Revista TECCIDADE

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Novembro de 2015

Ano I nº1

Mark Zuckerberg

fala sobre os boatos fala sobros mentirosos do WhatsApp

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IMPRESSORA 3D

fabricada por ONG a partir de lixo eletrônico

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SUMÁRIO 04

A ONG Programando o Futuro constrói uma impressora 3D só com resíduos de eletroeletrônicos.

TECNOLOGIA RADAR

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Ericsson processa Samsung por quebra de patentes e a ação corre no tribunal norte americano do Texas.


Sumário ENTREVISTA

CIDADÂNIA

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Estão abertas as inscrições para o Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade

Começou a se espalhar um boato dizendo que uma nova atualização do WhatsApp irá notificar usuários quando a tela for printada.

Nesta segunda edição. O congresso contempla quatro temáticas: Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Produção, Prospecção de Cenários Tecnológicos, Redes de Cooperação para Inovação, Educação para a o Consumo Sustentável e Tecnologias Sociais.

É mentira.

NEWS

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Começou a se espalhar um boato dizendo que uma nova atualização 12ª Semana ­­ Nacional de do WhatsApp irá Ciência e Tecnologia notificarterá usuários a tela for mais de 900 ­aquando tividades printada. pág. 20 É mentira.

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Tecnologia Tecnologia

ONG cria impressora 3D a partir de lixo eletr么nico Subt铆tulo

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Fotos: Mônica Indig Reportagem: Mônica Indig, Rodrigo Soares e Leonardo da Costa

Impressora 3D fabricada com lixo eletrônico reciclado

A ONG Programando o F ­ uturo ­trabalha com reciclagem de lixo ­eletrônico e construiu deste material, uma i­mpressora 3D além de outros equipamentos de alta tecnologia para uso coletivo e solidário

E

m Valparaíso de ­Goiás a Organização Não ­Governamental (ONG) Programando o Futuro recicla lixo eletrônico, e a partir deste desenvolveu equipamentos de alta tecnologia uma impressora 3D, máquina de fliperama, óculos para

filme tridimensional entre outros aparelhos. Criada em 1984 pelo americano Chuck Hull, a impressora vem ganhando espaço em indústrias e na economia com confecção de próteses, instrumentos musicais, peças de indústria e até brinquedos.

Ano I no 1 - novembro de 2015

Conhecido por ser um equipamento sofisticado e de valor expressivo a impressora 3D é uma máquina que custa hoje em torno de mil dólares e é de difícil acesso, mas vem se tornando cada vez mais popular, As primeiras impressoras do tipo Wche-

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Antigo galpão abandonado e ponto de criminalidade, hoje revitalizado e transformado em centro comunitário e sede da ONG Programando o Futuro

garam a custar, no final dos anos oitenta, cerca de um milhão de dólares. A impressora, apesar do nome, não utiliza tinta. Através de um software de desenho e cálculo como AutoCad envia para ela o objeto que será construído em três dimensões. A peça ou escultura criada é feita de um plástico que também é produto de reciclagem da ONG. A ONG Programando o Futuro, utilizando de programas abertos, criou essa impressora 3D, e seu uso beneficiará uma comunidade que de outra forma dificilmente teria chance de conhecer um equipamento tão ­complexo como esse. O professor de robótica Refael Aguilar que a construiu junto com seus alunos explica: “Essa impressora é um projeto aberto. Ela vem sendo

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desenvolvida há um certo tempo por uma comunidade mundial, que decidiu criar uma impressora que fosse de baixo custo e de acesso ilimitado.” Com o grande avanço da tecnologia e da informática nos tempos atuais, o consumo de eletrônicos tornou-se uma “bola de neve” gerando uma quantidade de eletrônicos descartáveis de muito volume. Esse lixo se transformou em um grande problema para a sociedade.

Segundo o 26º Relatório Anual de Tecnologia da Informação o Brasil conta com três aparelhos ligados a internet (computadores, tablets ou telefones inteligentes) para cada dois habitantes. De acordo com a ONU, só no Brasil foram1,4 milhões de toneladas de lixo eletrônico descartadas em 2014. Os números são impressionantes e por conta disso ONGs como a Programando o Futuro tem a preocupação social de reciclar e tornar esse lixo de utilidade para o meio ambiente. Com a criação de uma impressora 3D feita com lixo reciclável a um custo baixíssimo e ainda usando essa mesma impressora para construir as próprias peças de uma nova, a ONG divulga uma tecnologia de ponta que até bem pouco tempo era restrita a grandes empresas de alta tecnologia.

Professor de robótica Refael Aguilar, e sua principal criação dentro da ONG Programando o Futuro

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(Da esquerda para direita) professor Refael, Vilmar Nascimento, diretor e presidente da ONG, e Lincoln Bruno, promotor de eventos culturais que completam a diretoria

História da ONG Criada em 1999 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e seis anos depois transformada em ONG com seu próprio CNPJ, ela hoje aos 16 anos, trabalha com várias atividades cidadãs beneficiando não só a comunidade, mas também a sociedade. A ONG além da reciclagem promove eventos culturais, onde o ingresso é sempre doação de lixo eletrônico, e divulga novos talentos locais. Outros trabalhos são as aulas que ministra de ensino a distância de informática, recupera equipamentos e cria novos notebooks e computadores. As aulas sem fins lucrativos ministrados na própria ONG são de: informática básica, manutenção de computadores, eletrônica, robótica e edição de áudio. Os locais mais beneficiados por estes trabalhos

de reuso de equipamentos são órgãos de iniciativa de inclusão digital sem fins lucrativos ou governamental: as prefeituras do entorno, escolas públicas e creches. A ONG hoje recebe 120 alunos a cada dois meses,

que é o tempo de duração dos cursos. Os alunos aprendem profissões que hoje são indispensáveis no mundo digital. Fábio Alvez, estudante de montagem e configuração, explica: “Acho que é um curso bem legal e em dia pra quem não tem condições para pagar. Para eu fazer esse curso particular fica difícil porque um curso como os que têm aqui custa mais de cem reais lá fora.” O trabalho também já beneficiou a comunidade de Valparaíso transformando o local que era reduto de viciados em craque e ambiente perigoso, em hoje sua sede local onde a comunidade tem um espaço de lan house, estudo e fomenta projetos sociais.

Maquete do Congresso Nacional criada com a impressora 3D: também o seu plástico é produzido a partir de lixo eletrônico reciclável de monitores

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Depósito de lixo eletrônico para reciclagem da ONG Programando o Futuro

Consciência sustentável O trabalho da ONG se estende também a outros tipos de equipamentos, como: máquinas de fliperama, óculos 3D além de montar novos notebooks, computadores e pendrives. Ela vive da venda de algumas peças para empresas e segundo um de seus fundadores, Vilmar Nascimento, tem uma ideologia totalmente voltada para o equilíbrio sustentável e de preservação do meio ambiente “Além de termos a metodologia de separação do lixo eletroeletrônico, vendemos os resíduos para as empresas. Por exemplo: placas, mas só vendemos para quem tem licença ambiental e certificado internacional de destinação, então de vinte empresas que querem, nós só vendemos para duas. Preocupação com a parte ambiental e

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sustentável é nossa prioridade.” afirma Vilmar. Essa preocupação difunde-se na atualidade por todo o planeta, com o imen-

Preocupação com a p ­ arte ­ ambiental e ­sustentável é nossa ­ prioridade. Vilmar Nascimento Diretor da ONG

so número de lixo eletroeletrônico que empresas e pessoas despejam por dia, torna-se prioridade de que forma se descartará esse lixo. Segundo o professor do Instituto de Química da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Júlio Carlos Afonso, além de metais valiosos existentes nesse lixo, há também muitos componentes tóxicos, o que torna este resíduo perigoso e não biodegradável na natureza. “O primeiro impacto do lixo eletroeletrônico não é o descarte do mesmo, mas sim a sua produção, a qual consome de forma desproporcional recursos naturais não renováveis” diz professor Júlio. Os danos à natureza e ao ser humano são imensos. As partes tóxicas podem ser encontradas em vários componentes dos computadores, como: chumbo, cádmio e outros metais no monitor; lítio, manganês, mercúrio e chumbo nas pilhas e baterias e também metais nobres como nas placas de circuito impresso: cromo, níquel, prata, ouro, berílio.

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Máquina de fliperama construída por professor e alunos de robótica

Esses metais podem provocar as seguintes doenças: o chumbo causa danos ao sistema nervoso e sanguíneo; o mercúrio danos cerebrais e ao fígado; o cádmio envenenamento, danos aos ossos, rins e pulmões; arsênico, doenças de pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar câncer no pulmão e o berílio câncer no pulmão. Os retardantes de chamas (BRT) causam desordens hormonais, nervosas e reprodutivas e o PVC, se queimado e inalado, pode causar problemas respiratórios, segundo os dados do Greepeace e eWaste Guide.

Para uma boa reciclagem é preciso:

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Tecnologia Governo A Lei n° 12.305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, já é uma forte ferramenta contra o descaso para o perigo do descarte do lixo eletrônico. Ela coloca a responsabilidade daqueles que produzem tal lixo pondo em risco à natureza e a saúde humana. A analista ambiental da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Marília Moreira Viotti relata que um dos maiores problemas atuais é o manejo despreparado e errado para o lixo eletrônico. Várias ONGs de reciclagem e coletas de lixo, os lixões, e até mesmo os aterros recebem uma quan-

Marília Viotti, analista ambiental

tidade muito volumosa que além de poluírem o ambiente significam um grande desperdício de metais nobres como ouro e prata por

exemplo. “O problema de você não fazer o gerenciamento correto do material é que primeiro você está desperdiçando dinheiro e por outro lado tem elementos perigosos como retardantes de chamas que em combustão são neurotóxicos, assim como os que têm cloro são altamente cancerígenos quando também são queimados”, declara Marília. Diante de uma situação tão complexa como esta, a ONG Programando o Futuro dá o exemplo do manuseio correto e reciclagem para este tipo de lixo, transformando-os em novos aparelhos com tecnologia de ponta.

13 pontos de coleta de lixo eletrônico no DF Asa Sul Avenida das Nações, wpróximo à CAESB (61) 3213-0193 Asa Norte SGAIN QD 05, Lote 23 (61) 3213-0194 Gama Avenida Contorno, Área Especial Lote 1/2 – Setor Norte (61) 3556-1442

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nº 3, Lotes 4 a 6 (61) 3591-6723 Brazlândia Área Especial nº 2, Lotes I,J,K,L – Setor Norte (61) 3391-1206 Ceilândia QNN 29, Módulos G a K, Área Especial – Ceilândia Norte (61) 3585-2711

Taguatinga QNG 47, Área Especial nº 9 – Taguatinga Norte (61) 3354-3140

Samambaia Área Especial S/N QS 302 – Centro Urbano – Samambaia Sul (61) 3358-2414

Sobradinho Área Especial para Indústria

Paranoá e Itapoã Quadra 05, Área Especial

“D”,Lotes 1 e 2 (61) 3369-4595 São Sebastião Quadra 305, Conjunto 14 – Área Especial (61) 3335-9038 Planaltina Área Especial Norte, Lotes 11 e 12 (61) 3389-1018 Recanto das Emas Avenida Vargem da Benção, Chácara nº 3 (61) 3333-3733 Santa Maria QR 409 Bloco “A” Área Especial 1– Santa Maria Sul (61) 3392-1298

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