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sumário agenda .

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notícias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 opinião .

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capa

•Natal sustentável

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1ºplano

•campanha

“Oceanos em perigo” . . . . . . . . . . . 18

saúde

•suplementos para a saúde •extracto de semente

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de toranja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

•má circulação •saúde de ferro

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10 Natal Sustentável : Fazem-se, todos os anos, projectos

e trabalhos com o intuito de divulgar o comércio justo e quebrar o consumismo que se pratica, sobretudo no Natal.

Nestes projectos, mais do que a protecção do meio ambiente, está a protecção do trabalhador, e o apelo ao consumo responsável.

com leguminosas . . . . . . . . . . . . . . 28

•detergentes

para máquinas .

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bem-estar

•terapia sacrocraniana

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vivências

•uma vida com sentido

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Novos produtos . . . . . . . . 42 Cultura

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Tendências . . . . . . . . . . . . . . . 50

18 Campanha “Oceanos em Perigo”: Ao fazer a colaboram neste número: Anabel Herrera, Carlos Campos Ventura, Claudina Navarro, Eva Carreira, Manuel Nuñez, Nercé Passola, Laura Kohan e Valter Cardim

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ligação entre a extinção de algumas espécies e o que se encontra à venda nas grandes superfícies, a campanha Oceanos em Perigo pretendeu alertar consumidores e retalhistas para a devastação dos ecossistemas marinhos, e para a urgência de uma pesca sustentável.


editorial

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circulação: Pernas cansadas, derrames, varizes e celulite, são as consequências de quem tem uma circulação sanguínea deficiente. Desde a alimentação a terapias, existem formas de aliviar a sensação de pernas pesadas.

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Saúde de ferro com leguminosas: Investigações recentes têm provado os inúmeros benefícios que as leguminosas nos oferecem à saúde. Entre a capacidade de baixar o colesterol e prevenir alguns cancros, estas fontes de proteínas são um autêntico tesouro para o nosso organismo.

Sustentável, o mais possível Estamos a pouco mais de um mês do Natal – perto da azáfama das compras, e das lojas cheias de artigos para vender e pessoas para os comprar. Mas como não queremos ir muito longe, não vamos dizer para não consumir, mas sim para praticar um bom consumo. A época natalícia, pelas preocupações sociais, e pelo maior espaço mediático para este tipo de questões, é a altura do ano onde se faz uma maior divulgação do comércio justo. Se calhar não deveria ser, mas se o é, vamos tentar então divulgá-lo da melhor maneira possível. A sua missão é assim a de promover a equidade social, a protecção do ambiente e a segurança económica através do comércio e a da promoção de campanhas de consciencialização. Existem, actualmente, em Portugal, nove lojas de Comércio Justo. Não é certamente aquela loja que encontra ao lado de casa, contudo, garantimos que o esforço vale a pena, tendo em conta aqueles que vai beneficiar com a sua compra. Não queremos também deixar de sublinhar a campanha “Oceanos em Perigo”, coordenada pela Greenpeace, que decorreu durante o mês de Novembro, e que visou alertar para a devastação do ecossistema e para a urgência de uma pesca sustentável. Em duas semanas, esta campanha percorreu oito cidades do país e conseguiu reunir 3500 assinaturas para a petição dirigida aos supermercados. Será, para nós, mais uma medida a aplaudir em nome da ecologia e do futuro do nosso planeta. Manuel Valventos

edição 97 | NOV./DEZ.

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Uma vida com sentido: Encontrar uma missão pessoal é o caminho para a realização e para o bem-estar emocional. Os projectos, os sonhos e as ambições que vamos reunindo ao longo da nossa vida são mais do que boas razões para estar no mundo.

edição e propriedade Mistura de Letras, Lda • director Manuel Valventos • redacção Manuel Fernandes (Chefe de Redacção), Rit a Estêvão (Colabor ador a) • d e s i g n Pedro Silva (Coordenador) • publicidade /comercial João Magalhães (Zona Sul) e João Manuel (Zona Norte) • direcção financeira Elisabete Ferreira • administração Mistura de Letras, Lda, Apartado 9116, 1901- 802 Lisboa • Tel.: 309 867 369 • pré - impressão e impressão Sogapal, Estrada das Palmeiras, Queluz de Baixo - Barcarena • distribuição Logista Portugal • a ssinatu r a s e pedidos assinaturas@ beijaflornatural.com /213 530 175 • periodicidade Mensal • tiragem 15.000 exemplares • informação legal • Registo I.C.S. n.º 121091 • depósito legal n.º 167841/01 • ISSN - 1645-2232 • AIND - Sócio n.º 1121 • online • revistabeijaflor@yahoo.com • http://arevistanatural.blogspot.com

Consultores Científicos • Carlos Ventura naturopatia • Francisco Varatojo alimentação macrobiótica • Jean-Claude Rodet naturopatia e alimentação • José Faro medicina chinesa • Manuela Tavares homeopatia antroposófica • Pedro Choy acupunctura • Pedro Escudeiro osteopatia • Pedro Lôbo do Vale médico • Serge Jurasunas naturopatia

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agenda natural CURSOS Mini-curso de massagem com introdução de Shiatsu e Anma Com o Prof. Hiroyuki Takeda Local: Av. 5 de Outubro, nº 204, 8ºB, Lisboa (junto à estação de Entrecampos) Para mais informações: 217936013 / hirojp_pt@hotmail.com

agenda

»» seminário A sua cara não mente »» A simples forma da face, mãos e pés, a postura, tonalidade da pele e tom da voz, revelam um manancial de informação poderoso acerca de cada pessoa. Todos estes aspectos reflectem a vitalidade da nossa constituição, a qualidade dos alimentos que ingerimos e o estado de saúde dos nossos órgãos internos. As técnicas de diagnóstico oriental são muito usadas nas consultas de Medicina Tradicional Chinesa e ajudá-lo-ão a conhecer-se melhor a si próprio e aos outros.

Curso de Fitoterapia e Naturopatia

Curso de massagem holística - formato intensivo

»» De 18 de Outubro a 4 de Julho (Dois Domingos por mês)

»» 28, 29, 30 de Novembro e 1 de Dezembro

Workshop de Cozinha

Local: ISCAD Rua de S. Paulo, 89, Lisboa

Local: Instituto Paradisia

Com Luís Barreto

(metro anjos)

Horário: das 9h30 às 14h

Investimento: 300 euros

»» 5 de Dezembro

Horário: 19h30

Mensalidade: 120 €

Para mais informações: geral@paradisia. org | (00351) 249 382022 - 91 9472720 - 91 7369951

Local: Centro de Alternativas da Espiral

Para mais informações: 926524055 ou 914843802/www.terapiasorientais.org.pt

Mais informações: 91 48 32 654 www.

institutohipocrates.pt

Curso de Naturologista Ayurveda »» Abril de 2009 a Abril de 2011 Local: EAN – Estudos Avançados de

Naturologia, Rua Cândido de Figueiredo, N.º 91, Letra I, Lisboa (junto ao Hospital Cruz vermelha – Benfica) Horário: Fim-de-semana Para mais informações: 217723184 | 217723185 | 937723184 | 937723186 | info@ean.pt | www.ean.pt

Aulas de Língua Chinesa

workshops

Horário: Das 10 às 18h Para mais informações: 21 3553993 /

969187832 / 917893403

Horário: Das 18h às 21h Para mais informações: 21 3553993 /

969187832 / 917893403

Workshop de Ikebana (arranjos florais japoneses)

Cada Workshop começa com 8 pessoas Local: Av. 5 de Outubro, nº 204, 8ºB, Lisboa

(junto à estação de Entrecampos) 25€; Workshop de Moxibustão (2h30) 20€; Workshop de Sports Taping (2h30) 30€ Para mais informações: 217936013 / hirojp_pt@hotmail.com

seminários Doze Luas e os Rostos de Yesod »» 21 e 22 de Novembro Local: Torre de Aguilha, São Domingos de Rana

»» 5 de Dezembro

Investimento: 200 euros

Local: Brahmi Oriental Wellness, Av. dos

Inscrição: 40 euros

Plátanos, nº 51 Loja C, Jardins da Parede Para mais informações: 21 467 54 78 / info@brahmi.pt / www.brahmi.pt

IV Fórum de Saúde Natural »» 28 de Novembro

Workshop de Aromaterapia

Local: Universidade Autónoma de Lisboa Organização: Junta de freguesia Coração

Com Zélia Machado

de Jesus e Instituto Hipócrates

»» 5 e 6 de Dezembro

Horário: Das 10h às 18h Para mais informações e programa: www. institutohipocrates.pt / 91 48 32 654 Para mais informações: Isabel Blanco Ferreira - ibf@netcabo.pt – 919545455 ou info@adrianawortman.com

Encontros Zen

Local, Centro de Alternativas da Espiral

Local: EAN – Estudos Avançados de

Com Emanuel Afonso

Horário: Das 10h às 18h

Naturologia Horário: Pós-Laboral

»» 20 de Novembro

Preço: 125€

Local: Brahmi Oriental Wellness, Av. dos

Para mais informações: 21 3553993 /

Para mais informações: 217723184 |

Plátanos, nº 51 Loja C, Jardins da Parede Horário: 21h Valor: 5€ Para mais informações: 21 467 54 78 / info@brahmi.pt / www.brahmi.pt

969187832 / 917893403

Professor de Yoga e Yogaterapeuta

Local: R. António Pedro, nº1 C, Lisboa

Com Vibhuti Jamnadas

»» A partir de Maio

217723185 | 937723184 | 937723186 | info@ean.pt | www.ean.pt

Aulas de Hot Yoga »» Todos os dias

Workshops - Acupunctura (só para acupunctores), Moxibustão e Sports Taping

Preço: Workshop de Acupunctura (2h30)

actividades

Workshop de Pindas Orientais

A sua cara não mente Com Francisco Varatojo

Com Luís Barreto

»» 5 e 6 de Dezembro

»» 12 de Dezembro

Local: Instituto Macrobiótico de Portugal

»» Início a 10 de Outubro

Workshop de Shantala

Local, Centro de Alternativas da Espiral

Horário: Das 10h às 18h

Local: R. António Pedro, nº1 C, Lisboa

Com Zélia Machado

Horário: Das 10h às 18h

Preço: 130€

(metro anjos)

»» 29 de Novembro

Preço: 70€

Para mais informações: 926524055 ou

Local: Centro de Alternativas da Espiral

Para mais informações: 21 3553993 /

914843802 / www.terapiasorientais.org.pt

Valor: 80€/125€

969187832 / 917893403

Para mais informações: 21 3242290 / info@e-macrobiotica.com / www.emacrobiotica.com

Contactos para agenda: 309 867 369 ou geral@beijaflornatural.com. A Natural reserva-se o direito de excluir informação por questões de espaço, sendo completamente alheia a qualquer alteração feita pelos intervenientes de cada evento.

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n tícias DESTAQUE À espera dos EUA para a decisão do clima A última ronda formal de negociações antes da cimeira climática de Copenhaga, que a ONU realiza em Dezembro, terminou no passado dia 6 de Novembro, em Barcelona, com poucos resultados e um enorme ponto de interrogação sobre os EUA. Quase todos os países desenvolvidos já têm números sobre os esforços que se propõem fazer para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para além de 2012, quando expira Quioto. Mas, até agora, os EUA não puseram nenhuma proposta sua sobre a mesa. A hesitação norte-americana fez com que alguns líderes reconhecessem que será preciso mais seis meses a um ano para se chegar a um novo tratado. Cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas sustentam que os países desenvolvidos têm de abater 25 a 40 % das suas emissões até 2020, em relação a 1990, de modo a manter o aquecimento global dentro de limites mais aceitáveis.A Noruega e o Japão prometem cortes de 40 e 25 %, respectivamente e a UE assume 20 %.

A curcumina pode agir contra o cancro A curcumina, um corante natural oriundo da curcuma, tem a capacidade de matar as células cancerígenas, segundo um estudo divulgado por pesquisadores do Centro de Pesquisa do Cancro de Cork, na Irlanda. O estudo revela que a curcumina é capaz de destruir as células do cancro da garganta, abrindo caminho para novos tratamentos.

Jardim botânico autónomo em água

INVESTIGAçÃO Especialista alerta para aumento da gravidade dos incêndios florestais O especialista em incêndios florestais Domingos Xavier Viegas advertiu hoje que Portugal deve estar preparado para fogos de tal gravidade, que não será possível salvar casas nem a floresta e os populares terão de ser evacuados. “Embora Portugal tenha já registado situações muito difíceis, em 2003 e 2005, pode haver ainda piores, com ainda mais danos. Nestas circunstâncias extremas, não há sistema de Protecção Civil ou de defesa da floresta que seja capaz de o suportar”, considerou. O presidente da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) é o coordenador de um curso sobre “Comportamento do Fogo e Segurança Pessoal no Combate aos Incêndios Florestais”. Organizado pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da ADAI, no curso vão ser apresentadas as conclusões preliminares de um estudo realizado por uma equipa desta instituição acerca dos graves incêndios ocorridos no Sul da Austrália, em Fevereiro de 2009, em que morreram mais de 170 pessoas.

curtas

Um projecto de automatiza-

DENÚNCIA Movimento acusa Espanha de não cumprir caudais mínimos do Tejo

Inundações, tempestades, secas e outras catástrofes naturais ligadas às alterações climáticas obrigaram 20 milhões de pessoas a abandonar as suas casas ao longo do ano passado. Este número é quase quatro vezes superior ao número dos desalojados por conflitos, informou um relatório da ONU, que tentou quantificar, pela primeira vez, o número de pessoas forçadas a abandonar as suas casas por causa das alterações climáticas. O aquecimento global está a aumentar a frequência e intensidade das tempestades e a alterar os padrões climatéricos. Por isso, os desastres são agora “um condutor extremamente significativo do desalojamento de pessoas em todo o mundo”, indica o estudo. Segundo o relatório, elaborado pelos organismos das Nações Unidas, 36 milhões de pessoas saíram das suas casas por desastres naturais em 2008.

ECOLOGIA Um dos prédios mais altos do mundo vai tornar-se verde

ção de rega, pioneiro no país, permitiu ao Jardim Botânico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra ser auto-suficiente em água, reflectindo-se em expressivas poupanças nos custos de manutenção do jardim. Este sistema inovador de rega e automatização recorre a sensores para uma boa gestão e distribuição de água, e resulta de um projecto desenvolvido ao longo do último ano por uma equipa multidisciplinar, no âmbito de um mecanismo financeiro da União Europeia - EAA GRANT.

A segunda verdade inconveniente O ex-vice-presidente dos EUA,Al Gore, publicou uma segunda parte do seu best-seller de 2006 “An Inconvenient Truth” (“Uma Verdade Inconveniente”). Este contém novas advertências sobre o aquecimento global, e apresenta soluções que podemos - e devemos - começar a implementar hoje mesmo, disse Gore em declaração divulgada pela editora Rodale Books.

Um dos edifícios mais altos do mundo, o Taipei 101, com 509 metros de altura e 101 andares, vai-se tornar no arranha-céus ecológico mais alto do mundo. A administração do prédio, um marco de Taiwan, espera receber um certificado do programa americano Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente (LEED, na sigla em inglês), o maior programa de certificados deste tipo e também o que mais cresce. A corporação financeira de Taiwan, proprietária do prédio, anunciou o investimento nos próximos 18 meses para cortar o uso de energia e de água e diminuir as emissões de carbono até 10%. A administração também vai pedir aos ocupantes que comprem comida nos arredores, para cortar a emissão de carbono das entregas de refeições. Construído em 2004, o Taipei 101 já foi projectado com algumas características de respeito ao meio-ambiente. O prédio colecta água da chuva, que é usada nas descargas e para regar seu jardim, e janelas que ajudam a evitar que o calor do exterior entre no edifício.

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...linha directa A Natural reserva este espaço para si. Coloque as suas dúvidas sobre saúde e alimentação ao naturólogo Carlos Campos Ventura*, e envie as suas questões, até ao dia 15 de Dezembro para revistabeijaflor@yahoo.com, juntamente com o seu nome e localidade. Tenho acessos de diarreia. A maior parte do tempo tenho prisão de ventre, para a qual tomo laxativos, mas o que mais me preocupa são os acessos de diarreia. O que devo fazer?

Tiago Dias (Linda-a-Velha) Os seus acessos de diarreia são normais, se levarmos em conta o seu estado crónico de prisão de ventre. Ciclicamente, o seu corpo tem de descarregar os intestinos. É claro que é incómodo, mas acaba por ser um mal menor. O verdadeiro problema reside naquele estado permanente de prisão de ventre, progressivamente agravada pela toma de laxativos. A primeira medida a seguir é comer alimentos com fibras vegetais numa base diária: sopas (não se esqueça da de miso), legumes, cereais integrais, leguminosas, frutas. Algumas algas também ajudam (terá que verificar se a sua tiróide o permite), sejam elas como alimento ou como suplemento. Caso necessário, pode também recorrer a suplementos de fibras, que têm um efeito mais forte que os alimentos, mas que não dispensam uma dieta equilibrada e completa. Reduza ou elimine a carne, as batatas e o leite (pode continuar a comer iogurtes, mas com moderação). Reduza o sal. Comece o dia com um copo de água morna. Use os chás de alcachofra, boldo ou hipericão.Verifique se tem sangue nas fezes e, caso isso aconteça, procure um diagnóstico (pode ter várias causas).

opinião A civilização dos hidratos de carbono e a civilização da proteína Durante cerca de dez milhares de anos (ou menos, conforme as regiões), os seres humanos das zonas temperadas do Planeta tiveram como principal alimento os cereais. Já desde antes, as populações nómadas e semi-nómadas, recolectores-caçadores, se alimentavam de cereais selvagens, o que quer dizer que a quantidade ingerida era variável mas os cereais estavam de facto já presentes. Depois, com a instalação das práticas agrícolas, os cereais passaram a ser cada vez mais omnipresentes na dieta quotidiana dos povos. Para além dos cereais, as leguminosas cultivadas também passaram a ser incontornáveis como fonte diária de proteínas. Os legumes e as frutas, que desde sempre haviam integrado a alimentação de nómadas e semi-nómadas (assim como das espécies pré-humanas), passaram, eles também, a ser cultivados de forma mais estável (o que evidentemente não significa que os vegetais silvestres - frutos, legumes, ervas aromáticas e medicinais - não tenham continuado a ser consumidos). Na civilização agrícola, a esmagadora percentagem dos alimentos são de origem vegetal. Ora, estes – todos estes – são principalmente ricos em hidratos de carbono. Será bom não esquecer que todos estes alimentos são também importantes fontes de fibras - que são, na realidade, também hidratos de carbono (apesar de muito especiais). É igualmente importante notar que estes alimentos são ricos num leque largo de nutrientes e micro-nutrientes: vitaminas, minerais, enzimas, e alguns em lípidos e fosfolípidos… Nos inícios do século XX, a civilização agrícola iniciou um gradual declínio, que se acentuou e começou a consumar-se com o fim da II Grande Guerra. A partir daí, a alimentação desta nova época foi adquirindo, a um ritmo rapidíssimo, características absolutamente novas, nunca antes existentes em qualquer dieta de nenhum grupo humano ou não humano. Ou seja, enquanto as dietas que existiram desde sempre e até meados do século XX sempre resultaram de circunstâncias específicas de teor climatérico, geográfico, geológico e civilizacional - o que as fazia adaptadas às respectivas populações, aquela que se desenvolveu nos anos cinquenta do século XX e a seguir aceleradamente se expandiu, resulta da industrialização então já existente (em parte desenvolvida com objectivos militares naqueles últimos anos) e às condições do mercado. Pela primeira vez na História, a alimentação dos grupos humanos deixa de ser motivada pelas suas necessidades e possibilidades nutricionais, para o ser por causas externas e até em muitos casos claramente contraditórias com aquelas – interesses económicos e industriais. Daqui resulta que esta dieta e estes alimentos se expandam a nível global, a partir de cadeias multinacionais, estando presentes em todos os países de todas as latitudes e reformatando e uniformizando as dietas de todos esses povos. Como consequência deste desproporcionado consumo de proteína animal, a produção animal transformou-se numa indústria monstruosa de carnes e derivados, de ovos e leite. As consequências ambientais terríveis destas indústrias estão já à vista de todos. Quanto aos nutrientes, esta “dieta moderna” tem uma fortíssima componente proteica, basicamente oriunda de fontes animais. Há outras componentes incontornáveis, como um crescendo dos açúcares simples e a consequente quebra dos hidratos de carbono complexos. A par disto, há um leque de micro-nutrientes que também diminuíram. Todas estas mudanças levaram a que várias doenças se instalassem e crescessem abruptamente – obesidade, diabetes, cardio-vasculares, alérgicas, imunitárias… A desadaptação da alimentação moderna relativamente às nossas necessidades nutricionais é acrescida pelo facto de actualmente as vidas da maior parte da população não envolverem esforços físicos, ao contrário dos nossos antepassados que comiam muito menos calorias e muito menos proteína e trabalhavam duramente. Em resumo, enquanto a civilização dos hidratos de carbono era sustentável nutricional e ambientalmente, esta actual civilização da proteína está a revelar-se desastrosa para a saúde das populações e calamitosa para o ambiente. Nestes dois conceitos cristalizam-se não só duas dietas (a tradicional e a moderna) mas também dois projectos de sociedade.

*Naturólogo. Dá consultas de Naturopatia na Espiral. É Director Executivo do Instituto Hipócrates de Ensino e Ciência (www.InstitutoHipocrates.pt)

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Nat al

Sustentável Fazem-se, todos os anos, projectos e trabalhos com o intuito de divulgar o comércio justo e quebrar o consumismo que se pratica, sobretudo no Natal. Aqui, mais do que a protecção do meio ambiente, está a protecção do trabalhador, e o apelo ao consumo responsável. Texto Rita estêvão ritaestevao@gmail.com » Fotos D.R

“Pode dizer-se que a defesa da prática de um consumo responsável combate o consumismo, na medida em que se

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defende a concretização dos vários “R”s de ponderação, antes da aquisição de um bem: redução, reutilização, reparação, reciclagem, reflexão”. A porta-voz do projecto Territórios Sustentáveis, Inês Cardoso, explica a importância do consumo

responsável na sociedade de hoje. Ao surgir no contexto da problemática do desenvolvimento sustentável, não apenas como um conjunto de preocupações ecológicas, de direitos sociais ou económicos, este trabalho pretende criar ferramentas de forma a


Educar o bom consumo O comércio justo procura criar os meios e as oportunidades para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores, especialmente os mais desfavorecidos. A sua missão é assim a de promover a equidade social, a protecção do ambiente e a segurança económica através do comércio e a da promoção de campanhas de consciencialização. Actualmente, importam-se produtos de comércio justo (alimentares, têxteis e artesanato) de mais de 800 cooperativas de 45 países do Sul do Mundo. Estas cooperativas representam cerca de 1 milhão de trabalhadores e estima-se de 5 milhões de pessoas beneficiem da justiça que este movimento promove. Na Europa existem 2740 lojas de comércio justo – contudo, Portugal conta apenas com 9 lojas.

O comércio justo ”procura criar os meios

e as oportunidades para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores, especialmente os mais desfavorecidos. A sua missão é assim a de promover a equidade social, a protecção do ambiente e a segurança económica

... reformular o modo como se consome nos dias de hoje. O projecto, coordenado pela organização Cores do Globo, Instituto de Solidariedade Universitária (ISU) e Quercus, tem decorrido durante o ano de 2009, estando prevista a sua continuidade para 2010. Numa primeira fase, o trabalho realizou o diagnóstico dos padrões de consumo internos de vários tipos de consumo, desde a água, energia, resíduos, aos procedimentos

de compra, ao qual se seguiu uma fase de formação, dirigida a alguns funcionários de cada uma delas, que incidiu nas questões já encontradas nesses diagnósticos: “No final dessa formação e com base nos conhecimentos aí adquiridos, as três organizações elaboraram um Programa Institucional de Consumo Responsável e assinaram um compromisso para com a implementação dessas medidas nos seus “territórios de acção”, explica Inês Cardoso.

Quais são então as ferramentas para incutir a prática de um consumo responsável generalizado? Para Inês Cardoso, esta é precisamente a grande questão que está em cima da mesa: “o consumo é omnipresente na nossa sociedade e por isso existem muitos actores que podem contribuir para esse fim, desde as autarquias, às escolas, ONG, até mesmo às empresas; contudo, a grande tónica tem vindo a ser colocada na questão da comunicação e nos moldes através dos quais deve ser veiculada uma mensagem de sustentabilidade aos consumidores”, explica. A semana do consumo responsável, a decorrer entre os dias 23 e 28 de

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mAis iDEiAs ECO-NATALÍCiAs Em: http://gaia.org.pt/econatal www.goodgifts.org www.goodgifts.org http://linhasemissangas.blogspot.com http://oficinad-encantar.blogs.sapo.pt http://coisas_e_coisas.blogspot.com http://reciecria.blogspot.com

Novembro, incluirá o Seminário Final deste Projecto, onde os estudos de caso serão chamados a participar, assim como investigadores e representantes de Entidades que, directa ou indirectamente, trabalham as questões do consumo.

c unHo

social

A época natalícia, pelos seus padrões de consumo próprios, pelas preocupações sociais e pelo maior espaço mediático para este tipo de questões, é a época onde se faz uma maior divulgação do comércio justo. Contudo, “o consumo responsável caracteriza-se pela ponderação de uma

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série de critérios durante as compras que efectuamos – enquanto que os critérios ambientais estão cada vez mais alicerçados e incorporados nas preocupações dos consumidores, porque, cada vez mais, as pessoas têm vindo a combater o consumo excessivo de água, energia ou produtos embalados, já os critérios sociais continuam a estar menos presentes nas escolhas de consumo, como a preocupação quanto à origem dos produtos e as condições de trabalho de quem os produziu”, ressalva inês Cardoso.

“F EliZ E co n atal ” Para Rui Ferreira, da organização GAiA (Grupo de Acção e intervenção Ambiental), “ o consumismo ultrapassa muitas vezes o bom senso das pessoas que acabam por consumir sem necessidade e sem sentido da responsabilidade social e ambiental”. Para o activista, durante a época natalícia, esta tendência agrava-se devido à grande pressão para oferecer algo, na grande maioria das vezes um bem material: “É nesta época que se acentuam as desigualdades sociais, e aumenta a produção de lixo e desperdício”. Por estas razões, a GAiA organiza todos

os anos campanhas para sensibilizar o não consumismo. O projecto Eco-Natal, impulsionado também pelas iniciativas internacionais Buy Nothing Christmas, elabora um percurso de dicas e conselhos para que possamos evitar a destruição do ambiente, a exploração de trabalhadores e a alienação comercial. O Econatal é assim uma forma alternativa de festejar o Natal, onde o importante não é o valor económico do que se oferece, mas sim o acto de oferecer com algum significado. Toda a máquina publicitária tem em vista seduzir-nos a consumir, levando-nos às vezes à ruína pessoal e familiar, fazendonos crer que seremos mais felizes se possuirmos determinado objecto. O telemóvel que era ontem o melhor do mundo é hoje obsoleto, e os sapatos que eram da moda estão hoje completamente “out of fashion“. O ritmo da moda e da tecnologia incentiva-nos assim a rejeitar produtos que acabámos de comprar. Estamos a gastar os recursos cada vez mais escassos do nosso planeta a fabricar bens descartáveis, cujo destino final será encher


aterros sanitários de resíduos e poluir rios e florestas. O conselho da GAIA: “Aproveite esta época para reflectir e ponderar sobre os seus hábitos e as suas verdadeiras necessidades; quando fizer as suas compras de Natal, tente comprar prendas o mais ecológica e justas, podendo ser você mesmo a fazê-las.

este ”anoRepense a sua forma

de oferecer, e o que oferece: Não compre, faça você mesmo. Compotas caseiras com uma foto da sua família no rótulo, desenhos dos miúdos, molduras de papel usado, bijutaria, arranjos de flores secas, um postal desenhado por si… são algumas ideias

...

P equenas

grandes dicas

1. Decoração. Tradicionalmente, as decorações de Natal não eram de plástico, eram formas naturais recolhidas dos bosques. Mesmo que já não tenha oportunidade de ir apanhar decorações selvagens, existem na praça, na florista, no lixo, na arrecadação muito potencial decorativo. Pinhas, flores e frutos secos, pedras bonitas, conchas – o que não falta são elementos naturais com que pode decorar a sua casa ou festa. Evite o uso de plásticos – ou se já os tiver comprado de outros anos, utilize-os; só não compre novos. Quer luz especial? Use velas. Quer efeitos de neve? Use pipocas! 2. A árvore. As árvores artificiais consomem energia ao serem feitas e nem sempre são recicláveis. Não sacrifique um pinheiro vivo para enfeitar a sua casa. Escolha uma árvore com raiz, e se puder, replante-a, ou leve-a onde possa ser replantada. Outras alternativas podem passar por reinventar as plantas maiores que já tem em casa, com enfeites, ou aumentando-as com ramos e galhos caídos.


CAPA

3. FAçA-SE LUZ. Estima-se que se todos os americanos substituíssem as suas luzes convencionais por luzes de LEd (light-emitting diodes) se pouparia em electricidade 2 biliões de kW por hora, no mês de Natal. Essa quantidade de energia abasteceria 200,000 lares por um ano. Luzes mais económicas e ecológicas não estão ainda disponíveis em Portugal, como noutros países, mas também temos recursos de poupança: ou substituir toda a iluminação por enfeites e decorações naturais ou, se quer mesmo ter luz, use velas. 4.TRADICIoNAIS FITAS. Se cada família reutilizasse 60 cm de fita de embrulho, 61000 km de fita não usados podiam atar um laço em volta do planeta. Nem todos os presentes precisam de laço. Não use laços feitos de materiais plásticos – reaproveite materiais inesperados. 5. PAPEL dE EMBRULHO? Embrulhe os seus presentes com papel em segunda mão. Não compre papel de propósito para o efeito. Faça-o de qualquer outro papel que já não use para outros efeitos. Jornais, revistas, cartazes, folhetos publicitários, qualquer coisa que de outro modo fosse parar ao lixo. Para lhes dar o seu toque, e cor, utilize carimbos artesanais feitos de batata. 6. dOCES E iGUARiAS BiOLÓGiCOS. Prefira vinhos, queijos, frutas frescas e secas, e legumes do mercado local ou de produção biológica. Evite as grandes superfícies, sobretudo nesta altura do mês. Não poupe só o ambiente – poupe-se a si mesmo.

ONDE COmPrAr: Visite as feiras de agricultura biológica, e procure lojas biológicas e alternativas. Lojas www.reviravolta.comercio-justo.org www.lojaecozen.blogspot.com www.ecobio.pt Ambiência, Lisboa, 933 031 962 Cognoscitiva, Lisboa, 965 124 867 Feiras mercado biológico de Lisboa, Príncipe real http://crafts-design-no-jardim-da-estrela.blogspot.com

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NATurAL

7. PRESENTES FEIToS PoR SI. Repense este ano a sua forma de oferecer, e o que oferece: Não compre, faça você mesmo. Compotas caseiras com uma foto da sua família no rótulo, desenhos dos miúdos, molduras de papel usado, bijutaria, arranjos de flores secas, um postal desenhado por si… são algumas ideias. 8. VALES DE oFERTA. Bilhetes para o teatro, cinema, cultura; massagens e aulas em disciplinas novas. Ofereça aos seus amigos e família a oportunidade de fazer algo que não fariam de outro modo e abdique de tantos objectos supérfluos.



CAPA

Receitas de Natal TRoNCo DE NATAL Por Elisabete Rato

PARA: 10 pessoas

TEMPo: 50 minutos

INGREDIENTES 2 copos de farinha 360 g de ovos 750 g de castanhas 100 ml de leite de aveia 2 colheres de chá de raspa de limão 160 g de açúcar mascavado PREPARAçãO 1. Separe as gemas das claras. Bata em castelo. 2.Acrescente as gemas, o açúcar e a raspa de limão. 3. Leve ao forno durante 40 minutos. 4. Coza as castanhas e transforme-as em puré. Acrescente o leite de aveia e 2 colheres de sopa de açúcar. Leve ao lume só até ferver. 5.decore o tronco.

PÊRA E AMEIxA CoM VINHo TINTo Por Emmanuel Françóis PARA: 6 pessoas

TEMPo:15 minutos

INGREDIENTES 150 g de ameixas sem caroços 750 g de geleia de milho e 50 g para decoração 6 pêras 3 paus de canela 3 claus de girofle ½ chávena de chá de noz moscada ½ garrafa de vinho 6 colheres de sopa de vinho do Porto tinto Raspa de 1 laranja Raspa de 1 limão 1 romã PREPARAçãO 1. Junte e coza numa panela o vinho tinto, a geleia, o claus de girofle, a canela, a casca de laranja e o limão. 2. descasque as pêras deixando o caule e coloqueas na panela, juntando de seguida as ameixas. 3. Regue com frequência cada pêra durante a cozedura do molho e verifique de 15 a 20 minutos se já estão cozidas.

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NATurAL

4. Tire as pêras e as ameixas e tempere com a noz-moscada e o vinho do Porto tinto. 5. deixe cozer até obter um molho espesso, e

deixe arrefecer, podendo depois filtrar ou não. 7. Pode servir com gelado de baunilha vegan, creme de baunilha e com a romã.



Oceanos 1º plano

em perigo

“Nem tudo o que vem

à rede é peixe” A campanha “Oceanos em Perigo” percorreu, em duas semanas, oito cidades do país, visitando dezenas de supermercados com o intuito de alertar consumidores e retalhistas para a devastação dos ecossistemas marinhos, e para a urgência de uma pesca sustentável. Texto Rita estêvão ritaestevao@gmail.com » Fotos D.R.

Ao fazer a ligação entre a extinção de algumas espécies e o que se encontra à venda nas grandes superfícies, a campanha Oceanos em Perigo liderada pela organização não governamental Greenpeace, conseguiu reunir 3500 assinaturas para a petição dirigida aos supermercados. “A aceitação junto do público foi excelente e notámos que as pessoas estão mais atentas ao tema da pesca sustentável - em todas as cidades por onde passámos, tivemos sempre pessoas muito interessadas em visitar a nossa “Loja do Peixe” ambulante que dispunha informações sobre as espécies de peixe de profundidade mais vulneráveis que se encontram à venda no mercado português, e sobre o impacto da pesca de profundidade nos oceanos”, sublinha a coordenadora da campanha Lanka Horstink. Actualmente, as estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura

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NATURAL

(FAO) demonstram que três quartos dos stocks de peixe com valor comercial estão completamente explorados ou sobreexplorados. Cerca de 88% das populações das águas europeias são vítimas da sobrepesca. A nível mundial, cerca de 90% dos stocks de peixes predadores de grande dimensão já estão quase extintos, incluindo espécies como o atum, o peixe-espada, o bacalhau e o linguado. Os portugueses gastam anualmente mais de 1047 milhões de euros em peixe, dos quais mais de 70% são gastos em supermercados e hipermercados, visto que estes postos conseguem um maior volume de vendas de peixe que as pequenas superfícies e mercados tradicionais. Por esta razão, os grandes grupos deviam assumir a sua quota-parte, explica Lanka: “Se não gerirmos correctamente os stocks de peixe existentes e zelarmos pela saúde dos oceanos, num futuro próximo a questão não passará por uma redução ou moderação do consumo, porque simplesmente deixará de haver peixe - pressionar os grandes

retalhistas, onde é vendido mais de 70% do peixe em Portugal, para assumirem a responsabilidade

Pescas ”sustentáveis retiram

apenas uma pequena percentagem do stock da espécie alvo, permitindo que os stocks sejam mantidos em níveis abundantes e considerando o ecossistema no seu todo

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na sustentabilidade dos produtos que vendem, é garantir peixe para o futuro.


1º PLANO

da ”TerraO Festival é, na verdade,

a Feira Alternativa, mas com a diferença de que, este ano, propõe actividades e iniciativas bem mais alargadas: “mais actividades, mais aulas, mais espectáculos…

os cÚmPlicEs Um dos grandes objectivos desta campanha era pressionar as grandes superfícies para que parem de vender as espécies de peixe de profundidade em extinção: “o Lidl é a única cadeia de distribuição alimentar em Portugal que assume o compromisso de parar de vender espécies de peixe de profundidade”. Nas visitas aos supermercados dos restantes grupos - Auchan, Sonae, Os Mosqueteiros e Jerónimo Martins - foram frequentemente encontrados peixes como o tamboril, o peixe espada preto, peixes vermelhos (red fish), pescada argentina, pota argentina e algumas espécies de raias e tubarões. O grupo Auchan comunicou entretanto que vai suspender a venda de espécies de tubarão ameaçadas, iniciativa que a Greenpeace congratula e vê como um primeiro passo para a implementação de uma política de compra de peixe responsável. Já o grupo Jerónimo Martins responde apenas que cumpre as normais legais previstas.

inimigos públicos As alterações climáticas têm também efeitos devastadores na vida dos oceanos, aquecendo as águas e alterando processos químicos importantes. Espécies inteiras de animais marítimos e de peixes estão em risco devido à subida das temperaturas – simplesmente não podem sobreviver nas novas condições. Pensa-se que a temperatura elevada da água é responsável pelo facto de vastas áreas de corais perderem a cor e morrerem. Outro impacto significativo da actividade humana no ambiente marítimo é a poluição. A mais visível e familiar é a do petróleo, provocada pelos acidentes com navios petroleiros. Apesar disso e apesar da escala e visibilidade de tais impactos, as quantidades totais de poluentes que se escoam para o mar a partir de derrames de petróleo são diminutas, comparadas com as originadas por poluentes de outras proveniências. Estas incluem os esgotos domésticos, as descargas industriais, o escoamento de superfície urbano e industrial, os acidentes, os derrames, as explosões, as operações de descarga no mar, a exploração mineira, os nutrientes e pesticidas da agricultura, as fontes de calor desperdiçadas e as descargas radioactivas.

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1ºplano

“As cadeias de supermercados podem tomar a decisão de defender um recurso que é de todos e actuar de acordo com a informação científica disponível e a sua consciência social; a Greenpeace acredita que o grupo Jerónimo Martins tem aqui a oportunidade de seguir o exemplo de outras cadeias de liderar uma mudança política”, acrescenta Lanka Horstink.

Crimes passivos Além da sobrepesca, os métodos de pesca destrutivos estão a eliminar ecossistemas marinhos e a matar grandes quantidades de peixe miúdo e espécies não-alvo através da captura acidental.

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NATURAL

A nível mundial, um quarto de peixe capturado é novamente lançado ao mar morto ou moribundo. A pesca de arrasto é um dos métodos mais prejudiciais que, para além de atirar ao mar 80% da captura, considerando-o como descarte, destrói o solo marítimo ao agitar sedimentos que vão sufocar ou esmagar os corais. A pesca moderna é representada por embarcações que excedem largamente a capacidade da natureza em repor o peixe. Os navios gigantes, que usam sonares de ponta na busca de peixe, podem localizar cardumes com precisão, de modo rápido e exacto.

Os navios estão transformados em gigantescas fábricas flutuantes – com instalações de processamento e embalagem do peixe, enormes sistemas de congelamento e poderosos motores para arrastar os enormes aparelhos de pesca pelo fundo do oceano. Por outro lado, à medida que o peixe maior é exterminado, os objectivos passam a ser as espécies seguintes de peixes mais pequenos, e assim sucessivamente. Também outras modernas práticas de pesca representam um atentado para muitas espécies - Todos os anos, as redes de pesca matam até 300.000 baleias, golfinhos e atuns em todo o mundo. O emaranhamento é a maior ameaça para muitas espécies. As estimativas variam no que respeita à gravidade do problema da captura colateral na pesca. Os últimos relatórios indiciam que cerca de 8% do total global das capturas é rejeitado, mas estimativas anteriores apon-


1º PLANO

aquacultura A aquacultura (viveiros de peixe e marisco) é frequentemente apresentada como o futuro da indústria de alimentos marinhos. Contudo, com uma taxa rápida de expansão, a aquacultura é responsável por mais de 30 % de todas as proteínas consumidas anualmente no mundo. mas sozinha, é responsável pela destruição de incontáveis ecossistemas e comunidades piscatórias que deles dependem, em alguns dos ambientes marinhos mais vulneráveis do planeta. Como exemplo, a indústria da cultura do salmão prova que os viveiros não são solução – são precisos cerca de 4 Kg de peixe selvagem pescado para produzir 1 Kg de salmão em viveiro. As exigências alimentares das espécies de animais carnívoros de cultivo, como o salmão ou o atum, colocam em questão a ideia de que a aquacultura industrial oferece uma solução para a sobrepesca.

pesca, actividades mineiras ou despejo de lixo. A pesca sustentável apoia a protecção destas espécies e habitats ao cumprir todas as regulamentações aplicáveis, fornecer informações à comunidade científica e reportar problemas que surjam às entidades competentes. Pescas sustentáveis retiram apenas uma pequena percentagem do stock da espécie tavam esse número de peixe desperdiçado como sendo um quarto do total.

PEiXE sustEntÁvEl Para a Greenpeace, não faz sentido tentar manter o nível dos stocks de uma única espécie de peixe saudável se, ao mesmo tempo, forem permitidas práticas de pesca que podem danificar o seu habitat (ou de outras espécies), ou pôr em causa a fonte de alimentação desta ou de outras espécies que dela dependam. Um peixe é assim sustentável se for proveniente de uma indústria pesqueira cujas práticas possam ser mantidas sem redução da capacidade das espécies alvo em manter a sua população. Por outro lado, é também importante criar reservas marinhas – estas são como parques nacionais no mar onde os stocks de peixes podem recuperar naturalmente. dentro das fronteiras destas áreas não é permitida a

O mais importante é a correcta gestão dos stocks de peixe, de preferência numa perspectiva de preservação, de modo a salvaguardar as reservas para o futuro

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alvo, permitindo que os stocks sejam mantidos em níveis abundantes e considerando o ecossistema no seu todo. Para os stocks que já são vítimas da pesca excessiva ou que estão “empobrecidos”, pode significar não retirar nenhum peixe, ou reduzir significativamente os níveis de captura de algumas

espécies particulares até que o stock volte a atingir a níveis saudáveis: “o mais importante é a correcta gestão dos stocks de peixe, de preferência numa perspectiva de preservação, de modo a salvaguardar as reservas para o futuro; se fizermos uma gestão eficaz dos stocks de peixe e deixarmos os ecossistemas dos oceanos entrar em colapso, passaremos a comer menos peixe para não comer peixe nenhum”, ressalva Lanka. Até hoje, ainda não foram implementadas medidas globais e eficazes para evitar a sobrepesca, combater a pesca ilegal (que pode atingir 20% do volume de pesca) e proibir as práticas de pesca destrutivas: “Há uma clara falta de governância dos oceanos e dos stocks de peixe do planeta; a sobrepesca causa o declínio dos stocks por não dar tempo às populações de peixes de reporem os seus números; a pesca ilegal, não regulada ou não reportada agrava esta situação e impede a gestão efectiva das reservas de peixes; as práticas de pesca destrutivas, como é o caso da pesca de profundidade em alto mar, destroem os ecossistemas que são habitat e zona de reprodução de muitos peixes - se não implementarmos rapidamente medidas globais para proteger os nossos oceanos, em breve poderemos ver desaparecer os últimos refúgios de vida marinha do planeta”, sublinha Lanka Horstink.

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sAÚDE

Suplement os

para a saúde

COmO tOmÁ-lOS pARA OptimiZAR

AS SuAS pROpRiedAdeS Cada vez mais pessoas incorporam na sua dieta suplementos naturais que ajudam a alargar e a melhorar a qualidade de vida. TExTo rOsa guerrerO » FoToS d.r.

Muitas vezes a sua ingestão realiza-se indiscriminadamente, sem aconselhamento profissional, o que faz com que nem sempre

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sejam absorvidos de forma eficaz. Para optimizar as propriedades dos complementos dietéticos, há que tomá-los no momento apropriado. Vamos conhecer os aliados da saúde que mais se consomem e como devemos ingeri-los.

1. Nutrientes lipossolúveis. incluem os ácidos gordos essenciais (óleos de onagra, EPA/ GLA, óleo de gérmen de trigo, linhaça, cártamo); as vitaminas A, d, E e K; os carotenóides; a lecitina de soja; a fosfatidilcolina e a coenzima Q-10. devem tomar-se preferencialmente


saúde com as refeições e são melhor absorvidos misturados com saladas temperadas com azeite, queijo fresco ou iogurte. 2. Vitaminas hidrossolúveis. São as vitamina C e as do grupo B. Podem-se tomar isoladas ou com as refeições, apesar de as do complexo B serem preferivelmente ingeridas com alimentos. As fórmulas de libertação sustentada asseguram a presença de níveis eficazes destas vitaminas durante horas, o que aumenta a sua eficácia. 3. Minerais. Alguns minerais podem-se tomar em jejum, apesar de a maioria se tomar preferivelmente mesmo antes das refeições. Uma excepção é a dolomita (fonte natural de cálcio e magnésio), que devido a poder reduzir a acidez do estômago, se recomenda ser ingerida 1 a 2 horas depois de comer. 4. Aminoácidos. São os elementos constitucionais das proteínas. Devem tomar-se com água ou sumo (leite não) pelo menos meia-hora antes das refeições para assegurar a sua absorção e evitar que entrem em concorrência com os aminoácidos proce-

dentes dos alimentos. Alguns aminoácidos (L-fenilalanina, L-tirosina e L-glutamina) podem activar a mente e não é recomendável tomá-los à noite. 5. Enzimas digestivas. Para melhorar a digestão, tomam-se a meio ou no final das refeições; para obter efeitos anti-inflamatórios, antiagregantes ou cicatrizantes, ingeremse em jejum ou afastadas dos alimentos. 6. Pré e probióticos. Os prebióticos podem tomar-se com bebidas ou comidas. O ideal é repartir a dose diária em duas tomas: uma 30 a 60 minutos antes de comer e a outra antes de deitar. Assim se consegue um reequilíbrio intestinal gradual e se reduz a formação excessiva de gases. Os probióticos podem tomar-se antes de comer ou misturados com alimentos que não estejam demasiado quentes, porque o calor excessivo pode afectar a viabilidade das bactérias benéficas. 7. Extractos de plantas. As plantas para a digestão (gengibre, camomila, cardo mariano, dente-de-leão…) tomam-se com os alimen-

tos. Para outras funções, podem ingerir-se com ou sem comida: hammamélis para a circulação, espinheiro alvar para a tensão, passiflora para o sistema nervoso… Excepto os complementos que devem ingerir-se em jejum, a maioria pode tomar-se dentro ou fora das refeições, em função da susceptibilidade gastrointestinal de cada um. Para ajudar a prevenir e tratar enfermidades produzidas pela falta de nutrientes, o comité sobre aspectos médicos da política alimentar (COMA) formulou o termo RNI (Quantidade de Nutrientes que há que Ingerir diariamente) ou RDA (Quantidade Diária Recomendada). Contudo, a RNI não nos indica a quantidade de que necessitamos de um determinado nutriente para conseguir o máximo benefício para a saúde ou para se curar em caso de patologia. Trata-se simplesmente da quantidade mínima imprescindível para cobrir as necessidades de uma pessoa saudável. Fonte: Integral


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extRACtO de SemeNte de tORANJA

pOdeROSO ANtiBiÓtiCO

Por possuir propriedades anti-bacterianas, anti-virais e anti-fungais, o extracto de sementes de toranja é um dos mais importantes remédios, considerado como um antibiótico natural, muito recomendado nos meses mais frios. TExTo rita estêvãO ritaestevao@gmail.com » FoTo d.r.

ácida e azeda, com uma doçura latente, a toranja assemelha-se à popular laranja e possui muitos dos mesmos benefícios para a saúde. da mesma família dos citrinos, e toranja pode ter a polpa branca, rosa ou rubi, e a casca amarela, e costumam variar em diâmetro, entre 10 a 15 centímetros, tendo algumas variedades sementes, e outras não. Rica em vitamina C, potássio, cálcio, folatos e caroteno, a toranja favorece a visão, evitando a formação de cataratas, facilita a digestão, e é ainda recomendada para a protecção contra o cancro do cólon e do estômago.

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o sEgrEdo das sEmEntEs Em 1980, Jacob Harich, médico e jardineiro da Florida descobriu que as sementes de toranja no meio da sua estrumeira não apodreciam, e reproduziu a experiência no seu laboratório. Rapidamente descobriu que estas sementes continham substâncias mais poderosas e menos nocivas que a maior parte dos antibióticos. Outras pesquisas foram desenvolvidas em grandes laboratórios de diferentes países, entre os quais o Southern Research USA, o instituto para a Microecologia na Alemanha, o instituto Pasteur em França, entre outros. Por possuir propriedades antibacterial, antiviral e anti-fungal, o extracto de semente de toranja é recomendado por alguns nutricionistas para o tratamento da candida, dores de ouvidos, infecções

de garganta e diarreia, sendo ainda usado como um agente antimicrobiano tópico em antisépticos de primeiros socorros. Várias análises de laboratório mostram que o extracto da semente de toranja contém flavonóides, ácido ascórbico, tocopherol (vitamina E), ácido cítrico, minerais, entre outros nutrientes. Estudos sugerem que o consumo dos compostos bioactivos encontrados no extracto de sementes de toranja pode suprimir o desenvolvimento do cancro do cólon. De resto, os benefícios deste fruto são inúmeros: o seu consumo ajuda no tratamento e prevenção de vários problemas, como afecções cardiovasculares, anginas de peito, enfarte do miocárdio, excesso de ácido úrico (gota, cálculos, artrite úrica), infecções, obesidade, entre outros.



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Má circulação Pernas cansadas, derrames, varizes e celulite, são as consequências de quem tem uma circulação sanguínea deficiente. Desde a alimentação a terapias, existem formas de aliviar a sensação de pernas pesadas.

TExTo rita estêvãO ritaestevao@gmail.com » FoToS d.r.

Para quem sofre de má circulação sanguínea, os sintomas fazem já parte do quotidiano, seja inverno ou Verão. A circulação sanguínea é o movimento do sangue no sistema cardiovascular, capaz de proporcionar um transporte adequado de oxigénio e substâncias nutritivas aos diferentes órgãos, bem como participar na eliminação de substâncias

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tóxicas. Contudo, quando depósitos de gordura se acumulam nas paredes das artérias, provocam o seu endurecimento, fazendo com que estas fiquem mais estreitas e a circulação do sangue se processe mais lentamente, ou acabe mesmo por bloquear. Consequentemente, este bloqueio reflecte-se nos braços, mãos, pernas e pés. As consequências mais comuns revelam-se no cansaço, inchaço e dormência das pernas e pés, e na tendência para o aparecimento de varizes, derrames e celulite.

o PEso do corPo

É errado presumir que a sensação de pernas cansadas não passa de um simples estado de fadiga. Na verdade, é necessário estar atento aos sintomas, porque a persistência dos mesmos pode revelar a presença de uma patologia crónica. Enquanto que a maior parte das pessoas sofre efeitos como cansaço ou dormência, algumas pessoas podem também vir a sofrer de problemas mais graves, como úlceras varicosas, ou a outros níveis, de ataques cardíacos ou enfartes.


sAÚDE menos extensas e densas de pequenos vasos superficiais que, ao rebentarem pela vasodilatação a que são sujeitos, tornam-se visíveis; Varizes: As paredes das veias alteram-se ao longo do tempo, perdendo elasticidade e firmeza dando origem às varizes. Para além das varizes “externas”, podem ainda surgir aquelas que, tendo as mesmas características, permanecem a um nível mais profundo. Normalmente, as externas são responsáveis pela maior parte dos casos, tratando-se de um problema, maioritariamente, de origem hereditária. Por outro lado, a situação pode agravar-se, dando origem às úlceras varicosas, provocadas por varizes não tratadas, e que causam um aumento de pressão exercida pelo sangue sobre a pele.

o mElHor Para a sua circulaÇÃo A prática de exercício físico ou uma dieta equilibrada, evitando os alimentos fritos e as gorduras,

são os cuidados básicos para a prevenção de uma má circulação. Por outro lado, devem-se consumir alimentos ricos em ácidos gordos essenciais, em vitamina C e em bioflavonóides, bem como suplementos de vitamina E e zinco. Tenha ainda em atenção que deve de beber o máximo de água possível – esta torna o sangue menos denso, facilitando o seu fluxo no sistema venoso. deve usar um vestuário leve e confortável, e se fuma, pense duas vezes antes de acender o próximo cigarro. O consumo de tabaco prejudica a fluidez do sangue no retorno venoso para o coração. Em casa, antes de terminar o banho, molhe as pernas com água fria. A reacção das veias ao frio obriga-as a contrair, constituindo uma forma de ginástica no sistema venoso. Tenha em mente que o sangue é o principal meio de transporte interno do organismo, e uma boa circulação é vital para uma vida saudável.

tratamentos naturais para a circulação sanguínea Acupunctura: Consiste no estímulo de pontos determinados da superfície da pele, aliviando a dor. Drenagem linfática: Estimula a boa circulação da linfa, tendo um efeito puramente regenerador dos tecidos e células. Hidroterapia: Estimula a circulação sanguínea e linfática. Provoca o exercício das veias, logo uma melhor movimentação. Homeopatia: Existem vários remédios que ajudam a minorar o problema. mas para tal, deve procurar aconselhamento. massagem Tuina: Visa restabelecer desequilíbrios energéticos e não apenas um relaxamento muscular. Activa a circulação sanguínea, facilitando a eliminação de toxinas.

desde a hereditariedade, alimentação, gravidez, factores hormonais, obesidade, demasiado tempo de pé, tabaco, stress e muitos outros factores, tudo ajuda a agravar a situação.

as vÁrias manisFEstaÇÕEs Para além do mal-estar que os efeitos nas pernas provocam, muitos afectam grandemente a sua beleza: neste ponto, a celulite é provavelmente o mal maior no que toca à estética. Contudo, existem outros efeitos: Edema (inchaço): Surge como consequência de uma má drenagem do sangue ou com origem no sistema linfático. Com esta drenagem deficiente, os líquidos tendem a ficar retidos, originando o edema, com particular incidência para os tornozelos e zona inferior das pernas e pés; Derrames: Manifestam-se com redes mais ou

As mELHOrEs PLANTAs Aloés vera: Alivia as dores e suaviza as inflamações. Castanha da índia: reduz a sensação de dor e o cansaço das pernas. Centelha asiática: indicada para insuficiência venosa e varizes. Ginkgo biloba: bom impulsionador para a circulação, melhora o fluxo para o coração e é indicado para as varizes. Gengibre: Activante circulatório. Estimula todos os tecidos do corpo. Hamamélia: Pode ser aplicada em varizes e pernas cansadas. menta: Oferece às pernas uma sensação de frescura. mirtilo: Tem uma acção adstringente e tónica. reforça as paredes dos vasos sanguíneos. Pimenta de cayenna: Estimula o coração, ajudando a regular o fluxo sanguíneo e fortalece os vasos e as artérias capilares. Videira: Tónico venoso e de capilares sanguíneos. Estas plantas podem ser encontradas em forma de chás, cremes, cápsulas ou gotas. Fontes: Plantas medicinais e Complementos bioterápicos, Eduardo ribeiro, Editores Vida; Top 100 - Plantas medicinais, Anne mcintyre, Edições sinais de Fogo

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Saúde de ferro

com leguminosas Se o que está na moda são os alimentos funcionais, poucos são os que dão tanta saúde aos consumidores como as tradicionais leguminosas. É o que confirmam as últimas investigações. TExTo laura KOhaN » FoToS d.r.

Conhece as inúmeras vantagens que um saboroso prato de leguminosas pode trazer à tua vida? Muita gente nem as imagina, apesar de investigações recentes colocarem as leguminosas na lista dos alimentos funcionais pelos grandes benefícios que trazem à saúde. E isto, dizem os especialistas, é só a ponta do iceberg. Esta incrível e também barata fonte de proteínas, que se encontra agora no terceiro nível da

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pirâmide alimentar, tem algumas substâncias com efeitos extraordinários para o nosso organismo. Elas são a fibra, as saponinas, as isoflavonas e os fitatos. Os últimos estudos revelam que entre as suas qualidades estão as de baixar o colesterol ao impedir a sua absorção no intestino, as de actuar como fitoestrogénios ajudando a mulher na menopausa ou até prevenir diversos tipos de cancro como o da mama, útero, cólon e recto. Curiosamente está a descobrir-se que muitos dos elementos que se consideravam “antinutritivos” por serem tóxicos ou interferirem na absorção

de alguns nutrientes têm efeitos secundários muito saudáveis. Por tudo isto, os investigadores em nutrição elevaram as leguminosas à categoria de alimentos funcionais e como tal imprescindíveis na nossa dieta. Concretamente, recomendase comer leguminosas pelo menos entre 2 a 4 vezes por semana.

comida milEnÁria As origens deste elemento básico na alimentação humana remontam às origens da agricultura. Há notícias da existência de grão-de-bico e


sAÚDE lentilhas desde há mais de 7000 anos, quando os egípcios os consumiam com alguns cereais. Com a descoberta das Américas veio juntar-se à alimentação europeia também o feijão. Contudo, se nos centramos na alimentação europeia e no papel das leguminosas, podemos comprovar que o seu consumo se tem reduzido paulatinamente. Nos anos 70 consumiam-se leguminosas quase diariamente e hoje, apesar da unanimidade entre os especialistas nas recomendações para as comermos várias vezes por semana, são poucos os lugares destes territórios onde isso acontece.

um alimEnto comPlEto As leguminosas não são um alimento rico em vitaminas, exceptuando as do grupo B, e o seu conteúdo em minerais varia, sendo os principais o ferro, cálcio, fósforo, potássio, magnésio e iodo. O que é mesmo elevado é o teor em proteínas, apesar de estas carecerem de alguns dos aminoácidos essenciais como a metionina, cisteína e triptofano. Não há problema: ao combiná-los com cereais, ambos se convertem num alimento completo e perfeito. E como se tudo isto fosse pouco, as leguminosas conferem um beneficio adicional, ainda que não directamente para a nossa saúde, mas para todo o nosso ameaçado planeta. A sua capacidade de enriquecer em nitrogéneo a terra e o seu baixo custo de produção convertem-no num alimento naturalmente ecológico. Não se pode pedir mais.

apesar de se absorver pior que o proveniente de produtos animais. Como com outras leguminosas, se queremos melhorar a sua assimilação devemos incluir na mesma refeição um ingrediente com muita vitamina C. O seu conteúdo em lípidos é bastante baixo e em fibra é inferior ao do feijão ou do grão. A lentilha contém sobretudo vitaminas B1, B3, B6 e Zinco. Além disto, pelo seu alto conteúdo em selénio, previne a oxidação das células do organismo provocada pelos radicais livres.

”nãoAssãoleguminosas um alimento

rico em vitaminas, exceptuando as do grupo B, e o seu conteúdo em minerais varia, sendo os principais o ferro, cálcio, fósforo, potássio, magnésio e iodo. O que é mesmo elevado é o teor em proteínas

as variEdadEs mais PoPularEs

...

Basicamente as leguminosas são o fruto das plantas com vagem. E apesar de as numerosas variedades diferirem consideravelmente entre si na aparência, compartilham uma estrutura e características semelhantes. Há muitos tipos e sub-variedades, mas entre as mais populares estão os feijões, o grão-de-bico, as lentilhas, as ervilhas, as favas e a soja, que ganha novos adeptos todos os dias. Lentilhas: São as mais consumidas em Espanha. São também as que mais ferro fornecem,

Grão-de-bico: É o mais antigo da família das leguminosas e um dos que possui maior teor em líquidos. Por isto é muito recomendado para desportistas ou pessoas que realizem esforços físicos. Os seus principais micronutrientes são os folatos, tiamina ou vitamina B1, cálcio, fósforo, ferro, potássio e magnésio. São perfeitos para as dietas de pessoas com problemas de hipertensão já que têm um baixo teor em sódio. Feijões: Com tão grande número de variedades, o feijão é um dos ingredientes esquecidos

Os efeitos mais notáveis • O coração em forma. Pela sua riqueza em ácidos gordos insaturados e fitoesterois, previnem problemas cardiovasculares e doenças coronárias • Proporcionam energia, por serem ricas em hidratos de carbono de absorção lenta. Também mantêm níveis equilibrados de glucose no sangue. • Evitam prisão de ventre e hemorróidas pela sua fibra insolúvel ou amido • melhoram a flora intestinal, ao fermentar a sua fibra solúvel no intestino grosso. Também reforça as defesas • Previnem o cancro do cólon e do recto e reduzem alguns tumores. • Durante a menopausa as isoflavonas das leguminosas minimizam a desmineralização óssea

na nossa cozinha, apesar de noutras épocas ter sido um dos reis da nossa alimentação. São ricos em fibra, ferro, potássio e folatos. Como o grão-de-bico, devem ser consumidos com precaução por pessoas com tendência para problemas gastrointestinais. Ervilhas secas: São boas para o sistema nervoso, pelo seu alto conteúdo em vitaminas B, mas pela sua riqueza em sais minerais ácidos não são muito recomendáveis para pessoas que sofram de reumatismo, artrite, problemas renais ou gastrointestinais. São mais difíceis de digerir que as frescas. Favas: Como as ervilhas, quando secas são muito mais nutritivas que frescas. Concretamente têm mais hidratos de carbono, proteínas, ferro, fósforo e magnésio. Com a


sAÚDE

passos simples para obter o melhor partido das leguminosas e reduzir os seus efeitos anti-nutritivos

fava há que ter cuidado porque as pessoas com certa predisposição imunitária ou genética podem sofrer de favismo, uma anemia que tem como sintomas náuseas, cansaço e até febre. Se se tem gota há que moderar o consumo porque pode subir o ácido úrico. Soja: o seu consumo está a aumentar. E é provavelmente graças às novas descobertas sobre os seus benefícios na menopausa, nas doenças coronárias e no cancro, o que levará a que se converta numa das referências da alimentação ocidental como já o é em alguns países asiáticos. Nem toda a gente a tolera bem, mas é sempre possível recorrer às suas opções fermentadas ou germinadas. É a leguminosa mais completa porque é a que contém mais percentagem em minerais e vitaminas, apesar de em contrapartida o seu nível de lípidos ser mais alto que nas outras.

feijão é um ”dosOingredientes

COmEr FruTA E LEGumEs Apesar da maioria das leguminosas serem uma importante fonte de ferro, o corpo não consegue armazená-lo todo. Comendo frutas e legumes ricos em vitamina C aumentamos a sua absorção. COmê-LAs COm CErEAis se queremos assegurar-nos de que ingerimos todos os nutrientes necessários, deveríamos combinar sempre as leguminosas com cereais integrais, já que umas dão os aminoácidos que faltam nos outros. PrEVENçÃO COm CriANçAs As leguminosas são muito boas para o crescimento das crianças. mas há que ter cuidado com as lentilhas e os tremoços, já que algumas crianças têm predisposição a desenvolver reacções alérgicas. bEm COZiDAs Não devem comer-se nunca as leguminosas sem estarem bem cozinhadas, já que podem ser tóxicas para o organismo. COmê-LAs AO ALmOçO É preferível comê-las ao almoço. À noite podem ser indigestas porque a digestão faz-se mais lentamente e às vezes provoca fermentações e gases. Devem passar algumas horas de dormir. JuNTAr-LHEs ErVAs Podemos combater o efeito de flatulência das leguminosas juntando à água de cozedura ervas ou especiarias carminativas. Podemos juntar por exemplo funcho, cravinho, cominho ou anis. TirAr-LHEs A PELE Nos casos de intestinos soltos podem comer-se sem pele em patês, purés ou cremes. Para isto basta cozinhá-las até que fiquem bem macias e depois passá-las. DEiXá-LAs DE mOLHO É recomendável deixá-las de molho algumas horas. Assim conseguimos reduzir o tempo de cozedura e ficarão mais digeríveis.

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esquecidos na nossa cozinha, apesar de noutras épocas ter sido um dos reis da nossa alimentação. São ricos em fibra, ferro, potássio e folatos

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os Falsos mitos Muitas pessoas por medo de engordar ou porque estão em regime evitam feijões. Esta crença vem da reputação de pratos como a feijoada, nos quais se combinam com produtos de carne ricos em gorduras saturadas, convertendo-se em bombas calóricas. A realidade é que uma porção de 60 g de qualquer variedade de leguminosas, à excepção da soja e dos tremoços, ronda entre as 155 e as 180 calorias. O que não é exagerado se considerarmos o que fornecem. Além disso, as gorduras que fornecem são mínimas. Outro mito a esquecer é que esta jóia gastronómica é um alimento pouco glamoroso. Não é comum incluir lentilhas, feijão ou grão em menus de festa, quiçá por serem ingredientes de baixo custo e estarem ligados a uma cozinha mais tradicional. Mas há variedades muito apreciadas e que não são baratas, dignas de restaurantes de 5 estrelas (em Espanha são famosas as favas das Astúrias e os feijões de La Granja). Outra das falsas associações é que são um


sAÚDE alimento exclusivo dos meses mais frios. Mas a sua incrível versatilidade faz com que sejam perfeitas tanto frias como quentes. E ainda por cima se a germinarmos teremos uma alternativa refrescante para quando começarem os calores do verão.

sEgrEdos Para as PrEParar Toda a despensa que se preze deve ter feijões, lentilhas e grão-de-bico. desgraçadamente o nosso ritmo de vida nem sempre nos concede tempo necessário para as preparar. É claro que podemos recorrer as leguminosas pré-cozinhadas, mas todos sabemos que não é o mesmo. Em todo o caso, dominar os segredos para cozinhar leguminosas é mais fácil do que parece. Para ser mais fácil cozinhá-las devem ser deixadas de molho desde a noite interior em água fria. isto não será necessário no caso das ervilhas secas ou das lentilhas. Utilizar panela de pressão ajuda, mas se não a tivermos podemos recorrer a uma panela com tampa pesada. Além de reduzir o tempo de cozedura perde-se muito menos nutrientes. Convém ferver os feijões ou o grão em fogo forte nos primeiros 10 minutos sem tapar para eliminar as impurezas.

guisado de lentilhas, arroz e soja um saboroso e energizante guisado para os meses mais frios PArA 4 PEssOAs • 100 g de lentilhas • 100 g de arroz integral • 50 g de granulado de soja fino • uma cebola pequena • meio pimento verde e meio vermelho • dois dentes de alho • uma colher de menta picada • uma colher de salsa picada • uma colher de pimentão doce • sal, louro e shoyu Cozem-se as lentilhas e o arroz integral num litro de água com sal a que juntamos uma folha de louro e um dente de alho esmagado. Pomos a soja na água com um pouco de shoyu para a hidratar. Numa frigideira pomos por esta ordem: o alho, a cebola, os pimentos bem picados. Juntamos

a soja escorrida, o pimentão e as ervas e deixamos ao lume alguns minutos. Quando as lentilhas e o arroz estiverem quase feitos, misturamos-lhes o conteúdo da frigideira e deixamos ao lume até a cozedura não ficar seca.


sAÚDE

polenta com grão-de bico uma combinação caída do céu: a suavidade e propriedades da sêmola de milho com o toque estaladiço e saudável do grão. PArA 4 PEssOAs • 150 g de sêmola de milho • 100 g de grão-de-bico • 1 litro de caldo vegetal • 1 cebola média • 2 tomates vermelhos • 1 colher de ervas provençais • 2 colheres de margarina vegetal • sal e pimenta negra moída Cozer o grão até ficar macio. saltear numa frigideira uma cebola picada com as ervas e quando fica transparente, juntamos os tomates aos cubos, um pouco de pimenta e de sal. Por fim, juntamos o grão e deixamos o conjunto ao lume alguns minutos. Ao lado, fazemos a polenta com o caldo até ficar com uma textura cremosa. Juntamos-lhe então uma colher de margarina, o salteado de grão e misturamos bem. Vertemos a mistura numa forma untada e levamos ao forno, pintamos o topo com margarina derretida e deixamos a cozer no forno durante 15 minutos. Cortamos em quadrados.

Crocante de feijões com amendoins uma doce alternativa de inspiração japonesa com todas as propriedades dos feijões. É um prato perfeito como sobremesa ou snack. PArA 4 PEssOAs • 50 g feijões • 50 g de amendoins torrados mas não salgados • 200 g de açúcar integral • sumo de 1 limão médio • 2 gotinhas de óleo essencial de baunilha (opcional) Primeiro cozemos os feijões até ficarem macios, sem juntar sal. Ao lado, fazemos caramelo. Para isso, pomos o açúcar num tacho com o sumo do limão e a baunilha. A seguir, mexemos com uma colher de pau até adquirir a textura e a cor tostada característica do caramelo. Juntamos ao caramelo os amendoins e os feijões já cozidos, misturando tudo bem, e finalmente tiramos do lume. Para servir o doce, pomos uma colher desta mistura em pequenos moldes untados ou simplesmente sobre papel de forno e a seguir deixamos esfriar.

Antes de tapar o tacho, retiramos toda a espuma da superfície. É recomendável juntar sal na parte final da cozedura porque assim as leguminosas ficam mais macias e evitamos que nos causem incómodo.

combinaÇÕEs PErFEitas Para além de saber como as preparar é interessante saber que opções temos para as incorporar nos nossos pratos. Com algumas noções básicas e alguma imaginação conseguiremos combinações perfeitas. Por exemplo, para os meses mais frios, um estufado com lentilhas, aveia e legumes ou grão-de-bico salteado com alho, espinafre e ovo cozido. da gastronomia mexicana podemos ir buscar como inspiração frijoles com arroz ou o seu chili com carne (de soja). Se chega o calor e procuramos um prato leve e nutritivo, uma salada de lentilhas com um picado de tomate e pimento ou grão em vinagrete resultam mais adaptados. Como também o será o patê de feijão branco ou uma salada de arroz com grão e alcaparras. Existem algumas leguminosas pouco conhecidas nas nossas cozinhas como são os tremoços. Estes costumam consumir-se como aperitivos e cada vez mais estão a ser adicionados como farinha a pães e pastelaria pelo seu alto poder emulsionante. Mas se saímos do convencional, podemos converter um modesto ingrediente em artífice de uma divertida criação astronómica. Que tal uma salada de folhas verdes, cenoura ralada, vinagrete de mostarda e tremoços ou mostarda. Também não devemos esquecer a maravilhosa alfarroba. Com ela se faz uma farinha de sabor parecido ao do cacau, mas sem os inconvenientes deste e com muitos benefícios para a saúde. Podemos utilizá-la como substituta do chocolate para doces. Também a podemos juntar ao leite ou à água para a beber de forma instantânea porque é solúvel. E uma última surpresa do mundo das leguminosas: os amendoins! Há pouca gente que saiba que estes saborosos e super energéticos frutos são uma leguminosa e não um fruto seco como é habitualmente classificado. Pelas suas excelentes qualidades deveríamos inclui-los mais na nossa dieta. Uma ideia seria misturá-los nos cereais do pequeno-almoço ou usar manteiga de amendoim para barrar no pão em vez de manteiga, rica em gorduras saturadas. As opções são intermináveis quando se trata de introduzir na nossa dieta estes grãos incríveis que se perfilam como uma das opções mais impor5tantes no futuro da nossa alimentação. Fonte: Integral

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NATurAL



saúde

Detergentes para máquina

Quais os melhores? 34

NATURAL


sAÚDE

Os convencionais estão melhores, mas são preferíveis as opções ecológicas. Nem os detergentes para máquinas cujos fabricantes gastam mais dinheiro em publicidade conseguem lavar todas as nódoas. Quanto ao impacto ecológico, reduziram-no mas não se podem dar por satisfeitos. TExTo maNuel NuÑez e claudiNa NavarrO » FoTo d.r

A era moderna do detergente começou há cerca de 90 anos. Em 1933 desenvolveram-se os primeiros tensioactivos sintéticos, que não deixaram de ser empregues cada vez com mais frequência. Nesses tempos, quase ninguém pensava nas consequências para a natureza, mas na década de 1950 passou a ser comum as fotos de montanhas de espuma flutuando como icebergs sobre os rios. Aqueles detergentes não se degradavam. A partir de 1961, os governos da Europa democrática começaram a actuar, exigindo que os tensioactivos fossem biodegradáveis em 80%. Além disto, os detergentes incorporavam fosfatos para amaciar a água. Estes compostos provocavam o crescimento de algas nos rios, que asfixiavam os peixes. A partir de 1980, foi regulada também a presença de fosfatos, reduzindo-se as quantidades permitidas. dez anos mais tarde, os fabricantes comprometeram-se a não empregar mais fosfatos nos seus produtos e a substituírem-nos por outros agentes, como a zeolita, os silicatos e os policarboxilatos. desde 2004, existe uma normativa europeia que aumenta a exigência de biodegradabilidade dos ingredientes tensioactivos. Além disto, a nova regulação melhorou a protecção dos consumidores:

os fabricantes estão obrigados a declarar os componentes que podem provocar alergias – com frequência são os perfumes – e a

2004, ”existedesde uma normativa

europeia que aumenta a exigência de biodegradabilidade dos ingredientes tensioactivos. Além disto, a nova regulação melhorou a protecção dos consumidores: os fabricantes estão obrigados a declarar os componentes que podem provocar alergias

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oferecer a lista completa através da internet. Não obstante, os detergentes convencionais não são ainda completamente seguros para o ambiente e para a saúde.

as altErnativas mais EcolÓgicas Os que exibem a flor – a etiqueta ecológica oficial da União Europeia – possuem alguma vantagem sobre a competência. Emprega, por exemplo, menos substâncias que podem resultar tóxicas para os organismos aquáticos. Tão pouco recorrem ao sulfanato de alquil benzeno lineal (LAS), uma substância que não se degrada totalmente, mas que se emprega em concentrações importantes nos detergentes sem etiqueta ecológica. A espanhola incasa (industrias Catalá) é uma das empresas que podem exibir a flor europeia nos seus detergentes para máquina com as marcas Uni Vert e Eco Mimidu. Todavia, as empresas que fabricam os detergentes mais sustentados não mostram a flor europeia. As fábricas mais ecológicas, como a Ecovert e Almacabio, que há muitos anos investigam como melhorar a degradação biológica e reduzir o impacto dos detergentes, acreditam que os requisitos oficiais são pouco exigentes. Não desejam mostrar uma garantia que não tenha o máximo nível. Os detergentes mais ecológicos, além de se degradarem, evitam qualquer efeito tóxico em meios aquáticos, procuram a máxima segurança para a saúde e renunciam às matérias-primas derivadas da indústria do petróleo. Fonte: Integral


Terapia Sacrocraniana bEm-EsTAr

Um toque preciso, mas suave que elimina o stress, dores nas costas, enxaquecas, desordens respiratórias e digestivas, cansaço, insónias, entre outros sintomas. TExTo luÍsa Barreira* » FoTo d.r.

A terapia sacrocraniana é originária dos EUA, e o seu desenvolvimento deve-se, entre outros, ao trabalho científico desenvolvido pelo dr. John Upledger como investigador clínico e

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professor da Universidade Estatal de Michigan. A designação desta terapia – terapia sacrocraniana – parece revelar pouco do que realmente consegue alcançar. Centrada na energia de cada um de nós como fio condutor, pode levar-nos a inúmeros destinos. O primeiro é sem dúvida o relaxamento e

a eliminação dos efeitos negativos do stress. Na verdade, ao privilegiar a ligação da cabeça com a coluna vertebral ou mais propriamente da caixa craniana com o tubo dural e a sua terminação – o sacro, os passos desta terapia acabam por se associar estreitamente aos pontos nervosos de chegada e saída


bem-estar do sistema nervoso central, localizados essencialmente ao longo da coluna e à sua ligação com o cérebro. Estes pontos estão sujeitos a inúmeras tensões e pressões e são os responsáveis, em primeira mão, de dores e disfunções de órgãos e sistemas fisiológicos. Daí que passos específicos da terapia sacrocraniana permitam alcançar uma sensação de leveza e relaxamento que pode perdurar nos dias subsequentes à sua aplicação. Outro destino é a detecção de energias traumáticas que ficam registadas nos nossos órgãos, sistemas e na fascia à sua volta. Por exemplo, quedas, medos, acidentes mais ou menos graves originam uma energia traumática ou de dor que se não for libertada permanece no nosso corpo à espera de se libertar. Entretanto pode causar dores reflexas, disfunções em órgãos e sistemas, fobias, etc. Para além de detectar estas energias, a terapia sacrocraniana ajuda a libertá-las e a reequilibrar todo o ser. O nosso corpo tem a enorme capacidade de se adaptar às situações mais adversas a que possa estar sujeito e que se manifestam através de problemas de postura, dores de cabeça e enxaquecas, dores

nas costas, etc. Ao detectar a sua verdadeira origem, a terapia sacrocraniana vai levar o corpo a finalmente libertá-las, reajustando-o

mencionado atrás acaba por facilitar e que se traduzem em alterações profundas da nossa vida diária.

Como é aplicada

Ao detectar a verdadeira origem do problema, a terapia sacrocraniana vai levar o corpo a finalmente libertálas, reajustando-o depois à nova energia e realidade com que se depara após a sua aplicação

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depois à nova energia e realidade com que se depara após a sua aplicação. Finalmente, um terceiro destino é a alteração emocional e de pensamento que o reequilibro

É uma terapia energética, de toque suave em pontos específicos do nosso corpo, em estreita ligação com a caixa craniana e a coluna vertebral entre outros. As sessões variam entre 60 e 90 minutos, segundo protocolos bem definidos. A primeira sessão inclui um diagnóstico e previsão dos tratamentos.

Resultados É eficaz para os sintomas originados pelo stress e é aconselhada para problemas físicos, como dores de cabeça, enxaquecas, dores do pescoço e das costas, tensão muscular, insónias, cansaço, nervosismo, irritação, problemas respiratórios e digestivos, dificuldades de aprendizagem e concentração, tensão arterial, problemas no maxilar (síndrome da articulação tempero-mandibular). *Terapeuta no Centro de Alternativas da Espiral. Tem formação específica em terapia sacrocraniana do Instituto Upledger.


Uma vida COm SeNtidO ViVêNCiAs

Encontrar uma missão pessoal é o caminho para a realização e o bem-estar emocional. Não só o que conseguimos, mas também os projectos e os nossos sonhos são uma boa razão para estar no mundo. TExTo fraNcesc miralles » FoToS d.r.

No ano passado celebrou-se, entre outras coisas, o 60º aniversário da libertação de Auschwitz. Um dos sobreviventes, o psiquiatra e neurologista Víktor Frankl, fundou a logoterapia:

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um tratamento centrado em encontrar um sentido para a própria vida. Após ter perdido a família nos campos de concentração, afundado na pobreza mais absoluta, Frankl encontrou forças para escrever em nove dias a obra que acabaria por ser conhecida como O homem em busca de sentido, um dos livros mais influentes

da era contemporânea. Em resumo, estes são os princípios que o autor indicou após a sua traumática experiência: • Por difíceis que sejam as circunstâncias, todo o ser humano tem a liberdade última de escolher a sua atitude perante a vida. • Cada pessoa tem uma missão para cumprir -


ViVêNCiAs do constante bombardeamento que mina o nosso ânimo através dos meios de comunicação. Perante os desastres ecológicos e humanitários que têm lugar no planeta, há pessoas que se sentem inclinadas a abandonar a luta por um mundo melhor.Ao optar por esta hipótese esquecem o lema que inspirou o labor de Teresa de Calcutá:“Às vezes o que fazemos parece uma gota de água no mar, mas o mar seria menor sem essa gota”. dito de outra maneira, no cômputo global de alegria e dor nenhuma contribuição é intranscendente. O valor de cada pessoa mede-se por aquilo que é capaz de fazer, projectar e até sonhar, porque os sonhos sempre foram a antecâmara das grandes obras.

O valor de cada pessoa mede-se por aquilo que é capaz de fazer, projectar e até sonhar, porque os sonhos sempre foram a antecâmara das grandes obras

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uma raZÃo Para vivEr

com frequência à espera de ser descoberta - em cada momento da sua vida. • Em lugar de fazermos perguntas sobre o significado da vida, é mais útil pensar o que podemos trazer ao mundo. • As dificuldades não são obstáculos, mas oportunidades para poder crescer mais para além de si mesmo. Mais de meio século depois, este enfoque demonstrou ser altamente eficaz. As pessoas que sofreram traumas ou que padecem de depressão podem sair do atoleiro, fixando novas metas.

uma gota no mar Os que se mostram reticentes a efectuar mudanças que tragam valor à sua vida e à dos outros, esgrimem desculpas como:“ Não merece a pena tentar, porque de qualquer maneira não sairia bem” ou “Que importância tem o que eu faço”. Este tipo de lamento apoia-se em duas atitudes derrotistas: o medo de fracassar e a convicção de que o mundo não tem remédio. O primeiro tem origem na falta de auto-estima: qualquer projecto parece impossível aos olhos de quem se crê incapaz de o realizar. O segundo é consequência

Convencido de que para encontrar o sentido da sua vida basta encontrar o nosso sítio no mundo, Frankl perguntava aos seus perturbados clientes: “Porque não se suicida?”. Surpreendidos por esta pergunta, respondiam que não podiam fazê-lo por causa da família, porque tinham algum projecto inacabado, ou então porque talvez esperassem encontrar o amor, apesar de tudo. Estas pessoas já tinham uma razão para viver, o que sucedia é que não haviam tomado consciência da sua importância. Uma vez que o assumiam, orientavam todos os seus esforços para o cumprimento da sua missão. E com isto, sem se darem conta, punham fim à crise. Numa das suas histórias mais célebres, o fundador da logoterapia conta que uma vez chegou à sua consulta um alto diplomata americano. disse-lhe que estava a ser psicanalisado há 5 anos porque se sentia insatisfeito com o seu trabalho e lhe custava aceitar a política exterior do seu país. O seu psicanalista tinha tentado convencê-lo repetidamente a reconciliar-se com o pai, já que o governo americano era para ele uma encarnação da autoridade paterna. Frankl recomendou-lhe que se deixasse de simbolismos e procurasse outra ocupação em que se sentisse realizado. O diplomata seguiu estes conselhos e a partir desse momento converteu-se num homem feliz.Assim como a psicanálise procura respostas no passado,

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vivências

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ViVêNCiAs

QUaL É a minha miSSÃO aQUi e agORa? O principal problema que muitas pessoas têm que enfrentar, quando desejam dotar de sentido a sua existência é que não sabem, na verdade, o que querem fazer com a sua vida. Os conselhos seguintes ajudam a elaborar um plano de acção passo-apasso para descobrir qual é a sua missão aqui e agora. FAçA O bALANçO DA suA ViDA. Antes de determinar o objectivo que deve alcançar, dedique um tempo a rever brevemente a sua evolução pessoal desde que entrou na “idade adulta”. Tome nota do seu itinerário profissional, sentimental e emocional, assim como dos hábitos que adquiriu e/ou abandonou. GuArDE O mELHOr. sublinhe os momentos, actividades ou pessoas da sua biografia que o fizeram sentir valioso e feliz. Provavelmente todos eles tinham muito que ver com a sua missão na vida. DEsCubrA As suAs VirTuDEs. Nem todas as pessoas servem para o mesmo. Faça uma lista com aquelas facetas para que tem especial talento e pense de que maneira pode aproveitá-lo para beneficiar os outros. imAGiNE A ViDA QuE DEsEJAriA. Esqueça agora as suas circunstâncias actuais e viaje com a sua imaginação para a situação ideal a que desejaria chegar com a ajuda das suas virtudes. Visualize uma missão que lhe proporcione especial satisfação cumprir. PrOCEDA POr ETAPAs. se se trata de um projecto muito ambicioso, divida-o em pequenas etapas que o vão aproximando da meta. Pode fixar-se mesmo uma pequena gratificação ao cumprir cada uma dessas etapas.

a logoterapia orienta-se para o futuro. Não importa de onde vimos, só conta o que vamos fazer a partir de agora.

o vaZio EXistEncial Porque é que há tantas pessoas que se abandonam nos domingos à tarde? A explicação é muito simples: quando cessa a actividade laboral que nos mantém ocupados enfrentamos o vazio que revela as chaves da nossa existência. Se estamos satisfeitos com a nossa vida e perseguimos um objectivo com o qual nos sentimos orgulhosos, nesse espaço vibrará a calma e o anseio de voltar à actividade. Se, pelo contrário, renunciamos aos nossos sonhos e vivemos por simples inércia, a melancolia que se instala durante o descanso é um convite a repensar a nossa vida e a corrigir o seu rumo. Neste sentido, as chamadas “crises existenciais” que nos assaltam em determinadas etapas da nossa vida são de grande utilidade, já que nos põem de sobreaviso para mudar o que já não funciona, assumir novas direcções e crescer interiormente. Por trás de muitas depressões há este vazio que nos diz que a nossa vida deixou de ter sentido e chegou o momento de actuar. Se no passado tivemos motivações e agora não as temos, significa que há que ampliar horizontes para procurar metas suficientemente importantes para não as perdermos de vista. Se até agora vivemos na apatia, que melhor momento para mudar? Tal como explica Boris Cyrulnik nas suas

obras sobre a resiliência, um passado infeliz não determina a felicidade futura. Nos piores momentos temos a capacidade de clarificar o que desejamos da vida e o que podemos dar aos outros. Ao fim e ao cabo, a maior parte do que somos e obtemos é consequência das nossas próprias decisões. Sobre isto, o missionário Vicente Ferrer explica que durante a batalha do Ebro - na qual foi

Se no passado ”tivemos motivações e

agora não as temos, significa que há que ampliar horizontes para procurar metas suficientemente importantes para não as perdermos de vista

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obrigado a combater - teve a seguinte visão: por um lado havia uma noite escuríssima que banhava todo o universo, por outro a pequeníssima luz de uma estrela longínqua. Naquele momento soube que devia escolher e optou pela segunda, que representava a esperança e a determinação de mudar o mundo na medida das suas forças.Tudo

o que fez desde então - a sua missão - foi fruto dessa decisão.

o quE quErEs sEr

quando ForEs grandE?

Quando nos faziam esta pergunta em pequenos, fechávamos os olhos e respondíamos do fundo da nossa alma. Este tipo de propósitos raras vezes se tornam realidade, de contrário o mundo estaria cheio de bombeiros, polícias, actrizes e pilotos de avião. Porém, não deveríamos perder a inocência que nos impelia a projectar a nossa vida tal como a desejamos. Na realidade, nunca somos completamente adultos. No dia-a-dia, deveríamos continuar a perguntarnos o que queremos ser quando formos grandes porque o ser humano pode crescer ilimitadamente ao longo de toda a sua vida. Por outro lado, fixar uma meta não significa automaticamente renunciar ao que já somos. Às vezes basta juntar uma dimensão artística ou altruísta à nossa vida – ou dotá-la de um pouco de aventura – para lhe dar um novo brilho. Estas são só algumas propostas que podem dar mais sentido ao nosso quotidiano: • Aprender alguma coisa que sempre desejámos: tocar um instrumento, ir para um curso de dança, aprender uma língua estrangeira, ir para um grupo de teatro. • Expressar o que temos dentro: escrever um livro, organizar uma exposição com os nossos quadros ou fotografias ou até praticar um desporto. • Encher de valor o nosso tempo livre: inscrever-se numa ONG, ensinar adultos ou crianças com dificuldades, proteger o meio-ambiente… A lista nunca mais acabaria, porque somos capazes de muito mais do que nos atrevemos a imaginar. O amor é outro campo de realização, provavelmente o mais importante de todos. das metas que podemos fixar-nos, as mais poderosas são sempre as que beneficiam os outros. Estas permitem-nos transcender-nos a nós mesmos e soltar-nos, mesmo que seja por poucas horas, da pesada carga do nosso ego. Paradoxalmente, ao sentirmo-nos úteis, elevamos automaticamente a nossa auto-estima. Todos temos suficientes sonhos que chegavam para várias vidas. Mas exactamente porque só dispomos de uma, é essencial saber distinguir o fruto da folha e dedicar-nos a algo que mereça a pena e justifique o nosso caminho no mundo. Só há algo de certo: em cada circunstância e momento temos uma missão preciosa, uma incumbência a cumprir. Não importa se até agora fechámos os olhos à pequena luz que nos indica o caminho no horizonte. Como dizia o romancista George Elliot: “Nunca é tarde para sermos o que deveríamos ter sido”. Fonte: Integral

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Recheado de 100 alimentos, bebidas, ervas aromáticas e especiarias, este livro revela os segredos para se sentir e ter um aspecto radiante e saudável. A autora mostra-nos como escolher os alimentos certos que irão reforçar o sistema imunitário e os níveis de energia, aliviar o stress e a depressão, desintoxicar o organismo e fazernos perder peso, combater os efeitos do envelhecimento e da depressão.

Muitas pessoas que leram O Segredo acreditam que se pedirmos ao Universo, receberemos tudo aquilo de que precisamos, e que é nisto que consiste a Lei da Atracção. Contudo, nenhuma lei cósmica é assim tão simples. Para mudarmos o nosso mundo, temos de mudar a forma como pensamos. Ao longo destas páginas, Esther e Jerry Hicks explicam claramente como concentrar a energia espiritual e mental para manifestar a prosperidade na nossa vida.

Vivemos num mundo em que é vital mantermo-nos activos, úteis e sempre actualizados. O segredo reside em manter um cérebro jovem e é isso que este livro lhe oferece, ao propor-lhe seis passos que irão fazer com que a sua vida mude completamente e que o farão descobrir que uma pessoa está “velha, porque se sente velha” e que para se ser jovem basta pensar em ser jovem.

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NATurAL

aUtOR: Jerry e Esther Hicks

Este é um trabalho de alerta sobre o sofrimento dos animais, e sobre a sua dependência da humanidade para produção alimentar, moda, entretenimento e investigação científica. Mais do que uma divulgação, este documentário representa um alerta para a crueldade cometida com os animais do nosso planeta, fazendo uma passagem atenta e profunda pelos mais diversos locais onde se praticam muitos dos crimes, como quintas, circos, laboratórios, abrigos, comércio de peles, entre outros. O filme, narrado pelo actor premiado Joaquin Phoenix, usa câmaras escondidas e imagens nunca antes vistas para demonstrar as práticas quotidianas de uma das maiores indústrias do mundo. Earthlings torna-se assim no documentário mais forte jamais feito, que relaciona a natureza, os animais e os interesses económicos.


O MUNDO DOS SONHOS TExTo rita estêvãO » FoTo d.r

A Plano 6 leva à cena no Teatro Tivoli o Musical “o Mundo dos Sonhos”, da autoria de Ana Rangel e João Ascenso. As Fadas do Arco-Íris vivem no Mundo dos Sonhos, um lugar mágico onde é possível falar com as estrelas, com o Sol e com a Lua. Onde é possível ouvir as cores e cheirar as nuvens. O lugar onde todos são livres de sonhar, e onde a sua missão é cuidar do Planeta Terra e de todos os que nele habitam. Esta peça fala, por isso, do universo das cores, das formas, dos sons, da responsabilidade nos cuidados a ter com o Planeta, tudo isto numa linguagem universal, possibilitando e estimulando uma interacção com as crianças, mesmo com as invisuais. Para ver e sentir, no Teatro Tivoli, até dia 31 de Janeiro para mais informações: 213 572 025 / www.teatro-tivoli.com / geral@teatro-tivoli.com


Contra a crise económica De acordo com um estudo feito pela organização ambientalista Greenpeace, e pelo Conselho Europeu de Energia Renovável, até 2030 serão criados 2,7 milhões de empregos devido à geração de energia limpa. Segundo relatório apresentado, além dos novos postos de trabalho, uma mudança do carvão para fontes de energia renovável evitará a emissão de 10 bilhões de toneladas de dióxido de carbono.

A moda dos spas…de luxo Cada vez mais comuns, os spas urbanos oferecem todo tipo de terapia de relaxamento e de tratamento estético. O spa urbano Otris, em Higienópolis, no Brasil, oferece agora a terapia gamban, feita numa maca forrada de turmalinas negras (pedras semipreciosas). Segundo Gustavo Albanesi, director de marketing da ABC Spas (Associação Brasileira de Clínicas e Spas), estima-se que haja em São Paulo 50 spas de qualidade, pois são voltados ao bem-estar, têm profissionais especializados e infra-estruturas com elevado nível de conforto visual, olfactivo e auditivo.

Mota a pedais A fabricante japonesa Prostaff lançará em 2010 uma moto híbrida, alimentada por uma bateria e equipada também com pedais para ajudar a subir ladeiras, e que será 10 vezes mais económica que uma moto tradicional. “Miletto” será o nome do veículo, que terá 12 cores, e que custará cerca de 2000 dólares. A “Miletto” é um veículo com emissão zero de gases poluentes que, pela combinação híbrida de um motor eléctrico com a força física a torna ainda mais respeitosa com o meio ambiente.

Aeronave movida a energia solar Pesquisadores da empresa americana Aurora Flight Sciences desenvolveram uma aeronave movida a energia solar capaz de permanecer num voo de até cinco horas. O projecto será exclusivamente para missões de reconhecimento, comunicações e monitoramento ambiental para pesquisas sobre mudanças climáticas. Projectada para voar entre 18 e 27 mil pés, a asa da Odysseus (nome da nave) tem um formato em Z, com 150 metros de envergadura reajustável que absorve o máximo de raios do Sol e reserva carga suficiente para se manter no ar no período da noite.

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NATURAL

Leggins Bio e fraldas reutilizáveis A Calzedonia apresenta na colecção Outono/Inverno uma inovação: leggins bio, produzidas em celulose de bambu. Suave, flexível e resistente aos vincos, esta peça não só está na moda, como é amiga do ambiente. Para os mais pequenos, uma outra novidade na Piri-piri, em Lisboa: Fraldas reutilizáveis. Coloridas e modernas, estas fraldas são constituídas pela parte exterior e uma lingueta absorvente, sendo uma forma de poupar e de zelar pela saúde dos seus filhos. Reduzem o lixo produzido, diminuem a frequência de dermatites e evitam a constante ida às compras.




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