III Workshop do Cultivo do Pirarucu

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

R E L A T Ó R I O

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BELÉM

III WORSHOP DO CULTIVO DO PIRARUCU

Palestras, casos de sucesso, mostra gastronômica e visita técnica

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Especialistas em pequenos negócios / 0800 570 0800 / sebrae.com.br


R E L A T Ó R I O

III WORSHOP DO CULTIVO DO PIRARUCU

Ficha Técnica © 2014. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/1998). Informações e contatos Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SGAS 604/605 – Conjunto A – Brasília-DF Tel.: (61) 3348-7100 www.sebrae.com.br Presidente do Conselho Deliberativo Nacional Roberto Simões Diretor-Presidente Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho Diretor-Técnico Carlos Alberto dos Santos Diretor de Administração e Finanças José Claudio dos Santos Gerente da Unidade de Agronegócios Enio Queijada de Souza Gerente Adjunta da Unidade de Agronegócios Fátima da Costa Lamar Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia Coordenadora Nacional Newman Costa Coordenador Regional João Machado Neto

Fotos Versão janeiro 2014

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Edição Abnor Gondim Alberto Luiz Wanderley

Palestras, casos de sucesso, mostra gastronômica e visita técnica

BELÉM

Equipe Técnica Fase II Alexsandro da Silva Cascaes Carlos dos Reis Lisboa Júnior Célio Luis Picanço Matos Desóstenes Marcos do Nascimento Graciane Dias de Sá José Daniel Tavares Rodrigues Keyla Reis de Oliveira Leocy Cutrim dos Santos Filho Paula Lobo Ferreira de Assis Rina Fátima Suarez da Costa Rodrigo Silveira da Rosa Tristão da Silveira Cavalcante


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sumário

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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Tecnologias para o setor produtivo

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MANJAR DOS DEUSES COM PEIXE FRESCO

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Sebrae lança 2 manuais de cultivo do pirarucu

Empresa investe para disputar com importados

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DO TANQUE 0 PARA O Mundo

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O sertão virou área de cultivo do pirarucu

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Galeria de Fotos PALESTRAS

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Pirarucu precisa de marca e de cortes diferenciados

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Galeria de Fotos MOSTRA GASTRONÔMICA

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Galeria de Fotos VISITA TÉCNICA A ÁREA DE CULTIVO

85 91

PROGRAMAÇÃO

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Pará busca R$ 50 mi para vencer o atraso

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Criação de pirarucu é uma das prioridades do MPA

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Empresa maranhense avança na eprodução de pirarucu

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Pirarucu é aprovado por 95% e começa a ganhar o mundo

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Pirarucu é aprovado por 95% e começa a ganhar o mundo As vantagens do Pirarucu

CLIPPING

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Publicações reúnem conhecimentos adquiridos desde 2007 pelo Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia

Foto: Divulgação

Já disponíveis na internet, as publicações reúne experiências acumuladas longo desde 2007 pelo Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, desenvolvido atualmente por todas as unidades do Sistema Sebrae na região Norte – Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia, Pará e Tocantins. Os manuais apontam o passo a passo para o cultivo de uma das espécies nativas mais saborosas da Amazônia.

Foto: Divulgação

Sebrae lança 2 manuais de cultivo do pirarucu

Conhecimento para melhorar e expandir a produção e a reprodução de Pirarucu. É o que oferece o conteúdo de dois manuais lançados pelo Sebrae durante o III Workshop do Cultivo do Pirarucu. O evento foi realizado no IV Congresso Brasileiro de Aquicultura de Espécies Nativas, de 22 a 23 de novembro de 2013, em Belém (PA), com uma mostra gastronômica e uma visita a área de cultivo no município de Bonito.

“Aproveito para dizer que esse momento que vivemos agora não é o momento em que se chegou com muita facilidade”, assinalou o superintendente do Sebrae no Pará, Vilson Schuber, na abertura do evento, cuja abertura lotou o auditório do Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, com cerca de 300 pessoas. “Ao longo dos anos, as pesquisas estão sendo realizadas em todos os estados da Amazônia Legal por conta desse Projeto Estruturante do Sebrae Nacional”, observou.

Foto: Divulgação

Conhecimento

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Foto: Divulgação

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Schuber agradeceu o empenho dos colaboradores do Sebrae Pará envolvidos com o projeto – no, caso o coordenador e a gestora do Projeto Estruturante, respectivamente, Carlos dos Reis Lisboa Júnior, que é gerente da Unidade de Agrobionegócios (UNAB), e a analista Keyla Reis de Oliveira, além da analista Érika Bezerra dos Santos de Oliveira. O superintendente lembrou que o Projeto Estruturante deu seus primeiros passos em Rondônia. Por isso, convidou para o lançamento dos manuais o diretor de Administração e Finanças do Sebrae/RO, Osvino Juraszek. O executivo de Rondônia destacou que o cultivo do pirarucu, além de ser ecologicamente correto, é mais viável economicamente por significar um produto de alta qualidade. “O cultivo do pirarucu é mais rentável do que a produção extrativista”, comparou. Também convidada por Schuber para o lançamento das publicações,

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Cerca de 300 pessoas lotaram o auditório onde foi realizado o III Workshop de Cultivo do Pirarucu, aberto pelo presidente do Sebrae no Pará, Vilson Shubert

Já estão disponíveis na Internet as publicações de boas práticas para produzir, reproduzir e obter lucro com uma das espécies nativas mais saborosas da Amazônia

Acesse os links das publicações: Manual de Produção http://www.mflip.com.br/pub/planomidia/?numero=3 Manual Reprodução http://www.mflip.com.br/pub/planomidia/?numero=6

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a coordenadora nacional do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, Newman Costa, assinalou que “os manuais são uma contribuição à consolidação de uma nova oportunidade de negócio sustentável, na medida em que buscam incentivar a atividade com respeito ao meio ambiente, à economia e à segurança alimentar”.

O desafio dos alevinos Com o acesso pela Internet, o internauta pode fazer downloads dos manuais em PDF, busca por palavras ou por página, comentários, perguntas, sugestões e “curtir” as publicações nas redes sociais. O material está disponibilizado como revista eletrônica em formato de flip, que permite folhear as páginas ou ir direto para a página desejada. De acordo com o Manual de Reprodução, um dos grandes desafios para a consolidação da atividade, que é a criação de alevinos, começa a deixar de ser um grande empecilho para os aquicultores que trabalham com o cultivo da espécie e passa a ser a solução. Segundo a obra, os alevinos consistiam o maior empecilho para a expansão da criação do pirarucu porque antes não existiam técnicas e metodologias para reprodução em laboratório. Os produtores esperavam os pirarucus reproduzirem-se naturalmente.

CURIOSIDADE O nome científico do pirarucu é Arapaima Gigas. O nome deriva da palavra indígena “pira”, que significa peixe, e “urucum”, vermelho, cor característica de partes da cauda da espécie, considerada o maior peixe de água doce das Américas

CRESCIMENTO DO PIRARUCU EM TANQUE-REDE 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 0

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PERÍODO DE CULTIVO (DIAS) Foto: Divulgação

Durante o evento, exemplares dos manuais foram sorteados e entregues pelos representantes do Sebrae e pelos palestrantes convidados.

Foto: Divulgação

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PESO MÉDIO (GRAMAS)

Foto: Divulgação

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Isso mudou por meio de tecnologias desenvolvidas durante os três anos da primeira etapa do Projeto Estruturante, de 2007 a 2010, quando se estabeleceram boas práticas para a produção de alevinos, o que aumentou, significativamente, a qualidade e a produção de larvas em cativeiro. A publicação apresenta uma série de conhecimentos práticos sobre o cultivo da espécie, a exemplo dos seguintes: a análise dos fatores ambientais que influenciam a reprodução; as estratégias empregadas na reprodução do pirarucu em cativeiro; o manejo de reprodutores e a captura de ovos, de larvas ou de alevinos; incubação, larvicultura em tanques de terra; despesca e transporte de alevinos; e a parceria para produção de larvas. Schuber presentou Jahyr, 91 anos, com os primeiros manuais distribuídos no evento

Técnicas de engorda Carlos (à direita) e Keyla entregaram manuais sorteados entre os participantes

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Já o Manual de Produção publicação trata das técnicas para engorda do pirarucu, descrevendo os principais manejos, entre eles: a utilização de alevinos com procedência de piscicultores legalizados; a recriação do pirarucu até 0,5 Kg ou mais, com a proteção contra predadores (pássaros, etc..); criação de até 250 pirarucus com até 0,5 Kg em um tanque-rede; e alimentação de pirarucus com até 0,5 kg com ração de ótima qualidade. Esse Manual é um roteiro para quem deseja iniciar ou ampliar a sua criação e representa uma fonte de informações para profissionais e técnicos interessados em conhecer mais detalhes sobre as pesquisas desenvolvidas pela equipe do Sebrae. Trata-se, porém, de uma obra a ser revisada e atualizada de acordo com os novos avanços a serem alcançados no cultivo da espécie, observou a coordenadora nacional do Projeto.

“Ótimo, ainda vou faturar muito!” Exemplo de perseverança, aquicultor paraense de quase um século aposta em bons lucros com o cultivo do pirarucu O primeiro a receber os manuais produzidos pelo Sebrase foi o aquicultor paraense Jahyr Seixas. Aos 91 anos de idade, ele é aquicultor há 55 anos cria pirarucu em cativeiro, no município de Breu Branco, no Pará, em uma propriedade cedida para a instalação de uma unidade de engorda do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia. Apesar da idade avançada, Jahyr é um exemplo de perseverança e acredita na rentabilidade da produção do pirarucu. “Ele é um dos mais jovens entusiastas do pirarucu”, destacou o superintendente do Sebrae no Pará, Wilson Schuber, no lançamento dos manuais. ‘Tem apenas 90 anos e está acreditando no pirarucu. Aí um dia disseram para ele: ‘O senhor sabia que o pirarucu só dará resultado daqui a 15 anos?’ E ele disse: ‘Ótimo, ainda vou faturar muito, então!’”, contou Schuber, arrancando risos e aplausos da plateia, ao presenteá-lo com os manuais.

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foto: Mar & Terra

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Reprodução

foto: divulgação

Empresa investe para disputar com importados Especializada em criação e processamento de peixes nativos do Brasil, a empresa Mar & Terra vem vencendo desde 2009 um dos principais gargalos no cultivo do pirarucu com uma trajetória ascendente na produção de alevinos. Em parceria com produtores locais de Rondônia, o foco do empreendimento é aproveitar o potencial de mercado da espécie tanto no exterior quanto para concorrer no Brasil com os peixes importados, a exemplo de salmão e merluza.

Vista aérea da fazenda da Mar & Pesca em Rondônia

“Espécies como o pirarucu podem ocupar essa lacuna”, destacou Arno Soares Seerig, gerente da Unidade de Reprodução de Peixes Amazônicos da Mar & Terra, durante apresentação no III Workshop do Cultivo do Pirarucu, realizado paralelamente à programação do IV Congresso Brasileiro de Aquicultura de Espécies Nativas, em Belém, no Pará. “No primeiro ano, produzimos pouco mais de 30 mil alevinos. No segundo ano, 92 mil. Em 2014, pretendemos chegar a 150 mil alevinos”, projetou o veterinário e mestre em Genética e Melhoramento Animal, pela Universidade Federal de Minas Gerais. A Mar & Terra é desenvolve a produção e reprodução de espécies de peixes nativos brasileiros, como o pintado e o pacu, provenientes da região do Pantanal, além do pirarucu e do tambaqui, da Amazônia. “Temos muitos desafios a vencer, mas já avançamos bastante”, adiantou o especialista, que abordou em palestra a experiência da empresa na reprodução do pirarucu em cativeiro no Brasil.

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Seerig: espaço para o pirarucu no aumento do consumo de peixes no Brasil

Mar & Terra faz parcerias com produtores e já planeja chegar a 150 mil alevinos de pirarucu em 2014

Na avaliação do gerente, o consumo de peixe no Brasil está crescendo e ainda há muito espaço no mercado para pescado nativo. “Hoje, é grande a entrada de pescado importado, como o salmão e merluza. Exportamos 30 toneladas de filé de pirarucu no ano passado. Também ganhamos vários

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prêmios internacionais recentemente pelo trabalho com o pirarucu, inclusive em uma feira em Tóquio, em 2012, especializada em tendências culinárias, que escolhe os melhores alimentos oferecidos no planeta”, lembra.

Segundo a Mar & Terra, o principal investimento da empresa em Rondônia ocorreu na reprodução da espécie, que sempre foi o grande gargalo na criação do pirarucu por envolder peculiaridades que criam obstáculos iniciais. Tecnicamente, o pirarucu mostra dimorfismo sexual, em peixes maduros, no período de reprodução. Porém esse dimorfismo em peixes de cativeiro, na maioria das vezes, não é tão evidente, dificultando a formação de casais. Daí, todo o investimento feito pela Mar e Terra na sexagem do pirarucu.

Futuras gerações Cumprindo a missão de “pesquisar, produzir e comercializar peixes nativos brasileiros com elevado padrão de qualidade, de maneira economicamente viável, ecologicamente consciente e socialmente justa, preservando os direitos das futuras gerações”, Seerig contou que a empresa investe, desde 2009, no pirarucu, ano em que iniciou a compra de spots, a definição de processos, a logística, os tipos de corte e a forma de buscar mercado para o peixe. “O pirarucu é uma espécie com enorme potencial produtivo. Porém, são necessários mais estudos para entender melhor à dinâmica da formação de casais e a reprodução da espécie”, advertiu.

“Foi realizada com a utilização de um kit comercial importado, que identifica a presença de vitelogenina no sangue de fêmeas maduras”, explicou o especialista. Assim, a empresa trabalha com as variantes sanidade, endogamia, maturidade sexual, “namoro” ou corte, tamanho compatível e estação do ano, na formação dos casais. E, na reprodução, conta com as variantes foto-período, pluviosidade, fluxo de água nos tanques, presença de outros peixes, transparência da água e substrato do tanque.

Em 2010, de acordo com o gerente, a Mar & Terra começou a trabalhar no incentivo ao cultivo do pirarucu. Porém o número de peixes estocados não tinha aumento significativo devido à baixa oferta de alevinos em quantidade e qualidade. Desde então, a empresa trava a batalha por melhores resultados – e vem vencendo.

“Ao contrário de outras espécies, o pirarucu não tem um pacote tecnológico desenvolvido. Para sua reprodução, é preciso condições ambientais como qualidade de água, oferta de alimentos, tamanho compatível entre os casais”, afirmou o especialista. “Hoje, existem teste comerciais para fazer a sexagem, o que ajuda muito na formação dos casais. Inicialmente, a sexagem era feita somente por caracteres morfológicos, o que dificultava a identificação, pela baixa eficiência do método. Agora, fazemos a pesquisa com hormônio, presente nas fezes.”

A Mar & Terra planeja instalar, em 2014, seu terceiro frigorífico no País, desta vez no município de Cacoal, em Rondônia, de olho no bom mercado do pirarucu. A ideia é abastecer melhor o mercado interno e exportar com licença ambiental. O projeto da planta frigorífica de Rondônia já está pronto e custou R$ 100 mil. A obra deverá ter um custo de R$ 15 milhões. A expectativa é de geração de 150 empregos diretos e mais de 1.500 empregos indiretos, relacionados aos produtores.

Foram muitos as dificuldades vencidas pela Mar & Terra até aqui, apontou o gerente “Para aumentar o número de alevinos produzidos, foi preciso melhoria no processo de formação de casais e de coleta de larvas, utilização de rações mais adaptadas ao pirarucu, estabelecimentos de manejos, identificação dos principais parasitas, desenvolvimento de medicações e tratamentos para debelar esses parasitas, padronização do tamanho a ser entregue ao produtor e treinamento para os peixes se alimentarem com rações comerciais”, lembrou.

Microchips eletrônicos

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Coleta de sangue para sexagem

Alevinos de pirarucu

foto: Mar & Terra

Semanalmente, a Mar & Terra exporta 1 tonelada de filé de pirarucu para os Estados Unidos, a Alemanha e a Suíça. Mensalmente, a empresa processa 30 toneladas de pirarucu oriundas de Rondônia, em sua unidade de Itaporã (MS). Toda a carne exportada vem de produtores com licença ambiental e matrizes com microchips eletrônicos. foto: Mar & Terra

Leitura de microchips para assegurar a rastreabilidade dos peixes

foto: Apresentação

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EVOLUÇÃO DO PROCESSAMENTO DE PIRARUCU ANO 2009 - 2013

foto: Mar & Terra

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1500

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TONELADAS PROCESSADAS

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foto: Mar & Terra

Alevinos de Pintado (Pseudoplatystoma spp) com 30 dias

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0

2009

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2011

2012

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2014

ANO

Unidade de Treinamento de alevinos

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Como o pirarucu é uma espécie ameaçada de extinção, o gerente contou que foi preciso um processo de comprovação de procedência com o Ibama, o Ministério da Pesca e Aquicultura e governo do Estado. Tudo isso para provar que são pirarucus produzidos em cativeiro, e não retirados da natureza, explicou o especialista. “Precisamos de mais eficiência para tornar esse peixe mais barato e mais acessível – diferentemente da tilápia e do salmão, que têm décadas de trabalho em vários países para o desenvolvimento de pacotes tecnológicos. Com o pirarucu, todo o ônus de desenvolvimento é nosso, é brasileiro, com esforço de governos e da iniciativa privada. Por tudo isso, o preço ainda á alto”, explicou o gerente.

A empresa Mar & Terra trabalha com produtores rurais de Rondônia como parceiros na produção e reprodução do pirarucu. É uma parceria que vai desde o fornecimento de alevinos, passando por assistência técnica até à compra da produção. Porém é preciso que o produtor atenda a critérios que garantam boas condições de trabalho para ambas as partes. “O produtor tem de ter um tamanho mínimo que não inviabilize o trabalho”, explicou Arno Soares Seerig, gerente de da Unidade de Reprodução de Peixes Amazônicos da Mar & Terra. “Esses parceiros têm desde tanques feitos especialmente para reprodução até represas”, completou. Feito o acordo, a Mar & Terra fornece os alevinos aos produtores com cerca de 20 cm e cerca 70 gramas cada um, já treinados na alimentação por ração, por R$ 15,00 cada um. “No mercado, paga-se R$ 1,00 o centímetro”, detalhou o veterinário. A empresa também trabalha com garantia de sobrevivência. “Nós garantimos 90% de sobrevivência na primeira fase. Quando isso não acontece, nós repomos os alevinos ao produtor”, pontuou o especialista. Disse que a Mar & Terra também dá assistência técnica, com equipe treinada e eficiente, fazendo visitas e dando orientações aos produtores. Outra vantagem da parceria oferecida pela Mar & Terra diz respeito à venda da produção. “Nós firmamos, com todos os parceiros, acordo de compra da produção ao final do ciclo, com preço fixado previamente. Que eu saiba, a nossa é a única empresa que trabalha dessa forma no mercado”, garante Seerig.

foto: apresentação

Apoio aos parceiros

Empresa fornece alevinos já treinados em ração

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Saboroso, proteico e bem posicionado no mercado dos pescados, o pirarucu é um peixe nativo da região origem amazônica, mas pode ser reproduzido em cativeiro, com sucesso, também no semiárido. É o que prova, há seis décadas, o Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho Von Ihering, na cidade de Pentecoste, no Ceará. Desde 1940, a espécie é motivo de estudos bem-sucedidos na base local do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), autarquia federal vinculada ao Ministério da Integração Nacional, com a sede da ad-

Pesquisa

O sertão virou área de cultivo do pirarucu fOTO: Arquivo de Pedro Eymard

ministração central em Fortaleza.

Depois de anos dedicados à sexagem do pirarucu, o centro atravessa, agora, uma nova fase de trabalho. “Precisamos induzir os peixes à reprodução independentemente da natureza, com ou sem chuva. Hoje, ainda dependemos da chuva para conseguir bons resultados”, explicou Pedro Eymard, engenheiro agrônomo, MSC (Mestre em Ciência) em engenharia de pesca e coordenador de Pesca e Aquicultura do DNOCS/CE. Ele proferiu a palestra Pesquisas Recentes na Reprodução do Pirarucu em Cativeiro, no III Workshop do Cultivo do Pirarucu. “Depois de conseguirmos a identificação de sexo segura, para formar casais com garantia, agora tentamos entender a relação entre a chuva e o fotoperíodo, ou período de luz, e a reprodução do pirarucu”, complementou. Localizada em área de seca, problema que é o objeto maior de trabalho do DNOCS, a autarquia quer, agora, induzir a desova em ambiente fechado, coberto, onde se controlam as horas de luz e água extra, oferecida aos peixes como uma espécie de chuva artificial. Para isso, chegam à base de Pentecoste, em janeiro, pesquisadores doutores da Embrapa Pesca e Aquicultura, que tentarão implante de comprimidos de hormônios extras, injetados debaixo da pele da peixes, em busca de bons resultados. Pelo menos 50 casais de pirarucus receberão doses de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) em pesquisa que será realizada no Centro de Pesquisas Ictiológicas Rodolpho von Ihering em Pentecoste, Ceará, a 89 km de Fortaleza.

O GnRH é um decapeptídeo distribuído em diferentes partes do encéfalo, coordenando o processo fisiológico e comportamental da reprodução em todas as classes de vertebrados. Em adição, é um importante marcador em estudos filogenéticos. Em experiências científicas, após detectar a presença dos diferentes sistemas de GnRH em espécies que estejam vivendo em cativeiro, caso do pirarucu, pode-se induzir a liberação de gametas através de um análogo do GnRH específico para essa função, contribuindo para melhorar as técnicas de piscicultura, podendo inclusive a ajudar a diminuir a taxa de extinção de espécies ameaçadas.

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O novo desafio do DNOCS é induzir a desova em ambiente coberto

DNOCS entra em nova fase de pesquisas em 2014; estudiosos usarão hormônio para ampliar a reprodução da espécie em Pentecoste, Ceará

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Foto: Divulgação

Pedro Eymard, do DNOS: chuva artificial será empregada em criatório coberto no semiárido

Alevinos para a Amazônia A importância da preservação do pirarucu e da ampliação na reprodução da espécie é indiscutível. Considerado em extinção pelos organismos ambientais, o pirarucu é o maior peixe de água doce do mundo, chegando a pesar mais de 200 quilos. Trata-se de um predador voraz, que dizima outras populações de peixes na natureza. Quando criado em cativeiro e adaptado para se alimentar com ração, esse problema está resolvido. “Já produzimos, aqui no Ceará, alevinos que foram levados para a Amazônia”, orgulhou-se Pedro Eymard. Ele contou que as experiências bem-sucedidas do DNOCS podem ser aplicadas a todas as regiões semiáridas, gerando oferta de alimento em áreas em que, muitas vezes, as populações sofrem com a falta de proteínas.

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da prática impossibilitou o estudo, embora exista em Pentecoste um laboratório de genética molecular, o que possibilitava o exame de DNA (código genético) dos animais. “Cada exame custa R$ 100 e um peixe de 3 quilos vale R$ 30 reais. Então, a metodologia se autoinvalidou pelo alto custo”, justificou o engenheiro. A tentativa seguinte deu certo: nasceu a sexagem por exame de endoscopia, com resultado seguro e custo baixíssimo. “Investindo apenas em um endoscópio, é possível a identificação do sexo de peixes ainda com cinco meses de vida, quando eles pesam cerca de 2 quilos. Pela natureza, isso só é possível quando ele tem quatro anos”, comparou.

fOTO: Arquivo Pedro Eymard

Foto: Divulgação

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Preservar a espécie; incentivar a criação em cativeiro, para que não seja preciso tirá-lo da natureza para o consumo; e gerar de emprego e renda com a produção industrial do pirarucu para consumo humano são os grandes objetivos desse trabalho do DNOCS. “Tiram-se de cada fêmea cerca de 3 mil alevinos por ano. Há casos de fêmeas que estão se reproduzindo em nosso cativeiro há mais de 20 anos. Portanto, se conseguirmos atingir o ponto alto da reprodução, o sucesso é garantido”, completa o especialista. O peixe com engorda em cativeiro ganha cerca de 10 quilos por ano – assim sendo, em um ano de criação, ele já pode ser abatido na produção industrial de sua carne. A utilização de ração é outro dado positivo para a criação em cativeiro. “Para cada 2 quilos de ração empregada, tem-se um quilo de carne, sendo que o rendimento do pirarucu para conversão em filé é de 50%”, comemorou.

Sexagem 50 casais de pirarucus receberão doses de hormônio em pesquisa no Ceará

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Saber o sexo de cada indivíduo no cativeiro garante melhores resultados ao criador. Por isso, nos últimos anos, a base de Pentecoste do DNOCS dedicou-se a projetos de sexagem do pirarucu. Em 2005, juntamente com a Secretaria Nacional de Pesca – hoje, Ministério da Pesca e Aquicultura –, foram iniciados estudos, por meio de um convênio que incluiu pesquisadores da Universidade Federal do Ceará. “Passamos a estudar, juntamente com a Faculdade de Medicina, como determinar a identidade sexual do pirarucu antes de ele atingir a maturidade natural, que chega na faixa entre 3,5 anos e 4 anos, muito tarde para quem está mantendo o peixe no criadouro, com todos os gastos que isso representa”, detalhou Eymard. Isso porque, naturalmente, o pirarucu apresenta um percentual natural em torno de 70% de machos. “Para o criador, vale, no máximo, 50% de machos ou até menos”, lembrou. Nasceram, então, as pesquisas da medicina humana adaptadas à espécie. “Queríamos saber se, pelo teor hormonal do peixe, seria possível descobrir se o indivíduo era um macho ou de uma fêmea. Porém, a pesquisa não chegou a resultado final, não foi possível fazer a identificação por dosagem hormonal”, lembrou o especialista. Veio a ideia de se usar a metodologia do ultrassom – mas a dificuldade

Registro da visita de autoridades a uma estação de criação de pirarucu em 1951 no Ceará

CULTIVO HISTÓRICO Pirarucu foi uma das espécie usadas para povoar açudes no semiárido A história da reprodução do pirarucu em cativeiro no Ceará é antiga. A piscicultura surgiu no DNOCS em 1932, com a criação da Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste, como complemento das ações de acumulação de água que eram, então, o objetivo principal da autarquia. Nesse ano, foi criada a Comissão Técnica de Piscicultura, dirigida pelo naturalista alemão Rodolpho von Ihering – que batiza o instituto de pesquisa de Pentecoste. Foi ele quem iniciou os trabalhos de identificação da ictiofauna regional. Técnicas importantes, como a hipofisação, para induzir a desova e a criação de peixes em cativeiro, além do povoamento das barragens então recém-construídas, foram desenvolvidas e postas em prática. Já nos anos 40, foi iniciado, com sucesso, o trabalho de introdução de novas espécies, preferencialmente da Bacia Amazônica. Foi quando chegaram os primeiros pirarucus. Em uma estação da cidade cearense de Icó, em 1951, se registrou a primeira reprodução da espécie em cativeiro no mundo. “No início, os peixes eram colocados em tanques rudimentares, ainda de terra, e a desova dependia completamente da natureza, ou seja, da chuva”, rememora o estudioso Pedro Eymard, engenheiro do DNOCS no Ceará. Hoje, o centro de pesquisas de Pentecoste é a cabeça de uma rede de 14 estações de piscicultura espalhadas nos Estados da área de atuação da DNOCS. Sua estrutura de pesquisa e ensino gera e difunde tecnologia do melhoramento genético de espécies, do cultivo e beneficiamento do pescado e até mesmo do aproveitamento das vísceras do peixe para a produção de biocombustível.

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

Estudos apontam que existe hoje no mercado um grande potencial para os alimentos de origem animal produzidos em criatórios, a exemplo do que está sendo desenvolvido em relação ao pirarucu. Essas mesmas pesquisas apontam, entretanto, que os consumidores estão cada vez mais exigentes e seletivos. Buscam corte diferenciado, marca de referência e até certificação de qualidade.

Mercado

A constatação foi feita, durante o III Workshop de Aquicultura e Pesca, pelo consultor Eduardo Ono, agrônomo formado pela ESALQ-USP, mestre em Aquicultura pela Auburn University, Alabama, EUA, e presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). É também um dos autores do Manual de Boas Práticas de Produção do Pirarucu em Cativeiro, lançado pelo Sebrae durante o evento. Foto: Divulgação

Pirarucu precisa de marca e de cortes diferenciados

Pirarucu: tendência é a venda em cortes

“Aquela velha história de ir ao supermercado ou à feira comprar peixe com cabeça, com vísceras, com escamas, está ficando para trás”, pontuou Ono em sua palestra, na qual mostrou imensos pirarucus expostos inteiros em açougues. “Existe um comércio para esse tipo de produto, mas ele cresce, atinge o pico e se estabiliza. O mercado que está em franco crescimento é o de cortes, de pratos semiprontos, pratos prontos, congelados e assim por diante”, relatou o especialista. Ono usou o frango como exemplo: “A maioria já não quer comprar o frango inteiro, quer escolher aqueles cortes que mais lhe agradam”. Para o mestre em Aquicultura, outro fator que ajuda bastante nas vendas e garante a qualidade do produto é a marca. “Quando o consumidor fala “frango”, “peru”, etc..., logo vem à cabeça a marca ‘x’ ou a marca ‘y’”, comparou, citando que o mesmo deve acontecer com o pirarucu.

Marca e inspeção O especialista destacou a importância de uma marca para agregar valor ao produto. “Na hora que você tem uma referência de marca, todo mundo vai olhar: ‘Opa! Eu já ouvi falar nesse pirarucu aqui dessa marca. Me falaram que é muito bom’. Então ali a gente começa a trilhar um pouco mais o caminho”, recomendou.

PRODUÇÃO DO PIRARUCU - CENÁRIO

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Consultor Eduardo Ono diz que perde espaço a venda com cabeça, vísceras e escamas porque cresce o mercado de pratos prontos, semiprontos e congelados

Consultor Eduardo Ono diz que perde espaço a venda com cabeça, vísceras e escamas porque cresce o mercado de pratos prontos, semiprontos e congelados

Cadeia produtiva em fase embrionária Produtores investindo para aprender a produzir Oferta insuficiente, alto valor e baixa qualidade de juvenis Rações comerciais aquém da necessidade da espécie

Mercado Na Amazônia o pirarucu é pouco valorizado

Pirarucu do extrativismo de baixa qualidade no mercado Cresce o interesse do mercado pelo pirarucu cultivado Demanda por produtos de alta qualidade Procura por produtos processados de fácil preparo Ausência de marcas de referência no mercado

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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Amazônia, coordenado pelo Sebrae Nacional. “Antes não havia nenhum estudo que apontasse realmente para as questões que retardam a produção, reprodução e a venda do pirarucu no Brasil”, recordou.

Foto: Eduardo Ono

Destacou que o primeiro passo do projeto Estruturante foi avaliar o ciclo reprodutivo da espécie e desenvolver tecnologia para sua reprodução em cativeiro, engorda, comercialização e marketing, envolvendo difusão do produto na mídia. “Essas novas informações estão ajudando a mudar o quadro de consumo do pescado em todo o território nacional”, garantiu Ono, para quem o pirarucu vem alcançar um patamar já atingido por outras espécies, a exemplo da tilápia.

A tecnologia de criação do pirarucu vai atingir estágio já alcançado por outras espécies, como a tilápia

Ono reconheceu, contudo, que a realidade hoje é outra. “E esse peixe fresco que está na gondola, não tem rótulo? Não sabe de onde veio? Não sabe que dia foi produzido? Não sabe em quais condições ele foi produzido? Então é complicado. Será que esse peixe está bom?”, questionou. Segundo o coautor do Manual de Produção do Pirarucu, mesmo na Região Norte, seu local de origem, a espécie está sendo desvalorizada em preço e procura. Explicou que os fornecedores reclamam que não tem mais peixe para entregar lá no restaurante classe A e B, porque as espécies mais nobres estão sumindo. É aí que o pirarucu criado em cativeiro, segundo ele, tem seu espaço no mercado, já que sua carne é uma das mais saborosas e diferentes. “Muitas vezes o pirarucu é vendido em mercados mais barato que o tambaqui, que o matrinchã e outras espécies que também são bastante conhecidas dentro do Estado do Amazonas. A razão é porque o pirarucu do extrativismo, que é disponível, principalmente na região amazônica, é de baixa qualidade. Aquele pirarucu que está no mercado desde cem anos atrás tem problemas seríssimos de qualidade. Naturalmente, não tem como querer que aquele produto tenha um alto valor comercial”, argumentou. O consultor mencionou que uma das lacunas na produção e comercialização do pirarucu é quanto à importância da certificação do produto. Em vez disso, relatou falta de fiscalização na oferta do produto.

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“Pirarucu fresco a R$ 32,00 o quilo, com a data de validade 14 de um mês a 3 do mês seguinte, ou seja, 18 dias de validade, é um negócio meio estranho”. E apontou as irregularidades: “As beiradas do filé estão pretas. Este aqui já está verde. Aí vem a pergunta que não quer calar: ‘Cadê o selo da inspeção?’.”

Soluções O especialista admitiu que a situação já foi pior. Hoje, afirmou, muitas das informações e tecnologias sobre a produção e reprodução do pirarucu foram obtidas desde 2007 por meio do Projeto Estruturante Pirarucu da

Especialista alerta que, sem regras, investidores vão sair da atividade

“Piraru quê?” Assim reage gerente de banco quando um produtor busca crédito Alimentar-se do pirarucu é um hábito tradicional da região amazônica que, nos últimos anos, tem-se expandido para outras regiões brasileiras. Apesar do aumento no consumo, sabe-se que cerca de 90% desse peixe consumido no Brasil é obtido por meio da pesca predatório, o que representa um sério risco de extinção da espécie e de prejuízo à saúde do consumidor. Por isso, segundo Eduardo Ono, um dos autores do Manual de Boas Práticas de Produção do Pirarucu, a saída indicada é a criação da espécie em cativeiros, amparado por tecnologia adequada em todas as fases, capacitação e desburocratização do processo de regularização e certificação e também de acesso ao crédito. Segundo Ono, há grande desconhecimento da atividade nas organizações de financiamento e de proteção ambiental. “Hoje você chega em um banco e vai falar de criação de pirarucu com o gerente de um banco, seja qual ele for, ele vai dizer: ‘Piraru quê?’. Resultado: “Então como ele vai analisar o projeto, se ele não sabe nem o que você está falando? Fica difícil!”, constatou.

Segurança aos investidores Para o especialista, nesse caso, a opção é disseminar e multiplicar essa informação e fazê-la chegar na ponta. “Quando a gente chega num órgão ambiental e vai falar sobre criação de pirarucu e o técnico lá diz: ‘Não. Esse negócio é conversa. É mentira! Pirarucu é peixe carnívoro e ninguém cria isso em cativeiro’. Ono contou já ouvido essas observações de vários técnicos de meio ambiente. “Ele expõe a opinião dele, as crenças dele e diz que não vai aprovar o projeto e acabou. E, se ele não assinar o projeto, você não tem a licença ambiental. Aí como faz? Dá uns ‘tabafes’ no técnico? Não é por aí”. Ono aconselhou que, nesses momentos difíceis, o produtor “tem que orientá-lo para que o técnico entenda qual é o papel dele, que é criar segurança jurídica aos investidores”. Sem isso, haverá evasão de investimentos, advertiu. “Então a gente precisa organizar as regras, colocar as regras para funcionar e todo mundo respeitar as regras, então agora não podemos ficar mudando as regras aqui no meio do jogo, senão os investidores vão sair da atividade”.

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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O atraso tecnológico e a escassez de recursos para investir em pesquisas são uma incômoda espinha na garganta dos criadores de pirarucu em praticamente todos os estados da Amazônia. No Pará, o segundo maior produtor de peixes do Brasil, não é diferente, observou o biólogo ambiental Constantino Alcântara, que participou do III Workshop do Cultivo do Piracuru como representante da Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq).

Meta

Pará busca R$ 50 mi para vencer o atraso Foto: Divulgação

Para vencer essas limitações, Alcântara adiantou que a Sepaq desenvolveu projetos para captar financiamentos dentro e fora do Brasil. A meta audaciosa é obter R$ 50 milhões em 2014 para fortalecer a atividade. No caso do pirarucu, Alcântara defendeu que esse é o momento ideal para desenvolver o mercado da espécie. “O Brasil todo está olhando para o pirarucu com bons olhos”, apontou. E advertiu: “A Amazônia tem que correr para não ficar atrás de outras regiões que já cultivam o pirarucu. E o Brasil tem que também correr para não ficar atrás de outros países, como a China, que já produz o nosso tambaqui e até o pirarucu”. Coordenador de Logística Pesqueira e Aquícola da Sepaq, o especialista identificou que um dos principais inibidores do avanço tecnológico é a falta de recursos para investimentos. No caso do Pará, a Sepaq dispôs em 2013 de um orçamento total de apenas R$ 2 milhões.

III WOKSHOP DO CULTIVO DO PIRARUCU

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Constantino Alcântara: a China já produz tambaqui e pirarucu

Secretaria de Aquicultura quer captar investimentos no Brasil e no exterior para melhorar também a produção de pirarucu em cativeiro

PAINEL “Entraves e Estratégias para o Desenvolvimento do Cultivo do Pirarucu no Brasil” ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO E AÇÕES (POLÍTICAS PÚBLICAS) DA SECRETARIA DE ESTADO DE PESCA E AQUICULTURA – SEPAq PARA A ATIVIDADE DO CULTIVO DO PIRARUCU EM CATIVEIRO NO ESTADO DO PARÁ Constantino Alcântara/SEPAq

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

Descobrindo o Pirarucu

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Os cuidados são vários, já que o pirarucu tem comportamento próprio, que o diferencia de outras espécies da Amazônia. Os cuidados começam com a formação dos casais nos viveiros. São os próprios animais que escolhem os seus parceiros. E quando a fêmea procria, é o macho quem cuida dos filhotes.

De acordo com o especialista, desde a década de 1990, o Pará tem experiência em projetos de captação de financiamentos. Em 1995, Brasil e Alemanha assinaram acordo para a implantação de um projeto de monitoramento do pirarucu na região de Atumã, no município de Alenquer, oeste do Pará. Coordenado por Alcântara, o projeto envolveu 50 pescadores de cinco comunidades ribeirinhas. O foco do projeto era identificar por que o mercado estava recebendo piracuru cada vez menor e, aí, propor soluções ao problema.

A alimentação também é importante. No habitat natural, o pirarucu se alimenta de frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos, peixes, anfíbios, répteis e até mesmo aves aquáticas. Nos viveiros da Estação Santa Rosa, estão sendo testadas rações de diferentes composições. A meta é chegar à ração ideal, que agregue custos de produção ao desenvolvimento do animal.

As causas foram logo identificadas: os ribeirinhos sabiam tudo sobre a pesca do pirarucu, mas quase nada sobre as peculiaridades do animal. Abatiam, indiscriminadamente, macho e fêmea, de qualquer idade, em qualquer época do ano e sem respeitar tamanho.

Todo esse trabalho é voltado para melhorar as técnicas de cultivo do pirarucu e, assim, ampliar a oferta do produto no mercado. “Estamos buscando obter maior eficiência na produção de alevinos em cativeiro a partir de bons reprodutores”, explicou Alcântara. “Esses alevinos são depois fornecidos aos criadores, que também recebem assistência técnica para desenvolver o animal em cativeiro. Assim esperamos produzir pirarucu o ano todo”.

A solução? Ensinar os pecadores sobre a vida do pirarucu: distinguir o macho da fêmea, como procriam, nascem e vivem; identificar a idade, o que comem, quando podem ser abatidos. Resultado: conhecendo o animal, os ribeirinhos passaram a cuidar dele. Assim, com o tempo, o mercado voltou a ser abastecido com pirarucu graúdo.

Diversidade inibe avanço Para Alcântara, apesar das conquistas já obtidas na Estação Santa Rosa, a Amazônia ainda muito longe ser um centro de excelência na produção de pirarucu em cativeiro. “A Amazônia está atrás do Brasil em termos de tecnologia”, criticou. “Estamos ainda em transição do rudimentar para o moderno. Enfrentamos uma situação atípica: ao contrário de outras regiões, na Amazônia não há fome. O caboclo vai no quintal e tem lá frutas; vai no rio, tem diversos peixes; vai na mata, caça algum animal. Essa diversidade acaba sem um fator inibidor da produção tecnológica”.

A estação Santa Rosa Dessa experiência surgiu um projeto ainda maior. Em 2012 foi implantado um laboratório de pesquisa sobre o pirarucu na Estação de Aquicultura Santa Rosa, no município de Santarém, também no oeste do Pará. A missão do laboratório, resultado de um convênio entre a Sepaq e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), é desenvolver pesquisas que contribuam para melhorar a eficiência da produção do pirarucu em cativeiro.

Na avaliação do biólogo ambiental, a grande maioria dos criadores da espécie ainda utiliza técnicas rudimentares, desenvolvidas por ribeirinhos e repassadas de geração em geração. Práticas que são importantes para manter a produção, mas que pouco contribuem para saciar a fome do mercado consumidor de pirarucu, avaliou Alcântara.

Foto: Sepaq

O trabalho que está sendo feito em Santa Rosa foi mostrado por Alcântara no III Workshop do Cultivo do Pirarucu. Ele relatou que o laboratório é composto de 15 viveiros, alguns com até 20 metros de largura por 30 metros de cumprimento. Cada viveiro abriga entre 12 a 20 casais da espécie. Ali os casais recebem cuidados adequados para gerar em cativeiro um dos principais produtos do laboratório: os alevinos, ou seja, os filhotinhos de pirarucu.

Isso acontece porque é do tamanho do rio Amazonas o fosso que separa os produtores das novas tecnologias de cultivo e do próprio desenvolvimento de pesquisas que melhorem a produção do pirarucu em cativeiro. Mas isso está mudando, ainda que lentamente, destacou o especialista ao abordar como tema da palestra as políticas públicas e as estratégias de atuação e ações da Sepaq. Segundo Alcântara, as mudanças começaram no início da década de 90, quando os órgãos de proteção ambiental constaram que, a cada ano, diminuía o tamanho do pirarucu ofertado ao mercado. Disparado o alarme, medidas legais foram adotadas em 1991 para coibir a pesca predatória da espécie na Bacia Amazônica.

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Apoio de parceiros permitiu a criação de projetos inovadores, a exemplo da Estação Santa Rosa

Estamos ainda em transição do rudimentar para o moderno. Enfrentamos uma situação atípica: ao contrário de outras regiões, na Amazônia não há fome. O caboclo vai no quintal e tem lá frutas; vai no rio, tem diversos peixes; vai na mata, caça algum animal. Essa diversidade acaba sem um fator inibidor da produção tecnológica.

Mas não bastava apenas coibir, era preciso descobrir a origem do problema. Por coincidência, naquela época Alcântara acabara de concluir para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) um estudo sobre o comportamento do pirarucu. Essa pesquisa culminou com os projetos inovadores desenvolvidos no oeste do Pará.

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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No período de 2003 a 2010, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) investiu cerca de R$ 50 milhões em 246 projetos de pesquisa para incentivar o setor no país. Dessa quantia, aproximadamente R$ 3 milhões foram destinados para 12 projetos que envolviam diretamente a cultura da cadeia produtiva do pirarucu nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pernambuco, o que representou em torno de 7% da verba total do Governo Federal para o segmento.

Pesquisa

Criação de pirarucu é uma das prioridades do MPA Foto: Divulgação

Esses foram dados apresentados por Wanessa Nogueira, assessora técnica da Secretaria de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do MPA, durante sua exposição no III Workshop do Cultivo do Pirarucu, para demonstrar a importância da atividade como uma das prioridades de investimentos em pesquisas apoiadas pelo ministério. Ela abordou como tema as “Políticas Públicas do MPA para a atividade do cultivo do pirarucu em cativeiro no Brasil – Estratégias de Atuação e Ações Desenvolvidas”. Veja os projetos no box. A assessora mostrou um histórico do apoio federal à cadeia produtiva desse setor e destacou que em 2005 foi criado um grupo de trabalho específico para promover a atividade. “Nós identificamos os principais entraves do segmento e verificamos quais ações apoiadas pela antiga SEAP/PR (Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República) solucionavam ou amenizavam as dificuldades dos produtores de pirarucu e a partir daí pensamos em ações”, historiou Wanessa Nogueira.

Marco De acordo com a palestrante, um marco para o setor foi a publicação da Instrução Normativa Conjunta (MPA/IBAMA) nº 1 de 21/12/2011, que estabeleceu critérios e procedimentos para o cadastramento de plantéis de reprodutores de pirarucu no estado de Rondônia. Essa iniciativa teve o objetivo de regularizar os empreendimentos quanto ao manejo, à reprodução em cativeiro, à engorda e à comercialização do produto.

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Wanessa Nogueira: ecomendações para cadastramento de reprodutores

Assessora adiantou que Ministério da Pesca e Aquicultura vai buscar a legalização dos estoques dos criadores em toda a Amazônia Legal

Foto: Arquivo de Wanessa Nogueira (MPA)

“Essa medida possibilitou a legalização dos estoques dos criadores de pirarucu no estado de Rondônia. O MPA busca agora ampliar essa ação para os demais estados da região Norte, propiciando assim um incentivo a todos os estados da Amazônia Legal na produção de pirarucu pela aquicultura”, projetou. No estado de Rondônia, houve vistoria das propriedades para cadastramento de reprodutores

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Em 2012, o Ministério elaborou um plano operacional com o grupo de pesquisa da Região Norte que trabalha com o pirarucu para que eles pudessem acessar recursos do Fundo Amazônia e fez o cadastramento dos plantéis de reprodutores do peixe em Rondônia, conforme previa a instrução normativa publicada no ano anterior.

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animais. “Tivemos dificuldades no trabalho, pois muitos produtores não se interessavam mais em manejar os cardumes para não interromper ou prejudicar a reprodução”, ilustrou. Como resultado do trabalho, o MPA elaborou uma lista de recomendações para o setor, visando o sucesso em novas ações de cadastramento: extensão do prazo para documentação e vistorias; prolongar ou renovar prazos para continuidade e cadastramento de reprodutores; adequação prévia dos locais de criação por parte dos produtores; não realizar vistorias durante o período de reprodução; equipes treinadas para manejo rápido e adequado; e agilidade no cadastramento dos chips.

Durante essa ação de cadastro foram vistoriadas 30 propriedades de criação do pirarucu em cativeiro no estado. “Existem aproximadamente 400 propriedades em Rondônia que cultivam a espécie, contudo somente 52 trabalham com reprodução e dessas apenas 30 encaminharam documentação e estavam aptas à vistoria”, detalhou a assessora. O representante do MPA no III Workshop identificou que a operação atingiu 15 municípios, de um total de 52 do estado, e foram verificados 692 peixes reprodutores portadores de microchips para fins de regularização dos empreendimentos. As cidades visitadas foram: Porto Velho, Pimenta Bueno, Primavera de Rondônia, Guajará-Mirim, Ouro Preto D’Oeste, Presidente Médici, Ji-Paraná, Itapuã D’Oeste, São Felipe, Espigão D’Oeste, Cacaulândia, Rolim de Moura, Nova Brasilândia, Nova Mamoré e Ariquemes.

“As relações de lotes com chips poderiam ser encaminhados ao MPA/ IBAMA e reconhecidos pela ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) do técnico responsável, que poderiam ser comprovados futuramente por vistoria. Essa ação tornaria o processo de cadastramento mais ágil”, recomendou.

O tempo curto para a regularização dos documentos, a dificuldade de alguns produtores no manejo dos peixes, a falta de mão de obra especializada e a demora no repasse dos recursos para as ações de vistoria foram algumas das dificuldades encontradas pelo Ministério. “Há pouca disponibilidade de mão de obra treinada para o acompanhamento e apoio nas operações de vistoria, salvo em algumas propriedades onde houve apoio de pessoal da empresa Mar & Terra e de consultores técnicos contratados pelo Sebrae”, explicou. Wanessa Nogueira ressaltou que o atraso no repasse da verba resultou no agendamento das vistorias justamente no período de reprodução dos Foto: Arquivo de Wanessa Nogueira (MPA)

MPA reconhece que houve pouco tempo para a regularização dos produtores

Projetos para o cultivo do pirarucu

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Conheça os 12 projetos de pesquisas apoiados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, no período de 2003 a 2010, para a melhoria do cultivo do pirarucu. Do total, 10 foram realizados no Amazonas, um de Pernambuco e outro do Mato Grosso. São eles: • Níveis de proteína e relação energia/proteína do pirarucu Arapaima gigas cultivado em tanque -rede em regime de produção comercial (AM); • Sistemas de produção de pirarucu em tanque-rede (AM); • Sanidade do pirarucu Arapaima gigas em criações no estado do Amazonas: diagnóstico, patogenicidade, prevenção e controle (AM); • Crescimento e reprodução do pirarucu como subsídio para a produção de cativeiro (PE); • Criação de pirarucu: reprodução e produção de juvenis (AM); • Reprodução induzida do pirarucu Arapaima gigas em cativeiro (AM); • Estratégia molecular para identificação sexual em Arapaima gigas (Schinz, 1822) (MT); • Tecnologias para o aproveitamento do pirarucu (Arapaima gigas, Cuvier 1829), procedente da piscicultura e das reservas sustentáveis do estado Amazonas (AM); • Níveis plasmáticos de esteroides gonadais e vitelogenina em pirarucu Arapaima gigas (AM); • Produtos de pescado procedente da reserva extrativista Uaiti-Paraná (AM); • Estudo de alguns aspectos da nutrição, reprodução, sanidade e fisiologia da criação da matrinxã (Brycon amazonicus), tambaqui (Colossoma macropomum) e pirarucu (Arapaima giga) (AM); • Análise da expressão gênica em pirarucu (Arapaima gigas) exposto a uma radiação ultravioleta: uso de biblioteca de DNA para aplicabilidade em aquicultura (AM). O MPA também financiou ações induzidas em instituições com histórico de trabalho com a espécie: • DNOCS – 2005 (Pentecoste): R$ 1,5 milhões; • INPA/UFAM/SEPROR – 2006 (Manaus): R$ 1,0 milhão.

Foto: Arquivo de Wanessa Nogueira (MPA)

Recomendações

Políticas Públicas do Ministério da Pesca e Aquicultura para atividade de criação do pirarucu em cativeiro no Brasil

Assessoria expôs as políticas públicas do MPA para o cultivo da espécie

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Há 12 anos trabalhando com a reprodução do pirarucu, adotando cuidados especiais para a formação dos filhotes da espécie, os chamados alevinos, o aquicultor Vinicius Chaves manifestou enorme contentamento que vem alcançando na propriedade da empresa Piscicultura Boa Esperança no estado do Maranhão.

Evolução

Empresa maranhense avança na eprodução de pirarucu

“Ontem saiu a primeira desova do pirarucu, da safra 2013/2014”, comemorou o produtor durante palestra sua experiência que foi apresentada durante o III Workshop do pirarucu. “Isso era o sonho do meu pai: Criar Pirarucu! Tinha uma represa, pegaram alguns exemplares no rio Araguaia, e ele soltou na nossa represa”. O interesse pela reprodução ocorreu após a criação da espécie com o notável desenvolvimento. “Com pouco tempo, estavam aqueles peixes monstros, com 40 a 50 quilos. Aí foi um trabalho nosso de querer reproduzir”, recordou Vinicius Chaves.

Foto: Divulgação

O empresário reconheceu que é importante o apoio institucional oferecido atualmente, o que não existia quando iniciou a atividade. “Hoje, criar pirarucu é muito fácil. Tem o Sebrae, tem o Ministério da Pesca, a Embrapa, ou seja, está mais fácil”, comparou. Outra grande dificuldade durante os anos de experiência, segundo Vinicius, foi formar o casal para a reprodução. “Perdi noites e noites de sono para poder aprender. Coloquei na minha cabeça: como eu não vou saber o que é macho e o que é fêmea? E comecei a fazer um trabalho meio louco, com apoio dos técnicos. Matava um peixe e fazia a anatomia. “Opa”, está aqui a fêmea, do lado esquerdo o ovário. Tudo bem, recorta e vamos ver como é que é. Vamos matar”.

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Vinicius Chaves: o grande entrave é a capacitação dos produtores

Uma missão passada de pai para filho levou a Piscicultura Boa Esperança a descobrir como formar casais e garantir água para a reprodução

Pirarucu macho adulto durante a época de reprodução

fOTO: Manual de |Reprodução do Pirarucu em Cativeiro

Vinicius conta que o resultado demonstrou que 70% era fêmea, até achar um macho. “Achamos! E nesse período notamos uma pequena diferença no órgão genital entre os dois. Muito bem, vamos fazer o teste, pega essa aqui e mata. É fêmea. Vamos achar um macho! Achou! Então provava-se que a nossa teoria estava certa”.

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Renovar a água

Capacitação dos produtores

Em pouco tempo, Vinicius Chaves descobriu que não bastava formar o casal para assegurar a reprodução. Uma das maiores dificuldades que encontrou no início foi com a falta de água na área em que montou o cativeiro.

Na avaliação do palestrante, o grande entrave para a evolução do cultivo do pirarucu é a capacitação dos produtores. Isso porque, exemplificou, tem produtores que apresentam cerca de 100% de perda dos alevinos comprados em razão de que a aquisição é feita na proporção de R$ 1,00 por 1 centímetro do alevino.

“O difícil era quando nós começamos. No começo da nossa piscicultura era a água de chuva represada. Sem água, sem rio, sem nascente e até sem poço artesiano. É muito difícil de furar lá, porque é acima de 500 metros”.

“O produtor não quer pagar por [alevino] com 18 cm. Ele vai pagar por um pirarucu de 13 cm, 12 cm... Mas ele, muitas vezes, não está preparado para receber o alevino nesse tamanho. Aí vem a mortalidade. Quando o produtor perde, ele fica ‘p’ da vida, fica valente, liga, fala, te xinga, mas você tem que manter a calma e orientá-lo”, aconselhou.

Logo ficou sabendo que o pirarucu precisa de chuva e renovação de água. “Se não fizer isso, não tem! Você forma o casal e ele não agrada. É um macho e uma fêmea, mas ele não desova. Aí tem a questão do mito: ‘Ah, o pirarucu é monogâmico’. Não, não é monogâmico. Para alguns casais deu tudo certo. Casais que já tinham reproduzido. No final teve um aproveitamento satisfatório de alevinos”, relembrou.

Consciência Ambiental

No momento, o aquicultor considera que já atingiu o estágio de excelência na criação e reprodução de alevinos. “No ano passado nós produzimos quase 10 milhões de filhotes de pirarucu. No ano retrasado foi muito ruim de chuva, produzimos 7. Pirarucu está diretamente ligado à questão da chuva, à renovação. Ele quer chuva, ele quer trovão, reforçou.

Foto: Divulgação

“Então hoje eu tenho consciência e estou satisfeito com nossos índices de aproveitamento. A gente procura formar os casais mais compatíveis no tamanho e em tanques novos. Pegamos na propriedade aqueles tanques de água muito usada e eliminamos a produção de pirarucu. Procuramos fazer um tanque com capitação de água nova da chuva. Então o que acontece: fomos melhorando. Hoje quando sai a desova, fico com o coração na mão!”, comparou. FOTO: Manual de Reprodução do Pirarucu em Cativeiro

Palestrante alertou que há perda de até 100% dos alevinos por falta de preparo dos produtores

A empresa Piscicultura Boa Esperança funciona no município de Imperatriz (MA). O empresário Vinicius Chaves, além de vender os alevinos do pirarucu, costuma contribuir com o meio ambiente da cidade. Em 2012, doou 20 filhotes de pirarucu e centenas de alevinos de pirarucu e outras espécies para serem alimentos de outros peixes. Os filhotes e os alevinos foram postos no lago da avenida Beira Rio, que está em processo de revitalização.

Aquicultor deu dicas para o sucesso na criação de alevinos

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Durante sua apresentação, o empresário Vinicius Chaves expôs observações relevantes para o sucesso da criação de alevino: • Quando os alevinos atingem 3 a 4 centímetros, faz-se a coleta das larvas para transportá-las para os tanques de alto fluxo; • Com 2 ou 3 centímetros, o alevino é tão sensível que o produtor pode matar alguns exemplares; • Depois da coleta, o alevino fica no tanque durante sete dias até atingir 5 ou 6 cm; • Chegando a 7 cm, o alevino é transferido vai para o tanque com tela anti-pássaro, uma cautela a ser adotada pelo produtor na preparação do tanque;

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Foto: Divulgação

Potencial

Pirarucu é aprovado por 95% e começa a ganhar o mundo

relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

Foto: Divulgação

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A carne do pirarucu caiu no gosto de brasileiros de diversas regiões do País e começa a conquistar o mundo. De acordo com o Sebrae (Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que desenvolve o Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, a aceitação do produto atinge 95% dos consumidores nos supermercados de capitais de cinco estados das regiões Norte, Nordeste e Sul e no Distrito Federal, no Centro-Oeste. São cidades onde o produto passou a ser comercializado.

Promoção envolveu degustação do produto

Tamanho potencial foi dimensionado pela analista e coordenadora de Pesca e Aquicultura da Unidade de Agronegócios do Sebrae Nacional, Newman Costa, durante sua explanação no III Workshop do Cultivo, promovido em Belém do Pará, de 22 a 23 de novembro de 2013. A especialista advertiu quanto à necessidade de os produtores nacionais ocuparem esse filão porque o peixe já despertou o interesse de países como a China, Estados Unidos e Alemanha. Em sua palestra, a analista, que também é coordenadora nacional do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, explicou que existia demanda pela pesquisa sobre a aceitação do pirarucu no Brasil. Além de Brasília, o estudo de mercado sobre a aceitação e potencial de venda do pirarucu foi realizado em cinco capitais (PA, PE, SP, RJ e PR). "A gente precisava saber que mercado era esse. A gente vai investir e não vai entender o que esse mercado quer? Então nós fomos ao supermercado, e a aprovação foi de 95% entre os consumidores”, relatou.

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Newman Costa: ações e missões para promover a espécie no Brasil e no exterior

Pesquisa encomendada pelo Sebrae identificou aceitação do produto por consumidores em supermercados de seis capitais

A pesquisa também constatou dois outros pontos importantes que devem pesar na decisão dos empresários de entrar no agronegócio da produção e reprodução do pirarucu: o preço é importante fator de decisão para a maioria dos consumidores; os supermercados precisam de entregas regulares e contínuas.

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

Foto: Acqua Image

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oferta se mostrou contínua e com escala de venda”, detalhou. Segundo a coordenadora, nesses estados foram oferecidos cursos de capacitação para engorda do pirarucu, além de abrir as portas ao mercado consumidor doméstico com missões técnicas. “O Sebrae promoveu festivais gastronômicos e deu início a um intenso trabalho junto aos restaurantes, onde o pirarucu recebeu aprovação total dos chefs de cozinha”, assinalou.

Missões internacionais O consumo desta espécie diferenciada que habita águas das bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins, no coração do Brasil, desperta desde 2011 o interesse de mercados consumidores como China, Estados Unidos e Alemanha, que passaram a conhecer o produto depois de missões técnicas internacionais promovidas pelo Sebrae.

Foto: Acqua Image

Foto: Acqua Image

Supermercados precisam de entregas regulares e contínuas

“Recebemos uma demanda que era impossível ser atendida”, admitiu Newman. “China, Alemanha e Estados Unidos tinham encomenda. O produto precisa ter condições de atender o mercado. Se você não tiver condições, é melhor não levar. Porque isso depõe contra nosso produto e nós temos produtos de primeira linha, de qualidade, excelente. Temos que vender aquilo que a gente tem condições de levar para o mercado”, destacou. Para a palestrante, o atendimento do mercado externo não pode relegar a importância do mercado nacional para o consumo do ´produto, “Lidamos muito com isso na questão de mercado externo. A gente às vezes se esquece de olhar para o nosso mercado interno. A gente tem um potencial muito grande”, frisa.

Ampliação do mercado exige capacitação de técnicos e produtores FOTO: Eduardo Ono

Foto: Acqua Image

Projeto incentivou a elaboração de pratos especiais

A coordenadora lembrou de feira realizada em Bruxelas (Bélgica), em 2011, em que o Ministério da Pesca e Aquicultura recebeu encomendas de toneladas de peixe após ter exibido amostra de pirarucu e tambaqui, outra espécie amazônica também considerada exótica para os padrões europeus.

Pirarucu mereceu aprovação total dos chefs

No paladar dos chefs

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O Sebrae também fez pesquisa junto a restaurantes para medir a aceitação do projeto na categoria de especialistas. Os resultados das pesquisas são animadores: aprovação total do chefs (abreviação do termo francês “chef de cuisine”, que designa os especialistas em culinária nos restaurantes e hotéis); e compra de pequenas quantidades com frequência. De acordo com a analista Newman Costa, houve também iniciativas para despertar o interesse do consumidor para adquirir o produto. “Elaboramos pratos especiais, de vários tipos, visitamos as feiras, os cortes especiais da carne e a exposição. Entre os entrepostos e atacadistas, a

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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Desafios e mercado Apesar do potencial de mercado, a coordenadora apontou que ainda existem muitos desafios para a introdução garantida do pirarucu de cativeiro em relação a produção, reprodução e comercialização.

É dessa forma que a gente faz. A gente integra para diminuir os custos, inclusive para a gente ter o resultado mais positivo

São desafios a serem superados para a ampliação do consumo da espécie tanto no mercado nacional quanto no exterior. Um deles é a capacitação de especialistas e produtores. “A qualificação dos técnicos e pequenos empreendedores envolvidos na produção do pirarucu é um dos principais desafios do Sebrae para alavancar a produção, gerar renda e viabilizar um negócio promissor”, avaliou. “Eu faço um apelo também àqueles que realmente querem investir na atividade que o façam, porque tem mercado, o mercado é bom para se trabalhar”, aconselhou.

Alevinos e rações Outro desafio para a melhoria da produção, segundo a coordenadora, é a baixa qualidade dos alevinos e das rações comerciais usadas no projeto. Ela propôs a gestão compartilhada para diversas etapas do empreendimento com a finalidade de baixar os custos de produção. “É dessa forma que a gente faz. A gente integra para diminuir os custos, inclusive para a gente ter o resultado mais positivo”, pontuou. “A produção, ainda em pequena escala, encarece a cadeia produtiva e dificulta a comercialização”, advertiu a coordenadora.

FOTO: Eduardo Ono

Ebis doluptatem voluptate pa volorum

Crescimento rápido é das características da espécie

A palestrante advertiu que, mesmo com valor comercial, a espécie obtida na maioria das vezes por meio de pesca predatória está ameaçada de extinção e precisa ser preservada. A criação do peixe em cativeiro, segundo ela, é uma saída para o problema ambiental.

As vantagens do Pirarucu

Estudo de mercado aponta atrativos para a atração de investimentos

De acordo com o estudo de mercado encomendado pelo Sebrae, além de ter quase 100% de aprovação entre os consumidores da Amazônia e de já estar sendo reconhecido pelos mercados de outros estados brasileiros e do exterior, dentre as muitas vantagens do peixe, estão:

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o rápido crescimento, superando 10 kg no primeiro ano;

sua respiração não depende do oxigênio na água;

aceita ração balanceada;

o bom desempenho na produção intensiva;

alto rendimento de filé sem espinha (até 55%);

carne clara, magra, tenra e sabor suave, não susceptível ao “gosto de barro’”

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

Nos viveiros/açudes a produtividade varia de 10 a 15 toneladas por hectare, com peso final de 8 a 12 kg/ano. Nos tanques-rede, a produtividade fica entre 80 kg/ m³ a 100 kg/m³, peso médio entre 7 kg/ano a 10 kg/ano e entre 85% e 95% de taxa de sobrevivência. A taxa de sobrevivência em ambos os sistemas é de 85% a 95% e o custo de produção gira em torno de R$ 6 a R$ 9,50/kg.

INDICADORES DA PRODUÇÃO DE PIRARUCU PARÂMETRO TIPO DE ALIMENTOS PRODUTIVIDADE

VIVIEROS/AÇUDE

TANQUE-REDE

80 A 100 KG/M³

8 A 12 KG/ANO

7 A 10 KG/ANO

CONVERSÃO ALIMENTAR

1,8 A 2,3

1,8 A 2,3

TAXA DE SOBREVIVÊNCIA

85 A 95%

81 A 95%

CUSTO DE PRODUÇÃO

Planejar as vendas deve ser outro dever de casa para os produtores, recomentou a analista de Agronegócios. Na avaliação dela, entre os desafios nessa área estão a elaboração e implantação do plano de marketing e comercialização, além da difusão e aprofundamento dos conhecimentos nas unidades de produção e reprodução nos sete estados. A elaboração de vídeos-aulas e publicações é outro ponto que merece um cuidado especial do Sebrae. “A gente já está pensando lá na frente como é que vai ser o trabalho de marketing, como vamos levar a questão da comercialização para o mercado. Estamos fazendo toda a filmagem daquilo que está acontecendo nas capacitações e nos treinamentos. Queremos vídeos-aulas para quem quiser ver. Nós não vamos ter só o material escrito, como vamos ter as imagens para as pessoas verem o que está acontecendo”, destacou.

RAÇÃO EXTRUSADA DE 40 A 45% PB 10 A 15 TONELADAS / HA

PESO MÉDIO FINAL

relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

R 6,00 A 9,50/ KG

FONTE: SEBRAE

“Pirarucu da Amazônia” deve virar uma marca

Alit re dero tempore stentiis nonserum doloraAximus, nonsimm orista, Cast? Gilin se det perum nocum

Projeto Estruturante pretende valorizar a espécie nativa com indicação geográfica

Sebrae busca entidade para requer a identificação geográfica do pirarucu

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O registro da marca Pirarucu da Amazônia também é um dos objetivos da segunda fase do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, assinalou a coordenadora de Aquicultura da Unidade de Agronegócios do Sebrae Nacional, Newman Costa. A preocupação da coordenadora é garantir que uma entidade do setor assuma a responsabilidade da indicação geográfica do produto e do registro da própria marca, considerados diferenciais para o mercado. “Estamos trabalhando para valorizar o pirarucu da Amazônia e não a espécie ‘o bacalhau da Amazônia’. É o Pirarucu da Amazônia. Vamos brigar por ele. Às vezes, quando eu vejo alguém que fala ‘ah, é o bacalhau’, dá até arrepio! Gosto, compro, mas acho que a gente tem que brigar pela espécie que é nossa!”, enfatizou. A analista do Sebrae destacou que o desenvolvimento dos produtos e serviços para promover o pirarucu de cativeiro é o principal objetivo da segunda fase do Projeto Estruturante, que começou em 2012 e vai até o final deste ano, abrangendo os sete estados da Região Norte (AC, AM, AP, RO, RR, PA e TO). Marketing e vídeo-aula A segunda fase do Projeto Estruturante objetiva também implantar e acompanhar 7 unidades de reprodução e 14 de engorda em parceria com empreendedores nos sete estados da região Norte. E ainda vai pesquisar soluções das dificuldades nas áreas de nutrição e sanidade por meio de cooperação com a Embrapa.

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Alit re dero tempore stentiis nonserum doloraAximus, nonsimm orista, Cast? Gilin se det perum nocum


relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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Prospectar, gerar e transferir tecnologias. É a missão que vem sendo executada desde 2011 por unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) criada para atender às demandas do setor aquícola. É a Embrapa Pesca e Aquicultura, sediada em Palmas, no Tocantins. Lá funciona o Projeto Pirarucu, que está conectado com o Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, desenvolvido pelo Sebrae na região Norte. Detalhes sobre as atividades da instituição nessa área foram apresentados pela coordenadora do Projeto Pirarucu da Embrapa Pesca e Aquicultura, Adriana Ferreira Lima, durante o III Workshop do Cultivo do Pirarucu. Engenheira de Pesca com mestrado em Recursos Pesqueiros e Aquicultura, a pesquisadora afirmou que o desafio é produzir e compartilhar conteúdo qualificado para o cultivo do pirarucu ocupar espaço no mercado da espécie. A prospecção e mapeamento das tecnologias já utilizadas pelos produtores da região foi a primeira medida adotada pela Embrapa Pesca e Aquicultura. O objetivo, segundo Adriana Lima, foi montar um cenário sobre as experiências e compartilhar o conhecimento. Os dados fornecidos pelos produtores serão apresentados um workshop a ser realizado pelo fórum do setor produtivo.

foto: Apresentação

Tecnologias para o setor produtivo

foto: Divulgação

Conhecimento

“As tecnologias para espécies nativas estão muito aquém das tecnologias para as espécies exóticas no país. Por isso, a Embrapa tem preocupação de fazer com que pesquisas cheguem ao setor produtivo”, pontuou na palestra sobre “Estratégias e ações desenvolvidas pela Embrapa para o desenvolvimento da atividade de cultivo do Pirarucu no Brasil”. Além dos produtores, a pesquisadora destacou que todas as ações de pesquisa e transferência de tecnologia ocorrem em parceria com o Sebrae, os consultores do Projeto Estruturante, universidades, institutos federais e outras instituições de pesquisa.

Metodologia e validação Segundo a palestrante, como a criação do pirarucu em cativeiro era uma atividade até então inexistente na região, a Embrapa utilizou-se da experiência adquirida na implantação de rebanhos bovinos no bioma Cerrado, na década de 1970, para desenvolver uma metodologia adaptada à realidade local.

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Adriana Ferreira Lima, pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura

Coordenadora do Projeto Pirarucu da Embrapa destaca que o desafio é produzir e compartilhar conteúdo qualificado para o cultivo da espécie

Prospecção tecnológica: conhecimento do setor produtivo para o setor produtivo

“A Embrapa buscou descrever os cenários tecnológicos da produção do pirarucu na região Norte. Fizemos um paralelo ao que a Embrapa fez para o bovino na década de 70 no Cerrado. Na época não existiam informações sobre a criação de pirarucu na região. Por isso, muitos produtores foram consultados nessa etapa”, destacou. De acordo com a palestrante, a Embrapa também fez o acompanhamento das unidades de observação e engorda de pirarucu na região Norte

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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foto: Apresentação

Conforme a exposição da engenheira, muitos piscicultores já cederam o material genético que vai compor esse sistema de gerenciamento. “Também vai ter uma resposta um pouco mais à frente de como está o plantel genético para reprodução”, previu.

Kits para reprodução Em outra etapa, a coordenadora apontou que a Embrapa deu início à utilização de morfometria e ultrassonografia para identificação do sexo dos peixes em tamanho próximo do abate comercial, em torno de 10 e 12 kg. O objetivo é evitar que o produtor invista em alimentação de forma inadequada sem conhecer o número de machos e fêmeas que ele precisa para o abate.

Embrapa validou tecnologias apresentadas pelo Sebrae

Ainda nessa área, a Embrapa pretende disponibilizar aos produtores kits para avaliação de hormônios e avaliar a correta formação de casais. Segundo a engenheira de pesca, até então a formação de casais do pirarucu era feita deixando que os animais se formassem aleatoriamente.

para validar as tecnologias geradas na primeira fase do Projeto Estruturante, realizado entre 2007 e 2010. Essas tecnologias de produção e reprodução da espécie constam nos manuais de boas práticas sobre criação de pirarucu em cativeiro lançados pelo Sebrae durante o workshop.

O comportamento reprodutivo da espécie é observado por telemetria, equipamento que monitora as movimentações, as áreas de preferência dos casais em viveiro, assim como a interação desses animais marcados individualmente e a interação entre eles no acasalamento.

“A Embrapa está acompanhando a validação dessas tecnologias para ver a visão geral entre os estados e incluirmos esse conhecimento nos padrões de tecnologia adotados pela Embrapa a partir de agora”, ressaltou. A coordenadora esclareceu que a Embrapa Pesca e Aquicultura trabalha com o setor produtivo. Assim, apresenta o resultado dessas prospecções tecnológicas, auxiliando produtores, juntamente com o Sebrae, no processo de capacitação desenvolvido em conjunto com as unidades de observação.

Manejo e abate A coordenadora mencionou que o cultivo está sendo avaliado por fases, de forma a conseguir animais mais uniformes e, posteriormente, lotes diferenciados com a oferta no mercado de animais maiores. O consumo de plâncton pelo peixe também é avaliado pela Embrapa para que o alimento natural seja um aliado para as ações de engorda.

Gerenciamento genético A engenheira contou que a Embrapa desenvolve um sistema de rastreabilidade genética para descobrir, a partir de alevinos ou amostras de pescados, se esse peixe veio do ambiente de cultivo. De acordo com Adriana Lima, uma das etapas desse processo é o gerenciamento genético.

O transporte das espécies, o uso de anestésicos e os métodos de aplicação também são preocupações da Embrapa. “A gente precisa de um tempo de transporte às vezes um pouco maior para conseguir com que esse peixe chegue às unidades de produção. Também a questão do uso de anestésicos, a gente sabe que é um peixe difícil de trabalhar. Ele é um peixe que machuca, que é perigoso, então estamos buscando métodos de anestesia para que a gente utilize quando precisar

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Uso de anestésicos para o Pirarucu

foto: Apresentação

“Precisamos ter o perfil do material genético de reprodutores”, assinalou. “Para isso, estamos levantando esse material para ver a diversidade desses peixes e propor um manejo genético desses planteis, evitando endogamia [acasalamento de indivíduos aparentados] e a mistura indiscriminada de populações de diferentes locais”. foto: Apresentação

Exames identificam sexo

Embrapa pretende disponibilizar aos produtores kits para avaliação de hormônios e avaliar a correta formação de casais

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Macho

Fêmea


relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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coletar um sangue ou outro tipo de procedimento, trabalhar de uma forma melhor com esse animal”, explicou. As formas de abate para garantir qualidade à carne também estão sendo estudadas. Choque térmico, choque térmico mais sangria e outros métodos estão em análise pela empresa, assim como o aproveitamento maior da carcaça do animal após o corte.

Ração e sanidade animal Além da utilização de plâncton, a Embrapa busca uma ração que atenda as necessidades dos animais. Dezesseis ingredientes estão sendo analisados quanto à digestão deles pelos pirarucus. Veja no box a relação dos ingredientes.

Parum int qui dentotaeped que necBust ent moditis atibus magnatusdam, aut res re pliquid

Nutrição do pirarucu

“O objetivo é apresentarmos uma tabela de digestibilidade para as indústrias, para o setor produtivo se orientar para termos uma base maior para a formulação dessas rações”, observou a engenheira. A Embrapa também desenvolve um estudo comparativo entre o animal selvagem e o de cativeiro para avaliar as necessidades de aminoácidos e também estudos da anatomia e morfologia funcional que fornecerão informações sobre o conhecimento da habilidade e dinâmica do pirarucu na utilização dos nutrientes.

Farelo de soja Farelo de canola Farelo de girassol Farelo de glúten de milho Ingredientes proteicos

Farinha de vísceras de frango Farinha de penas hidrolisadas Farinha de carne e ossos

Para garantir a sanidade animal, a Embrapa trabalha em três linhas básicas: parasitologia, prevenção e tratamento, principalmente para alevinos, uma das demandas do setor produtivo. “Estamos avaliando a influência de alguns parâmetros de água nessa questão de monogenóides (parasitas), principalmente na parte de temperatura, e também estudar esse ciclo biológico para saber onde vamos atuar para processos de tratamento”, detalhou.

Farinha de resíduo de peixe

Farinha de sangue Milho Sorgo baixo tanino Farelo de trigo Ingredientes energéticos

Farelo de arroz Quirera de arroz Milheto Raspas ou farelo de mandioca

Fonte: Apresentação / Adriana Ferreira Lima

Ingredientes para rações

foto: Apresentação

A Embrapa Pesca e Aquicultura avalia a digestibilidade de 16 ingredientes para serem utilizados como ração para o pirarucu. Digestibilidade - é o coeficiente de absorção de um nutriente, sendo em geral expresso como porcentagem do que foi retido em relação ao que foi ingerido.

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Produtos são avaliados para servir de ração


relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

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Chef Carmelo: é necessário abastecimento contínuo para garantir a oferta do produto

Concorrente da versão salgada, o chef Carmelo batiza o pirarucu cultivado de Baby por apresentar “textura única, macia e com aroma perfeito, como a pele de um bebê”

Foto: Divulgação

MANJAR DOS DEUSES COM PEIXE FRESCO

Foto: Divulgação

Mostra Gastronômica

Formadores de opinião participaram do evento na Estação das Docas, em Belém

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

DELÍCIAS CULTIVADAS

Entradas

Em geral, na Amazônia, o consumo do pirarucu é relacionado à versão salgada da espécie, que é vendida em mercados após ser extraída da natureza. Uma nova opção é a espécie criada em viveiros. A alternativa foi demonstrada na Mostra Gastronômica do Pirarucu de Cativeiro, ao reunir um seleto público de formadores de opinião para apresentar pratos elaborados com a versão fresca obtida em unidades de cultivo da espécie. Atividade do III Workshop do Cultivo do Pirarucu, a Mostra tornou-se um manjar dos deuses com o sabor do pirarucu fresco preparado pelo chef de cozinha e empresário Carmelo Procópio Júnior, no Marujos, restaurante instalado na Estação das Docas, em Belém. "Já trabalhei com distribuição de pirarucu salgado e já pude trabalhar na cozinha com a versão em cativeiro, que, pela qualidade, poderia ser chamado de pirarucu Baby, porque tem uma textura única, macia, com aroma perfeito, como a pele de um bebê", temperou. O objetivo da Mostra é estimular o consumo desse peixe, por meio da divulgação e promoção do desenvolvimento da atividade no Estado.

Canapé de Pirarucu Fresco Defumado

O pirarucu cultivado foi batizado pelo chef de Baby por estar pronto ao consumo ao quando chega a 10 kg após pouco de um ano de cultivo. É uma criança, for o tamanho for comparado com o espécies encontradas nos mercados, com peso entre 30 e 60 kg. “Quando apresentamos o pirarucu fresco, principalmente com esse tamanho de 10 kg, que possui uma carne tenra sem fibras, nossos clientes adoram. Por isso, eu o considerei um produto gourmet-especial”, diferenciou. Para completar, o chef paraense destacou que a produção do pirarucu em cativeiro, além de solucionar a questão da produtividade e garantir o aumento da oferta, é uma opção que vem criando uma espécie mais aprimorada do que a encontrada ao natural.

Espetinho de Pirarucu Fresco Grelhado

“A gente se acostuma com o pirarucu salgado por não ter a versão fresca, que é a coisa mais difícil de achar no mercado. No Amazonas e até em Santarém, é mais comum, mas aqui em Belém é realmente complicado”, admite. Na avaliação do empresário de gastronomia, entre todas as vantagens, além do sabor, está também a facilidade no manuseio do pirarucu cultivado. “Quando a gente trabalha com o pirarucu salgado, é preciso estabilizar o sabor, dessalgar, enfim, tratá-lo antes de começar o preparo. No caso do pirarucu fresco, basta limpar como um peixe comum”, detalhou.

Isca de Pirarucu Fresco Frito

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Com 53 anos de idade, Carmelo trabalha com gastronomia desde 1990. É formado em Administração em Belém, em Tecnologia de Alimentos na Universidade de Campinas (Unicamp), Chefe de Cozinha em parceria entre a Escola de Gastronomia da Universidade de Caxias do Sul (RS) e o Italian Culinary Institute for Foreigners (ICIF).

Mercado em expansão Para o chef, a principal dificuldade para o aumento do consumo do pirarucu cultivado é a falta de abastecimento contínuo para atender a demanda de um mercado em expansão. Isso porque o gourmet do pirarucu é muito procurado pelos consumidores locais e caiu no gosto dos turistas. “As perspectivas de mercado são promissoras, pois o produto é de exce-

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lente qualidade, principalmente para o mercado de restaurantes especializados”, avaliou Carmelo. O chef apontou que o trabalho do Sebrae é de grande importância para fomentar as vendas do pirarucu criado em cativeiro. “O Sebrae está conseguindo organizar o setor produtivo. Só assim poderemos pensar em abastecimento contínuo e com qualidade, por meio do cooperativismo”, recomendou.

PRATOs PRINCIPAIS

Acompanhamentos:

arroz, farofa e batata palha

Em Salinópolis, balneário a 220 quilômetros da capital Belém, Carmelo também tem um restaurante à beira-mar que faz grande sucesso com os clientes apreciadores dos pescados da Amazônia, entre ele o pirarucu, que é incluído nos variados preparos concebidos pelo chef, principalmente, na época de férias. “Fico agradecido por ter sido escolhido para a Mostra e acho que foi devido à minha anterior experiência na área de tecnologia da indústria de pescado salgado seco, que incluía cação e o pirarucu, e por ser chefe de cozinha trabalhando com pescados da Amazônia e já ter feito alguns trabalhos para o Sebrae/PA dentro dessa área”, comenta.

Filé de Pirarucu frito ao molho “tipo escabeche” de Tucupi e Jambu

“O melhor peixe” Os pratos foram aprovados pelos cerca de 100 degustadores convidados para a Mostra. Entre eles chefs de gastronomia, jornalistas, técnicos de instituições, empresários e formadores de opinião. Eles ainda tiveram o prazer de degustar como sobremesa o saboroso creme de bacuri com castanha do Pará e ainda apreciaram um show de carimbó e outras músicas do folclore paraense. “Foi excelente a aceitação dos pratos!”, comemorou Carmelo. “Mostrei as várias maneiras de como podemos apresentar o produto – frito, grelhado e defumado. De todas as maneiras, fica muito bom, e as pessoas amaram!”.

Creme de Bacuri com castanhas do Pará

Não foi só na Mostra que o sabor fresco do pirarucu foi deliciosamente aprovado. De saída, o folder da Mostra apresentava uma declaração marcante de um especialista sobre as qualidades do pirarucu cultivado. “O melhor peixe que já provei em toda a minha vida!”, afirma o chef de cozinha Pedro de Artagão, do Laguiolle, um dos mais apreciados restaurantes do Rio de Janeiro instalado no Museu de Arte Moderna, com vista para o Cristo Redentor e para os jardins de Burle Marx, e com cozinha contemporânea de inspiração francesa.

Escondidinho de Filé de Pirarucu Defumado com purê de macaxeira, castanha do Pará fresca e banana frita

Folder da Mostra Gastronômica foi distribuído aos convidados

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Da genética à gastronomia Gerente do Sebrae defende a conexão entre as duas extremidades do setor produtivo rural

foto: Divulgação

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Ao abrir a Mostra Gastronômica do Pirarucu de Cativeiro, o gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae Nacional, Enio Queijada, assinalou que o evento constitui a etapa final do processo produtivo de alimentos. “O agronegócio é uma atividade que começa na genética e termina na gastronomia”, conceituou ao destacar a necessidade da criação de elos entre as duas extremidades do segmento. O gerente afirmou que foi um grande desafio a expansão do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia para todos os sete estados da Região Norte (AC, AM, AP, RO, RR, PA e TO).

Pioneirismo e adesão “Há um esforço pioneiro do Sebrae Rondônia, mas que depois teve a adesão integral dos demais seis estados da Região Norte. Isso é muito importante e deixa a gente bastante gratificado”, agradeceu. Ao chamar os convidados para a degustação, Queijada lembrou que esse peixe típico da Amazônia chegou à mesa dos convidados depois de um longo processo. “Foi criado com muito trabalho, muita gente envolvida, muita ocupação e renda”, relatou. “É um peixe típico da Amazônia, um peixe nativo, que deixa a gente muito satisfeito. Boa degustação a todos!”, concluiu.

Enio Queijada: muito trabalho até chegar à mesa dos convidados

Convidados também apreciaram apresentação de danças típicas do folclore paraense

RECEITA Conheça um dos pratos principais servidos na Mostra Gastronômica

FILÉ DE PIRARUCU FRESCO AO ESCABECHE COM TUCUPI

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Superintendente Vilson Schuber cumprimenta convidados à Mostra Gastrônimica

INGREDIENTES • 1KG DE FILÉ DE PIRARUCU FRESCO • 1 DENTE DE ALHO • 3 COLHERES DE CHÁ DE TRIGO • 1/2 XÍCARA DE AZEITE • 70G DE PIMENTÃO VERDE • 70G DE PIMENTÃO VERMELHO • 100G DE CEBOLA • 50G DE AZEITONA VERDE SEM CAROÇO • 1/2 LITRO DE TUCUPI • 2 COLHRES DE SOPA DE GOMA (AMIDO) DE MANDIOCA • 200ML DE CALDO CONCENTRADO DE PEIXE (ESPINHAS E CABEÇA) • 1 MAÇO DE CHEIR VERDE (COENTRO, CHICÓRIA, CEBOLINA E ALFAVACA) • JAMBU LEVEMENTE COZIDO A GOSTO ÓLEO PARA FRITAR • LIMÃO, SAL E PIMENTA A GOSTO MODO DE PREPARO • CORTE OS FILÉS EM UMA ESPESSURA MÉDIA DE 1CM E PASSE POR TODOS OS TEMPEROS POR MEIA HORA

• ESCORRA OS FILÉS E PASSEOS NA FARINHA DE TRIGO, APERETANDO-OS BEM COM AS MÃOS. • FITE EM ÓLEO QUENTE, ATÉ QUE FIQUEM DOURADOS POR IGUAL. • COLOQUE EM UMA TRAVESSA E RESERVE MOLHO • PREPARE O MOLHO FRITANDO BEM OS PIMENTÕES E A CEBOLA CORTADOS EM TIRAS FINAS NO AZEITE • ADICIONE O TUCUPI, O CALDO DE PEIXE, AS AZEITONAS E AOS POUCOS, A GOMA DILUÍDA EM UM POUCO DE TUCUPI FRIO. COLOQUE O CHEIRO VERDE PICADO E O JAMBU, LOGO QUE FERVER, SIRVA COM O PEIXE. APRESENTAÇÃO CURBA OS FILÉS FRITOS CM O MOLHO E SIRVA QUENTE, ACOMPANHADO DE ARROZ

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Fotos: Jomar Carvalho Filho / revista Panorama da Aquicultura

DO TANQUE 0 PARA O Mundo

Fotos: Jomar Carvalho Filho / revista Panorama da Aquicultura

Visita Técnica

Depois de um ano de experiência com engorda de pirarucu, começarão a ser comercializados em fevereiro de 2014 os primeiros exemplares da espécie cultivados em tanques escavados no município paraense de Bonito, a 145 km de Belém. A produção desenvolvida na fazenda Andrera faz parte segunda etapa do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia. Uma comitiva convidada pelos organizadores do III Workshop do Cultivo do Pirarucu conheceu a propriedade durante visita técnica.

Jornalistas, técnicos e chefs de cozinha participaram da comitiva

O Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia incentiva a produção da espécie em cativeiro e tem se mostrado uma alternativa econômica para mais de 200 pequenos aquicultores da Amazônia. O evento serviu para divulgar a atividade aos empresários da região e promover o intercâmbio de experiências sobre a atividade entre criadores e técnicos de instituições ligadas à aquicultura. Também na visita, chefes de cozinha, jornalistas e outros formadores de opinião puderam conhecer a tecnologia de produção do pirarucu em cativeiro e as possibilidades de comercialização do produto no Estado do Pará.

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Fazenda Andrera mantém há um ano Unidade de Engorda

Fazenda Andrera, no Pará, começa a comercializar exemplares cultivados; experiência recebe participantes do III Workshop do Cultivo do Pirarucu

A fazenda Andrera foi escolhida para receber a comitiva por ser exemplo de sucesso no Projeto. Durante a visita, a empresa informou que iria começar a última medição das unidades de pirarucu em cativeiro já no final do mês de janeiro, depois de um ano de engorda. O gerente da fazenda, Samuel Benigno, pretende vender metade dos 600 exemplares para estabelecimentos da própria região. Ele está satisfeito com o resultado obtido e

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Fotos: Jomar Carvalho Filho / revista Panorama da Aquicultura

relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

Metade das espécies cultivadas serão usadas em reprodução

relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

fazenda deve comprar novos tanques e o material necessário para começarmos as experiências de reprodução”, adiantou o executivo da propriedade. Durante a visita técnica, a analista do Sebrae Pará Keyla Oliveira Reis, gestora do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, avisou que outros produtores interessados na atividade já podem ter acesso aos manuais sobre produção e reprodução do peixe, lançados durante o III Workshop do Cultivo do Pirarucu. Para ela, o lançamento das publicações “é o primeiro passo para a expansão do cultivo em todo o País”. O Projeto Estruturante já está sendo aplicado nos demais estados da região Norte – Rondônia, Acre, Amapá, Amazonas, Roraima e Tocantins.

espera rendimentos de até 200%. “A venda será a partir de R$ 20, enquanto o custo de produção girou em torno de R$ 7”, contabilizou.

O desafio da reprodução

Consultor João Lorena Campos (na frente) e o gerente Samuel Benigno: evolução da unidade de engorda

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Fotos: Jomar Carvalho Filho / revista Panorama da Aquicultura

A outra metade dos exemplares deve ser usada para uma nova fase a ser implantada na propriedade: a de reprodução do pirarucu. Apesar das especificidades da procriação da espécie em cativeiro, como a impossibilidade de identificar o gênero a olho nu, o bom desempenho da atividade incentivou a fazenda Andrera a avançar para essa etapa. “Até o final do ano a

Carne mais saborosa Durante palestra aos visitantes, o consultor em aquicultura João Lorena Campos desfez mitos e explicou as vantagens do pirarucu criado em cativeiro. Segundo ele, apesar de ser vendido menor do que o pescado na natureza, que é mais comum no mercado, tem a carne mais macia e saborosa. “O pessoal está acostumado com um pirarucu de 50 kg, pescado no rio, então quando vê um peixe de 10 kg, ele até pensa que pode ser filhote. Agora, quem prova a carne, vê que é de primeira qualidade”, relatou. O consultor destacou ainda que o pirarucu em cativeiro produzido na região pode ser comercializado muito mais fresco do que o pescado, e não precisa ser vendido seco e salgado.

Visitantes aproveitaram a visita para tirar fotografia com o peixe cultivado

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relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

relatório DO iii WORKSHOPING DO CU LTIVO DO PIRARUCU

“Esse peixe produzido aqui chega ao restaurante realmente fresco, enquanto que o pirarucu da pesca vai demorar dez dias até chegar ao mercado, e isso em termos de qualidade de carne é péssimo”, avaliou. Durante almoço servido aos visitantes, um dos convidados ao III Workshop do Cultivo do Pirarucu destacou que a expressão “cativeiro” deve ser suprimida da atividade por ter conotação negativa. Editor chefe da revista Panorama da Aquicultura, o biólogo Jomar Carvalho Filho defendeu que “devemos falar a partir de agora em pirarucu cultivado”.

Foto: Divulgação

Palavra das chefs

Pirarucu fresco foi aprovado por empreendedores de gastronomia

Especialistas em gastronomia que participaram da visita técnica à fazenda Andrera aprovaram o sabor do peixe fresco. Leia dois depoimentos: “Adorei experimentar o pirarucu fresco. É leve, e tanto o sabor quanto o cheiro são mais suaves. Além de ser mais prático, por não precisar dessalgar. Dá pra usar em vários pratos mais frescos e também oferecer assado e grelhado. Se já estivesse disponível, eu compraria cerca de 50 kg por semana aqui pro restaurante.”

“É muito melhor do que o salgado, o único tipo de pirarucu que você encontra com facilidade por aqui atualmente. É mais macio, menos seco, pega muito melhor o tempero e o filé é bem mais espesso. Acredito que fará muito sucesso no mercado e com toda certeza estará no meu cardápio quando disponível.”

Dionete Farias, chefe de cozinha do restaurante Divina Comida

Eliana Lacerda, chefe de cozinha do restaurante Tapioquinha da Amazônia

Saiba onde adquirir pirarucu cultivado Conheça os endereços e telefones das unidades de engorda da segunda fase do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia

Após um ano, peixe cultivado na Fazenda Andrera, no Pará, atingiu cerca de 10 kg

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• UNIDADE DE ENGORDA PARÁ Empresa: Andrera Piscicultura Endereço: Fazenda Mejer, Travessa do L, km 05 – Bonito/PA Telefone: (91) 3744-4518

• UNIDADE DE ENGORDA AMAZONAS Empresa: Fazenda São Bento Endereço: Rodovia AM 010, Km 26, Estrada Manoel Urbano, Ramal do Bento km 4 – Piranduba - AM Telefone: (92) 8193-4600 e (92) 9195-2009

• UNIDADE DE ENGORDA RONDÔNIA Empresa: Agrofish Nova Aurora Endereço: Rodovia RO 01, KM 70 –Theobroma/RO Telefone: (69) 8428 7777

• UNIDADE DE ENGORDA RORAIMA Empresa: Fazenda Agropecuária Carvalho Endereço: Vicinal 2 – Cantar/RR Telefone: (95) 8114-5488

• UNIDADE DE ENGORDA TOCANTINS Empresa: Aliança do Tocantins Ind. Pesqueira Ltda. Endereço: Loteamento Crixás, Gleba 05, Lote 38 Telefones: (63) 3312-4640

• UNIDADE DE ENGORDA ACRE Empresa: Fazenda Campos Iguatu Endereço: Ramal Bujari, KM 09 – Bujari/AC Telefone: (68) 9971-0636

Galeria de Fotos PALESTRAS


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Galeria de Fotos MOSTRA GASTRONÔMICA


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Galeria de Fotos VISITA TÉCNICA A ÁREA DE CULTIVO


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PROGRAMAÇÃO


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IV Congresso Brasileiro Aquicultura de Espécies Nativas III Workshop do Cultivo do Pirarucu I Encontro dos Aquicultores do Estado do Pará 21 a 23 de Novembro de 2013 – Centro de Convenções Hangar - BELÉM – PARÁ Horário

21/11/2013

12h00 – 13h00

Sessão Pôster

08h30 – 09h30

Inscrição e Credenciamento

13h00 – 14h00

Almoço

09h30 – 10h30

Abertura Oficial

14h00 – 15h30

Sessão VI

Sessão VII

Sessão VIII

10h30 – 11h00

Coffee – Break

Tema: Gestão Ambiental

11h00 – 12h00

Palestra Magna (Transversal I) – Dr. Eric Arthur Bastos Routledge (AM) – EMBRAPA

12h00 – 14h00

Almoço

14h00 – 15h30

Auditório

Auditório

Auditório

Açai

Cupuaçu

Pupunha

Sessão I

Sessão II

Encontro do Beijupirá I

Simpósio: Cul-

Tema: Nutrição de espécies nativas.

Tema: Larvicultura de espécies

Abertura: “A REPIMAR

tivo e Manejo

Moderador: Dr. Lian Brandão (PA)

nativas Moderador: Dra. Elizabeth

– Rede de Piscicultura

do Camarão-

– IFPA/Castanhal Expositor 1: Dr.

Gusmão Affonso (AM) – INPA Expo-

Marinha”

da-Amazônia

Hamilton Hisano (MS) – EMBRAPA

sitor 1: Dra. Maria Célia Portella (SP)

Carlos Alberto Silva,

Expositor 2: Dra. Cátia Aline Veiver-

– CAUNESP. Expositor 2: Dr. Marcio

Luiz Sampaio e

15h30 – 16h00

Coffee – Break

berg (RS) Instituto Federal Farropi-

Aquio Hoshiba (RS) – UNIPAMPA.

Ronaldo O. Cavalli

16h00 – 17h30

Apresentações Orais

17h30 – 18h30

Sessão de Posters e Lançamento de Livros

Horário

23/11/2013

09h00 – 10h00

Palestra Transversal II – Dra. Emiko Kawakami de Resende (Embrapa/MT)

10h00 – 10h30

Coffee- Break

10h30 – 12h00

Auditório

Tema:Reprodução Modera-

Tema: Cadeia Produtiva na

dor: Dra. Alexandra Bentes

Aquicultura. Moderador: Heitor

na Aquicultura. Modera-

(PA) – EMBRAPA Expositor

Martins Junior (PA) – EMBRAPA

dor: Dra. Palmira Francis-

1: Dr. Alexandre Honczaryk

Expositor 1: Dr. Darci Carlos

ca Gonçalves Pereira (PA)

(AM) - INPA Expositor 2: Dr.

Fornari (MT) – Delicious Fish

Secretária de Estado de

Auditório

Eduardo Antonio Sanches

Expositor 2: Msc. Roger Crescêncio

Meio Ambiente – SEMA.

Bacuri

(SP) - UNESP

(AM) – EMBRAPA

Expositor 1: Dr. Gilberto Caetano Manzoni (SC) – Universidade do Vale do Itajaí/UNIVALI Expositor 2: Dr. Kenji Oikawa (PA) – EMATER

lha – Câmpus Júlio de Castilhos 15h30 – 16h00

Coffee – Break

16h00 – 17h30

Apresentações Orais

17h30 – 18h30

Sessão de Posters

Apresentações Orais

Horário

22/11/2013

09h00 – 10h00

Palestra Transversal III – Dra. Debora Machado Fracalossi (SC) UFSC

10h00 – 10h30

Coffee – Break

10h30 – 12h00

Auditório

Auditório

Auditório

Açai

Cupuaçu

Pupunha

Sessão III

Sessão IV

Sessão V

Tema: Sistemas de

Tema: Processamento e tecnologia

Tema: Fisiologia de espé-

produção de outras espécies

Moderador: Dr. Marcio Aquio

cies nativas. Moderador: Dr.

da aquicultura. Modera-

Hoshiba (RS) UNIPAMPA. Expo-

Anderson Luis Alves (TO)

dor: Dr. Dioniso Sampaio

sitor 1: Dra. Fabíola Fogaça (PI)

EMBRAPA Expositor 1: Dr.

III Workshop Cultivo do

(PA) – UFPA Expositor 1: Dr.

EMBRAPA Expositor 2: Dr. Rogério

Bernardo Baldisserotto

Pirarucu/SEBRAE

José Ribamar Marques (PA)

Souza de Jesus (MA) INPA

(RS) – UFSM. Expositor

Açai

Sessão IX

EMBRAPA. Expositor 2:Msc.

2: Dra. Elisabeth Gusmão

Geraldo Bernardino (AM)

Affonso (AM) INPA

SEPA.

Orais

Apresentações Orais

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Apresentações

Auditório

Cupuaçu

Auditório

Pupunha

Sessão X

Sessão XI

Tema:Licenciamento Ambiental

Tema: Genética e Melhora-

Tema: Produção de peixes

na Aquicultura. Moderador: Dr.

mento de Espécies nativas

nativos ornamentais. Mode-

Auditório

Paulo César Falanghe Carneiro

Moderador: Emiko Resende

rador: A Confirmar Expositor

Bacuri

(SE) EMBRAPA Expositor 1:Dra.

(MS) – EMBRAPA Expositor

1: Dr. Rodrigo Fujimoto (SE) –

Maria Fernanda Nance Ferreira

1: Dr. Anderson Luis Alves (TO)

EMBRAPA Expositor 2: Dr. Felipe

(DF) – MPA Expositor 2: Dra. Pal-

– EMBRAPA Expositor 2: Dr.

de Azevedo Silva Ribeiro (RN)

mira Francisca Gonçalves Pereira

Heden Luiz Marques Moreira

– UFERSA

(PA) Secretária de Estado de Meio

(RS) Universidade Federal de

Ambiente – SEMA.

Pelotas – UFPEL

12h00 – 13h00

Sessão de Pôster

13h00 – 14h00

Almoço

Auditório Bacuri

I Encontro dos Aquicultores do Pará/SEPAq

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14h00 – 15h30

15h30 – 16h00 16h00 – 17h30

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Programação Cientifica

Sessão XII

Sessão XIII

Sessão XIV

Tema: Boas práticas na Aquicultu-

Tema: Sanidade de peixes

Tema: Capacitação, transferência

Identificação

ra. Moderador: A Confirmar

nativos. Moderador: Eliane Tie

e extensão rural na piscicultura.

e discussão de

Expositor 1: Dr. Carlos Alberto da

Oba (AP) – EMBRAPA Expositor

Moderador: Sr. Kenji (PA) –

demandas pelos

Silva (SE) – EMBRAPA Expositor

1: Dr. Marcos Tavares Dias (AP)

EMATER Expositor 1: Msc. Daniel

produtos Redação

2: Dra. Dariane Beatriz Schoffen

– EMBRAPA Expositor 2: Dra.

Rabelo Ituassu (MT) – EMBRAPA

da Ata (documento

Enke (RS) – UNESP.

Alitiene Moura Lemos Pereira

Expositor 2: Dr. Jorge Matos

final)

(PI) EMBRAPA

Casaca (SC) – EPAGRI

Simpósio: Cultivo e Manejo do Camarão-da-Amazônia 21 de Novembro de 2013 – Centro de Convenções Hangar. BELÉM – PARÁ

Apresentações Sessão de Pôster

18h30

Encerramento

Francisco de Assis Leone (SP) – USP/Ribeirão Preto Orais

Apresentações Orais

Apresentações Orais

Redação da Ata

14h30 –15h00

(documento final)

15h00 –15h30 15h30 –16h00 16h00 –16h20

Encontro do Beijupirá I

16h20 –16h40

21 de Novembro de 2013 – Centro de Convenções Hangar. BELÉM – PARÁ

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Auditório Bacuri

Macrobrachium amazonicum um recente invasor da água doce: papel da Na,K-ATPase na regulação osmótica. Palestrante:

Programação Cientifica

14h00 – 14h10

14h00 –14h30

Simpósio: Cultivo e Manejo do Camarão-da-Amazônia

21/11/2013

Coffee – Break

17h30 – 18h30

Horário

Horário

16h40 –17h00 21/11/2013 Auditório Pupunha Encontro do Beijupirá I Abertura: “A REPIMAR – Rede de Piscicultura Marinha” Carlos Alberto Silva, Luiz Sampaio e Ronaldo O. Cavalli

Rastreabilidade com isótopos não radioativos Palestrante: Léa Silvia Sant’Ana (SP) – FCA/UNESP Viabilidade do cultivo de Camarões da Amazônia em tanques-rede. Palestrante: Hélcio Luis de Almeida Marques (SP) – Instituto de Pesca/UPD de Pirassununga Coffee – Break Sistemas Integrados de Produção de M. amazonicum: Rizicarcinicultura e Policultivo Palestrante: Marcello Villar Book (SP) – APTA, UPD de Pirassununga –SP. Grupo de trabalho do camarão de água doce e enzimas digestivas Palestrante: Karina Ribeiro (RN) – GTCAD/UFRN Morfofisiologia funcional do estômago de larvas de Macrobrachium. Palestrante: Cristina Rocha (PA) – Estudante de Doutorado/ Belém

15h30 –16h00

Coffee – Break

16h00 –17h30

Apresentações Orais

17h30 –18h30

Sessão de Posters

14h10 – 14h30

478 – “Criação do bijupirá Rachycentron canadum em sistema de recirculação de água”

14h30 – 14h50

445 – “Nutrição do beijupirá (Rachycentron canadum): avaliação de ingredientes alternativos à farinha de peixe”

14h50 – 15h10

500 – “Identificação dos problemas sanitários presentes em bijupirá (Rachycentron canadum) cultivado no Brasil”

22 de Novembro de 2013 – Centro de Convenções Hangar.

15h10 – 15h30

422 - “Conservação e caracterização de recursos genéticos do bijupirá Rachycentron canadum”

BELÉM – PARÁ

15h30 – 16h00

Coffee – Break

16h00 – 16h20

499 - “Viabilidade econômica da criação do beijupirá (Rachycentron canadum) no Brasil”

16h20 – 16h40

497 - “Impacto ambiental da criação de beijupirá (Rachycentron canadum) em gaiolas flutuantes em mar aberto”

16h40 – 17h00

468 – “Despesca, abate e processamento do bijupirá cultivado”

17h00 – 17h30

Discussão geral

16h00 – 17h30

Apresentações Orais

17h30 – 18h30

Sessão de Posters

Programação Cientifica III Workshop do Cultivo do Pirarucu.

Horário

22/11/2013

09h00 –10h00

Palestra Transversal III – Dra. Debora Machado Fracalossi (SC) UFSC

10h00 –10h30

Coffee – Break Auditório Bacuri

10h30 –11h00

III Workshop Cultivo do Pirarucu/SEBRAE 1º Painel de discussão –“Reprodução do Pirarucu em Cativeiro no Brasil” Moderador: Arno Soares Seerig

11h00 –11h20

11h20 –11h40

11h40 –12h00

Experiência da Empresa Mar & Terra do estado de Rondônia na reprodução do pirarucu em cativeiro. Palestrante: Arno Soares Seerig – Gerente da Unidade de Reprodução de Peixes Amazônicos da Empresa Mar & Terra. Experiência da Empresa Aguavale do estado da Bahia na reprodução do pirarucu em cativeiro. Palestrante: Adriano Freire – Representante da Empresa Aguavale. Experiência da Empresa Piscicultura Boa Esperança do estado do Maranhã na reprodução do pirarucu em cativeiro. Palestrante: Vinicius Chaves – Proprietário da Piscicultura Boa Esperança

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12h00 –12h20

Experiência do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS /CE na reprodução do pirarucu em cativeiro. Palestrante: Pedro Eymard – Coordenador de Pesca e Aquicultura do DNOCS/CE

12h20 –12h40

Debate

12h40 –14h30

Intervalo – Almoço 2º Painel de discussão –“Entraves e Estratégias para o desenvolvimento do cultivo do

14h30 –14h50

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Pirarucu no Brasil”

Moderador – Eduardo Ono Macro cenário da atividade de cultivo do pirarucu no Brasil – principais entraves, perspectivas e responsabilidades das instituições envolvidas na atividade. Palestrante: Eduardo Ono – Presidente da Comissão Nacional de Aquicultura /CNA Políticas públicas do Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA para atividade do cultivo do pirarucu em cativeiro no Brasil –

14h50 – 15h10

Estratégias de Atuação e Ações desenvolvidas. Palestrante: Wanessa Moraes Nogueira–Assessora Técnica da Secretaria de planejamento e ordenamento da Aquicultura do MPA.

15h10 – 15h30

15h30 – 15h50

Estratégias e ações desenvolvidas pela EMBRAPA – Pesca e Aquicultura para o desenvolvimento da atividade do cultivo do Pirarucu no Brasil. Palestrante: Adriana Ferreira Lima – Coordenadora do Projeto Pirarucu da Embrapa Pesca e Aquicultura Desenvolvimento do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia II – Estratégias de atuação, resultados alcançados e principais entraves. Palestrante: Newman Costa – CoordenadoraNacional de Aquicultura e Pesca do SEBRAE. Políticas públicas da Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura – SEPAq para atividade do cultivo do pirarucu em cativeiro no

15h50 – 16h10

estado do Pará – Estratégias de atuação e ações desenvolvidas. Palestrante: André Pontes – Secretário de Estado de Pesca e Aquicultura.

16h10 – 16h30

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Debate

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