Plurale em revista, edição 54

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AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE w w w. p l u r a l e . c o m . b r

A MAGIA DA ILHA DE PÁSCOA ARTIGOS INÉDITOS ENERGIA, VOLUNTARIADO E CASE SUSTENTÁVEL ORQUÍDEA – SERRA DA BOCAINA (RJ) - POR LUCIANA TANCREDO

ano nove | nº 54 | novembro / dezembro 2016 R$ 10,00


um a iniciativa

ap resentad a p or

U M A J O R N A DA P E L A I G UA LDA D E D E G Ê N E RO

O Grupo Boticário acredita na equidade de gênero. Para produzir este projeto, mais de 20 mil pessoas foram ouvidas em todo o Brasil, numa pesquisa inédita. Assista ao documentário “Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero” no site www.grupoboticario.com.br.



HISTÓRIAS PELO MUNDO

Contexto

16.

ARTIGOS INÉDITOS:

Giuliana Preziosi, Luiz Fernando Bello e Luiz Antônio Gaulia NÍCIA RIBAS

34.

26.

Enel inaugura Complexo Hidrelétrico de Apiacás,

praticando a sustentabilidade,

Ensaio de flores,

DIVULGAÇÃO

por Luciana Tancredo

Bazar ético

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46.

A magia da Ilha de Páscoa, por

Nícia Ribas

BRUNO BAKETA/ DIVULGAÇÃO

Voluntários em Orlando, por Virgínia Silveira e Leda Alvim

52 Bioart, maquiagem natural

58 Bem-estar, por Lou Fernandes

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30.

PLURALE EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2016

Case sustentável – Projeto Grael completa 18 anos, Por Sônia Araripe


E ditorial

Repórteres em ação: Nícia Ribas esteve na Ilha de Páscoa e conta a magia do local; Sônia Araripe em Alta Floresta e Virgínia Silveira atuando como voluntária com cachorros em Orlando (EUA)

Ilha de Páscoa, artigos inéditos, Amazônia, case sustentável e muito mais Por Sônia Araripe, Editora de Plurale

Nesta Edição tão especial, ainda na comemoração de nossos nove anos de trajetória, trazemos artigos inéditos de Giuliana Preziosi, Luiz Antônio Gaulia e Luiz Fernando Bello. Estive no norte do Mato Grosso, na Amazônia, conferindo a inauguração do Complexo de Apiacás e a preocupação com a sustentabilidade. Trazemos também a incrível história do Projeto Grael, que, há 18 anos, transforma vidas em Niterói. Nícia Ribas esteve na Ilha de Páscoa e conta a magia do lugar. De Orlando (EUA), Virgínia Silveira e sua filha, Leda Alvim, relatam a ação

de voluntários incansáveis. Sempre antenada com o que há de novidade em termos de bem-estar, Lou Fernandes Prem Indira revela técnica incrível de relaxamento. Isabel Capaverde apresenta novos documentários na sua Coluna Cinema Verde e Isabella Araripe assina a coluna Ecoturismo. Há vários motivos para tentarmos esquecer este ano de 2016. Para começar, o cenário econômico adverso, depois várias tragédias, culminando com a queda do avião da Chapecoense, levando também vários colegas jornalistas. Não foi fácil, mas há também alguns bons momentos para serem lembrados.

Por isso, resolvemos marcar este ano com flores da sempre poética Luciana Tancredo: diferentes espécies de variados biomas, formatos e cores, que selecionamos para deixar uma mensagem de harmonia para todos. Que 2017 nos traga dias ainda melhores, saúde e força para encararmos os desafios. Em recente evento, ouvi a interessante palestra motivacional do ex-jogador de vôlei, hoje treinador, Giovane Gávio. “Não devemos falar em problemas. Tentem trocar esta palavra por desafios. E que cada um faça o seu melhor”, frisou. Assim, desejamos bons desafios em 2017 a todos e que possamos continuar seguindo juntos. Boa leitura!

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Quem faz

Diretores Sônia Araripe soniaararipe@plurale.com.br Carlos Franco carlosfranco@plurale.com.br Plurale em site: www.plurale.com.br Plurale em site no twitter e no facebook: http://twitter.com/pluraleemsite https://www.facebook.com/plurale Comercial comercial@plurale.com.br Arte Amaro Prado e Amaro Junior Fotografia Luciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto); Agência Brasil e Divulgação Colaboradores nacionais Ana Cecília Vidaurre, Isabel Capaverde, Isabella Araripe, Lília Gianotti, Nícia Ribas e Paulo Lima. Colaboradores internacionais Aline Gatto Boueri (Buenos Aires), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston) Colaboraram nesta edição Angelo Dal Bó (Reffetorio Gastronomia), Débora Brito (Agência Brasil), Elton Alisson (Agência FAPESP), Enrico Marcovaldi, Giuliana Preziosi, Julius Mack, Lou Fernandes Prem Indira, Luiz Antônio Gaulia, Luiz Fernando Bello, Leda Alvim e Virgínia Silveira (de Orlando, EUA), Patrícia Fachin (IHU On-Line) e Sueli Campo. Os artigos são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.

Impressa com tinta à base de soja Plurale é a uma publicação da SA Comunicação Ltda CNPJ 04980792/0001-69 Impressão: WalPrint

Plurale em Revista foi impressa em papel certificado, proveniente de reflorestamentos certificados pelo FSC de acordo com rigorosos padrões sociais e ambientais. Rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202 CEP 21940-500 | Tel.: 0xx21-3904 0932 Os artigos só poderão ser reproduzidos com autorização dos editores © Copyright Plurale em Revista

Cartas

cc a a r tr at a s s @@ pp l ul u r ar a l el e . c. c oo mm . b. b r r

“Cara Sônia,

“Letícia Spiller tornou-se a “embaixadora” da projetosDesmatamento sustentáveis.”Zero, do campanha RodrigoBrasil. Simonato - Gerente Greenpeace Em entrevista na Edição dePlurale Relações Institucionais da 50 de em revista, comemorativa de FEMSA de oitoCoca-Cola anos, a atriz revelou que Brasil, sua preocupação São Paulo, por e-mail com as causas ambientais é antiga. Ela e outras atrizes e atores falam sobre o “Em nome decausas toda asociais equipe do Imafloengajamento nas e ambientais. ra, quero deixarSônia os parabéns pelos 9 Parabéns à querida Araripe e equipe pelaanos matéria pelos oito anos de Plurale!” da ePlurale, sempre atenta aos temasMaria importantes da jornalista, agenda socioamAnna Ramalho, do Rio contribuindo para a reflexão e de biental Janeiroe (RJ), por e-mail

para o debate da sustentabilidade, no Brasil. com muitaEu alegria “Sônia: viva,Foi amiga querida! sei queque nãovi éo nosso trabalho trabalho naospublicação. fácil; parabéns, para você e todos que fazem Vida essa belalonga revista!àArevista!” matéria dos oito anos é É sempre uma grata satisfação receber Patricia Cotafiquei Gomes, engenhei“Parabéns pelos nove anos de Plurale antológica, histórica; orgulhoso de me ver esta publicação que há oito anos abre florestal do da IMAFLORA, em Revista, que muito colaborado lá. Ara matéria do lamaçal Samarco é de espaço para o diálogo entretem empresas, Piracicaba, por reveladora, e-mail é com reportagens de interesse especialistas e a sociedade, com o coletivo chocante, mas é didática, e artigos sempre reflexivos. À Equipe, objetivo de promover os bons exemplos obrigatória. Muito boa. O show da Luciana “Parabéns, Bernadete de Almeida comandada competente de preservaçãopela do meio ambiente. e sempre Tancredo não podia faltar; rememora pontosBortolotti pelo excelente artigosempre “Das novas Parabéns a todos profissionais simpática SôniaosAraripe, os melhores altos da presença dela na Plurale trilhasEque sigo da percorrendo, na busca envolvidos votos depara uma vida votos de esucesso quelonga siga eno êxi- elogiável. a matéria AMAR está ótima, diz da vida mais sustentável e feliz”, sustentável à Plurale em revista.” to do caminho traçado.” tudo; obrigado, por mim, pela Irmã Adma publie seus cado na Ediçãooutra 53, vez. Especial nove Antonio D.C. Castro, Presidente Miguel Krigsner – Fundador do liderados. Parabéns Querode continuar anos de Plurale Foi muito Grupo Boticário e da Fundaçãodas da Associação Brasileira acompanhando, agoraem atérevista. os dez anos! bom teSaturnino ler e perceber queescritor, há maisexde Grupo Boticário Abertas de Preservação da Companhias (ABRASRoberto Braga, cinco anos fui presenteada por fazer Natureza, Curitiba (PR),por por e-mail e-mail CA), de São Paulo, senador constituinte, Rio de Janeiro exatamente (RJ), por e-mailo mesmo ao me mudar para um local tão próximo da natureza. “Em nome da Associação e “Agradecemos à equipedos deAnalistas Plurale em Bem pertotudo da cidade, encontrei a paz Profissionais de Investimento do Mercado revista, especialmente ao repórter Hélio “Um absurdo que aconteceu após o de Capitais (Apimec SP), parabenizo infinitaambiental dos meus tucanos pelo e macacosRocha, pela cobertura do eventotoda do desastre provocado arompimento equipe de Plurale por seus oitos pregos e das a vontade de da mergulhar das barragens de anos Fundão, rompimento barragens Samarcocada ea de atividades e, acimae de tudo, pela vez que maisestamos nesse caminho que poderáa pois a informação a transparência são novela assistindo. Parabéns seriedade e qualidade serviçoambiental Plurale, aindaque medeu levar além! Edeque feliz somos!! a garantia de que o do desastre destaque capa para o prestado à sociedade, ao tratar de temas Muita luz nesse seu50. caminho! Beijo,” não cairá no esquecimento, e os danos tema na recente Edição Afinal, este canal tão relevantes quanto Rebouças, professora serão reparados ousustentabilidade compensados.eÉ a temNádia sido muito fiel às vítimas de Mariana (MG meio ambiente. Que venham muitos e consultora, dacair Rebouças & / ES). Vocês não deixam no imprensa cumprindo sua missão. outros anos!” Deptulski, Prefeito de esquecimento Associados, por e-mail, do Rio o maior desastre ambiental do Leonardo Ricardo Tadeu , de Parabéns JaneiroSônia Araripe e equipe pela Brasil. Colatina (ES)Martins e Presidente do Presidente resistência e trabalho magistral. Não vamos CBH Doceda Apimec SP, São Paulo (SP), por e-mail calar! Creio queanos estamos desacreditados, “São nove de luta para gerar um afinal, antes do crime do rompimento produto de qualidade. E Pluraledas se “Cara Sônia Araripe e Equipe de Plura“Deslumbrante a natureza da Serra doresili- barragens, dito que a fiscalização supera foi a cada ano, oferecendonaricos le, parabéns pela trajetória e pela Cipó , retratada pela Ana Cecília e Artur estavanos regular. As coloca famílias o estão conteúdos quais ser ência. Que Plurale continue sendo útil e empresa Vidaurre, na edição 49 desta prestigiosa desamparadas ainda, fazendo uso da água humano no centro da discussão. Pacontributiva para a gestão do conhecirevista que recentemente conheci. ainda inapropriada, não há mais rabéns Sônia Araripe & Equipe. Muita mento em sustentabilidade. Abraço” Parabéns à toda equipe de Plurale! Como abastecimento partenesta da empresa, que luz a todospor vocês caminhada!” Ricardo Voltolini, jornalista, mineiro nunca havia dado a devida não tem sido nada isenta. ” Carla Martins, Presidente da escritor e consultor da Plataimportância, apesar de ter visto falar em Rafaela Cassiano, assistente social, do Rede Internacional de Excelênforma Liderança Sustentável, aulas de geografia nos anos 60 sobre Riocia Jurídica-Seção de Janeiro (RJ), por e-mail São Paulo e de São Paulo, pelo Facebook esse parque ambiental; como temos presidente do Instituto Brasileibelezas naturais em nosso país e “Cara Sônia, parabéns cobertura do ro Espaço Futuropela (Ibef-Brasil) “Em nome da Coca-Cola FEMSA, desconhecemos, situação que está sendo evento Samarco. Isto é Jornalismo na agradeço a participação da Plurale em resgatada por esta revista dedicada ao Veia. Estranho muito tratar-se denota tão “Sônia Araripe, gratidão pela nosso encontro anual com a imprenmeio ambiente e ecologia. Parabéns por Ajustamento de Conduta do Governo simpática publicada na Edição 53 de sa em nossa matriz,missão no México. abraçarem tão nobre e pelosPara 8 Federal e Samarco. Ainda estou pelos nove Plurale em revista. Parabéns nós, contar com a presença de um dos anos de edição e sucesso. Agradecido desorientado com as consequências anos da publicação que é tão interesveículos maistão representativos por vislumbrar bela revista. ” da área de desta tragédia ambiental e, rapidamente, sante e tem tantas matérias bacanas.” sustentabilidade no Brasil foi uma honBenedito Ari Lisboa, engenheiro, assina-se um Termo de Ajustamento. Lu Almeida e Carlos Magno Fira. Estendo o agradecimento à jornalista São José dos Campos (SP), por Quem autorizoudonos que a barragem tenha gueiredo, da Green Bike Isabella Araripe que nos acompanhou e-mail em de sua Niterói, cota? Pães ampliações Artesanais, nesta viagem e apresentou aos leitores recebido Cidades e respectivas populações ainda pelo Facebook da Plurale um pouco de nossa história e



Entrevista

Por Patricia Fachin, do IHU On-Line Fotos Angelo Dal Bó/ Refettorio Gastromotiva

“A GASTRONOMIA COMO UMA VIA PARA RESGATAR A DIGNIDADE HUMANA”

David Hertz, chef, fundador da Gastromotiva e impulsionador do Movimento da Gastronomia Social no Brasil e no Mundo

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tilizar a gastronomia como “ferramenta para transformação social” é uma das propostas da organização italiana Food for Soul, criada pelo chef italiano Massimo Bottura, e desenvolvida no Brasil pelo chef David Hertz, através do projeto Refettorio Gastromotiva. Inspirado nos pilares de nutrição e dignidade, reeducação de desperdício de alimentos, capacitação da juventude e educação e saúde, o projeto tem como objetivo se engajar na luta “contra o desperdício de alimentos, a má nutrição e a exclusão social”, servindo almoço para a população em situação de vulnerabilidade. “Não faz sentido 1/3 da produção mundial de alimento ir parar no lixo enquanto há pessoas morrendo de fome ou em insegurança alimentar. E como não podemos falar de quantidade, sem considerar a qualidade, o pilar Educação e Saúde se propõe a pensar que alimentação é esta que, no mundo, faz com que 1,9 bilhão de adultos estejam acima do peso, segundo a Organização Mundial de Saúde”, diz o chef brasileiro. Em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail, o chef David Hertz explica que o nome Refettorio tem origem no latim, Reficere, e “significa resgatar, restaurar. Aqui a comida é quase uma desculpa para o resgate da dignidade humana, do olho no olho, do

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sentar-se à mesa e compartilhar uma refeição com amigos. Isso é alimentar com dignidade”. A primeira fase de operação do Refettorio Gastromotiva durou o período das Olimpíadas e Paralimpíadas, onde foram servidas 38 noites de jantares. “Recebíamos as doações de alimentos excedentes de parceiros e, no dia, o chef convidado definia o cardápio e junto com os jovens

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talentos formados pela Gastromotiva preparavam entrada, prato principal e sobremesa para pessoas em vulnerabilidade social”, conta. Segundo ele, “em breve” será iniciada “a segunda fase, onde continuaremos servindo os jantares gratuitos e abriremos para almoço, funcionando na dinâmica ‘pague o almoço e deixe pago um jantar’. Além disso, serão realizados eventos corpo-


David Hertz com Alexandra Forbes e Massimo Bottura: unidos contra o desperdício de alimentos e a exclusão social

rativos, treinamentos e workshops e a formação de cozinheiros e padeiros para jovens de comunidades menos privilegiadas”. A Gastromotiva, organização que mantém o Refettorio Gastromotiva no Brasil, atua no país há dez anos, “usando a gastronomia como plataforma para transformação de indivíduos e comunidades”. Nessa década, diz Hertz, a organização “contribuiu para a formação de 2.500 jovens e, por meio de uma rede de restaurantes parceiros, 80% deles estão empregados — isso é empoderamento dos jovens”. David Hertz é formado em Gastronomia pelo Centro Universitário Senac - Águas de São Pedro, em São Paulo. É o fundador da Gastromotiva e o impulsionador do Movimento da Gastronomia Social no Brasil e no Mundo. Confira a entrevista. IHU On-Line - Como surgiu a proposta de criar um restaurante para servir comida de chefs para a população de rua? Qual é o objetivo desse projeto? David Hertz – Enquanto 1/3 do alimento produzido no mundo é desperdiçado, milhões de pessoas passam

fome todos os dias. Refettorio Gastromotiva é uma iniciativa trazida para o Brasil pelos chefs Massimo Bottura (Food for Soul), por mim (Gastromotiva) e pela jornalista Ale Forbes para contribuir na luta contra o desperdício de alimentos, má nutrição e exclusão social. Em 2015, durante o lançamento do Refettorio Ambrosiano, na Itália, Massimo Bottura me convidou para cozinhar lá por uma noite e juntos tiveram a ideia de trazer o modelo do Refettorio para o Brasil, no período das Olimpíadas. O Refettorio Gastromotiva, na Rua da Lapa 108, oferece comida, cultura e dignidade para todos em um espaço cheio de arte. Ele funciona como um restaurante-escolaonde chefs convidados e jovens talentos da Gastromotiva cozinham com ingredientes excedentes. São servidos jantares gratuitos para população vulnerável e, em breve, almoços para o público em geral com o conceito “pague o almoço e deixe o jantar”. Em um terreno cedido pela Prefeitura do Rio de Janeiro por 10 anos, o projeto já é o grande legado dos Jogos: um HUB da Gastronomia Social no coração da cidade.

IHU On-Line - O que é o Movimento da Gastronomia Social? Como esse movimento tem se desenvolvido em outros lugares do mundo e no Brasil? David Hertz - A Gastromotiva é referência em Gastronomia Social no Brasil e no mundo. O Movimento da Gastronomia Social se articula de forma orgânica e eu sou um dos porta-vozes desse movimento que tenta levar a questão da gastronomia social para lugares que nem sempre têm a ver com o tema de cara (como o Banco Mundial, por exemplo). A ideia é que cada vez mais as organizações que utilizam a gastronomia como ferramenta para transformação social, se juntem e compartilhem seus trabalhos e boas práticas, aumentando cada vez mais as possibilidades que a gastronomia social pode oferecer. Disseminamos e nos relacionamos com várias iniciativas desse tipo, fortalecendo este conceito. IHU On-Line - Como tem funcionado o Reffetorio Gastromotiva? David Hertz - Durante a primeira fase de operação do Refettorio Gastromotiva, que durou o período das Olimpíadas e Paralimpíadas, servimos 38

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Entrevista FOTOS DE ANGELO DAL BÓ/ REFFETORIO GASTROMOTIVA

noites de jantares. Recebíamos as doações de alimentos excedentes de parceiros e, no dia, o chef convidado definia o cardápio e junto com os jovens talentos formados pela Gastromotiva preparavam entrada, prato principal e sobremesa para pessoas em vulnerabilidade social. Em breve iniciaremos a segunda fase, onde continuaremos servindo os jantares gratuitos e abriremos para almoço, funcionando na dinâmica ‘pague o almoço e deixe pago um jantar’. Além disso, serão realizados eventos corporativos, treinamentos e workshops e a formação de cozinheiros e padeiros para jovens de comunidades menos privilegiadas. IHU On-Line - Que instituições estão apoiando o projeto do Reffetorio Gastromotiva atualmente? Que tipo de parcerias vocês têm buscado? David Hertz - Para a primeira fase do projeto, contamos com o patrocínio e apoio de diversas marcas e dezenas de apoiadores. Estamos neste momento em fase intensa de captação de recursos no Brasil e pelo mundo. IHU On-Line - Como os quatro pilares que guiam o projeto: nutrição e dignidade, reeducação de desperdício de alimentos, capacitação da juventude e educação e saúde, se relacionam? David Hertz - Os pilares respondem a problemas de ordem hipercomplexa que se desdobram em impactos locais e globais. A Gastromotiva, nos

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10 anos em que atua no Brasil usando a gastronomia como plataforma para transformação de indivíduos e comunidades, já contribuiu para a formação de 2.500 jovens e, por meio de uma rede de restaurantes parceiros, 80% deles estão empregados — isso é empoderamento dos jovens. Há diversos chefs pelo mundo usando a gastronomia como cimento para diversas pontes entre mundos antes apartados. Outro forte braço de atuação da Gastromotiva, que compõe a grade curricular de todos os cursos, é o do aproveitamento integral dos alimentos. E a este problema paradoxal do desperdício de alimentos, a Food for Soul, instituição criada pelo Massimo Bottura e cofundadora do Refettorio Gastromotiva, se une fortemente à Gastromotiva. Não faz sentido 1/3 da produção mundial de alimento ir parar no lixo enquanto há pessoas morrendo de fome ou em insegurança alimentar. E como não podemos falar de quantidade, sem considerar a qualidade, o pilar Educação e Saúde se propõe a pensar que alimentação é esta que, no mundo, faz com que 1,9 bilhão de adultos estejam acima do peso, segundo a Organização Mundial de Saúde. O último pilar, muito inspirado na experiência da Food for Soul no Refet-

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torio Ambrosiano, e que dá origem ao nome Refettorio — do latim Reficere — significa resgatar, restaurar. Aqui a comida é quase uma desculpa para o resgate da dignidade humana, do olho no olho, do sentar-se à mesa e compartilhar uma refeição com amigos. Isso é alimentar com dignidade. Há diversos chefs pelo mundo usando a gastronomia como cimento para diversas pontes entre mundos antes apartados. A comida sempre representou momento de união, de compartilhamento. Em determinado momento da nossa história, ela passou a evidenciar os abismos sociais. O Movimento Global da Gastronomia Social é isto: pessoas, instituições, empresas, organizações todos buscando despertar a consciência da sociedade e para transformarmos juntos o mundo em um lugar mais justo com esta geração e com as futuras que virão.


Lançamento da Casa na Lapa aconteceu nos Jogos Rio 2016 Após 10 anos de trabalho no Brasil a ONG Gastromotiva, fundada por David Hertz, se uniu ao projeto Food For Soul, do chef Massimo Bottura, para replicar seu modelo de restaurante comunitário no Brasil. Intitulado Refettorio Gastromotiva, o local, inaugurado em 9 de agosto, oferece refeições gratuitas para a população vulnerável durante e após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Co-organizada pela jornalista de gastronomia Alexandra Forbes, a ação consiste em oferecer alimento e dignidade a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Todos os dias, chefs convidados de todo o mundo vão criar menus deliciosos e nutritivos diariamente a partir de ingredientes excedentes, não-manipulados, bons para consumo doados ao Refettorio Gastromotiva. Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, esses ingredientes vieram do excedente da pré-preparação dos caterings Behind e Sapore antes de irem para a Vila dos Atletas, Media Center ou para a força de trabalho dos Jogos Rio 2016. Depois do final dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Refettorio Gastromotiva segue recebendo doações de outros parceiros para continuar com a missão de oferecer refeições gratuitas para a população em situação de vulnerabilidade social.

Patrocinadora mais antiga dos Jogos Olímpicos, a Coca-Cola é uma das principais patrocinadoras do RefettoRio Gastromotiva. Acostumada a escutar e cuidar das necessidades da sociedade, a marca aposta no projeto por acreditar que, junto dos idealizadores e dos outros patrocinadores, é possível contribuir para uma alimentação equilibrada. A Coca-Cola também acredita no projeto como um legado que começa no evento e se torna acessível para toda a cidade do Rio de Janeiro. O modelo é o mesmo do Refettorio Ambrosiano, criado por Massimo Bottura, onde mais de 65 chefs internacionais cozinharam com ingredientes vindos da Expo Milão em 2015. No Rio de Janeiro, a cozinha ainda será espaço de especialização para jovens talentos da Gastromotiva, aumentando o impacto social. O Refettorio Gastromotiva funciona na Rua da Lapa 108, em um terreno cedido pela Prefeitura do Rio de Janeiro por um período de 10 anos à Gastromotiva. O projeto é assinado por Gustavo Cedroni da METRO Arquiteto. A curadoria artística é de Vik Muniz; os Irmãos Campana e Maneco Quinderé se volutariaram para assinar a cenografia e o mobiliário. O Refettorio Gastromotiva faz

parte da Iniciativa Rio Alimentação Sustentável, uma rede de 30 instituições coordenada pelas ONG’s WWF e Conservação Internacional, atuando em parceria com o Comitê Rio 2016 pelo fornecimento de alimentos saudáveis e produzidos de forma sustentável durante os Jogos. Refettorio - em latim Reficere - significa refazer ou restaurar. É também o local onde os monges comem juntos e compartilham as refeições. No Refettorio Gastromotiva, recuperar os alimentos será tão importante quanto promover a dignidade das pessoas. Chefs confirmados Alain Ducasse, Alex Atala, Andoni Luis Aduriz, Andrea Berton, Antonio Park, Bel Coelho, Carlos Garcia, Claude Troisgros, Elena Reygadas, Felipe Bronze, Joan Roca, John Winter Russell, Jorge Vallejo, Joshna Maharaj, Kamilla Seidler, Katia Barbosa, Leonardo Paixão, Leonor Espinoza, Manu Buffara, Mauro Colagreco, Mitsuharu Tsumura, Moreno Cedroni, Quique Dacosta, Rafa Costa e Silva, Renzo Garibaldi, Roberta Sudbrack, Rodolfo Guzman, Ronaldo Canha, Talal Al Tinawi, Thiago Flores, Tomas Bermudez, Virgilio Martinez, World Central Kitchen

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Bazar ético

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Sônia Araripe

Esqueça as bijuterias com a cara do Brasil, mas sem design e charme. A grife Maria Oiticica Biojoias ganhou fama não só no Brasil, mas também no exterior exatamente por trazer este conceito de joia à brasilidade: sementes, bambu, cipó e material da natureza são transformados em peças incríveis nas mãos de artesãs treinadas pela criadora da grife. Não é artesanato, mas sim biojoias finas e incríveis. A preciosidade de Maria Oiticica está na sua capacidade de tornar concretas as abstrações que povoam seu imaginário, sensações e desejos refletidos em peças de um quebra cabeça que, uma vez reunidas, traduzem seu espírito inquieto e curioso. De suas mãos nascem criações que ajudam a contar a história de uma designer em busca de experimentações e novos significados para seu trabalho. Antenada aos sinais do novo tempo, ao conceito da marca e a realidade do país, Maria Oiticica criou uma coleção diferente. Desafiou as artesãs que fazem as suas biojoias únicas a vasculharem os arquivos de materiais já existentes no ateliê para criarem peças a partir da ideia de reaproveitamento. A ideia principal era conseguir conjugar economia com beleza e simplicidade O resultado não poderia ser melhor. O mix de produtos fala por si. Sem perder o padrão Maria Oiticica Biojoias, os quatro colares criados pelas mulheres empoderadas por Maria ganharam destaque, complementados por pulseiras brincos e chaveiros. Alguns modelos são peças únicas, já que foram feitos com materiais exclusivos e guardadas ao longo dos anos. A coleção Um novo tempo teve como referência as sementes do próprio acervo da marca, a partir de materiais como madeira, cipó, fio de buriti, bambu, palha, prata, jupati, jarina, tudo vindo da natureza. Como novidade, as sementes de juerana e jatobá. Um Novo Tempo sugere a mudança de hábitos. É tempo de inovar, reinventar, reciclar, compartilhar, enfim, fazer acontecer

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FOTOS DE DIVULGAÇÃO

MARIA OITICICA LANÇA NOVA COLEÇÃO PARTINDO DO CONCEITO DE REAPROVEITAMENTO

Este espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos de cooperativas e ONGs vendidos no comércio justo, ético e solidário.

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A ABRASCA parabeniza os vencedores do 18º PRÊMIO ABRASCA MELHOR RELATÓRIO ANUAL

18º PRÊMIO ABRASCA RELATÓRIO ANUAL

Companhia Aberta categoria 1

Companhia Aberta categoria 2

Companhia Fechada categoria 1

Companhia Fechada categoria 2

Organizações não Empresariais

Menções Honrosas

Realização

Patrocínio

Apoio Promocional

Apoio Institucional

Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis

Organização


Colunista Luiz Antônio Gaulia

QUEM CRIOU O

MONSTRO? E

ste não vai ser um texto leve, aviso logo aos navegantes. O Brasil acordou de vez para um inimigo nacional. Mais um na nossa história. Desta vez, um inimigo realmente diabólico. Um criminoso que vive entre nós e compartilha nossas rotinas. Ele não é um estrangeiro, não é um invasor. Ele foi parido no interior da nossa sociedade, em reuniões de bastidores, nas altas cúpulas e rodas de poder, nas esferas municipais, estaduais e federal. Assim como no boteco, na sala de aula, no nosso condomínio, no clube de futebol, na feira e no Carnaval. O monstro foi criado por nós. Ele é o nosso espelho. Espelho da nossa sociedade. Filhote do jeitinho, da malandragem macunaímica, da aparente cordialidade que embala festas e rodas de bate papo regadas com chopp e petiscos. Cresceu sob os auspícios do relativismo, solapando valores universais. Com ele, o crime começou a compensar. Esse monstro seduz, encanta. Oferece elogios, mimos, bebida importada, reforma de apartamentos e... maletas. Sim, maletas com dinheiro, muito dinheiro. Esse monstro tem nome feio: corrupção. A corrupção não tem gênero. Não tem cor. Não tem classe social. Não tem idade. Não tem limites. Ela pode

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tudo. Trata-se de um desvio de caráter, uma ferida no modelo mental que contamina o hábito, esvazia a vergonha na cara e, arrisco dizer, tem um DNA próprio. Se a célula tem memória, a corrupção se reproduz como semente infame, como bactéria em água podre. Herança maldita. Ela não tem nada a ver com Rousseau e seu mito do bom selvagem. Essa lenda filosófica que idealiza um mundo de utopia, que também é uma farsa. Propaganda enganosa. O monstro é um coringa numa canastra suja. Alguns vão dizer que ele se reproduz mais no gigantismo do Leviatã burocrático. Outros vão apontar os dedos contra os ambiciosos capitalistas. Mas esse Moloch é só

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capital independentemente de partido, pois todos os partidos se nutrem de capital. O contribuinte paga a conta. A corrupção surge de desejos que nem Freud explicaria e é triste ver que ela está entre nós, como a barata de Kafka. Uma grande parte da nossa sociedade clama por enjaular essa fera. Há que se fazer Justiça. Culpados, cúmplices e contaminados por esse vírus devem pagar. Como um Sísifo condenado por Zeus, pois ´não existe almoço grátis´. Nunca existiu. O saudoso Stanislaw Ponte Preta, autor do FEBEAPÁ, Festival de Besteiras que Assolam o País, tinha uma frase lapidar: ´Ou nos locupletamos todos ou instaure-se a moralidade´. Bons


FOTOS DE AGÊNCIA BRASIL

tempos. Se um erro justificar o outro, abram os portões do inferno. Será o caos. Sociedade imobilizada, aterrorizada, pronta para clamar por mais um salvador da pátria ou permitir que um grupo revolucionário com a camiseta do Che instaure a nova tirania. Tristes opções para a juventude. Encerro mais cheio de dúvidas do que de certezas. Estaremos entrando numa era da moralidade relativa? Um desdobramento dos tempos líquidos de Bauman? Espero que não. Quero acreditar que a esperança também tem DNA próprio. Assim como o caráter. Existe ainda muita gente honesta, digna, correta. Pessoas decentes que sabem que o errado é errado e não há relativismo para com ele.

O tempo é de maturidade. Dizem os astros que é uma época de mudança, para separar o joio do trigo. Erros todos cometem. Mas é bom lembrar que avançar um sinal vermelho não tem o mesmo peso de desviar dinheiro da saúde para construir uma mansão na beira da praia. A escolha é de cada um de nós. Vale a pena tentar. Pelo bem do Brasil e dos brasileiros. (*) Luiz Antônio Gaulia é Colunista de Plurale, colaborando com textos sobre sustentabilidade. É Jornalista e publicitário. Consultor de comunicação corporativa. Professor convidado da ESPM Rio na disciplina Comunicação & Desenvolvimento, Gestão de Crise e Assessoria de Comunicação. Tem blog no site da Aberje.

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Colunista Luiz Fernando Bello

GOVERNANÇA: UMA INTRODUÇÃO SEM FIM

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omo conciliar interesses individuais e coletivos? Como conciliar interesses públicos e privados? Perguntas que se repetem há alguns milhares de anos sem respostas de caráter conclusivo. A partir do momento no qual seres humanos se agruparam, tornou-se inevitável estabelecer regras de convívio, com o objetivo de evitar que os conflitos de interesse individuais viessem a inviabilizar a vida em grupo. A morte do adversário ou o roubo de seus bens não poderiam ser a solução para todas as desavenças sob pena de extermínio completo dos seres que, hoje, ocupam todo o planeta e acreditam erroneamente que o dominam. Em artigo publicado recentemente no jornal Valor Econômico, Delfim

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Netto expõe com clareza a questão: ”um rápido olhar nos últimos 10 mil anos sugere que as condições de sobrevivência material de grupos mais numerosos exige uma organização social que estimule (pelo incentivo), ou obrigue (pela força), alguma cooperação entre eles, o que deu nascimento às várias formas de “Estado””. Ao longo dos tempos, foram criadas diversas instituições que regulam e/ou resolvem os conflitos inerentes a vida em sociedade. A força destas instituições se expressa no respeito ao que elas determinam como regra ou como solução. De uma maneira geral, os países mais ricos e desenvolvidos contam com instituições fortes e respeitadas. O esforço de aprimorar a gestão de organizações e direcionar sua ação para o benefício de todos é contínuo e permanente. Neste am-

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biente e no final do século passado, estabeleceram-se de princípios de governança corporativa, visando conciliar o interesse das organizações e de seus gestores com o interesse coletivo. Em sua definição clássica, governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. Teoricamente, as boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão


FOTO DO GREENPEACE

da organização, sua longevidade e o bem comum. Os princípios básicos de governança são transparência (disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos; equidade ( tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas –stakeholders; accountability (as prestações de contas dos gestores devem ser claras, concisas, compreensíveis e tempestivas, com a administração assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papeis); e responsabilidade corporativa (os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e de suas operações, e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais envolvidos - financeiro, intelectual, humano, social, ambiental,etc. Nos últimos anos, pressionadas pelos acionistas e pela sociedade, cada vez mais empresas e organizações adotaram, vem adotando ou dizem praticar os princípios de go-

vernança corporativa. Estão dispendendo recursos humanos e financeiros na elaboração de seus códigos ou manuais de governança corporativa. A presença do dono (proprietário onipotente - no caso de grandes empresas) já é rara nos Estados Unidos, vem se reduzindo na Europa e começa a minguar no Brasil, conforme as famílias controladoras vão se ampliando, o que torna fundamental a adoção de regras claras de gestão. Afinal, administradores profissionais também têm seus interesses individuais, o que gera novos problemas, como, por exemplo, as remunerações escandalosas de conselheiros e executivos. Fora isto, a realidade vem conspirando contra o que dizem as empresas e organizações que publicamente afirmam observar princípios de governança. Quais os princípios de governança praticados pelos maiores bancos do mundo ao vender ao público em geral e/ou entesourar títulos de crédito de qualidade duvidosa? Quais princípios foram observados pelas agências de rating que classificaram tais títulos como de baixo risco ou das seguradoras que lastrearam os créditos? Uma das maiores montadoras de carros desenvolveu sistema para “enganar” equipamentos de aferição de

poluentes emitidos por motores a diesel e, paradoxalmente, adota regras de governança tão rigorosas que está com dificuldades para tomar as providências cabíveis à reestruturação necessária para reparar os danos que provocou: sua governança é abrangente a ponto de conceder a representantes dos empregados a metade dos assentos de seu Conselho de Administração. E as medidas necessárias podem gerar desemprego... A Volks acabou de anunciar a demissão de 30 mil empregados! Sem dúvida, a adoção, a observação, o respeito e a efetiva prática dos princípios de governança corporativa fazem parte da solução do eterno conflito. Mas ainda há muito a fazer para que as organizações em geral saiam da eterna introdução aos princípios de governança e passem a vivê-los. (*) Luiz Fernando Bello (luizbello1@gmail.com) é Colunista colaborador de Plurale. É economista e sócio-gerente da ABConsultores, empresa que fomenta e busca financiamentos para projetos de inovação e sustentabilidade. Geriu os investimentos do Grupo Sul América e da AIG Brasil. Foi também Superintendente Financeiro e de Captação de Recursos da FINEP e Presidente da FIPECq - Previdência Privada.

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Colunista Giuliana Preziosi

ENGAJAMENTO: A PALAVRA CHAVE DA ERA DO VALOR

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esde 2011 um dos artigos da Harvard Business Review trazia o seguinte título “Meaning is the new Money” (Significado é a nova moeda) e até hoje vivemos o desafio de lidar com esse tal “significado” na prática. No entanto, muita gente já está investindo neste novo mercado. Grandes empresas perceberam que deveriam modificar radicalmente a sua comunicação para adentrar na Era do Valor. Slogans que antigamente evidenciavam os benefícios dos produtos foram trocados por frases que ressaltam os valores de cada Corporação. A geração millenium desafia as áreas de recursos humanos de qualquer empresa para criar ambientes de trabalho que se encaixem nos anseios e desejos de um público que busca encontrar seu propósito e sentido na vida. O mundo interconectado onde todos têm voz e podem compartilhar suas opiniões faz com que diante da abundância de opções fique mais difícil tomar decisões, sendo necessária a busca por valores semelhantes aos seus. É neste contexto que a palavra engajamento vem sendo constantemente utilizada por milhares de pessoas. “Pre-

cisamos engajar nossos colaboradores!”, diz o líder de uma grande Corporação. “Qual a quantidade de pessoas engajadas em nossas ações?”, diz o facilitador de uma ONG. “Engajamento da equipe é fundamental para o sucesso de nosso negócio” diz um jovem motivado com o surgimento de sua start up. Ok, mas o que é engajamento? Nunca vi tanta gente utilizando essa palavra, mas, quando se pergunta o que é isso, a maioria das respostas aparece de forma mais intuitiva. É comprar uma ideia, é jogar junto, é motivar, é envolver pessoas, etc. O dicionário traz definições básicas e até muito simplistas como “envolvimento a serviço de uma ideia ou de uma causa”. Já o verbo engajar é denominado como “ato de participar de modo voluntário para algum trabalho ou atividade”. Também é sinônimo do verbo “alistar” que aparece relacionado à prestação de serviço às forças armadas. Etimologicamente, o termo engajar se originou a partir do francês engager, que significa “dar em garantia”, “empenhar” ou “dar como caução”. Porém, todas as definições sugerem uma adesão voluntária ou até uma ligação afetiva dentro de um contexto maior, que pode ser uma causa, atividade ou um local. Ao comparamos as descrições trazi-

das pelos dicionários, entre as características do mundo em que vivemos e a maneira em que a palavra é aplicada em diferentes contextos parece haver um enorme gap. E com isso surge também a necessidade de redefinir o conceito. Para isso vale uma reflexão, porque engajar? Buscamos engajamento para atrair pessoas aos nossos projetos, para conseguirmos apoio de terceiros visando viabilizar nossas ações, para termos um time motivado que luta por objetivos em comum, para colocar em prática nossas ideias, para aumentar a participação em determinado local ou iniciativa, para difundir a cultura empresarial de uma empresa, para compartilhar objetivos, para mobilizar pessoas em prol de uma causa, para transformar realidades, para fazer novos negócios, para criar oportunidades, para inovar, enfim... Quando a gente quer engajar alguém queremos que aquela pessoa compre a nossa ideia e embarque em uma jornada conosco para viabilizá-la. Saber fazer isso pode ser uma ferramenta poderosa em qualquer tipo de organização. Engajar é oferecer valor alinhando objetivos para colocar uma ideia em prática. Numa era de intensa concorrência de ideias e imersa à pluralidade de informações do dia a dia, a principal forma de conquistar as pessoas está intimamente relacionada ao que elas acreditam, ou seja, aos seus valores. O desafio de qualquer empresa é encontrar funcionários que acreditem em seus valores corporativos. O desafio de um líder é fazer com que sua equipe enxergue valor nas suas atividades. O desafio de uma ONG é valorizar seus projetos para buscar apoio para viabilizá-los. O desafio de um empreendedor é mostrar o valor


HISTÓRIAS PELO MUNDO

de sua ideia, seu produto ou serviço. É por isso que saber engajar pessoas virou a habilidade mais importante para qualquer pessoa que quer ter sucesso em sua carreira profissional e até na vida pessoal também. Como fazer isso? Como encontrar esses valores? Quatro fatores são essenciais: Relevância Ouvir verdadeiramente. Quando de fato estamos dispostos a ouvir o outro conseguimos entender a forma como ele pensa e descobrir o que é relevante para ele.

Se não fizer sentido para elas naquele momento, elas não terão motivos para se engajarem. Pertencimento Sem construção coletiva não existe engajamento. As pessoas devem se sentir parte da ideia, do projeto, da ação, além de atuar de forma participativa. São fatores simples mas a grande maioria das pessoas ainda prefere agir

de forma mais intuitiva e as vezes vazia. Te convido a fazer um teste e começar a pensar nestes quatro elementos dentro de um processo de engajamento estruturado. Já adianto, muita coisa vai te surpreender. (*) Giuliana Preziosi é Colunista de Plurale, colaborando com artigos sobre Sustentabilidade. É Escritora, consultora e palestrante. Para saber mais acesse: www.giulianapreziosi.com.br

Significado Toda ideia, ação ou projeto deve ter um porquê, um objetivo. E isto tem que ser compartilhado e às vezes construído por todos os envolvidos. Sentido Entender o contexto é fundamental antes de um processo de engajamento. Tenho que compreender como meu projeto se adapta a realidade das pessoas que quero engajar.

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Pelo Brasil DIVULGAÇÃO

Jovens disputam o Desafio Talentos 2016 e sonham com empregos Por Sônia Araripe, Editora de Plurale

Em uma imensa área de 15 mil metros quadrados, instalada na areia de Copacabana, a algazarra tradicional de jovens dá lugar ao silêncio e ansiedade, bem típicos do nervosismo. Atentos, cerca de 500 jovens assistiram, compenetrados, no dia 1° de dezembro, a palestra motivacional de ninguém menos que o craque do vôlei Giovane Gávio, hoje técnico do Sesc-RJ. Alunos de cursos profissionalizantes do Senac-RJ de diferentes segmentos - como de Hotelaria, Design, Gastronomia e outros - participam do desafio Talentos 2016, provas práticas para comprovar suas habilidades. Os primeiros colocados são premiados e o que é melhor, se tiverem sorte, podem vir a ser contratados por empresas parcerias, como hotéis, restaurantes e salões de beleza. “Pensem grande e não aceitem a palavra problema. O que existem são desafios”, frisou Giovane. A plateia adorou quando o jogador contou não só sobre a sua carreira de sucesso, mas especialmente quando não teve o seu contrato renovado. O jogador de vôlei lembrou como foi preciso se reinventar, estudando, dando o melhor de si até chegar ao topo novamente, agora como técnico e palestrante. Os jovens começaram a sair para as suas provas, sendo avaliados por professores e observados de perto por recrutadores

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de RH. Como Nana Bayer, analista de Recursos Humanos da Rede Hyatt de hotéis, parceira do SENAC-RJ, que contratou em 2015 e estava novamente atenta para descobrir novos talentos. “São alunos muito bem preparados pelos cursos profissionalizantes, com garra e disposição. Já contratamos 15 jovens no ano passado e estou novamente aqui”, contou. Paschoal Simões Jr, Diretor de Marketing e Produtos do Sistema Fecomércio RJ, explicou que o Talentos permite que os jovens vivenciem experiências bem próximas do mercado de trabalho, “a vida como ela é”. Depois que passam pelos cursos, a rede Clique Oportunidade, do Sistema, procura ensinar os alunos a como se prepararem para dinâmicas de seleção, a organizarem seus currículos e também faz a ponte virtual com empregadores. Paschoal frisou que

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apesar do foco do Talentos não ser diretamente encaminhar os jovens para empregos, é uma oportunidade e tanto para quem participa, dentro de um histórico já bem elevado de aproveitamento dos alunos dos cursos profissionalizantes. “O índice de empregabilidade é bem alto, de 70% a 75% na média, chegando a 85% no caso do segmento de beleza”, disse. Alguns dos alunos aproveitam também o conhecimento para abrir o próprio negócio. Natan da Silva Borges, 21 anos, de Magé, estava ansioso para começar as suas provas como garçom. Contou que começou a trabalhar aos 18 anos, em um bar perto de casa e depois não parou mais: fez curso de garçom e também de bartender na unidade de Petrópolis, com bolsas de gratuidade. Foi o segundo colocado na disputa de 2015 e sonha em conquistar a liderança este ano. SÔNIA ARARIPE/ PLURALE Tímido, Natan diz que os cursos do Senac não só deram conhecimento, mas também o ajudaram a abrir o horizonte. Foi contratado por um hotel da Barra da Tijuca, mudou-se para o Rio e mais recentemente passou a integrar a equipe do refinado Le Club, do recém-inaugurado centro gastronômico Vogue Square, na Barra da Tijuca. Sonha ainda mais alto. “Quero estudar inglês em 2017 e fazer mais treinamentos para me aperfeiçoar como bartender e chegar, quem sabe, um dia, a chefe de bar.”


Vamos falar de uma outra Salvador? De Salvador

Na onda da Economia Criativa e Colaborativa, três empreendedores (um soteropolitano, um mineiro que migrou para a Bahia e um carioca radicado em São Paulo) decidiram se unir para criar a Iniciativa Vale do Dendê. A startup nasce com o objetivo de liderar projetos econômicos e sociais, em Salvador. Seu plano de ação terá como foco principal o território da Cidade Baixa, nos arredores do Pelourinho. “Salvador é uma cidade vibrante, onde a cultura e a criatividade pulsam 24 horas por dia. Contudo, muito deste potencial não se materializa em renda e empregos de alta qualificação, especialmente para os jovens, devido à falta de equipamentos e de um ecossistema propício à inovação”, destaca o economista Hélio Santos, veterano ativista da luta contra a discriminação racial e social dos afro-brasileiros.

A Iniciativa Vale do Dendê foi desenhada para operar como uma holding destinada a estruturar e liderar negócios nos quais o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) possam gerar renda elevada, com baixo desembolso de capital. O portfólio de projetos inclui a instalação de FabLabs (espaço para incubação de empresas inovadoras) e de Casas de Cultura (destinadas a abrigar e qualificar artistas), além da realização de eventos (feiras POP-UP reunindo empreendedores de diferentes segmentos). Mais detalhes no website: http://www.valedodende.org/projetos/

“Cada negócio será operado por um ou mais parceiros locais, sob a supervisão dos sócios do Vale do Dendê”, explica o publicitário e empreendedor social Paulo Rogério Nunes. “Queremos que a riqueza gerada neste processo seja a alavanca de desenvolvimento da periferia da cidade.” O modelo de negócio da Vale do Dendê está sendo construído com base em experiências de sucesso de diversas cidades dos Estados Unidos (Detroit, Oakland e Austin), da África (Kigali, Adis Abeba e Nairóbi) e também do Brasil (Recife, Curitiba e São Paulo). “A redução no custo de aquisição da tecnologia está tornando possível tirar mais rapidamente as ideias do papel”, diz o jornalista e empreendedor Rosenildo Ferreira. “E é essa economia baseada na criatividade e na colaboração que deverá moldar o futuro do emprego e dos negócios, especialmente em metrópoles cuja atividade produtiva se baseia no setor de serviços.”

Prêmio da Fenacor reconhece papel da imprensa GABRIEL HEUSI/ FENACOR

Do Rio de Janeiro

A Fenacor promoveu, no dia 30 de novembro, a solenidade de entrega do “Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros”. No total, foram 18 agraciados em seis categorias: “Mídia Impressa”, “Televisão”, “Rádio”, “Webjornalismo”, “Mídia Especializada” e “Categoria Especial Corretores de Seguros”. Segundo o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, esta edição do prêmio foi um sucesso total, pois, em apenas quatro meses (as inscrições foram abertas apenas em junho e terminaram em outubro) foram quase 500 trabalhos inscritos. “Então, o que poderemos alcançar na próxima edição, quando o premio já estará mais conhecido e teremos oito meses de prazo para inscrições?”, acrescentou Vergilio, anunciando ainda que a segunda edição do premio “já começou”, pois poderão ser inscritas, a partir de março de 2017, as matérias publicadas desde o dia 1º de novembro deste ano.

Presidente da Fenacor, Armando Vergilio, comemorou os 500 trabalhos inscritos e já abriu a Edição de 2017

A primeira edição do “Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros” foi organizada pela Fenacor, com o apoio da Escola Nacional de Seguros e da CNSeg. No total, 491 reportagens foram inscritas por jornalistas de todas as regiões do Brasil. Desse total, 51,3% foram geradas em veículos da região sudeste; 20,4%, do

nordeste; 18,1%, do sul; 9,6%, do centro-oeste; e 0,6%, do norte. A Comissão de Seleção indicou as 10 melhores reportagens em cada categoria e a Comissão de Julgamento elegeu os três vencedores por modalidade. Leia a lista completa dos premiados em Plurale em site: http://migre.me/vDZio


Pelo Brasil

Especial

Desmatamento na Amazônia cresce 29% em um ano GREENPEACE

Débora Brito - Repórter da Agência Brasil

Estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o desmatamento da Amazônia teve crescimento de 29% em 2016. No período de agosto de 2015 a julho deste ano, o instituto registrou uma taxa de 7.989 quilômetros quadrados (km2) de remoção total da cobertura da floresta por corte raso. O país não atingia a marca de 7 mil quilômetros quadrados desmatados desde 2010. O estado do Pará teve 3.025 km2 de sua área devastada, o que representa a maior taxa de desmatamento na Amazônia Legal. O Amazonas, contudo, é o estado que teve o maior aumento, com uma devastação 54% superior à registrada entre 2014 e 2015. Os únicos estados que apresentaram queda nas taxas foram o Acre e Mato Grosso. No entanto, Mato Grosso é o segundo estado com a maior área desmatada. O mapeamento mostra ainda que, em comparação a 2004, quando foi iniciado o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, houve redução de 71% na taxa de corte raso, ou seja, na eliminação de toda vegetação existente sobre uma área. Os dados são registrados por satélite em áreas que tem mais 6,25 hectares. Repercussão Especialistas e integrantes de organizações não governamentais reagiram ao resultado. Para Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, o crescimento do desmatamento em 2016 deve representar um aumento de 130 milhões de toneladas de gás carbônico nas emissões brasileiras. “Isso equivale a tudo que emitiu em 2015 o Estado de São Paulo, o mais populoso do Brasil, ou a duas vezes a emissão total de Portugal. A área desmatada é o dobro da meta que o Brasil fixou para 2020, de reduzir o desmatamento na Amazônia em 80%, para 3.925 quilômetros quadrados. Estamos nos afastando cada vez mais do compromisso”, afirma.

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O Greenpeace defendeu mudança nas políticas de combate ao desmatamento. “O número é a colheita do que se plantou nas políticas nos últimos anos: anistia a desmatadores no Código Florestal, abandono da criação de áreas protegidas e demarcação de terras indígenas e o passa-vergonha da meta para florestas do Brasil na ONU. Para reverter essa situação só há um jeito: desfazer as políticas erradas. O anúncio da transparência do Cadastro Ambiental Rural é um começo, mas é preciso fazer mais”, disse Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace. O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) também se manifestou sobre a elevação da taxa e cobrou ações mais efetivas de combate ao problema. “Essa taxa comprova que a luta contra o desmatamento precisa ser uma batalha nacional, não mais apenas da área ambiental. Nós, enquanto sociedade, deixamos que isso acontecesse, e agora teremos de

Novembro//Outubro Dezembro 2016 PLURALE EM REVISTA | Setembro 2016

ser criativos para reduzir e zerar a devastação. Precisamos de novos incentivos, de monitoramento mais eficiente e do envolvimento do setor privado. Só comando e controle não bastam mais”, declarou André Guimarães, diretor-executivo do Ipam. Governo Em nota, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmou que, desde junho, o orçamento da pasta obteve um crescimento significativo para as principais unidades envolvidas no combate ao desmatamento: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Serviço Florestal Brasileiro. “O MMA [Ministério do Meio Ambiente] conseguiu disponibilizar a integralidade de limite para empenho, ou seja, o ministério tem hoje zero por cento de contingenciamento”, destacou o ministro


Associação Profissionalizante BM&FBOVESPA comemora 20 anos De São Paulo

A Associação Profissionalizante BM&FBOVESPA comemorou no dia 1º de dezembro os seus 20 anos. A celebração aconteceu no Espaço Raymundo Magliano Filho e contou com a presença do Diretor Presidente da Bolsa, Edemir Pinto, a Superintendente do Instituto e Diretora de Imprensa, Sustentabilidade e Comunicação da Bolsa, Sonia Favaretto; alunos, parceiros e funcionários voluntários que atuam na associação. Além disso, o toque de campainha marcou a abertura do pregão do dia na BM&FBOVESPA. A Associação Profissionalizante BM&FBOVESPA é uma das principais iniciativas do Instituto BM&FBOVESPA, que trabalha com o desenvolvimento de crianças e jovens por meio de projetos ligados à educação, cultura e esporte. O Diretor Presidente da Bolsa, Edemir Pinto, mencionou o orgulho em acompanhar o

Da esquerda para a direita, Diretor Presidente da BM&FBOVESPA, Edemir Pinto; André Santos, aluno do curso Faz Tudo; Beatriz Silva de Almeida, do curso Espaço Beleza; Rubens Ferraz, ex-aluno do Faz Tudo; Andreza Carlota, Supervisora Educacional da Associação Profissionalizante; Renata Ajub, Orientadora Educacional da Associação Profissionalizante; a aluna Evelyn Maia, do curso Capacitação para Empregabilidade e Sonia Favaretto, Diretora de Imprensa, Sustentabilidade e Comunicação da BM&FBOVESPA e Superintendente do Instituto BM&FBOVESPA

projeto desde o seu início, em 1996, e destacou a qualidade dos projetos desenvolvidos pela Associação. “Juntos tornamos

esse sonho real e hoje vocês nos dão a oportunidade de continuidade ao escolherem fazer parte dele”.

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Empreendimento foi desenvolvido de acordo com modelo de Criação de Valor Compartilhado

ENEL inaugura Complexo Hidrelétrico de Apiacás em Alta Floresta (MT), inserindo a sustentabilidade Usina solar, utilização de matéria-prima e mão-de-obra da região e desenvolvimento de acordo com modelo de criação de valor compartilhado marcam a construção do primeiro projeto hidrelétrico do grupo no Brasil Por Sônia Araripe, Editora de Plurale De Alta Floresta (MT) Fotos de Sônia Araripe e Divulgação/ ENEL

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Por uma destas imposições da vida prática, a construção de usinas hidrelétricas consome muita energia. A inauguração do Complexo de Apiacás, com capacidade instalada total de 102 MW - em meio à Floresta Amazônia, a 150 km da sede do município de Alta Floresta, bem ao norte do Mato Grosso - promete inverter um pouco esta lógica. Uma usina solar foi instalada ainda na fase de obras, o uso de matéria-prima da região evitou o ex-

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cessivo transporte por caminhões, foram realizados projetos de proteção à biodiversidade e houve todo um esforço concentrado para inserir a sustentabilidade em todos os processos, como na adoção de modelo de criação de valor compartilhado, através da tomada de decisões que criam valor para ambos os lados. Foi com base na sustentabilidade, visando reduzir os impactos ambientais e os custos, que a Enel – forte grupo italiano global na área de energia – através de sua subsidiária de energia renovável, a Enel Green Power Brasil Participações (EGPB), construiu boa parte do Complexo Hidrelétrico de Apiacás, no Rio Apia-

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cás, em Alta Floresta (MT) com energia solar. Este foi o primeiro complexo de usinas hídricas no Brasil a ter um sistema fotovoltaico instalado para gerar e fornecer energia para o canteiro de obras, reduzindo as emissões durante a construção. A instalação de 1,2 MW é autônoma, ou seja, não está conectada à rede. Agora que a construção do Complexo está concluída, a usina fotovoltaica continuará operando, somando sua própria energia renovável à produzida pelas usinas hidrelétricas. O Complexo de Apiacás envolve três usinas, uma seguida da outra, com capacidade instalada total de 102 MW: duas

SÔNIA ARARIPE

Energia


ENEL/ DIVULGAÇÃO

Carlos Zorzoli, Country Manager da Enel no Brasil, da ENEL no Brasil (o terceiro, da esquerda para a direita), inaugura o Complexo de Apiacás com outros dirigentes do grupo

PCHs, ou pequenas centrais hidrelétricas, Fazenda (capacidade instalada de 27MW) e Cabeça de Boi (30 MW) e uma usina hidrelétrica, a UHE Salto Apiacás (45 MW), ou seja, de maior porte. Pequenas hidrelétricas o jeito de dizer, comparado a outras gigantescas existentes no Brasil, como Itaipu, em Foz do Iguaçu ou Belo Monte, no Pará. Mas ver de perto a obra de engenharia e a altura 25 metros de queda de água impressiona. A preocupação com sustentabilidade foi planejada desde o começo na fase ainda de projeto e procurando ir além do que exigiam as obrigações do licenciamento. A Enel investiu aproximadamente 287 milhões de dólares na construção do Complexo de Apiacás, que teve o projeto adquirido em leilão A-5, realizado em 2013. As três usinas são apoiadas por um contrato de compra de energia (Power Purchase Agreement - PPA sigla em inglês) de 30 anos com um pool de distribuidoras de energia elétrica do Brasil. O fornecimento coberto pelo PPA terá início em janeiro de 2018 e a eletricidade gerada antes dessa data será vendida no chamado mercado livre. O Complexo de Apiacás é capaz de gerar mais de 490 GWh por ano, o suficiente para atender às necessidades de consumo

de energia anual de mais de 200 mil lares brasileiros, evitando a emissão de cerca de 280 mil toneladas de CO para a at² mosfera. A Enel Green Power Brasil tem atualmente uma capacidade instalada total de 648 MW, dos quais 401 MW são de energia eólica, 12 MW de energia solar fotovoltaica e 235 MW de energia hídrica. Além disso, a empresa tem 442 MW de projetos de energia eólica e 807 MW de energia solar atualmente em execução. Através da Enel Green Power Cachoeira Dourada, a empresa também opera uma usina hidrelétrica de 658 MW no estado de Goiás. Evento - No dia da inauguração, em 22 de novembro, uma comitiva de executivos italianos da Enel, vinda de Niterói (onde fica a sede da empresa no Brasil) e da Itália especialmente para a ocasião, cruzou cedo o caminho para chegar ao evento. Os executivos estavam felizes e emocionados não só com a finalização do empreendimento, mas também com o modelo e o tempo de conclusão. O grupo já tem outros investimentos hidrelétricos no Brasil, mas este foi o primeiro a ser concebido desde o começo até o fim. “Terminamos a obra um ano antes do previsto. Seguimos os mais altos padrões de sustentabilidade

e meio ambiente na construção. Apiacás é um exemplo de como podemos aproveitar da melhor forma os recursos hídricos do Brasil, contribuindo simultaneamente para a sustentabilidade da matriz energética do país e o desenvolvimento das comunidades locais”, disse o Country Manager da Enel no Brasil, Carlo Zorzoli. Ele acredita que este modelo de investimento sustentável pode vir a se tornar um modelo para outros empreendimentos. Ainda de acordo com Zorzoli, projetos como esse estão de acordo com o objetivo do grupo, que é a da busca de fontes renováveis: “Desenvolvimento de energia limpa é estratégico.” Para quem ainda não conhece este forte grupo italiano, a marca tem forte presença global e no Brasil tinha como principal investimento mais conhecido do público em geral a Ampla, empresa de energia de Niterói e outros municípios fluminenses e a Coelce, do Ceará. Agora, com mudança de marca, todos os investimentos da holding passam a utilizar também o nome Enel. No Brasil, a subsidiária de energia renovável, a Enel Green Power, é o maior player solar do país e o terceiro maior player eólico. O grupo Enel está presente em mais de 30 países em quatro continentes, com capacidade instalada total de aproximadamente 84 GW

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Energia ENEL/ DIVULGAÇÃO

reflorestamento do entorno.

Obra foi a primeira no Brasil a ter um sistema fotovoltaico instalado para gerar e fornecer energia para o canteiro

Valor compartilhado – Segundo os organizadores, o evento de inauguração seguiu a mesma linha da preocupação com a sustentabilidade e incluiu várias ações, como plantio de mudas, uso mão-de-obra local até o reaproveitamento dos banners utilizados. A diretora de Sustentabilidade na Enel Brasil, Márcia Massotti, explica que Apiacás é um exemplo de investimento sustentável desenvolvido de acordo com o modelo de Criação de Valor Compartilhado (CSV) do Grupo. “O modelo tem como objetivo de conjugar a perspectiva de negócio da empresa com as necessidades das comunidades nas áreas onde atua, através da tomada de decisões que criam valor para ambos os lados”, destaca. Desde a construção do Complexo foram adotadas medidas e tecnologias que reduziram o impacto ambiental das obras e proporcionaram o desenvolvimento da comunidade local. Foram mapeadas diversas esferas da comunidade local, como prefeitura, ONGs e universidades. E a partir deste diagnóstico, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, foram realizadas reuniões com todos os grupos para ouvir demandas e discutir propostas. Foi definida a necessidade de fazer cursos de capacitação em gestão e sustentabilidade para o corpo técnico municipal. Ao todo, 23 técnicos participaram das for-

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mações, sendo 14 da Prefeitura de Alta Floresta. Além disso, foram realizados projetos de proteção da biodiversidade (programas de reflorestamento) e iniciativas para evitar emissões. A brita – pedra muito utilizada nas obras – foi retirada de região do canteiro de obras, evitando transporte excessivo de caminhões e também o arranjo geral do projeto básico foi repensado para evitar grande impacto e reduzir a utilização de concreto e, por consequência, os custos. No evento de inauguração, algumas mudas de árvores da região foram plantadas, marcando o replantio na área interferida. A empresa está apoiando o Viveiro de Mudas de Alta Floresta, responsável pela conservação de espécies nativas da Amazônia e de onde estão saindo as mudas que serão utilizadas no processo de

(*) A Editora viajou a convite da ENEL. ENEL/ DIVULGAÇÃO

e uma rede de distribuição de energia e gás de cerca de 1,9 milhão de quilômetros. Com cerca de 61 milhões de clientes residenciais e empresariais no mundo, a Enel tem a maior base de clientes de energia entre seus principais concorrentes na Europa.

Mão-de-obra local – No pico da obra, chegaram a trabalhar no canteiro cerca de 3 mil pessoas. Como costuma acontecer em outras usinas hidrelétricas, muitos dos operários vieram de longe, como do Piauí, Maranhão ou de Minas, com anos e anos de experiência em outras obras similares – os barrageiros, como são chamados pelo setor – mas o grupo procurou também formar mão-de-obra local e contratar quem tinha qualificação na região. “Com este modelo de atuação, nosso principal objetivo é assegurar que os projetos se transformem em legado para as comunidades”, explica Alexandra Valença, da área de Sustentabilidade da Green Power Brasil Participações. Morador de Alta Floresta, James Rodrigo Colodel, 35 anos, biólogo, com extensa formação na área ambiental, foi um dos contratados para o projeto. Há dois anos foi chamado para coordenar a área de Meio Ambiente de Apiacás. “Felizmente conseguimos formar mão-de-obra local e aproveitar também profissionais da região que já tinham experiência”, conta. Orgulhoso mostra parte do trabalho que envolveu o resgate de cerca de 1.000 animais, 200 mil peixes resgatados e 334 espécies de aves.

James Colodel, morador de Alta Floresta, foi contratado para coordenar ações de meio ambiente

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No meio da floresta O Complexo de Apiacás está localizado a 150 km da cidade de Alta Floresta, bem ao norte do Mato Grosso, próximo de onde o mapa indica o vértice de triângulo, quase fronteira com o Pará. No meio da Floresta Amazônica, em uma das poucas áreas ainda preservadas da imensa região transformada quase toda, ao redor, em pastos para gado, os 150 quilômetros poderiam até ser feitos em menor tempo, mas a logística não ajuda. Apenas os primeiros 60 quilômetros são em asfalto e a outra parte em chão batido que pode se transformar em lama com as chuvas tropicais da região, suficiente para atolar carros e caminhões. Pontes estreitas de madeira e a possibilidade de animais selvagens – como pacas, capivaras, cobras e até uma onça - cruzarem a estradinha

ajudam a dar um clima ainda mais selvagem. Durante a construção, engenheiros e operários perderam a conta do “encontro” com os animais da floresta, inclusive uma onça das grandes. Felizmente, sem contratempos para um lado ou outro. Todos os esforços foram tomados para que a biodiversidade fosse preservada e a segurança dos funcionários não fosse comprometida. Para quem não conhece, Alta Floresta é um município de destaque no Estado, tendo começado sua história com o garimpo, depois com a devastadora indústria de madeira e atualmente com foco especialmente em agropecuária. A soja – “ouro” verde em outros municípios do Mato Grosso, como Lucas do Rio Verde e Sorriso, está chegando na região. Colonos de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e de outros estados foram os pioneiros. A ci-

dade, de cerca de 50 mil habitantes, que tem no ecoturismo uma fonte de renda forte (como em hotel de selva e barcos para pesca esportiva) começa a sentir os primeiros sinais de mudanças com o desenvolvimento urbano: já há pequenos furtos de celulares e as agências bancárias reforçaram a segurança. Apesar de sinais de riqueza, como carros pick-up com tração, lojas de lanchas e algumas mansões luxuosas, o município ainda carece de calçadas, serviços públicos de qualidade e transporte urbano. Não há linha de ônibus e um coletivo passa pela manhã e no fim do dia para transporte de trabalhadores. A maioria dos habitantes anda de bicicleta, motocicleta ou carro. O pequeno aeroporto local tem um voo diário ligando com Cuiabá, e depois conexão para outras cidades, que costuma ter um grande fluxo de passageiros (Sônia Araripe).

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BRUNO BAKETA/ DIVULGAÇÃO

Case sustentável

Bons ventos impulsionam o Projeto Grael, que está completando 18 anos Lojas Americanas e Americanas.com fecham patrocínio para instituição que oferece, gratuitamente, cursos de vela para crianças, adolescentes e jovens, além de capacitação profissional em atividades do setor náutico Por Sônia Araripe, Editora de Plurale De Niterói (RJ) Fotos de Isabella Araripe, Plurale e Bruno Baketa / Divulgação

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m uma tarde quente de novembro, o vento forte ajuda a impulsionar as velas dos pequenos barcos que vão para a água navegar no canto de Jurujuba (tranquila região de Niterói, município do Rio), e também os sonhos da garotada que participa do Projeto Grael. Jovens risonhos e alegres – a maioria de comunidades próximas – se encantam com a possibilidade de velejar e – por que não? – “voar” longe com o que aprendem. “Quero ser oficial de Marinha e conhecer o mundo. Estou apenas começando aqui a realizar o meu sonho”, conta a simpática Geovanna Beatriz Gomes, 12 anos, aluna há um ano no Projeto Grael. Da comunidade de Badu, em Niterói, Geovanna confessa que ti-

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Geovanna Beatriz sonha em ser da Marinha e viajar pelo mundo

nha medo do mar. Mas depois de passar nas aulas de natação da instituição, agora não tem mais. “É seguro e fico muito feliz ao navegar”, revela. Criado pelos irmãos Grael – os campeões da vela Lars e Torben – o

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Instituto Rumo Náutico, mais conhecido como Projeto Grael, está completando 18 anos de grandes realizações. Cerca de 16 mil jovens já foram formados pelo projeto: além das aulas de natação e vela, há também cursos pro-


fissionalizantes para os jovens e adultos de 16 a 29 anos. “Destacamos sempre que não queremos formar atletas de ponta. Não é o nosso objetivo principal. Mas estamos sempre formando cidadãos para a vela e para o mundo. Muitos já saem daqui também com emprego”, conta André Alcantara Martins, coordenador de Desenvolvimento Esportivo do Projeto. As aulas de natação são o primeiro passo para quem chega ao Projeto Grael. “É a porta de chegada. São pelo menos seis meses ou até um ano se for preciso. Não queremos formar nadadores, mas é preciso que todos saibam nadar bem para que possam enfrentar o mar”, explica a professora Lívia Godoy, que dá aulas de natação há dois anos e meio na instituição. Os pequenos se divertem na piscina, sem notar que estão aprendendo lições importantes para a vida. “Eu tinha um pouco de medo, mas agora adoro vir para as aulas”, confessa o pequeno Michel Souza Silva, nove anos, morador da comunidade do Preventório, também em Niterói. Conta que brinca com os amigos na aula e não vê a hora de também poder navegar, como os alunos maiores. E sonha com que futuro? “Sonho em ser delegado”, diz o menino. Marcelo Amorim Campos, 32 anos, foi aluno da classe Optimist do projeto e hoje ensina para a criançada o que aprendeu. “Me tornei professor em 2008 e vejo a transformação dos jovens. Eles vêm de uma realidade muito diferente do que encontram aqui. A vela ajuda também os jovens o valor de cuidar da natureza”, afirma. Hoje técnico de vela, Marcelo conta, orgulhoso que trabalhou nas Olimpíadas e é reconhecido pela sua expertise. “O projeto me abriu portas e me deu uma profissão. Sou muito grato.” Cursos – Os cursos náuticos são de introdução à vela — classes Optimist (até 15 anos) e Dingue (a partir dos 16 anos). Já a capacitação profissional dos alunos conta com cursos de fibra de vidro, capotaria, mecânica de motores, carpintaria e eletrônica. “As oficinas são importantes, pois vão além do esporte e dão uma perspectiva de futuro oferecendo caminhos de socialização e alternativas profissionais”, avalia o bicampeão olímpico

André Alcantara Martins, coordenador de Desenvolvimento Esportivo do Projeto Grael – “Estamos formando cidadãos para a vela e para o mundo.”

Michel aprendeu a nadar no Instituto e perdeu o medo da água

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Case sustentável

Marcelo Amorim Campos, 32 anos, foi aluno da classe Optimist do projeto e hoje ensina para a criançada o que aprendeu

Torben Grael. O projeto conta com o reconhecimento da Federação Internacional de Vela (Isaf) e da Unesco. Em uma turma profissionalizante, encontramos 10 alunos prestando atenção aos ensinamentos do professor Gilson Pessanha, 52 anos, experiente engenheiro mecânico, com passagem por plataformas de petróleo. Vários jovens já se formaram nas turmas de motor de popa e agora acaba de começar um novo curso de motor a diesel. Segmento que despertou a vocação dos jovens Lucas Gonçalves Coutinho, de 16 anos e Samuel Nascimento Matos da Costa, de 18 anos, de comunidades de Niterói. Juntos, com a decisiva ajuda das aulas do professor no Projeto, acabam de abrir um microempresa para consertar motores de barcos a diesel. “Estamos ainda começando, mas acreditamos que teremos trabalho pela frente”, diz Lucas. Samuel conta que o seu irmão trabalha com barcos maiores e deu a dica

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para que focassem o novo negócio nos motores a diesel. “Os clubes aqui próximos estão sempre precisado de mão-de-obra. Há um bom mercado para este jovens”, destaca o professor Gilson. De acordo com os indicadores do Instituto, o índice de empregabilidade dos jovens que passam pelos cursos chega a 27%. Atletas de ponta – Apesar de não ser o objetivo principal, alguns alunos acabam se destacando na vela. São selecionados e passam para uma categoria especial, o programa “Estrela do Mar”. “Temos duas equipes que competem e alguns atletas se destacam em provas”, comemora André Alcantara. Para quem não vivencia o mundo da vela, este é um esporte que exige não só investimento em tempo e dedicação dos atletas, mas também recursos para ter barco, equipe e infraestrutura para acompanhar as provas. Quem é do “Estrela do Mar” conta com a ajuda decisiva do Projeto Grael.

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Patrocinadores – Ao longo de 18 anos, com excelentes resultados apresentados, o Projeto Grael contou com importantes parceiros. Holofotes no Brasil e no mundo, atraídos não só pelo brilho das carreiras vitoriosas dos fundadores, mas, principalmente, pela transformação em curso na vida de jovens de comunidades carentes que dificilmente teriam acesso à vela e aos cursos em Jurujuba. A casa em desnível, que já foi um hotel e restaurante famoso nos anos 50, transformou-se em uma espaçosa sede, que tem como vizinhos o Clube Naval de Charitas, pescadores e nas proximidades também a estação de barcas de Charitas. Atualmente, 30 funcionários – todos com carteira assinada – trabalham no Projeto. E os fundadores, mesmo com agendas superconcorridas, estão sempre por perto, acompanhando as “crias”. São patrocinadores atuais: Akzo Nobel, Instituto Renner, Estácio, Klabin, Rede Globo, Águas de Niterói, o Bank of


Lucas Coutinho e Samuel Costa estão no curso profissionalizante e abriram uma microempresa para recuperar motores a diesel.

America/ Merrill Lynch, o Ministério do Esporte (através da Lei de Incentivo ao Esporte) e mais recentemente, Lojas Americanas e Americanas.com. A parceria foi comemorada pelos administradores do Projeto. Dois novos barcos foram comprados – embarcações da categoria Day Sailer – para os alunos que já sabem velejar. “Com esse patrocínio, Lojas Americanas e Americanas.com reforçam o apoio ao esporte e ao estilo de vida saudável, incentivando mais um projeto focado na inclusão, formação e democratização da prática esportiva”, explica Carlos Padilha, diretor da Lojas Americanas. As marcas já promovem há três anos o circuito de corrida e caminhada “Todo Mundo Vai”, com duas modalidades de 4km e 8km, que ocorre no Rio de Janeiro (RJ) e em Belo Horizonte (MG). Ainda na área esportiva, patrocinam o Rei e Rainha do Mar, maior festival de esportes de praia do Brasil.

Compromisso com a Sustentabilidade De acordo com o Relatório de Sustentabilidade, a Lojas Americanas destaca não só seu papel como gerador de empregos – no ciclo entre 2015 e 2019, irá abrir 800 lojas em todo o Brasil, gerando mais de 60 mil empregos diretos e indiretos – mas também o modelo sustentável de negócios. Para suportar o funcionamento de todas as lojas, a Companhia estruturou um plano estratégico de negócios em linha com o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua, oferecendo uma diversidade cada vez maior de bens de consumo, a preços populares. Dessa forma, acredita estar contribuindo para a promoção social local, sem abrir mão da excelência dos resultados financeiros, alinhada às políticas de proteção ao meio ambiente e de respeito à sociedade. Desde 2007, o relatório destaca ainda que nos últimos nove anos, uma cultura de sustentabilidade corporativa, baseada nos pilares de crescimento econômico viável integrado à adoção de boas práticas socioambientais, vem sendo disseminada em toda a cadeia de valor, por meio de um comitê multidisciplinar interno de Sustentabilidade, denominado Companhia Verde. Em 2015, um membro do Conselho de Administração da Companhia passou a fazer parte desse comitê e tem assessorado a diretoria na tomada de decisões que tenham impactos econômicos, ambientais e sociais. Além disso, desde 2012, a Lojas Americanas tem uma Diretoria que

se reporta diretamente à Presidência, com equipe inteiramente dedicada à sustentabilidade. Durante o exercício de 2015, a Companhia manteve o seu compromisso de desenvolver um plano de ação para o investimento em projetos socioculturais e ambientais, implementá-los e comunicá-los a todos os seus stakeholders. Clientes, acionistas, fornecedores, governo, associados, organizações não governamentais e comunidades são continuamente estimulados a participar do aprimoramento de nossas práticas socioambientais. O diretor também destaca as ações de promoção da conscientização de todos os seus associados para ações que visam à promoção da saúde e bem-estar, ao respeito e à proteção do meio ambiente e à economia dos recursos naturais. Nesse sentido, a Companhia criou um calendário de ações de prevenção, promoção à saúde e cuidados para mitigar o impacto ambiental que mobiliza associados, clientes e fornecedores ao longo do ano. Temas como Combate à Poluição, Dia Mundial sem Carro, Combate ao Câncer de Mama e Dia Mundial do Meio Ambiente foram celebrados por meio de mensagens que circularam nos folhetos publicitários distribuídos nas mais de mil lojas em todo o país. Para saber mais sobre as políticas e diretrizes de Sustentabilidade, basta acessar o website www.companhiaverde.com.br. O contato com a Lojas Americanas também pode ser feito pelo e-mail cia.verde@lasa.com.br.

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Ensaio

VEJO

FLORES EM VOCÊ

Ao longo deste nove anos de Plurale tivemos o privilégio de contar com o olhar atento de uma das mais renomadas e relevantes fotógrafas de natureza, LUCIANA TANCREDO. Com cerca de 30 anos de experiência em fotojornalismo – tendo passado por algumas das principais redações do Brasil – Luciana se encontra realmente é registrando a natureza. “Me sinto realizada por poder fotografar lugares tão incríveis e ainda preservados”, conta. Adora registrar animais e paisagens, mas, neste ensaio, selecionamos apenas flores – as mais variadas – para trazer um pouco de poesia para os nossos leitores. Como cita a letra da música “Flores em você”, do conjunto Ira : “De todo o meu passado Boas e más recordações Quero viver meu presente E lembrar tudo depois Nessa vida passageira Eu sou eu, você é você Isso é o que mais me agrada Isso é o que me faz dizer Que vejo flores em você De todo o meu passado Boas e más recordações Quero viver meu presente E lembrar tudo depois Nessa vida passageira Eu sou eu, você é você Isso é o que mais me agrada Isso é o que me faz dizer Que vejo flores em você Que vejo flores em você.”

Flor de cera Rio de Janeiro Imbiruçu - Angra dos Reis - RJ

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Eternizar as flores – mesmo as pequeninas, escondidas – é apenas uma das paixões da carioca que cresceu junto à Praia da Barra, ainda quase “deserta” nos anos 80, mas nunca perdeu o gosto pelas viagens em diferentes biomas do Brasil e do exterior. “Já estive em parques e reservas de vários países. Nunca perco o encantamento com a riqueza natural do nosso país. Precisamos sempre lutar pela preservação e conservação”, diz Luciana, formada em Jornalismo pela PUC-Rio. Orquídeas, flores pequenas e grandes, endêmicas ou não (que são encontradas apenas naquele local): selecionamos diferentes espécies foram clicadas por Luciana, seja na Serra da Bocaina, no Monte Roraima, na Chapada Diamantina e em tantos outros lugares. Cores, formas e tamanhos variados. Aproveite!


Orquídea - Petrópolis

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Orquídea Coração - Reserva Chico Mendes - Acre

FOTOS:

LUCIANA TANCREDO

OrquídeaSerra do Matutu - MG Orquídea - Monte Roraima

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Ensaio

Flamboyant - Bahia

Carnívoras Monte Roraima Capim - Serra da Canastra - MG

Flor Endêmica do Monte Roraima

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PLURALE EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2016


Espirradeira- Petrรณpolis

Bromelia - Petrรณpolis

Bromelia - Petrรณpolis

FOTOS:

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LUCIANA TANCREDO Flor de Macaco Aterro do Flamengo - RJ

Sempre Viva Serra da Canastra - MG

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Ensaio

Arbusto - Ibitipoca - MG

Lilรกs - Serra do Caraรงa - MG

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FOTOS:

LUCIANA TANCREDO

Capim - Serra da Canastra - MG

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PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2016


Bromélia - Chapada Diamantina

Flor - Jardim Botânico Rio de Janeiro

Orquídea Miniatura Petropolis

Maracujá SilvestreTiradentes - MG

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Estante O estranho caso do sono perdido (infantil), por Míriam Leitão – Editora Rocco- 36 págs, R$ 25,90 Uma das jornalistas mais conhecidas e respeitadas do país, Míriam Leitão segue exercitando sua faceta de ficcionista e contadora de histórias para crianças. Em O estranho caso do sono perdido, seu quarto livro infantil pela Rocco, ela narra a aventura de uma menina e sua avó pelo mundo dos sonos com um texto bem-humorado e cheio de imaginação, ilustrado por Fran Junqueira. Esqueça tudo o que você já ouviu falar sobre histórias para dormir e principalmente as vovozinhas dos tradicionais contos infantis. No livro de Míriam Leitão, é a neta quem vai contar uma história para a avó dormir, e ela não é nem um pouco parecida com as avós de antigamente, mas uma mulher moderna, com uma agenda lotada de reuniões e viagens. Numa dessas viagens, entre um compromisso e outro, a avó vai dormir na casa da neta, que mora em outra cidade, e depois de lerem algumas histórias, ela não acha seu remédio para dormir. Disposta a ajudar a avó a encontrar seu sono, a menina convida a avó para embarcar numa viagem pelo mundo dos sonos, que deve ficar em algum lugar dentro da imaginação. Mas assim como a capacidade de dormir, a avó perdeu sua imaginação faz tempo! Resta a ela, e aos leitores, dar as mãos à neta e se deixar levar. E o que elas descobrirão no mundo dos sonos, e dos sonhos, ficará para sempre em seus corações, dia e noite.

A diversidade em perigo – De Darwin a Lévi-Strauss, por Pascal Picq, Tradução de Maria Alice Araripe de Sampaio Dória, Editora Valentina, 272 págs, R$ 44,90 Contextualizando a importância da evolução e da variedade e ecossistemas de seres, idiomas, culturas e sociedades para salvar o planeta e a espécie humana, o autor Pascal Picq dividiu o livro A diversidade em perigo – De Darwin a Lévi-Strauss em três partes. Na primeira, o leitor embarca com Charles Darwin e Claude Lévi-Strauss na descoberta da diversidade natural e cultural, selvagem e doméstica. Na segunda, segue os caminhos da evolução e os cruza com os mecanismos da coevolução na origem da biodiversidade de ontem e de hoje. E, na terceira, aborda como a erosão que sofre a diversidade doméstica, criada pelos agricultores há dez mil anos, sob o efeito dos choques culturais e de novas práticas agrícolas impostas por grandes empresas, ou pelas políticas de agências internacionais em nome do desenvolvimento tornou-se insuportável. PLURALE EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2016 40 PLURALE P LURALEEM EMREVISTA REVISTA| |Novembro Março / Abril 2016 40 / Dezembro 2016 40

Carlos Franco – Editor de Plurale em revista

Teatro Guaíra – Bastidores e Memórias, por Gabriela Fialho, Julia Baggio, Lara Pessôa, Manuella Niclewicz e Monique Benoski – Mais infos: www.facebook. com/bastidoresdoguaira Trazer à tona histórias dos bastidores do Teatro Guaíra é a proposta principal do livro Teatro Guaíra – Bastidores e Memórias, produzido por Gabriela Fialho, Julia Baggio, Lara Pessôa, Manuella Niclewicz e Monique Benoski, alunas do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Como projeto de conclusão de curso, o livro mescla imagens artísticas do Teatro Guaíra com histórias de funcionários e ex-funcionários que tenham relação próxima com o local. No total, os 17 relatos foram divididos em capítulos únicos e as histórias foram selecionadas por suas peculiaridades. Os perfis também trazem histórias únicas, com começo, meio e fim, para que o leitor possa ler sem uma ordem cronológica entre os capítulos. “O objetivo central desse projeto se deu pelo fato de querermos valorizar e resgatar histórias de personagens que possuem uma forte identificação com um dos maiores centros culturais do Paraná”, afirma Lara Pessôa.

Lagoa Rodrigo de Freitas: uma discussão centenária, por Victor Monteiro Barbosa Coelho, Editora Cidade Viva, 240 págs R$ 60,00 Quando o assunto é a Lagoa Rodrigo de Freitas a falta de consenso é geral. Há sempre uma controvérsia sobre a solução mais viável para a melhoria da qualidade de suas águas e preservação desse patrimônio da cidade do Rio de Janeiro. O livro ‘Lagoa Rodrigo de Freitas: uma discussão centenária’, do engenheiro Victor Monteiro Barbosa Coelho, faz um registro fundamental dos estudos técnicos, projetos e obras que a Lagoa sofreu ao longo dos anos e lança luz sobre o notório valor histórico e humanístico desse cartão postal do Rio e do Brasil. Victor Coelho conta que “quis deixar o testemunho de um trabalho de quase 30 anos na Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), órgão de controle ambiental do Estado do Rio de Janeiro na época, e as dificuldades encontradas pela equipe.”


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CINEMA

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Documentário sobre machismo

Praia com selo de certificação de qualidade ambiental É sobre essa praia que trata o documentário “Ouro Azul”: a praia de Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, situada na Ilha dos Frades, em Salvador, na Bahia. O local teve sua revitalização fomentada pela Fundação Baía Viva, por meio da empresa de consultoria Preamar Gestão Costeira, sendo o primeiro do Norte-Nordeste a receber o certificado Bandeira Azul – selo internacional de qualidade ambiental, criado na França em 1980, concedido a praias e marinas. Com direção de Meire Moreno, o média metragem de 26 minutos revela não só a beleza do lugar quanto a importância da responsabilidade socioambiental e a sustentabilidade na preservação de um destino paradisíaco. O documentário é narrado a partir da perspectiva de uma turista que desembarca na ilha para desbravar o retrato do paraíso, registrando a vida da comunidade local e a relação das pessoas com as águas que as rodeiam, além da interação dos visitantes com o cotidiano e o ecossistema da ilha. Assista o trailer em: https://www.youtube.com/watch?v=-WZvZJjMXys

Na esperança de um meio ambiente melhor No You Tube é possível ter acesso e resgatar muitas produções que às vezes passam despercebidas nos circuitos comerciais ou na grade dos canais de TV por assinatura. É o caso de “O Homem e a Natureza: Lar Selvagem”, produção da National Geographic, disponível no You Tube, que propõe uma nova maneira de olhar para lugares selvagens em todo planeta e animais que lá vivem, na esperança de uma melhor relação com o meio ambiente. O filme com mais de uma hora pode ser visto via internet em versão dublada no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=ISRvpKnxfNk

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Equidade de gêneros é uma das bandeiras da ONU Mulheres que desenvolve inúmeros estudos a respeito. Muitas das iniciativas são patrocinadas por grupos como O Boticário que está por trás do documentário “Precisamos Falar com os Homens?”, estudo da ONU Mulheres e do Papo de Homem. Durante um ano, uma pesquisa quantitativa e qualitativa passou por todas as regiões do país para entrevistar mais de 20 mil brasileiros e brasileiras e também para conversar com especialistas e estudiosos de gênero. O documentário traz dados sobre como homens e mulheres entendem o papel de ambos na busca da equidade de gênero, e também os principais insights deste estudo. Disponível no You Tube: https://www.youtube.com/watch?v=jyKxmACaS5Q

De olho em 2017 Fiquem atentos para a abertura das inscrições do tradicional Festival de Curta-Metragens de São Paulo- Curta Kinoforum: de 30 de janeiro a 31 de março de 2017 (para filmes concluídos em 2016) e até 30 de abril de 2017 (para filmes concluídos em 2017). O festival se consolidou como ponto de encontro entre a produção latino-americana e internacional, promovendo o intercâmbio de experiências culturais, econômicas e políticas relacionadas ao curta-metragem. Mais detalhes no site: http://www.kinoforum.org

Ancine abre edital A Agência Nacional do Cinema (Ancine) está com inscrições abertas para edital destinado a longas-metragens de linguagem inovadora e relevância artística, acolhendo projetos de ficção, animação e documentário. Os interessados têm até o dia 23 de janeiro de 2017 para encaminhar seus projetos. A linha disponibiliza R$ 30 milhões em recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), com o banco BRDE como agente financeiro. Criada em 2016, a linha é uma das mais recentes do Programa Brasil de Todas as Telas. A Ancine aposta em obras com potencial para trilhar carreira em festivais, mas que também possam chegar ao circuito de salas de cinema, diversificando a oferta e ampliando o público do cinema nacional.


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Realização:

A ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas agradece os patrocinadores, os parceiros de mídia e os apoiadores institucionais do 3º Encontro ABRASCA de Direito das Companhias Abertas, realizado em São Paulo no dia 29 de novembro de 2016 Patrocinadores Plus:

Patrocinadores Master:

Patrocinadores Senior:

Patrocinadores Pleno:

Parceiros de Mídia:

Organização

Apoios Institucionais: ABRAPP, ABVCAP, ANBIMA, ANEFAC, APIMEC NACIONAL, APIMEC SÃO PAULO, CODIM, FACPC, IBEF, IBGC, IBMEC, IBRACON, IBRADEMP, IBRI e TMA BRASIL


Ecoturismo

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ISABELLA ARARIPE

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Hotel gaúcho ganha prêmio de sustentabilidade O Cambará Eco Hotel ganhou o prêmio Braztoa na categoria Top Sustentabilidade. Inaugurado há sete anos, o estabelecimento projetado pela família Brugnera fica no município gaúcho de Cambará do Sul, próximo ao Parque Nacional de Aparados da Serra. O Cambará Eco Hotel foi o primeiro hotel com moldes ecológicos sustentáveis e não fumante da região. A premiação inclui uma bolsa de estudos do Centro Universitário Senac para a pós-graduação a distância Inovação e Empreendedorismo em Negócios Turísticos Sustentáveis e um vídeo institucional de divulgação a ser produzido pelo Ministério do Turismo. O hotel também foi vencedor na categoria Meios de Hospedagem, com o projeto: Sustentabilidade como gestão da empresa.

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Anavilhanas inaugura trilha e investe em turismo ecológico Parque Nacional de Anavilhanas acaba de inaugurar trilha de mais de 4 quilômetros em meio à floresta de terra firme. Durante o evento de abertura do mais novo atrativo da unidade de conservação (UC), gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Novo Airão (AM), foi feito plantio simbólico de uma bananeira sobre a fossa, permitindo o tratamento final do efluente. A trilha, aberta inicialmente para pesquisa no passado, foi revitalizada para ampliar as oportunidades de visitação no parque. Além de trilhas terrestres, a unidade conta com outros atrativos, que variam conforme a época do ano: trilhas aquáticas cruzando ilhas e igapós, praias de areia branca que contrastam com as águas escuras do rio Negro, a paisagem do arquipélago, que pode ser apreciada por voo panorâmico, e o Flutuante dos Botos, no qual os visitantes podem interagir com botos-vermelhos.

Cachoeira atrai turistas em Minas Gerais A cachoeira do Tabuleiro é a mais alta do estado de Minas Gerais, com 273 metros. A queda d’água é considerada uma das sete maravilhas da Estrada Real e reúne em seu entorno cachoeiras menores e lagos, além do grande poço rodeado paredões de rochas. A cachoeira fica no distrito de Tabuleiro, distante 19 quilômetros da cidade. A partir do povoado, é preciso caminhar cerca de uma hora e meia para chegar à cachoeira. O município de Conceição do Mato Dentro, onde fica Tabuleiro, conta ainda com diversas outras opções de ecoturismo, com trilhas e cachoeiras, entre elas a Três Barras e a Rabo de Cavalo.

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PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2016

Costa dos Corais terá sítio de pesquisa

Professores do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), acabam de aprovar, pela primeira vez em Alagoas, projeto de instalação de um sítio do PELD (Pesquisas Ecológicas de Longa Duração) na APA Costa dos Corais (PELD-CCAL). O programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração é concebido e financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico (CNPq) em conjunto com as fundações de apoio à pesquisa. A equipe é liderada pela Ufal, em parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a APA, Semarh, IMA, Ifal, UFPE, ONG Biota, ONG Yandê, Universidade de Oxford, Ludwig Maximilian University of Munich e University of California. Pesquisadores, gestores e estudantes de graduação e pós-graduação irão realizar pesquisa no Sitio-PELD-CCAL em microbiologia, bentos, plantas, ecologia de peixes, aves, répteis, mamíferos, pesca, turismo, recursos hídricos, sensoriamento remoto, interagindo com pesquisadores da área social no que tange a percepções, conflitos, educação ambiental, entre outros.

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Ecoturismo

Rapa Nui Texto e Fotos por Nícia Ribas, de Plurale

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Da Ilha de Páscoa

viões lotados partem diariamente de Santiago, Chile, com pessoas do mundo inteiro interessadas em desvendar os mistérios de Rapa Nui, a Ilha de Páscoa e suas estátuas milenares, os moais. Imensos bonecos monolíticos – alguns com mais de quatro metros - esculpidos em basalto proveniente das erupções vulcânicas que formaram a ilha, desafiam a lógica humana, que chega a atribuí-los a obra de extraterrestres. No entanto, segundo descendentes dos primeiros habitantes – que lá chegaram por volta do ano 400 dC provenientes de

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outras ilhas da Polinésia - seus ancestrais tinham o costume de esculpir e adorar os líderes das famílias e das comunidades, após a sua morte. Nune Huki, guia turística, percorre locais sagrados, mostrando os altares, ahu na língua rapa nui, sobre os quais eram colocadas as estátuas enfileiradas; e as montanhas de material rochoso, onde os monolitos eram esculpidos. Quando perguntada se nasceu na Ilha, aponta: “Está vendo aquela casa lá embaixo? É do meu avô, cresci correndo por aqui.” Ao desembarcar no rústico Aeropuerto Mataveri, em Rapa Nui, o turista recebe instruções sobre os cuidados que deve ter com as históricas estruturas arqueológicas, “testemunho único de uma civilização que se tornou vulnerável”, segundo a UNESCO, e paga a taxa

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Uma viagem no tempo à Ilha de Páscoa

de 30.000 pesos chilenos, equivalentes a 60 dólares, para circular pelo Parque Nacional Rapa Nui. Não chega a seis mil o número de habitantes da Ilha, que tem uma rua principal pavimentada, centro nervoso do pueblo Hanga Roa. Ali, todas as manhãs, agricultores expõem suas colheitas, numa feira informal, em caixotes ou em carrocerias de camionetes. Muita batata doce – saborosíssimas - e abacate, presença constante nas saladas. Do Pacífico, vem o atum. Os pescadores locais queixam-se dos grandes barcos pesqueiros japoneses que capturam os maiores – de até 250 quilos, deixando para eles os pequenos, de 25. A pequena Ilha de apenas 162,6 km2, a 3.700 km da costa do Chile, tem praias


e costões encantadores,um por do sol mais bonito do que o outro, vulcões e cavernas incríveis. De dentro da água fria do mar de Anakena, entre peixinhos azuis, avista-se adiante da praia de areia fina e branca, numa pequena elevação, um ahu com moais. Tanta beleza aliada à preservação de uma cultura milenar – existem cerca de 800 moais, que foram derrubados durante períodos de guerra e mais tarde, alguns reerguidos - faz de Rapa Nui um lugar realmente especial. O cuidado com o meio ambiente está internalizado na população e também nos hotéis, que possuem pontos de reciclagem para que os 80 mil turistas anuais não deixem lixo por ali. Existe na Ilha uma usina de reciclagem, em

Orito, que recebe papel, vidro, pneus e resíduos eletrônicos. Toda semana fardos de papel são levados de avião para uma empresa no continente para serem reciclados. Simpáticos, os nativos gostam de ser cumprimentados na língua deles: iorani (oi e tchau); maururu , para agradecer. E reagem quando chamados de chilenos, reafirmando sua nacionalidade rapa nui. Oficialmente, uma lei dos anos 60 anexou a Ilha ao Chile. Recentemente, outra lei estabeleceu a restituição de terras – cinco hectares – a cada família descendente dos povos originários, como a de Nune Huki. - Nune, escreve aqui seu endereço para você receber a Plurale. - Basta colocar o nome e Isla de Pascua. Aqui é assim!

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Ecoturismo

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SERVIÇO Como chegar: - Voo Latam dura 25 horas, incluindo o tempo de espera da conexão. Melhor comprar Rio/Santiago (4hs), jantar num bom restaurante de Bela Vista (Como água para chocolate, U$ 80 o casal, por ex.) e no dia seguinte seguir. São mais cinco horas até o Aeropuerto Mataveri. As tarifas variam e há sempre a chance de promoções ou a compra com milhas. Onde ficar: Hotel Kaimana Inn – rústico, boa localização, no pueblo. O dono, Marcelo,

espera no aeroporto e dá dicas de passeios. Diária para casal: U$107. Hotel Altiplanico Rapa Nui – rede que oferece bons serviços no Chile. Agência para contratar passeios: Mahina Tour. Vale optar pelo full day, com almoço. 30 mil pesos chilenos por pessoa. Aluguel de carros, triciclos e bicicletas – várias agências na rua principal. Carro para meio dia: 35 mil pesos. Restaurantes na orla – servem o famoso pisco sour com croquetes e pasti-

nhas de abacate com tomate. Perfeito para esperar o por do sol. - Taverne du pecheur – da varanda avista-se o Pacífico, um moai e o campo de futebol. Se estiver rolando uma partida dá até para torcer. U$ 70 para o casal. Casa de câmbio - melhor trocar em Santiago. Existe um lugar no centro comercial que faz câmbio, mas nem sempre está funcionando. Um dólar vale 600 pesos chilenos.

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Ecoturismo

E n s a i o

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TEXTO E FOTOS:

NÍCIA RIBAS


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Pelo mundo

O trabalho de voluntários em Orlando, nos EUA Por Virgínia Silveira, de Orlando (EUA) Especial para Plurale Fotos de Virgínia Silveira e Leda Alvim, de Orlando (EUA)

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ocê gostaria de ajudar a melhorar a vida das pessoas e do meio ambiente onde vive? Em Orlando, na Flórida, seguindo a longa tradição de serviços voluntários nos Estados Unidos, as oportunidades são inúmeras e é possível escolher diferentes formas de ajudar as pessoas que estão desabrigadas e famintas, crianças, mulheres e famílias em situação de risco, idosos em asilos e hospitais, animais abandonados, projetos educacionais, entre outros.

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No último levantamento feito pelo Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos, 62,6 milhões de voluntários (25,4% da população) trabalharam 7,9 bilhões de horas entre setembro de 2014 e setembro de 2015 O site VolunteerMatch.org, por exemplo, oferece ferramentas e serviços para ajudar a recrutar novos voluntários e a gerenciar o trabalho dessas pessoas para as organizações. O candidato a voluntário encontra uma lista variada de projetos sociais capitaneados por organizações não gover-

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namentais de acordo com a sua área de interesse. Em todos eles é preciso cumprir um mínimo de duas horas a três horas de trabalho em dias e horários pré-definidos pela coordenação do projeto e de acordo com a disponibilidade do candidato.


No último levantamento feito pelo Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos, 62,6 milhões de voluntários (25,4% da população) trabalharam 7,9 bilhões de horas entre setembro de 2014 e setembro de 2015. Em um mapeamento sobre o trabalho voluntário nos EUA, o site Volunteering and Civic Life in America afirma que os voluntários têm chances 27% maiores de encontrar um emprego depois de estar fora do mercado de trabalho do que os não voluntários. Em 2015 a maior taxa de voluntários americanos se deu na faixa etária de 35 a 44 anos e de 45 a 54 anos (28.9% e 28% do total respectivamente), mas as pessoas com 75 anos ou mais tiveram o maior número de horas trabalhadas entre os voluntários. As taxas mais baixas foram registradas entre jovens de 20 a 24 anos de idade (18,4%). Há sete anos, a organização Straight Street Orlando (SSO) serve comida para cerca de 200 a 300 sem teto no estacionamento da Igreja de St George, no centro da cidade. “Alguns restaurantes doam a comida pronta, mas também recebemos doação de mantimentos e preparamos as refeições que são servidas todos os domingos, segundas e terças-feiras”, disse uma das coordenadoras da SSO, Tonya Grose. Só chegar e começar a ajudar - Para ser voluntário do SSO não precisa fazer cadastro por e-mail. É só chegar e começar a ajudar. Os grupos se dividem entre os que servem a comida nos pratos, colocam o suco nos copos e depois aqueles que ficam responsáveis por entregar as refeições uma a uma. Tudo muito organizado. Antes de iniciar a refeição é feita uma pausa de alguns segundos para uma oração de agradecimento. Todos esperam sua vez sentados e, se tem comida suficiente, podem repetir. É só levantar as mãos. Alguns programas dão ao voluntário a opção de escolher o dia da semana e o horário que melhor convém de acordo com a disponibilidade de tempo do candidato. As inscrições, bem como o contato com as entidades, são feitas pela internet. As organizações também não exigem um comprometimento de longo prazo por parte do voluntário. Este é o caso da Polka Dogz Pet Rescue’s, entidade sem fins lucrativos, especializada no resgate e reabilitação de cães e em educar a comunidade sobre a posse responsável de animais. Atende a uma média de 10 a 20 cães de pequeno porte.

Linda Rock – diretora da Polka Dodz Pet Rescue´s

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Pelo mundo

Márcia Romero, da People Who Make a Difference

O voluntário pode ajudar a cuidar dos animais (passear com eles, dar comida, medicação e carinho), participar de eventos que vendem artigos que ajudam a salvar novos animais e divulgam os cães prontos para adoção ou no transporte deles para casas hospedeiras e o resgate propriamente dito. “Muitos dos nossos cães vêm de abrigos em péssimas condições. Alguns têm grandes questões médicas, como ossos quebrados e doença do verme no coração (dilofilariose), enquanto outros são idosos ou têm uma deficiência (membros amputados e cegos), explica Heidi Hardman, fundadora da Polka Dogz. O trabalho da entidade, segundo ela, é resgatar esses animais, cuidar deles e encontrar um lar onde possam viver de forma digna. Heidi comenta que a Polka Dogz é mantida por doações, taxas de adoção e apoio financeiro de dois dos seus oito membros do conselho de administração. “Nossos conselheiros são voluntários e passam até 40 horas por semana ajudando Polka Dogz”, ressalta. Os cães ficam instalados em um trailer devidamente equipado para recebê-los, com ar condicionado, música ambiente para acalmá-los, local para dormir e área externa com gramado.

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Para melhor controle dos processos de adoção, a Polka Dogz só libera o animal para ser adotado no estado da Flórida, onde eles podem ser acompanhados no novo lar e, se necessário, recuperados de volta, caso não estejam sendo bem cuidados. “Estes cães são como nossos filhos e para adotá-los é preciso passar por um processo de triagem, verificação de referência, encontros com o possível adotante e visita da futura residência”, comentou. Cada cão é vacinado, castrado e recebe um microchip. As despesas anuais da Polka Dogz, segundo Heide, são da ordem de US$ 35 mil. As doações, diz, ajudam bastante, mas não são suficientes para cobrir todos os gastos, que acabam sendo completados com dinheiro dos próprios conselheiros. Um dos principais gastos da Polka Dogz tem sido com o cão Maverick- um Jack Russel Terrier – resgatado há cerca de um ano praticamente sem movimento nas pernas traseiras e bastante machucado pelo abandono e devido a um atropelamento. Os gastos com as cirurgias e todos os cuidados exigidos no seu processo de recuperação já superaram os US$ 6 mil, conta Heidil. Crianças - Quando o assunto envolve crianças com saúde debilitada, a en-

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tidade Give kids the World, é uma das maiores referências em Orlando. Até o momento já recebeu 146 mil crianças e suas famílias vindas dos EUA e de 75 países para passar uma semana em sua Village, com todas as despesas pagas. O local, situado em Kissimmee, nos arredores de Orlando, possui uma estrutura equivalente a de um Resort voltado para o público infantil. Seus 250 parceiros (Disney, Universal, SeaWorld, Coca Cola, Unilever, entre outros) oferecem às crianças a possibilidade de visitar os parques temáticos e outras atrações a Flórida, além de procurar realizar todos os seus desejos. Cerca de 250 mil voluntários já atuaram na Give Kids the World Village até o momento cumprindo mais de três milhões de horas de trabalho voluntário com as crianças selecionadas pelo projeto. O leque de atividades é bastante extenso e inclui desde servir comida, pizza e sorvete nos restaurantes da Village, até brincar, tirar fotografias, vestir de personagens, ajudar na limpeza das áreas de lazer, serviços administrativos, entre outros. Para fazer parte do Give Kids the World, os candidatos a voluntários precisam participar de uma sessão de orientação, onde são apresentadas as


atividades desenvolvidas pela GKW e as oportunidades de trabalho voluntário. Depois é só se inscrever na atividade que mais combina com os interesses da pessoa e ver os dias e horários disponíveis. A brasileira Márcia Romero, há 20 anos em Orlando, também lidera uma organização sem fins lucrativos – People Who Make a Difference- que ajuda a cuidar de crianças e adultos portadores de doenças graves. Sua dedicação à causa de pessoas doentes começou em 2009, depois de uma experiência pessoal, quando ficou 25 dias internada e em coma após uma cirurgia na cabeça. Recuperada, ela deixou o emprego e se voltou para o trabalho voluntário. Hoje a PWMD realiza eventos beneficentes (jantares e cafés da manhã) para arrecadar dinheiro que financia o tratamento de doenças ou a compra de equipamentos, como cadeiras de rodas. “Recentemente estive no Haiti com um grupo de voluntários para fazer a entrega de alimentos e roupas às famílias necessitadas. É muito gratificante ver a reação das pessoas e a diferença que a sua ajuda representa na vida delas”, afirmou. No Hands on Orlando, organização que tem ajudado mais de 300 organizações comunitárias locais, também é possível fazer a diferença através de uma ação voluntária. Uma boa opção acontece todo terceiro sábado de cada mês, pela manhã, quando o Health & Rehabilitation Center Orlando abre suas portas para que os voluntários interajam com parte dos seus 325 idosos residentes. “Na sala de recreação do hospital os voluntários são convidados a cantar para os residentes, conversar, pintar as unhas das idosas, jogar xadrez e dominó e passear com eles em volta do hospital”, explica a coordenadora das atividades dos voluntários do Hands On Orlando no hospital, Catherine Bahrami. Ao final das atividades é recompensador ouvir quando alguns residentes dizem que gostariam que o voluntário voltasse mais vezes. ”Fiquei muito amiga desta menina. Ela me prometeu que voltará para me ver. Vou te esperar”, repetia várias vezes Carmen Muniz, residente do hospital, sobre uma adolescente voluntária.

Fazendo a diferença Por Virgínia Silveira, de Orlando

Desde a infância os americanos são acostumados a ver com muita naturalidade e relevância o trabalho voluntário, atividade que hoje mobiliza milhões de pessoas de todas as idades e regiões do país. Há cinco meses vivendo em Orlando, na Flórida, descobri que o voluntariado tem tanto valor que o tempo dedicado a essas atividades também incrementa o currículo do estudante na hora de procurar emprego e ainda pode ajudá-lo a ingressar em uma boa universidade ou até mesmo conta pontos para concorrer a uma bolsa de estudos. Para pessoas como eu e minha filha de 16 anos, com pouco tempo nos EUA, o trabalho voluntário tem um significado ainda maior. Além de ajudar o próximo, uma causa nobre que sempre esteve no radar da nossa família, vimos esse trabalho como mais uma oportunidade de integração à cultura americana. Em Orlando, as principais organizações sem fins lucrativos dedicadas ao trabalho voluntário são coordenadas por americanos e o idioma predominante é o inglês. Mas em uma cidade como Orlando, onde vivem hoje mais de 30 mil brasileiros, também encontramos boas oportunidades de trabalho em organizações criadas por nossos conterrâneos. Este é o caso da Fundação People Who Make a Difference, liderada pela administradora de empresas Márcia Romero e o marido Ademar Romero, há 20 anos vivendo em Orlando.

Em todos os casos, o caminho para se chegar a um trabalho voluntário não tem mistério. Pela internet é possível identificar diversas oportunidades e escolher a que mais se identifica com as suas necessidades. No meu caso e da minha filha, começamos ajudando a distribuir comidas para os sem teto no centro de Orlando, um trabalho muito organizado e cheio de emoções. Hoje nosso leque está bem mais variado e inclui visitas a hospitais de idosos residentes, crianças com doenças terminais, animais em situação de abandono e ajuda humanitária. Num balanço geral, o trabalho voluntário nos ajudou a conhecer pessoas interessantes, a fazer novas amizades e a ampliar o nosso espírito de solidariedade e de gratidão.

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VIDAS a u d á v e l Sociedade Vegetariana Brasileira pede ao Subway que lance um sanduíche vegano

Parece chocolate, mas não é Já experimentou a alfarroba? Parece chocolate, mas não é. É uma vagem que, quando triturada, possui gosto parecido com o de cacau e, por isso, é muito utilizada para substituí-lo na produção de doces. Ela é livre de cafeína e qualquer outro elemento estimulante ou alergênico. Logo, não leva adição de açúcares, é sem glúten e sem lactose. Tem baixo teor de gordura, é fonte de vitaminas do complexo B, ferro, magnésio, cálcio e possui um potencial antioxidante bastante elevado. Dá para fazer brigadeiros, bolos, panquecas, biscoitos e muito mais.

Vegetarianos e veganos do Brasil podem em breve ter uma nova opção de sanduíche que atende à sua escolha em mais de 2 mil localidades no Brasil. A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) e organizações parceiras estão pedindo à rede de lanchonetes Subway que lance um lanche sem nenhum ingrediente de origem animal, como os que a marca já oferece em outros países como Estados Unidos, Índia, Suécia, Austrália e França. “Por motivações éticas, ambientais e de saúde, mais e mais pessoas têm se tornado vegetarianas e veganas. Todos estão percebendo isso - no seu trabalho, na sua escola, na sua família. E é o que os números mostram também”, argumenta Guilherme Carvalho, secretário-executivo da SVB. “Não estamos pedindo para eles lançarem um produto que não tem demanda. Pelo contrário, existe uma imensa demanda carente de opções”. Segundo o IBOPE, 8% da população brasileira se declaram vegetarianos, parte deles veganos.

Moda - Marca carioca produz calça sustentável Do Rio

Dieta da população brasileira está cada vez mais padronizada Elton Alisson | Agência FAPESP – O padrão alimentar de populações situadas em locais isolados na Amazônia, no Nordeste e no Centro-Oeste do Brasil e de comunidades de pescadores no litoral norte de São Paulo está cada vez mais semelhante ao de moradores de regiões urbanas do país. A dieta de comunidades ribeirinhas na Amazônia brasileira, que antes era composta principalmente por alimentos produzidos localmente, como peixe com farinha de mandioca, por exemplo, passou a ser integrada por alimentos industrializados, como enlatados e frangos congelados produzidos nas regiões Sul e Sudeste do país. As constatações foram feitas por pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) e da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas das Universidades de Brasília (UnB), Federal do Acre (UFAC) e do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por meio de uma série de estudos realizados nos últimos anos com apoio da FAPESP.

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A Cofi é a marca carioca virtual criada, originalmente, para questionar a tirania do jeans no guarda-roupa masculino. Usando apenas os melhores tecidos de algodão brasileiros e nada de matéria-prima animal, a Cofi é uma calça leve, ultraconfortável, de tiragem limitada e numerada e produção artesanal e responsável, que se tornou unissex por desejo das mulheres. A marca produz com matéria-prima 100% brasileira e zero crueldade. Para dar mais opções confortáveis aos Cofiusers, foram lançadas as versões de saia e bermuda da Cofi, seguindo o mesmo conceito. A Cofi utiliza tecidos de origem certificada e remunera de forma justa quem trabalha para a sua produção, além de investir numa embalagem durável e na reciclagem de seus retalhos. Além disso, cada cofi é parte de uma edição limitada de tiragem numerada. E para surpresa dos compradores, as cofis vêm embaladas numa marmita de alumínio, com alguns grãos de café salpicados – para acrescentar ainda mais um pouco de charme. www.cofiwear.com


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Beleza

MAQUIAGEM

com produtos naturais faz sucesso

Bioart oferece produtos livres de conservantes tóxicos e ingredientes de origem animal e glúten Da Equipe Plurale Fotos Divulgação

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apioca, chás, frutas, óleos, argilas e outros produtos naturais. Imagine estes “ingredientes” não na cozinha ou em um ateliê de cerâmica, mas sim como parte de produtos de beleza. Esta é a proposta da Bioart, empresa no Brasil pioneira na criação de maquiagem eco e tratamentos bionutritivos à base de argila, elementos naturais, orgânicos e veganos. Além de preservar a vida dos animais e do planeta, os produtos são livres de conservantes tóxicos como parabenos, ingredientes de origem animal e glúten.

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méticos na Universidade Anhembi Morumbi/SP e MBA em Marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 2015, ela ganhou dois prêmios importantes em reconhecimento ao seu olhar inovador: “Homenagem Jovem Empreendedora Beleza” da Ecoera Vogue e o “Prêmio Mulher de Negócios: Categoria Ouro” do Sebrae. Em 2016 a Bioart foi indicada ao 24º Prêmio Atualidade Cosmética, o Oscar da cosmética e perfumaria, em duas categorias, Creme de Tratamento Facial com os produtos: Creme Facial Bioessencial e Creme Facial Bioresveratrol e na categoria Inovação em Produto de Maquiagem, com os produtos: Máscara de Cílios Bionutritiva, Base Líquida Bionutritiva e Gloss Bionutritivo Beterraba. FOTOS DE DIVULGAÇÃO

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PLURALE EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2016

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Tecnologia

Aplicativos com pegada

Sustentável Carregar o celular com energia renovável , saber como reciclar corretamente ou poder salvar vidas doando sangue são algumas das novas tendências de apps Por Sueli Campo, Especial para Plurale De São Paulo Fotos – Divulgação

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s aplicativos são grande aliados da sustentabilidade e estão ao alcance da mão. Com a ajuda dos apps é possível estimular o consumo de energias limpas ao carregar o celu-

lar, poupar energia nas tarefas domésticas, fazer compras com maior consciência, reciclar materiais, participar de trabalhos voluntários, entre outros. É a tecnologia a favor do consumo consciente, do respeito ao meio ambiente e à coletividade. Veja alguns exemplos de aplicativos, gratuitos, que podem ajudá-lo a proteger o meio ambiente e a contribuir para o consumo consciente e o respeito à coletividade.

Rota da reciclagem - O aplicativo, uma iniciativa da Tetra Pak a favor da reciclagem, mostra de forma didática como participar do processo de separação e entrega das embalagens longa vida para a reciclagem. Informa onde estão localizadas as cooperativas de catadores, as empresas comerciais que trabalham com compra de materiais recicláveis e os pontos de entrega voluntária (PEV) que recebem embalagens da Tetra Pak. Este é um serviço que está em constante atualização.

Be Nice to Bunnies - O Be Nice To Bunnies informa ao usuário, empresas dos mais variados ramos, que não utilizam animais em sua fase de teste de produtos.

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Sparked - Lista organizações que estão precisando de ajuda com alguma coisa. Oferece 10,6 mil projetos de ONGs, principalmente nos Estados Unidos, com tarefas que levam de 15 minutos a duas horas para serem realizadas (os trabalhos mais solicitados são a criação de logotipos e sites, tradução e ações em mídias sociais). Informa que reúne 70 mil voluntários cadastrados.

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HealthMeApp – Este novo app está ajudando a reforçar o senso de coletividade entre as pessoas. O HealthMeApp, com versões gratuitas para iOS e Android, tem como objetivo funcionar como uma grande rede colaborativa de buscas e indicações de médicos. Os usuários podem indicar seus médicos de confiança e assim contribuir para esse banco de dados em que todos poderão ter acesso a profissionais que geram boas experiências no relacionamento com os pacientes. Mais informações sobre o HealthMeApp, assim como o link para download podem ser encontrados no www.healthmeapp.com.br


Ziit carrega celular com energia renovável- Os usuários de telefone celular têm agora a opção de carregar os seus aparelhos usando energia renovável graças ao aplicativo ZIIT. Inédito no mundo, o aplicativo foi desenvolvido pelo Instituto Totum, encarregado da gestão do Programa de Certificação em Energia Renovável criado pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e pela Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel). O ZIIT está disponível gratuitamente para download nos sistemas operacionais IOS e Android. O Totum garante que para cada watt-hora (Wh) consumido pelo aparelho celular foi gerado um Wh equivalente de uma das fontes de energia renováveis escolhidos pelo usuário.

Docway - O objetivo do Docway é ajudar a aumentar o número de doadores de sangue, além de auxiliar a cada banco de sangue de acordo com a sua necessidade. Afinal, com uma simples bolsa de sangue, podem ser salvas até quatro vidas. Após receber a mensagem, os pacientes interessados em doar, devem ir ao banco de sangue indicado. Para conhecer todos os detalhes sobre o Docway, que está disponível para os sistemas Android e iOS, acesse o site www.docway.co.

Ride off Carbon – Além do stress com o trânsito e o custo da manutenção das peças, a quantidade de CO2 emitida é muito alta. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cada brasileiro emite em média 10 mil toneladas de gás carbônico todos os anos. Para criar uma maior consciência na emissão destes gases, o aplicativo calcula a quantidade de CO2 que você emite rodando de carro. O aplicativo traça um comparativo entre a quantidade de gás emitido e o quanto poderia ser economizado, caso o meio de transporte fosse alterado para ônibus ou bicicleta. Disponível gratuitamente apenas para Android.

Mapa das Feiras Orgânicas - Identifica as feiras que vendem produtos orgânicos e agroecológicos em todo o País, cadastradas pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a partir do site Mapa de Feiras Orgânicas. Ele identifica o ponto de venda mais próximo com a ajuda da geolocalização, traçando rotas para chegar ao local escolhido. Estão cadastrados mais de 500 pontos de comercialização de orgânicos e agroecológicos em todo o País, dos quais 90% são feiras. A ferramenta, que é colaborativa, é atualizada constantemente e a tendência é de que esta quantidade cresça ainda mais. Disponível nos sistemas iOS e Android.

Manual de Etiqueta Sustentável - Ensina boas maneiras ambientais. O aplicativo oferece uma coleção de dicas sobre energia, cidadania e consumo. Basta escolher algumas e tentar segui-las. O app, gratuito, mostra uma árvore virtual que cresce conforme você vai lendo as dicas.

Good Guide - Permite fazer compras mais conscientes. Com a câmera do celular, o aplicativo lê o código de barras dos produtos e dá informações sobre as substâncias utilizadas na composição do produto, assim como dados sobre questões legais da empresa, se a produção afeta o meio ambiente, ou ainda se condições mínimas de trabalho são mantidas aos funcionários daquela corporação. Ainda não foram incluídos produtos brasileiros, mas, segundo os seus criadores, o aplicativo deve alcançar em breve o país. Disponível gratuitamente para iOS e Android. Verde - Com este aplicativo é possível calcular o consumo de todos os eletrodomésticos da casa e saber o custo médio da sua conta de luz no final do mês. O aplicativo é gratuito e está disponível para o sistema iOS (apenas para tablets).

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Bem-estar

FASCIATERAPIA

UMA ESCUTA PARA ALÉM DO CORPO

Por Lou Fernandes Prem Indira, Mestra em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFRJ/ Especial para Plurale Fotos de Julius Mack

Sair de um estado de ausência para um estado de presença. Entrar num espaço das percepções e sensações e assim perceber a si mesmo é o que permite a Fasciaterapia. Um método que oferece ferramentas manuais, gestuais, introspectivas e verbais que ajudam a acolher o indivíduo na sua integralidade e potencialidades. Para o fasciaterapeuta Vandré Vitorino, Pós Graduado em Terapia Através do Movimento, pela Escola e Faculdade de Dança Angel Vianna, a Fasciaterapia é um método preventivo e curativo que libera as tensões e alivia as dores corporais através do toque profundo nas suas diversas camadas como músculos, fáscias, tendões, ligamentos, vísceras, tecido nervoso, linfático entre

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outros. Sua ação terapêutica permite a restituição da mobilidade dos tecidos e restabelecimento da consciência e da sensibilidade do corpo, ocasionando o alívio de dores e, ainda, que o corpo vá ao encontro de sua própria organização fisiológica e de seu potencial de saúde. Depois de peregrinar por algumas técnicas, Angela Bon, psicóloga, encontrou na Fasciaterapia um tempo para ser cuidada. Ela conta que na sessão é um momento de se ouvir internamente, perceber, através do toque das mãos de Vandré, seus sentimentos que estavam endurecendo o corpo por falta de expressão e atenção perceptiva. Ela reconhece que como psicoterapeuta precisa estar plena e ter consciência de si mesmo. Angela reconhece que seu corpo estava longe dela, quase que anestesiado pela falta de contato. “Logo nas primeiras sessões senti o meu corpo mais vivo, com maior flexibilidade e mais contato

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com as questões inconscientes”, constata a psicóloga. Muitos chegam até Vandré pela dor física mas depois da primeira sessão vão percebendo que a dor é apenas uma das relações com o corpo e que existem outras mais profundas. Através da escuta do corpo e da relação com os efeitos do toque, percebem que também podem olhar para sua expressão, sua ausência ou presença, suas inquietudes e memórias que estão localizadas muito além do corpo. E é neste momento que a Fasciaterapia se mostra como um método de autoconhecimento pois funciona como uma educação perceptiva dos movimentos. O corpo fala, mas nem sempre ouvimos seu chamado Acessar conteúdos reprimidos e situações traumáticas é possível pelo


COMO NASCEU O MÉTODO

fato da Fasciaterapia mobilizar o movimento interno do corpo, trazendo a luz quem a pessoa é. Conforme explica Vandré, muitas vezes uma dor no ombro pode vir de uma tensão no pescoço. Uma tensão na região abdominal, das vísceras, pode ocasionar dor nas costas. “ Quando tocamos o corpo, não estamos tocando apenas pele, músculos e ossos. Estamos tocando a pessoa e tudo que ela traz consigo”, explica o fasciaterapeuta Vandré Vitorino. Para a fotógrafa Luana Laux, a sessão de fasciaterpia é um momento de comunhão som seus sentimentos. Ela reconhece que cada parte do seu corpo fala uma linguagem, mas nem sempre ela estava presente para perceber. Com a fasciaterapia ela conseguiu iniciar esse caminho de volta ao seu corpo. Para Vandré essa descoberta é possível pelo fato ser uma terapia manual centrada na pessoa, com total envolvimento na percepção de si mesmo.

Um toque suave e profundo Trata-se de uma terapia corporal baseada num toque suave e profundo eliminando a tensão das fáscias corporais que são tecidos fibrosos presentes em todos os sistemas corporais, recebendo nomes diferentes, dependendo da área, região ou segmento corporal em que se localizam. As fáscias se espalham como uma rede onipresente no organismo, envolvendo, impregnando e articulando tudo o que você possa pensar dentro do seu corpo: vísceras, músculos, ossos, tendões, ligamentos, cartilagens, veias, artérias, ossos, órgãos do sistema nervoso central e periférico. É muito benéfica em casos de problemas musculares e articulares, cansaço crônico, problemas de sono, estados depressivos, estresse, sinusites, ATM, patologias de envelhecimento, problemas de circulação venosa e linfática.

A Fasciaterapia nasceu nos anos 80 pelo professor francês Danis Bois, doutor em Ciências da Educação. Bois foi jogador de futebol, e é fisioterapeuta e osteopata. Em complementaridade a tudo que já havia aprendido, insatisfeito com tudo que já havia aprendido, Danis Bois tornou-se um pesquisador do movimento interno do seu corpo, apoiando-se na sua experiência (acumulada como terapeuta) e na sua intensa e prolongada experiência de meditação. A meditação o impulsionou a descobrir as leis do Movimento Interno Sensível do corpo que ele traduziu no gesto terapêutico do toque das fáscias. Autor de diversos estudos, artigos e livros, Danis Bois é professor/pesquisador em Psicopedagogia Perceptiva do Movimento na Universidade Fernando Pessoa, na cidade do Porto, Portugal. Dirige também, na mesma Universidade, o Laboratório de Estudos e Pesquisas aplicadas à esta área, (CERAP) e coordena os Cursos de Mestrado e Doutorado ligados ao tema. Sua equipe inclui investigadores em diferentes áreas das ciências exatas, naturais e sociais, médicos, enfermeiros e paramédicos, pedagogos e artistas que têm dado sua contribuição e enriquecido o próprio método com experiências e reflexões. A relação terapêutica tanto do indivíduo com seu corpo quanto do individuo com o terapeuta vai sendo construída com total cuidado e respeito ao tempo de cada um. A sessão dura em média uma hora a uma hora e quinze quarenta minutos a uma hora e, dependendo da questão e da situação. Não é necessário ficar sem a roupa, apenas estar com uma vestimenta confortável. Mais Informações com Vandré Vitorino (21) 99972-0605. www.facebook.com/fasciaterapiaglobal

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Pelas Empresas

ISABELLA ARARIPE

Grupo Boticário: empresa campeã no setor de Bens de Consumo- Higiente e Beleza do Guia Você S/A ‘As Melhores Empresas para Você Trabalhar’

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ela terceira vez consecutiva, o Grupo Boticário foi a empresa campeã do setor Bens de Consumo – Higiene e beleza do Guia Você S/A ‘As Melhores Empresas para Você Trabalhar’. A publicação celebrou 20 anos no dia 3 de outubro, quando revelou as empresas com mais altos índices de felicidade no país. “O Grupo Boticário mantém os mesmos valores desde a sua criação, em 1977. Entre eles está a valorização das pessoas e das relações, que pressupõe o estabelecimento de uma relação justa, humana e correta com nossos colaboradores. Sermos reconhecidos como a melhor empresa para trabalhar, em uma publicação tão relevante quanto o

Guia Você S/A chancela nossa gestão e demonstra que nossos colaboradores reconhecem o valor das iniciativas”,

afirma Lia Azevedo, vice-presidente de Desenvolvimento Humano e Organizacional do Grupo Boticário.

Enel adota marca global no Brasil

mudança faz parte da nova identidade e posicionamento globais da Enel, baseados na plataforma Open Power, que se

A Enel, empresa de energia que atua em mais de 30 países em quatro continentes, adota a partir de hoje sua marca corporativa global para as companhias do grupo no Brasil. Como resultado, as distribuidoras Ampla e Coelce, que operam, respectivamente, no Rio de Janeiro e no Ceará, passam a se chamar Enel Distribuição Rio e Enel Distribuição Ceará. A empresa de soluções em energia da Enel, Prátil, passa a se chamar Enel Soluções. A

traduz na abertura para mais pessoas, novas tecnologias, novos usos da energia e novas parcerias como pilares da estratégia e enfoque operacional do Grupo.

“O processo de mudança de marca é um passo importante para o Grupo no Brasil, que nos coloca totalmente em linha com a nova visão e identidade da Enel e reforça nosso compromisso de longo prazo com o país”, explica o Country Manager da Enel no Brasil, Carlo Zorzoli. “Queremos ser protagonistas no mercado brasileiro de energia, atuando como uma empresa inovadora e sustentável, aberta a todos os nossos stakeholders e às mudanças pelas quais o setor está passando tanto no Brasil como no restante do mundo”, ressalta Zorzoli.

Suzano Papel e Celulose e TNC firmam parceria para recuperação de nascentes do Rio Mucuri De São Paulo

A Suzano Papel e Celulose e a The Nature Conservancy (TNC), maior organização ambiental do mundo, anunciam a ampliação de sua parceria a partir de medidas voltadas à recuperação das nascentes do Rio Mucuri. Por meio do “Projeto Nascentes do Rio Mucuri”, formalizado no final de outubro, a Suzano e a TNC têm como objetivo promover a perpetuidade do rio, além de estimular iniciativas voltadas à proteção de nascentes.

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Na primeira etapa do trabalho, que terá início ainda no final deste ano, será elaborado um diagnóstico da situação da cadeia de restauração que resultará em um plano que sinalize quais ações serão necessárias para promover a restauração da vegetação no entorno das nascentes do Rio Mucuri. Serão analisadas nesta etapa a situação de degradação ambiental nas margens dos rios e das nascentes do Rio Mucuri, além de questões consideradas estruturais para a recomposição das florestas, tais como disponibilidade de mudas e de mão de obra, por exemplo.


Coca-Cola Brasil lança campanha inspirada em gratidão para o Natal 2016 Gratidão. A palavra do momento é a inspiração do Natal da Coca-Cola em 2016, que lança campanha e novos rótulos para PETs e latinhas, uma edição especial de garrafas de alumínio com decoração de Natal e possibilidade de customização, e até uma Máquina de Gratidão. O equipamento permitirá aos consumidores gravarem vídeos com agradecimentos a pessoas queridas e oferecer a elas uma Coca-Cola especial. Esses consumidores poderão postar as declarações nas suas redes sociais. “Queremos incentivar o reconhecimento de atitudes positivas entre os

Torneio Gol de Letra agita o Maracanã Torcida animada, bola rolando, jogadores suando a camisa. Era o Torneio Gol de Letra no Maracanã, no dia 6 de dezembro, com todas as emoções de um bom campeonato de futebol. Em sua 10ª edição, o evento movimentou 55 voluntários, mais de 600 torcedores, e os funcionários de seis empresas que entraram em campo em prol dos projetos da Fundação Gol de Letra, que atende 2,1 mil jovens no Rio e em São Paulo a cada ano. “Foi um grande show de responsabilidade social”, avalia a diretora-executiva da Fundação Gol de Letra, Beatriz Pantaleão. “Todo ano é um desafio novo. Mas estamos seguros e confiantes. Construímos a marca do voluntariado, da solidariedade, do esporte para a educação”. Evento também foi realizado no Morumbi, em SP.

consumidores por meio da Coca-Cola. A magia será real e virá das pessoas, de quem realmente faz o Natal e o

ano todo especial”, afirma Javier Rodriguez, vice-presidente de Marketing da Coca-Cola Brasil.

Federações associadas à CNseg estreiam novas marcas Do Rio

As Federações associadas à CNseg (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap) estreiam no dia 17 de novembro suas novas marcas. Além de um alinhamento tipográfico, as marcas sofreram ajustes nas cores para alcançarem o mesmo padrão de luminosidade e uma maior harmonização entre si e em relação à cor institucional da CNseg. Tal harmonização, inclusi-

ve, teve o objetivo de contribuir para o reforço da mensagem “A força da união”, que é o atual slogam da CNseg e Federações. Outra mudança efetuada foi o da retirada dos ícones então existentes dentro dos símbolos, que possuíam pouca representatividade. Também foram criadas paletas de cores de apoio e outros elementos de identidade visual para enriquecer as peças institucionais.

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I m a g e m FOTO DE ENRICO MARCOVALDI – CARDUME EM ABROLHOS

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sando o esporte de aventura como meio, a equipe de exploração Miramundos desbravou toda a região de Abrolhos, o oceano e também a costa brasileira, visitando 14 cidades e uma área total de 95.000km2 . O resultado está documentado no fotolivro Abrolhos: Terra e Mar, que foi lançado em novembro pela editora Bambalaio. A edição bilíngue, com 200 páginas, tem curadoria de Jaime Portas Vilaseca e traz fotos de Rafael Duarte - que também assina os textos - Flavio Forner e Enrico Marcovaldi. Abrolhos é revelado neste trabalho com um contexto inédito onde não só o oceano, mas também a costa teve papel fundamental na construção da narrativa. A equipe, que contou com consultoria e orientação técnicas da organização ambiental Conservação Internacional – que atua em Abrolhos há 20 anos -, percorreu toda a região, incluindo os 300km de costa, que reserva recantos e parques naturais ainda pouco conhecidos no Brasil. Enrico Marcovaldi, autor desta foto, está entre os mais aclamados profissionais da imagem de natureza no Brasil. Fotógrafo, cinegrafista e documentarista do mundo natural, especializado em imagens submarinas e com mais de 25 anos de experiência, tem seu trabalho divulgado nas principais revistas, jornais, TVs e mídias dos projetos de conservação marinha do Brasil.



Coca-Cola Brasil devolve para o meio ambiente o dobro de água que usa em suas fábricas. Este é o resultado do apoio a programas de restauração e conservação de bacias hidrográficas somado à eficiência e reúso nas fábricas. Ainda há muito a ser feito, mas você já pode ter certeza: cada vez que bebe um produto Coca-Cola Brasil, está escolhendo uma empresa comprometida com o uso responsável da água. Saiba mais em: cocacolabrasil.com.br

SUA SEDE MOVE A NOSSA.

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