P&L- Portugues June

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JUNHO DE 2011 VOL.12 / NÚMERO 122 WWW.PROFIT-LOSS.COM

Ogg Trading

Inicia com Mandato para “Revolucionar o mercado de FX”

Ainda um pária? Alta frequência e o mercado de FX

A CME lança o primeiro serviço para OTC FX

Mantendo a ordem

A importância do gerenciamento flexível de pedidos

Principal patrocinador das edições da Profit & Loss América Latina:

Relatório especial: Mercados crescentes de FX

Nick Brown da GFI:

UM ENFOQUE DA VELHA ESCOLA PARA

NOVOS NEGÓCIOS O líder de produtos financeiros na América do Norte e do Sul, do GFI Group, baseado em Nova York, Nick Brown, discute o enfoque da firma de corretagem interdealer para expansão em novos mercados com uma combinação de tecnologia, conhecimento local e boa construção de relacionamentos no velho estilo.


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Profit & Loss

PROFIT & LOSS NOS MERCADOS DE MOEDAS E DERIVATIVOS JUNHO DE 2011, VOLUME 12 / NÚMERO 122

NESTE MÊS:

nota do editor

28: Yallop deixará a Icap

C 37: A CME lança o primeiro serviço para OTC FX

17: Níveis financeiros e de comércio exterior vinculados a renda do país: BIS

20: Cortina do Banxico apresenta o desempenho do peso

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OS OLHOS E OUVIDOS DA INDÚSTRIA DE FX O site da Profit & Loss compreende um extenso arquivo de todo o nosso material publicado, além de informações atualizadas sobre os últimos desenvolvimentos nos mercados de moedas e de derivativos.

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omo esta edição é publicada depois do nosso jantar do Digital Markets Awards e do Hall da Fama em Nova York, pensei em começar parabenizando todos os vencedores, votados pelos leitores da P&L, além dos indicados para o Hall da Fama da Profit & Loss. Nós levamos isso muito a sério, porque acreditamos que o setor pode, algumas vezes, ser muito lento no reconhecimento daqueles que fazem a diferença. Os premiados serão apresentados na edição de julho. Gostaria também de reforçar que embora abramos a votação apenas por um período relativamente curto, sempre que você tiver uma recomendação para o Hall da Fama, por favor informe. Podemos incluir qualquer pessoa votada na People’s Choice, afinal, é apenas uma vaga, mas os concorrentes nesta categoria não são esquecidos e podem ser incluídos em data posterior. Nesta edição, analisamos o processo regulatório contínuo, desta vez com o foco na Europa. Apresentamos também o que continua sendo um dos monstros dos mercados financeiros – os negócios de alta frequência. Temos também o prazer de incluir a última contribuição do nosso editor convidado (e participante do Hall da Fama da P&L ), David Clark - um dos mais respeitados, se não for o mais respeitado, observador do setor. Acho que deixei bastante clara a minha posição ao longo dos anos, eu não acho que a HFT é o diabo encarnado como alguns querem que acreditemos, mas, da mesma forma, acredito que a HFT afirma serem fornecedores robustos de liquidez também está aberto a questionamento. No fim do dia, eles são apenas outro grupo de participantes e cabe às contrapartes decidir se e quando desejam fazer negócios com eles. Levanto isto porque, escrevendo apenas um ano depois do Flash Crash, temos uma visão das atitudes de HFT na indústria de FX. Acho que posso resumir declarando que a opinião reflete muito bem o que foi expresso em um curso de Simulação de Dealing da ACI Austrália no fim do ano passado. Eu moderei um debate de 45 minutos e os prós e contras da HFT e pedi aos delegados para ficarem em um lado da sala ou no outro para darem a opinião sobre se foi bom ou ruim para o setor. Previsivelmente, depois de uma grande discussão, o resultado foi 18 a 17 de que foi uma boa coisa, e é essa a opinião no setor atualmente. O que precisa ser reconhecido, no entanto, é que a estratégia não se perderá. Poderia ser energizada pelos novos regulamentos e participar mais ativamente em mercados como opções e NDFs. Depende da indústria, portanto, buscar uma solução. O mundo de equity está se esforçando para fazer isso – meu instinto é de que o mundo do FX não está, precisa se organizar mais formalmente. Espero ver muitos de vocês na Forex Network em Nova York. Se não, espero que se inscrevam para a Forex Network Chicago para que possamos continuar o debate do setor à medida que o câmbio exterior entra em uma nova era, com novos desafios e oportunidades. Tenham um bom mês.

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PROFIT & LOSS FOREX NETWORK Junte-se ao Profit & Loss Forex Network como patrocinador anual e aproveite a exposição durante o ano todo com a sua base de clientes por meio de vários canais de mídia: impressa, on-line, vídeo, e-news e, claro, pessoalmente em nossas conferências globais. Entre em contato com cloveday@profitloss. com para obter detalhes.

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PROFIT & LOSS NOS MERCADOS DE MOEDAS E DERIVATIVOS

Profit & Loss: nos mercados de moedas e derivativos é publicado mensalmente. As taxas de assinatura são: £350 ($665) por ano. Impresso pela The Blue Printing Company

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Repórter Alice Attwood alice@profit-loss. com

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Profit & Loss

David Clark

Bom senso

V

amos esperar que a explosão de bom senso que levou à isenção de swaps e forward de FX de algumas cláusulas da Dodd-Frank seja contagiante para outras partes da lei e atravesse o Atlântico para influenciar a política em Bruxelas. Seria fácil dizer que não deveria nunca ter havido dúvidas de que as partes acordadas e líquidas do mercado de FX seriam isentas, mas até agora, a intrusão da legislação nos mercados de OTC tem sido grande e fraco, aparentemente até recentemente, tem sido o lobby dos bancos, que a isenção está em dúvida até que os rumores sejam substituídos por fatos. Vale lembrar o que o Departamento do Tesouro dos EUA disse na sua declaração para a imprensa em 29 de abril: “Reconhecendo que as características únicas e a supervisão do mercado de swaps e forwards de FX já refletem muitos dos objetivos da Dodd-Frank para reforma – incluindo altos níveis de transparência, gestão de risco eficaz e estabilidade financeira – o Congresso deu ao Secretário do Tesouro a autoridade de determinar se compensação centralizada e os requisitos de trading de câmbio devem se aplicar a swaps e forwards de câmbio estrangeiro. Dadas essas considerações, o Tesouro está hoje emitindo uma notícia de Proposta de Determinação declarando que os requisitos de compensação centralizada e trading de câmbio não se aplicam a swaps e forwards de FX.” Transparência, gestão de risco e estabilidade são os comparativos pelos quais o Tesouro tomou a sua decisão e ecoa diretamente os objetivos do G20. A contribuição da CLS ao longo da última década e meia, e metodologias muito experimentadas e testadas de gestão de riscos nos bancos deram aos reguladores o conforto de saber que o mercado de FX está entre os mais bem supervisionados interna e externamente. Ainda me intriga que o FX tenha sido incluído na definição geral de ‘swap’ sem o conhecimento suficiente dos riscos e da natureza das transações com moedas, e certamente existem outros produtos que simplesmente não deveriam ser forçados a cumprir essas exigências de compensação e trading de câmbio da Dodd-Frank. Embora isso inclua alguns produtos de commodities, será que podemos esperar uma exclusão das opções de FX e NDFs? Não há dúvidas de que todos nós gostaríamos de isentar as opções e os NDFs, se possível, mas a natureza desses mercados é tal que a tentativa de forçá-los a compensações e/ou a bolsas seria prejudicada pela dificuldade de padronização ou de tornar muitos deles ‘elegíveis para compensação’. É axiomático da forma em que a legislação foi organizada nos dois lados do Atlântico que os produtos sejam tratados como se fossem ser incluídos em um tipo de arco financeiro que as protegerá contra as tempestades percebidas nos mercados de OTC. Não importa que os mercados OTC sejam os maiores no

mundo e que a liquidez que geram seja essencial para a eficiência na maioria, se não em todos, os mercados financeiros. Diferentemente do que pode parecer, a União Europeia pode vir em socorro das opções e dos NDFs. Observamos que o FX tem sido alvo de isenções da Dodd-Frank, mas no caso de MiFID 2 é uma questão dos produtos de FX serem incluídos no futuro, uma vez que foram deixados fora da MiFID 1. É agora inevitável que os swaps e forwards sejam deixados de fora (devido à decisão do Tesouro dos EUA), mas a minuta ainda está aberta se as opções e NDFs serão incluídos. A sabedoria convencional diz que serão incluídos, mas o mercado está preparado para pedir pela sua exclusão? Se estiver, e o MiFID 2 deixar os produtos de FX como estão atualmente no MiFID 1, pode ser um motivo para o Tesouro olhar novamente para o conjunto de produtos de FX e a sua posição no Dodd-Frank. O que podemos fazer com os atrasos que parecem inevitáveis na implantação da legislação? Escrever a lei e aprovar a legislação na UE, parece ter atolado na inevitável complexidade de lidar com vários produtos do mercado financeiro. Podemos agora esperar que partes grandes da Dodd-Frank, EMIR e MiFID apareçam em 2012 e em 2013, e não durante o resto desse ano, e algumas partes, continuo a acreditar, nunca aparecerão ou serão significativamente alteradas. Se esse for o caso, não deve ser visto como uma ‘vitória’ para os mercados, mas para o bom senso que o Tesouro dos EUA tem exercido. Uma das características desagradáveis, desnecessárias e inúteis do processo que dura até agora cerca de três anos, de trazer novas legislações financeiras aos mercados, tem sido a forma como um senso de contestação tem sido visto por comentaristas entre os políticos e os operadores. Como banqueiros, sabemos que somos os malvados, mas não há nada nos objetivos do G20 que não desejemos. A forma como os diferentes regimes desejam atingir esses objetivos está claramente sujeita aos interesses políticos nacionais. Com as eleições entre agora e a época que esperamos que as regras entrem em operação, é improvável que a atual explosão de bom-senso contagie os nossos mestres da política. A recente atividade de propostas entre as bolsas é tão impressionante quanto é sintomático da importância dos mercados de compensações e de derivativos. Existem, no entanto, algumas motivações perigosas que podem distorcer os resultados das várias iniciativas e ser contraproducentes no longo prazo. Não é preciso dizer que a captura da compensação é o grande prêmio no ambiente atual, mas parece que os reguladores estão alertas para a natureza de oligopólio de ter um pequeno número de operações que têm o potencial de ser exclusivas. À medida que nos movemos definitivamente para a liberação de mais produtos, o acesso livre e justo deve ser mantido na lei naquilo que são as utilidades do mercado. Conseguir isso exigirá arranjos de governança para o comportamento dos negócios de câmbio (com o máximo de concorrência possível), e a compensação (a função). Os supervisores não acharão isso fácil, e dado o clamor por ‘defensores nacionais’ em alguns países, também não será garantia de interoperabilidade. Como indicado nesta coluna anteriormente, os riscos sistêmicos envolvidos na compensação são território dos bancos centrais, em bases globais. Eles têm a tarefa difícil e inviável, e a mim parece que o estabelecimento de repositórios de negócios será mais útil para suas responsabilidades de risco. Na próxima vez, tenho certeza de que estarei escrevendo novamente sobre o Euro e sobre os desenvolvimentos da conturbada União Europeia. Continuo a prever a sua sobrevivência, mas os saltos políticos que teremos que enfrentar e a linguagem distorcida para chegar aos acordos nos manterão sentados na beirada das cadeiras. Será que podemos esperar uma explosão de bom senso? www. profit-loss. com I Profit & Loss I Junho de 2011 I

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Profit & Loss: Junho de 2011

MATÉRIA DE CAPA:

Na Capa...

Nick Brown da GFI: um enfoque da velha escola para novos negócios

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O chefe de produtos financeiros para América do Norte e do Sul do GFI Group, baseado em Nova York, Nick Brown, discute o enfoque da empresa de corretagem interdealer para expansão em novos mercados por meio de uma combinação de tecnologia, conhecimento local e desenvolvimento de relacionamentos no velho estilo........................................10

NOTA DO EDITOR CONFIDADO: Bom senso por David Clark...............................................................................3

P&L’S SQUAWKBOX: Notícias de todo o mundo .........................................................6

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I Junho de 2011 I Profit & Loss I www. profit-loss. com


Profit & Loss: Junho de 2011

Por Dentro do FX: Seminário de trading de alta frequência

O E-Broking aumenta os lucros da Icap..............................27 Yallop deixará a Icap ..................................................................27

Fotografias do nosso seminário em Chicago, 19 de maio de 2011....................................................................14

MERCADOS DIGITAIS RELATÓRIO ESPECIAL: MERCADOS CRESCENTES DE FX EM 2011 Níveis financeiros e de trading externo vinculados a renda do país: BIS .............................................16 Profit & Loss vai a Bogotá para evento inaugural ...........18 Cortina, do Banxico, apresenta o desempenho do peso...........................................................................................19 A IPC suporta o crescimento da GFI na América Latina.............................................................................22 Medindo a sensibilidade de FX dos mercados emergentes ao petróleo...........................................................24

Mantendo os pedidos: a importância do gerenciamento flexível de pedidos .....................................28 Ainda um pária? Alta frequência e o mercado FX ............................................30 A Thomson Reuters lança o Dealing Aggregator ...........34 A Ogg Trading inicia com mandato para “Revolucionar o mercado FX” ................................................35 A CME lança o primeiro dos serviços de compensação de OTC FX .........................................................36

GESTÃO DE DINHEIRO Notícias Rápidas..........................................................................37

SALA DE TRADING: MOVIMENTOS E MUDANÇAS Mercados de derivativos continuam a crescer.................26

Pessoas de Mudança .................................................................38

www. profit-loss. com I Profit & Loss I Junho de 2011 I

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P&L’s Squawkbox: notícias de todo o mundo NOVA YORK Nós sentimos uma nova oportunidade de arbitragem? O provedor de plataforma de negócios no varejo FXCM e a Dow Jones Indexes se unem para desenvolver o Dow Jones FXCM Dollar Index. A FXCM lançará também uma cesta negociável no índice. A cesta do novo índice oferecerá a facilidade de rastrear o dólar americano com liquidez máxima, fornecendo negócios com baixos spreads, negócios com margem e acesso 24 horas, cinco dias por semana. As moedas disponíveis no índice, que são comparadas ao dólar, são o euro, a libra britânica, o dólar australiano e o iene japonês. Drew Niv, CEO da FXCM, diz, “O Dow Jones FXCM Dollar Index foi projetado tendo em mente o operador. O objetivo é evitar a seleção desatualizada de pares de moedas e a metodologia esotérica, usando as moedas mais relevantes e um design direto. Por isso, a cesta ligada ao índice pode oferecer a máxima utilidade para o trader.” Felizmente, sem tirar os nossos sapatos e meias, o P&L´s Squawkbox calcula que existem agora dois produtos de Índice de Dólar no mundo público e outros índices exclusivos oferecidos pelos bancos. Quanto tempo até que as oportunidades de arbitragem surjam e esses produtos sejam negociados com alta frequência?

NOVA YORK Talvez uma dica para o mercado de FX? Como o setor de FX trabalha para a criação de um repositório de negócios, a International Swaps and Derivatives Association selecionou a Depository Trust & Clearing Corp para fazer uma parceria com o seu Rates Steering Committee no próximo estágio de desenvolvimento de um repositório de negócios com taxas de juros. A seleção assume o negócio da Trioptima, agora uma unidade da Icap, que em 2009 foi selecionada pela ISDA para registrar todas as transações do mercado. Em seguida à aprovação do Dodd-Frank Act em julho do ano passado, a ISDA emitiu uma exigência em março para que as empresas apresentassem propostas de repositório baseadas nas maiores demandas regulatórias exigidas pela lei. Os repositórios de negócios fornecem aos reguladores globais visibilidade das exposições de risco por firma e por contraparte. A ISDA ajudou a estabelecer repositórios de negócios para outras classes de ativos, incluindo swaps de inadimplência de crédito de balcão e derivativos de equity, e existe um em andamento para derivativos de commodities.

NOVA YORK Mais algoritmos para o mercado. A empresa de tecnologia Pragma, baseada em Nova York, lançou o Hosted Algos, um serviço de negócios algorítmicos neutro em termos de corretor, para traders sistemáticos. Com o Hosted Algos, os clientes podem usar os algoritmos de alto desempenho da Pragma com os seus corretores preferidos, dando a eles mais controle sobre a execução. O Hosted Algos otimiza decisões de roteamento de uma maneira sem conflito, personalizando o comportamento do algoritmo para a estratégia e substituindo taxas de DMA de baixo custo para maiores taxas algorítmicas. Como os corretores nunca vêm a ordem parent ou a cesta, existe potencial reduzido de vazamento de informações, diz a Pragma. A empresa fornece transparência do desempenho pós-negócio e relatórios de roteamento, e os clientes podem gerenciar fluxos de comissões designando a porcentagem do fluxo de ordens que interagem com cada corretor. “Atuando como provedor de tecnologia de trading em vez de corretor executante, a Pragma oferece uma proposta de valor única para os traders sistemáticos,” diz David Mechner, CEO da Pragma.” Os clientes têm a vantagem do nosso conjunto algorítmico de alta qualidade, mas podem continuar a usar os seus corretores preferidos, mantendo os seus relacionamentos de corretagem e continuando a pagar as contras através das suas trading.” A Pragma oferece também suporte de consultoria e a possibilidade de personalizar os algoritmos para atingir os objetivos de execução do cliente. Os clientes podem acessar o serviço Hosted Algo da Pragma através dos seus OMS/EMS principais, através de uma API BOSTON FIX e através da GUI do TradeEngine da Pragma. Quem seria um banco de custódia? A State Street continua a atrair a atenção para as alegações de erros de preços em negócios com NOVA YORK câmbio exterior. No último mês, o Commonwealth of Massachusetts disse que está investigando os negócios e a State E ainda nos EUA. Pela primeira vez em mais de uma década, as Street confirmou que a US Securities and Exchange Commission autoridades americanas disseram que o Fed interveio nos solicitou informações relativas aos casos. Entre eles, a State Street mercados de FX no último trimestre. Depois de literalmente anos e o Bank of New York Mellon registraram seis queixas de estados de não intervenção, o Federal Reserve Bank of New York, no seu dos Estados Unidos, o que felizmente significa que os bancos relatório trimestral para o Congresso, informou que aplicou $1 estão longe de um acordo. É também interessante que outros bilhão contra o iene em 18 de março. A compra foi parte da bancos de custódia estejam ausentes dessas ações, o que leva a intervenção organizada para enfraquecer o iene depois do Squawkbox a perguntar (com ironia, é lógico): “Uma maneira terremoto e tsunami de 11 de março, que teve um efeito…mas a diferente de fazer as coisas ou os clientes do Estado não têm um Squawkbox está fascinada com o (relativamente) pouco que foi déficit orçamentário que precisem financiar?” preciso para virar as coisas. Que nome?

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I Junho de 2011 I Profit & Loss I www. profit-loss. com


“Eu não tenho tempo para idéias ultrapassadas. Eu não estou interessada nas ferramentas de ontem. Eu não

tenho nostalgia do passado.

Estou ansiosa por algo novo.”

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P&L’s Squawkbox: notícias de todo o mundo NOVA YORK Sim, ainda nos EUA! A Societe Generale apresentou uma queixa contra Karma Tenzing, um ex-funcionário, por tentar captar clientes para o seu novo empregador, o Credit Agricole. A ação, Soviete General v. Tenzing, 11-CV-3366, foi registrada em Nova York em 17 de maio de 2011. Alega que Tenzing “montou um esquema para se tornar mais vendável para um concorrente” vendendo informações confidenciais para o empregador e para terceiros, com relação a negócios, contatos, procedimentos, identidades de clientes e lucros e perdas de negócios, descumprindo assim o seu contrato de emprego. Tenzing entrou para o escritório de mercados globais da Generale em Nova York em 15 de janeiro de 2010 como operador de câmbio júnior. Nessa época, concordou em aderir ao contrato de emprego interno do banco. No entanto, antes de se demitir voluntariamente em 28 de abril deste ano, reuniu informações confidenciais para tornar-se mais atraente para um potencial contratante, alega a SocGen. Como trader júnior, Tenzing tinha poucos relacionamentos com

clientes e por isso o acesso ao ‘book’ da Societe Generale foi oferecido ‘como adoçante’ para o seu futuro empregador, alega o banco. Ele também fez promessas para o Credit Agricole de que poderia fornecer novos clientes, afirma a SocGen. A queixa prossegue para afirmar que, para fornecer os novos clientes prometidos, enquanto ainda estava empregado na Societe Generale, e enquanto ainda era pago pelo banco, Tenzing começou a entrar em contato com clientes em uma tentativa de levar os seus negócios para o Credit Agricole para apoiar sua contratação. Em uma declaração para a Profit & Loss, um porta-voz disse, “A Societe Generale iniciou ação legal porque tem o compromisso de salvaguardar suas informações confidenciais e de exigir os termos dos seus contratos de emprego, que protegem o banco contra o uso indevido de informações sigilosas da Societe Generale.” A Societe Generale está buscando reparação para todos os danos sofridos em consequência dos seus esforços para determinar a extensão das atividades de Tenzing, além da recuperação de todas a propriedades e informações roubadas.

CHICAGO Alguém… em algum lugar do mundo fora dos EUA… fez alguma coisa no último mês? !Eris Exchange, uma plataforma baseada em Chicago, apoiada por empresas de trading proprietárias Getco, DRW Trading, Infinium Capital Management e outras, lançou o Eris SwapBook, uma plataforma eletrônica para negócios de futuros de swap de taxas de juros compensados pela CME Clearing. O Eris SwapBook é baseado na plataforma e rede de distribuição e-Exchange Currenex da State Street, e inclui um livro de ordem de limite central e um mecanismo de correspondência RFQ. A plataforma suporta interfaces de programação de aplicativos abertas baseadas no protocolo FIX padrão da indústria. O SwapBook substitui a plataforma de trading exclusiva da Eris Exchange que foi implantada em 2010 e executou os $30 bilhões iniciais de negócios de futuros de swap de taxa de juros da Eris Exchange. Neal Brady, CEO da Eris Exchange, diz, “O lançamento bemsucedido do Eris SwapBook e a nossa recente migração para o desconto de OIS para avaliações diárias foram dois marcos críticos enquanto a Eris Exchange busca se tornar o local de execução preferido para contrapartes de swap de taxa de juros OTC tradicionais se adaptarem aos mandatos regulatórios do DoddFrank Act.”

CHICAGO A GFI está se expandindo nos EUA. O corretor inter-dealer instalou um novo escritório de futuros e opções de taxas de juros de curto prazo (Stir), oferecendo negócios de futuros e opções de renda fixa em Chicago e Nova York. O novo escritório executará diversos contratos, incluindo fundos do Fed de trinta dias, futuros e opções do Tesouro dos EUA, futuros e opções de eurodólar e derivativos de curto e longo prazo do RU e da Europa. John Wagner será responsável pela equipe de Chicago e Simon Gettins será responsável pelo escritório de Nova York, usando seus cinquenta anos de experiência combinada na corretagem de

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I June 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com

eurodólar e futuros e opções do tesouro. Robert Spearman se juntará a Wagner em Chicago, e a equipe operará na Chicago Mercantile Exchange. Antes de se juntar à GFI, Spearman ocupou cargos no First Boston, Newedge Group e Credit Suisse, cobrindo os escritórios de trading de swap e swaption, além de vários fundos de hedge. Gettins se juntou à GFI vindo da Mako Financial Markets, onde era responsável pela equipe de trading de vendas de Nova York. O novo escritório oferecerá aos clientes um serviço personalizado que incluirá a geração de ideias, recomendações de estratégias de curto, médio e longo prazo e suporte de análise técnica.


Profit Loss Magazine Foreign Language Editions

Profit & Loss en Español Bienvenido a Profit & Loss ediciones en Español. Profit & Loss, la prestigiosa revista del mercado de Foreign Exchange internacional (FX), que cubre todos los aspectos de FX, como compra y venta, tecnología de operación y lado comprador (buy side). Queremos agradecer a GFI Group, nuestro sponsor principal, por colaborar en la publicación de esta edicione en Español. Para obtener información de cómo hacer publicidad en la revista Profit & Loss Latinoamérica ediciones en Español, por favor contactar a Michelle Hemstedt al +44 20 7377 6324 o enviar un email a michelle@profit-loss.com. Si está interesado en recibir notificaciones vía email acerca de las siguientes ediciones de Profit & Loss Latinoamérica, por favor enviar su nombre, cargo, compañía, dirección y email a info@profit-loss.com para poder agregarlo a nuestra lista de contactos.

Profit & Loss em Português Bem-vindos as edições em Português da Profit & Loss. Profit & Loss é uma conceituada revista internacional de câmbio que cobre todos os aspectos da indústria de FX- incluindo bancos de atacado, transferência tecnológica e buy-side. Gostaríamos de agradecer nosso maior patrocinador, o Grupo GFI, por nos apoiar com a publicação nas línguas latino-americanas. Para maiores informações sobre como anunciar na Profit & Loss América Latina, por favor entrar em contato com Michelle Hemstedt no seguinte telefone: +44 20 7377 6324 ou no email michelle@profit-loss.com. Caso queira receber um email de informandolhe sobre a próxima edição da Profit & Loss América Latina, favor enviar seu nome, cargo, nome da empresa, endereço e email para info@profit-loss.com e nós o adicionaremos à nossa lista permanente contatos. Clique aqui para baixar a última edição da Profit & Loss.

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Capa

Nick Brown da GFI:

UM ENFOQUE DA VELHA ESCOLA PARA NOVOS NEGÓCIOS

O chefe de produtos financeiros para América do Norte e do Sul do GFI Group, baseado em Nova York, Nick Brown, discute o enfoque da empresa de corretagem interdealer para expansão em novos mercados por meio de uma combinação de tecnologia, conhecimento local e a construção de relacionamentos no velho estilo.

Julie Ros: Em que países da América Latina a GFI está presente? Nick Brown: Temos escritórios na Colômbia, Argentina e Chile, e estamos fazendo corretagem de negócios em Nova York com foco no Brasil, nosso maior mercado, e no México e Peru. JR: Quais são os principais produtos de FX que vocês operam na região? NB: Principalmente NDFs, que são provavelmente os produtos de maior liquidez, além de IRSs, swaptions e, no caso do México, forwards. JR: Existem outros países no radar? NB: No momento, estamos muito concentrados nesses seis países, especialmente no Brasil, onde nós, na verdade, não temos um escritório atualmente. O Brasil será um mercado muito grande e estamos interessados em operar lá. Aumentamos nossos negócios lá dez vezes em comparação com cinco anos atrás, portanto, esse é definitivamente um mercado de crescimento para nós. Estamos também olhando para países na América Central, mas essas economias têm escala muito menor. JR: A GFI pretende abrir um escritório no Brasil? NB: Sim, mas ainda não foi determinado se será por meio de uma joint venture, uma aquisição ou pela abertura do nosso próprio escritório, como temos no Chile e na Colômbia. JR: Na conferência da Profit & Loss em março na Colômbia, sei que vocês estavam comemorando a abertura de um novo escritório lá. Como está indo? NB: A Profit & Loss, na Colômbia, foi para nós uma das conferências mais bem-sucedidas de que participamos, com trezentas pessoas, incluindo os principais players do mercado, por isso ficamos muito felizes – especialmente porque tínhamos acabado de obter a nossa licença lá. Na Colômbia, você precisa ir a todos os bancos com um contrato e acertar, um por um, que eles vão negociar ativamente com você, e o 10 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www. profit-loss. com

que eles vão negociar com você, por isso pode ser um processo demorado. Mas concluímos o processo de obter a nossa licença no fim de 2010 e de obter a aprovação dos bancos no início de 2011, por isso participar da conferência da P&L em março funcionou perfeitamente para nós, – foi como uma festa de inauguração da GFI Colômbia. JR: Qual é o processo da GFI ao se expandir para novos países? É uma questão de expandir em termos de produtos ou de força de trabalho no local? NB: Ambos, porque alguns dos produtos podem ser operados no exterior e alguns só podem ser feitos no país. Ter uma presença física e uma equipe baseada localmente significa que podemos saber o que as pessoas estão pensando, o que gera novas ideias para criar novos produtos ou para colocar mais foco em diferentes produtos. Nesse tempo, o nosso escritório em Nova York continua a fazer produtos que são externos, mas ao trabalhar com os escritórios locais, estamos vendo como esses relacionamentos aumentam os nossos negócios em Nova York também. JR: Como isso funciona? NB: Por exemplo, somos excelentes fornecedores de tecnologia. A IPC recentemente nos ajudou a instalar na América Latina (veja Profit & Loss, Abril de 2011) trabalhando muito proximamente conosco para que tivéssemos excelentes sistemas funcionando para que pudéssemos ter uma interface direta com os nossos escritórios em países distantes. Na Colômbia, Chile e Argentina, a nossa equipe viaja entre esses locais e Nova York, por isso temos uma boa interação e uma boa sinergia com os nossos escritórios, e eu acho que esse é um dos pontos importantes da GFI. As sinergias que temos não são apenas de tecnologia, mas também os nossos escritórios e corretores trabalhando com as equipes de desenvolvimento na tecnologia que estamos aplicando nesse país. JR: Como você contrata pessoal para a sede em Nova York e para os escritórios locais?


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“Nossa presença no espaço de derivativos continuará a crescer e continuaremos a aumentar a capacidade para que os nossos clientes transacionem com voz e na tela, e isso será um dos pontos fortes da nossa estratégia híbrida.”

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Acho que os SEFs terão uma importante presença e estamos muito bem posicionados com a nossa tecnologia, que é exclusiva da GFI, para registrar como SEF…e para ser um SEF líder. Acho que isso é uma coisa em que temos vantagem.”

NB: Obviamente, nos países em que abrimos escritórios, temos funcionários locais, mas, muito importante, em Nova York, 50-60% da nossa equipe é originalmente dos países em que operamos. JR: Presumivelmente, cada país tem seus próprios desafios em termos de regulamentos e de maneiras de fazer negócios? NB: Cada país tem suas próprias idiossincrasias. Um dos motivos pelos quais abrimos no Chile foi porque o processo de obtenção de licença é bastante simples. Na Colômbia, o processo é um tanto mais longo, como no Brasil, e esse é um dos motivos pelos quais ainda não abrimos lá. Assim, cada país tem seus próprios desafios, mas no fim, todos estão negociando os mesmos produtos, as mesmas classes de ativos, portanto é um processo bastante similar, depois que você vence as características naturais de cada mercado. JR: Qual foi o envolvimento das diferentes partes da GFI na construção do novo escritório? NB: Essa é uma parte importante do que fazemos. Eu mencionei as sinergias que temos – uma das maiores partes de nosso sucesso é que olhamos o interesse de todos – os corretores, os desenvolvedores, os fornecedores de tecnologia e, é claro, nossos clientes. Nós também trabalhamos junto com as nossas empresas de construção. No caso do nosso escritório aqui na 55 Water, a Unity Construction fez um excelente trabalho para nós. Entregaram no prazo e dentro do orçamento, mas parte do motivo pelo qual conseguiram fazer isso é porque dedicamos tempo para dar a eles informações, e eles nos deram ideias de redução de custos, o que realmente ajudou no processo. Fazemos isso em todos os aspectos dos projetos na GFI, o que faz uma grande diferença. JR: Você leva esses tipos de companhias com você quando abre novos escritórios? NB: A IPC nos ajudou em Nova York e na América Latina, por isso, sim, gostamos de manter nossos relacionamentos quando podemos. Obviamente, também usamos empresas locais e confiamos na nossa equipe local para nos apresentar uma empresa de qualidade que fornecerá suporte contínuo. Tem que ser uma empresa que continuará presente, não estamos procurando a melhor oferta, o que queremos é a melhor qualidade. O que é extremamente importante para nós, e é também importante para nossa base de clientes – nós queremos confiabilidade e consistência de serviços e não nos ajuda se economizarmos 20% em alguma coisa e depois não pudermos melhorar nosso serviço porque ele vive quebrando. JR: Os mercados em crescimento na América Latina são mais baseados em relacionamentos ou o trading eletrônico está fazendo um avanço real? NB: Honestamente, é uma combinação. Embora a adoção de tecnologia tenha sido realmente boa, os relacionamentos 12 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www. profit-loss. com

contam muito na América Latina. JR: Existem ocasiões em que a GFI adquiriu corretoras locais? NB: Até agora fizemos apenas uma aquisição na América Latina, que foi na Argentina. Isso funcionou muito bem para nós. Não é um escritório grande, mas é um que achamos que vai crescer à medida que a Argentina reemerge no cenário internacional. Nós achamos que o escritório continuará a crescer em importância e em valor. JR: O que em particular o levou à Argentina? NB: Surgiu uma oportunidade que era boa, porque o processo era fácil de consumar. O mesmo raciocínio está por trás da nossa presença em outros países, quando e onde vemos oportunidades. JR: Como foi a recepção do Forex Match na América Latina e como isso se encaixa no seu negócio de voz? NB: O Forex Match é a tela interativa mais amplamente usada na América Latina e nossos corretores trabalham muito com ele. Existe uma divisão de cerca de 50-50 entre voz e tela. JR: O que os bancos acham dele? GFI: A facilidade de uso do nosso sistema é uma vantagem para os bancos. Existem muitos sistemas, mas o nosso é muito simples de usar e fácil de instalar. Podemos ter alguém demonstrando o sistema e literalmente cinco minutos depois podemos ter bancos fazendo negócios nele. Tem sido assim em todos os mercados em que estivemos. JR: Existem produtos particulares que você pretende introduzir em mais países em desenvolvimento? NB: À medida que o mercado se expande e cresce, estaremos na linha de frente desses mercados, mas não estamos tentando levar o mercado para novos produtos, estamos tentando fornecer ao mercado as ferramentas para maximizar a capacidade de negociar esses produtos. JR: Aqui nos EUA, o Secretário do Tesouro Geithner recomendou recentemente uma isenção para swaps e forwards de FX. Como isso impacta o mercado na sua opinião? NB: Qualquer clareza é útil. Acho que o mercado não tem crescido necessariamente na forma como poderia ter crescido se tivéssemos clareza sobre isso, por isso é útil sob essa perspectiva e eu acho que vai incentivar o crescimento nesses mercados. JR: Quais são as suas visões dos SEFs? NB: Acho que os SEFs terão uma importante presença e estamos muito bem posicionados com nossa tecnologia, que é exclusiva da GFI, para registrar como SEF…e para ser um SEF líder. Acho que isso é uma coisa em que temos vantagem. No geral, acho que SEFs e as isenções incentivarão mais participantes no mercado. Espero que ao longo do próximo ano tenhamos mais informações sobre o que serão essas regras, o que será bom para o mercado, porque a incerteza realmente não ajuda. JR: A GFI fez um nome e derivativos, para onde você acha


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que a indústria está indo? NB: Os mercados de derivativos continuarão a se expandir nesse espaço, a GFI, obviamente, se não for líder, será uma das empresas líderes, e ligar isso com a nossa tecnologia e as sinergias de que falamos antes é um componente importante para a continuidade dessa liderança. Nossa presença no espaço de derivativos continuará a crescer e continuaremos a aumentar a capacidade para que nossos clientes transacionem com voz e na tela, e isso será um dos pontos fortes da nossa estratégia híbrida.

Se você não dedicar tempo para garantir que tudo e todos funcionem juntos – e ouçam uns aos outros – então você pode cometer erros simples que custam muito dinheiro. Um bom exemplo disso seria quando a missão da NASA chegou a Marte alguns anos atrás. Um grupo estava trabalhando com medidas imperiais e outro com o sistema métrico, e por isso a missão caiu na superfície. Foi um erro simples cometido por um grupo de cientistas espaciais. Esse é o tipo de coisa que queremos evitar, e é o tipo de coisa que eu, como gerente, quero garantir que não aconteça.

JR: Como o modelo híbrido está funcionando? NB: O que descobrimos é que as sinergias a que me referi algumas vezes também se aplicam aos nossos clientes. Quando eles nos dão sua opinião, nós os ouvimos. Obviamente, não podemos satisfazer a todos os desejos, mas levamos em conta e tentamos incorporar os principais componentes. Isso tem sido uma parte importante da nossa estratégia. Temos uma equipe de marketing muito grande, que sai para ver nossos clientes e demonstra como usar a tecnologia, mas os clientes também nos ensinam como maximizar o melhor uso da nossa tecnologia, o que podemos então incorporar em todas as nossas telas. Esse enfoque funcionou muito bem. Nossas sessões de apresentação, por exemplo, têm sido extremamente bemsucedidas no IRSs e NDFs; de fato, todos os produtos em que executamos têm sido muito bem recebidos. A capacidade de trading interativo que os clientes possuem tem sido também um importante ponto de venda.

JR: Você supervisiona a América do Norte também, o Canadá tem alguma história interessante para contar? NB: Nós somos muito dedicados ao mercado canadense. O mercado canadense está em uma fase de crescimento. Quando o CAD chegou à paridade, acho que isso fez com que as pessoas comprassem ações, e embora o trading tenha declinado um pouco, acho que agora está voltando. Obviamente, o boom das commodities, apesar da recente correção, é uma grande vantagem para o Canadá, para as empresas canadenses e para o trading em geral. Por isso eu vejo o Canadá como um país de crescimento – não o tipo de crescimento que vemos na América do Sul – mas definitivamente um crescimento contínuo. Digo mesmo que superior ao crescimento dos EUA.

JR: Você foi um investidor co-fundador da GFI em 1987, e desde que eu o conheço, você tem sido sempre um propositor de avanços tecnológicos no mercado. Como você administra para casar isso com a sua função atual na GFI? NB: A maior coisa sobre gestão deveria ser como obter o melhor das pessoas com quem você trabalha – e isso está vinculado a reunir seu grupo de tecnologia, seus desenvolvedores, os sistemas e as pessoas que os instalam, com os corretores que estão na linha de frente. O que eu sempre tentei fazer como gerente é me certificar que todas essas coisas funcionem juntas – isso é o principal na tecnologia, ela avança constantemente e você tem que garantir que tudo e todos avancem juntos.

JR: Qual é a sua opinião sobre o crescimento dos EUA? NB: Acho que estamos começando a ver o crescimento do mercado novamente, à medida que surgem novas ideias sobre o que vai acontecer em termos de que produtos serão regulamentados. Depois que tivermos uma clareza final, será muito melhor para o mercado em geral e devemos ver um crescimento mais forte quando isso estiver concluído. De qualquer forma, as pessoas vão reclamar que as regras são muito draconianas ou muito liberais, mas de qualquer maneira, o mercado crescerá muito mais quando soubermos onde estamos. JR: Você acha que a incerteza que tivemos desde o fim de 2008 causou uma diminuição? NB: Sim, definitivamente, mas isso está começando a dissipar, e, à medida que tivermos mais clareza, veremos um crescimento mais forte em todas as classes de ativos.

Nick Brown é o diretor gerente e chefe de Corretagem de Produtos Financeiros, América do Norte e do Sul, no GFI Group em Nova York. Ele se juntou ao GFI em novembro de 2003. Brown tem uma longa história na indústria de corretagem interdealer, tendo iniciado sua carreira em Londres em 1977 na Tullett & Tokyo. Dois anos depois, foi transferido para o Kuwait, para abrir o escritório da Tullett lá. Brown se transferiu para o escritório da Tullett em Toronto em meados da década de 1980, onde administrou o escritório até se juntar à Harlow Meyer Savage, onde geriu o escritório canadense até 1986. Transferiu-se, então, para Nova York como presidente da Harlow, onde trabalhou até 1989. Brown voltou para a Tullett, desta vez em Nova York, como diretor gerente e chefe da FX na América do Norte de 1990 a 1996. Brown é sócio da Jersey Partners, maior acionista da GFI. Além disso, foi diretor da Wit Capital, a primeira empresa a fazer um IPO na Internet. Brown também dedicou dois anos como diretor gerente da empresa de telecomunicações Technolia LLC, de 1998 a 2000. Brown atua como diretor da Financial Markets Association e foi anteriormente membro do Foreign Exchange Steering Committee do Federal Reserve Bank of New York. Adicionalmente, Brown serviu como membro do conselho do Brady Campaign to Prevent Gun Violence por doze anos. Atualmente é membro do conselho do Center to Prevent Youth Violence e da HELP USA, organização beneficente liderada por Maria Cuomo Cole para ajudar os semteto a reconstruir a vida. É também membro do conselho do Count Bassie Theatre em Red Bank, New Jersey.

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FX como uma classe de ativos: seminário de trading de alta frequência FOTOGRAFIAS DO SEMINÁRIO DA P&L EM CHICAGO: 19 DE MAIO DE 2011

Drew Myers, Banyan

Apresentação para os portais FX ECNs, Câmbios e Bancos

Sudhir Chikara, Takumi

Matt O’Hara, Thomson Reuters

David Matteson, Drinker Biddle

Craig LeVeille, CME

Rob Gomprecht, BofA ML

Joe Conlan, FCStone

David Holmes, Typhon

Jim Fischer, Drinker Biddle

Principais problemas na instalação de uma firma de HFT

Vince Sangiovanni, GAIN GTX

Bill Goodbody, Hotspot FX

PATROCINADORES DO EVENTO

Darren Jer, MarketFactory

Eisso VanderMeulen

Problemas de PB & Crédito no mercado de FX


Relatório Especial: Mercados Crescentes de FX em 2011

Índice: Níveis financeiro e de comércio exterior vinculados a renda do país: BIS.................................16 Profit & Loss Vai a Bogotá para evento inaugural.................................................................................17 Cortina, do Banxico, apresenta o desempenho do peso..................................................................19 A IPC suporta o crescimento da GFI na América Latina ...................................................................22 Medindo a sensibilidade de FX dos mercados emergentes ao petróleo ...................................24


RELATÓRIO ESPECIAL I MERCADOS CRESCENTES DE FX

Níveis financeiro e de comércio exterior vinculados a renda do país: BIS O Bank for International Settlements descobriu que moedas de países de maior renda negociam mais fora de sua jurisdição, como informa Kirsten Hyde.

A

pesquisa do Bank for International Settlements (BIS) de 2010, com bancos centrais sobre a atividade do mercado de câmbio, mostrou um rápido crescimento no giro de moedas de mercados emergentes. Em particular, bancos centrais globais informaram que algumas moedas emergentes estão agora sendo negociadas fora do mercado doméstico muito mais do que os participantes do mercado estimaram. Enquanto se pensava que os negócios externos com o renminbi chinês fosse de $3 bilhões, por exemplo, os bancos

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centrais descobriram $22 bilhões. De forma similar, negócios externos de $17 bilhões de rúpias indianas surpreenderam os participantes do mercado, que levaram em conta os negócios com a rúpia em Cingapura, mas não em Londres ou em Nova York. No último BIS Quarterly Review, publicado no mês passado, Robert McCauley e Michela Scatigna apresentam e atualizam essa descoberta. No seu artigo, mostram primeiramente que, à medida que a renda per capita do país aumenta, sua moeda é comerciada em múltiplos ainda maiores do comércio internacional subjacente da economia doméstica e, segundo, que os negócios com a moeda são maiores fora do mercado doméstico. Para o primeiro ponto, McCauley e Scatigna apresentam um comparativo que divide o giro de câmbio em uma dada moeda pela exportação e importação de mercadorias e serviços do país (veja o gráfico abaixo). Sua análise mostra, por exemplo, que os negócios com o renminbi em valores diários são similares às exportações e importações chinesas de bens e produtos – uma relação em torno de um. Na forma mais extrema, o giro de câmbio em dólar e iene é perto de 100 vezes o comércio subjacente de bens e serviços. Para explicar a dispersão, os autores sugerem que à medida que as economias se desenvolvem, os negócios com suas moedas crescem mais rápido do que suas transações de conta. Para analisar esse relacionamento, eles reanalisaram esse relacionamento colocando a relação em uma escala logarítmica (veja o gráfico oposto). Com essa transformação, o relacionamento é quase linear, com evidência de um platô nos maiores níveis de renda. “Esse relacionamento entre o giro e a renda tem se mantido consistente de abril de 2007 [pesquisa de giro do BIS] até a pesquisa de abril de 2010. Assim sendo, as moedas são negociadas mais ativamente em relação ao fluxo de bens e serviços à medida que suas economias se desenvolvem”, dizem eles. No entanto, existem algumas exceções. Embora os números do giro global para o renminbi chinês e a rúpia indiana sejam muito próximos, respectivamente $34 bilhões e $38 bilhões, as moedas estão em direções opostas com relação ao comércio subjacente e à renda. “A economia chinesa é maior e mais aberta do que a economia indiana, por isso a quantidade similar de dólares se traduz em taxas que diferem uma da outra em uma ordem de grandeza. Assim sendo, o renminbi é negociado menos do que o


MERCADOS CRESCENTES DE FX I RELATÓRIO ESPECIAL

comércio da China poderia sugerir, enquanto a rúpia é negociada mais do que o comércio e renda da Índia parecem garantir”, observam McCauley e Scatigna. Eles sugerem que isso seja devido em parte ao contraste entre o grande investimento estrangeiro no mercado de equity indiano e as restrições do envolvimento estrangeiro direto no mercado de ações chinês. “Se, com relação ao comércio exterior chinês e à renda, o giro do renminbi atingisse os níveis da rúpia, a proposta de inclusão do renminbi no Direito de Retirada Especial [do Fundo Monetário Internacional] seria fortalecida”, dizem eles. Dada a relação entre renda e o giro, regressões multivariadas mostram que o giro do câmbio é maior para moedas com rendimento alto ou muito baixo, consistente com seu papel como moedas de alvo e de financiamento em negócios que emprestam em moedas de baixo rendimento para financiar negócios em moedas de alto rendimento.

Comércio Exterior Os autores usam uma comparação similar para a geografia do mercado de moedas e descobriram que as moedas de países com maior renda tendem a ser negociadas mais fora da sua jurisdição (veja o gráfico). “O giro dos títulos mais negociados nas principais moedas fora do horário do mercado doméstico, por exemplo, gera transações de câmbio externas. Em muitas moedas de mercados emergentes, os controles levam os negócios externos para os forwards sem entrega, o que resulta em altas proporções de transações de forward no exterior.” Como os centros financeiros internacionais tendem a concentrar os negócios nas suas próprias moedas, além de outras moedas, McCauley e Scatigna deram aos dólares de Hong Kong e Cingapura, além da Libra Esterlina e o Franco Suíço, uma menor fatia externa. As moedas de muitos países de baixa e média renda são negociados externamente em maior ou menor extensão do que a norma, dizem os autores. Os negócios externos da rúpia indiana estão alinhados com a renda indiana, especialmente quando se leva em conta os negócios estritamente internos de futuros da rúpia que se desenvolveu em Mumbai nos últimos anos. Existe uma grande quantidade de negócios externos com a rúpia indonésia e com o renminbi chinês, ambos na forma sem entrega. A grande parcela de negócios externos, a ausência dos negócios internos-externos e o rápido desenvolvimento do mercado de renminbi para

entrega em Hong Kong refletem a diferença entre o interesse do mundo no renminbi e acesso a ele, dizem os autores. Em níveis de renda moderados, o rand da África do Sul, o peso mexicano e a lira turca são todos pesadamente negociados externamente, enquanto o baht da Tailândia, o rublo russo e o won coreano parecem baixos para suas rendas. Em contraste com a análise de giro geral, moedas de maior rendimento não são associadas sistematicamente com maiores proporções de negócios externos. Além disso, a não entrega da moeda no exterior parece limitar os negócios externos, concluem os autores. No entanto, esse relacionamento não atinge os níveis convencionais de significância estatística. “Usar a renda per capita para definir uma comparação para o giro de transações em conta corrente e a proporção de negócios externos pode ajudar os definidores de políticas a discernir o que é usual e o que não é usual nos negócios com suas moeda”, concluem McCauley e Scatigna.

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RELATÓRIO ESPECIAL I MERCADOS CRESCENTES DE FX

Profit & Loss Vai para Bogotá PROFIT & LOSSFX GROWTH MARKETS SÉRIE DE CONFERÊNCIAS

BOGOTÁ 2011

Profit & Loss levou sua bem-sucedida série FX Growth Markets para a estrada em um evento duplo que começou em Bogotá, Colômbia, para um evento inaugural em 1 de março e depois na Cidade do México, nos dias 3 e 4 de março, o quarto ano da P&L no México.

N

a primeira do que será uma conferência anual em Alvarez Hernandez, economista sênior no grupo de mercados de Bogotá, Colômbia, a Profit & Loss atraiu um número capital da Divisão de Política Financeira do Banco Central do sem precedentes de trezentos participantes para uma Chile, que compartilhou suas visões dos sucessos do Chile com palestra de abertura de Pamela Cardozo, executiva-chefe de contratos de livre comércio, enquanto Felipe Gaviria Lievano, assuntos monetários e de reserva do banco central, Banco de la diretor substituto de regulamentação do Autorregulador del Republica de Colombia. Mercado de Valores, O assunto de um mercado spot cobrindo Colômbia, Peru e apresentou uma importante Chile dominou as sessões durante o dia. Cardozo comparou o visão geral do ambiente desempenho dos ativos no Peru, Chile e Colômbia, observando regulatório da Colômbia. que a análise da valorização e volatilidade do preço das ações As duas conferências sugere que o mercado chileno está em risco de supervalorização, foram patrocinadas pelo seguido pelo Peru. patrocinador Diamante GFI Andres Macaya, gerente de negócios da SET FX, a Group e pelo patrocinador plataforma de spot afiliada à Bolsa de Valores colombiana, Platina Thomson Reuters, e revelou planos para um mercado spot regional que atenda aos foram apoiadas por uma três países. Daniel Niño, diretor de pesquisa econômica e dúzia de patrocinadores, estratégias do Grupo Bancolombia, destacou esse exibidores e parceiros. desenvolvimento como uma das maiores oportunidades para a Colômbia. Outros painéis analisaram as oportunidades e desafios enfrentados por aqueles que negociam e investem nos mercados financeiros colombianos. Como foi observado, a Colômbia teve uma reversão da tendência de consolidação dos anos recentes e está experimentando um crescimento evidenciado pelo número considerável de novos participantes no mercado. De cima para baixo: Pamela Cardozo, diretora de Também apresentado em Bogotá foi Nicolas assuntos monetários e de reserva do Banco de la Republica de Colombia; Painel “Oportunidades de Crescimento na América Latina”; Juan Pablo Amorocho, gerente geral, GFI Colômbia; sala cheia na conferência inaugural da P&L em Bogotá.

18 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com


MERCADOS CRESCENTES DE FX I RELATÓRIO ESPECIAL

Cortina, do Banxico, apresenta o desempenho do peso PROFIT & LOSSFX GROWTH MARKETS SÉRIE DE CONFERÊNCIAS

MÉXICO 2011

Na quarta conferência anual Profit & Loss FX Growth Markets no México no mês passado, Jaime Cortina, diretor de operações do Banco de Mexico, banco central do México, definiu o tom da conferência de dois dias com uma visão geral da recuperação estrutural do mercado de peso/dólar, assim como o sucesso do mecanismo de opções, que foi detalhado na conferência da Profit & Loss na Cidade do México no ano passado. Vídeoclipes dessa e de outras conferências de P&L podem ser encontradas em www. profit-loss. com/pulse

Jaime Cortina, diretor de operações, Banco de Mexico

A

s condições de negócios para o mercado do peso são agora muito similares ao que eram antes da recente crise global do mercado financeiro, com as spreads entre ofertas de compra e venda caindo de forma aguda depois de aumentar dramaticamente em outubro de 2008, explicou Jaime Cortina, diretor de operações do Banco de Mexico. Antes da crise, o giro diário de operações de câmbio executadas através dos sistemas da Thomson Reuters era de cerca de US$5,5 bilhões, enquanto a média atual é de cerca de $5 bilhões, portanto os volumes diários de negócios se recuperaram a níveis muito similares aos observados em 2007, observa ele. “De fato, os volumes no mercado de peso/dólar se recuperaram mais rapidamente do que em mercados de moedas comparáveis, como o sloty polonês, o rand sul-africano e a lira turca, disse Cortina. Referindo-se à mais recente pesquisa trienal de bancos centrais do BIS sobre giro de FX, Cortina observou que o peso mexicano fica em 13o. lugar entre as moedas mais negociadas do mundo e em terceiro lugar entre as moedas de mercados emergentes – logo abaixo do won coreano e do dólar de Cingapura.

Além disso, ele observou, em comparação com a pesquisa de 2007, os volumes diários cresceram 15%, apesar do fato de que a pior crise financeira em muitos anos ocorreu entre as duas pesquisas. Além disso, os volumes negociados localmente representaram um terço dos volumes totais, os outros dois terços foram negociados sem envolvimento de instituições financeiras mexicanas. De fato, disse Cortina, a recuperação em volumes de negócios foi particularmente importante em operações através da fronteira. “Isso pode ser explicado devido à maior liquidez em diferentes fusos horários em que o peso foi negociado durante anos – Europa e América (Nova York) – e também devido à nova cobertura na Ásia. O peso se tornou mais e mais uma moeda 24 horas. Além disso, o aumento nos negócios algorítmicos do exterior explicam por que os volumes no exterior aumentaram mais do que os volumes negociados localmente”, disse ele. Os negócios algorítmicos ganharam uma importante fatia do mercado nos últimos três anos, acrescentou. “Novamente, usando dados da Thomson Reuters, podemos ver que atualmente um pouco mais do que 40% de todos os negócios com peso nas suas plataformas é feito através de máquinas, ou negócios algorítmicos. Embora esses 40% ainda sejam inferiores ao percentual que vemos em moedas como a libra, o euro e o dólar canadense, a principal mensagem é clara, os negócios algorítmicos estão se tornando mais e mais importantes com o tempo”, disse Cortina. Em termos de ação de preços, o peso é também negociado em níveis ligeiramente superiores aos de antes da crise, ele continuou. “Embora a taxa de câmbio do peso continue acima dos níveis de antes da crise, a volatilidade de curto prazo está agora sendo negociada em níveis anteriores aos vistos no primeiro trimestre de 2008”, disse Cortina. “Também merece menção como o mercado médio evoluiu; caiu de um mercado de cerca de $2,5 milhões para um tamanho próximo a $1,5 milhões. Isso pode ser explicado pelo fato de que os negócios algorítmicos aumentaram sua parcela de mercado e que o volume negociado através de algorítmicos é menor do que através de negócios e negociantes manuais. “Hoje, a distribuição implícita do peso é muito mais equilibrada do que o que vimos em outubro de 2008 e em fevereiro de 2009”, acrescentou ele. “Nos últimos seis meses,

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RELATÓRIO ESPECIAL I MERCADOS CRESCENTES DE FX

vimos um fortalecimento do peso frente ao dólar americano. Existem muitas histórias em torno dessa valorização, algumas relacionadas a fluxos de capitais em busca de maiores margens, alguns relacionados aos fundamentos que explicam esse comportamento. Acho que os dois estão parcialmente certos, embora eu tenda a pensar que a história fundamental é mais forte do que o fluxo de capitais.” “Deixe-me explicar por que”, continuou ele. “Primeiro, a economia mexicana se recuperou mais rapidamente do que anteriormente previsto, puxada pelo melhor desempenho da economia americana. A esse respeito, a recuperação foi liderada pelo setor externo, que de fato continua a mostrar números mito fortes, apesar da valorização que o peso tem experimentado ultimamente. Além disso, a previsão de crescimento futuro também foi revista para cima. Por exemplo, no fim do último ano, o consenso para o crescimento no México em 2011 era de 3,65% e hoje é próximo a 4,20%. Finalmente, embora o crescimento tenha sido liderado pelas exportações, os últimos números do PIB agora mostram que o crescimento é agora muito mais amplo, ou seja, a demanda interna está também começando a crescer em um ritmo mais rápido. Preços mais altos do petróleo, até agora, representaram um coque positivo na economia mexicana. Por um lado, contribuíram para um maior saldo comercial. Por outro lado, também tiveram impacto positivo nas finanças públicas, uma vez que o recolhimento de impostos da Pemex

No sentido horário a partir do canto superior direito: Luis Opazo Roco, gerente de estabilidade financeira, Banco Central do Chile Discussão do painel “Tecnologia de Última Geração”; Outra casa cheia no P&L México Gabriel Casillas, diretor executivo, economista-chefe do México, JPMorgan (acima)

20 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com

representa mais de 30% da receita tributária total. No entanto, é importante mencionar que se as recentes elevações nos preços do petróleo se mostrarem mais permanentes, e o aumento dos preços do petróleo afetarem negativamente o crescimento nos Estados Unidos (confiança do consumidor, etc), esse choque externo pode passar de positivo para negativo. Assim sendo, de fato, o petróleo pode se tornar um fator negativo em vez de positivo”, disse ele. Outro fator citado por Cortina que também ajuda a explicar a força do peso é a recente aprovação de uma linha de crédito flexível de $72 bilhões por dois anos, substituindo uma linha de $48 bilhões que expirou em abril. “Essa linha é positiva em duas frentes: Nosso balanço externo está agora mais sólido, com $120 bilhões em reservas mais $72 bilhões em FCL, uma posição de cerca de $192 bilhões. Além disso, para obter a linha de crédito, o


MERCADOS CRESCENTES DE FX I RELATÓRIO ESPECIAL

No sentido horário a partir do alto: Discussão do painel Regulamentação e os Mercados de OTC

México teve que cumprir certos critérios definidos pelo FMI. Portanto, a FCL é também um mecanismo muito bom para o mercado, uma vez que existem incentivos para manter políticas macroeconômicas sólidas porque, se não o fizermos, corremos o risco de perder a FCL”, continua. A entrada de títulos do governo local do México no WBI do Citi é outro fator importante que explica o fortalecimento do peso. “O WBI é um índice de títulos que muitos investidores institucionais globais, investidores em dinheiro real, usam como comparativo para seus portfólios. De fato, esse índice é usado por vários fundos asiáticos que, antes dele, não compravam ativos denominados em pesos. É por isso que a inclusão do peso mexicano trouxe importantes fluxos de capitais para o país” observou Cortina. “De fato, em 2010, os títulos de longo prazo do governo tidos por investidores estrangeiros cresceu de cerca de $12 bilhões, e a maior parte desses fluxos podem ser atribuídos ao WBI. Além disso, recentemente (desde dezembro de 2010) Cetes tidos por investidores estrangeiros também cresceram substancialmente, embora achemos que uma importante proporção dessa posição é protegida contra flutuações de moeda e está, na verdade, tirando vantagem da arbitragem que existia recentemente entre as taxas de Cetes e as taxas do peso implícitas no mercado de swap de câmbio. “Independente do que foi mencionado antes, temos também visto fluxos importantes de capital de curto prazo em busca de margem. A esse respeito, o México não é diferente do que temos visto também em outras economias emergentes”, disse ele. “A taxa do peso implícita mostra que pelo menos através de swap cambial de curto prazo, muitas posições de longo prazo

em peso estão sendo financiadas. Durante a Dan Torrey, ICAP, fala no painel maior parte do ano, Corretagem de FX Prime, Trading essa taxa tem Algorítmico e de Alta Frequência permanecido abaixo de Mark Sandomeno, GFI Group 4% enquanto as taxas de repo interbancárias estão perto de 4,5%, e temos visto períodos em que tem sido inferior a 2%”, acrescenta. A resposta do México à entrada de capitais, disse Cortina, tem sido diferente de outros países. “Nós não mudamos nossa política de acúmulo de reservas, nós não intervimos no mercado de câmbio além das nossas opções mensais baseadas em regras, e não introduzimos impostos ou controles macroprudenciais. De fato, as autoridades mexicanas têm repetidamente garantido seu compromisso com um regime de câmbio flutuante. “Apesar disso, existe o temor de que o peso possa se apreciar rapidamente, uma vez que foi uma das poucas moedas em que a introdução de controles de capital ou de intervenção não se materializaram e, de fato, continua a ser uma das poucas moedas que continuam a ser negociadas abaixo dos níveis anteriores à crise financeira. A longo prazo, temos certeza de que ser consistente com nossa política valerá a pena, ainda mais porque continuaremos a ser importadores líquidos de capital estrangeiro e achamos que os investidores gostarão de saber que neste país a política é consistente”, disse ele. Enquanto isso, com relação aos mecanismos de opções de put, Cortina disse que foi bem-sucedido no acúmulo de reservas sem introduzir distorções no mercado. De março de 2010 até hoje, o Banxico acumulou $5,480 milhões com esse mecanismo. “Seu desenho favoreceu as compras de dólares quando o peso está com tendência de valorização e a inibe em outras situações”, explicou. “Uma estratégia de comunicação competente e o uso desse instrumento melhorou a eficiência do mecanismo.” Ele acrescentou que apenas durante dois meses, maio e novembro de 2010, a opção não foi exercida. Em quatro meses, ela foi exercida parcialmente e em seis meses foi exercida completamente. Concluindo, Cortina refletiu que as condições de negócios no mercado de câmbio do peso foram recentemente aprimoradas, uma vez que a economia mexicana parece mais forte e mais sustentável, e isso é resultado de fundamentos favoráveis. Ele também observou que as autoridades mexicanas mantêm um forte compromisso com o regime de taxas de câmbio flutuantes. O evento Profit & Loss FX Growth Markets deste ano atraiu cerca de trezentos participantes e, como foi o caso em Bogotá, foi patrocinado pelo patrocinador Diamante GFI Group e pelo patrocinador Platina Thomson Reuters, e apoiado por uma dúzia de patrocinadores, exibidores e parceiros.

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RELATÓRIO ESPECIAL I MERCADOS CRESCENTES DE FX

IPC Suporta o crescimento da GFI na América Latina Quando o GFI Group embarcou nos seus planos de expansão na América Latina, buscou a IPC para fornecer a solução tecnológica. Alice Attwood apresenta um estudo de caso da implementação.

À medida que a GFI expandia no Chile, precisava de um sistema que pudesse suportar as atividades nesse país

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corretora interdealer GFI Group selecionou o IQ/MAX turret (dealerboard) da IPC Systems para fornecer uma solução de conectividade e telecomunicações para suas atividades na América Latina. À medida que a GFI se expandia no Chile, em particular, era necessário um sistema que pudesse suportar suas atividades naquele país, mas também com foco na gestão de desastres, devido à atividade sísmica na região. Karl Graef, gerente de suporte ao cliente na GFI, fala do sistema torre, “Precisávamos de uma solução escalável e confiável e tínhamos experiência anterior com a IPC, uma vez que usamos atualmente seus sistemas em outros escritórios e estamos muito felizes com o produto. Nós também usamos os Serviços de Rede da IPC para nos conectarmos a clientes na América do Sul, Europa e nos Estados Unidos.”

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Uma vez que o Chile, relativamente, não foi afetado pela crise financeira e está se provando ser uma área excelente para expansão, a GFI selecionou o país latino americano como um mercado em crescimento. A GFI, que começou a usar um sistema de torre slimline da IPC em 2008, instalou o IQ/MAX, que substituiu o sistema anterior que não era condutivo para facilitar as comunicações de negócios que a GFI requeria. Assim, no fim de 2010, a IPC começou a implementar atualizações no sistema da GFI em um enfoque de fases. O sistema agora suporta cerca de dezesseis corretores no escritório chileno da GFI. Graef explica, “As vantagens de trazer o IQ/MAX da IPC para nossas instalações no Chile foram extensas. A qualidade do autofalante foi melhorada com o novo sistema e mais linhas privadas foram instaladas nas torres. Dessa forma, os


MERCADOS CRESCENTES DE FX I RELATÓRIO ESPECIAL

operadores podem destinar linhas específicas para clientes prioritários para garantir que eles recebam o nível certo de atendimento.” A torre IQ/MAX da IPC tem uma interface de usuário intuitiva, que exibe informações de chamada e da contraparte, de forma que os operadores podem se concentrar nas informações relativas a eles e aumentar a produtividade. A rede da IPC foi também implantada pela GFI em vários dos seus dealers de mercado de cliente, em parceria com operadoras de telefonia da região. As torres foram implantadas na sala de trading em Santiago, e são compostas de uma combinação das torres IQ/MAX da IPC e de linhas privadas das salas de trading em Nova York, colocando-as em contato direto com as contrapartes por linha direta.

América do Norte

negócios em geral da GFI continuaram a aumentar e, assim, houve um desejo de acompanhar o mercado em termos de serviços ao cliente, conectividade mais confiável com as contrapartes, trabalho com um fornecedor confiável e de ter um sistema muito robusto em que a firma pudesse confiar. Iyer explica, “a GFI descobriu que outro requisito no Chile era a necessidade de maior colaboração. A colaboração com as contrapartes é particularmente importante em mercados de ‘fronteira’ como o Chile, em que os volumes de negócios não são tão grandes e o mercado não é tão líquido quanto o do Brasil, por exemplo. Ao mesmo tempo, você precisa colaborar e se comunicar com os outros internamente, porque não há tanta informação disponível para os operadores antes do fechamento de um negócio, diferentemente da quantidade de informações disponíveis para os operadores em mercados mais estabelecidos da Europa e das Américas. Este é apenas um dos motivos pelos quais a GFI precisava expandir o número de posições de operação no Chile.” A GFI tem um escritório em Santiago, um escritório recém-aberto em Bogotá e uma joint venture, a Premium Securities, na Argentina, na qual tem participação minoritária. Durante os últimos seis meses, o escritório da

Os produtos e serviços oferecidos pela IPC já eram um componente crucial da estratégia de planejamento de continuidade dos negócios e recuperação de desastres da GFI para suas atividades em outros lugares. Ganesh Iyer, gerente de marketing de produto da IPC, observa: “Temos conseguido ajudar a GFI com planejamento de recuperação de desastres e continuidade de negócios “A colaboração com as contrapartes é em todo o mundo. Toronto é um exemplo particularmente particularmente importante em mercados de interessante, como quando a cúpula do G20 ocorreu ‘fronteira’ como o Chile, em que os volumes de lá, a GFI foi capaz de adotar um enfoque proativo negócios não são tão grandes e o mercado não usando nossa tecnologia para se preparar para tão líquido quanto o do Brasil, por exemplo.” qualquer interrupção durante a conferência. Mesmo tendo o evento ocorrido na mesma área do distrito financeiro, os negócios puderam continuar sem interrupções. Argentina tem seu próprio sistema de torre slimline Isso realmente ajudou a aumentar a confiança da GFI na IPC implementado pela IPC. e os levou a nos envolver como parceiros no Chile”, disse O processo de implementação ocorreu tranquilamente, de Iyer. acordo com Morton, devido à experiência anterior da IPC na Graef acrescenta que o sucesso durante a cúpula instalação e execução de sistemas operacionais na região. “A significou que a “GFI aproveitou a infraestrutura da IPC, à IPC tem feito negócios na América Latina há muitos anos. medida que re-rotearam nossas linhas de voz e dados para os Nossa presença local, nossas fortes parcerias de negócios e locais de recuperação de desastre do nosso cliente durante a nosso relacionamento com operadoras de telefonia regionais conferência. Assim, não tivemos nenhuma interrupção de contribuíram para o nosso sucesso nessa região. Nós serviços para nossos clientes.” compreendemos as realidades dos diferentes países – as Essa experiência de recuperação de desastre tornou a IPC diferentes linguagens, os diversos requisitos regulatórios e, atraente para parceiros da GFI em um país como o Chile. mais importante, as diferenças culturais. Esse tipo de Jonathan Morton, vice-presidente de marketing de produto conhecimento e presença local é valioso em todas as fases de na IPC, disse “Se fossemos indicar um dos requisitos únicos um projeto.” do Chile, seria a necessidade de ter capacidades mais No entanto, como Graef explica, “Nós experimentamos robustas de recuperação de desastres, uma vez que o Chile vários desafios ao instalar o escritório do Chile. Isso teve a está em uma área altamente sísmica, muito sujeita a ver com conectividade, a barreira de língua entre nós, as terremotos. Um dos pontos fortes da solução da IPC é que, operadoras de telefonia local e os arquitetos locais. Mas, em como é baseada em IP, ela fornece uma tremenda termos de tecnologia, devido ao conhecimento e experiência flexibilidade e mobilidade para os operadores, permitindo locais da IPC, não tivemos muitos problemas.” que operem em um local alternativo, ou até mesmo de casa, A América Latina e o Chile em particular, são vistos como se surgir uma necessidade.” mercados importantes, em crescimento, que não foram Depois da instalação inicial em 2008, os volumes e os atingidos pela crise financeira.

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RELATÓRIO ESPECIAL I MERCADOS CRESCENTES DE FX

Medindo a sensibilidade de FX dos mercados emergentes ao petróleo Por Natalia Gurushina, diretora de estratégia para mercados emergentes, Roubini Global Economics

s eventos das últimas semanas levantaram um grau de incerteza sobre os preços das commodities, especialmente do petróleo. A situação provavelmente continuará complicada no médio prazo devido à presença de forças opostas no mercado global de petróleo – a destruição da demanda no Japão, por um lado, e o potencial gargalo de suprimento no Oriente Médio, por outro. No entanto, fatores estruturais apontam para pressões de alta no longo prazo para o preço do petróleo. Portanto, é importante compreender a sensibilidade de mercados emergentes individuais às mudanças nos preços do petróleo, além de como os mercados emergentes se relacionam com os mercados desenvolvidos a esse respeito. Analisar esses problemas é um processo em várias etapas, que começa em um nível mais geral com o consumo de petróleo como porcentagem do PIB nominal. Esse nível varia muito de país para país—desde 1,2% no caso da Noruega para valores como 8% no caso da Tailândia. No entanto, esse valor é muito mais alto nos mercados emergentes. A Ásia, excluindo Japão, se destaca a esse respeito, uma vez que o consumo de petróleo médio atual é de 4,4% do PIB nominal da região, enquanto a média mundial é de 3%. Essa diferença provavelmente reflete o peso dos setores manufatureiro e industrial na economia total e pode aumentar a vulnerabilidade do câmbio regional se os preços do petróleo continuarem a aumentar.

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Figura 1: Consumo de petróleo como porcentagem do PIB nominal—médias regionais em vários cenários de preço de petróleo

Um nível abaixo está a exposição dos setores externos dos países ao petróleo. Para medir esse impacto, precisamos estudar a parcela da exportação de petróleo no PIB nominal, a parcela das exportações no consumo doméstico de petróleo e a parcela do saldo de importação e exportação de petróleo como percentagem dos recebimentos e pagamentos em conta corrente. Não surpreende que os resultados corroborem nossas observações anteriores sobre a maior vulnerabilidade do câmbio asiático aos preços maiores do petróleo. As importações de petróleo da Coreia do Sul, Índia, Taiwan e Tailândia são responsáveis por uma parcela maior de seus


MERCADOS CRESCENTES DE FX I RELATÓRIO ESPECIAL respectivos PIBs do que em qualquer outra economia na nossa amostra. Em regiões individuais, a África do Sul e Israel têm as maiores relações entre importações de petróleo e PIB na região de Europa, Oriente Médio e África. Usando a mesma métrica, o Chile parece mais vulnerável a picos de preço do petróleo entre as economias da América Latina. Figura 2: Exposição do setor externo aos preços do petróleo— médias regionais

O mesmo grupo de países tem a maior parcela de consumo doméstico de petróleo coberto pelas importações, o que pode significar uma pressão adicional sobres suas contas externas – e suas moedas – quando os preços do petróleo disparam. Em contraste, a América Latina (exceto o Chile) e a Rússia seriam os maiores beneficiários nesse cenário. O macrocomponente final da nossa análise é a parcela do combustível e energia – além dos alimentos – nos CPIs de Mercados Emergentes. O motivo da nossa preferência por analisar energia e alimentos em conjunto é duplo. Primeiro, existem distorções resultantes do amplo uso de subsídios a combustível em muitos mercados emergentes. Segundo, precisamos levar em conta a influência dos preços da energia nos preços dos alimentos. Embora a situação provavelmente seja diferente de país para país, as médias globais apontam um repasse de 34% do preço de combustível e energia para os alimentos. Depois de fazermos esse ajuste, a maior exposição das moedas emergentes ao aumento dos preços do petróleo – especialmente na Ásia e em partes da Europa, Oriente Médio e África – se torna aparente. Para elaborar estratégias de investimentos com base nessas considerações macroeconômicas, a Roubini Global Economics introduziu recentemente um novo produto o – RGE Oil Sensitivity Index (ROSI) – que mede o impacto de mudanças no preço do petróleo nas economias. Uma pontuação ROSI altamente positiva indica vulnerabilidade a um choque no preço do petróleo e, alinhado às nossas observações anteriores, a Ásia emergente é mais sensível a choques no preço do petróleo, com Tailândia, Taiwan, Coreia do Sul, Indonésia e Índia liderando a lista. Essas são economias em rápido crescimento que são altamente dependentes de fontes externas de petróleo, com indústrias de uso intensivo de energia, como mineração (Tailândia), siderurgia (Índia) e minerais (Indonésia), e um pico no preço do petróleo teria um impacto negativo na inflação e no crescimento do PIB. Uma pontuação altamente negativa indica resiliência ou até mesmo um benefício com os altos preços do petróleo. Os exportadores de petróleo, Rússia, Venezuela, Colômbia e México lideram a lista de países que estão mais bem posicionados para enfrentar altas nos preços do petróleo. Países com pontuação de ROSI próximas de zero – República Checa, Peru e Hungria – são os menos sensíveis a mudanças (para cima ou para baixo) nos

preços do petróleo. Uma regressão em uma estratégia simples de longo/curto prazo nos cinco menores FX/5 maiores FX mostra que um enfoque de ROSI pode ser usado por investidores para reduzir a exposição ou expressar visões direcionais dos mercados de óleo no espaço de FX. Se os preços do petróleo continuarem a aumentar, uma cesta com peso igual dos cinco países com menores pontuações de ROSI deve ter desempenho superior a uma cesta com peso igual de moedas dos cinco países com maior pontuação de ROSI em 3,4% com o preço do petróleo em torno de $130 por barril, e em 8% com o preço do petróleo em torno de $150 por barril. O desempenho será revertido se os preços do petróleo cederem para $100 por barril ou abaixo. Mesmo que os FX de economias emergentes dominem essas cestas de negócios, reunir FX de ME com FX de MD com objetivos de negócios ajudará a aliviar alguns riscos de correlação global que são exclusivos dos ME (uma vez que os países com maior pontuação negativa de ROSI incluem Noruega e Suíça). Figura 3: Índice FX ROSI Longo/Curto 5 Menores/5 Maiores e Brent, 2000-11

Um resultado ligeiramente inesperado do exercício do ROSI foi a relativamente baixa sensibilidade da Turquia, enquanto a África do Sul e a Polônia estão na base da pilha da Europa, Oriente Médio e África (quando se trata de picos do petróleo). No nosso ponto de vista, isso abre algumas oportunidades interessantes de investimento na ausência de um choque nos preços do petróleo. De acordo com nossos cálculos (usamos o enfoque do fluxo de capitais) o TRY é atualmente uma das moedas mais subavaliadas nos mercados emergentes. Uma combinação de avaliação barata e uma perspectiva muito real de altas nas taxas mais tarde neste ano podem fazer com que a TRY seja uma aposta atraente nesse cenário.

Natalia Gurushina é diretora de estratégia para mercados emergentes, Roubini Global Economics. David Nowakowski, da RGE, diretor de estratégia de crédito, e Tsolmon Enkhbayar contribuíram com a estrutura analítica do ROSI.

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Sala de Trading

Utilização de derivativos continua a crescer

Mercado de derivativos ainda cresce A pesquisa semestral do Bank for International Settlement mostra que o mercado global de derivativos OTC continua a crescer em termos de valores nocionais, mas o crescimento não é reportado em todos os setores. Alice Attwood relata.

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Bank for International Settlements (BIS) divulgou a sua pesquisa semestral dos mercados de derivativos para o segundo semestre de 2010. Os resultados mostram que o mercado global de balcão de derivativos cresceu 3,2% na segunda metade do ano, alcançando US$601 trilhões, subindo de US$583 trilhões no primeiro semestre de 2010. Entretanto, a exposição de crédito bruto em geral caiu 7%, para $3,3 trilhões, em comparação com uma queda de 2% reportada na pesquisa para o primeiro semestre de 2010. O mercado como um todo se manteve relativamente estável nos últimos anos, próximo à marca de US$600 trilhões nas últimas quatro pesquisas realizadas pelo BIS – mas as altas que o mercado alcançou no primeiro semestre de 2008, US$672,6 trilhões, ainda não foram vistas novamente. O uso de contratos de derivativos de câmbio cresceu 9% em relação ao primeiro semestre, para US$58 trilhões. O BIS diz que os valores brutos de mercado sofreram uma pequena alteração, equilibrada por maturidades de curto prazo crescendo 13%, com as opções em aberto caindo 10%. Dito isso, houve duas mudanças significativas. Os produtos de euro caíram 21% em valor bruto de mercado, apesar da depreciação da moeda em relação ao dólar (que teria aumentado muito os valores expressos em dólar) e os produtos de franco suíço subiram 55% em termos de valor de mercado, após um aumento de 101% no primeiro semestre de 2010. Os swaps de inadimplência de crédito em aberto continuaram a cair na segunda metade de 2010 para $29,9 trilhões, uma queda de 1% em relação aos US$30,3 trilhões no fim de junho de 2010. Os valores em aberto de contratos de FX continuam a subir. Para a segunda metade de 2010, os contratos de FX respondem por US$57,8 trilhões do valor em aberto, representando 9,6% do mercado global de derivativos OTC. Isso foi um aumento de 17,5% em relação ao valor de US$53,1 trilhões para o primeiro semestre. Derivativos de taxa de juros OTC ainda são a maior categoria dentro do setor de taxas e, para o segundo semestre de 2010, os valores em aberto subiram para US$465 trilhões, de US$452 trilhões nos seis

Para a segunda metade de 2010, os contratos de FX respondem por US$57,8 trilhões do valor em aberto, representando 9,6% do mercado global de derivativos OTC... um aumento de 17,5%. primeiros meses do ano – um aumento total de 3% em relação ao primeiro semestre e um aumento de 3,4% em relação ao valor do segundo semestre de 2009, de US$450 trilhões. Quando se considera o espaço ocupado pelas taxas de juros no mercado total, houve uma leve queda (77,6% para o S1 2010 comparado com 77,4% no S2 2010), entretanto, comparado com o mesmo período em 2009 (74,5% do mercado total de derivativos), os derivativos de taxa de juros OTC mantiveram um nível estável de influência nos dados. Dentro do segmento de taxa de juros do relatório, os contratos denominados em dólar caíram 8%. As posições do euro, iene, franco suíço, coroa sueca, entretanto, subiram em 10%, 7%, 10% e 14%, respectivamente, simplesmente devido a um aumento de atividade, de acordo com o BIS. A pesquisa também observa que “apenas o segmento do dólar canadense mostrou declínio, de cerca de 4%, apesar da apreciação de 6% da moeda”. Nos resultados, o BIS diz: “Os valores brutos de mercado de todos os contratos OTC caíram 14%, resultado principalmente do declínio de 17% no valor de mercado dos contratos de taxa de câmbio... possivelmente refletindo a convergência das expectativas de taxa de juros com as taxas de juros presas em contratos.” Entretanto, ao considerar os valores nocionais em aberto, a pesquisa do BIS para a segunda metade de 2010 mostra que os contratos de taxa de juros continuaram a crescer. Para a segunda metade do ano, os contratos de taxa de juros chegaram a US$465,3 trilhões, um aumento de 3% em relação aos US$451,8 trilhões do primeiro semestre do ano. Ao examinar os resultados de produtos específicos dentro do mercado de contratos de taxa de juros, ou seja, swaps e opções, houve pouca alteração em relação à pesquisa do primeiro semestre de 2010. Os contratos de swap de US$364,4 trilhões respondem por 79,9% do mercado de contratos de taxa de juros e 60,6% do total do mercado de derivativos OTC. As opções, representando $49,3 trilhões

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do mercado, respondem por 8,2% do mercado total e 11% do espaço de contratos de taxa de juros; isso permaneceu inalterado em relação à pesquisa publicada no segundo semestre de 2009. Os resultados dos swaps de inadimplência de crédito também mostram algumas informações interessantes; o primeiro semestre de 2010 presenciou um declínio nas posições de derivativos de crédito de quase 40% em relação aos três anos anteriores, para US$31 trilhões, entretanto, a pesquisa para o segundo semestre de 2010 mostra que o mercado de inadimplência de crédito pode estar em meio de um “nivelamento”, com uma queda de 1% nos valores em aberto para esse período. A pesquisa diz que “os valores em aberto com CCPs [contrapartes centrais] subiram de cerca de 10% do mercado total no fim de junho para 15% no fim de dezembro de 2010. As posições com outros dealers caíram 4% e, com clientes não-financeiros, 63% (após uma queda de 46% no primeiro semestre) para US$310 bilhões, representando apenas 1% do mercado em comparação com o pico de 5%, atingido no fim de dezembro de 2009.” A pesquisa também diz que o valor bruto do mercado caiu 19% no segundo semestre de 2010 O BIS atribui isso ao declínio de 11% em swaps de inadimplência de crédito de single-name e à queda de 31% em contratos multi-name. Esses números se alinham com a queda de 20% para contratos de single-name e um aumento de 21% para swaps de multi-name. O BIS diz que, “com exceção dos contratos com CCPs (+23%), os valores do mercado também caíram com outras contrapartes, como SPVs (-26%) e bancos e firmas de securities (-20%).” A pesquisa semestral foi introduzida em junho de 2004 e foi ampliada para incluir swaps de inadimplência de crédito no fim de dezembro de 2004, em resposta a uma solicitação do Committee on the Global Financial System. Os dealers que reportam incluem todas as filiais e subsidiárias de organizações mundiais e incluem bancos de investimentos comerciais e securities houses.


Icap se beneficia com e-Broking

Sala de Trading

E-Broking impulsiona os lucros da Icaps A Icap chega mais perto de ter lucros gerados de forma mais equitativa entre corretagem por voz, e-broking, e risco e informações pós-trade, escreve Kirsten Hyde.

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Icap, a maior corretora inter-dealer do mundo, divulgou lucros recordes no seu negócio de corretagem eletrônica, quando se beneficiou da turbulência do mercado internacional de commodities e das crescentes preocupações com inflação mais alta. O lucro do negócio de corretagem eletrônica aumentou 23% para £123 milhões no ano que terminou em 31 de março de 2011, com um aumento de receitas de 20% para £302 milhões. Com muito da atenção reguladora nos mercados financeiros no espaço de pós-trade, a Icap também divulgou surpreendente aumento de receitas de 30% nos seus negócios de informações e risco de pós-trade, para £184 milhões. O lucro operacional subiu 14%, para £79 milhões, o mais forte desempenho do grupo até esta data. A Icap diz que a aquisição da Trioptima, em março de 2010, e volumes mais altos na Traiana compensaram o impacto de níveis menores de atividade no seu produto Reset, resultando em um aumento de dois pontos percentuais, para 21%, de participação dos serviços póstrade no lucro operacional do grupo. Juntos, a corretagem eletrônica e as informações e risco de pós-trade contribuíram com 54% do lucro operacional em 2010/11, comparado com 48% em 2009/10. Os resultados mostram que a Icap está bem posicionada para a nova regulamentação dos mercados de balcão, que forçará a migração do trading de derivados para as plataformas eletrônicas, para tornar os mercados mais transparentes. A receita dos negócios centrais de corretagem por voz da Icap foi amplamente alinhada com o ano anterior, em £1,18 bilhões. Isso aconteceu a despeito da receita

da Ásia-Pacífico ter sido adversamente afetada pela perda de 38 corretores para a Tradition em setembro de 2010 (P&L’s Squawkbox, 4 de outubro de 2010). O lucro operacional dos negócios de corretagem por voz foi de £194 milhões. No geral, a receita do grupo Icap subiu 8%, para £1,74 bilhões em 2010/11. O lucro antes dos impostos subiu 4%, para £350 milhões, em linha com a previsão de fevereiro da empresa. O lucro operacional das operações contínuas cresceu 6%, para £375 milhões, impulsionado pelo forte desempenho dos negócios de corretagem eletrônica, e risco e informações de póstrade. Isso foi contrabalançado por investimentos contínuos e custos one-off, diz a Icap. Por tipo de produto, a corretagem de taxa de juros contribuiu com £695 milhões, ou 40% da receita total, seguida pelo FX, que contribuiu com £321 milhões ou 18% do total. Na corretagem por voz, os mercados FX continuaram voláteis, tanto nos mercados desenvolvidos quanto emergentes, resultando em volumes significativamente aumentados nos produtos de forward. “A força de nosso negócio de FX ficou evidente durante o ano, quando cresceu tanto em receita quanto em participação no mercado, particularmente nas principais moedas”, diz a Icap nos seus resultados do ano todo. O volume médio diário da corretagem eletrônica na plataforma EBS da Icap foi de US$151 bilhões, um aumento de 11% de um ano para o outro. No ano passado, a Icap lançou vários tipos novos de ordem, destinados a dar suporte a traders manuais, incluindo a introdução da primeira Fix Order puramente eletrônica. Preços decimalizados na plataforma EBS foram lançados em

Yallop deixará a Icap

Icap, nosso principal executivo de operações decidiu sair. Durante este tempo na Icap, Mark esteve muito envolvido no desenvolvimento estratégico da nossa empresa e eu gostaria de agradecer a ele por sua notável contribuição.” Yallop permanecerá na empresa até que um substituto seja nomeado. Antes de ir para a Icap, Yallop foi o principal executivo operacional do Deutsche Bank, após anos de trabalho em funções de trading em mercados de derivativos, FX e

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Icap também anunciou que seu principal executivo de operações, Mark Yallop, está se aposentando da empresa. Yallop, um dos principais arquitetos da estratégia eletrônica da Icap, foi indicado para o Conselho da Icap em julho de 2005. Em uma declaração, Michael Spencer, principal executivo do grupo Icap, disse: “Lamento dizer que, após seis anos na

março. Naquele mês, a Icap viu uma alta em trading de moedas do Commonwealth e de mercados emergentes, com trading mensal recorde em dólar australiano, renminbi chinês de Hong-Kong, rublo russo e nondeliverable forwards. Michael Spencer, CEO do grupo, diz: “Na primeira metade do ano, vimos mercados mais parados em geral, mas gerando boas receitas e crescimento de ganhos impulsionados principalmente por nossa corretagem eletrônica. Beneficiamo-nos da força dos nossos negócios de mercados emergentes, continuada turbulência nos mercados de commodities do mundo, significativa emissão de obrigações denominadas em euro e preocupações crescentes com inflação mais alta. Mais recentemente, as incertezas políticas e econômicas no Oriente Médio e Norte da África contribuíram para a volatilidade dos mercados financeiros globais.” Ele acrescenta, “No ano passado, nos concentramos no crescimento orgânico, aproveitando os ativos existentes e desenvolvendo ainda mais os relacionamentos colaborativos que temos com nossos bancos clientes. Investimos com sucesso em vários produtos e serviços novos, mais notadamente na nossa plataforma eletrônica de swap de taxa de juros, que já fez transações da ordem de mais de €360 bilhões em trades, desde seu lançamento em setembro passado.” Os resultados da Icap comparam-se favoravelmente com os da sua maior rival, a corretora inter-dealer do Reino Unido Tullet Prebon, que divulgou uma queda de 4% nas receitas para £909 milhões no ano passado, com lucros pré-impostos caindo 11%, para £141,3 milhões (Profit & Loss, abril).

MARK YALLOP

à vista. Também foi diretor da International Swaps and Derivatives Association de 1996 a 1998.

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Mercados digitais

Desfranqueamento e ordens algorítmicas

Mantendo a ordem – A importância do gerenciamento flexível de ordens Nos últimos dois anos, houve uma corrida para fornecer ferramentas e serviços de execução a clientes em plataformas de bancos, entretanto, Colin Lambert pergunta, estamos deixando de lado um ponto importante?

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esfranqueamento é uma palavra que foi cunhada na última década na indústria FX– especialmente ao se falar de e-channel. Primeiramente, o e-FX desfranquearia os traders – o fez até certo ponto, mas a função de trading ainda está viva e esperta. Então, o e-channel desfranquearia a mesa de vendas – isso se provou uma tolice pois, na verdade, fortaleceu a função e os vendedores estão dispostos a adotar a nova tecnologia. A indústria de FX, no entanto, está correndo o risco de desfranquear um alvo não pretendido – um segmento crucial da sua base de clientes? O foco crítico desta pergunta é o desenvolvimento das ferramentas de gerenciamento de ordens, em especial, a invasão da tecnologia de execução algorítmica implantada nos últimos três anos mais ou menos. A realidade por trás dessa tecnologia é que os clientes ou a) cedem a ordem ao banco como agência; ou b) executam a ordem na plataforma do banco da forma que escolherem. A execução de agência, como introduzida pelo Credit Suisse com seu Advanced Execution Services, seguido por outros

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bancos, como o Citi com suas Intelligent Orders, é um produto que funciona muito bem para certos tipos de clientes. Normalmente, esses clientes são se veem como mesas de execução profissionais, estão, sim, executando transações de FX acopladas a outra transação – seja uma transação comercial ou um ajuste de portfólio. Eles também não querem, como mostra a experiência, ser molestados pelos vendedores do banco por causa de uma transação que fizeram, portanto, desejam execução anônima. Mas existe outro setor importante, especialmente do lado do investimento da indústria financeira, que não deseja a execução de agência, e, na verdade, poderia ver o desenvolvimento de tais ferramentas como uma ameaça à sua própria existência. As mesas de execução profissionais em grandes gestores de dinheiro e fundos de hedge buscam adicionar Alfa ou, pelo menos, reduzir a slippage com suas habilidades profissionais. A execução da agência, como foi dito, de fato passa o controle para “alguém de fora”. Quando foram lançadas, havia esperança entre os profissionais de execução a respeito das ferramentas de


Desfranqueamento e ordens algorítmicas

execução algorítmicas em plataformas de bancos. É verdade, as primeiras iterações eram algoritmos de TWAP (time weighted average price) um tanto básicos, dentro das quais a mesa de execução podia definir o nível de agressividade e disparar as execuções, mas esperava-se que as futuras interações permitissem uma interação muito maior. Na verdade, esse nível maior de interatividade nunca aconteceu. Durante o processo de feedback para o Digital FX Awards, que foi divulgado na edição de abril, a Profit & Loss recebeu cada vez mais feedback em relação às ferramentas de execução algorítmica disponíveis. “Desapontadoras”, “inadequadas” e “arcaicas” foram três adjetivos relativamente comuns usados em resposta à pergunta sobre essas ferramentas. A principal questão é a flexibilidade. “Se eu defino o nível de agressividade e a variância de tempo quando coloco a ordem, qual é a diferença de simplesmente usar o serviço de uma agência?” pergunta o chefe de uma mesa de execução de um grande gestor de investimentos. “Se queremos mudar a nossa taxa de participação, temos de suspender, redefinir nossos parâmetros e depois re-emitir a ordem. Isso leva tempo, durante o qual pode haver slippage.” Uma ou duas plataformas, como a BARX do Barclays Capital e a Morgan Direct do JP Morgan permitem que os clientes aumentam e diminuam o nível de participação, mas embora isso seja bem recebido nas mesas de execução, não vai muito longe. “No momento, temos três níveis, que são agressivo, neutro e passivo”, diz um gerente de mesa de execução nos Estados Unidos. “É necessário mais nuances, mais flexibilidade, se realmente vamos ter um benefício. Se não tivermos essa flexibilidade, continuaremos a criar nossas próprias ferramentas para melhorar nosso serviço de execução. “Em um mundo ideal, gostaríamos de poder executar usando nossa tecnologia proprietária no fluxo interno do banco, mas compreendemos que isso não é necessariamente um negócio que eles gostariam”, acrescenta o gerente. “Se a solução são ferramentas melhores dos bancos que nos permitam acessar fluxos internalizados, assim como liquidez externa ao banco, então esse é um negócio que consideraríamos.” Outro especialista em execuções dos Estados Unidos acredita que, no futuro, as mesas estarão usando tanto ferramentas exclusivas quando ferramentas fornecidas pelos bancos, embora as últimas possam ter se tornado mais influentes. “Quando mais um banco estiver disposto a nos deixar interagir com seu livro de ordens e sua base de clientes, mais negócios ele terá. Ter a melhor tecnologia de execução é obviamente bom, mas o seu valor é diluído se as suas fontes de liquidez forem limitadas.”

A próxima geração Com o problema estabelecido, existe alguma boa notícia para as mesas de execução? Na verdade, sim, pois, como discutido na seção de gerenciamento de ordens do Digital FX Awards, pelos menos três bancos – Nomura, Morgan Stanley e Bank of America Merrill Lynch – estão desenvolvendo ferramentas de execução verdadeiramente interativas. Detalhes de todos os três projetos ainda estão pouco claros, pois ainda precisam ser desenvolvidos e testados, mas o ethos subjacente a todos os três parece similar – colocar mais poder e

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controle nas mãos do cliente. Como observa um desenvolvedor, não são apenas as equipes de vendas dos bancos que precisam agregar valor para o seu empregador – as mesas de execução do lado da compra precisam provar isso toda vez que entram em cena para executar um tíquete grande. A solução parece ser oferecer exatamente as mesmas ferramentas que estão disponíveis quando operam com agências, mas permitindo ao cliente interagir com a ordem durante a sua execução e talvez, até mesmo alterar elementos da lógica central antes de empregá-la. Dessa maneira, o banco vê o fluxo e a mesa de execução tem uma excelente oportunidade de provar seu valor. Mas precisamente, se estamos falando em franqueamento, a equipe de vendas do banco também é parte da equação. Como diria um gerente dos Estados Unidos, “somos um investidor totalmente sistemático, mas se ouvimos alguma informação interessante sobre os mercados de divisas, isso influencia a nossa execução. Isso introduz um elemento de critério no nosso processo.” Normalmente, o gerente rapidamente observa, esse critério pode avançar ou atrasar uma ordem por uma questão de segundos ou minutos, mas o impacto pode ser crucial. “É por isso que ainda falamos com as mesas de venda dos bancos”, explica o gerente. “Existe um enorme valor nas informações do mercado ou mesmo em uma boa análise de preço/volume.” Quase todas as mesas de execução consultadas concordam que a chave para fornecer essa próxima geração de ferramentas de execução algorítmica está no pré-trade. Da mesma forma que esses bancos que oferecem serviço de execução como agências alegam serem capazes de “mapear” a liquidez a qualquer momento do dia, fornecer essas informações ao cliente como parte da sua estratégia de execução é crucial. A primeira iteração dessa tecnologia, na verdade, existia alguns anos atrás com o Algorithmic Workbench desenvolvido pelo Lehman Brothers, mas morreu com o banco. Agora, está prestes a voltar sob a bandeira Nomura, maior e melhor, de acordo com fontes familiarizadas com a situação. Para as mesas de execução, uma execução algorítmica aprimorada, – aliada à capacidade de interagir em plataformas de banco cercadas, como a MorganDirect Match e a CitiFX Match – significa que elas conseguem provar o seu valor e, como parte do negócio, criar um relacionamento mais profundo com certos bancos. Em um mundo ainda fixado em participação no mercado, a chave para os bancos manterem e aumentarem essa participação poderia ser, na verdade, ceder o controle aos clientes e aliar essa concessão à abertura das suas plataformas e funções básicas de trading. De qualquer forma, após uma batalha interminável para acessar melhores ferramentas de execução, parece que a ponta da indústria de execução ainda não está satisfeita. Mas melhores notícias poderiam estar no horizonte para eles, à medida que mais bancos abraçam o conceito de dar ao cliente maior controle, em parte por meio da regulamentação que os força a oferecer DMA em opções e NDFs. Afinal, como argumenta um gerente de execução, se os bancos podem oferecer DMA para esses produtos e se diferenciarem com a flexibilidade da tecnologia de gerenciamento de ordens, por que não podem fazê-lo em todos os produtos – especialmente no spot. www. profit-loss. com I Profit & Loss I Junho de 2011 I 29


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Alta frequência e o mercado de FX

Ainda um pária? Alta frequência e o mercado de FX Um pouco mais de um ano após o ‘Flash Crash’, o debate sobre a função dos traders de alta frequência continua nos mercados de equity. Isso leva Colin Lambert a perguntar, as visões da indústria de FX sobre essa estratégia controversa mudaram? E como o HFT está funcionando hoje?

H

á pouco mais de um ano, o mercado de equities dos Estados Unidos testemunhou o “Flash Crash” das ações americanas quando, de acordo como o relatório conjunto do SEC/CFTC, um programa de execução algorítmica usado por um gerente de ativos, combinado com uma falta de liquidez, causou o colapso das ações. A resposta instintiva foi culpar os traders de alta frequência pelo colapso, especialmente, suspeita-se, porque esse segmento é o bicho-papão da indústria atual. A realidade, lendo o relatório, é que os traders de alta frequência se comportaram da mesma maneira que qualquer outro trader se comportaria – afinal, a menos que você tenha alguma razão operacional, por que qualquer trader (na verdade, qualquer pessoa) compraria algo quando o preço daquele ativo esta caindo vertiginosamente? Apesar da observação, o papel do trading de alta frequência (HFT) no Flash Crash levou a uma introspecção da indústria de FX. Em alguns casos, as pessoas estavam perguntando se a mesma coisa poderia acontecer aqui? Em outros, sentia-se a necessidade real de compreender o impacto e as possíveis armadilhas da participação do HFT no mercado de FX. Desde que o HFT apareceu nos mercados de FX, no início da década passada, sua contribuição para a indústria tem sido alvo de debates aquecidos. Nos primeiros tempos, provavelmente até a metade de década passada, o HFT causou infindos problemas para muitos bancos, especialmente porque era rápido demais para os mecanismos de precificação dos bancos, e arbitragem de latência passou a ser o nome do jogo. Muito rapidamente, os

30 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www. profit-loss. com

bancos passaram de empresas de HFT para plataformas públicas, fora das suas próprias plataformas, e depois começaram a desenvolver a funcionalidade robusta de precificação e gestão de riscos que é necessária para sobreviver no que alguns chamavam (ou ainda chamam) de “lago de tubarões”. A combinação dos bancos aumentando seus investimentos em tecnologia, a estratégia de restringir o HFT a certas plataformas e depois a crise do crédito resultante do colapso primeiro do Bear Stearns e depois do Lehman Brothers criou um hiato de facto no desenvolvimento do relacionamento do mercado FX com o HFT. Em liquidez limitada, com dados de mercado mais esporádicos, já que grande parte do trading era realizada em plataformas privadas, o HFT lutou um ano ou mais, e assim os quants voltaram ao trabalho para desenvolver novas estratégias. E onde isso deixa o HFT no mercado FX agora? Está se tornando uma forma de trading mais aceita porque os bancos aprenderam a lidar com o fluxo, e as estratégias evoluíram sutil, mas significativamente, para além da mera arbitragem? Ou o caso é que o HFT existe em uma pequena parte da indústria – eficazmente oculto como o pária que alguns acreditam que seja, em um cantinho da indústria?

Atitudes Provavelmente, o ponto de partida de tal discussão deva ser a divisão formal em relação ao HFT que existe no mercado FX. Bancos, com uma ou duas exceções, não gostam da estratégia e


Alta frequência e o mercado de FX

consideram-na destrutiva para seu modelo de negócios assim como para seus mecanismos de precificação e risco. Fundos de hedge e as próprias firmas de HFT parecem ter uma atitude mais positiva. Vários gerentes de fundos de hedge consultados enfatizaram que não usam estratégias de HFT, mas que analisam as tendências desse espaço muito de perto. “As estratégias de alta frequência mudaram a nossa maneira de pensar sobre o mercado”, observa um gerente de moedas nos Estados Unidos. “Antes tratava-se de trades seguindo o fluxo, mas o impacto da alta frequência significa que agora procuramos mais trades de break out. Tem havido também mais reversões de curto prazo em termos de movimento de preço e, eu acho, que isso pode ser atribuído à influência da alta frequência.” Finalmente, em relação às instituições da indústria de FX, as plataformas de trading se encontram em uma posição difícil. Por um lado, o volume extra e a precificação na plataforma sempre foram bem-vindos – por outro lado, eles têm de lidar com bancos insatisfeitos no mesmo espaço. Continua a ser difícil encontrar banqueiros e traders de alta frequência que concordem sobre o valor, ou qualquer outro aspecto, da estratégia, mas talvez uma clareza maior ajudasse a deixar a emoção fora do debate. Um executivo sênior em uma plataforma de trading tem um caso interessante a respeito. “Um cliente do nosso banco estava reclamando de um cliente de PB estar usando uma estratégia de alta frequência na plataforma”, explica o executivo. “Nós abordamos o cliente e ficou claro que eles não estavam fazendo nada disso. Eles, na verdade, estavam usando um sistema de gerenciamento de execução, mas, para o trader do banco, parecia exatamente igual a uma estratégia de alta frequência.” Se houver um problema de identidade, como ele pode ser resolvido? Na verdade, não pode, porque nenhum participante do FX, ou de qualquer outro mercado, deve ser obrigado a divulgar a sua estratégia. Alguns banqueiros acreditam que as plataformas devam policiar o assunto mais rigidamente, mas, como observado, isso é difícil para as plataformas de trading porque elas querem tanto o fluxo dos bancos quanto do HFT. A incapacidade da indústria de encontrar um meio termo levou ao plano de uma nova plataforma de trading, em que o HFT não fosse permitido. O projeto Pure FX, como informado na edição de abril da Profit & Loss, foi colocado no gelo, mas não está, de forma alguma, morto. Fontes nos bancos asseguram à P&L que o projeto será reativado, mas com outra aparência e outro nome. “É tudo uma questão de regras”, argumenta um banqueiro familiarizado com o projeto. “O projeto Pure foi mal tocado de muitas maneiras, deu a impressão de um punhado de bancos tentando manter o controle do mercado, quando, na realidade, tratava-se de fornecer uma precificação melhor para os clientes que têm intenção de negociar. O novo projeto vai incorporar qualquer um que deseje negociar dentro das regras.” Exatamente quais serão essas regras ainda não está claro, mas o que está claro, de acordo com outro banqueiro familiarizado com o projeto, é que as regras tornarão a plataforma menos atraente para os traders de alta frequência. A frase-chave, mencionada anteriormente, é “intenção de negociar”. Isso sugeriria que tempo de vida mínimo para cotações – algo introduzido pelo EBS da Icap no ano passado – e valores mínimos de cotações provavelmente estarão na ordem do dia. Como observa o banqueiro, “coloque um mínimo unitário de

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três milhões na plataforma e praticamente nenhuma firma de alta frequência vai querer saber.” É importante dizer que nem todos os bancos têm uma atitude negativa com relação a HFT. Alguns incorporam a estratégia em seus mecanismos de trading e quase todo banco aumentou seus investimentos em termos da capacidade de precificar e gerir riscos eletronicamente usando técnicas de HFT. Dessa maneira, mesmo que não na infraestrutura geral do mercado, o HFT teve um grande impacto. Outro segmento em que o seu impacto parece estar crescendo é aquela área cinzenta entre o varejo e o institucional. Embora o custo de manter uma estratégia de alta frequência esteja além de muitos traders de varejo nos níveis mais baixos e médios do mercado, fontes sugerem que ela está sendo utilizada entre traders de varejo mais sofisticados. “Normalmente, esses traders não estão usando a estratégia em plataformas de varejo, porque seus índices de rejeição são altos devido ao fato dos fornecedores de plataforma estarem fazendo back-to-back dos trades com um banco”, diz um fornecedor de FX de varejo. “Entretanto, eles podem acessar o mercado nos câmbios. No momento, as estratégias de trading automatizado são muito importantes no FX de varejo– quanto tempo para essas estratégias evoluírem para trading de alta frequência?” A estratégia pode estar crescendo no espaço do varejo, mas isso acontece contra um pano de fundo de um número crescente de pontos-de-interrogação em relação ao sucesso do HFT no nível institucional. Um banqueiro sênior de e-FX em uma das

“Existe uma disputa tecnológica acirrada dentro da própria alta frequência. . . ultra-alta frequência é uma expressão que ouço cada vez mais” cinco principais instituições argumenta que várias firmas de HFT estão tendo dificuldade em manter o rendimento e, por isso, muitas estão saindo do mercado FX e voltando aos mercados de equities ou futuros. Isso é refutado por um trader de alta frequência que argumenta que essas firmas estavam meramente investigando o trading nos mercados FX e encontraram o espaço já tomado. “Acho que é difícil para os recém-chegados no espaço de HFT”, o trader diz. “Os bancos estão utilizando a estratégia e as firmas existentes estão aprendendo por experiência e aumentando seus investimentos toda semana. Para uma empresa nova, há muitas lições a aprender, sendo que a principal é que o mercado FX é diferente, tanto na sua dinâmica quanto na sua estrutura. “Assim, como os bancos tiveram de aumentar seu cacife, também as firmas de alta frequência têm de fazê-lo”, continua o trader. “O que funciona uma semana, não funciona na próxima. Há cinco anos, quatro caras em uma garagem podiam ter um negócio de alta frequência bem-sucedido, agora, é preciso dez vezes isso devido ao peso da análise que precisa ser feita. Firmas pequenas ainda existem, mas é mais difícil manter o sucesso do que há alguns anos.” Essa visão é reforçada pelo executivo sênior na plataforma de trading que observa que parece haver uma alta taxa de giro – a taxa em que as contas entram e saem da plataforma – entre as firmas de alta frequência. “Costumávamos falar em uma alta taxa de giro no espaço do varejo, quando os clientes entravam, se queimavam e saiam bem depressa. Estamos vendo algo www. profit-loss. com I Profit & Loss I Junho de 2011 I 31


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similar no espaço de alta frequência. Novas firmas entram, têm sucesso, mas depois ou são descobertas ou não têm os recursos para desenvolver constantemente sua estratégia, então voltam ao que conhecem melhor, equities.” Parte da razão para o que parece ser uma taxa de giro mais alta poderia estar no conceito econômico básico de eficiência de mercado. Como observado em várias ocasiões, existe apenas um determinado número de oportunidades de explorar a ineficiência do mercado em um dado período e, quanto mais firmas vão atrás dessas oportunidades, mais fugidias elas se tornam. Então a alta frequência está, para usar uma expressão, devorando a si mesma? Um experiente trader de alta frequência da América do Norte não acredita nisso, mas não nega que apenas as firmas mais sofisticadas, com mais recursos, estão tendo sucesso. “É realmente uma ironia”, observa o trader. “O HFT sempre foi visto como um mosquitinho irritante zumbindo nos ouvidos dos gigantes do mercado FX – os bancos– mas agora, para ter sucesso, o mosquito precisa ser mais como uma águia. Os novatos, muitas vezes, tentam executar estratégias básicas de arbitragem e, embora a fragmentação do mercado ajude, essas oportunidades só existem de forma transitória. Existe, de fato, uma corrida acirrada dentro da própria alta frequência, em que as firmas maiores são capazes de reagir mais rapidamente e agarrar as oportunidades antes das firmas menores. É chamado de ultra-alta frequência – uma expressão que ouço cada vez mais.”

Agentes de liquidez…de último recurso? Provavelmente a maior área de disputa em relação ao HFT é a alegação de ser um agente de liquidez, semelhante aos bancos. Evidências de vários estudos em HFT nos mercados de equity dos EUA indicam que a estratégia realmente tem um papel importante nos mercados do dia-a-dia, como destacado pela investigação conjunta do CFTC/SEC sobre o Flash Crash. Foi pertinente que o relatório concluísse que firmas de alta frequência eram a maioria dos formadores de mercado nos minutos antes que as coisas dessem errado e o mercado entrasse em colapso. “É errado criticar os traders de alta frequência pelo Flash Crash” diz, previsivelmente, o experiente trader de alta frequência. “Essas firmas se comportaram como qualquer trader faria – e a chave aqui é que elas são chamadas de traders de alta frequência, não criadores de mercados – elas viram os mercados caindo e pararam de comprar. O que há de errado nisso? O problema naquele mercado era que não havia interesse natural, portanto, o papel do HFT é exagerado. É uma história completamente diferente no FX, onde sempre existe o regulador do interesse natural.” O trader reconhece que as firmas de alta frequência não cumprem a função do assim chamado “agente de liquidez de último recurso” (e é importante notar que essa provavelmente não é a visão de muitos traders de alta frequência), mas argumenta que tal alegação seria irrelevante de qualquer forma. “Ser um agente de liquidez de último recurso implica que você tem clientes. Por que alguém deveria presumir que deva haver liquidez em plataformas públicas? Se você deseja liquidez 32 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www. profit-loss. com

garantida, deve ir a uma plataforma pertencente a um banco, onde você paga um spread mais amplo pelo privilégio de um preço garantido. Existe uma grande diferença entre equities e FX – o primeiro é um exercício de fazer dinheiro e nada mais, enquanto, no FX, você tem um ativo que é negociado e usado para reduzir a exposição a riscos. Esta é uma diferença significativa.” Outro defensor da alta frequência reitera o ponto, acrescentando, “acho que a razão real pela qual o HFT ficou mal visto depois do Flash Crash não é tanto porque contribuiu para o colapso – não o fez, estava simplesmente tendo perdas nas compras – mas porque não salvou o dia. É como se as autoridades estivessem dizendo “por que vocês não continuaram a negociar? Vocês poderiam ter impedido o colapso do mercado.” É uma tolice. O HFT não tem mais culpa no colapso do que qualquer outro que perdeu dinheiro aquele dia.” Os críticos do HFT apontam para análises destacando como as firmas de alta frequência, muitas vezes, têm cancelamentos de ordens muito acima de 70%. “Isso não é uma ‘intenção de negociar’, é meramente flashing – embora eles [traders de alta frequência] deem a isso outro nome”, argumenta um banqueiro. Para os trader de alta frequência, formação de preços é meramente outra estratégia – passive rebate arbitrage, é o termo usado em algumas partes. Na verdade, o preço só está no mercado enquanto um trade de saída está disponível – assim, pode-se sentir certa simpatia por aqueles que sentem que não existe intenção de negociar. Uma área de crescente interesse para algumas firmas de alta frequência tem sido, e não há nenhuma ironia nisso, trabalhar com certos bancos para precificar para os clientes deles. Tanto o JP Morgan quanto o Citi lançaram plataformas de casamento no ano passado, nas quais empresas de alta frequência são criadores de mercado para os outros clientes do banco. Ambos os bancos utilizam a liquidez disponível em nome de clientes e seu próprio mecanismo de risco, quando necessário, mas, efetivamente, a estrutura é que uma plataforma patrocinada por um banco obtém uma grande parte da sua liquidez dos traders de alta frequência. Isso tem levado, diz uma fonte, a algumas conversas e observações interessantes entre os bancos e as firmas de alta frequência, especialmente em relação a inabilidade das últimas de ganhar dinheiro de certos clientes. Como outro banqueiro diz, “Eles estão descobrindo como é difícil garantir liquidez a todos, de todos os tipos. Existe sempre alguém lá fora que tem uma informação melhor do que você.” Certamente, a ideia de banqueiros e traders de alta frequência chegarem a um acordo sobre algo é uma especulação, mas isso indica uma convergência de papéis; especificamente que o HFT está assumindo muito mais um papel de criador de mercado. É claro que a exigência de firmas de HFT garantirem liquidez constante em plataformas patrocinadas por bancos não é diferente da exigência de fazerem isso nos mercados de equity – ela não existe. A diferença crucial no mercado FX é que os clientes podem recorrer à precificação do banco se a liquidez desaparecer nas plataforma de casamento. Essa é uma diferença positiva; o impacto negativo é que no mercado FX o tamanho das transações é, frequentemente, muito maior, mas em um espaço dominado pelas firmas de alta frequência, essas transações maiores são subdivididas em incrementos muito menores, aumentando assim o custo total do trading.


Alta frequência e o mercado de FX

Mas, no geral, pode-se dizer que existem sinais de que os bancos estejam começando a aceitar as firmas de HFT – simplesmente estão sendo muito cuidadosos sobre onde interagem com elas.

Um Risco Sistêmico? Provavelmente, a questão mais crucial em relação a alta frequência em FX é se constitui ou não um risco para a infraestrutura do mercado. Um Flash Crash pode, realmente, acontecer no FX? A resposta, logicamente é positiva, mas a natureza do colapso seria bem diferente daquela dos mercados de equity. Movimentos abruptos de preço em FX não são novidade, observou-se movimento de preços em várias ocasiões, nos principais pares de moedas, assim como nos cruzamentos, ao longo dos últimos quarenta anos. A questão se alguma dessas ocasiões constituiu ou não em um colapso é aberta a discussão, e é apenas significativo que a única ocasião real de movimento de preços foi um outlier óbvio – o pico de ZAR/JPY em novembro de 2009 – foi disparado por um mecanismo de preços de um banco produzindo uma taxa incorreta, e não por firmas de HFT lançando o mercado para e estratosfera. Como o trader de alta frequência observa, “não houve um único evento nos mercados FX envolvendo HFT. Todos os movimentos de preço loucos foram causados por eventos – e todo mundo correndo para o mesmo negócio – ou aconteceu antes mesmo de inventarem o HFT.” Isso sugere que o HFT não representa uma ameaça sistêmica ao mercado FX e, por associação, à economia global. Há quem duvide, entretanto, e tema a disseminação da estratégia. “Quanto mais o HFT se envolve em mercados emergentes, maior o perigo de uma corrida nesses mercados”, argumenta um gerente sênior de e-FX na Europa. “Trata-se um pouco de uma situação do ovo e da galinha no momento, não há dados suficientes em vários mercados emergentes para o HFT operar eficazmente, mas os bancos estão aumentando suas atividades de mercado emergente, o que, com o tempo, fornecerá dados melhores e o tornará mais eficaz. Quando isso acontecer, provavelmente haverá um período prolongado durante o qual teremos o risco de buracos negros de liquidez e grande movimento de preços. Outros acreditam que o risco expresso pelo gerente de e-FX não existe. “Os bancos estabeleceram um modus operandi para lidar com o HFT se as coisas ficarem difíceis”, argumenta o trader de alta frequência. “Eles os encerram, retirando a liquidez dos espaços públicos. Eu pensaria que seria mais fácil fazer isso nos mercados emergentes do que nos mercados desenvolvidos.” Em termos dos mercados desenvolvidos, o saldo das discussões parece ser que o HFT não representa uma ameaça para a indústria. A principal razão para esta conclusão é que a própria fragmentação do mercado que ajuda o HFT a vicejar como estratégia também garante profundidade de produto. Especificamente, existem espaços de trading que operam com base em relacionamentos, tanto com um único como com vários bancos e, nesses espaços, os usuários finais do mercado FX, corporações e gerentes de ativos, em especial, têm um preço garantido. Verdade, o spread pode, ocasionalmente, explodir quando ocorrem eventos, mas o fato permanece de que existe

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um preço natural. Da mesma maneira, esses usuários finais do mercado são apenas isso – usuários. Não têm interesse em para onde o mercado está indo, simplesmente precisam executar seu interesse para reduzir ou erradicar o risco, ou para financiar outra parte dos negócios. Isso garante um freio de facto no mercado, de forma semelhante a como várias autoridades impuseram freios artificiais em movimento de preço em negócios de equity. Compreensivelmente, esses freios naturais ocorrem mais nos principais mercados desenvolvidos mas, mesmo em mercados emergentes, existem níveis naturais que provavelmente atraem interesse. Existe risco de colapso nos mercados emergentes mas, parece pouco provável que ocorram pelo fato de firmas de alta frequência criarem uma ilusão de liquidez, apenas para desligarem o fio da tomada quando as coisas ficarem difíceis. Nessas circunstâncias, o mercado verá um preço – ele será amplo– mas também será negociável. Enfim, como a história tende a mostrar, as crises nos mercados emergentes se originaram de má sorte (ou má administração) econômica nas economias domésticas relativas, tendo pouco a ver com o comportamento dos traders. Apesar das tentativas do governo de culpar os traders por esses eventos, o fato permanece de que estavam meramente expressando a visão do mercado. O mesmo pode, e deve, ser dito dos traders de alta frequência. A alta frequência, pode-se argumentar, causou uma mudança fundamental no modo de operar do mercado FX. Seu legado já

“Existe uma grande diferença entre equities e FX – o primeiro é um exercício de fazer dinheiro e nada mais, enquanto no FX você tem um ativo que é negociado e usado para reduzir a exposição a riscos. Esta é uma diferença significativa.” está estabelecido, acelerou a curva de sofisticação tecnológica forçando os agentes de liquidez – os bancos – a melhorar seu desempenho. Há aqueles que acreditam que outro legado do HFT foi perturbar o status quo em relação a como o preço de mercado é definido, mas poucos acreditam que tenha minado a função de precificação como desempenhada pelos bancos. Simplesmente os bancos ficaram melhores na precificação. Em termos de estabilidade de preços, muito mais evidências acadêmicas sugerem que o HFT, na verdade, melhorou a estabilidade dos preços, mas que esse argumento tem o pressuposto muito tênue de que as firmas de alta frequência sempre tornarão a liquidez disponível ao mercado. A natureza da estratégia pode ser a de atenuar a volatilidade do mercado, mas a realidade de como as firmas de alta frequência interagem no mercado significa que sempre há um risco de discrepâncias de preço de curto prazo. Em última instância, entretanto, o HFT habilmente demonstra uma visão que existe há muito tempo da indústria de FX. A capacidade do mercado FX de co-habitar e, até mesmo, adotar o trading de alta frequência o coloca em contraste acentuado com outras classes de ativos. Um ano depois do Flash Crash, o mundo das equities ainda está debatendo como lidar com o HFT. No FX, por outro lado, não existe tal debate porque a estratégia não representa uma séria ameaça. O FX, como ficou provado pela influência do HFT, é diferente. www. profit-loss. com I Profit & Loss I Junho de 2011 I 33


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Agregação oferecida por Thomson Reuters

Thomson Reuters lança Dealing Aggregator Dealing Aggregator é um serviço de agregação de liquidez de FX que também oferece trading simultâneo de pares cruzados sintéticos e liquidez de futuros em bancos, ECNs e bolsas, escreve Kirsten Hyde.

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homson Reuters lançou formalmente um serviço de agregação de liquidez de FX que suporta o gerenciamento de estratégias de trading algorítmico em vários espaços simultaneamente. Disponibilizado exclusivamente para clientes que negociam na plataforma Thomson Reuters Delinga, o Dealing Aggregator se destina a criadores de mercado que usam tecnologia de trading automatizado, firmas de compra buscando impacto mínimo no mercado e traders proprietários de alta frequência buscando acessar a liquidez de bancos, corretoras, bolsas e ECNs, incluindo o serviço Thomson Reuters Spot Matching. O Dealing está disponível de forma exclusiva ou hospedada e fornece um conjunto comum de algoritmos como padrão. Oferece também aos clientes a capacidade de implementar a sua própria lógica para uma execução mais personalizada. O novo serviço se baseia na plataforma AthenaFX que a Thomson Reuters adquiriu quando comprou o fornecedor de software de trading algorítmico Aegisoft em fevereiro do ano passado (Profit & Loss, 15 de fevereiro de 2010). O Dealing Aggregator está disponível aos clientes da Thomson Reuters há vários meses, mas foi atualizado e agora está sendo distribuído globalmente. “A nova versão oferece aprimoramentos para a agregação de futuros e liquidez de spot”, Paul Allmark, chefe global de trading eletrônico da Thomson Reuters diz à Profit & Loss. “Além disso, uma capacidade de cruzamento sintético oferece suporte a agregação de pares de moedas cruzados e algoritmos de execução, sendo que os usuários podem gerenciar o leg risk, configurando limites de desequilíbrio, e desfazendo ou cruzando qualquer desequilíbrio com um único clique do mouse. Também implementamos suporte para ordens contingentes e datadas incluindo ordens Good for Seconds e NDFs” ele diz. Com os mercados FX se tornando mais rápidos, mais automatizados e cada vez mais fragmentados, firmas de compra e de alta frequência estão dando cada vez mais importância à tecnologia que oferece um único ponto de contato para liquidez de mercado. De forma semelhante, a pressão para desenvolver estratégias que

Thomson Reuters oferece ferramentas de desenvolvimento de algorítmicos via Elektron Thomson Reuters formou um relacionamento estratégico com o fornecedor de tecnologia Streambase para fornecer tecnologia de processamento de eventos complexos (CEP) que pode ser usada para acionar estratégias de trading de alta frequência via Elektron, sua rede global de alto desempenho. A tecnologia complementará o serviço Dealing Aggregator, disponível exclusivamente a clientes da Thomson Reuters Dealing, fornecendo capacidade de CEP em conjunto com o serviço de trading algorítmico. Lançada o ano passado, a Elektron é uma rede de fibra óptica que se liga a centros de hospedagem estrategicamente localizados nas proximidades e no mesmo local para ajudar as firmas a acessar e compartilhar informações e fazer transações mais rapidamente. A parceria permitirá à Thomson Reuters combinar dados históricos com dados em tempo real, conectividade de rede de alta capacidade e serviços de hospedagem gerenciados com a plataforma de CEP da Streambase para rápido desenvolvimento de aplicativos e implantação de estratégia. “O mercado de hoje é cada vez mais complexo e as firmas de trading exigem uma infraestrutura que lhes permita desenvolver, testar e executar

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capturem com sucesso as oportunidades de execução continuam a crescer. Outros fornecedores que operam no espaço de agregação de liquidez de FX incluem a Progress Apama, DealHub, Integral Development Corp, StreamBase e TraderTools, entre outros. “O Dealing Aggregator da Thomson Reuters normaliza a lógica de negócios dos bancos e dos espaços ao longo de todo o fluxo de trading, não apenas as mensagens básicas. Paul Allmark Isso significa que somos o único fornecedor que oferece simultaneamente trading de pares cruzados sintéticos e liquidez de futuros em todos os espaços de FX – de bancos a ECNs e bolsas. Todos os maiores pools de liquidez têm suporte” diz Allmark. “É uma tarefa bastante complexa gerenciar fontes diferentes de liquidez com diferentes modelos de trading. Por exemplo, os bancos normalmente emitem faixas de volume de preço para diferentes volumes, com restrições de velocidade, enquanto outros espaços e bolsas oferecem atualizações de ordens. Normalizar esses mercados díspares em mais de trinta conexões com regras específicas, e manter latências de microssegundos é uma tarefa de engenharia complexa que o Dealing Aggregator foi desenvolvido para fazer”, ele acrescenta. Funcionários da empresa dizem que o mercado crescente de agregação e trading algorítmico levou a uma adoção significativa do serviço por toda a base de clientes global, regional e de compra da Thomson Reuters. Allmark diz que existe uma demanda especial do serviço pelos bancos especializados em moeda regional que desejam uma combinação de acesso a liquidez bancária e a espaços de liquidez primária. “Bancos que usam a plataforma Reuters Electronic Trading também têm usado muito a plataforma para distribuir precificação spot agregada a seus clientes e para gerenciar o fluxo de transações resultante de forma mais eficiente usando o Dealing Aggregator”, ele observa. O Dealing Aggregator tem interface com a plataforma Reuters Electronic Trading para distribuição de ponta a ponta e inclui uma funcionalidade de posição em tempo real e lucros e perdas, juntamente com uma estrutura de API aberta para facilidade de interação com outros sistemas. novas estratégias de trading de acordo com as novas exigências dos negócios, de forma mais rápida e mais eficiente. Pela primeira vez, os clientes podem aproveitar os benefícios de uma plataforma de CEP robusta via Elektron para acionar suas estratégias de trading de alta frequência”, diz Thomson Reuters. A oferta integrada oferece uma variedade de configurações de alto desempenho para dar suporte a aplicações de latência ultra-baixa e pode ser implantada como uma instalação local do cliente ou no ambiente hospedado seguro, distribuído globalmente, da Elektron. Fornece também acesso préintegrado a dados em tempo real tanto da Thomson Reuters quanto de parceiros. A tecnologia de CEP da Streambase está sendo oferecida como um componente dentro da Enterprise Platform for Velocity Analytics da Thomson Reuters, criando uma plataforma de quant de ponta a ponta, para teste de retaguarda, desenvolvimento e implantação de algoritmos. “A paisagem do mercado financeiro continua a evoluir rapidamente, o que significa que agilidade e tempo até o mercado se tornaram essenciais para os participantes do mercado”, diz Mike Powell, chefe global de soluções empresariais de tempo real da Thomson Reuters. “A combinação do mecanismo de CEP da Streambase com a Elektron garante uma plataforma para oferecermos soluções flexíveis e sofisticadas aos nossos clientes, de forma mais fácil e mais eficiente. ”


Ogg Trading lançada

Mercados digitais

Ogg Trading lançada com a missão de “revolucionar o mercado FX” O há muito esperado próximo negócio do empreendedor “em série” David Ogg é revelado em uma entrevista exclusiva a Julie Ros.

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avid Ogg, fundador e ex-CEO da Hotspot FX e da LavaFX, lançou a Ogg Trading (OT), um fornecedor de soluções de execução avançadas para traders institucionais de compra e de venda. Embora poucos detalhes estejam sendo divulgados neste estágio, o novo empreendimento promete trazer uma série de inovações tecnológicas para o mercado FX a partir de T3. Ogg diz que os serviços da OT se darão na arena de melhor execução e gestão de liquidez. Embora guardando os detalhes, ele diz que a OT ajudará David Ogg clientes institucionais a alcançar “padrões de execução superiores de maneiras que lhes darão uma vantagem competitiva ao executarem transações grandes ou pequenas” e oferecerá uma maneira de encontrar e buscar liquidez no mercado como um todo, casando comparadores e vendedores de uma maneira “mais eficiente com maior probabilidade de sucesso do que a disponível hoje”. “Nossa meta na Ogg Trading é ajudar os nossos clientes a melhorar significativamente sua lucratividade, oferecendo a eles uma grande vantagem competitiva”, explica Ogg. “Os padrões de melhor execução no FX não estão onde precisam estar e vêm consistentemente ficando atrás de outros mercados. Quando os traders calculam o efeito cumulativo de não conseguir a melhor execução, compreendem que isso tem um impacto importante nos resultados. É nossa missão, na Ogg Trading, levar ao mercado novas ferramentas e tecnologias que melhorem a lucratividade e permitam aos participantes adquirir capacidades de execução que não estão disponíveis a eles no mercado hoje, e eles estão entusiasmados com isso.” A OT, sediada em Nova York, também estabeleceu uma parceria estratégica com a Pragma Securities, que oferece ferramentas avançadas de trading quantitativo e algorítmico. A OT vai aproveitar a tecnologia e a experiência da Pragma para fornecer rapidamente capacidades de trading ao mercado, diz Ogg. “A Pragma foi uma escolha fácil para nós. Eles têm uma excelente reputação em equities, um software muito potente e ideias inovadoras em execução algorítmica”, diz Ogg, “Assim, juntos, poderemos fornecer capacidades de execução muito além do que existe hoje no mercado.” “Esta é uma parceria excelente para a Pragma”, acrescenta David Mechner, CEO da Pragma Securities. “A Ogg Trading alavancará nossa forte plataforma tecnológica e experiência com agregação de liquidez e trading algorítmico para levar a seus cientes do mercado FX capacidades de execução inigualáveis. Tendo em conta o histórico de inovação tecnológica, o amplo alcance e a profunda experiência de domínio em FX da equipe da Ogg estamos confiantes de que teremos um impacto positivo significativo em avançar para a execução mais moderna em FX.” Ogg traz mais de 25 anos de experiência no mercado FX e de capitais para o seu mais novo empreendimento. Foi o pioneiro do trading algorítmico de FX através da comunidade de corretagem

de prime enquanto estava na Hotspot FX, foi o primeiro a empregar uma ECN de FX na comunidade institucional de compra e o primeiro a aplicar algoritmos de execução sofisticados no mercado de ECNs de FX. Ogg anteriormente gerenciou salas de trading de FX no Credit Suisse, HSBC, Lehman Brothers e Dresdner. Ogg diz que a OT fornecerá serviços a todos as áreas do mercado – exceto o varejo – incluindo todos os bancos, fundos de hedge, CTAs, gestores de ativos e fundos de riqueza soberana globais e regionais. “Historicamente, se você olhar as equities, esse mercado tem sido um ambiente altamente regulado, o que obrigou certas plataformas a serem desenvolvidas de uma determinada maneira”, observa Ogg. “A regulamentação cria a necessidade de plataformas avançadas, à medida que cada um compete criando soluções exclusivas. Como o FX não é regulamentado, não houve esse rápido avanço tecnológico. O FX está ficando atrás das equities há anos mas, se você considerar que as pessoas têm acesso direto ao mercado de equities há décadas, até o Hotspot FX, a parte de compra institucional não tinha acesso direto ao mercado FX– tinham de pegar o telefone e negociar com um banco. A questão da melhor execução ainda é a mais importante hoje, então esta é realmente a grande lacuna que estamos tentando preencher. Estamos também projetando coisas que não são específicas de FX, mas que fornecem maneiras inteligentes de trading, qualquer que seja o mercado em que você esteja, portanto são aplicáveis em outros mercados. “Então o problema dentro do FX hoje, em termos de melhor execução, é porque as ferramentas que realmente deveriam existir não estão disponíveis. Os padrões do mercado não são tão altos quando nas equities e, mais importante, não existem ferramentas, assim as pessoas fazem o melhor possível com o que têm”, ele acrescenta. Em relação às preocupações com melhor execução que os fundos de pensão estão levantando com seus bancos, Ogg diz que a OT oferecerá uma solução natural. “Oferecer um preço melhor ao usuário final, qualquer que seja o seu segmento de mercado, é um grande passo para fornecer a melhor execução” ele diz. Entrando no novo empreendimento como principal executivo de operações e chefe de vendas, está Michael Kahn, um veterano com 25 anos na indústria dos mercados FX e de capitais. Antes de se juntar à OT, Kahn passou mais de treze anos no Global Markets do State Street, onde administrou, com sucesso, o rápido crescimento dos negócios de trading FX da firma, nos Estados Unidos e na Europa. Antes do State Street, Kahn ocupou cargos seniores em trading e gestão no Lehman Brothers e Credit Suisse, onde conheceu e trabalhou junto com Ogg. Durante toda a sua carreira, tem sido um membro de destaque da comunidade de FX internacional, servindo ativamente em comitês de mercado FX do NY Federal Reserve Bank, do Bank of England e do Banco Central Europeu. www. profit-loss. com I Profit & Loss I Junho de 2011 I 35


Mercados digitais

Compensação finalmente em FX de balcão

CME lança o primeiro serviço de compensação para FX OTC A CME é a primeira a trabalhar com compensação para produtos FX de balcão, relata Julie Ros.

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CME Group lançou serviços de compensação para NDFs (Contrato a termo de moeda sem entrega física) de peso chileno (CLP), o primeiro passo do seu esforço mais amplo de compensação de uma ampla gama de produtos de FX mais para o final do ano. O serviço de compensação pós-execução através do ClearPort da CME usará as curvas de avaliação diária fornecidas pela Icap. ClearPort da CME é um conjunto de serviços de compensação de balcão, disponível a todos os participantes do mercado OTC para reduzir seu risco de crédito da contraparte e fornecer avaliações neutras. “Para que um produto tenha sucesso em compensação, a disponibilidade de uma marca muito forte para dados de mercado é fundamental”, diz Craig LeVeille, diretor de produtos de FX da CME. “Sabemos que para termos sucesso como organização de compensação, precisamos que os participantes do mercado se sintam à vontade com o modo como avaliamos as posições diariamente. A Icap fornece uma excelente oportunidade, na medida em que é um importante participante do mercado de NDF de peso chileno e, como tal, tem visibilidade constante das avaliações de curva do CLP ao longo do dia.” Roger Rutherford, chefe global de FX da CME, diz que a iniciativa de compensação de NDF de CLP surgiu da demanda dos clientes. “O CLP foi trazido a nós como um produto que poderia se beneficiar da compensação, então, trabalhamos com as comunidades na América do Norte e do Sul para determinar a verdadeira demanda e como poderíamos ajudar. Existe uma grande vantagem aqui para criadores de mercado e para tomadores de mercado porque melhorar as linhas de crédito permite que as pessoas negociem mais, o que significa maior liquidez para o produto”, diz ele. LeVeille acrescenta que o Chile tem uma economia forte, gerando grandes exposições de investimentos a ativos

36 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www. profit-loss. com

Craig LeVeille

Roger Rutherford

estrangeiros. “As instituições locais podem usar nosso serviço de compensação para atenuar as crescentes restrições de crédito ao fazer hedge de riscos cambiais, e isso deve levar a um aumento de liquidez e uma expansão das atividades internacionais”, ele diz. A CME estima que o volume diário médio em NDFs de peso chileno esteja entre US$5-10 bilhões. Em termos dos próximos passos, Rutherford observa que a meta do câmbio ainda é de concentrar em opções de FX no longo prazo. “Agora que temos alguma clareza do Tesouro, sabemos quais serão as isenções, o que é bom para a indústria. Nossa meta ainda é nos concentramos nas opções de FX, porque isso é muito claramente parte do mandato regulador”, ele diz. “Mas, se você vai realmente gerir um trade de opções de FX, precisa ter spot, forwards e swaps para poder gerir o delta hedge. Assim, embora o FX tenha tido algumas isenções, não saiu de todo da nossa oferta geral de produtos. Esta é uma iniciativa longa e estamos engajados no mercado para garantir que levaremos a solução certa de compensação para o mercado de opções de FX.”


Notícias Rápidas

Futures for Kids levanta mais de £36 mil para Walk to Work

BarCap e HFR trabalham juntas em oferta de contas administradas

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arclays Capital e HFR Asset Management divulgaram um relacionamento de contas administradas. O esforço combinado reuniu a plataforma e as ferramentas de clientes de contas administradas do HFR Group com a experiência do banco em distribuição, estruturação e produtos vinculados a fundos. No acordo, o Barclays poderá oferecer aos seus clientes soluções de gestão de risco e financiamento vinculadas a contas administradas na plataforma da HFR por meio de uma variedade de mecanismos exclusivos de fornecimento, incluindo fundos Ucits, certificados, notas, swaps e unit trusts. Com mais de 1.000 estratégias de fundo de hedge disponíveis, a plataforma da HFR oferece acesso aos principais gerentes de fundo de hedge enquanto reduz alguns riscos associados ao investimento direto. “Quando os investidores prestam cada vez mais atenção à importância da transparência e da liquidez, esse relacionamento com a HFR nos permite oferecer soluções personalizadas a investidores institucionais com todos os benefícios de uma das maiores plataformas”, diz Art Mbanefo, chefe de mercados estruturados de equities e fundos. “Combinando nossa experiência em estruturação e relacionamentos com o cliente com a robusta infraestrutura e os

“Quando os investidores prestam cada vez mais atenção à importância da transparência e da liquidez, esse relacionamento com a HFR nos permite oferecer soluções personalizadas a investidores institucionais com todos os benefícios de uma das maiores plataformas”

Alternative Investment Management Association (AIMA) lançou uma iniciativa para entrar na indústria brasileira de fundos de hedge e anunciou a contratação de uma representante local, Michelle Noyes, da BRZ Investimentos. Andrew Baker, CEO da AIMA, diz que “a maturidade e sofisticação da indústria brasileira de fundos de hedge é observada internacionalmente e o que fica claro é que não se trata apenas de um interesse da indústria global – seja de gerentes, investidores ou fornecedores de serviço– pelo Brasil, mas também que existe um desejo da indústria brasileira de se engajar e pensar globalmente. Acreditamos que podemos oferecer à comunidade internacional de fundos de hedge acesso à indústria brasileira”, ele continua. “Vemos como sendo nossa função abrir um canal internacional de

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Membros da indústria de futuros e opções, e dois membros da Profit & Loss participaram de uma extenuante marcha “Walk to Work” na sexta-feira para levantar fundos para a Futures for Kids.

benchmarks da indústria da HFR, podemos oferecer uma ampla variedade de soluções de contas administradas.” A plataforma da HFR oferece aos clientes a capacidade de agregar ativos, acessar precificação diária independente e revisar a devida diligência dos gerentes. A plataforma também fornece relatórios em todo o portfólio e gestão de riscos, bem como capacidade de monitorar regularmente os investimentos. Com o banco de dados da Hedge Fund Research, a empresa acompanha mais de 6600 fundos e fornece mais de 100 índices de fundo de hedge que são usados como benchmarks em toda a indústria. “A HFR cresceu consideravelmente devido à demanda por transparência e liquidez oferecidas pelas contas administradas. O lançamento dessa nova iniciativa é uma expansão natural do nosso longo relacionamento com a Barclays Capital”, diz Joe Nicholas, fundador da HFR.

Link do Brasil para a AIMA

Gestão De Dinheiro

comunicação para que a indústria brasileira possa entabular diálogos sobre as principais questões da indústria com seus colegas internacionalmente, se beneficiar das melhores práticas globais e receber amplas atualizações sobre regulamentações nas principais jurisdições de todo o mundo.” A AIMA diz que trabalhará de perto com a associação da indústria brasileira, ANBIMA, e que vê seu papel como complementar às estruturas já implantadas pela indústria brasileira. “Os gerentes brasileiros estão se tornando cada vez mais ambiciosos e estão olhando para além das fronteiras do Brasil”, diz Noyes, “e existe um compreensível interesse internacional pelo Brasil. Queremos facilitar o diálogo entre a indústria brasileira e a comunidade internacional de fundos de hedge.”

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caminhada começou em Tunbridge Wells, a mais de 35 milhas das P&L Towers na cidade de Londres, com “pontos de entrada” em Sevenoaks (23 milhas) e Chislehurst (13 milhas). A Futures for Kids angaria fundos para organizações filantrópicas que ajudam a melhorar a vida de crianças no Reino Unido e em outros países. Até agora, já ajudou a Demelza House, Everychild, HopeHIV, Fairbridge, WhizzKids e Living and Loving. Um total de 29 apoiadores participaram da caminhada. Michelle Hemstedt da P&L deseja agradecer a todos os clientes que generosamente fizeram doações para o seu fundo, incluindo a Logicscope e a Gain GTX por suas doações corporativas. A Futures for Kids angariou £36 mil com a caminhada até agora e ainda há tempo para contribuir. Se desejar fazer uma doação para essa nobre causa, acesse: www. just-giving. com/Michelle-Hemstedt and www. justgiving. com/Kirsten-Hyde

Harmonic Capital Indica dois sócios fundo de hedge de dividas Harmonic Capital Partners indicou dois sócios. O fundo, que administra cerca de US$700 milhões de ativos, indicou Romael Karam como sócio e Samir Sheldenkar como sócio-investidor. Karam trabalha na Harmonic desde 2003 como trader, tendo vindo para a firma da Man-Fidex, onde era trader de execução de múltiplos ativos. Foi promovido a chefe de dealing da Harmonic em 2009 e a firma diz que, como sócio, continuará a liderar a equipe de dealing nas decisões importantes. Sheldenkar entrou na firma em 2006 como analista de pesquisas. Anteriormente, trabalhava para a Application Networks como engenheiro de software de risco e avaliação.

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www. profit-loss. com I Profit & Loss I Junho de 2011 I 37


Movimentos E Mudanças

Pessoas de Mudança

Entradas e saídas no Credit Suisse

Braga se aposenta do Citi; Gil é promovido

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teve Yanez, chefe global de FX e trading de taxa de juro de curto prazo no Credit Suisse, está se aposentando depois de dezoito anos no banco. Yanez será o sucessor de Todd Sandoz, cochefe de equities nas Américas da firma, imediatamente em vigor. Yanez permanecerá no Credit Suisse até o fim de junho para ajudar na transição de suas responsabilidades diárias, disse o porta-voz do banco. “Todd traz para a função um histórico comprovado de desenvolvimento de franquias lucrativas, orientadas ao cliente, profunda experiência em gestão de riscos, extensa experiência em trading eletrônico e significativa experiência internacional, especialmente em mercados emergentes”, diz Gael de Boissard, co-chefe de securities globais do Credit Suisse. “Todd também poderá contar com uma equipe de talentos já existentes dentro da equipe de FX”, ele acrescenta. Antes de entrar no Credit Suisse em 1993, Yanez trabalhava no Swiss Bank em Nova York e tinha responsabilidade local pelo trading futuro de FX e gerenciamento de riscos de ativos. Começou a carreira no Chase Manhattan Bank, gerenciando o negócio de swap de divisas estrangeiras de médio prazo. Com a nova indicação, Sandoz se torna membro do comitê de gestão de renda fixa do Credit Suisse além de co-presidente do principal comitê de risco do banco de investimentos.

Antes do novo cargo, Sandoz foi membro do comitê global de gestão de equities de 2003 a maio de 2011 e representou o departamento de equity do conselho de mercados emergentes. Anteriormente, ocupou cargos de chefe global de trading de equity à vista e chefe de trading de equity e derivativos de equity para a Ásia-Pacífico. Sandoz entrou no Credit Suisse First Boston em agosto de 1996, trabalhando como trader de obrigações conversíveis e derivativos de equity, baseado em Hong Kong. Antes de entrar no Credit Suisse, trabalhava como trader de arbitragem de obrigações conversíveis no Citadel Investment Group em Chicago. Em outra parte dos negócios de FX do banco, James Lawes deve se juntar à mesa de FX de spot do Credit Suisse, o banco confirmou. Lawes integrará a equipe baseada em Londres em agosto e se reportará a Martin O’Donoghue, chefe europeu de trading de spot. Lawes anteriormente trabalhava na mesa de spot do Bank of America Merrill Lynch e, antes, no Toronto Dominion Securities e no Credit Suisse no início da carreira. O Credit Suisse também viu a partida de Zeke Vince, que trabalhava em vendas de ecommerce de FX, e de Tom Gould, que trabalhava em vendas de fundo de hedge. Ambos estavam baseados em Nova York. Não estava claro, no momento de ir para o prelo, para onde Vince e Gould estão se transferindo.

State Street faz adição ao negócio de eExchange

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State Street fez uma contratação importante para o negócio de eExchange, com a nomeação de Charles Cooper como diretor gerente sênior do programa de derivativos. Baseado em Nova York e reportando-se a Cliff Lewis, vicepresidente executivo e chefe do negócios de eExchange do State Street, uma divisão do State Street Global Markets. O banco diz que Cooper liderará os esforços de eExchange para responder às mudanças do mercado resultantes da lei de reforma financeira Dodd-Frank. Trabalhará com os clientes para garantir o sucesso continuado dos produtos existentes e desenvolver novas ofertas de trading e settlement para conformidade com o cenário de regulamentação em evolução. “A ampla experiência [de Cooper] tanto no setor público quanto no privado o tornaram um recurso único para ajudar o State Street e

nossos clientes a navegarem pelo mercado e pelas mudanças de regulamentação por vir”, diz Lewis. Cooper trabalhou mais recentemente no Deutsche Bank em Londres, onde era chefe global de operações legais na divisão de gestão de risco. Antes disso, passou mais de dois anos como principal executivo operacional e chefe de staff para o US Commodity Futures Trading Commission (CFTC), o regulador responsável por supervisionar as indústrias de futuros e de opções nos EUA. Nessa capacidade, serviu como representante sênior de staff da Comissão no Grupo de Trabalho sobre Mercados Financeiros do Presidente. De janeiro de 2004 até agosto de 2005, Cooper serviu como assistente especial e porta-voz chefe para o Vice-Secretário da Defesa Paul Wolfowitz no Pentágono.

38 I Junho de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com

Citi anunciou a aposentadoria de Ricardo Braga, chefe de mercados regionais para a América Latina e a indicação de Jaime Robles Gil como seu sucessor. De acordo com um memorando interno de Manuel Medina-Mora, chefe de serviços bancários para o consumidor para as Américas, e Paco Ybarra, chefe do grupo de clientes institucionais de mercados globais do Citi, Braga está se aposentando para desenvolver projetos pessoais. Braga se tornou chefe de mercados no Citi no Brasil em 1997. Cinco anos depois, foi remanejado para Nova York para assumir a chefia de mercados regionais para a América Latina. “Nessa capacidade, Ricardo liderou a empresa por um período muito volátil nos mercados e de muitas mudanças na nossa própria instituição, produzindo um excelente desempenho e posicionando-nos como um dos mais importantes bancos da região”, dizem Medina-Mora e Ybarra. Substituindo Braga, que se retira oficialmente no fim de julho, está Robles Gil, que ingressou no Citibank México em 1992 na área de derivativos, onde se tornou um trader de G7 e eurodólar. Mudou-se para Nova York em 1994 para ingressar no grupo de vendas e trading de mercados emergentes e, em 1998, tornou-se chefe de trading de mercados emergentes para o hub de Nova York. Em 2004, Robles Gil voltou para o México para assumir a responsabilidade pelas atividades de tesouraria de trading e risco, e, em 2006, foi promovido a Tesoureiro do Banamex. Mais recentemente, expandiu as suas responsabilidades para chefe de mercados, incluindo a Accival, a firma mexicana de corretagem de equities do Citi. Seu substituto será anunciado em breve, diz o banco.

Veterano deixa a Thomson Reuters

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Thomson Reuters perdeu um antigo membro da sua equipe de FX. John Moorhouse, veterano na firma há dezessete anos, deixou o cargo de chefe de proposições de FX, informam fontes do mercado à Profit & Loss. Entende-se que Moorhouse se unirá à FXall, embora isso não pudesse se confirmado antes da ida para o prelo. Antes de ingressar na Reuters em vendas e marketing, serviços de corretagem de Tesouro em 1993, Moorhouse foi dealer-chefe de FX no Dresdner Bank, dealer-sênior de FX no Volkskas Bank London, dealer-sênior de FX no Finansbank Johannesburg e dealer de FX no Nedbank.


Pessoas de Mudança

BNY Mellon indica sucessor de Mahoney

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NY Mellon indicou Arthur Certosimo como seu próximo executivo chefe de operações do Global Markets. Sucederá Richard Mahoney que vai se aposentar no fim de junho (Profit & Loss, maio). Certosimo é atualmente CEO do Alternative, Broker-Dealer and Treasury Services. Na sua nova função, gerenciará os negócios de FX, mercados de capital e trading de derivativos da empresa globalmente, reportando-se a Gerald Hassell, presidente do BNY Mellon. Brian Ruane, que atualmente é chefe do Alternative Investment Services, se tornará CEO do Alternative and Broker-Dealer Services, reportando-se a Karen Peetz, vice-presidente do Conselho e CEO do Financial Markets &

Treasury Services. David Cruikshank, CEO do Treasury Services, que atualmente se reporta a Certosimo, passa agora a se reportar a Peetz. Certosimo serve como membro do conselho de diretores do The Depository Trust & Clearing Corp. , Promontory Interfinancial Network, CMET Finance Holdings e International Derivatives Clearing Group. Antes de entrar no BNY Mellon em 1998, ocupou posições seniores no Morgan Stanley e Chase Manhattan. Ruane, que entrou no BNY Mellon em 1993, serviu em funções chaves dentro da divisão Global Client Management da empresa antes de ser nomeado CEO de Alternative Investment Services em 2009.

Movimentos E Mudanças McCoy ingressa no JP Morgan?

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hris McCoy deixou o State Street para ir para o JP Morgan em uma função de venda institucional, segundo fontes do mercado. McCoy será membro da equipe de vendas de fundo de hedge e vendas institucionais de FX mais amplas para a Europa e estará baseado em Londres, dizem as fontes. O State Street e o JP Morgan não atenderam as ligações antes da ida para o prelo.

Peacock se aposenta do SocGen?

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CIBC promove Culham, Belsher

ike Peacock decidiu se aposentar prematuramente do cargo de diretorgerente e chefe de vendas de FX para o Reino Unido no Societe Generale, dizem as fontes. Peacock ingressou no SocGen em agosto de 2009, vindo do Barclays Capital, onde passou 23 anos de sua carreira. Seu último cargo no Barclays foi de gerente-diretor de vendas de FX.

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CIBC contrata em FX

IBC indicou Harry Culham, chefe global do Capital Markets Trading, e Geoff Belsher, chefe global do Investment Banking, como co-chefes do grupo, Wholesale Banking. Culham assumirá responsabilidade global por todos os negócios de Wholesale Banking Capital Markets, incluindo renda fixa, moedas e distribuição, equities à vista, derivativos globais e riscos estratégicos, e a gerência das atividades de principal executivo de investimentos. Belsher manterá a gerência do negócio de serviços bancários de investimento global do CIBC e assume responsabilidade sobre os executivos regionais de Nova York, Londres e Hong Kong, que se reportarão a ele. Nas novas funções, os dois têm responsabilidade conjunta pela operação diária da empresa de Wholesale Banking, disse o CIBC em uma declaração. “Essas indicações nos posicionam bem para continuar o nosso foco em fornecer resultados consistentes e sustentáveis nos nosso negócios centrais orientados ao cliente

enquanto buscamos mais oportunidades de crescimento com risco controlado nos próximos três anos” diz Richard Nesbitt, vice-presidente executivo sênior, CIBC, e chefe de grupo, Wholesale, International e Technology and Operations. Culham veio para o CIBC do Merrill Lynch, onde era diretor-gerente de renda fixa, moedas e commodities e co-chefe da divisão de divisas internacionais, em maio de 2008. Antes de ir para o CIBC em 2009, Belsher ocupou posições seniores em vários bancos de investimentos canadenses e internacionais e praticou direito financeiro de 1984 a 1997.

Osawa vai para o Citi inoru Osawa entrou para a mesa de trading de FX do Citi em Tóquio com foco em trading de taxa de juros de curto prazo e taxas do iene Japonês, em especial. Osawa vem do Deutsche Bank em Tóquio onde foi trader de taxas de juro associado sênior. Antes disso, era trader de taxa de juros associado no Lehman Brothers.

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anuel Mondedeu entrou para o CIBC como diretor-executivo da equipe de trading de FX de Londres. Mondedeu mais recentemente era chefe de FX e commodities na SGIIC de gerência de ativos do BBVA em Madri. No seu novo cargo, Mondedeu se concentrará em taxas de curto prazo e forwards e se reportará a Stephen Darling, diretor-gerente de trading de FX.

Yurtal deixa o SocGen

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luc Yurtal deixou o cargo em vendas baseado em Londres no Societe Generale para voltar ao seu país natal, a Turquia. No Societe Generale, vendia derivativos de FX a clientes corporativos nas regiões da Europa Central Oriental, Oriente Médio e África. De acordo com fontes do mercado, foi para o Citi em Istambul em um cargo similar, mas não foi possível confirmar a informação antes da ida para o prelo.

Brookleigh Search and Selection oferece serviços de recrutamento confidenciais aos mercados financeiros globais “Continuamos a expandir o nosso alcance geográfico e ampliar a nossa especialização setorial. Nos especializamos nas seguintes áreas: Foreign exchange, Renda fixa, Mercados de dinheiro, Energia e commodities, Gestão de riquezas, Mercados de equity, Trading sistemático e eCommerce.”

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