Encarte sobre Educomunicação - 2ª edição

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Paulo Pepe

Especial

Glória Marcond es o Silva

Fotos: Mauríci

O que faz um educomunicador? A

pergunta foi feita, ao longo de uma década, pelos consultores da USP chamados a opinar sobre a oportunidade de se aprovar, ou não, um curso superior na área. Certamente, a mesma dúvida deve ocorrer ao vestibulando que, pela primeira vez, encontra, no manual da Fuvest, a opção pelo novo curso. A resposta aponta para duas oportunidades básicas: de um lado, ser consultor ou assessor para a mídia, assim como para os órgãos do governo, o terceiro setor e o mundo corporativo, em tudo o que diz respeito às ações na interface entre a comunicação e a educação e, de outro, ser um professor de comunicação para o ensino médio renovado. A título de exemplo, lembramos que quando os vestibulandos de 2011 estiverem se matriculando na USP, em fevereiro de 2012, para compor a segunda turma da Licenciatura, um total de 3200 escolas de todo o País estará retomando suas atividades prevendo-se, entre elas, projetos de mídia e educação propostos pelo Programa Mais Educação do Ministério da Educação (MEC). Para dar sustentação a tais

projetos, muitas escolas estão procurando um educomunicador. Em outro exemplo, ONGs como a Cidade Escola Aprendiz e emissoras de TV como o Canal Futura decidiram incorporar educomunicadores em seus quadros de trabalhadores. Na maior cidade do País – São Paulo – a presença do educomunicador nas escolas já conta com uma lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, sendo aplicada mediante uma portaria do próprio secretário de Educação. Educomunicação é, na verdade, um conceito novo para identificar uma prática já consolidada na América Latina, na interface entre a comunicação, as diferentes formas de educação e as tecnologias da informação. Foi o que os estudantes da primeira turma do curso de Licenciatura em Educomunicação da ECA/USP aprenderam nas aulas teóricas e nas imersões em projetos práticos, ao longo de 2011. É o que os professores do curso continuarão a discutir com a nova turma, a partir de fevereiro de 2012.

Prof. Ismar Soares Coordenador da Licenciatura em Educomunicação da USP

Expediente: Escola de Comunicação e Artes/USP: Professores Ismar de Oliveira Soares, Roseli Fígaro e Cristina Mungioli

Alunos da Licenciatura em Educomunicação: Evelyn Kazan e Maurício Silva

Viração Educomunicação: Ana Paula Marques, Bruno Ferreira, Douglas Lima, Evelyn Araripe, Gisella Hiche, Lilian Romão, Manuela Ribeiro e Paulo Lima.

Jornalista Responsável pela Viração Educomunicação: Paulo Pereira Lima – Mtb 27.300

Informações sobre a Licenciatura em Educomunicação da USP: www.cca.eca.usp.br


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A carreira do educomunicador qualquer lugar onde o, ONG ou empresa, ou mesmo lecionar em escolas. Em O Educomunicador pode trabalhar numa secretaria de govern ados pelo Brasil: espalh ores unicad ativa da juventude. É o que dizem educom atue, sua missão será sempre a de incentivar a participação

“Aqui, no Paraná, a gente usa a Educomunicação para criar uma ponte entre a juventude e outros atores da sociedade. A proposta é utilizá-la para que meninos e meninas dialoguem com o poder público, com a comunidade em que vivem e com outros jovens. Fazer Educomunicação, para nós, é incentivar uma ação participativa da juventude, é atuar no enfrentamento das diversas formas de violência e exploração, é dialogar sobre cultura de paz, direitos humanos e sustentabilidade, é construir uma comunicação democrática e entendê-la como direito humano a ser exercido, incentivando principalmente a emancipação da juventude.” Lucimeire Martins, educomunicadora da Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência (Ciranda), em Curitiba (PR)

"A produção de comunicação constrói valores e significados sobre a realidade e os mundos possíveis. A Educomunicação permite uma democracia real quando possibilita que grupos minoritários, como os da zona rural e dos jovens, exerçam seu direito constitucional à voz.” Emilia de Mattos Merlini, relações públicas e educomunicadora, em Lima Duarte (MG)

“Trabalho com diversas linguagens: artística, cultural, poesia, teatro, dança, dinâmicas, jornal mural. As mais variadas temáticas são abordadas de forma criativa e divertida, sempre buscando envolver a todos e garantir a reflexão sobre direitos. É possível cruzar saberes e linguagens diferentes nas formações, nas coberturas e pensar a participação política dos jovens por meio da comunicação.” Elisangela Nunes, educomunicadora da Viração, em São Paulo (SP)

“Minha atuação enquanto educomunicador no Instituto Universidade Popular (Unipop) é de proporcionar um ambiente em que adolescentes e jovens, inseridos nos processos formativos e para além deles, possam acessar e desenvolver leituras críticas dos meios de comunicação e produzir informações a partir de seu entorno social, analisando os conteúdos apresentados sobre sua realidade local e regional, no sentido de compreender os veículos de comunicação, sejam da grande mídia ou alternativos, como instrumentos político-pedagógicos de formação, informação e mobilização social para manter ou transformar a sociedade em que vivemos.” Alex Pamplona, educador do Instituto Universidade Popular (UNIPOP), em Belém (PA)

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Licenciatura em Educomunicaçao

Duração: 8 semestres (4 anos) Número de vagas: 30 (período noturno) Inscrições para a Fuvest: 26/08 a 09/09, pela internet: www.fuvest.br Mais informações sobre o curso: http://www.cca.eca.usp.br


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Especial Imprensa Jovem

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Novas demandas para a educaçao

Um estudo realizado pela mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da USP Daniele Próspero aponta para a necessidade de novos profissionais que possam atuar na área de educação, principalmente pelas demandas que têm surgido diante da proposta de uma educação integral no País. Em 2010, das 10 mil escolas participantes do Programa Mais Educação, iniciativa do Ministério da Educação (MEC), mais de 3000 apontaram interesse pelo macrocampo “Comunicação e Uso de Mídias”, que engloba atividades de rádio, jornal, fotografia, vídeo e histórias em quadrinhos nas escolas. Diante deste cenário, abre-se um novo e amplo campo de atuação aos educomunicadores.

O Educom.Rádio foi o primeiro projeto da rede municipal de ensino de São Paulo a trabalhar o uso das mídias na educação com o objetivo explícito de favorecer a participação juvenil no espaço da escola pública, permitindo o trabalho conjunto entre professores, estudantes e comunidade. O projeto, levado à Prefeitura pelo NCE/USP, entre 2001 e 2004, sob o título de Educom.rádio, conta hoje com os Programas Nas Ondas do Rádio e Imprensa Jovem. Incentivada pela Lei Educom, a Secretaria de Educação garante a formação continuada de seus professores e estudantes mediante a contratação de educomunicadores profissionais, que pertencem ao próprio NCE e a organizações como o Educarede, que orientam os projetos e promovem cursos nas diretorias regionais de educação sobre uso crítico das mídias, promoção da participação juvenil e gestão democrática de projetos interdisciplinares. es

Débora Menez

Imprensa Jovem

Dez anos de Educom.Radio

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Educomunicaçao e Meio Ambiente Surgem cada vez mais políticas públicas que fortalecem ações educomunicativas para a preservação do meio ambiente, expandindo o campo de trabalho para o educomunicador. O Instituto Chico Mendes da Biodiversidade, autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, aposta na comunicação e educação ambiental como estratégia essencial para garantir a criação, gestão e proteção das Unidades de Conservação (UC) federais. A educomunicadora Débora Menezes, da empresa Educom Verde, está criando um jornal comunitário, o TANARA, com pescadores e moradores do entorno da Reserva Extrativista Marinha do Corumbau, no extremo Sul da Bahia. Em Caravelas, vizinho ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, o Grupo Artimanha também desenvolve ações educomunicativas de vídeo e jornal.

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Educomunicaçao e a democratizaçao dos meios de comunicaçao s

O Brasil realizou, em 2009, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, depois de muita pressão e organização de diversos movimentos sociais que levantam a bandeira da democratização da comunicação. O pessoal que trabalha com educomunicação não poderia ficar fora dessa! Isso fica claro em algumas das propostas que foram aprovadas na Conferência. Confira uma delas: “Através de um diálogo com o Ministério da Educação, criar mecanismos para implantar a Educomunicação em todos os segmentos formais e informais de educação como prática metodológica que favoreça a compreensão da comunicação como um direito humano e o aprendizado da leitura crítica dos meios, desde os primeiros anos escolares.”


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Educomunicaçao na USP s

O curso de Licenciatura em Educomunicaçao da USP começou em fevereiro deste ano, e muita coisa bacana ja- foi feita. Ao final do primeiro semestre, estudantes e professores deixaram suas impressoes sobre as aulas.

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"O curso é dinâmico e vêm sendo modelado com responsabilidade e espaço para o diálogo entre corpo discente e docente. A proposta vincula uma possibilidade nova de olhar para a comunicação e permite, a partir deste foco, reconhecer seu papel fundamental para formação humana no mundo contemporâneo." Beatriz Alves “O curso é teórico-prático, com leituras e confecção de resenhas. Houve eventos e fizemos captação em vídeo e áudio, e também editamos o material. Para a conclusão do semestre, montamos o blog da turma e fizemos posts sobre saúde.” Glória Marcondes

"A disciplina Atividades Acadêmicas, Científicas e Culturais permite ao aluno o estudo, a reflexão e a produção cultural, propostos por temas de interesse da área de educomunicação. A metodologia é educomunicativa, ou seja, diálogo e reflexão sobre o produzido, com retorno à sociedade." Profª. Roseli Figaro, da Licenciatura em Educomunicação

Ensino Pratico s

A Licenciatura em Educomunicaçao vai além da sala de aula. Para aprofundar os conhecimentos dos estudantes, foi desenvolvida a ideia de “Imersoes Educomunicativas”, uma oportunidade de conviver com projetos que tem uma proposta de educaçao e formaçao critica através da comunicaçao e de apropriaçao das midias na busca pela cidadania.

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“Na TV USP, acompanhei o projeto Quarto Mundo, no qual pude colocar em prática o conhecimento teórico advindo das aulas. É o momento em que afiamos o olhar crítico sobre os processos educomunicativos, identificamos os erros e acertos deste processo, o que é de grande valia para a nossa formação.” Flávia Silveira

“ Tive a oportunidade de vivenciar as práticas educomunicativas na Revista Viração. Observei de perto como podemos, por meio da comunicação e liberdade de expressão, propiciar aos jovens educação e formação cidadã. Instigar as artes, cidadania, política de forma democrática e trabalhando sempre em conjunto e respeitando a opinião de cada um." Isabela Rosa

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Foram feitas também “Imersoes Educomunicativas Internas”, com base no conceito de educaçao entre pares, nas quais os proprios estudantes se reuniram, oferecendo e participando de oficinas. Livros sobre Educomunicaçao

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“Realizar uma Oficina de Televisão foi gratificante, do ponto de vista educacional e comunicativo. Aprender a ensinar foi uma experiência reveladora. Perceber que, às vezes, o que é óbvio para nós nem sempre é para o aluno. Ao mostrar, por exemplo, como uma reportagem é feita, como um comercial de TV pode ser desconstruído, como determinado filme passa uma ideologia foram alguns assuntos discutidos.” João Paulo Almeida

A Editora Paulinas lançou, em 2011, dois livros de interesse para a prática educomunicativa: Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação, de Ismar de Oliveira Soares, e Educomunicação – construindo uma nova área de conhecimento, coordenado por Adílson Citelli e Maria Cristina Costa, reunindo artigos originalmente publicados pela revista Comunicação & Educação.


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Especial

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- de Educomunicaçao em areas Responsabilidade Social das empresas Empresas que não trabalham com mídia também se apropriam da Educomunicação e a utilizam como ferramenta de responsabilidade social. Confira, a seguir, duas entrevistas sobre o assunto com o consultor em Educomunicação, jornalista e educador Alexandre Sayad e com Paulo Nassar, diretor-geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).

Alexandre Sayad

Arquivo pessoa

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Para você, qual o papel da Educomunicação nas empresas? Numa ação interna, um projeto de Educomunicação pode lidar com a questão de como a empresa escuta seus funcionários e colaboradores, em termos de demandas e ideias. Em termos de investimento social privado, programas que estimulam a participação por meio da comunicação têm sido meu foco, bem como a pesquisa na área de novas mídias. Qual é o perfil das empresas que apostam na Educomunicação? Na sua maioria as que têm como negócio principal as tecnologias da informação ou as que querem desenvolver projetos focados na educação ambiental. A Claro, operadora de celulares, por exemplo, montou um instituto voltado à questão do poder das novas mídias na educação – que ajudei a formatar. A apropriação da Educomunicação pelas empresas pode descaracterizá-la, transformando-a em uma nova forma de fazer marketing e publicidade das ações de responsabilidade social? Pode, mas esse risco está não só na Educomunicação, mas em toda e qualquer ação que a empresa realize. Empresa visa lucro. E ponto. Uma ação bem estruturada é sempre um ganha-ganha: o público atendido ganha num aspecto, a empresa vai ganhar algo intangível em imagem. É muito importante que a ação tenha a ver com o foco de negócios da empresa e que esta realmente aposte nos resultados e na autonomia de quem a realiza. Esse risco mora na conduta da empresa, em qualquer área.

Paulo Nassar Qual é o perfil das empresas que apostam na Educomunicação? Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), realizada em fevereiro deste ano, são empresas que têm uma grande necessidade de legitimar as suas ações e mostrar seus compromissos com o Brasil. Muitas delas estão em segmentos econômicos geradores de grandes impactos ambientais, sociais e econômicos (por exemplo: atuações nos campos de energia elétrica, petróleo, mineração e higiene e beleza); parte delas detém concessões públicas passadas para a gestão empresarial nos anos 1990. A maioria dessas empresas é de origem nacional. Divulgação

Como o senhor enxerga o campo de atuação do profissional da Educomunicação nas empresas? Os campos de atuação mais definidos são os da comunicação empresarial e de recursos humanos. São nessas áreas em que as questões públicas devem ser transformadas em processos educomunicacionais, para que os propósitos empresariais sejam compreendidos e aceitos ou reavaliados a partir das contribuições e críticas da sociedade.


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Sem paixao nao ha- Educomunicaçao mundo Projetos e experiências de educação e comunicação pelo

mostram a importância de cultivar as relações humanas

Burkina Fasso

Fotos: Pa

ulo Lima

Educomunicação, Media Education e Media Literacy. Não importa o nome, as diferenças ou a latitude em que se estuda ou acontece determinada experiência, o certo é que esse novo paradigma que busca trabalhar com a interface entre a Educação e a Comunicação está conquistando sempre mais gente e se consolidando em todo o Planeta. Em Ouagadougou, capital do Burkina Fasso, por exemplo, há poucos meses nasceu a Associação Burkinabé para a Promoção da Educomunicação (ABPE). A ideia surgiu a partir de uma oficina de Educomunicação – em que participaram 10 jovens jornalistas e professores de Burkina, Senegal e Nigéria – promovida pelo NCE/ECA/USP e Viração Educomunicação, durante o 23º Congresso Mundial da União Católica Internacional de Imprensa (UCIP), de 12 a 19 de setembro de 2010. Cyrille Guel, de 29 anos, é fundador e diretor da ABPE. Formado em História pela Universidade de Ouagadougou, ele se especializou em documentação audiovisual. “Fiquei maravilhado quando ouvi falar da Educomunicação pela primeira vez e percebi que nós poderíamos desenvolver projetos nessa linha em escolas e grupos de jovens da cidade”, conta ele, que esbanja sorrisos após obter o apoio financeiro do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para a realização de um projeto de Educomunicação em quatro escolas da capital burkinabé.

Italia No norte da Itália, uma Escola de Verão de Mídia-Educação acaba de completar 20 anos. Promovida pela Associação Italiana de Educação aos Meios e à Comunicação (MED), a Escola de Verão reúne todo ano uma média de 75 pessoas durante uma semana de curso, vindas de todas as regiões do País para a cidade de Corvara, onde são aprofundadas as metodologias, compartilhadas as experiências e reforçados os laços de amizade e parceria. “Já participaram mais de 1500 pessoas nesses 20 anos de escola. Colocamos juntos teoria e prática, experiência e informação”, recorda o fundador do MED, Roberto Giannatelli. Para a atual presidente da associação, Gianna Cappello, “esses anos todos mostram que criamos um jeito muito original, e com sucesso, de fazer uma escola de verão, movido a muito entusiasmo. Sem paixão não há mídia-educação.” Essa paixão e profissionalismo é, inclusive, reconhecida por meio do Prêmio MED “Cesare Scurati” que, desde 2005, procura reconhecer e estimular a produção de boas práticas de mídia-educação nos vários âmbitos educativos. Este ano, os dois projetos vencedores foram a Revista Viração, do Brasil, e Canção Fora de Tempo, realizado pela professora Rossana Bruzzone, em uma escola fundamental de Milão.

Roberto Giannatelli, um dos fundadores do MED


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Area para educadores e comunicadores

“Não se trata de pensar a comunicação ou a educação em termos de competição para ver qual delas é mais importante. O princípio que rege nosso trabalho é a compreensão do papel transformador da comunicação na sociedade, num sentido amplo, e de mobilizador de competências de alunos, professores, comunicadores, enfim, de pessoas.” Profª. Cristina Mungioli, que ministrará a disciplina Linguagem Verbal nos Meios de Comunicação

Bacharelado em Educom Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, há desde agosto de 2010, o Bacharelado em Educomunicação, atendendo uma demanda regional para a produção de mídias educativas e avaliação crítica de produtos, práticas e processos de comunicação, privilegiando a estruturação da relação comunicação-cultura-educação. “Estamos procurado estabelecer várias parcerias, não só com outras instituições de ensino superior como, por exemplo, a USP. Mas, também, com escolas, instituições culturais, órgãos públicos, meios de comunicação, ONGs, entre outras. Nossa intenção é fomentar o trabalho de extensão comunitária. Estamos iniciando agora o terceiro período, contando hoje com 160 alunos ao todo e, o melhor, todos muito motivados para a formação a qual estamos oferecendo”, conta a coordenadora do Bacharelado, Profª. Danielle Andrade de Souza.

Fotos: Divulgação

Muitos profissionais das áreas de educação e comunicação estão envolvidos em ações educomunicativas, como por exemplo, jornalistas que desenvolvem projetos de jornalismo comunitário e educadores que já utilizam ferramentas de comunicação para estimular o aprendizado e o compartilhamento de conhecimentos e experiências com seus estudantes. “Comunicadores e educadores que implementam ações colaborativas em suas práticas profissionais são candidatos naturais a buscar os referenciais teóricos e metodológicos possibilitados pela sistematização acadêmica. Um curso oferecido pela universidade permite contatos com múltiplas correntes de pensamento e com experiências diversificadas, o que é mais difícil de se obter na rotina do trabalho diário”, explica Ismar de Oliveira Soares, coordenador da Licenciatura em Educomunicação e responsável pelo laçamento do curso na USP. Fábio Nepomuceno é professor de Português da rede municipal e estudante da Licenciatura em Educomunicação. Ele está envolvido com projetos educomunicativos desenvolvidos na escola onde trabalha muito antes de ingressar no curso da USP. “A Licenciatura em Educomunicação amplia a leitura crítica dos meios de comunicação e fornece referencial teórico que permite entender melhor os conceitos envolvidos na Educomunicação e consolida a sua definição para o comunicador e para o educador”, analisa Fábio Nepomuceno. O licenciado em Educomunicação terá diversas opções profissionais: ser professor de comunicação no ensino médio, consultor nas áreas da mídia ou do terceiro setor, ou ainda ser um pesquisador nas interfaces comunicação e educação.


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