Poeta em Queda: Fogos, Mares e Marias

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POEMAS: LIVRO UM

POETA

EM QUEDA

edição do autor


Poeta em Queda, livro 1: Fogos, Mares e Marias. Sorocaba-SP; São Carlos-SP: Edição do autor, 2015.

Poemas, projeto gráfico, desenhos: Pedro Alberto (Poeta em Queda) Texto e poema de contracapa: Caique Renan Apoio Cultural: Tintas Pig (http://www.tintaspig.com.br/) Tintas Tech Paint (http://www.techpaint.com.br/)

SITE https://poetaemqueda.com FACEBOOK https://www.facebook.com/poetaemqueda INSTAGRAM http://instagram.com/pedroemqueda ASK FM http://ask.fm/poetaemqueda E-MAIL poetaemqueda@gmail.com

O trabalho “Fogos, Mares e Marias” de Pedro Alberto Ribeiro Pinto está licenciado com uma Licença Creative Commons. Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.


Para meus pais, pelo apoio incondicional; Para meus amigos e minhas amigas, por todo seu amor; Para todos os coraçþes que pulsam a vida ou que um dia jå brilharam na Terra, por carregarem o peso de serem humanos.



e Apresentação

“Você precisa usar um nome artístico”. Foi isso que o João Maresia (Incesto Andar, ex-JJ the Wave) me disse quando marcamos uma apresentação no Asteroid em Sorocaba, lá pelo final de 2013, começo de 2014. Desde então o Poeta em Queda se colou à minha pele e tem me proporcionado experiências que nunca esperei ter com poesia, como passar quase a madrugada toda acordado para declamar em Votorantim num festival de música às 9 da manhã ou declamar um poema no meio de uma roda de pagode na USP em São Paulo (como diria o Rodrigo: esse dia foi louco). Este livro é um reflexo de tudo o que aconteceu nesse período, sem dúvidas; mas é, sobretudo, um pedaço de mim que arremesso do meu peito ao encontro do coração de cada um de vocês. Este livro são horas intermináveis diante do papel fazendo-o sofrer com meus versos rabiscados numa letra de mão torta, são mais horas intermináveis selecionando quais poemas eram bons o suficiente para serem declamados pelo mundo e posteriormente incluídos nestas páginas, horas e horas desenhando cada uma das ilustrações com nanquim e marcadores permanentes. Este livro é por tudo que já me aconteceu, mas é principalmente por todos vocês. É o que tenho para oferece-los, e o que tenho para oferece-los é a minha própria voz. Estas páginas são por todos que no fundo do coração carregam uma coragem de acreditar que nós somos muito maiores do que nos fazem acreditar. Estes versos carregam a minha existência. Espero que você os carregue com a sua. - Pedro Alberto, o Poeta em Queda.





Senhoras e senhores, estrelando o meu poema, brilhante em sua carreira cadente, acende-se na noite o beijo da estrela.



e Sendo Como um Oceano

Eu sou como um oceano que molda a si mesmo para poder moldar as rochas, e que em tempos difíceis chove sobre seu próprio corpo para poder afastar a solidão. Deixo que desaguem em mim todos os rios que me completam, mas que pesquem em minhas águas somente os seres que nutrem um amor imensurável à vida, em todas as suas cores e movimentos. Deixo que se ergam em mim apenas as montanhas que realmente sonham em tocar as estrelas, sem ferir as casas dos meus peixes e sem ignorar as nuvens dos meus pássaros. Eu sou como um oceano, mas eu quero ligar os países, não separá-los; eu quero salvar os navios, não afundá-los; eu quero ser doce e gentil, não salgado; eu quero ser profundo, mas não inacessível. Pois eu sou como um oceano, mas antes sou humano.


Nós humanos somos gotas caindo em direção ao céu, somos nuvens que enroscam suas raízes na terra. Nós somos um único coração que pulsa e que grita palavras encantadas.

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e Copo d’Alma

Quando o copo d’alma parecer se esvaziar encontraremos corações amigos para nos preencher de paz e de carinho. Quando o copo d’alma parecer se quebrar, descobriremos artesãos hábeis nas artes da compreensão, nas artes da amizade, nas artes da vida. E quando o copo finalmente estiver para transbordar, quando o nada inefável e o tudo inapreensível estiverem à disposição de nossas gargantas sedentas, beberemos em goles silenciosos a passagem dos anos. Essa passagem que é sempre corrente, sempre ligeira, sempre uma estranha. Uma desconhecida que se aproxima e encosta as mãos em nossos ombros sem se importar com a privacidade dos nossos ossos humanos. Um copo d’alma, uma garrafa de amor,


um estoque de existência, e logo não restará nada que não seja plenamente emocional e humano.

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e Conflitos

Hoje a queda não será apenas minha. Hoje esmagarei anjos com minhas próprias mãos, pisarei em demônios com meus próprios pés, engolirei deuses em ritos canibais e me jogarei numa pilha de folhas ateístas, celebrando a nada a ninguém a nenhuma divindade a nenhuma imagem a nenhuma suposta força alheia ao meu corpo e à minha vontade individual. Hoje derrubarei o reino dos céus para que amanhã se rompam os reinos na Terra, para que nada nem ninguém seja colocado em um trono, nem mesmo aqueles com quem eu concordo e aqueles em que eu me apoio - ninguém é digno de poder, uma vez que o próprio poder jamais esteve preocupado com dignidade. Meus olhos descrentes apenas veem seres humanos e outros tantos seres; meus olhos descrentes apenas veem histórias de pessoas comuns: histórias nada sagradas, embora belas; histórias nada demoníacas, embora terríveis;


apenas histórias de indivíduos se relacionando com outros indivíduos, vivos ou mortos, presentes ou passados, corpóreos ou materializados nos diversos símbolos humanos. Hoje a queda não será apenas minha, mas também de todos os gigantes. Derrubados do alto de suas fortalezas, reis e governantes não são diferentes de ninguém. Exceto pelo brilho nos olhos. Os olhos do poder sempre me pareceram desesperadamente opacos e superficiais.

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e Bebidas e Silêncios

Onde estarão vocês quando os tigres chegarem? Quando tudo no mundo estiver feito, em que chão estarão pisando? Terão deixado os melhores planos pra amanhã, Findando sem jamais colher os seus potenciais? Terão amado os seus semelhantes ou terão aprendido que todas as semelhanças são, na verdade, apenas coincidências momentâneas? Onde estarão vocês? Onde estão vocês, agora? Será que descansam em suas casas, esperando o amanhecer chegar para ir enriquecer os bolsos alheios e lutar para não morrer? Será que choram o suicídio de um amigo, esperando nunca encontrar a família dele e ter de inventar desculpas para justificar a sua ausência no funeral, assim como eu fiz? Talvez apenas tenham os olhos fechados e os pulmões respirando, sentindo a vida pulsar como uma substância constituinte do seu ser. Talvez, como eu, bebam um copo de vinho e escrevam versos arrastados,


sem a pretensão de escrever como antes (até os 18 anos, qualquer criança que escreve pode ser chamada de prodígio). O que teremos feito quando o mundo estiver pronto? É isso o que eu me pergunto. A vida, lá fora da janela, não pergunta nada. A vida apenas é, e sendo, ela me ensina que às vezes a melhor resposta é a própria pergunta. Eu me calo.

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e Respiro em Sufoco

O vento se faz num movimento de entrada e se volta para o mundo numa rajada de sons articulados, os pulmões abertos e sufocados pela história dos medos. O medo de falar em público e o medo de despir-se podem ser o medo de se ver falando sobre si ou o medo de ser visto por outros olhos - por isso nos fechamos em nós, por isso nos jogamos em nossas quedas, por isso deixamos que atuem os impulsos e arrepios do corpo. Pisamos em chãos desconhecidos ora com o terrível desconforto de não sabermos aonde vamos, ora com a certeza de que não importa aonde chegaremos desde que sejamos as fronteiras que cruzamos e que a cada passo andado nos tornemos os caminhos que nos são dados. Respiramos em meio ao sufoco ao ouvirmos também outras respirações: respira o meu coração de artérias vítreas, respira o meu céu de nuvens animalescas, respira o meu cabelo com pontas que são exatamente como deveriam ser, e então eu sou o respirar do teu coração


eu sou o respirar do teu céu eu sou o respirar do teu cabelo. E se tudo foi feito para ser destruído e todos os momentos foram feitos para serem passado, os outros não precisam acreditar em nós para que eu seja você me olhando por olhos e introspecção e você seja eu com dores na garganta e curativos na alma. Eu, que também sou você, respiro em sufoco. Eu, que também sou você, danço em ausências de movimento. Eu, que também sou você, beijo em incertezas e sou incerto de toda essa desconfiança que aprendemos a ter das pessoas no mundo. Eu, que também sou você, respiro em sufoco, mas suspiro sobre o mundo o vento da coragem sem jamais me entregar às verdades absolutas e sem jamais acreditar que eu exista longe dos corações de todos aqueles que também sou eu.

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e Sobrenome Zapata

Todos carregamos no nome algum traço de resistência humana, algo que nos coloca em contato com o chão em que pisamos e com aqueles com que compartilhamos parte da História. Entretanto, alguns carregam em seu nome as resistências da vida, da terra e dos povos longínquos - não que estes sejam apenas memória, mas porque mesmo em seus descendentes vemos os traços de suas relações com o mundo e seus preenchimentos. E se os olhos são a janela da alma, são também a janela do passado, do presente e de tudo que há por vir, um delinear do tempo deixado para trás pelas tradições do sangue, do trabalho e da espiritualidade manifestada nos piscares de olhos. Tradições dispostas na energia com que alguns de nós sorriem como maior forma de lutar a guerra, na energia com que alguns de nós fazem amor como a maior forma de ser o próprio amor.


Os cabelos, dispostos sobre os ombros, remetem ao próprio sol deitado nas cordilheiras em que todo um povo clama para viver de modo digno e respira nuvens nuas de esperança insurgente ao mesmo tempo em que o corpo dança sereno pela noite. Todos carregamos no nome algum traço de resistência humana, mas nem todos se lembram que dia após dia somos carregados pelo mundo até o dia em que gritamos “Basta”.

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e Cores

Os versos que escrevi mudam de cor, levados pelo vento a soprar - antes o fogo, agora a noite. E pode ser que meus versos se repitam, embora seus cabelos tenha mudado de estação como mudam de estação todas as flores, pois você ainda é como o fogo que arde dentro de mim, ainda que seja também a chuva, a companhia cigana a se deitar na grama, a caravana a me levar para um universo que só nós dois podemos habitar. Como dançam as chamas, dançaremos também nós dois, unindo o meu ser ao teu a noite ao dia as estrelas às outras estrelas que existem entre cada passo que damos um em direção ao outro. Você é vermelha. Vermelha como o sol que se derrama e se derrete nas minhas pupilas. Você é amarela. Amarela como a lua que brilha e abençoa cada um dos meus versos.


Você é azul. Azul como o céu em que eu deposito todas as minhas esperanças para que o amanhã seja ainda um dia ainda mais bonito do que hoje. Você é colorida. Colorida como os dias que passamos pelas ruas e pelas praças, tentando entender aquele sentimento que tínhamos um pelo outro, aquele sentimento que por mim só aumentaria a cada por do sol. Você é colorida. Tão colorida que pintou a minha alma com a cor da paixão.

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e Raízes Bruxas

No coração da noite eu aprendi a fincar as minhas raízes. Não que as trevas me atraiam mais do que me atraem os dias, mas porque na noite todos os seres se demonstram vivos, todas as pessoas se demonstram somente pessoas, que não discutem e nem trabalham. Poruqe na noite a maioria de nós apenas se entrega ao sono, como muitos dos animais dos quais gostamos tanto de nos diferenciar. Eu tardo a dormir: olhando para o céu, eu penso em como nossa sociedade se afastou das estrelas a ponto de esquecer os seus nomes e não saber mais diferenciá-las. (Imagino se em algum lugar distante do universo as estrelas olham para nós


e dão um nome diferente para cada pessoa, um nome diferente para cada constelação humana). No coração da noite eu aprendi a fincar as minhas raízes. No coração da noite eu estreito meus laços com a natureza e faço de minhas raízes raízes bruxas, que regam a si mesmas com o líquido do tempo, que deixa de passar quando meu corpo se aproxima de outro. Olho para o mundo e sorrio: meu coração, explodindo como uma granada, faz com que minhas raízes se entrelacem por cima da cidade. E então, eu vejo. Eu vejo mulheres levantarem fogueiras e colocarem em chamas o patriarcado. Eu vejo homens se calarem e entenderem que seu ódio pode ser abandonado. Eu vejo os outros animais se libertarem da cultura de morte erguida pela mão humana.


Eu vejo crianças ensinando a amar e adultos aprendendo a entregar-se. Eu vejo os governantes admitirem a si mesmos a sua sede pelo poder e as pessoas admitirem a coragem de viver a protopia. No coração da noite eu olho para o chão molhado e eu sinto ervas daninhas nascerem por cima do concreto, eu sinto amantes nascerem debaixo dos tecidos do cosmos, eu sinto raízes de transformação nascerem dentro de nós.

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e Navegar o Mundo

Quando em minha mente me deixo vestir-me de poeta e alcanço a casa nas árvores em que me imagino escrever, deixo de ouvir qualquer outra voz e deixo de ver qualquer rosto humano. Mas a verdade é que eu quero te ver, eu quero olhar nos teus belos olhos e dizer que estou tentando, os céus sabem que estou tentando realmente, tentando como nunca tentei nesta minha existência liberta. É que estou farto da liberdade, farto de ser um corajoso solitário. Eu quero que deixem de sair de mim os versos, quero parar de criar imagens de mim mesmo, quero deixar de me preocupar com a eternidade das coisas e com a “essência do ser humano”, da qual pareço me afastar ao preferir este pequeno espaço que é o meu peito aos lugares do cotidiano. Que o cotidiano, então, se imponha. Que em minha frente estejam não mais os versos narcísicos que minhas mãos rabiscam,


mas outras mãos mais quentes e paisagens caseiras e ignoradas, que não escondem seus encantos e que negam qualquer tentativa de parecer algo profundo. Eu quero trocar a coragem que carrego na minha poesia pela coragem do dia a dia, essa a coragem que não se envergonha de nada porque sabe que tudo é natural e está contido na vida. E mesmo sem saber dos meus desejos, como num clichê, a chuva cai. Mas dessa vez ela não me encontrará sendo como um oceano; eu não serei a terra que é pisada. Eu sou apenas um homem comum tentando viver tudo o que perdeu nos últimos anos e tentando aceitar os fatos de que a chuva nem sempre será poética e nós nem sempre caberemos em estrofes apertadas.

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e Por Cima das Palavras dos Sábios

I. Soam as palavras pelo vento... cantam para quem? soam tortas, soam música soam como passos das raposas, dos gatos, das gaivotas atraídas pelo mar. Ouço eu me chamar lá fora, do lado da macieira que se estende como um braço a segurar o terço da virgem. Soam as palavras pelo vento... a quem dirigem as palavras? a rosa fincada no meu coração grita, a lança de palavras voa e se debate contra a tortura da tediosa realidade. E se as palavras não te tocarem o coração tão profundamente, por que não apenas respiras, como eu? II. Respira também o cachorro nessa noite sem fim que chamo vida; os olhos brilham da cor da lua, que chora.


Veja a velha macieira: não mais ela é um braço, mas uma procissão, um safári de mãos que se erguem a segurar as corujas que observam o passar de horas e minutos. Colho um fruto dos galhos, deliciando-me com o sabor de estrelas que se deposita no céu de minha boca. III. Vento do norte a soprar - mover de moinhos. IV. Toco a gaita e o violão - não seu coração. V. Ainda resta água a correr por debaixo da ponte. VI. A fumaça do cachimbo me acompanha: noite dos coiotes.


VII. A cortina dos olhos se fecham à plateia de vagalumes. VIII. Talvez seja desespero o que me leva a rezar. Ou fé. IX. “Querido Deus, sei que não parece, mas esta é uma oração, não um lamento, e nem mesmo gratidão, apenas sussurros e conversas. Estou sentado à beira do mundo a observar a criação: das luzes dos vagalumes às colmeias das abelhas e até mesmo os barcos de papel. Vejo as estradas que ligam os diferentes mundos dentro do nosso e os aviões que cortam vosso céu como trovões e tornados. Não vejo, porém, meu caro Deus, as faces de meus filhos, o sorriso de minha esposa.


Se hão caído na terra, meu Deus, se hão caído de fome. Se hão caído sem o pão e sem o vosso trigo, se hão caído pela peste. Querido Deus, sei que não parece, mas esta é uma oração, e também um pedido. Por aqueles que se perdem nas ruas sem ter o que comer e beber, por aqueles que o governo se nega a ajudar mas que as garras dos impostos visitam todos os dias antes da hora do almoço, que deixou de existir. Pelos trabalhadores da madrugada e pelas mulheres que vendem seus corpos para homens solitários como eu. Pelos pescadores que não aprenderam a navegar. Porque nos falta pão, e nos sobra a loucura e a doença e a desconfiança.


Porque nos falta na carteira aquilo que nos roubam. Porque nos falta na mesa até mesmo o pedaço de um velho bolo de fubá.

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e Cemitério de Elefantes

Às vezes eu penso que vocês me enxergam como um cemitério de elefantes para onde enviam seus velhos sentimentos para deitar e se deixar morrer, sem se preocupar em explorar as outras partes dessas terras ou em sentir a textura das rosas enquanto seus sentimentos ainda são jovens e incapazes de causar qualquer dano. E eu mesmo às vezes me pergunto se eu não sou nada mais do que uma praia onde as mensagens dentro da garrafa são abandonadas para toda a eternidade, mas talvez eu seja a maré que não pode controlar a sua natureza e sempre acaba por engolir tudo o que encontra pela frente, tudo o que caminha olhando para o céu e se esquece que a realidade também é feita com poeiras. Em silêncio, sem razão: não sou o vento. nem sou a embarcação. Em verdade, sem valor: eu tenho medo, eu tenho pavor.


Eu tenho medo de que algum dia eu me torne um velho náufrago que em sua falta de humildade se perdeu nele mesmo e agora repete as mesmas canções para não enloquecer o mesmo dó ré mi fá infinitas vezes o mesmo sol lá si dó desafinado como cordas vocais corroídas por sonhos que não se concretizaram. E eu sei que o que a gente fala não pode competir com os prazeres do álcool e eu sei que o que a gente faz nunca vai ser mais valorizado do que a maconha, mas todos nós somos grandes continentes se você olhar com os olhos certos. Todo nosso futuro é incerto, e se for preciso continuar assim eu não me importo em ser o cemitério eu não me importo em ser sua última tentativa, mas não sou eu que vou deixar de tentar viver como se eu fosse um jardim cheio de vida, não sou sou eu que vou destruir as bases das pontes que nós começamos a construir. Porque todos nós somos grandes continentes, mas eu quero que você olhe nos meus olhos e me diga agora de que foi que adiantou se tornar um monte de chão sem ninguém a te habitar.

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e Claustrofobia

Mares e Marias, a maioria sem dormir... Toda noite sonhos, cidades inteiras construídas com areia da praia in-deserta. Incerta a ave voa – tatuagem, dezoito vidas na mão jovem. Juventude passa rápido, passa sempre sem saber onde vai dar. Haicais e outros poemas guiam a viagem – não há guias onde segurar. Segurança jamais declamou versos versos jamais foram proclamados repúblicas publicam livros puritanos e na margem gente se afoga a estrofe se afoba ...



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A I B O Claustrofobia F O R CLAUSTROFOBIA T S a i U b o f o r t A s u a l C L C cla

us

tro

fo b

ia

bia

u

ofo str

cla

cola na rabeira

a ira



Fogos, Mares e Marias: a maioria dorme muito quando ĂŠ hora de acordar pra vida.




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Poeta em Queda é o nome de palco de Pedro Alberto, artista nascido em Sorocaba - SP e que desde meados de 2013 tem se apresentado pela região, seja sozinho, seja acompanhado por músicos como Ananda Jacques, João Maresia e outros nomes da cena sorocabana. É também o responsável pela organização dos Encontros Poéticos, eventos itinerantes que possuem o objetivo de fortalecer a cena poética das cidades em que são realizados. (Fotografia por Vinicius Nogueira, 2015)





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