54 | Revista Metrópole – Edição 19
ESPECIAL AUTISMO
Fotos: Pedro Ivo Prates
Rodrigo Ribeiro SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
E Não é birra. Pode ser autismo! Síndrome carece de divulgação e profissionais qualificados
la não se comunica, se isola, tem ações repetitivas, fica irritada com sons que muitas vezes a maioria das pessoas nem percebe ou até tenta se comunicar, no entanto, acaba sendo um desastre. Calma, essa criança pode não ser mal educada ou estar fazendo birra, ela pode ter autismo. A síndrome é antiga, mas o debate e divulgação sobre o TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) ainda engatinha, o que prejudica o combate ao preconceito e automaticamente o diagnóstico e tratamento dos autistas e seus familiares, principalmente das mães, que na maioria dos casos assumem a responsabilidade de cuidar e viver pela criança. O TEA é um transtorno global do desenvolvimento e pode afetar várias áreas da vida da criança, em especial a comunicação, socialização e comportamento. As causas da síndrome ainda não tiveram uma comprovação científica e os níveis do autismo variam em cada pessoa, o que obriga a um tratamento personalizado. A dica para os pais é observar os comportamentos da criança logo nos primeiros meses de vida. Um dos momentos únicos da mãe com o filho, por exemplo, é a amamentação. Pois bem, há bebês que recusam o peito materno e outros que ficam com o olhar “perdido” durante esse momento mágico. A preferência pelo isolamento também pode ser percebida logo nos primeiros meses. Há crianças que não param de chorar quando estão no colo do pai ou mãe, mas quando são colocadas no berço se acalmam. Claro que somente esses sinais não confirmam o TEA, mas servem de alerta. Segundo Gustavo Giovannetti, psiquiatra do Centro de Referência da Infância e Adolescência, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o prejuízo do autismo ocorre na área da interação social, linguagem e comportamento, quase sempre estereotipado e repetitivo. “Sendo uma doença que atinge aspectos básicos da interação humana, é