A experimentação como forma de vivencias as mudanças dos estados físicos da água

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A EXPERIMENTAÇÃO COMO FORMA DE VIVENCIAR AS MUDANÇAS DOS ESTADOS FÍSICOS DA ÁGUA Cristiano Rodeski Pires - cristiano.rks@hotmail.com Bolsista PIBIDCiências 2011-2013 Marisa Both - marisaboth@hotmail.com Professora Supervisora Roque Ismael da Costa Güllich – bioroque.girua@hotmail Professor Coordenador Tereza Celeste Scheid - tceleste@hotmail.com Orientadora Pedagógica Curso de Licenciatura Plena em Ciências: Biologia, Física e Química Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS: Campus de Cerro Largo-RS

INTRODUÇÃO Ao refletir acerca do papel que a experimentação exerce sobre a docência e a formação de professores de Ciências realizamos o seguinte estudo. Partimos da análise de um experimento sobre os estados físicos da água, que foi realizado com alunos da quinta série da Escola Estadual de Educação Básica Eugênio Frantz em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), através do programa PIBIDCiências, que visa preparar os licenciados para exercer um olhar diferente sobre ensinar Ciências pela via da iniciação profissional. O PIBIDCiências tem como objetivo levar o licenciando a conhecer o campo em que atuará durante o período de formação profissional. Uma formação que se propõe a refletir a ação pedagógica, para um melhor desempenho profissional. Para facilitar esse processo de reflexão sobre a ação pedagógica, os professores da área de Ciências da Natureza e Matemática contam com um grupo de estudos e pesquisa (GEPECIEM), que envolve professores da rede básica de educação, licenciandos do curso de Ciências e professores formadores da UFFS. Como bolsista tenho realizado minha iniciação a docência com uma professora de Ciências da 5ª série da Escola Estadual de Educação Básica Eugênio Frantz.

METODOLOGIA Esta prática experimental foi desenvolvida no ensino de ciências, com a participação da professora supervisora, a qual é titular da turma, e o orientador do PIDIDCiências da UFFS, na Escola Estadual de Educação Básica Eugênio Frantz. Para tanto foi produzido um


experimento com a turma da quinta série, sobre “as mudanças dos estados físicos da água”. Com a ajuda da professora da escola, pensamos qual seria o melhor modo de recordar e aprofundar a compreensão sobre a mudança dos estados físicos da água de forma a incentivar a pesquisa pelos alunos. Foi então que planejamos o experimento: “Por que o copo sua?” Iniciamos a aula fazendo as seguintes perguntas aos alunos: Como está a parede do copo vazio? Como está a parede do copo que contém gelo? De onde veio a água que está na parede do copo com gelo? Como essa água surgiu na parede do copo que continha gelo? O que é necessário para que haja mudanças de estados físicos?Quais são os estados físicos da água?Como se chama a passagem do estado gasoso para o estado líquido? E estado sólido para o líquido? Podemos observar que a princípio os alunos estavam em silêncio, sem interagir. Porém, quando começamos a questionar mais, pedindo para eles responder, o comportamento dos alunos mudou. Expondo suas vivencias do cotidiano, para saberem se essas estavam de acordo com a pratica que estavam presenciando. O envolvimento dos alunos no questionamento reconstrutivo e na construção de novos argumentos precisa ser expresso não apenas verbalmente, mas deve resultar em trabalhos e expressões escritas (MORAES; RAMOS; GALIAZZI, 2002, p. 205).

Também propusemos a atividade de escrita do relatório, na qual observamos que o aluno reflete sobre o conteúdo ao escrever, tendo assim uma aprendizagem significativa. Na realização desse experimento foram utilizados os seguintes materiais: dois copos de Béquer e gelo quebrado. Em um Becker foi colocado gelo e no outro não. Os alunos puderam manusear os recipientes, e eram indagados sobre qual a diferença entre as paredes dos recipientes nos dois casos. Em resposta aos questionamentos, eles responderam que um recipiente estava seco e que o outro, que continha o gelo, estava “suado”. Os alunos interagiram muito, sendo possível rever as mudanças dos estados físicos da água que envolviam a fusão e condensação. Os alunos foram muito questionados sobre de onde vinha o “suor” do recipiente. Após algumas respostas equivocadas ele afirmaram que o fenômeno acontece devido ao contato do vapor de água existente na atmosfera com a superfície fria do Bequer, ocorrendo a condensação do vapor da água, presente na atmosfera, o que chamamos comumente de umidade relativa do ar UR%=

. Os alunos descreveram no relatório toda a prática realizada, o que

acreditamos contribuir para a construção do conhecimento científico sobre as mudanças dos estados físicos da água.


A importância da experimentação na educação básica.

Ao nos utilizarmos de aulas experimentais, a percepção que se tem é de que o conteúdo não é apenas o que está no livro didático e nem o que o professor possui e transmite na forma de uma educação tradicional. Mas sim, de outra forma, uma educação em que o professor e o aluno interagem para construção do conhecimento. Percebemos que educar nos dias de hoje é muito mais que dar aula, é desafiar, é provocar a pesquisa, é produzir uma aula, um projeto, que prime pelo educar pela pesquisa, fazendo com que o aluno seja capaz de aprender com o processo de investigação. E, por fim, é dar espaço para que o aluno participe ativamente do processo de aprendizagem, pois é dessa forma que acontece a construção do conhecimento, em que o aluno pode discutir, falar, dialogar, ouvir, e demonstrar até mesmo suas angústias em relação à aprendizagem dos conteúdos científicos. Segundo Rosito (2008, p. 192): a experimentação é essencial para o ensino de Ciências por permitir atividades práticas que integrem professor e alunos, por proporcionar um planejamento conjunto e o uso de técnicas de ensino que podem levar a uma melhor compreensão no ensino de ciências.

Durante o processo de formação e atuação no PIBIDCiências, percebemos algumas concepções com relação às práticas experimentais: O avanço que houve nessa pratica não foi em termos de conteúdo, mas na reflexão sobre a fusão e condensação. Ao analisar com o professor titular a prática “Por que o copo sua?”, evidenciamos um desenvolvimento processual que está mais alinhado a uma aula experimental que tem por detrás uma metodologia voltada ao educar pela pesquisa, contribuindo assim para o conhecimento científico. Acreditamos que esse processo, possibilitou uma melhor aprendizagem, o que podemos perceber pelos relatos de alguns alunos: Aluno1:O Professor1 trouxe 2 copos, o maior ele colocou gelo o outro a professora Titular deixou nós pegar na mão.o copo que estava seco. Depois de algum tempo observamos que no copo seco nada aconteceu e no outro copo com gelo apareceu gotinhas de água do lado de fora do copo. Então entendemos que as gotículas de água se formam a partir da água que existem no vapor que existe no ar.

Na descrição do aluno 1, podemos evidenciar que para o aluno ficou bem claro que através das perguntas, procuramos saber o conhecimento prévio que os alunos apresentavam sobre as mudanças dos estados físicos da água.Começaram a entender o processo da chuva, processo esse que pode ser observado também ao servirem um copo de refrigerante e essas gotículas também estão presentes no ar que respiramos, no qual a temperatura também


influencia. Esses elementos vão sendo citados durante a aula e podem contribuir para a construção de conhecimento de modo muito efetivo. Podemos verificar nos relatos a importância que a experimentação exerce no processo de aprendizagem do aluno, em que o professor atua como mediador e a educação deixa de ser conservadora e tradicional, para uma inovação, que chamamos de educar pela pesquisa. Segundo Demo(1996, p.120), “educar pela pesquisa é também, estimular o aluno a curiosidade pelo desconhecido, incitá-lo a procurar respostas, a ter iniciativa, a compreender e iniciar a elaboração de suas próprias idéias”.

CONCLUSÃO Ao refletir acerca da importância que a experimentação mediada com pesquisa possibilita para a formação do aluno, temos nesse sentido, o PIBIDCiências que possibilita ao licenciando conhecer seu campo profissional, ajudando a vivenciar a experimentação na escola completando assim sua formação. Dessa maneira, ao refletir sobre a prática que foi aplicada para quinta série, sobre as mudanças de estados físicos da água, percebemos a necessidade de uma formação inicial e continuada voltada à discussão das práticas docentes e às metodologias de ensino. Na aplicação do experimento percebi minha insegurança, pois, não sabia realmente se dominava os conceitos a serem trabalhados e a maneira correta de aplicá-los na prática, o que me fez repensar meu envolvimento no curso e as possibilidades que o PIBIDCiências oferece em relação a iniciação à docência. O PIBIDCiências tem sido muito importante nesse processo para adentrar no contexto escolar, aplicar experiências, refletir sobre as mesmas e auxiliar na construção do meu conhecimento. Os alunos demonstraram entusiasmo durante a realização da participação na experiência fazendo perguntas, interagindo e levantando hipóteses, contribuindo assim para a aprendizagem dos fenômenos de fusão e condensação trabalhados durante aula prática.

REFERÊNCIAS MORAES, R.; RAMOS, M.; GALIAZZI, M. C. Pesquisa em sala de aula. Tendências para a educação em novos tempos. Porto alegre: EDIPUCRS, 2002. ROSITO, Berenice Alvares. O ensino de Ciências e a experimentação. In: MORAES, Roque. Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas. 3.ed. Porto Alegre, Ed. EDIPUCRS, 2008. p.191-208.


PEDRO, Demo.Educar pela Pesquisa. Campinas.SP.: Editora Autores Associados, 1996. p.120 MORAES, R. Pesquisa em sala de aula: fundamentos e pressupostos. In: MORAES R.; RAMOS, M.; GALIAZZI, M. C. Pesquisa em sala de aula. Tendências para a educação em novos tempos. EDIPUCRS, 2002.


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