Revista Vitalidade n 6

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Nº 6 | ANO 4 | Abril 2013 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | REVISTA DA JUNTA DE FREGUESIA DE BENFICA

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Homenagem a Maria Armanda No poupar é que está o ganho SOS Reparações


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ÍNDICE Editorial ............................................................................................3 No Poupar é que está o Ganho ..................................................4

Propriedade Junta de Freguesia de Benfica

Medicina Tradicional Chinesa....................................................12

Diretora Inês de Drummond

Maria Armanda - Entrevista......................................................18

Coordenação, Redação e Fotografia Durval Lucena

S.O.S. Reparações ........................................................................22

Composição e Design Gráfico Luís Piteira – Design e Publicidade Impressão

Tipografia Lobão Depósito Legal 319307/10 Tiragem 20 000 exemplares DISTRIBUIÇÃO GRATUITA JUNTA DE FREGUESIA DE BENFICA Av. Gomes Pereira, 17 1549-019 Lisboa www.jf-benfica.pt

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CONTATOS ÚTEIS Junta de Freguesia de Benfica Telf: 217 123 000 (geral) Fax: 217 123 009 (geral) Centro de Saúde de Benfica Telf: 217 628 080 Polícia de Segurança Pública Esq. de Benfica – Telf: 217 108 200 Esq. do B. da Boavista – Telf: 217 606 073 Centro Clínico da Junta de Freguesia de Benfica Telf: 217 123 000 SCML – Atendimento Social Telf: 217 123 000 STIMULI – Associação de Cultura e Artes de Lisboa Telf: 217 145 364 Piscina - Junta de Freguesia de Benfica Telf: 217 123 000 Gabinete de Apoio Jurídico – Aconselhamento Jurídico Telf: 217 123 000 Equipamento Social e Polivalente do Bairro da Boavista Telf: 217 604 271 Associação de Reformados e Idosos do Bairro da Boavista Telf: 217 648 036 Associação de Reformados de Benfica Telf: 217 155 569 Centro de Dia do Bairro do Charquinho Telf: 217 154 254 Centro Bem Estar de Santa Cruz Telf: 217 700 036 Centro Paroquial Nossa Senhora do Amparo Telf: 217 600 362 Centro de Dia do Bairro da Boavista – SCML Telf: 217 601 381 Igreja Paroquial Nossa Sra. do Amparo – Casa Santa Ana Telf: 217 647 023 Associação Casapiana (Apoio Domiciliário) Telf: 217 604 732 Lar Nossa Senhora do Carmo Telf: 217 712 530 Casa de Repouso A Boa Samaritana Unipessoal, Lda Telf: 217 620 190 Lar Cristo Rei Telf: 217 604 813 ou 217 045 548 ARS – Centro de Saúde de Benfica - SEDE Telf: 217 628 080 ARS – Centro de Saúde de Benfica Extensão (25) Telf: 217 125 190

Editorial Caros Cidadãos, A crise económica e social que atravessamos está a obrigar-nos a mudar os nossos hábitos de vida e a palavra "poupar" entrou definitivamente na ordem do dia. Esta não é uma tarefa simples mas deve ser encarada como uma excelente oportunidade para rever os seus hábitos de consumo, na certeza que muito provavelmente encontrará algumas áreas onde poderá economizar sem que isso signifique qualquer perda de qualidade de vida e conforto. Por este motivo, a Vitalidade apresenta-lhe, nesta edição, algumas dicas para poupar nos seus gastos diários e começar a economizar desde já. A preocupação com o definir e, sobretudo, com o concretizar de políticas especialmente dirigidas à população sénior é, sem dúvida, uma obrigação ética e moral da sociedade. Atenta à realidade desta premissa, a Junta de Freguesia de Benfica tem aumentado, ao longo destes últimos quatro anos, o número de ações e de projetos particularmente dirigidos aos nossos idosos. Estas novas apostas têm sido acrescentadas às que existem já no terreno e têm provado a sua validade ao longo dos anos, o que significa que hoje os seniores de Benfica dispõem de uma rede integrada de prestação de serviços que serve toda a freguesia. O SOS Reparações é um destes programas e tem como objetivo ajudar os nossos seniores na manutenção dos seus lares com as pequenas reparações. A grande procura deste serviço por parte da população dá-nos a garantia de que estamos no caminho certo e a ir ao encontro das suas reais necessidades. E como a saúde é um tema de grande responsabilidade para nós, o Centro Clínico da Junta tem também reforçado a sua oferta de valências, desta vez na área das medicinas alternativas: a Medicina Tradicional Chinesa. Saúde, Equilíbrio e Serenidade são os alicerces para a harmonia e para a estabilidade. Permitam-me por fim prestar homenagem, nesta edição, a uma das cidadãs que, no dia 27 de Novembro de 2012, foi homenageada e condecorada com a Medalha Municipal de Mérito, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, nas comemorações do 1º aniversário da consagração do Fado como Património Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, a fadista Maria Armanda, uma filha da Freguesia de Benfica, o que muito nos orgulha. Conscientes do que há ainda para fazer, e para que envelhecer não seja forçosamente sinónimo de solidão e exclusão social, continuaremos a trabalhar incessantemente para passar a mensagem de que envelhecer é deixar para trás a idade dos porquês e viver com a serenidade que a sabedoria de experiências acumuladas permite. Com consideração e estima, Inês Drummond Presidente

CTT – Correios de Portugal Telf: 217 620 721

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No Poupar é que está o Ganho Saber poupar Para poupar não basta corrigir os maus hábitos é também necessário cumprir regras e consumir apenas a quantidade de bens essenciais que realmente necessita na atividade diária. Para isso é essencial corrigir os maus hábitos.

Na Casa de banho • Num banho de imersão gasta cerca de 180 litros de água. Num duche gasta 60 litros e se demorar apenas 5 minutos poupa tempo e água. • Tome duche em vez de banho de imersão. E não se esqueça: seja rápido e enquanto se ensaboa não deixe correr a água do chuveiro. • Enquanto escova os dentes ou se barbeia, feche a torneira. Assim, poupará 10, 20 ou mesmo 30 litros de água. • Em cada descarga do autoclismo gasta 6 a 10 litros de água. Utilize-o só quando for necessário. Não transforme a sanita em recipiente de lixo. Restos de comida, cabelos, papéis, cigarros bem apagados vão para o lixo. • Coloque uma garrafa de 1,5 l cheia de areia ou água no autoclismo, assim, ocupa espaço e reduz a quantidade de água descarregada.

Na cozinha • Antes de lavar os pratos, tachos, panelas ou frigideiras, limpe-os com papel. Se necessário, deixe "de molho" os tachos e panelas. • Não lave a loiça em água corrente. Utilize a bacia do lavaloiça ou um alguidar. Não lave a loiça peça a peça. Junte-a e lave-a 1 ou 2 vezes por dia. Use a mínima quantidade de detergente necessário para uma lavagem eficaz. Poupará água e detergente. • Detergente para a loiça: porquê pagar mais dinheiro por uma marca reconhecida/perfumada (e mais cara!) de detergente para a loiça se este estará a ir pelo cano abaixo poucos segundos/minutos após o início da sua utilização? É uma boa pergunta, não é? Também é um bom motivo para poupar dinheiro! • Se tiver máquina de lavar, não a ponha a trabalhar sem a carga completa. Lembre-se que quando a liga, ela consome 25 a 60 litros de água. • O frigorífico é um dos eletrodomésticos que mais energia gasta numa casa, por isso, evite abrir e fechar a porta muitas vezes seguidas, optando antes por retirar ou guardar tudo o que precisa de uma só vez. VitalIdade | Abril 5


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• Evite a acumulação de gelo no congelador ou arcas frigoríficas, para obter uma capacidade energética mais eficaz e económica. • Não coloque alimentos ainda quentes ou mornos no frigorífico – caso contrário o frigorífico terá de consumir mais energia para os arrefecer eficazmente. • O termóstato do frigorífico nunca deve estar abaixo dos 3ºC, uma vez que temperaturas muito baixas contribuem para uma produção de energia excessiva e desnecessária. • Quando estiver a assar ou a cozer algo no forno, evite abrir a porta do mesmo muitas vezes, caso contrário perde cerca de 25% de calor, para além de gastar mais energia para voltar a aquecer o forno. • Deve adequar o tamanho da panela à boca do fogão onde vai cozinhar, para evitar o desperdício de energia; no entanto saiba que as bocas mais pequenas gastam 10% menos energia. • Cozinhe sempre com os testos a cobrir as panelas para poupar 75% energia. E lembrese que as panelas de pressão gastam menos energia do que as panelas tradicionais. • Evite encher as panelas com demasiada água na hora de cozinhar, porque irá apenas prolongar o tempo de fervura e gastar energia desnecessariamente. • Desligue as bocas do fogão ou o forno alguns minutos antes do tempo previsto. O calor acumulado acabará de cozinhar os alimentos na perfeição, enquanto poupa energia. • Produtos de limpeza: todos anunciam ser os melhores do mundo mas, se por exemplo, comparar dois produtos de limpeza para o chão – um de marca popular, outro de marca branca – certamente constatará que ambos contêm os mesmos ingredientes, mas uma etiqueta de preço bem diferente. Não vale a diferença, nem o investimento adicional. • Guardanapos/rolo de cozinha: o prazo de validade dos guardanapos e dos rolos de cozinha é tão curto que não justifica comprar as marcas mais caras, com motivos e/ou muitas cores. Afinal de contas, pegamos num qualquer, limpamos as mãos ou a bancada e vai para o lixo. Um consumível de elevado preço e repetido uso quotidiano, onde vale a pena poupar dinheiro.

Passar a roupa • Antes de começar a passar a ferro separe a roupa. Há roupas que precisam de temperaturas mais altas e outras que precisam de temperaturas mais baixas. • Comece por passar as peças que exigem uma temperatura mais baixa e vá aumentando a temperatura, evitando o aquecimento e arrefecimento constante do ferro, poupando assim energia. • Quando passar a ferro, passe a maior quantidade de roupa possível, aproveitando o facto da tábua e do ferro já se encontrarem quentes, evitando o consumo excessivo de energia de ligar e desligar o ferro. • Não deixe o ferro de engomar ligado quando deixa de passar a ferro durante alguns minutos. Um ferro de engomar gasta tanto como 10 lâmpadas de 100 watts, por isso, não desperdice essa energia e esse dinheiro!

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Lavar a roupa • Uma máquina de lavar roupa consome 60 a 90 litros de água por lavagem. • Use-a apenas com a carga máxima. • Para pouca roupa ou peças isoladas não use a máquina, lave à mão e utilize depois a água para lavar o chão da cozinha.

Na rega • Há plantas que necessitam de pouca água, evite regá-las sem necessidade. • Regar de manhã cedo ou à noite, é poupar a água que se perde com o calor ou o sol.

Poupar no supermercado Sejam compras diárias, semanais ou do mês, as contas do supermercado somadas representam sempre uma fatia significativa do orçamento financeiro de qualquer pessoa. Ora se por um lado os alimentos e outros bens pessoais e domésticos são imprescindíveis, saiba que existem várias maneiras de reduzir as despesas de supermercado sem esvaziar muito o carrinho de compras, nem a carteira.

Vá sempre com uma lista Prepare, com alguma antecedência, uma lista das coisas que tem de comprar no supermercado. Verifique o frigorífico, o congelador, os armários e a despensa para não se esquecer de nada. Se sabe exatamente o que precisa e se se guiar exclusivamente por essa lista, corre menos riscos de comprar produtos desnecessários e, muitas vezes, caros. Se conhece bem o supermercado onde vai, tente organizar a lista conforme a disposição dos produtos na loja (da esquerda para a direita por exemplo) assim, vai poupar tempo e evitar andar às voltas.

Orçamento definido Quando for fazer as compras mensais e, tendo em conta, as experiências do passado, estipule um orçamento. À medida que for colocando os produtos no carrinho faça contas: por exemplo, se algo custa €1.75 arredonde para €2. Isto ajuda-o a manter-se fiel à sua lista de compras inicial e evita compras completamente desnecessárias. VitalIdade | Abril 7


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A outra lista Quando acabar alguma coisa – pasta de dentes, molho de tomate ou esparguete – anote, de preferência num bloco de notas próximo da despensa ou colado ao frigorífico. Assim, sempre que for às compras, metade da lista já está pronta! Se tiver de sair de casa cada vez que se lembra que não tem ovos ou leite, os seus gastos – tempo, combustível e até do próprio produto (se o comprar num minimercado ou loja do posto de abastecimento) vão aumentar substancialmente!

Folhetos publicitários Analise os folhetos publicitários que recebe diariamente na caixa de correio, comparando preços. Para além de o ajudar a planear e até a dividir as suas compras entre duas ou mais lojas é uma excelente forma de estar atento e, consequentemente aproveitar as promoções. Depois das compras, guarde os recibos para poder fazer comparações adicionais entre os vários supermercados, apontando, definitivamente, os mais económicos.

Compre em grandes quantidades Se o papel higiénico, as pilhas, as lâmpadas e outros produtos que não têm prazo de validade estiverem em promoção, aproveite os preços baixos e faça um bom stock lá em casa. Estes não se estragam de certeza! O mesmo aplica-se a alimentos com prazos de validade longos, caso do leite, cereais e enlatados. No que toca aos outros alimentos, é para isso que serve o congelador.

Concentre as compras É claro que existem alguns alimentos, nomeadamente os frescos como fruta e vegetais que precisam de ser adquiridos com mais frequência, no entanto, os restantes produtos podem ser comprados em sessões de compras únicas – uma vez por mês ou então de dois em dois meses. Sim, vai carregar muitos mais sacos, mas em contrapartida vai poupar tempo e dinheiro (principalmente combustível!) do que se fosse mais frequentemente ao supermercado.

Beba água Troque os sumos, iced teas e refrigerantes por água. Para além de ser mais barato, é mais saudável.

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Evite a comida de plástico Resista à compra de refeições pré-preparadas, pré-congeladas, a dita “comida de plástico” e ainda as guloseimas que enchem prateleira atrás de prateleira nas lojas. A relação entre o valor nutricional e o valor financeiro deste tipo de produtos é nulo e até bastante negativo se pensarmos exclusivamente em termos de saúde. Claro que uma guloseima ocasional é permitida e bem-vinda, mas faça isso a exceção e não a regra!

Carne e peixe Estes dois alimentos são dos mais caros que existem e aqueles que mais consumimos… então, como contornar a situação? Tente reduzir e/ou alternar o seu consumo com pratos vegetarianos, massas ou pizzas feitas em casa.

Diga sim às marcas brancas Significativamente mais económicos face às “marcas de nome”, renda-se à competição, mesmo que comece apenas por experimentar um ou outro produto. Vai surpreender-se com o resultado: menos dinheiro e a mesma (ou melhor!) qualidade parece um motivo mais que válido!

Prazos de validade Mantenha-se sempre atento aos prazos de validade dos diferentes produtos, colocando aqueles cujo prazo é mais curto à frente dos restantes. Assim, será mais fácil controlá-los e evitar que acabem no caixote do lixo. O mesmo aplica-se aos restos de comida que vão acumulando das diferentes refeições: utilize-os mal possa, ora para confeccionar uma nova refeição, ora mesmo como sobras aquecidas para o almoço do dia seguinte.

Congelador Um congelador espaçoso é um excelente aliado quando a missão é reduzir os custos de supermercado. Porquê? Pode aproveitar ainda mais promoções – de carne, peixe e vegetais – e congelá-los, mantendo sempre um stock recheado. É ainda ideal para congelar comida, ou seja, se confeccionou demais, congele e evite as sobras que muitas vezes não chegam a ser consumidas. VitalIdade | Abril 9


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Sacos reutilizáveis Se o supermercado que frequenta exige o pagamento de sacos plásticos, leve de casa os seus próprios sacos – podem ser de plástico ou (preferencialmente!) de pano – poupa dinheiro e o meio ambiente!

Cupões & Cartões Nos dias que correm quase todos os supermercados têm algum tipo de cartão ou cupões que beneficiam os seus clientes com descontos diretos em centenas de produtos. Habituese a andar com eles na carteira para poder usufruir das várias poupanças disponíveis cada vez que for ao supermercado. Pode parecer pouco dinheiro inicialmente, mas ao longo de um ano inteiro, é muito significativo!

Barriga cheia Nunca vá às compras com fome: está mais do que provado que quem for, não conseguirá resistir ao impulso de comprar mais do que devia e, muitas vezes, apenas junk food! Até o seu subconsciente consegue gastar dinheiro!

Data e hora marcada Procure saber em que dias é que o seu supermercado recebe a fruta e os legumes e programe as compras para essa altura – vai gastar dinheiro, mas ganhar em qualidade e frescura! Procure fazer as compras nas horas de menos tráfego – de manhã mal abra as portas, à hora do almoço, do jantar ou à noite antes de fechar – para além de ser mais fácil manobrar o carrinho das compras, será uma experiência menos stressante.

Vá com tempo As compras avultadas exigem tempo e paciência para que possa avaliar bem as dez marcas de limpa vidros e de café que tem à sua disposição: a diferença de preços, tamanhos, eventuais promoções… E quem diz limpa vidros e café, diz basicamente tudo o resto!

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Olhos abertos Quando estiver a pagar, esteja atento aos preços que estão a ser marcados. Se estiver muito ocupado a colocar as compras nos respectivos sacos, guarde 5 minutos para, no final, rever com atenção o talão de compra. É natural que, no meio de milhares de produtos, existam erros de preço, no entanto, é por isso mesmo que tem de manter os olhos bem abertos! Se verificar alguma anomalia, dirija-se de imediato ao balcão de apoio ao cliente. Um engano hoje, outro amanhã… dá dinheiro no final do ano!

O erro das promoções As promoções são uma publicidade enganosa para nos levarem a comprar coisas que nem sequer precisamos para a nossa casa ou para nós próprios. O objetivo das promoções é passar a ideia ao cliente de que determinado produto estará durante um período com o preço mais baixo, mas é uma ideia muita enganadora e perigosa para as suas finanças pessoais.

Como poupar energia • No Verão, troque o ar condicionado por uma ventoinha de teto, de janela ou de pé e poupe cerca de 10% na fatura da eletricidade. • No Inverno, ligue a ventoinha de teto ao contrário, ou seja, na direção contrária aos ponteiros do relógio e conseguirá baixar e fazer circular o ar quente que se acumula no teto, aquecendo assim a casa. • Um recuperador de calor é três vezes mais eficiente do que uma lareira aberta. • Crie o hábito de desligar a luz sempre que sai de uma divisão para a qual não vai voltar tão cedo. • Troque as lâmpadas tradicionais por lâmpadas de baixo consumo e/ou lâmpadas fluorescentes – estas últimas duram aproximadamente 2 anos e consomem cerca de 35% menos energia. • Baixe a temperatura da caldeira/esquentador. • Desligue a caldeira/esquentador sempre que sai de casa e/ou durante a noite. • Baixe a temperatura do aquecimento central/ar condicionado. • Se possível, opte por janelas com vidros duplos e uma caixilharia em madeira. Se preferir uma caixilharia em alumínio tradicional, dê preferência aos modelos de corte térmico. • Desligue todos os botões de standby dos eletrodomésticos – mesmo não estando a ser utilizados, se a luz de standby estiver acesa continuam a consumir energia e a aumentar a fatura da eletricidade. • Na aquisição de qualquer eletrodoméstico, escolha sempre os modelos com a maior eficiência energética – o investimento inicial pode ser maior, mas as poupanças futuras serão de longo prazo. • Certifique-se que todas as janelas e portas de casa estão bem isoladas – cerca de 30% do calor/frio entra em casa pelas janelas, ou seja, também pode sair, o que significa que gastará mais energia a aquecer ou a refrescar a casa. • Tape as janelas ou portas com frestas muito largas com almofadas compridas e estreitas, específicas para o efeito. • No Verão, mantenha as cortinas e estores corridos para não deixar entrar o calor e no Inverno faça o contrário, para que o sol aqueça a casa. VitalIdade | Abril 11


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Medicina Tradicional Chinesa Entrevista com Vanda Lacão Saúde e Equilíbrio A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), originária da China é atualmente conhecida e praticada em todo o mundo e está documentada desde há 5 mil anos. É, muito provavelmente, não apenas a mais antiga das medicinas, mas também a que mais tem sido praticada ao longo da História da Humanidade. Vanda Lacão é natural de Portalegre e em 2008 concluiu o 5º ano do Curso de Medicina Tradicional Chinesa na ESMTC, em Lisboa, no qual frequentou também 4 anos de estágios clínicos da mesma escola. Em 2009 e 2010 frequentou estágios hospitalares na China, num total de 4 meses, na Universidade de Medicina Chinesa de Nanjing, onde estagiou nos departamentos de Acupunctura e Moxabustão, Fitoterapia, Massagem Tui Na, Traumatologia, Pediatria e Ginecologia em MTC. Para além da sua formação académica, tem frequentado palestras e formações que lhe permitiram ampliar o conhecimento na MTC, com particular interesse na área da dor. Atualmente exerce MTC no Centro Clínico da Junta de Freguesia de Benfica em Lisboa, e na Clínica Cor Alentejo em Portalegre. A Vitalidade foi perceber melhor o que é a MTC e qual o seu enquadramento. O que é a Medicina Tradicional Chinesa? É uma medicina da antiguidade clássica com bases filosóficas, de caráter holístico e originária da China, que apresenta uma profunda e extensa fonte de conhecimento desenvolvida ao longo dos séculos com o objetivo de melhorar o bemestar e a prosperidade da população. Os primeiros textos chineses de que há referência sobre a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) datam aproximadamente 4 mil anos. Atualmente é cada vez mais conhecida no Ocidente sob o termo Acupunctura, por representar um papel peculiar na manutenção da saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece os seus benefícios e eficácia e, por isso, considera-a uma especialidade complementar à medicina convencional. Fundamenta-se numa estrutura sistemática e abrangente, assente na observação da natureza e do ser humano como um todo corpo-mente, isto é, numa análise física, emocional e psicológica, baseada em sinais e sintomas que o paciente apreVitalIdade | Abril 13


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sente com vista a determinar um diagnóstico energético e posteriores métodos terapêuticos que resolvam a causa da doença. Por ser uma medicina que atenta aos vários sintomas que interferem com o bem-estar do paciente, é considerada uma medicina com particular intervenção no que diz respeito à prevenção e reabilitação de doenças. Na maioria das vezes, os pacientes procuram a Acupunctura para tratar determinados sintomas ou enfermidades, e quando a situação é restabelecida apercebem-se que não apenas melhoraram de uma condição mas de vários sintomas que lhes limitavam a qualidade vida, como é o caso do stress, da ansiedade, das perturbações do sono, do cansaço, entre outros, que não são inerentes a cada um de nós quando sofremos de alguma doença ou complicação prolongada. Para além da Acupunctura, o método terapêutico mais conhecido da MTC que visa a inserção de agulhas em pontos localizados nos meridianos do corpo com o intuito de equilibrar o estado patológico, existem outras práticas terapêuticas que potencializam o restabelecimento do estado de saúde do paciente, apoiadas na mesma compreensão teórica da Acupunctura, nomeadamente a Massagem Tui Na, a Fitoterapia e a Dietética. A massagem Tui Na baseia-se num conjunto de técnicas manipulativas que têm como objetivo estimular pontos ou áreas do corpo que se encontrem condicionadas pelo conjunto de sintomas que a pessoa apresenta. Por um lado tem uma eficácia terapêutica e por outro lado um resultado bastante relaxante e agradável ao paciente. Em algumas situações o paciente recebe também uma prescrição fitoterapêutica, isto é, uma prescrição baseada na aplicação de plantas e/ou suplementos naturais que complementem os princípios terapêuticos do tratamento, bem como aconselhamento sobre os seus hábitos alimentares. A saúde é o resultado da harmonia interior, do equilíbrio entre o estado físico e psicológico do ser humano, e para nos sentirmos melhor é fundamental compreender de que forma o nosso estilo vida ou comportamento diário interfere com a nossa saúde. Por este motivo, incentivo todas as pessoas para a prevenção e manutenção da sua saúde: pequenas alterações no nosso dia-a-dia fazem toda a diferença na qualidade da nossa vida. Um técnico de saúde ajuda a dar solução aos vários problemas que o paciente apresente mas é o paciente quem deve assumir o comando do seu bem-estar no dia-a-dia. Qual o enquadramento da MTC na medicina ocidental e em que áreas atua? O campo de aplicação da MTC é muito vasto, estendese praticamente a todas as áreas da medicina, pois parte do entendimento que qualquer enfermidade se baseia num desequilíbrio fisiológico e/ou psicológico que se manifesta num conjunto de sinais e sintomas. O desenvolvimento da MTC no Ocidente tem atraído cada vez mais pacientes que procuram esta medicina como uma opção complementar à medicina ocidental: há quem recorra por não ter encontrado solução através de tratamentos anteriores e quem solicite em 14 VitalIdade | Abril


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primeira opção devido à informação ou experiência que já tenha tido sobre esta área terapêutica. Há situações de sucesso, felizmente a maioria dos casos, e há outras em que as doenças não são solucionadas por inteiro, mas o paciente progride em algum ou vários sintomas satisfatoriamente, ajudando assim a vivenciar uma melhor qualidade no seu quotidiano. Na minha prática clínica, é frequente atender pacientes com dores crónicas ou agudas, quer do foro osteoarticular, como é o caso das lombalgias, ciatalgias, tendinites, artroses, quer resultantes de outras disfunções fisiológicas, como é o exemplo da enxaqueca e da dor menstrual; complicações psicossomáticas que se exprimem em depressão, stress, ansiedade, insónias, palpitações; doenças do sistema circulatório, como são exemplo a psoríase, o eczema, a gota; entre muitas outras situações. Para além dos resultados que a MTC tem revelado ao longo da sua história, surgem cada vez mais estudos científicos sobre a sua aplicação em diversas patologias, e esta realidade tem despoletado curiosidade e interesse não apenas aos pacientes mas também aos profissionais das várias áreas da saúde. Que benefícios e alternativas traz a MTC à medicina ocidental? Como disse anteriormente, a MTC compreende o corpo e a mente como um todo, logo um sintoma é interpretado como parte de um sistema que se encontra em desequilíbrio. Partindo desta premissa, a MTC tem como objetivo fundamental conhecer a causa dos sintomas e atuar na sua raiz. Com tal os benefícios que o tratamento pode oferecer são diversos: o paciente pode ver solucionado não apenas o sintoma acentuado mas também outros sintomas que o perturbam. Por ser uma medicina com forte caráter preventivo, quando o paciente procura uma consulta de MTC, a abordagem que lhe é dada ajuda-o a conhecer melhor o seu corpo, as suas condições, a compreender melhor o seu próprio sistema e como tal, a resolver sintomas que podem ser tratados e diminuídos pela prática preventiva. Muitos pacientes após o tratamento consideram que é favorável fazer a “manutenção” do seu estado de saúde para prevenir episódios futuros, o que eu considero uma conclusão de extrema importância. A Medicina Ocidental baseia-se numa interpretação e em métodos terapêuticos bastante diferentes da MTC, contudo as duas medicinas não chocam entre si, complementamse. A MTC não interfere com o diagnóstico ou a prescrição médica do doente, antes pelo contrário, o diagnóstico ou exames complementares de diagnósticos, bem como a medicação que o paciente administra, são fundamentais para a compreensão do especialista de MTC conhecer o estado de saúde que o paciente apresenta, bem como o seu historial de saúde. Os pacientes que atendem à complementaridade entre as duas medicinas progridem de forma bastante satisfatória na sua recuperação; há situações

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complexas em que os efeitos secundários dos químicos administrados são suprimidos através do efeito da acupunctura, por exemplo. Que vantagens trazem essas alternativas para a população sénior? De uma maneira geral, a população sénior não sofre de um ou dois sintomas, como é compreensível a energia de um jovem é diferente da energia de um sénior, com tal a maior vantagem que a MTC pode oferecer à população sénior é ajudá-la a progredir nos vários condicionantes que a limitam. É comum um sénior sentir-se cansado, limitado nos seus movimentos, ter dificuldade em cumprir as mesmas atividades que concretizava quando era mais jovem, e a maioria das pessoas sofre de uma ou várias patologias, e por isso convivem com várias medicações que as ajude a viver melhor. O especialista de MTC não altera a medicação do paciente, mas procura facilitar a melhoria das condições de saúde do paciente por meio da atuação das suas terapêuticas naturais. Pegando num caso comum como a dor, suponhamos tratando-se de uma artrose: o objetivo do tratamento será que o paciente melhore da sua dor e do estado em que a articulação se

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encontra, e por consequência dos princípios terapêuticos atenderem ao conjunto de sintomas associados, o paciente sentir-se-á provavelmente com mais energia e aliviado de outros sintomas que tenha referido, o que nem sempre quer dizer que a artrose ficou totalmente tratada e que a inflamação não volte a ressurgir no futuro. Lembrando a premissa que é uma medicina que analisa o corpo como um todo, o especialista não atende apenas à queixa principal do paciente, mas a todos os fatores patológicos que podem influenciar a sua boa disposição. Para concluir o exemplo do caso de dor, se o paciente melhorou com o tratamento e mantiver cuidados preventivos, exercitando-se por exemplo, e recorrendo a uma sessão de MTC com alguma regularidade, a probabilidade de viver melhor sem necessitar de uma intervenção cirúrgica aumenta. Contudo, sublinho que cada caso é um caso e em cada caso há uma compreensão particular e um desenvolvimento terapêutico diferente. Diagnósticos e tratamentos, como é que funcionam? Em MTC quando falamos em diagnóstico, falamos sobretudo na determinação da diferenciação de síndroma ou síndromas. Uma síndroma é um conjunto de sinais e de sintomas analisados. Numa primeira consulta, o especialista ouve as queixas do paciente e questiona-o sobre vários dados que o ajudam a determinar o diagnóstico. Desta forma, reunindo o conjunto de sinais e sintomas associados, bem como o historial do paciente, o especialista conhece a causa da queixa principal e mediante o diagnóstico determina os princípios e os métodos terapêuticos. Quer o protocolo de pontos de acupunctura, quer o tipo de massagem, quer a prescrição de fitoterapêuticos, depende do diagnóstico determinado. O diagnóstico é fundamental para atuar com eficácia, quer na medicina ocidental quer na MTC. Após a primeira consulta, esperam-se naturalmente resultados satisfatórios, contudo podem acontecer num curto ou num longo espaço de tempo. Normalmente o paciente necessita de alguns tratamentos contínuos para que se possam manifestar resultados evidentes, uma vez que a MTC ajuda o corpo a restabelecer-se, e para que isso aconteça é fundamental compreender que cada caso é um caso, e o corpo merece a paciência e o tempo necessário para ser restabelecido, sobretudo quando se trata de uma doença crónica ou de um caso fisiopatológico complexo. Como é que os seniores têm reagido à MTC? Têm reagido bastante bem, há cada vez mais pessoas informadas sobre a MTC e a procurarem alternativas às terapêuticas convencionais. No Centro Clínico da JFB tenho tido casos bastante satisfatórios e na área do Alentejo, onde também exerço MTC, é cada vez mais fluente o interesse da camada sénior por esta área. E, para grande agrado meu, têm sido um forte contributo para o desenvolvimento da minha prática clínica, pois os resultados dos seus tratamentos surgem em conversa com os seus amigos e familiares, despertando não só o interesse por quem desconhece a MTC como incentivando-os à marcação de consultas. Devo dizer que são sobretudo os meus pacientes e os resultados que se revelam, que me dão sentido e motivação a querer saber mais sobre MTC e a querer ajudá-los mediante o que esteja ao alcance da minha prática terapêutica.

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aria Armanda nasceu em Lisboa. A sua carreira começou a ganhar projeção em 1967, ano em que participou na Grande Noite do Fado da Casa da Imprensa, gravando no ano seguinte, o seu primeiro trabalho discográfico, o EP: O Meu Soldadinho. Em 1979, estreou-se no teatro, no palco do Teatro Laura Alves. Ao longo da sua carreira atuou ao lado de nomes como Carlos do Carmo, Alice Pires, Lenita Gentil, Teresa Tapadas, António Pinto Basto e José da Câmara. Marcou presença em várias e prestigiadas Casas de Fado como o "Senhor Vinho", "Clube de Fado João da Praça" ou Restaurante "Guitarras de Lisboa", em Alfama. No dia 27 de Novembro de 2012, comemorou-se o 1º aniversário da consagração do Fado como Património Imaterial da Humanidade, pela UNESCO. Nesta data tão cheia de significado para Lisboa e para o país, a Câmara Municipal de Lisboa promoveu uma cerimónia nos Paços do Concelho, onde homenageou 50 personalidades do universo do Fado e da Guitarra Portuguesa, distinguindo-as com a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, pelo seu contributo na divulgação e preservação deste género musical de Lisboa, de Portugal e agora do Mundo. As medalhas foram entregues pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa e pela presidente da Assembleia Municipal, Simonetta Luz Afonso. Maria Armanda foi uma das homenageadas.

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Maria Armanda Entrevista Fale-nos um pouco da sua carreira. Começa completamente por acaso. Nada premeditado. Nem me passava sequer pela cabeça que um dia pudesse fazer profissão a cantar, neste caso a cantar fado. Era muito complicado naquela altura. A vida artística, especialmente o fado, tinha uma conotação que não era muito famosa. E sobretudo viver durante a noite e frequentar as casas de fado. Só depois de me ter emancipado, ou melhor depois de me ter casado é que tudo ficou mais fácil. Mas apesar de me ter casado com uma pessoa que gostava da vida artística, isso não queria dizer que ela pudesse aceitar facilmente esta vida boémia que caraterizava a nossa condição artística. No entanto íamos muitas vezes ao fim de semana às casas de fado vadio. Apesar de eu preferir o termo casas de fado amador. Íamos para o Estoril, para o Galito e também para o Kopus Bar em Cascais, que eram geralmente frequentadas por muita gente do meio artístico. Um dia alguém ouviu-me cantar, o Francisco Nicholson. Quando surgiu a grande noite do fado os bairros tinham sempre uma pessoa que os representava. O bairro da Picheleira não tinha ninguém. O Nicholson apanhou-me um dia, disse que fazia parte da Grande Noite do Fado e perguntoume se eu não queria representar o bairro da Picheleira. Como gostava de cantar tomei a decisão de ir mas nunca pensei que viesse a ganhar a Grande Noite do Fado em 1968. Naquela altura, contrariamente ao que acontece hoje, que temos imensa dificuldade para gravar um disco, foi o prémio que tive. Gravei um disco para uma editora que se chamava o Riso e Ritmo e era dirigida pelo Francisco Nicholson e pelo Armando Cortez. Foi assim que tudo começou. Sem dar por isso tudo estava a andar até depressa demais. Mas passados todos estes anos ainda cá estou. E como é que tem sido esse percurso ao longo de todos estes anos de carreira? Tem sido bom. O que quer dizer que eu não tenho uma carreira descartável, como acontece muitas vezes com pessoas que atingem um grande reconhecimento nacional e internacional e de repente desaparecem. Eu continuo a estar cá. Continuo a trabalhar e a fazer espetáculos. A ir a programas de televisão dedicados exclusivamente à música portuguesa, neste caso o fado. E se ao fim destes anos todos ainda cá estou é porque gostam de me ouvir cantar. Como é que vê o panorama do fado neste momento? Há muita gente nova a cantar, mas às vezes muita quantidade não quer dizer muita qualidade. De qualquer forma também quero dizer que em muita quantidade também pode haver alguma qualidade. Conheço gente nova, especialmente mulheres a cantar bem. Tudo está mais fácil e apetecível para o fado. Quando coVitalIdade | Abril 19


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mecei no mundo artístico, não havia as possibilidades que existem atualmente. Hoje os fadistas vão cantar a todo lado em tournée e ainda bem. Dantes só íamos aos Estados Unidos, o Teatro de Revista só ia aos Estados Unidos, os fadistas só iam aos Estados Unidos, ou a países onde a imigração portuguesa tinha algum peso. Agora há muitos países que têm curiosidade de saber o que é o fado, a Grécia, a Turquia e outros países por esse mundo fora. Se bem que eu continuo a dizer que tudo isso é fruto de uma pessoa que se chamou e se chama ainda eternamente Amália Rodrigues. Que nos abriu as portas ao mundo e que fez saber que existe um país que tem uma música própria. Muito só nossa que é o fado. É evidente que surgiu esta decisão internacional de classificar o fado como património imaterial da humanidade. Isso foi muito bom. Mas na minha modesta opinião foi a grande Amália que conseguiu isso. Há quantos anos é que vive aqui em Benfica e que mudanças viu na freguesia ao longo desse tempo? Eu vivo aqui mais ou menos há 20 anos e sempre adorei viver em Benfica. Tem tudo. Não preciso de sair daqui para ir à procura seja do que for. É uma zona de Lisboa muito simpática, onde praticamente toda a gente se conhece e conhecem-me a mim porque de vez em quando lhes apareço em casa através da televisão e quando me cruzo com eles na rua são absolutamente simpáticos, por isso não tenho razão de queixa. Fale-nos um pouco da homenagem que lhe fizeram. A Câmara Municipal de Lisboa deu-nos uma medalha de mérito e é sempre agradável recebermos o carinho e o reconhecimento do trabalho que temos feito durante toda uma vida. É um reconhecimento que agrada a qualquer pessoa e eu não fujo à regra. Mas não acho que tenha sido muito relevante. Não nos trouxe mais trabalho por causa disso. Penso até que foi muito pouco divulgado. É lamentável que a comunicação social prefira divulgar coisas que não interessam ou que são prejudiciais, do que enaltecer e valorizar o património artístico que nos pertence. E, nesse sentido, acho que esta homenagem foi muito pouco divulgada. De qualquer forma a medalha de mérito está lá em minha casa, com muito gosto e foi uma coisa bonita que a câmara e o Dr. António Costa fizeram. Projetos para o futuro? Continuar a cantar. Só estou a atuar numa casa de fados aos sábados, em Alfama e continuo a fazer espetáculos pelo país. Os últimos espetáculos que fiz fora de Lisboa foram em Mértola e em Lagoa. Tenho também um projeto muito importante com mais 3 grandes amigos e 3 grandes vozes deste país que são o António Pinto Basto, o Zé da Câmara e a Teresa Tapadas, que se chama Quatro Cantos. Cantamos a solo, em dueto e em quarteto. Neste momento está tudo a correr bem, embora saibamos que as coisas não estão fáceis. A maior parte dos espetáculos que damos depende das Câmaras Municipais e dos orçamentos que têm para comemorações e festejos, e nós sabemos muito bem que os executivos camarários estão aflitos de dinheiro. Mas há que ter pensamento positivo e esperar que tudo melhore para todos voltarmos a ter uma vida mais tranquila.

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S.O.S. Reparações Ao Serviço da população Senior de Benfica O S.O.S. Reparações é um serviço prestado pela Junta de Freguesia de Benfica, que está a cargo do Gabinete PIAF (Plano Integrado de Apoio à Família) do Pelouro da Acção Social. Este programa tem como objetivo auxiliar os seniores e reformados da Freguesia de Benfica com pequenas reparações que precisem de ser efetuadas nas suas casas. A Vitalidade foi ver como funciona o programa e a aceitação que tem por parte da população mais idosa. 27 de Fevereiro de 2013, 9:00 horas de uma manhã fria e desconfortável. Tempo de trabalho para a maioria do cidadão comum apesar do desconforto. No parque de estacionamento da Junta de Freguesia de Benfica a equipa do S.O.S Reparações reúne o equipamento necessário para mais uma ronda ao serviço da população sénior. Pontualmente todas as quartas feiras a população sénior recebe a visita dos técnicos da Junta de Freguesia de Benfica para efetuar pequenas reparações. A qualidade e a atenção nos pormenores e o saber fazer dos técnicos da junta permitem ofercer aos nossos seniores um serviço não só personalizado, mas também realmente diferente. 9: 30 a equipa de técnicos da Junta de Freguesia de Benfica responsável pelo Programa S.O.S. Reparações, dirige-se à Rua da Casquilha após solicitação para reparar torneiras que pingavam, bem como um pequeno problema com o esquentador. As reparações foram efetuadas com êxito, e mais uma vez a melhor recompensa é o sorriso de agradecimento e satisfação pelo trabalho executado com rigor e carinho. 10:30, Rua Ernesto da Silva. Canalização degradada, sendo necessária a substituição dos canos. Este é um serviço que a Junta de Freguesia não contempla, mas a equipa faz um diagnóstico da situação e o devido aconselhamento sobre os procedimentos necessários à resolução do problema. 11:00, Avenida do Uruguai. Pedido de reparação de estores. Neste caso, dada a complexidade da situação, o freguês terá que adquirir os materiais necessários para os técnicos efetuarem a reparação, pelo que o serviço ficou agendado para outro dia. Desde o seu início, há cerca de um ano, os serviços são realizados pelos técnicos da Junta de Freguesia e abrangem diversas áreas: - Arranjos na canalização (autoclismos, instalação e reparação de torneiras e misturadoras); - Arranjos elétricos (tomadas, interruptores, substituição de lâmpadas); - Pequenos arranjos de carpintaria (substituição de pegas de armários, reparação de sanefa de cortinados, reparação de estores, arranjo de dobradiças de portas e de portas descaídas). Até agora, foram cerca de 30 os seniores que puderam usufruir do serviço, sendo que o mesmo se realiza às quartas-feiras e carece de marcação com antecedência. A manutenção do seu espaço é imprescindivel, não deixe que um problema na sua casa se agrave. Atuar cedo é sempre vantajoso quer do ponto de vista económico como de conforto. Por isso não hesite. Se tiver qualquer um dos problemas acima mencionados, entre em contato com a Junta de Freguesia de Benfica e requisite os serviços S.O.S Reparações. Os nossos técnicos atendê-lo-ão sempre com a maior boa vontade e com um sorriso aberto VitalIdade | Abril 23


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