Etérium - the Journey

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pintura

Pa u l o Te i x e i r a L o p e s Pintura 17Nov/30Dez Casa-Museu Teixeira Lopes V. N. de Gaia 2007


Paulo Teixeira Lopes Licenciado em Design de Comunicação / Arte Gráfica pela Faculdade de Belas Artes do Porto em 89. Percurso profissional iniciado no Jornal ‘O Comércio do Porto’ como director criativo. Professor do Ensino Básico, Secundário e Formador Profissional. Ex-membro da Direcção da Cooperativa dos Artistas de Gaia. Colaborador da Casa-Museu Teixeira Lopes. Colaborador da Gaianima, Equipamentos Municipais de Gaia. Pós graduação em Arte Multimédia na FBAUP.

Actividade artística: Participação em várias exposições colectivas da Cooperativa dos Artistas de Gaia. Exposição individual de fotografia com apoio CM Gaia “Museu pelos meus olhos” no no âmbito do programa ‘Museu vai á escola’ da Casa-Museu Teixeira Lopes em 2007

Tenho na ideia que faço parte de um todo. Só não concebo o tamanho do mesmo.


Pa u l o Tei x e i r a L o p e s

A Pintura de Paulo Teixeira Lopes mergulha no éter da existência de conflitos e sentimentos paralelos que nos envolve na interrogação sobre a vida e o seu sentido. Sentido que se capta num jogo de cores plurais que emergem da vontade sublime, da leveza expressiva, da inquietação humana transbordante de sonho e realidade. O negro é a cor suporte (que se impõe directa ou indirectamente), é a arquitectura complexa sem a qual tudo perde sustentabilidade, é a incógnita do desconhecido inevitável e premente, é o código dito do nada mitológico que é tudo, em suma, o negro representa as margens por onde correm as cores do rio do viver do próprio homem. Paulo Teixeira Lopes plasma na tela a força e a energia que envolve uma criação carente de espaço ideal, num processo de estruturação/desestruturação plástico de materiais quotidianos, que assume pelo fluxo das cores e pelo relevo das texturas a mensagem que pretende transmitir/não-transmitir. Os referentes não moram em nuvens etéreas, mas são equacionados pela mensagem que vai ao encontro da simplicidade presente que se impõe ao olhar próximo e circundante do desejo desejado de pleno comprometimento/descomprometimento. As obras de Paulo Teixeira Lopes são pois uma revelação que afirma a nossa admiração pela transparência dos pensamentos que têm cor, aroma e movimento dum futuro a conquistar… Delfim Sousa Director da Casa-Museu Teixeira Lopes


Pa u l o Tei x e i r a L o p e s

Curiosidade... aquilo que nos move... Alimentar o corpo físico... o que nos mantém. A Mente vive dependente de informação. Viciada. Condicionada. Orientada. Mas o que é isto senão uma coordenação de incógnitas? Corpo? Mente? Qual é a energia que alimenta esta máquina, de onde vem, para onde vai e como se desenvolve? Sempre fui um curioso convicto e depois de tanto olhar pela janela da vida, decidi fechá-la e impedir que o frio da sociedade entrasse e deixasse meu corpo esfriar. Mas não a pude manter fechada, e decidi abri-la novamente. Decidi...cá está o termo, a chave de controlo. Será real? Serei eu dono de mim mesmo? O que me move? Olho a para mim e à minha volta e não me compreendo. Preciso de luz, de cor. Olho a luz de forma controlada, pois não quero enredar-me nas linhas subtis do destino. Procuro um caminho. Seremos os desconhecidos de nós mesmos? Saberemos de onde vimos e para onde iremos? Seremos as peças fundamentais do Etérium!


Tocar o que não tem corpo e aí procurar respostas.

Éter (mitologia) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89ter_%28mitologia %29

Sempre me intrigou o conhecimento possível do papel que cumprimos aqui, de pés assentes neste bocado de chão. Como muitos outros, não quero aceitar que sou uma chama esvoaçante, sem objectivos definidos, que acende e apaga finalizando seu ciclo, independentemente de ter dado ou não luz ao mundo. Depois de, durante este meu caminho, ter tocado de leve temas do espírito, filosofias de vida e formas de estar, senti que se formava em mim um ideal de procura e uma forma de ser eu mesmo. A procura dos meus próprios passos tornou-se um ímpeto de força maior. Mas como procurar respostas sobre algo que não é tangível e que tanta controvérsia fundamenta? Como abordar esta temática sem ferir ou entrar em discussões? Não quero ser dono da verdade, mas quero ser livre de procurar, sem ser criticado por quem não sabe. Sendo eu alguém que sempre se sentiu bem dentro do universo artístico, logicamente escolho esse campo, onde as vontades são livres para trabalhar.

Na mitologia grega, Ether ou Aether (grego - queimar) era a personificação do 'céu superior'(Céu sem limites, diferente ao de Urano). Era o ar elevado, puro e brilhante, respirado pelos deuses, contrapondo-se ao ar obscuro, que os mortais respiravam, sendo deus desconhecido da matéria, em consequência as moléculas de ar que formam o ar e seus derivados. É considerado por Hesíodo como filho de Erebus e de Nix, tendo por irmã Hemera. Unido a esta, gerou seres não antropomorfizados: Tristeza, Cólera, Mentira, etc. A lista de Higino lhe atribue como filhos: Oceanus, Témis, Briareu, Giges, Estérope, Atlas, Hipérios, Saturno (Pierre Grimal coloca a versão latina ao invés de Cronos), Ops, Moneta, Dione e as três Fúrias. Cícero lhe atribui paternidade sobre Júpiter e Celo, ou seja, Urano. Assim como Nix, que personifica as trevas superiores, tem como seu correspondente Erebus, as trevas inferiores (e, em algumas versões, este aparece como filho daquela), pode ser interpretado que Éter tem seu correspondente em Urano (de quem ora aparece como filho, ora como pai). Derivado do verbo aíthen, queimar, fazer brilhar, era usado na hélade genericamente para 'queimado de sol'. Desse modo, conforme o contexto, poderia significar tanto 'fazer brilhar' quando 'tornar-se escuro como fuligem'. Éter estaria entre Urano e o ar. Por personificar o céu superior, considera-se sua camada mais pura que aquela próxima da terra. Entretanto, Éter é luz que queima ao iluminar. Há uma tensão no verbo do qual deriva. Significa tanto 'fazer luzir' quanto 'escurecer', conforme o contexto. Em Urano, esta dinâmica específica está ausente. Junito Brandão faz a aproximação com o sânscrito i-nddhé, 'ele inflama', édha, 'floresta incendiada', e com o latim aedes, 'lareira', aestas, 'verão, estio', aestus, 'ardor, calor ardente'. Carlo Rusconi relaciona o étimo à origem da palavra Etiópia: ahithou, 'arder', remontando a raíz aidh, que em grego seria aith.

É assim que surge o Éterium, como algo que se esvai entre nossos dedos, mas tem sentido, tem a força da união e destino. Neste espaço de expressão sinto que posso pesquisar, interrogar, deixar que os sentidos evoluam de forma a procurar as respostas que talvez nem existam.


Pa u l o Tei x e i r a L o p e s

Que força tenho dentro deste corpo volátil. Somos muros de pedras erguidos ao alto. De pedras tão juntas que não pensamos no que as une. É uma força presente, uma massa intangível que nos levanta e segura. Vemo-nos como rochas. Mas somos frágeis e voláteis. Tombamos no chão olhados pelos outros que se seguram e julgam firmes. Essa matéria ‘entre-pedras’ é a mesma em todos nós. Flácida em alguns, já rígida e firme noutros. Um verdadeiro cimento que prende e endurece. Seremos a pedra, ou a realidade é outra? Somos a força, a energia dessa massa que nos segura? Será essa a verdade?

Um mundo de cor. Antes de ser, vejo negrume. Que verei depois?…o preto frio também? Mas acredito que serei bem diferente daquele que principiou esta cruzada. Este mundo de cor e movimento, esta barra de emoções em que transitamos. Esta escola de vida ensina-nos a sofrer e a amar. Com estes olhos eu sinto a cor.

Corpo Astral Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_Astral Corpo Astral ou "corpo de desejos", "corpo kâmico" - foi a designação adotada pela Teosofia para designar um dos envoltórios - ou corpos - que segundo acreditam compõem o ser humano. Definição Esotérica Além do corpo físico, possui o homem outros corpos, que estão destinados e são interligados aos sete estados da matéria, segundo acreditam os seus adeptos. A saber, estes estados da matéria seriam: sólido; líquido; gasoso; etéreo, com as 4 sub-divisões seguintes: éter 1 / éter 2 / éter 3 / éter 4 Para se manifestar no plano físico, o homem serve-se dos corpos materiais (dentre eles o "duplo etéreo"). Mas para manifestar-se no Plano astral (região definida no universo, que envolve e interage com o mundo físico, imperceptível à matéria e órgãos do corpo físico e composto de matéria diferente destes), serve-se o homem do corpo astral. Assim como existem 7 estados da matéria, no astral há sete formas também. O corpo astral, composto destas formas de substâncias, é aquele sensível aos pensamentos, elemento de ligação do princípio vital à matéria. Assim, o corpo astral interpenetra o corpo físico, transmitindo a este as vontades do pensamento. O corpo astral assume diversas colorações, consoante o estado evolutivo do indivíduo.


“Os 4 Elementos” 2006 São bases, são peças, são o inicio da vida material. Onde evolui a consciência do que somos. Respiramos, alimentamos, aquecemos e andamos... Seremos o quê? Porque estamos aqui? Que cor é esta que nos atinge em ondas de admiração e respeito?

Ar

Terra 4 Telas Acrílico sobre tela, 0,30 x 0,30 m

“Libertação” 2006 O inicio dos inícios. Uma energia que surge do nada e se transforma em vida, cor e corpo. São correntes tresmalhadas que no percurso do destino ganharão força e saber. São forças que se multiplicam e fundem, formam e deformam. São forças que habitam em mim, em ti, nele… Inexplicáveis, intangíveis!

Variação tonal dependendo das condições de iluminação. Acrílico sobre tela, 1,00 x 0,90 m

“2 Lados da Vida” 2006 Bem. Mal. Parece um espelho de água. Em cima o Bem, o Certo. Em baixo o Mal, o Errado. Uma linha de horizonte que forma fronteira. Uma balança de equilíbrios precários. Onde está a virtude do Ser. Não tem o 'errado' o seu papel definido para que se forme o ‘certo’? Dilemas constantes que direccionam um destino.

Variação tonal dependendo das condições de iluminação. Acrílico sobre tela, 1,00 x 0,90 m

“Fonte” 2007 Um continuo jorrar de correntes de força e energias. A Vida continua em ciclos de aprendizagem e discernimento. Um ciclo de retornos, tais gotas de água que voltam ao berço.

Acrílico sobre tela, 0,40 x 0,30 m

Fogo

Água


“A Passagem” 2006 Insensíveis não ficamos a este mundo de cor, nesta travessia atribulada. Nascemos, aprendemos e passamos para o outro lado. Ricos de essência, pobres de tempo, mas com um sentido de vida e experiência, que sem dúvida não podemos deixar de valorizar. Tivemos o nosso caminho.

Acrílico sobre tela, 0,80 x 0,60 m

“Transição I, II, III” 2007 Valores que se alteram perante os rumos traçados. O Amor, a Perda, a Dor, encruzilhadas que nos levam algures. Caminhantes de destinos obrigados a aprender e a ensinar. Sensação de que algo maior se produz, fruto dos erros e virtudes do nosso traçado.

3 Telas Acrílico sobre tela, 0,50 x 0,50 m Pa u l o Tei x e i r a L o p e s


“A Chama” 2006 Fogo que nos alimenta e dá calor. Queima e esmorece ficando as cinzas de destinos apagados. Começo a pensar que vim de onde tudo começa. Mas nunca fui só eu. Começo a pensar que nasci não como um principio mas como caminho percorrido e chegado. Ascender, evoluir, crescer… tudo palavras, nomes do caminho.

Acrílico sobre tela, 0,40 x 0,30 m

“Cor do Sol sob a Árvore” 2006 Belos são os momentos de calor e cor. Bela é a vida quando estamos atentos. Memórias presentes, passadas, de sentidos de construção do Ser. Somatório de recordações que nos move e orienta. Assim adquiro segurança nos passos, rigidez no movimento decidido em busca do novo, do desconhecido. Pelo que é Belo, amantes somos.

Acrílico sobre tela, 0,40 x 0,30 m


“Sonhos I, II, III, IV e V” 2007

Momentos de descanso ilusório. Tempo de assimilações tormentosas ou doces, são momentos de experiência e conhecimento. Em alguns deixa marcas indeléveis e noutros fica o vazio marcado pela sensação de que ficamos diferentes daquele que antes desceu sua mente sobre o pano macio da fronha, onde nos braços de Morfeu se aconselhou. Tudo nos vem à mente em movimentos despropositados. Ficam por vezes sobressaltos de imagens gravadas sem nexo. Com cor, ou a negro e branco? Momentos de queda e ascensão vertiginosa que não controlamos. Por vezes o grito morre no fundo da garganta atormentada, onde formulamos pedidos de ajuda. Ou é doce o momento, sensação por excelência daquilo que desejamos, para no momento seguinte... acordar e sentir a perda, o engano, a desilusão. Eram somente sonhos.

5 Telas Acrílico sobre tela, 0,30 x 0,30 m Pa u l o Tei x e i r a L o p e s


“Sopro de Verão” 2007

Tríptico Acrílico sobre tela, 1,80 x 0,80 m

Como nos agrada o momento em que o doce calor suave nos abraça e suaviza das cicatrizes do passado. Esse sopro suave no corpo livre de dogmas, traumas e obrigações. Nossa mente não é livre, pertence sempre a alguém. Ou será algo... coisas? Tentamos nós, sempre ser donos do nosso sentido. Luta constante enlevada pela cor dos momentos bons ou maus que tivemos a consciência de atentar de olhos bem abertos e mentes despertas.

“Destinos” 2007

Acrílico sobre tela, 1,20 x 0,80 m

Caminhos enlaçados que nos prendem e guiam. Cordeis de laços curtos que tentamos desatar. Alternativas capazes de nos despertar ou confundir. Desafio permanente na cruzada da vida. Nosso caminho é traçado. Nossos desvios são aprendizagem.


“Devaneios” 2007 Com dúvidas incessantes, perdemos o rumo e retornamos ao passado em busca de algo que não pode tornar. São curvas no tempo, que nos enlaçam e atrasam...ou não. Fazem-nos ver melhor e firmar nossas certezas. Quem sabe se o tempo não é uma interminável sucessão de idas e voltas que nos permitem colher experiências e evoluções. Que seria eu sem dúvidas? Sem retorno ao imaginário! Acrílico sobre tela, 0,30 x 0,30 m

“Espinhos” 2007 Sem sofrimento e dor não conhecemos a pureza do conhecimento interior. Permanentemente distraídos, é na dor que alimentamos o olhar profundo de nós próprios. São momentos de solidão povoados de espinhos que nos fazem entender o que somos, olhando o fundo das nossas emoções. Caminho de espinhos que nos sangra.

Acrílico sobre tela, 0,30 x 0,30 m

Pa u l o Tei x e i r a L o p e s


“Torvelinho” 2006/7 Seguimos um percurso de obstáculos. Por vezes é esse o papel de quem nos acompanha. Família, amigos, são laçadas que nos prendem um pouco aqui, ali...mas é sempre nosso destino cruzar caminhos e continuar. Cansados, exauridos em busca de um rumo caminhamos sempre até ao outro lado. Libertamo-nos das amarras que logo se repetem e a vida transforma-se num ciclo aparente. Tudo se repete, até que aprendemos e tornamos ao caminho. E continuamos, expectantes no futuro. Que o novo seja o certo.

Acrílico sobre tela, 1,00 x 1,00 m


“Etérium” 2007 Etérium é o sentido de Ser. Representa a nossa caminhada num mundo de esperanças, amores, torturas e todo um rol de emoções que nos atropela e faz evoluir. Neste redemoinho de cor e sentido de vidas cruzadas, determinamos nosso destino já predestinado. Demoramos mais ou menos tempo a colher a experiência e a atingir o nosso sentido da vida. Retornamos e perdemos, mas caminhamos sempre em frente, até ao outro lado. Sei que sou duas partes de um todo. Partes tão diferentes e afastadas, mas tão dependentes uma da outra. Eu vejo e sinto. Vivo e habito este mundo de cor e emoção. Eu físico. Eu espiritual. Acrílico sobre tela, 1,80 x 1,80 m

Eu...apreendo e adquiro conhecimento de mim.

Pa u l o Tei x e i r a L o p e s


No momento em que me foi dada a oportunidade de ser uma das primeiras a ver e saber o significado de cada quadro até ao seu mais pequeno pormenor, dar a minha opinião e expressar um pouco da minha sensibilidade, senti-me uma pessoa muito especial , pois obtive algo que talvez nunca mais venha a ter......Confiança em mim mesmo. Obrigado Paulo Depois de algumas horas de trabalho, só tenho a comentar..... deixe-se deslumbrar pelos sentimentos, sei que depois de ver tudo isto vai reflectir e olhar a Vida de forma diferente. Paulo, só tu para teres esse “DOM” Marlene Ribeiro

Agradecimentos Não posso deixar de agradecer á pessoa que mais me apoiou neste pequeno trajecto, minha mãe, mulher de uma força e capacidade de entendimento sagaz que nunca perdeu sua simplicidade de pensar e sempre esteve e está a meu lado quando preciso. Aos amigos que acreditaram e me deram força, um especial Obrigado. Ás pessoas especiais que escolheram minha pintura para os acolher em seus lares, sinto-me grato pelo gosto que lhe têm. Aos que cederam suas/minhas obras para estar aqui junto dos seus pares, permitindo contar esta pequena história dos meus olhos e alma. Obrigado Delfim por acreditares. Obrigado meu Pai pelo que fizeste de mim, a ti devo e dedico minha sensibilidade.


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