NOTAER - Fevereiro de 2015

Page 1

Ano XXXVIII

Nº 02

Fevereiro, 2015

ISSN 1518-8558

FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

www.fab.mil.br

Conheça o novo comandante Quem é o militar que assume o posto mais alto da Força Aérea? Veja as ideias, as inspirações e o que move este oficial-general MISSÃO DA ONU FAB enviou 11 militares para regiões de conflito nos últimos dois anos. Saiba quais as responsabilidades e os desafios destas missões. Pág. 06

TRÁFEGO AÉREO Índice de pontualidade nos voos de fim de ano cresce 35% em relação a 2013. Pág. 07

ALERTA NA REDE Até que ponto é bom compartilhar material por redes sociais sem saber a procedência? Como a vida virtual pode influenciar a sua vida real. Pág. 14


Fevereiro - 2015 FOTO: ARQUIVO PESSOAL / TB ROSSATO

2

CARTA AO LEITOR

Informação à tropa A sucessão do Comando da Aeronáutica é o tema c e n t ra l d e s ta e d i ç ã o . Nossa equipe entrevistou o Tenente-Brigadeiro Rossato para você conhecer as ideias, as origens e um breve resumo dos principais cargos ocupados pelo novo comandante ao longo dos 46 anos de carreira. Este período de renovação de comando pelo Brasil também trouxe novidade à instituição que foi pioneira em acolher o quadro feminino na

Academia da Força Aérea. A FAB celebra agora a chegada da primeira mulher ao comando de uma unidade militar. É importante destacar ainda o esforço da FAB na área de tecnologia e no intercâmbio internacional. Depois da conquista do prêmio Qualidade Brasil, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno traça novas metas para meio ambiente e segurança do trabalho. Conheça também o trabalho de militares da FAB

Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador Henry Munhoz Wender

como observadores da ONU em áreas de conflito que njeta experiência e novas perspectivas na atuação militar. Preparamos ainda uma reportagem sobre corrida. Especialistas nos dão dicas

para tirarmos o melhor proveito deste esporte democrático que encontra muitos adeptos na FAB. Boa leitura! Brig Ar Pedro Luís Farcic Chefe do CECOMSAER

Uso de dispositivos móveis em locais sem proteção física adequada e, no caso das mídias removíveis, facilmente furtadas ou extraviadas. Os prejuízos com furto de equipamentos portáteis são crescentes e preocupam as grandes corporações. Perdas financeiras e de propriedade intelectual são incalculáveis. As estatísticas apontam os furtos como os incidentes de segurança mais frequentes, ao lado de ataque de vírus. Para as Forças Armadas, os danos vão além das perdas materiais. Com o extravio de equipamentos portáteis, informações inestimáveis podem ser perdidas. Planos estratégicos podem ser comprometidos. Tudo como consequência da falta de cuidado no trato de informações e no gerenciamento de dispositivos móveis.

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Durante muito tempo, o mundo se preparou e se acostumou com a ideia de um escritório sem os limites físicos de uma sala, um local que pode estar virtualmente em qualquer lugar. Criou-se a expectativa de que, em qualquer local e a qualquer hora fosse possível estar pronto para o trabalho. A tecnologia necessária foi desenvolvida para suprir essa demanda por mobilidade. Os equipamentos têm ganhado cada vez mais performance, velocidade e capacidade de armazenamento. Podem ser citados: os notebooks, tablets, discos rígidos externos, pen-drives, entre outros. Esses dispositivos primam por oferecer alta portabilidade, baixo peso, pequenas dimensões e grande conectividade. Em contrapartida, apresentam grandes vulnerabilidades, pois são atraentes para ladrões; são muito suscetíveis a danos, geralmente são utilizados e armazenados

Expediente

Para mitigar essas ameaças, existe a segurança orgânica: conjunto de ações de proteção do conhecimento que visam à prevenção de ameaças, reduzindo as vulnerabilidades, e à obstrução das ações adversas que tentem explorar essas vulnerabilidades. Dentre as ações, destaca-se a sensibilização das pessoas, com acesso real ou potencial ao conhecimento. Cada pequena ação conta muito para a proteção do conhecimento sensível, da sua própria segurança e da segurança de seus familiares. O trato de informações sigilosas em laptops não é aconselhável. Além disso, uma série de outras atitudes podem ajudá-lo a evitar problemas: - Não os utilize para processar assuntos de serviço em

locais públicos; - Evite identificá-los ostensivamente como propriedade da Força Aérea; - Nunca os deixe desacompanhados em locais públicos ou de grande aglomeração de pessoas; - Não os despache como bagagem, tanto em voos comerciais quanto em aeronaves militares. Transporte-os como bagagem de mão; - Proteja-os por meio dos recursos disponíveis, como senhas na inicialização, leitores de impressões digitais ou outros recursos já integrados aos equipamentos; - Nunca devem ser deixados à vista no interior de veículos. Os laptops não podem conter documentação sigilosa de serviço, mas as suas informações particulares também são sensíveis e merecem proteção adequada. Fotografias, anotações e documentos particulares podem ser protegidos com o uso de aplicativos. Centro de Inteligência da Aeronáutica

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Coronel Aviador André Luís Ferreira Grandis Chefe da Seção de Produção: Major Aviador Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis Chefe da Seção de Divulgação: Capitão Aviador Marco Aurélio Celoni Chefe da Agência Força Aérea: Tenente Jornalista Humberto Leite Editora: Tenente Jornalista Jussara Peccini (MTB 01975SC) Editora adjunta: Aspirante Jornalista Cynthia Fernandes (MTB 2607GO) Repórteres: Ten JOR Evelyn Abelha, Ten JOR Gabrielli Dala Vechia, Ten REP Helena Vizza, Ten JOR Humberto Leite, Ten JOR Iris Vasconcellos, Ten JOR João Elias, Ten JOR Jussara Peccini, Ten REP Marcus Lemos, Ten JOR Mariana Mazza e Asp JOR Raquel Alves. Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Revisão: Cynthia Fernandes, Evelyn Abelha, Iris Vasconcellos, Marco Aurélio Celoni e João Elias. Diagramação e Arte: SO SDE Cláudio Ramos, SO SDE Edmilson Maciel, 3º SGT Santiago Moraes, CB Maclaudio Gomes e CB Pedro Bezerra Tiragem: 30.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: redacao@fab.mil.br Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A


Fevereiro - 2015

3

DESPEDIDA

“Deixo um legado de harmonia”, avalia Tenente-Brigadeiro Saito FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

1

2

3

SGT BATISTA / CECOMSAER

marcou muito. Estou saindo bastante feliz pela decisão. A Presidente teve um ato de coragem ao dar destino a um assunto que estava em discussão desde 1995. Eu comecei a trabalhar nesse projeto quando ainda era Chefe do Estado-Maior do COMGAR [Comando-Geral de Operações Aéreas], porque os Mirages já estavam com a vida contada e era preciso substituí-los. Em um país de muitas prioridades como o Brasil, o assunto aeronave de combate foi ficando de lado. O importante era avião de transporte ou helicóptero para atender calamidades. Outro projeto que me deixa muito feliz é o KC-390. Muitos países estão interessados. Estamos incentivando a nossa indústria de defesa. Qualquer país que se propõe a ser independente precisa de uma base industrial de defesa forte. Notaer – O que o senhor tem a dizer sobre o novo comandante? Eu o conheci no primeiro ano da Academia em 1972, em Natal, onde eu era instrutor. Mas tivemos oportunidade de conviver por mais tempo quando fomos criar o 3º/10º Grupo de Aviação em Santa Maria,Esquadrão Centauro [1979]. Eu era Major e estava na área de operações. Ele foi um dos candidatos designados para compor a equipe. Foi quando pude ver a capacidade dele. Eu sempre digo que a gente conhece um oficial que tem potencial, não como coronel, mas como tenente. Trabalhamos lá dois anos na criação da unidade. Quando fui designado para ser instrutor no Paraguai e poderia levar um oficial, tenente ou capitão, eu não tive dúvidas: convoquei o Rossato para ir comigo.

Passamos sete meses ministrando instrução com mais três sargentos. Desde então, acompanho a carreira dele. Trabalhou comigo na Base Aérea de Canoas, foi chefe do meu Estado-Maior no Catre [Comando Aéreo de Treinamento] e depois no COMGAP [Comando-Geral de Apoio]. É um oficial brilhante. Ele era o mais antigo e foi isso que valeu. O Brigadeiro Rossato chegou no momento certo e na hora certa naquele lugar. 1. Em entrevista coletiva no anúncio do programa F-X2 em 2013. / 2. Em 2008, é recebido na terra dos seus ancestrais pelo príncipe japonês Naruhito. /3. Em visita a organizações militares na Amazônia,acompanhado de militares estrangeiros. / 4. Durante Operação Ágata, cumprimenta o oficial-general que o sucede.

4

SGT BATISTA / CECOMSAER

ntes de deixar o cargo que ocupou por oito anos, o Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, 72 anos, destacou ao Notaer momentos que marcaram sua gestão. O oficial-general que mais tempo permaneceu à frente da instituição planeja agora retornar a São Paulo, estado onde nasceu, e dedicar mais tempo à família. Notaer – Qual o legado que o senhor deixa após oito anos de comando? Sempre gostei de trabalhar em equipe e de ouvir muito. Sempre temos algo a aprender, mesmo com aquele que tem ideias contrárias às nossas. Então, posso dizer que deixo um legado de harmonia. Aprendi a conciliar o ambiente, talvez por ser o filho mais velho. Por que isso é importante? Ninguém consegue trabalhar e produzir bem num ambiente em desarmonia. Valorizar o trabalho de cada um, receber sugestões, analisar e tirar sempre um norte. Todos têm muita liberdade para falar e defender seu ponto de vista. Saio tranquilo, com paz interior e sem mágoas. Só tenho a agradecer à Força Aérea por ter me proporcionado essa oportunidade ímpar de comandá-la. Notaer – Os últimos anos foram de muitos projetos e reaparelhamento... Fizemos muita coisa, mas sempre com trabalho em equipe. Eu não fui o único responsável por isso. Todos os setores contribuíram para alcançar os objetivos da Força Aérea. Notaer – Qual o momento que mais marcou a sua gestão? Do ponto de vista profissional, o projeto dos caças

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

A


4

Fevereiro - 2015

ACONTECE Médica é primeira mulher comandante de unidade da FAB

Institucional da Presidência. O Brigadeiro Bianchi pilota o avião presidencial há quatro anos, desde o início do primeiro mandato da Presidente Dilma. Ele é especializado em voos do Airbus A-319. O Tenente-Brigadeiro Joseli deve ser sabatinado pelo Senado antes de assumir o cargo no STM. Confira a seguir quem são os militares que assumiram o comando em janeiro de organizações militares em todo o País:

Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Porto Velho (DTCEA-PV): Major Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Ronaldo Francisco da Silva / Esquadrão Grifo (2º/3º GAV): Tenente-Coronel Aviador Eduardo Alexandre Bacelar / Esquadrão Guardião (2º/6º GAV): Tenente-Coronel Aviador Jorge Marques de Campos Junior / Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V): Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro / Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE): Tenente-Coronel Aviador Alexandre Salviatto / Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC): Tenente-Coronel Aviador Jorge Maurício Mota / Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto (DTCEA-PCO): Tenente Engenheiro Pedro Henrique Morsch Mazzoni / Esquadrão Carcará (1º/6º GAV): Tenente-Coronel André Luiz Alvez Ferreira / Subdiretoria de Abastecimento (SDAB): Brigadeiro Intendente José Jorge de Medeiros Garcia / Esquadrão Carajá (4º ETA): Tenente-Coronel Aviador Sandro Rogério Delmonico / Base Aérea de Boa Vista (BABV): Tenente-Coronel Aviador Regis Augusto Azevedo Perola/ Base Aérea de Salvador (BASV): Tenente-Coronel Aviador Marcelo Lobão Schiavo / Base Aérea de Natal (BANT): Tenente-Coronel Aviador Antônio Santoro / Hospital de Força Aérea de Brasília (HFAB): Coronel Médico Eduardo Serra Negra Camerini / Base Aérea de Brasília (BABR): Coronel Aviador Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues.

A Coronel Médica Carla Lyrio Martins é a primeira mulher a comandar uma organização da Força Aérea Brasileira (FAB). Com 25 anos de carreira militar, a oficial assume a Casa Gerontológica Brigadeiro Eduardo Gomes (CGABEG), no Rio de Janeiro. A solenidade, realizada em 16 de janeiro, foi presidida pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, e con-

FOTO: SGT PANTOJA / ICA

Após oitos anos na coordenação das viagens presidenciais, o Tenente-Brigadeiro do Ar Joseli Parente Camelo foi indicado para uma cadeira no Superior Tribunal Militar (STM). A responsabilidade foi passada ao Brigadeiro do Ar Luiz Alberto Pereira Bianchi, que vai assumir as viagens da Presidente Dilma Rousseff. Ele ficará à frente da Secretaria de Coordenação e Assessoramento Militar do Gabinete de Segurança

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

Passagens de comando

tou com a presença do Alto-Comando da FAB. “As mulheres vieram para ficar nas Forças Armadas. Espero que outras mulheres ocupem posição de destaque, não só em funções de apoio, mas também combatentes, intendentes e aviadoras”, afirmou o Tenente-Brigadeiro Saito. Para a médica, a nova função é um reconhecimento ao trabalho e dedicação ao longo da carreira. “A Força Aérea valoriza o trabalho, independentemente de gênero, cor ou origem. Para mim, a carreira proporcionou muita satisfação pessoal e aqueles que tiverem esse objetivo vão encontrar na FAB o reconhecimento pelo seu esforço”, afirmou a Coronel Carla. Currículo - Ela é especialista em Medicina Aeroespacial, Hematologia e Hemoterapia. Possui Pós-Graduação em Vigilância Sanitária e Epidemiológica, e em Desenvolvimento Gerencial na Gestão de Serviços de Saúde.

ANIVERSÁRIO Centro de Transporte Logístico da Aeronáutica CTLA 01/02 - 2 anos Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte - 1º/1ºGT 18/02 - 62 anos

Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação - 3º/3º GAV 11/02 - 11 anos

Centro de Medicina Aeroespacial - CEMAL 13/02 - 80 anos

Quer ver sua unidade no NOTAER? Mande sua notícia pelo sistema Kataná. Não tem a senha? Cadastre-se pelo e-mail: web.dpd@cecomsaer.aer.mil.br

Segundo Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação 2º/7ºGAV 15/02 - 33 anos

C o m i s s ã o C o o rd e nadora do Programa Aeronave de Combate - COPAC 24/02 - 34 anos


Fevereiro - 2015

5

INOVAÇÃO

P

ara estabelecer comunicação com mais agilidade principalmente em missões humanitárias, o Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1°/ 1° GCC) desenvolveu um veículo que atua como uma central de telecomunicações. O carro vai permitir estabelecer comunicação de maneira rápida em qualquer lugar do país para suprir o comando das operações com informações que possam orientar a tomada de decisões. “Temos condições de fechar o que a gente chama de enlace com diversos pontos. Eu posso fechar enlace de onde o veículo estiver, por exemplo, com a minha sala técnica no esquadrão ou com outros destacamentos”, res-

salta o Tenente Especialista em Comunicações, Alexandre Estrela Sales. Sobre a traseira da Marruá foram adaptados computadores, antenas, entre outros equipamentos, para realizar comunicação via satélite e prover serviços como telefonia, acesso a internet e intraer. O projeto foi concretizado por uma empresa privada. O carro está disponível para uso desde o fim do ano passado. A comunicação é feita de forma imediata e os serviços passam a ser providos com rapidez, confiabilidade e segurança, sem que haja interferência de outros meios. O veículo dá mobilidade e agilidade para estabelecer a comunicação em locais onde este tipo de serviço não esteja

TEN ENILTON / CECOMSAER

Veículo é a primeira central de telecomunicações móvel da FAB

Veículo equipado vai atuar principalmente em missões humanitárias

disponível. Quando os deslizamentos de terra acabaram com todas as comunicações na região serrana do Rio de

Janeiro em 2011, por exemplo, a única forma de comunicação via satélite foi montada pela FAB com o auxílio de

vários equipamentos. Separadamente, eles precisaram ser transportados e depois instalados na localidade.

PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

Planejamento da segurança de voo Todos sabem da importância do planejamento na vida pessoal e profissional. Por isso, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) orienta que todos os Elos-SIPAER Militares da Força Aérea Brasileira elaborem os seus Programas de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos 2015, conhecido pela sigla PPAA. Trata-se do principal documento que estabelece a política de segurança de voo, as ações e responsabilidades que visam alcançar um alto nível de segurança nas operações aéreas. O CENIPA forma em seus cursos de prevenção os pro-

fissionais que serão os elos do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER). Dessa forma, o elo militar, também chamado Oficial de Segurança de Voo (OSV), é gerente da segurança de voo na sua organização. Esse cargo está diretamente subordinado ao Comandante, Chefe ou Diretor, porque se trata de um assunto estratégico para o sucesso da missão operacional. O PPAA deverá ser elaborado com base na atividade aérea desenvolvida ou apoiada, tendo como referência a missão atribuída, os meios aéreos e de apoio, infraestrutura e pessoal, as

condições ambientais existentes e outras variáveis que possam se apresentar como fator de interferência na segurança de voo. O documento deve considerar também as análises estatísticas de ocorrências aeronáuticas dos anos anteriores e as metas pretendidas para o novo período. A maior autoridade da organização é quem vai determinar a confecção do PPAA, aprová-lo e supervisionar o cumprimento das ações propostas. A elaboração do PPAA aplica-se aos Comandos-Gerais, aos Departamentos, aos Comandos Aéreos Regionais (COMAR), ao Comando de Defesa Aeroespacial Bra-

sileiro (COMDABRA), ao Gabinete do Comandante da Aeronáutica (GABAER), à Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB), às Forças Aéreas (FAE), à Academia da Força Aérea (AFA), à Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), à Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), ao Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), ao Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), aos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), aos Parques de Material Aeronáutico (PAMA), às Bases Aéreas,

aos Grupos de Aviação (GAV) e às Unidades Aéreas, além dos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) que possuam órgãos de controle de tráfego aéreo. Para que o PPAA alcance os objetivos, deve ser amplamente divulgado a todos os envolvidos, direta ou indiretamente, com a atividade aérea nas organizações. A NSCA 3-3/2013, que trata da Gestão da Segurança de Voo na Aviação Brasileira, traz todos os detalhes sobre a confecção do PPAA e outras ferramentas de prevenção, e está publicada no site www. cenipa.aer.mil.br. (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)


6

Fevereiro - 2015

MISSÃO DA ONU ACONTECE

Militares da FAB atuam em áreas de conflito

V

objetivo de monitorar o fim da violência armada em todas as suas formas. Na época, foram enviados 11 observadores brasileiros para a Síria. As missões apresentam perigos devido à instabilidade local. Os militares são voluntários para intermediar situações de paz com lideranças locais, forças militares oponentes, agências militares da ONU e agências civis. O Tenente-Coronel Aviador Gerson Aparecido Cavalcanti de Oliveira já participou de duas missões como observador militar. Em 2006, ele foi deslocado para a região do conflito entre Eritreia e Etiópia, no continente africano; e em 2010, foi observador no Nepal, que vivia uma situação de atrito interno com o exército maoísta. Para ele, a experiência com situações reais de conflito e a bagagem cultural são as vantagens que ficam para a Força Aérea ao enviar militares a missões de paz da ONU. “Eu tive a oportunidade de trabalhar com diversos atores no setor de combate, como os Médicos Sem Fronteira. Também pude lidar com diversas etnias e culturas. Nossa visão de mundo se amplia e depois nós ficamos com a respon-

INFOGRÁFICO: LIVRO BRANCO DE DEFESA / MD

oluntariado. Esse é o pré-requisito básico para o militar ser observador da ONU em missões de paz ao redor do Mundo. A Força Aérea Brasileira contribui de forma significativa com o número total de observadores brasileiros. Desde 2013, foram enviados cerca de 10 Oficiais para os mais diversos países, como o Sudão do Sul, o Líbano, e até o próprio Haiti, que possui uma missão de paz comandada pelo Brasil. O observador militar faz parte de uma equipe com funções que variam de acordo com a situação política do país onde estão alocados. Eles devem monitorar acordos de cessar-fogo, supervisionar ações de desarmamento e dar assistência a referendos ou eleições. Em 2012, os observadores tiveram papel fundamental no conflito da Síria, quando tentaram garantir a aplicação do plano integral de seis pontos do enviado especial da ONU, Kofi Annan. As resoluções pediam pela liberdade de movimento para a imprensa e pela garantia da pronta-oferta de assistência humanitária, entre outros. O plano de seis pontos tinha o

Observadores brasileiros trabalham nas missões de paz da ONU

FOTOS: ACERVO PESSOAL / TC CAVALCANTI

Oficiais foram enviados como observadores para países como Sudão do Sul, Líbano e Haiti

Como ser observador militar da ONU Campo de refugiados na Eritreia: militar coordenou ajuda humanitária

sabilidade de passar essas informações para os outros militares da FAB”, afirmou. Atualmente, a Organização das Nações Unidas possui 16 missões de paz em andamento ao redor do Mundo. Dessas, nove contam com a participação de brasileiros, militares ou civis. Entre 2013 e 2014, foram onze observadores da FAB em campo. Para 2015, serão três militares da Força Aérea. Um deles é o Major Aviador Thiago Cortat, que se prepara para integrar a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul – África. Ele conta que é preciso preparação psicológica para lidar com a população que vive em situação de guerra. “É salutar estar bem consciente do que poderemos ver nestas regiões, sobretudo as atrocidades que são causadas às crianças, mulheres e idosos, civis refugiados e deslocados que são, em resumo,

os mais fragilizados quando ocorre um conflito”, afirmou. Outros itens na preparação são a habilitação na língua inglesa e o Curso de Preparação para Missões de Paz, que ocorre no Centro Conjunto de Operação de Paz do Brasil (CCOPAB) - Rio de Janeiro. Durante o curso, são realizadas as instruções teóricas e práticas em ambiente semelhante ao que os futuros observadores e membros da equipe vão encontrar em suas missões. O militar também deve seguir protocolos sanitários da ONU, vacinações e inspeção de saúde. Segundo o Major Cortat, apesar dos muitos desafios, como o de ficar longe da família por um ano, o importante é a expectativa de representar bem a Força Aérea Brasileira, e o Brasil. “Acima de tudo, espero voltar com a certeza de ter contribuído para um mundo melhor”, finaliza.

O militar deve ser oficial dos quadros de Aviador, Intendência ou Infantaria, no posto mínimo de Capitão. Deve ter habilitação na língua inglesa. A indicação acontece via cadeia de comando. Após a escolha da área, o voluntário passa por uma pré-seleção do Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER) e pela Comissão de Promoção de Oficiais (CPO). O pedido é enviado ao EMAER para aprovação. Por último, o militar passa por um estágio de preparação para Missões de Paz do CCOPAB.


Fevereiro - 2015

7

OPERACIONAL FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

SOCIAL

Aeroportos registram pontualidade de 91,3% no fim de ano Índice cresce 35% em relação ao ano anterior

O

Brasil registrou pontualidade de 91,3% nos mais de 100 mil voos domésticos e internacionais realizados no país entre 17 de dezembro de 2014 e 05 de janeiro deste ano. De acordo com os dados do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), unidade da Força Aérea Brasileira responsável por gerenciar o fluxo de movi-

mentos aéreos, o índice em relação ao mesmo período do ano anterior apresenta crescimento de 35%. Para o Chefe da Divisão de Operações do CGNA, Tenente-Coronel Luiz Medeiros, os intensos treinamentos realizados com todo o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro para a Copa contribuíram para a melhoria dos serviços. “Pode ser con-

siderado um dos legados da copa do mundo”, avalia. S egu n d o a Agên ci a Nacional de Aviação Civil (ANAC), só é considerado atrasado o voo que ocorre em período superior a 30 minutos do horário previsto. Movimentação – A sexta-feira (19/12) que antecedeu a comemoração natalina foi o dia de maior movimento quando foram

realizadas 5.805 operações. No ranking, o segundo dia com pico de movimentação foi a primeira segunda-feira (05/01) após a virada de ano em que muitos passageiros retornaram para suas casas. Na ocasião houve 5.746 voos. A menor movimentação nos aeroportos ocorreu no dia 1° de janeiro, com 4.377 movimentos, entre pousos e decolagens.

Pessoas com necessidades especiais participam de colônia de férias na Base de Florianópolis

N

o mês de janeiro, a Base Aérea de Florianópolis (BAFL) recebeu 60 alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) da capital catarinense para a 19ª edição da Colônia de Férias “Voo Livre”. Durante quase três semanas, o grupo participou de atividades com música, dança, jogos e passeios com o objetivo de reforçar os vínculos e subsidiar o processo educativo e de inclusão social. Os participantes ficaram hospedados nos alojamentos e vivenciaram experiências para ampliar o espírito de grupo, solidariedade, cooperação, dignidade e respeito. A Base Aérea também proporciona o apoio médico e logístico para as diversas atividades culturais da programação.

ma aeronave P-3AM da Força Aérea Brasileira realizou em janeiro buscas a um homem perdido no mar a 2.825 km de distância da costa brasileira. O avião cobriu uma área de 888,3 km2 na sexta-feira (16/01) e no sábado (17/01). Nada foi localizado. A missão de busca envolveu também navios mercantes que estavam na região. O pescador teria caído do navio Xiadas Duos, de bandeira hispânica. Com total de 22 horas e 15 minutos de voo, a missão tornou-se um desafio para o

Esquadrão Orungan, de Salvador (BA). O ponto inicial para busca, nas coordenadas 24°45’ Sul e 14°30’ Oeste, está bem no meio do Oceano

Atlântico, entre a África e o Brasil. A distância do local até a costa do Brasil, 2.825 Km, é comparável ao trecho entre Rio de Janeiro e Manaus.

ILUSTRAÇÃO: ESQUADRÃO ORUNGA\N

U

“Todos os fatores tiveram que ser cuidadosamente estudados. Tais como tempo, altitudes de deslocamento e de busca na área, o comportamento da aeronave, os diversos fatores climáticos da região e possíveis alternativas de pouso no continente africano, caso houvesse a necessidade”, explicou o Capitão Aviador Lenilson Fortes de Oliveira. Capaz de realizar voos de longa duração, o P-3AM é a principal aeronave da FAB para missões deste tipo sobre o mar. A frota de aviões opera a partir de Salvador.

FOTO: BAFL

P-3AM busca pescador a 2.825 km da costa brasileira


8

Fevereiro - 2015

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

ACONTECE DA AERONÁUTICA COMANDO

Eficiência na gestão é meta para novo comandante Tenente-Brigadeiro Rossato defende melhora na administração e na estrutura organizacional da FAB

C

om 46 anos de carreira dedicados à Força Aérea Brasileira, o Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, 63 anos, assume o Comando da Aeronáutica ciente das necessidades e virtudes da instituição. “Precisamos de mais eficiência, melhorar a produtividade. A parte operacional está no nível do que tem de melhor no mundo. Talvez não em quantidade, mas em conhecimento”, afirma.

Atento às sugestões (já escreveu sete páginas de ações que podem ajudar a melhorar a instituição), acredita no trabalho em equipe, na determinação, força de vontade e na priorização das atividadesfins da FAB. “Temos que ter confiança e aceitar desafios. Vamos trabalhar, vamos aperfeiçoar”, argumenta. As palavras assertivas sobre caminhos ainda a serem trilhados não são à toa. A traje-

tória profissional deste militar está repleta de exemplos de implantação de projetos ou conceitos e desenvolvimento de novas ideias. Para exemplificar, acompanhou a criação do Esquadrão Centauro (3º/10º GAV), instrução na Força Aérea Paraguaia, a transformação do Esquadrão Joker (2º/5º GAV) em esquadrão de caça, a implantação do Centro Conjunto de Comando de Operações Aéreas no COMDABRA.

“Toda inovação tem riscos. Você tem que brigar por coisas novas”, aponta. O novo comandante destaca a importância da integração entre Marinha, Exército e Aeronáutica. “Se quisermos ter o conceito de Forças Armadas modernas temos que realmente trabalhar com a interoperabilidade. E isso é igual casamento. Temos que saber ouvir, discutir e ceder”, avalia, o oficial-general.

Personalidade é marcada por valores familiares O garoto “miudinho” e tímido do interior do Rio Grande do Sul, que chegou à Barbacena em 1969 com 17 anos, assume agora o posto mais alto na carreira de um oficial-general da Força Aérea Brasileira. Nivaldo Luiz Rossato nasceu em São Gabriel, a Terra dos Marechais, e cresceu em Santa Maria. Apaixonado por aviões e barcos, ironicamente estava


REZENDE / CE C

OMS AER

9

: SGT FOTO

1

4 3 FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER

1. Turma da EPCAR de 1969 se reencontra na Base Aérea de Natal em 2012. / 2. Recebe prêmio na Regata 24h em Brasília. / 3. Taifeiro recebe cumprimentos durante cerimônia no EMAER. / 4. Ao lado da esposa Rosa, com quem é casado há 34 anos. / 5. Cumprimenta soldados durante operação. / 6. Homenagem de graduado padrão.

FOTO: SGTJOHNSON / CECOMSAER

2

FOTO: ACERVO / CECOMSAER

Comandante da Aeronáutica. Ele considerou fácil a prova de português e matemática prestada em Canoas. Semanas depois, recebeu por telegrama o aviso para apresentar-se em Porto Alegre para os exames de saúde. Em seguida, mudou-se para a cidade mineira, onde conheceu amigos que o acompanham até hoje. “Eu era garoto que jogava bola, tomava banho em açude e tímido”, descreve. A vida simples sempre foi agregada a muita determinação e vontade de fazer, características que permanecem arraigadas até hoje, seja no aspecto profissional, pessoal ou no lazer. “Sempre fui determinado. Não voltava atrás. Eu gosto de fazer as coisas. Já construi casa, barco...”, revela. Por isso, foi com surpresa que recebeu a notícia de que faria o voo com 16 aviões em formatura na Academia da Força Aérea. “Eu sempre tive um comportamento humilde. Eles colocavam nessa missão os cadetes que voavam bem”, lembra. Depois veio a indicação para a aviação de caça. A vida operacional não parou mais, assumindo chefias e comandos de unidades da FAB. Da navegação a vela, o esporte predileto, vem os ensinamentos aplicados no dia a dia profissional. “Velejar é um prazer e um grande desafio. Você tem que estar bem com todo mundo da tripulação”, explica.

5 FOTO: SGTJOHNSON / CECOMSAER

longe do mar e dos aviões. “Eu via revistas em quadrinhos de faroeste e na nossa região chegava muita propaganda da Escola de Especialistas de Aeronáutica”, lembra. Terceiro entre oito irmãos, filho de produtores de arroz, traz no sangue a persistência e a coragem dos antepassados, descendentes de italianos que colonizaram o estado gaúcho, para conquistar seus sonhos. “No início de 1900, quando eles [imigrantes italianos] chegaram, viviam sozinhos naquelas linhas. As casas alinhadinhas. Eles se uniram, conseguiram se impor na vida”, acredita. Preza pelos hábitos gaúchos do chimarrão diário e do churrasco aos domingos. De casa, herdou a disciplina, onde café da manhã, almoço e jantar em família eram sagrados. “E ai de quem não estivesse sentado à mesa. Família italiana, sabe como é!”, expressa. A farda chegou à sua vida por meio de um amigo das rodas de futebol de botão. O irmão do amigo estudava em Barbacena. Entre uma conversa e outra, Rossato resolveu se inscrever. O livreto usado na preparação para o concurso, com capa ilustrada por um F-8 Gloster, é guardado até hoje. “Na época, meu pai estava construindo uma casa, onde mora hoje. Eu ficava estudando debaixo de uma árvore nas tardes quentes de verão”, conta o novo

FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

Fevereiro - 2015

6


10

Fevereiro - 2015

GESTÃO

FOTOS: CLBI

CLBI busca certificações de meio ambiente e segurança do trabalho

Projeto Tamar é um dos parceiros do CLBI que estuda o processo de desova das tartarugas marinhas à beira mar

O

Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) recebeu dois importantes prêmios nacionais na área de gestão da qualidade: o Quality 2014, recebido em dezembro, e o Qualidade Brasil 2014, em outubro – distinção entregue pela primeira vez a uma unidade da Força Aérea Brasileira.

De acordo com o Chefe da Seção de Gestão Integrada do Centro, Capitão Eusélio Pereira, os prêmios são resultados dos esforços iniciados em 2006, com o processo que rendeu ao CLBI a certificação ISO 9001 em 2009. O CLBI encampou mudanças nas ações e processos ro-

tineiros do efetivo de mais de 300 servidores militares e civis que foram desde a documentação das atividades até inovações nas missões operacionais mais complexas do Centro – rastreios e lançamentos de engenhos espaciais. “Em um lançamento, por exemplo, a

gestão de qualidade atua desde o briefing inicial, realiza monitoramento como parte da cronologia, e, principalmente, gera a análise crítica da missão e se preocupa em mapear e ajudar a corrigir inconformidades”, explica o Capitão Eusélio. Metas para 2015 Até o final deste ano, o CLBI se prepara para requerer outras duas certificações internacionais: a ISO 14001, ligada à gestão ambiental e a OHSAS 18001, voltada para a área de segurança e saúde ocupacional. Para isso, o CLBI implementou em 2011 um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, onde passou a realizar coleta seletiva de lixo e destinar materiais recicláveis `a cooperativas de catadores do Rio Grande do Norte. O Centro também possui uma parceria científica com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em que pesquisadores desenvol-

vem estudos sobre a fauna e flora dos 1800 hectares de mata atlântica que está sob administração da unidade. Uma das ações mais conhecidas na gestão ambiental é a parceria com o projeto TAMAR, que possui uma de suas bases de monitoramento sediada nas dependências do Centro para estudar a desova das tartarugas marinhas que fazem seus ninhos na praia. Ações voltadas à atenção da segurança e da saúde no trabalho também já foram implementadas, a partir da criação de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Cada setor teve seus riscos de acidentes mapeados e divulgados. Em 2014, foram três, todos eles envolvendo uso de motocicletas no trajeto até o local de trabalho. Também foi criada uma brigada contra-incêndio e realizadas simulações de acidentes em operações de lançamento para treinar as equipes.

O A-29 Super Tucano estava naquela cidade para cumprir a missão de defesa aérea na região de fronteira. “A imagem representa o fim do dia. Todos nós, militares, temos um dia cansativo, fazendo nossos atributos. E ali era justamente para mostrar que a gente trabalha até o último momento do sol, às vezes até à noite, para de manhã cedo voltar a trabalhar”, explica o Sargento Johnson. Com 20 anos de serviço, o Sargento Johnson é especialista em manutenção de aeronaves. Ele trabalhava no

1° Grupo de Defesa Aérea, em Anápolis (GO), e começou sua carreira de fotógrafo registrando os Mirage III. Hoje, serve no Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). “Muitos adoram a Aeronáutica, outros desconhecem, mas quando veem a fotografia começam a se interessar”, conta o militar. Veja e baixe outras imagens produzidas por fotógrafos da FAB:

PRÊMIO

A FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER

Imagem da FAB entre as 25 melhores do mundo

foto de um A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira aparece na lista das 25 melhores imagens do mundo, selecionadas a partir da rede social Flickr. Captada pelo Sargento Johnson Barros, a imagem é a única da América Latina entre as escolhidas em um universo de “centenas de milhões” de imagens postadas em 2014, segundo os administradores da página. Batizada de “Fim de Tarde”, a foto foi realizada no aeroporto de Maringá (PR) durante a Operação Ágata.

flickr.com/portalfab


Fevereiro - 2015

TECNOLOGIA

FOTOS: ITA

Primeiro nanossatélite 100% brasileiro foi lançado ao espaço em janeiro

De jaleco azul, alunos do ITA realizam testes de compatibilidade eletromagnética na câmara anecóica do Laboratório de Integração e Testes do INPE

O

AESP-14 é o primeiro nanossatélite totalmente projetado, produzido e testado com tecnologia nacional. Ele foi lançado ao espaço a partir de Cabo Canaveral, nos EUA, em 10 de janeiro deste ano. O projeto é uma iniciativa de estudantes de graduação, pós-graduação e professores

do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e levou três anos desde sua concepção até o lançamento. O nanossatélite, que também pode ser chamado de cubesat, devido ao seu formato e dimensões, pesa apenas 764g, foi lançado no foguete cargueiro Falcon-9 - que levou 2,5 tone-

ladas de carga para a Estação Espacial Internacional. “Nosso satélite chegou à estação espacial dois dias após o lançamento e vai permanecer lá, na parte japonesa, até abril, quando deve acontecer o segundo estágio do lançamento, em que um braço mecânico vai ejetá-lo e colocá-lo em órbita”, explica o mestrando do ITA Cleber Toss. O projeto, financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), também contou com parcerias com o Instituto Nacional de

Lançamento do nanossatélite foi realizado em janeiro a partir de Cabo Canaveral, nos Estados Unidos.

Pesquisas Espaciais (INPE) e com a Agência Japonesa de Exploração Espacial (JAXA). De acordo com o coordenador do curso de Engenharia Aeroespacial do ITA,

11

professor Pedro Lacava, a parceria com o Japão e o lançamento em dois estágios foram úteis para a missão pedagógica do projeto, pois diferentes testes e estudos precisaram ser feitos para comprovar que o nanossatélite era seguro. “Além de profissionais na área de satélites, que ainda é muito nova no Brasil, a turma 14 – que dá nome ao projeto, pôde se envolver em todas as etapas do desenvolvimento de um sistema, desde o modelo de engenharia, passando pela qualificação e chegando ao voo”, explica o professor. O AESP-14 foi concebido para ter uma missão científica no espaço: levar acoplado um equipamento que é capaz de medir bolhas na ionosfera. O dispositivo não foi usado neste primeiro lançamento. O satélite também vai testar o envio de mensagens para radioamadores. Atualmente, no Brasil, há diversos projetos integradores de nanossatélites, o diferencial do AESP-14, do ITA, é seu caráter desenvolvedor. “Ele é um demonstrador de tecnologia, é prova de que podemos desenvolver um produto usando apenas tecnologia, componentes, mão de obra e estrutura laboratorial brasileira”, analisa o professor Lacava.

Produto com fins pedagógicos foi 100% desenvolvido no Brasil


12

Fevereiro - 2015

ESCOLAS AFA prepara novos instrutores de voo

Os futuros cadetes da AFA, que ingressaram por meio do exame de admissão, realizaram a matrícula em 15 de janeiro. Eles se instalaram nos alojamentos e deram início ao contato com a rotina militar. No dia 21 de janeiro, juntaram-se ao grupo os alunos vindos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR). Em fevereiro, ao receberem as platinas, eles deixam de ser chamados de estagiários para serem considerados Cadetes do 1º Esquadrão do Corpo de Cadetes da Aeronáutica.

Os 118 Aspirantes a Oficial iniciaram em janeiro o Programa de Especialização Operacional (PESOP) da Primeira Força Aérea, unidade responsável pela especialização dos aviadores da Força Aérea Brasileira, em Natal (RN). Nas primeiras nove semanas, eles realizam o Curso de Tática Aérea, que apresenta o emprego das unidades aéreas. Após este período, os aspirantes cumprirão Estágio Funcional e o Curso de Especialização Operacional nas aviações de Asas Rotativas, Caça, Patrulha e Transporte.

Pareorenatum occi int. Ra rei intiam inprium stuus inc furorem, que

Futuros sargentos A Escola de Especialistas da Aeronáuti ca (EEAR), localizada em Guaratinguetá (SP), recebeu em janeiro 611 jovens que farão parte do Curso de Formação de Sargentos (CFS), do Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento (EAGS) e do Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento – Modalidade Especial (EAGS-ME).

FOTO: I FAE

treinamento primário com o T-25, no 2º EIA e o básico com o T-27, no 1º EIA. Ao todo, cada instrutor realiza aproximadamente 300 horas de instrução de voo por ano. No mesmo curso, aqueles que já são instrutores de voo ministram as instruções aos novos ou realizam elevação operacional, como tornar-se líder de esquadrilha ou de elemento. “Todos que já foram um dia cadetes e se formaram têm a oportunidade de retornar à AFA e de ser instrutor para a nova geração de militares. O curso é fundamental para que todos sigam os mesmos padrões de instrução e de avaliação”, explica o Capitão-Aviador Alberto Faria dos Santos, instrutor de voo na AFA desde 2010.

FOTO: EEAR

ara compor o quadro de 125 instrutores de voo do 1º e 2º Esquadrões de Instrução Aérea (EIA), 32 novos oficiais aviadores se apresentaram à Academia da Força Aérea esse ano e realizam o Curso de Preparação de Instrutores de Voo (CPIV). Em três semanas de curso e aproximadamente 20 horas de voo cada, os novos instrutores conhecem os processos de padronização de instrução e avaliação do cadete, com o objetivo de melhorar a eficiência da avaliação e dirimir a sua subjetividade. Todos os instrutores, que já foram cadetes, são responsáveis pela formação de voo dos cadetes aviadores do segundo e quarto ano, período em que realizam, respectivamente, o

Especialização em Natal

FOTO: CECOMSAER

P

Novos cadetes


Fevereiro - 2015

13

ESPORTE É SAÚDE

Evite lesões com a corrida Especialistas recomendam atenção com tênis e respeito aos limites do próprio corpo

O

expediente começa às sete da manhã. Mas às 5h40 a Tenente Isabel Ohata já está no Sexto Comando Aéreo Regional (VI COMAR), em Brasília, para dar os primeiros passos de sua corrida diária. O prazer pela prática de esportes iniciou na infância, incentivada pelos pais. Hoje, a nutricionista e ex-atleta de triatlon corre para manter hábitos saudáveis. “Ao invés de ir ao hospital vou aos treinos. Meu medicamento é o exercício”, revela a militar colecionadora de medalhas. Considerado um esporte democrático, a corrida conquista adeptos pelo baixo custo e benefícios à

Rua ou esteira? Dez minutos de caminhada, trote ou exercício de coordenação devem ser feitos antes da corrida. Para um melhor desempenho, a educadora física, Tenente Patrícia de Jesus de Souza Silva, aconselha também exercícios de fortalecimento. “A prática da musculação é fundamental para o desenvolvimento do corredor, permitindo uma boa manutenção da sua estrutura neuro-

saúde. Porém, não basta apenas colocar um tênis e sair

correndo. “Antes de praticar qualquer esporte deve-se fazer uma avaliação médica. Isso reduz muito os riscos de lesões”, alerta o ortopedista Tenente-Coronel Maurício Ribeiro Braga. Respeitando esta orientação, não há contraindicações para a corrida. O uso de tênis adequado é importante, pois absorve o impacto nas articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos. Respeitar o limite do próprio corpo também faz parte do treino. “Se durante a corrida sentir arrepios, fadiga, tontura ou palpitação, pare e busque ajuda. Ao sentir dor muscular, interrompa a atividade, aplique gelo no local e procure seu médico”, indica.

muscular e evitando lesões”. A professora recomenda atenção especial aos alongamentos. “O momento mais importante para o alongamento é no pós-treino, fase em que o exercício ajuda a relaxar e a recuperar a musculatura”. Os corredores podem optar pela atividade na rua ou na esteira. Os benefícios para o corpo são semelhantes nos dois casos, mas existem sim prós e contras. Na esteira há maior comodidade, segurança, menos impacto e influ-

ência dos fatores externos como vento e desníveis no solo. A rua permite maior gasto calórico e funciona como uma terapia ao ar livre, mas tem alto impacto. O rendimento e resultados da corrida dependerão da frequência dos treinos e do biotipo de cada pessoa. “Quando se fala de gasto calórico, em qualquer atividade, deve-se levar em conta fatores como idade, peso corporal, estatura e nível de condicionamento”, completa.

Até três horas antes da corrida é recomendada a ingestão de carboidratos, encontrados em pães e massas integrais, que darão a energia necessária à atividade. Pouco antes de correr, a nutricionista Tenente Rafaela de Oliveira sugere alimentos mais leves e em pouca quantidade, como frutas secas e sucos de melancia e melão. “Para evitar desconfortos intestinais não consuma fibras, grãos, proteínas e alimentos gordurosos próximo da corrida”, explica. Se a corrida durar mais de uma hora é necessário le-

var um sache de mel ou carboidrato. A doutora em nutrição ressalta ainda que após o treino a alimentação deve ser mais completa. Com relação à hidratação, uma hora antes da atividade o corredor deve beber entre 400 e 600 ml de água. Durante o exercício é preciso ingerir pelo menos 150 ml a cada 15 ou 20 minutos. Para as corridas de longa duração, as bebidas isotônicas são bem vindas, com moderação. “Uma das dicas mais importantes é não correr em jejum e nem esperar sentir sede para se hidratar”, revela a nutricionista.

Como escolher um tênis?

A escolha errada do tênis pode causar unha encravada e até fraturas. O ortopedista orienta sobre a necessidade de identificar o tipo de pisada - supinada, pronada ou neutra. A baropodometria é o exame que mede a pressão na planta dos pés, tanto em posição estática quanto dinâmica. O médico recomenda comprar os tênis no fim do dia. “Neste horário os pés estão mais inchados. Prove os dois tênis e caminhe”, explica. Ele também indica comprar um número maior da medida habitual. O comprimento do pé aumenta de 4 a 8 mm na fase de apoio durante caminhadas e corridas. SGT BATISTA / CECOMSAER

SGT BATISTA / CECOMSAER

Alimentação e hidratação


14

Fevereiro - 2015

MÍDIAS SOCIAIS

O

Compartilhar material pode expor usuário desnecessariamente

s internautas brasileiros são ávidos compartilhadores. Segundo um estudo da agência de comunicação Ogivily, o Brasil é o 3º país que mais compartilha conteúdo nas redes sociais. O dado indica alto potencial de socialização e presença digital dos brasileiros. Porém, preocupa em relação à segurança e credibilidade da informação. “Na era do compartilhamento, os usuários repassam conteúdo imediatamente, sem questionar a fonte e a credibilidade da mensagem”, explica a Tenente Relações Públicas Mariana Vizza. Essa atitude pode prejudicar o próprio usuário, sob

o risco de propagar informações erradas, divulgar dados pessoais próprios ou de outros e até expor-se a possíveis ameaças e ataques de vírus maliciosos. Para evitar ser vítima de golpes cibernéticos ou situações constrangedoras, atente-se para o grau de informações disponibilizadas nas redes de relacionamentos e as ferramentas que você usa. Partilhar uma foto por whatsapp, por exemplo, é algo simples, mas que pode comprometer o usuário. Lembre-se que ao compartilhar ou publicar uma informação, mesmo em um grupo pequeno, ela torna-

-se pública imediatamente e tem potencial para ser disseminada no meio digital, independente de autorização do emissor.

Esse mesmo processo vale para quaisquer redes como facebook, instagram e até e-mail. Por isso, se estiver na dúvida quanto a disponibi-

lizar ou postar algo na internet, pergunte-se: “Esse dado pode comprometer a mim ou a outras pessoas ao ser publicado?”. O questionamento nos ajuda a manter uma vida digital saudável e livre para explorar o que há de melhor na rede mundial de computadores. O mundo virtual pode influenciar muito a sua vida real. Evite dores de cabeça: - Proteja suas informações pessoais: não divulgue datas e instituições pelas quais já estudou ou trabalhou; - Nunca acesse a rede social de dispositivos desconhecidos ou públicos. Os

equipamentos podem conter softwares maliciosos; - Crie senhas diferenciadas e atualize-as com frequência. Compartilhe conteúdos relevantes sobre assuntos que te interessam; - Compartilhe arquivos que você saiba a procedência sem comprometer você ou outros usuários; Consulte o termo de uso de mídias sociais da FAB:


Fevereiro - 2015

15

ENTRETENIMENTO ENTRETENIMENTO

A campanha institucional da FAB para 2015 tem como tema os projetos estratégicos. Em negrito, os nomes de alguns dos projetos para você localizar abaixo: 1. PESE / 2. MONITORAMENTO ESPACIAL / 3. SENSORIAMENTO REMOTO / 4. ATIVIDADES ESPACIAIS/ 5. PROPULSÃO / 6. LINK BR / 7. AERONAVE REMOTAMENTE PILOTADA / 8 . MÍSSIL TÁTICO / 9. A-DARTER / 10. ARTILHARIA ANTIAÉREA / 11. ARMAMENTO INTELIGENTE / 12. CAÇA MULTIPLO EMPREGO / 13. CARGUEIRO / 14. MODERNIZAÇÃO / 15. RADAR.

Resposta da Edição anterior

Jogo dos seis erros FOTO: SGT / REZENDE / AGÊNCIA FORÇA AÉREA

Caça palavras


CONSTRUINDO

O FUTURO Projetos Estratégicos da FAB

Além de atualizar a frota de helicópteros das Forças Armadas, o projeto H-XBR do Ministério da Defesa fomenta a indústria nacional, permite desenvolvimento e capacitação tecnológica de recursos humanos. Na Força Aérea Brasileira, a aeronave chamada de H-36 Caracal é empregada pelo Esquadrão Falcão (1º/8º GAV), em Belém (PA), desde 2011. As seis unidades entregues também atuam em missões de ajuda humanitária na região amazônica.

FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.