634-1 [4] define as especificaçÔes particulares dos ensaios de resistĂȘncia ao fogo de portas e elementos de fecho, como a instalação da amostra de ensaio e a aplicação da instrumentação. SĂŁo dadas, para diversas tipologias de portas e elementos de fecho, as posiçÔes de colocação dos termopares da face nĂŁo exposta e dos pontos de medição da deformação.

[1] Regulamento Geral de Segurança contra IncĂȘndio em EdifĂ­cios (RG/SCIE) (DL 83/2007), em fase de aprovação, 2007. [2] CEN, European Committee for Standardisation. “EN 13501-2 Fire classification of construction products and building elements — Part 2: Classification using data from fire resistance tests, excluding ventilation services”, Brussels, Belgium, 2003. [3] CEN, European Committee for Standardisation. “EN 1363-1, Fire resistance tests - Part 1: General requirements”, Brussels, Belgium, 1999. [4] CEN, European Committee for Standardisation. “EN 1634-1, Fire resistance tests for door and shutter assemblies. Part1: Fire doors and shutters”, Brussels, Belgium, 2000.

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

INTERFACE PROJECTISTAS - INSTALADORES

InstalaçÔes de segurança AS BOAS PRÁTICAS DESDE O INÍCIO DO PROJECTO ATÉ À CONTINUIDADE DA MANUTENÇÃO

Este conjunto de boas prĂĄticas em instalaçÔes de segurança resulta da parceria entre a APSEI e a ComissĂŁo Executiva da Especialização em Engenharia de Segurança da Ordem dos Engenheiros (CEEES – OE). Reunidas num Jantar-Debate realizado em Março deste ano, as duas entidades promoveram uma discussĂŁo entre especialistas em Engenharia de Segurança, quer na ĂĄrea do projecto, quer da realização, com o intuito de ultrapassar as divergĂȘncias comuns ao nĂ­vel das soluçÔes, acçÔes e interpretaçÔes nos projectos elaborados. O resultado, agora publicado, constitui um conjunto de recomendaçÔes e orientaçÔes que visam a obtenção das melhores soluçÔes de execução das instalaçÔes de segurança. 1. A realização de uma Instalação de Segurança deve contemplar as seguintes fases: 1.ÂȘ – Elaboração do programa de trabalhos e respectivo calendĂĄrio; 2.ÂȘ – Elaboração do projecto, geralmente, nas seguintes etapas: estudo prĂ©vio, projecto preliminar ou ante-projecto e projecto de execução; 44

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3.ÂȘ – Lançamento do Concurso e Adjudicação da Obra; 4.ÂȘ – Execução dos trabalhos e respectiva Fiscalização; 5.ÂȘ – Recepção da Obra e InĂ­cio de Exploração da Instalação; 6.ÂȘ – Manutenção continuada da Instalação. 2. Estas fases tĂȘm que ser assumidas, na totalidade ou em parte, pelos seguintes intervenientes: ≄ Dono de Obra ou Gestor de Projecto ≄ Projectista ou Equipa Projectista ≄ Empreiteiros, Instaladores e Fabricantes ≄ Fiscalização ≄  Entidades licenciadoras e inspectoras, quer na fase da elaboração do projecto, quer na fase do arranque da instalação, quer na continuidade da exploração. Uma instalação bem realizada resulta da competĂȘncia da cadeia dos diversos intervenientes, a qual serĂĄ tanto mais elevada quanto melhor e mais adequada formação for dada aos seus elementos e quanto mais completo, exigente e fiscalizado for o quadro regulamentar.

3. No inĂ­cio deve haver um Programa elaborado pelo Dono de Obra que serĂĄ aprofundado pela equipa projectista. Esta deve compatibilizar os diversos projectos e acompanhar a sua realização em obra. É importante a presença de um Especialista de Segurança, face Ă  ausĂȘncia de cultura de segurança, nomeadamente na ĂĄrea da Arquitectura. 4. O Projectista deve ser conhecedor das melhores soluçÔes, actuais e testadas, disponibilizadas pelos Fabricantes e das melhores prĂĄticas de instalação e ser capaz de projectar as melhores soluçÔes de segurança face ao nĂ­vel de protecção desejada, tendo em conta o quadro regulamentar existente. Para tal o projectista deve exigir qualidade na instalação fazendo projectos detalhados. Do mesmo modo os fabricantes devem ser conhecedores das necessidades do mercado, da caracterização do risco, da comodidade de operação do equipamento pelo homem, devendo ser capazes de demonstrar aos projectistas as vantagens e a eficĂĄcia das suas soluçÔes.


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5. Infelizmente, quantas vezes nĂŁo sĂŁo os prĂłprios Donos de Obra a quebrar esta cadeia de competĂȘncias e causadores da mĂĄ qualidade das instalaçÔes, por alteraçÔes frequentes ao projecto, por aceitação de sub empreitadas, por admissĂŁo de fornecedores nĂŁo qualificados. Nas instalaçÔes mais complexas ou com maior responsabilidade as instalaçÔes de segurança nĂŁo devem ser fornecidas pelos empreiteiros gerais e instaladas por terceiros. Urge que os Donos de Obra sejam condicionados por legislação adequada e responsabilizados pelas seguradoras. 6. A anĂĄlise dos concorrentes e a preparação da adjudicação nĂŁo se deve basear, apenas, no preço mas deve ter em conta a qualidade tĂ©cnica do que Ă© proposto e a competĂȘncia e experiĂȘncia dos concorrentes.

7. Devem ser criados os mecanismos para a certificação das Empresas Fornecedoras e Instaladoras, como defesa da competĂȘncia. As empresas fornecedoras e instaladoras devem garantir a competĂȘncia dos seus profissionais, atravĂ©s da formação adequada e de um controlo de qualidade continuado. 8. No final da obra devem ser realizados testes de acordo com as instruçÔes dos fabricantes ou com o planeamento do projectista, entregue a instalação totalmente a funcionar, acompanhada da documentação e instruçÔes de operação e de manutenção adequadas. Devem participar todos os intervenientes. 9. As Entidades Fiscalizadoras tĂȘm um papel muito importante na garantia de que tanto o projecto, como a instalação, a ex-

ploração e a manutenção se realizam e se concretizam efectivamente segundo os regulamentos e normas em vigor. A sua acção deve fazer-se sentir de forma continuada e coerente. É fundamental que os tĂ©cnicos das entidades fiscalizadoras tenham tambĂ©m formação elevada e adequada, compatĂ­vel com os restantes interlocutores. 10. Deve ser garantida manutenção quer pela prĂłpria Entidade Exploradora, quer pelo instalador ou fornecedor, quer por terceira entidade especializada e reconhecida como tal. A falta de manutenção das instalaçÔes de segurança, especialmente as de segurança contra incĂȘndio, por ser lesiva da vida humana e do patrimĂłnio, deve ser objecto de fiscalização continuada pelas entidades competentes e pelas Seguradoras.

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LEGISLAÇÃO

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SISTEMAS FIXOS DE PROTECÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Gases Fluorados com efeito de estufa Pedro Pequito Director-Geral da LPG Portugal

O sector da Protecção contra IncĂȘndio tem sido, nos Ășltimos anos, objecto de intensa regulamentação europeia tendo como preocupação subjacente a questĂŁo ambiental. Em 17 de Maio foi publicado o Regulamento (CE) nÂș 842/2006 que define e permite a utilização dos gases fluorados (HFC’s) em Sistemas Fixos de Protecção Contra IncĂȘndios e que, consequentemente, tem repercussĂ”es na actividade das empresas instaladoras do ramo. O diploma em causa aplica-se tambĂ©m aos Sistemas de Frio, pelo que, antes de se analisar o Regulamento relativo aos gases fluorados com efeito de estufa abrangidos pelo Protocolo de Quioto e respectivos regulamentos complementares, importa fazer uma breve referĂȘncia aos Sistemas de Frio, responsĂĄveis por 97% das emissĂ”es de HFC’s para a atmosfera (fonte: PNAC 2006). É, na realidade, destes sistemas que advĂȘm as principais preocupaçÔes ambientais, decorrentes das frequentes fugas nas suas ligaçÔes, onde o fluido se encontra permanentemente em circulação. No caso dos Sistemas Fixos de Protecção contra IncĂȘndios houve, desde sempre, uma grande preocupação, por parte dos fabricantes e instaladores, em reduzir estas fugas pelo facto de colocarem em causa a fiabilidade dos sistemas e, assim, a protecção de ĂĄreas vitais dos edifĂ­cios. Por esta razĂŁo, as fugas nĂŁo sĂŁo admissĂ­veis nos Sistemas Fixos de Protecção contra IncĂȘndios, sendo praticamente inexistentes. Por outro lado e contrariamente aos sistemas de frio, o controlo das fugas Ă© mais fĂĄcil nos Sistemas Fixos de Protecção contra IncĂȘndios, jĂĄ que o fluido se encontra confinado e em repouso num reservatĂłrio equipado com vĂĄlvula e manĂłmetro, num conjunto geralmente certificado para esta utilização, constituindo garantia de fiabilidade relativamente a fugas. Na anĂĄlise do controlo de fugas, Ă© verificada a pressĂŁo interna do cilindro atravĂ©s da leitura do manĂłmetro ou do pressostato (utilizado habitualmente em sistemas instalados em locais remotos). Explicados os factos que justificam a actual legislação europeia aplicĂĄvel aos Sistemas Fi-

xos de Protecção contra IncĂȘndios, passam a referir-se as principais obrigaçÔes decorrentes da mesma. Os tĂ©cnicos que executam a instalação e manutenção dos Sistemas Fixos de Protecção contra IncĂȘndios que contĂȘm os referidos gases devem evitar as fugas dos mesmos e, quando detectadas, reparĂĄ-las assim que possĂ­vel. A periodicidade das verificaçÔes de eventuais fugas depende da quantidade de gases fluorados instalada. Esta periodicidade serĂĄ anual para sistemas que contenham 3 kg ou mais de gases, semestral para sistemas com 30 kg ou mais e trimestral para sistemas com 300 kg ou mais. De notar que a regulamentação europeia prevĂȘ a redução da periodicidade destas verificaçÔes para metade, no caso de existir um sistema de detecção de fugas adequado. Como sistema de detecção de fugas adequado e que funcione correctamente entende-se a existĂȘncia de um pressostato, um sistema de pesagem permanente ou um manĂłmetro com contacto, proporcionando uma monitorização contĂ­nua no tempo. De acordo com a legislação em anĂĄlise, as seguintes situaçÔes poderĂŁo indicar a possibilidade de existĂȘncia de fuga: ≄ uma perda de pressĂŁo de 10% (ajustada Ă  temperatura); ≄ uma perda da quantidade de agente extintor superior a 5% ; ≄ a indicação de fuga pelo sistema fixo de detecção de fugas. O Regulamento abrange tambĂ©m as acçÔes de recuperação, reciclagem, regeneração ou destruição dos gases fluorados com efeito de estufa. No caso dos Sistemas Fixos de Protecção contra IncĂȘndios apenas faz sentido falar de acçÔes de recuperação. É o caso da recolha do agente extintor proveniente de uma instalação que deixou de existir e que Ă© encaminhado para outra instalação, sendo esta operação, apesar de rara, sempre efectuada nas instalaçÔes do fabricante. Desta forma, as Ășnicas tarefas realizadas pelos tĂ©cnicos e empresas sĂŁo a Instalação e a Manutenção ou AssistĂȘncia TĂ©cnica, nas quais Ă© efec-

tuada a leitura dos correspondentes manĂłmetros como garantia da inexistĂȘncia de fugas. Qualquer acção em caso de fuga serĂĄ sempre efectuada nas instalaçÔes do fabricante, nomeadamente a recarga do agente extintor e nunca in loco. De acordo com os regulamentos europeus em vigor no ordenamento jurĂ­dico nacional, estĂŁo sujeitos a certificação: ≄ Os tĂ©cnicos que exerçam actividades de detecção de fugas em aplicaçÔes que contenham 3 kg ou mais de gases fluorados com efeito de estufa, recuperação, instalação e manutenção/assistĂȘncia tĂ©cnica de Sistemas Fixos de Protecção contra IncĂȘndios; ≄ As empresas que executem actividades de instalação e manutenção/assistĂȘncia tĂ©cnica nos mesmos sistemas. Esta certificação nĂŁo Ă© aplicĂĄvel Ă s actividades de fabrico e reparação executadas nas instalaçÔes do fabricante. No processo de certificação dos tĂ©cnicos e empresas intervirĂŁo dois organismos fundamentais, com funçÔes distintas: o Organismo Avaliador, que serĂĄ responsĂĄvel pela avaliação dos tĂ©cnicos; e o Organismo Certificador, responsĂĄvel pela certificação dos tĂ©cnicos e das empresas. A forma como estas certificaçÔes irĂŁo ser realizadas serĂĄ objecto de regulamentação nacional complementar. Para finalizar, importa referir que, nos sistemas fixos de protecção contra incĂȘndios instalados apĂłs 1 de Abril de 2008, os rĂłtulos devem indicar que o equipamento contĂ©m gases fluorados com efeito de estufa abrangidos pelo Protocolo de Quioto e as respectivas quantidades, devendo esta informação ser inscrita no equipamento de forma clara e indelĂ©vel. Com estas novas disposiçÔes regulamentares, a UniĂŁo Europeia pretende reduzir as emissĂ”es de gases fluorados e, assim, contribuir para a protecção do ambiente. Estas sĂŁo algumas das medidas resultantes do Protocolo de Quioto, cujo principal objectivo Ă© conseguir que, entre 2008 e 2012, os paĂ­ses industrializados reduzam em 5% as suas emissĂ”es de gases relativamente aos nĂ­veis registados em 1990. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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FICHA TÉCNICA nÂș15

SADI TIPO CONVENCIONAL

DETECTOR MULTI-SENSOR JANEIRO 2008

As Fichas TĂ©cnicas APSEI estĂŁo sujeitas a um processo de actualização contĂ­nua, dependente das alteraçÔes legais, normativas e tĂ©cnicas que estejam relacionadas com o seu conteĂșdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha TĂ©cnica, de que estĂĄ na posse da sua Ășltima versĂŁo.

DEFINIÇÃO Detector de incĂȘndio: Componente que faz parte de um sistema de detecção e alarme de incĂȘndios que contĂ©m no mĂ­nimo um sensor que, constantemente ou a intervalos muito frequentes, monitoriza uma grandeza fĂ­sica ou fenĂłmeno quĂ­mico associado ao fogo e que providencia um sinal correspondente Ă  central de sinalização e comando.

PRINCÍPIO ACTIVO DE FUNCIONAMENTO Os detectores multi-sensor combinam dois ou mais tipos de sensores, geralmente um sensor tĂ©rmico e um sensor de fumos, e processam os sinais de forma a produzir uma Ășnica saĂ­da, que Ă© baseada num algoritmo de decisĂŁo de anĂĄlise das grandezas envolvidas. Os sinais provenientes de cada um dos sensores sĂŁo independentes. Assim, estes detectores podem comportar-se como os detectores de um Ășnico sensor, ou como uma combinação de detectores, pretendendo-se com isto a redução dos falsos alarmes e o aumento da fiabilidade da detecção. Os detectores multi-sensor tĂȘm um micro-processador que Ă© responsĂĄvel pelo processamento dos vĂĄrios sinais, recorrendo para isso a um algoritmo que depende do tipo de sensor. Foto-dĂ­odo

Detector Multi-Sensor: Detector que responde a mais do que um fenĂłmeno produzido por um incĂȘndio.

TermĂ­stor exposto ao ar ambiente. Led infravermelho

Fig. 1 - Detector Multi-Sensor

GARANTIAS Os detectores devem possuir marcação CE.

NORMAS APLICÁVEIS

APLICAÇÃO NĂŁo existindo nenhuma norma nacional ou europeia aplicĂĄvel a este tipo de detectores, Ă© aconselhĂĄvel seguir as recomendaçÔes dos fabricantes.

SINALIZAÇÃO E ALARME

NP EN 54-1 Sistemas de detecção e alarme de incĂȘndio – Parte 1: Introdução

Cada detector deverå possuir um indicador luminoso de cor vermelha que acenderå em caso de alarme. Esta sinalização deverå ser visível a, pelo menos, 6 m directamente debaixo do detector, num ambiente de intensidade luminosa até 500 lux.

pr NP EN 54-14 Sistemas de detecção e alarme de incĂȘndio – Parte 14: EspecificaçÔes tĂ©cnicas para planeamento, projecto, colocação em serviço, exploração e manutenção

Sempre que possível, o posicionamento do indicador luminoso deverå ser feito de modo a ser visível do ponto de acesso da årea. Deverå possuir também saída para sinalização remota a instalar por cima das portas quando em åreas fechadas.

MANUTENÇÃO DOCUMENTOS TÉCNICOS CO-RELACIONADOS

Para garantir a fiabilidade da detecção aconselha-se que os sistemas com este tipo de detectores sejam sujeitos a pelo menos duas manutençÔes anuais.

Ficha TĂ©cnica nÂș4 - SADI Ficha TĂ©cnica nÂș6 - CDI Ficha TĂ©cnica nÂș9 - Detectores Ópticos Ficha TĂ©cnica nÂș13 - Detectores TĂ©rmicos

1 APSEI Rua do Conselheiro Lopo Vaz, Edifício Varandas do Rio, Escritório D | 1800 – 142 Lisboa Tel.:+351 219 527 849 | Fax:+351 219 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt


FICHA TÉCNICA nÂș16 COMPONENTES PARA PORTAS RESISTENTES AO FOGO

DOBRADIÇAS DE EIXO SIMPLES JUNHO 2008

DEFINIÇÃO

As Fichas TĂ©cnicas APSEI estĂŁo sujeitas a um processo de actualização contĂ­nua, dependente das alteraçÔes legais, normativas e tĂ©cnicas que estejam relacionadas com o seu conteĂșdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha TĂ©cnica, de que estĂĄ na posse da sua Ășltima versĂŁo.

Dobradiças: São dispositivos mecùnicos instalados entre a folha da porta e o aro. Nota: As dobradiças instaladas nas portas resistentes ao fogo não podem ser alteradas sem prévio consentimento do fabricante.

Fig. 1 - Exemplo de dobradiça de eixo simples

CLASSIFICAÇÃO As dobradiças de eixo simples sĂŁo classificadas de acordo com o sistema de cĂłdigo de 8 dĂ­gitos, em conformidade com a Tabela Resumo de Classificação da norma EN 1935: 1Âș DĂ­gito

2Âș DĂ­gito

3Âș DĂ­gito

4Âș DĂ­gito

5Âș DĂ­gito

6Âș DĂ­gito

7Âș DĂ­gito

8Âș DĂ­gito

Categoria de utilização

Durabilidade

Massa da porta

Adequação ao fogo/fumo

Segurança das pessoas

ResistĂȘncia Ă  corrosĂŁo

Segurança dos bens

Grau da dobradiça Grau

Utilização

Grau

Aplicação

Grau

NÂș Ciclos

Grau

Massa (Kg)

Graus disponĂ­veis

Graus disponĂ­veis

Graus disponĂ­veis

Graus disponĂ­veis

Ligeira

1

Janela

3

10.000

0

10

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

10 ou 1

1

Ligeira

1

Janela

3

10.000

1

20

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

2

Ligeira

1

Porta ou janela

4

25.000

1

20

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

3

MĂ©dia

2

Porta

7

200.000

1

20

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

4

Ligeira

1

Janela

3

10.000

2

40

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

5

Ligeira

1

Porta ou janela

4

25.000

2

40

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

6

MĂ©dia

2

Porta

7

200.000

2

40

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

7

Ligeira

1

Janela

3

10.000

3

60

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

8

Ligeira

1

Porta ou janela

4

25.000

3

60

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

9

MĂ©dia

2

Porta

7

200.000

3

60

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

10

Elevada

3

Porta

7

200.000

4

80

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

11

Severa

4

Porta

7

200.000

5

100

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

12

Severa

4

Porta

7

200.000

6

120

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

13

Severa

4

Porta

7

200.000

7

160

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

14

Exemplo de classificação de uma dobradiça de eixo simples de grau 10 para utilização mĂ©dia, durabilidade de 200.000 ciclos, resistĂȘncia Ă  corrosĂŁo moderada e aplicação em portas de segurança resistentes ao fogo de peso atĂ© 60 kg, satisfazendo os requisitos essenciais de segurança: 2

7

3

1

1

1

1

10

Exemplo de classificação de uma dobradiça de eixo simples

GARANTIAS Declaração de conformidade CE garantindo que as dobradiças foram fabricadas em conformidade com os requisitos da norma EN 1935 NORMAS APLICÁVEIS EN 1935 Building hardware – Single axis hinges – Requirements and test methods EN 1634-1 Fire resistance tests for door and shutter assemblies. Part 1: Fire doors and shutters

DOCUMENTOS TÉCNICOS CO-RELACIONADOS Ficha TĂ©cnica nÂș1 - PORTAS

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS GENÉRICAS As dobradiças de eixo simples para aplicação em portas resistentes ao fogo e/ou fumo devem ter no mĂ­nimo a seguinte classificação: ‱ Grau 2 no 1Âș dĂ­gito (Categoria de utilização) ‱ Grau 1 no 4Âș dĂ­gito (Adequação ao fogo/fumo)

ELEMENTOS IDENTIFICATIVOS Cada dobradiça de eixo simples, em conformidade com a EN 1935, deve ter aposta a seguinte informação: ‱ Nome ou marca do fabricante, ou outro meio de identificação ‱ Grau da dobradiça (oitavo dĂ­gito do sistema de cĂłdigo de 8 dĂ­gitos) ‱ ReferĂȘncia Ă  norma EN 1935

MARCAÇÃO CE

Marcação CE

A marcação CE deve ser acompanhada da seguinte informação: ‱ Identificação do Organismo Certificador ‱ Identificação ou marca do fabricante ‱ O endereço do fabricante ‱ Os dois Ășltimos dĂ­gitos do ano de aposição da marcação CE ‱ O nĂșmero do Certificado de Conformidade CE ‱ ReferĂȘncia Ă  norma EN 1935 ‱ A classificação da dobradiça

0123

-

DO.2317

Fabricante e Endereço

Ano de aposição da Marcação CE (os dois Ășltimos dĂ­gitos)

Easy-Exit Ltd BP21, B-1050, Belgique

02

EN 1935:2002

3

NĂșmero e ano da Norma aplicĂĄvel NĂșmero do Organismo de Certificação e NĂșmero do Certificado

7

4

1

1

3

-

10

Classificação da dobradiça

SubstĂąncias perigosas (se existentes): EmissĂŁo/ConteĂșdo

A marcação CE e a informação acima referida devem acompanhar o produto ou ser incluídas nas instruçÔes de montagem. Complementarmente, a marcação CE e a totalidade ou parte da informação de acompanhamento podem ser apostas na dobradiça e/ou na embalagem do produto.

APSEI Rua do Conselheiro Lopo Vaz, Edifício Varandas do Rio, Escritório D | 1800 – 142 Lisboa Tel.:+351 219 527 849 | Fax:+351 219 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt

1




01

LEGISLAÇÃO

Legislação Portaria nÂș 896/2008, de 18 de Agosto

Altera a Portaria n.Âș 1288/2005, de 15 de Dezembro, que aprova o modelo, edição, preço, fornecimento e distribuição do livro de reclamaçÔes a ser disponibilizado pelos fornecedores de bens e prestadores de serviços abrangidos pelo Decreto-Lei n.Âș 156/2005, de 15 de Setembro. DR NÂș 158, SĂ©rie I de 18/08/2008.

Lei nÂș 38/2008, de 8 de Agosto

Procede Ă  segunda alteração ao Decreto-Lei n.Âș 35/2004, de 21 de Fevereiro, que altera o regime jurĂ­dico do exercĂ­cio da actividade de segurança privada. DR NÂș 153, SĂ©rie I de 08/08/2008.

Portaria nÂș 637/2008, de 23 de Julho

Aprova o regulamento de extensĂŁo das alteraçÔes dos CCT entre a AES - Associação das Empresas de Segurança e outra e o STAD - Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, VigilĂąncia, Limpeza, DomĂ©stica e Actividades Diversas e outros e entre as mesmas associaçÔes de empregadores e a FETESE - Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores de Serviços e outros. DR NÂș 141, SĂ©rie I de 23/07/2008.

Comunicação nÂș 2008/C160/01 de 24 de Junho de 2008

Comunicação da ComissĂŁo no Ăąmbito da execução da Directiva 89/686/CEE do Conselho, de 21 de Dezembro de 1989, relativa Ă  aproximação das legislaçÔes dos Estados-Membros respeitantes aos equipamentos de protecção individual. (Publicação dos tĂ­tulos e referĂȘncias das normas harmonizadas ao abrigo da directiva). Jornal Oficial UniĂŁo Europeia NÂș 156, SĂ©rie C de 20/06/2008.

Decreto-Lei nÂș 103/2008, de 24 de Junho

Estabelece as regras relativas Ă  colocação no mercado e entrada em serviço das mĂĄquinas e respectivos acessĂłrios, transpondo para a ordem jurĂ­dica interna a Directiva n.Âș 2006/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Maio, relativa Ă s mĂĄquinas e que altera a Directiva n.Âș 95/16/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Junho, relativa Ă  aproximação das legislaçÔes dos Estados membros respeitantes aos ascensores. DR NÂș 120, SĂ©rie I de 24/06/2008.

Decreto Legislativo Regional nÂș 20/2008/M, de 19 de Junho

Adapta Ă  RegiĂŁo AutĂłnoma da Madeira o Decreto-Lei n.Âș 156/2005, de 15 de Setembro, entretanto alterado pelo Decreto-Lei n.Âș 371/2007, de 6 de Novembro, que estabelece a obrigatoriedade de disponibilização do livro de reclamaçÔes a todos os fornecedores de bens e prestadores de serviços que tenham contacto com o pĂșblico em geral. DR nÂș 117, SĂ©rie I de 19/06/2008.

Decreto-Lei nÂș 63-A/2008, de 3 de Abril

Altera o Decreto-Lei n.Âș 170-A/2007, de 4 de Maio, e respectivos anexos, transpondo para a ordem jurĂ­dica interna a Directiva n.Âș 2006/89/CE, da ComissĂŁo, de 3 de Novembro, que adapta pela sexta vez ao progresso tĂ©cnico a Directiva n.Âș 94/55/CE, do Conselho, de 21 de Novembro, relativa ao transporte rodoviĂĄrio de mercadorias perigosas. DR NÂș 66, SĂ©rie I, Suplemento de 03/04/2008.

Portaria nÂș 249-B/2008, de 31 de Março

Altera o prazo de preenchimento dos mapas de registo de resĂ­duos relativos aos dados do ano de 2007 para 31 de Março de 2009, fazendo-o coincidir com o prazo previsto para o preenchimento dos dados relativos ao ano de 2008. DR NÂș 63, SĂ©rie I de 31/03/2008.

Normalização NP EN 14339:2008

52

Hidratantes de incĂȘndio enterrados.

NP EN 14351-1:2008

Janelas e portas. Norma de produto, caracterĂ­sticas de desempenho. Parte 1: Janelas e portas pedonais exteriores sem caracterĂ­sticas de resistĂȘncia ao fogo e/ou de estanquidade ao fumo.

NP EN 60695-4:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 4: Terminologia relativa aos ensaios ao fogo para os produtos electrotécnicos (IEC 60695-4:2005).

NP EN 60695-5-1:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 5-1: Efeitos dos estragos de corrosĂŁo dos efluentes do fogo. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-5-1:2002).

NP EN 60695-6-1:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 6-1: Opacidade do fumos. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-6-1:2005).

NP EN 60695-7-1:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 7-1: Toxicidade dos efluentes do fogo. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-7-1:2004).

NP EN 60695-9-1:2008

Ensaios relativos aos riscos de fogo. Parte 9-1: Propagação das chamas na superfície. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-9-1:2008).

NP EN 60695-10-2:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 10-2: Calor anormal. Ensaio de esfera (IEC 60695-10-2:2003).

NP EN 60695-11-2:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 11-2: Chamas de ensaio – Chama de prĂ©-mistura de 1 kW nominal. Aparelhagem, disposição do ensaio de verificação e indicaçÔes (IEC 60695-11-2:2003).

NP EN 60695-11-10:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 11-10: Chama de ensaio. MĂ©todos de ensaio horizontal e vertical Ă  chama de 50 W (IEC 60695-11-10:1999+A1:2003).

NP EN 61204-3:2008

Fontes de alimentação em baixa tensão, saída de corrente contínua. Parte 3: Compatibilidade electromagnética (CEM) (IEC 61204-3:2000).

OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08


PRÓXIMOS EVENTOS SOBRE SEGURANÇA

Agenda NOVEMBRO ‘08 05 a 06 JORNADAS TÉCNICAS NFPA-APSEI 2008 Centro de Congressos do Taguspark (Oeiras) PORTUGAL www.nfpaportugalconference.com 13 a 14 SEGURIatlĂĄntico Palacio de Exposiciones y Congressos (A Coruña) ESPANHA www.salonseguriatlantico.com 25 a 28 SICUREZZA / SICURTECH EXPO Feira Milano, Rho (MilĂŁo) ITÁLIA www.fieramilanotech.it

DEZEMBRO ‘08 10 a 13 MARITIMA 2008 Paris Expo, Porte de Versailles, Hall 8 (Paris) FRANÇA www.salonmaritima.com

MARÇO ‘09 18 a 21 SEGUREX 2009 Feira Internacional de Lisboa (Lisboa) PORTUGAL www.segurex.fil.pt

JUNHO ‘09 08 a 11 NFPA CONFERENCE & EXPO McCormick Place (Chicago) EUA www.nfpa.org/conference 10 a 12 SCI 2009 IFEMA Feria de Madrid (Madrid) ESPANHA www.congresso-sci.org

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Ă  ordem de APSEI.


01

DIRECTÓRIO

Directório de empresas associadas APSEI SENDO A PROTEGER UM PROJECTO DE COMUNICAÇÃO DA APSEI, DESTACAMOS NESTE PRIMEIRO NÚMERO AS NOSSAS EMPRESAS ASSOCIADAS.

ABC Segurança - Equipamentos e Sistemas, Lda EdifĂ­cio Entreposto Praça JosĂ© QueirĂłs 1, Fracção n.Âș5 - Piso 3 1801-802 Lisboa Tel 219 388 234 geral@abcseguranca.com

.

ACUSTERMIA - Isolamentos TĂ©rmicos e AcĂșsticos, Lda Rua Casal da Ligeira, 20 ArmazĂ©m 12 2710-446 SINTRA Tel 219 605 099 acustermia@mail.telepac.pt www.acustermia.com

ADI INTERNATIONAL - Honeywell Security España Rua João de Freitas Branco, 36 A 1500-359 Lisboa Tel 217 237 860 paulo.barreiros@ADI-Intl.com

ADT Fire & Security Ed. Entreposto, Praça José Queirós 1, Fracção 5 - Piso 3 1801-802 Lisboa Tel 217 510 560 adt.pt@tycoint.com www.adt.pt

A. GOMES & GOMES – Man. e Conserv. de Ed., Lda Praceta Pedro Manuel Pereira nÂș1 - 1Âș Esq. 2620-158 PĂłvoa de Santo AdriĂŁo Tel 219 382 000 agg@gomesegomes.com www.agomesegomes.com

ALARMAROUBO - Com. Inst. Mat. Equip. Seg., Lda Rua Álvaro Ferreira Alves, 17C Parque industrial Sta Marta do Pinhal 2855-591 Corroios Tel 212 555 510 alarmaroubogeral@mail.telepac.pt www.alarmaroubo.com

54

OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

ALARMÉDIA - Equip. Segurança ElectrĂłnica, Lda Rua Zeca Afonso nÂș 4, Loja B - Alto da Eira 2690-579 Santa Iria da AzĂłia Tel 219 531 582 alarmedia.geral@mail.telepac.pt

ALARMIBÉRICA - Comp. Portuguesa de Segurança, Lda Rua Comandante Germano Dias, nÂș 2- 2 A 2780-247 Oeiras Tel 214 544 900 sede@alarmiberica.pt www.alarmiberica.pt

ALGARSIS, Lda Rua da Olivença nÂș 24 8500-611 PortimĂŁo Tel 282 415 260 geral@algarsis.pt www.algarsis.pt

ALINOR - Extintores do Norte, Lda Rua Gago Coutinho, 266 - Águas Santas 4425-089 MAIA Tel 229 746 252 alinor@sapo.pt

A. P. Alarmes Portugal, Lda Rua de Moçambique, 13 R/c Esq 1170-242 Lisboa Tel 218 127 275 geral@apalarmes.pt www.apalarmes.pt

ÁREA HUMANA - GestĂŁo de Segurança, Lda Rua Serpa Pinto, n.Âș 21 8000-431 Faro Tel 289 826 000 areahumana@gmail.com

A. SILVESTRE EXTINTORES Zona Industrial Ligeira n.Âș 2, Rua N, Lote 1198 7520-309 Sines Tel 969 940 807 a.silvestre-extin@sapo.pt

AUGUSTO SILVA - Venda e Man. de Mat. de IncĂȘndio Est. da Ribeira, Casa Cabras 443, Arm. Pai do Vento 2755-290 Alcabideche Tel 214 673 565 augustosilvaext@mail.telepac.pt

ANTAFOGO - Equip. de Segurança, Lda Rua de Cassufas, n.Âș 975 - Anta 4500-034 Espinho Tel 227 342 596 antafogoequipamentos@sapo.pt

AUTINSEG - Tecnologias de Segurança, Lda Rua Dr. JoĂŁo Porto nÂș 11- Qta da Gabriela 2790-057 Carnaxide Tel 214 185 896 autinseg@autinseg.pt www.autinseg.pt

ANTICHAMA - Com. de Materiais de Segurança, Lda Estrada Nacional nÂș 2 - Vermum - Campo - Ap. 4001 3516-909 Viseu Tel 232 422 528 antichama@sapo.pt www.antichama.pt

BEIRAEXTINTORES - Equip. Contra IncĂȘn. e Seg., Lda Rua da Ramalha 47-49 6200-180 CovilhĂŁ Tel 275 088 083 beiraextintores@gmail.com


DIRECTÓRIO

01

BEIRA FOGO - Extintores e AssistĂȘncia TĂ©cnica, Lda Rua das Moitas S/N - Apartado 6 3306-909 Coja-Arganil Tel 253 729 005 beirafogo@sapo.pt

CONSENSO - Sistemas de Segurança, Lda Av. Brito Pais, nÂș 2 - A - Reboleira 2720-071 Amadora Tel 214 998 205 marques.carlos@netcabo.pt

BOMBAS GRUNDFOS PORTUGAL S.A. Rua Calvet de MagalhĂŁes nÂș 241 2770-153 Paço D’ Arcos Tel 214 407 620 lcoelho@grundfos.com www.grundfos.pt

CONTRA FOGO - SoluçÔes de Segurança, SA Quinta do Conde Mascarenhas, Lote 8 - Vale Fetal 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA Tel 212 535 706 contrafogo@contrafogo.pt www.contrafogo.pt

CARFOGO - Comércio Artigos Protecção e Seg., Lda Rua Dr. Adolfo Portela 35 R/C 3750 Águeda Tel 234 603 209 geral@carfogo.com www.carfogo.com

CORREIA DE ALMEIDA UNIPESSOAL, Lda Rua Gago Coutinho, 38 8000-353 Faro Tel 289 812 919 correia-almeida@sapo.pt www.correiadealmeida.pt

ESCOL - Serviços de Segurança, Lda Zona Industrial Maia I, Sector X, Lote 382 - Barca 4470 MAIA Tel 214 609 000 maia@escol.pt

CENTRALSEG - Imp. e Dist. Equip. de Segurança, Lda Av. Vale Grande, Lt 19 1675-270 Pontinha Tel 219 817 710 geral@centralseg.pt www.centralseg.pt

DIOGO E RAMALHEIRO, Lda. Rua Santo AntĂłnio - QuarteirĂŁo 9 Lote 3 A R/C Moinhos da Funcheira 2650-116 Amadora Tel 214 942 188 diogoramalheiro@sapo.pt

EXPRESSO FOGO - Com. Mat. Combate IncĂȘndios, Lda Rua Quinta do Gato Bravo, Lt 19 - Arm. A - Cave 2810-352 FeijĂł Tel 212 595 776 expressofogo@clix.pt www.expressofogo.pt

C. M. F. R. EXTINTORES, Lda Av. JoĂŁo de Deus 23 B - Serra das Minas 2635-000 Rio de Mouro Tel 219 176 191 cmfrextintores@netcabo.pt

DORMA Portugal - Sist. de Contr. Portas Unip., Lda Av. de Sousa Cruz nÂș 671 - loja 9 4780-365 SANTO TIRSO Tel 252 860 490 joseantoniopais@mail.telepac.pt www.dorma.com

EXTINCÊNDIOS - Equip. Protecção e Segurança, SA Rua Cavaleiros da Espora Dourada 2560-668 Torres Vedras Tel 261 325 968 extincendios@mail.telepac.pt www.extincendios.pt

E3S - Equip. Electrónico de Segurança, Lda Parque Ind. Vale do Alecrim, lote A - Pinhal Novo 2950-437 Palmela Tel 212 387 720 e3s@afroluso.pt www.e3s.pt

EXTINDAIRE - Com. Manutenção Extintores Unip, Lda Av. António Serrado, Lote 8 R/C Esq. 3600-136 Castro D’Aire Tel 232 382 332

COLT PORTUGAL Av. Conselheiro Fernando de Sousa 19 - 9Âș 1070-072 Lisboa Tel 213 821 300 geral@pt.coltgroup.com www.coltgroup.com

EPSI - Estudos, Projectos e Segurança Integrada, Lda Rua Rodrigues Lapa, nÂș 10 1Âș Dto - Salas 1 e 3 2845-132 Amora Tel 212 245 028 epsi@epsi.pt www.epsi.pt

ERTECNA - Empresa de Revestimentos TĂ©cnicos, Lda EN 109 - AraĂșjos 3080-436 FIGUEIRA DA FOZ Tel 233 407 407 comercial@sinalux.pt www.sinalux.pt

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01

DIRECTÓRIO

GEPSI, LÂȘ EXTINFOGO MADEIRENSE-JosĂ© Proença Equip Seg, Lda Rua da InfĂąncia, 11 9060-131 Funchal Tel 291 225 738 geral@extinfogo.com www.extinfogo.com

EXTINLÂNDIA - ComĂ©rcio e Recarga de Extintores, Lda Rua de CamĂ”es 81 3830-152 Ílhavo Tel 234 327 014 extinlandia@netvisao.pt

EXTINLOURES - Mat. Combate IncĂȘndio e Seg, Lda NĂșcleo Empresarial Quinta do Portela - Ap. 46 2670-000 Guerreiros - Loures Tel 219 824 118 extinloures@clix.pt www.extinloures.pt

EXTINRISCO - Sistemas de Segurança Praceta Cidade de Londres, 5 2735-466 CACÉM Tel 219 143 444 geral@extinrisco.pt www.extinrisco.pt

EXTINSETÚBAL, Lda Rua Rodrigo Ferreira da Costa 56 2910-125 SetĂșbal Tel 265 533 303

EXTINTEL - Extintores e TĂ©cnicos de IncĂȘndio, Lda Alto da Relvinha 3020-365 Coimbra Tel 239 497 675 extintel@extintel.pt www.extintel.pt

EXTINTOVAR- ArmĂ©nio BrĂĄs Unipessoal, Lda R. Lagoa de AssĂ”es nÂș 212 - Apartado 101 3880-723 SĂŁo JoĂŁo Ovar Tel 256 585 053

56

GEPSI- Gab. Est. Prev. Segurança Industrial, Lda Rua das Rosas, 20 - Perafita 4455-550 Matosinhos Tel 229 959 690 gepsilda@netcabo.pt

FAMAFOGO - Comércio Equip. Segurança, Lda Av. da Liberdade 203 4760-307 Calendårio Tel 252 378 484 famafogo@iol.pt

GEZE IBERIA S.R.L.U. R. Eng. Francisco PatrĂ­cio 61 - Flandes 3100-339 Pombal Tel 236 219 717 e.cacho@geze.es www.geze.com

FERNANDO MELO, LDA Alameda D. Afonso Henriques, nÂș37 2715-956 Montelavar Tel 219 271 279 fernandomelo@portugalmail.pt

FIRE PRIN - Equip. Protecção Contra IncĂȘndios, Lda Rua Outeiro, 970- ArmazĂ©m 02- Gemunde 4475-150 Maia Tel 229 406 640 fireprin@fireprin.com www.fireprin.com

FIRE TEAM - Comércio Produtos Segurança, Lda Pr. Conde Castelo Melhor 15 B-C-D 2810-195 Laranjeiro Tel 210 878 820 fireteam.info@gmail.com

FIRECENTER - Com. Equip. Combate IncĂȘndios, Lda Rua Marechal Gomes da Costa nÂș 1 2080-155 Almeirim Tel 243 597 942 rui.ferreira@firecenter.pt

FUCOLI - SOMEPAL -Fundição de Ferro, SA Rua de Aveiro, 50 3050-903 Pampilhosa Tel 231 949 261 sede@fucoli-somepal.pt www.fucoli-somepal.pt

EXTINTORMOR, Lda Rua do Passo 7050-178 Montemor-o-Novo Tel 266 896 215 extintormor@iol.pt

OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

G A B IN E TE D E E S TU D O S D E P R E V E N Ç Ã O E S E G U R A N Ç A IN D U S T R IA L , L D A

EXTINVALE- Com. de Equip. Seg. Contra IncĂȘndio Lugar do Cruzeiro- Nespereira 4620-404 Lousada Tel 255 813 991 extinvale@extinvale.com

GE SECURITY - Segurança Electrónica, Lda Rua da Bela Vista, Lt 18 Lj E - Alto do Murtal 2775-076 Parede Tel 214 548 180 nuno.figueiredo@ge.com www.gesecurity.net

GLOBAL 2 - Segurança Total, Lda Urbanização Industrial Abóboda, Lote 17 E 2785-656 Trajouce - Abóboda Tel 214 489 410 info@global-seguranca.com www.global-seguranca.com

GLOBALFOGO - Com. Equip. Combate a IncĂȘndios, Lda R. Aura Abranches 8, Lj B 2620-327 Ramada - Odivelas Tel 219 314 952 geral@globalfogo.com www.globalfogo.com

GRUPO 8 - VigilĂąncia e Prevenção ElectrĂłnica, Lda Av. Estados Unidos da AmĂ©rica 23 1Âș D 1749-089 Lisboa Tel 218 432 800 grupo8@grupo8.pt www.grupo8.pt

GUARDA MOR - Equipamentos de Segurança Lda Rua do Lumiar Lj. 1283 – Loja B 1750-162 Lisboa Tel 217 520 960 guardamor@guardamor.pt www.guardamor.pt

GUNNEBO PORTUGAL, S.A. Av. Infante D. Henrique, lote 306-2 1950-421 Lisboa Tel 218 315 600 info.pt@gunnebo.com www.gunnebo.com


DIRECTÓRIO

01

HEGOLAR- Seg., SaĂșde , Qualidade e Ambiente, Lda Rua MarquĂȘs de Pombal, 100 - Apartado 220 3064-909 Cantanhede Tel 231 429 080 hegolar@hegolar.pt www.hegolar.pt

IVV AUTOMAÇÃO, Lda R. Fundação Gulbenkian 117 - 1Âș Dto 4710-394 Braga Tel 253 213 816 info@ivv-aut.com www.ivv-aut.com

MAFEP - Material Anti-Fogo e Protecção, Lda Casal João Félix - Abrunheira 2710-000 Sintra Tel 219 152 251 geral@mafet.pt www.mafep.pt

HELENA MARIA Unipessoal, Lda Lugar Mouta, 1Âș Centro Esq - Fracção F - LijĂł 4750-538 Barcelos Tel 937 686 080 geral@hmpereira.com

JOÃO F. CARAPINHA, Lda R. Padre AmĂ©rico 13 A - Bairro da Comenda 7000-704 Évora Tel 266 742 565 jfrcarapinha@gmail.com

MAHORLI - ComĂ©rcio de Sistemas de Segurança, Lda Catarruchos 3140-032 ArazĂȘde Tel 239 600 100 mahor@mahor.net

HFR - Equip. de Seg. e Combate a IncĂȘndio, Lda R. Mestre JoĂŁo Serra, Lt C, n.Âș 9 7300-061 Portalegre Tel 245 362 569 helder.f.ricardo@sapo.pt

JOAQUIM GODINHO LOPES GODINHO, Lda R. Artur Ferreira da Silva 36, Cave 1885-010 Moscavide Tel 219 446 135 info@extintoresgodinho.com

Marioff HI-FOG, S.A. Avda Esparteros, 19 - Pol.Ind.San José de Valderas 28918 Leganes - Madrid Tel 0034 916 418 400 marioff@marioffspain.com

HOMEBIS - Consultores Unipessoal, Lda R. JoĂŁo Villaret 226, Loja 2775-741 Carcavelos Tel 214 530 616 homebis@sapo.pt

JOAQUIM RIBEIRO NOVO & CÂȘ, Lda Lot.dos Galos lote 29 - Barcelinhos 4755-052 Barcelos Tel 253 823 455

MAXICOFRE - Cofres e Sistemas de Segurança, SA NĂșcleo Empr. Venda do Pinheiro, Rua E - PavilhĂŁo 50 2665-605 Venda do Pinheiro Tel 219 663 200 comercial@maxicofre.pt www.maxicofre.pt

HONEYWELL LIFE SAFETY IBERIA S.L. Rua Neves Ferreira, 12 A 1170-274 Lisboa Tel 218162636 pedro.marques@honeywell.com www.honeywelllifesafety.com

INFRASECUR - Sistemas de Segurança, Lda Rua Vasco Santana lote 22 - Escritório Dto 2675-622 Odivelas Tel 219 349 600 geral@infrasecur.com www.infrasecur.com

INSTALFOGO - Sistemas Contra IncĂȘndio, Lda Rua da RepĂșblica, n.Âș 270 - Apartado 761 - E.N. 109 Cacia 3801-801 AVEIRO Tel 234 910 840 geral@instalfogo.pt www.instalfogo.pt

JOMY PORTUGAL- Com. de Escadas e Equip.Seg., Lda Rua Gen. Humberto Delgado,13 - QtÂȘ Nova S. Roque 2670-512 LOURES Tel 219 822 493 jomyportugal@mail.telepac.pt

LPG Portugal - Sis. de Protecção Contra IncĂȘndio Lda Casais da Serra - Zona Industrial, Lt 4 2665-305 MILHARADO Tel 219 751 322 lpg.portugal@mail.telepac.pt

M & M Security, Lda Parque Residencial do Aqueduto, Lt. 6, 1Âș Esq. 7350-325 Elvas Tel 268 622 635 nuno.monho@ngmti.pt bruno.ricardo@ngmti.pt

M. VIEIRA Unipessoal, Lda R. Dr. Gentil Martins, Lt 50 - Arm DtÂș 1675-020 Pontinha Tel 219 807 682 m.vieiraextingue@clix.pt

MAXIVIGILÂNCIA - Vigilñncia Electrónica, Lda Praceta Notícias da Amadora, 6 Loja A 2720-606 Amadora Tel 214 913 227 maxivigilancia@mail.telepac.pt www.maxivigilancia.com

MICOTEC - ElectrĂłnica, Lda R. Rui Teles Palhinha, Lt 10 - 1Âș D - Tagus Space 2740-278 Porto Salvo Tel 217 567 400 micotec@micotec.pt www.micotec.pt

MICROSEGUR - Sistemas de Segurança, Lda R. Attílio Santini, Ed. Golfinho, Lt 3, 98 C 2750-100 Cascais Tel 214 863 426 geral@microsegur.pt www.microsegur.pt

MONDEGO & SADO - Mat. IncĂȘndio, Prot. e Seg, Lda Praceta Fernando Pessoa nÂș 40 2900-364 SetĂșbal Tel 265 221 156

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DIRECTÓRIO

NISCAYAH, SA R. Rodrigues Lobo, 2 - Ed. Securitas 2799-553 Linda-a-Velha Tel 214 152 700 geral@niscayah.pt www.niscayah.pt

PORTRISA - Portas e Automatismos, Lda R. da Manjoeira, Zona Ind. de Ponte Pedra 2400-926 Regueira da Ponte Tel 244 720 610 portrisa@portrisa.pt www.portrisa.com

REDIFOGO - Material de Protecção e Segurança, Lda Rua D. Pedro V nÂș 1198 4785-306 TROFA Tel 252 418 096 redifogo@mail.telepac.pt www.redifogo.pt

NOFIREL - Com. de Equip. Prevenção e Seg., Lda Av. Dr. Arlindo Vicente 72 A 2840-403 Seixal Tel 212 216 884 geral@nofirel.com www.nofirel.com

PREVICONSTRE - Soc. de Seg., Prev. e P. Sinistros, Lda Rua do Crucifixo, 76 3 N 1100-184 Lisboa Tel 213 223 038 previconstrelda@sapo.pt

ROGÉRIO PAULO PEREIRA Soc. Unipessoal, Lda R. Capitão João D’Ávila 38 C 9700-042 Angra do Heroismo Tel 295 213 081 rogerio-pereira@mail.telepac.pt

PREVIGARB - Engenharia de Segurança, Lda Edifício Central- Letra M - Ferreiras 8200-559 Albufeira Tel 289 572 733 previgarb@gmail.com

SADINTEGRA, Lda Praceta Henrique Santana, 180 SCosme 4420-121 Gondomar Tel 224 673 572 geral@sadi.online.pt www.sadi.online.pt

NUNES & BAPTISTA, Lda Travessa das Almas, nÂș 2 A 1350-003 Lisboa Tel 213 956 154 nunesebaptista@sapo.pt

OBL - RepresentaçÔes Lda Rua António Monteiro, 5 3 C - Parque Ind. do Seixal 2840-068 Seixal Tel 212 110 720 obl@ip.pt www.obl.pt

ORPOR, Lda Rua EugĂ©nio de Castro, 300 1Âș S/ 122 4100-225 Porto Tel 226 007 725 geral@orpor.pt

PEFIPRESA - Protecção Contra IncĂȘndios, Lda Rua das Avencas - Alto dos Gaios 2765-062 ESTORIL Tel 214 647 410 info.lisboa@pefipresa.pt www.pefipresa.com

PORSEG - Sistemas de Segurança, SA Rua de Santa Maria, 310 4405-130 ARCOZELO Tel 227 537 200 porseg@porseg.com www.porseg.com

PREVINAVE - Prevenção e Segurança, Lda Parque Vialonga, Armazém 51- Granja 2625-607 Vialonga Tel 219 470 590 previnave@previnave.com www.previnave.com

PREVINCÊNDIO - Com. de Mat. contra IncĂȘndio, Lda R. Bartolomeu Dias, 7 A e B 2730-026 Barcarena - Queluz de Baixo Tel 214 348 922 geral@previncendio.mail.pt

PROJECTALARME- Com. Equipamentos Segurança, Lda Rua Cidade Ponta Delgada, nÂș 178 2870-261 Montijo Tel 212 314 657 gerencia@projectalarme.com www.projectalarme.com

PROSEGUR, Companhia de Segurança, Lda Avenida Infante D. Henrique, nÂș 326 1849-006 Lisboa Tel 218 362 349 ana.barcelos@pt.prosegur.com www.prosegur.pt

PUERTAS PADILLA, S.L. Pq. Industrial do Batel lote 25 2890-161 Alcochete Tel 212 341 700 vitor.fd@mail.telepac.pt

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SADOFOGO- Equip. Protecção Segurança Unip., Lda Rua Dra. Manuela Pacheco Nobre, 50 A 2830-080 Barreiro Tel 212 099 900 sadofogo.seg@netcabo.pt www.sadofogo.pt

SAFE TARGET - Equi. Seg. e Protecção Trabalho, Lda Rua da Arieira, Lote 6 - Talefe 2640-255 Encarnação Tel 219 618 589 geral@safetarget.pt www.safetarget.pt

SANCO - Produtos ElectrĂłnicos, Lda Rua dos Lagos, 545 4405-875 Vila Nova de Gaia Tel 223 710 845 sanco@sanco.pt www.sanco.pt

SARBOGEST - Projecto e GestĂŁo de Obras, Lda R. Pinheiro Chagas 17 - 1Âș 1050-174 Lisboa Tel 213 579 187 sarbogest@mail.telepac.pt


DIRECTÓRIO

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SCHNEIDER ELECTRIC PORTUGAL, Lda Av. Marechal Craveiro Lopes, 6 1149-111 Lisboa Tel 217 507 100 carlos.pinto@pt.schneider-electric.com www.schneiderelectric.pt

SEGURISATE, Lda R. Augusto Alexande Jorge, Lt 12 - 3Âș Esq. 2675-220 Odivelas Tel 219 318 163 geral@segurisate.com www.segurisate.com

TECMATIS - Sistemas de Segurança, Lda R. Tomé de Sousa 12 - Feijó 2810-129 Almada Tel 212 553 156 geral@tecmatis.web.pt www.tecmatis.web.pt

SECUFOGO - Engenharia de Segurança, Lda Estrada Comandante Camacho de Freitas nÂș 583 9020-152 Funchal Tel 291 750 280 geral@secufogo.com www.secufogo.com

SEGURMAP - InstalaçÔes de Segurança Unip., Lda Rua Vale Formoso Cima 125 D 1950-266 Lisboa Tel 214 324 610 geral@segurmap.pt www.segurmap.pt

TECNICONTROL - Elect., Seg. e ComunicaçÔes, Lda Av. 5 de Outubro 83, 85 - Ap. 530 8001-906 Faro Tel 289 860 320 geral@tecnicontrol.pt www.tecnicontrol.pt

SECUR – ComĂ©rcio e RepresentaçÔes, Lda Rua Vale Formoso nÂș 255 4200-513 Porto Tel 225 024 551 geral@secur.pt www.secur.pt

SEGURMIRANDELA, Sist. Prev. Seg.IncĂȘndios Unip, Lda Av. Dr. Trigo de Negreiros, 222 5370-429 Mirandela Tel 278 248 824 segurmir@mail.pt

TECNIFIR - TĂ©cnica e Seg. contra IncĂȘndios, Lda R. Maria Judite de Carvalho 7 A - FeijĂł 2810-409 Almada Tel 212 596 164 geral@tecnifir.com www.tecnifir.com

SECURIFORM - Higiene e Seg. no Trabalho Unip., Lda R. da Ind. MetalĂșrgica S/N - Fracção D - Pedrulheira 2430-402 Marinha Grande Tel 244 574 550 geral@securiform.com www.securiform.com

SEGURVOUGA - Com. e Assist. de Equip. de Seg., Lda R. Pdr Joaquim Faria, 2696 FR A-Nog. Regadoura-Ap. 89 4536-902 Mozelos VFR Tel 227 474 070 segurvouga@segurvouga.pt www.segurvouga.pt

SEGURAJA - Com. de Equip. de Seg. e Mat.Constr., Lda Rua Dr. Cassiano Baptista - lote 2 Fracção E 4990-215 Ponte de Lima Tel 258 931 305 comercial@seguraja.pt www.seguraja.com

SIEMENS - SBT R. IrmĂŁos Siemens 1 - Ed. 3 - Piso 3 - Alfragide 2720-093 Amadora Tel 214 204 140 sbt.pt@siemens.com www.siemens.pt

SEGURAXIRA - Serviços de Segurança Industrial, Lda Rua AntĂłnio LĂșcio Batista nÂș 4 A Loja 2600-102 VILA FRANCA DE XIRA Tel 263 271 330 seguraxira@netcabo.pt www.seguraxira.com

SPRINKLER Lda - Mont. e Manut. de Sist. de Seg. Rua Circular Sul, 5- B - Bairro da Encarnação 1800-135 Lisboa Tel 218 538 135 sprinkler.lda@sapo.pt

SEGURCHAMA - Sistemas Contra IncĂȘndio, Lda Rua Ludgero Pinheiro, 31 - Travesso 3750-755 Águeda Tel 234 629 236 geral@segurchama.pt www.segurchama.com

STAR - Sistemas de Segurança, Lda R. Prof. Henrique de Barros 4 - 8Âș A - Ed. Sagres 2685-338 Prior Velho Tel 219 428 300 geral@starcsp.pt

TECNIQUITEL - Soc. Equipamentos Técnicos, Lda Zona Ind. Abrunheira - R. Thilo Krassman 2-Fracção A 2710-141 Sintra Tel 219 154 600 geral@tecniquitel.pt www.tecniquitel.pt

TECNISIS - Técnica de Sistemas Industriais, Lda Elospark II, A8 - Estrada de S. Marcos 2735-521 Cacém Tel 214 267 290 info@tecnisis.pt www.tecnisis.pt

TECNOEXTINGUE - Produtos Seg. e Protecção, Lda Apartado 9 2901-901 Setubal Codex Tel 265 552 144 tecnoextingue.geral@gmail.com

TECOMPART- Compart. e GestĂŁo de Acessos, Lda R. Bernardo Santareno 21 A 2795-462 CARNAXIDE Tel 214 173 271 geral@tecompart.pt www.tecompart.com

TAPACHAMAS - Com. e Rep. Equip. Protec. e Seg, Lda Estrada da Seixeira 57 2525-055 Atouguia da Baleia Tel 262 087 293 tapachamas@netvisao.pt

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TELO - Sistemas Anti-IncĂȘndio, Lda Rua Veloso Salgado, 49 - Leça da Palmeira 4450-801 MATOSINHOS Tel 229 998 670 telodafonseca@telo.pt www.telo.pt

TRIA - Serviços, Materiais e Equipamentos, Lda Rua António Maurício Marques - Ap. 23 3450-206 Vale de Açores - Mortågua Tel 231 927 480 geral@tria.pt www.tria.pt

VICAIMA - IndĂșstria de Madeiras e Derivados, S.A. Armental - Codal 3730-953 Vale de Cambra Tel 256 426 300 vicaima@vicaima.pt www.vicaima.com

TERMOLAN - Isolamentos TĂ©rmico-AcĂșsticos, S.A. Apartado 11 4796-908 Vila das Aves Tel 252 820 901 termolan@termolan.pt www.termolan.pt

TRIALARMES, Lda Lugar das Cortinhas, Lt 37, Merelim - S. Pedro 4700-848 Braga Tel 253 607 440 trialarmes@mail.telepac.pt www.trialarmes.pt

VIGILARME - Sistemas de Segurança, SA Centro Emp. Sintra, Ed. 3 -Av. Almirante Gago Coutinho 2710-418 Sintra Tel 219 245 350 mail@vigilarme.pt www.vigilarme.pt

TESEL - Sistemas de Segurança, Lda Avenida Quinta Grande, nÂș 24- 24 B 2610-161 Alfragide Tel 214 709 710 geral@tesel.pt www.tesel.pt

UNIACTIVA- Segurança contra IncĂȘndios Unip., Lda Rua AntĂłnio Marques da Fonseca - Vila Branca II 6270-213 Santiago- Seia Tel 238 901 151 uniactiva@sapo.pt

TINTAS ROBBIALAC, S.A. Vale de Lide - SĂŁo JoĂŁo da Talha - Ap. 1404 2696-901 BOBADELA LRS Tel 239 433 097 robbialac@robbialac.pt www.robbialac.pt

TOTALSAFE - Sistemas de Segurança, Lda Estrada Interior da Circunvalação, 6243 4200-171 Porto Tel 225 419 009 geral@totalsafe.pt www.totalsafe.pt

TOVIM BATISTA, Lda Travessa do Giestal, 40 - 6Âș D 1300-278 Lisboa Tel 213 610 992 geral@tovimbatista.com

TRABUTECNE - Prestação Serviços InformĂĄticos, Lda R. da Associação 8 - BÂș das Maroitas Norte -V. Figueira 2695-643 S. JoĂŁo da Talha Tel 210 853 627 ptrabuco@netvisao.pt www.trabutecne.com

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DIRECTÓRIO

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UNIFOGO - Sistemas contra IncĂȘndio, Lda Av. Dos Bacalhoeiros, 266 - AP. 8 3834-908 Gafanha da NazarĂ© Tel 234 364 879 unifogo@unifogo.pt

V. MELINE CONSULTING - Elect., Gestão e Serviços, Lda Av. Amålia Rodrigues, Lt 59 - LJ 2 - Urb. Alto da Mira 2650-437 Amadora Tel 214 985 330 infor@vmeline.com www.vmeline.com

VAIRINHOS & PINTO - Gab. de Eng. e Segurança, Lda Urb. Monte da Ria, Loja H - Montenegro 8005-163 Faro Tel 289 820 377 vpgeral@mail.telepac.pt

VIALONGA FOGO, Lda Estrada da Flamenga n.Âș 17 E - Morgado 2625-683 VIALONGA Tel 219 520 566 vialongafogo@sapo.pt

VIANAS - MĂĄquinas Ferramentas e Mat. IncĂȘndio, Lda Av. Ass. Com. e Ind. de Gondomar, 300-310 - Ap. 1020 4510-688 FĂąnzeres - Gondomar Tel 224 662 580 vianas@vianas.pt www.vianas.pt

VIKING SPRINKLER, S.A Rua Filinto ElĂ­sio 14 1Âș Dto 1300-247 Lisboa Tel 213 622 877 vikingportugal@vikingcorp.com www.vikingportugal.com

VIVA - Produtos e Serviços do Ambiente, Lda Parque Industrial da Ilha Terceira, lote IX - Ed. Viva 9760 Cabo da Praia Tel 295 543 822 viva.ol@mail.telepac.pt

VSEGUR - Actividades de Segurança Privada, SA R. Latino Coelho, 12 2700-516 Venda Nova - Amadora Tel 214 969 000 geral@vsegur.com

WILHELMSEN SHIPS SERVICES, SA Parque Industrial Vale do Alecrim, lote 156 2950-403 Palmela Tel 212 388 200 lisbon@unitor.com www.wilhelmsen.com



Grupo Gunnebo

Para um mundo seguro Em todo o mundo, milhares de empresas tĂȘm escolhido as soluçÔes eficientes da Gunnebo, incluindo soluçÔes de: Cofres-fortes e ArmĂĄrios IgnĂ­fugos Controlo de Acessos e VĂ­deo-VigilĂąncia Cash-Automation – Tratamento AutomĂĄtico de Dinheiro Detecção de IncĂȘndio, Gases e IntrusĂŁo Da anĂĄlise da melhor solução para o seu negĂłcio Ă  gestĂŁo remota de alarmes, a nossa experiĂȘncia torna o mundo seguro. Para assegurar o desempenho das nossas soluçÔes, a Gunnebo apoiada numa equipe tĂ©cnica experiente, dĂĄ-lhe a garantia de um serviço pĂłs-venda rĂĄpido e completo, disponĂ­vel 24 horas por dia, 365 dias por ano. www.gunnebo.pt

O grupo de segurança Gunnebo tem um volume de negĂłcios anual de 760 milhĂ”es de euros e 6.700 colaboradores. Fornecemos soluçÔes de segurança integrada para bancos, superfĂ­cies comerciais e locais que exijam um elevado nĂ­vel de protecção e segurança. AlvarĂĄ n.Âș 80 A do MAI de 08/04/02 (Dec. Lei 231/98)


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