13.ª edição da Plural&Singular

Page 74

DESPORTO

Há 50 anos a ‘dar’ Judo a TODOS O tatami do Clube de Judo do Porto tem judo para TODOS! Com 50 anos de existência esta coletividade portuense leva ao tapete crianças, jovens, judocas com deficiência e atletas mais ou menos experientes sempre com a convicção de que esta é uma modalidade inclusiva que preserva as raízes e pensamentos de uma arte marcial japonesa que também é desporto olímpico ou simples descomprometido exercício físico regular Texto: Paula Fernandes Teixeira Fotos: Clube de Judo do Porto

O Clube de Judo do Porto (CJP) celebrou em abril meio século de história. São 50 anos a promover a prática de judo entre homens e mulheres, novos e velhos e pessoas com ou sem deficiência e sempre no coração da cidade Invicta. O Mestre João Fernandes, cego total, e Tânia Sousa, com apenas 33% de visão, são dois dos judocas da ‘Seleção’ CJP que rejeitam ter um “tratamento especial” por terem deficiência visual. Ambos lembram que o judo é um desporto “muito sensorial”, logo os judocas cegos ou com baixa visão até estão em vantagem nesse aspeto. Mas existe alguma diferença? A “pega” – explicaram à Plural&Singular. Resumindo: começam agarrados de modo a terem um ponto de referência, um ponto de contacto. “É possível integrar uma aula normal. A única diferença é essa, a pega. Depois da pega não existem diferenças técnicas. Quando há separação, quem está em combate com um cego aproxima-se para continuar a lutar. Se durante o combate começarem a sair do tapete, quem está a lutar com o cego avisa. Nada mais. É necessário perceber, intuir a forma como o judoca se desloca, daí que em relação aos cegos, este seja um desporto completamente inteligível”, descreveu o Mestre João Fernandes. 74


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.