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108 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Eficiência e segurança

produtividade O uso do cobre na indústria pode ser uma saída para enfrentar a crise

educação e tecnologia

A Fatec forma profissionais com foco em inovação

Fotos AB Sandvik Coromant

Tecnologia da Sandvik Coromant garante benefícios para o torneamento automotivo

conhecendo um pouco mais

A tecnologia dos carros autônomos está chegando às ruas


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sumário

edição 108 • dezembro/2015

4

produtividade

10

Conheça as indústrias que economizam eletricidade com uso de cobre

14

negócios da indústria 1

26

negócios da indústria 2

É hora de usar as competências para fazer a diferença. Não só na crise

soluções de usinagem

Nova geração de classes de pastilhas com cobertura Inveio aumenta produtividade e vida útil da ferramenta

16

entrevista

expediente:

Especialista em Direito Digital fala sobre boas práticas na internet

20 28

educação e tecnologia

O trabalho da Fatec Itaquera de formar profissionais para a indústria 4.0

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas no banco de imagem Shutterstock.

Fabio Ferracioli (Events Manager, Sandvik Coromant) é responsável pela publicação da revista “O Mundo da Usinagem”

Edição: Alfredo Ogawa (Kreab) e Vera Natale (Sandvik Coromant); revisão: Luiz Carlos Oliveira (Kreab) Colaboraram nesta edição: Inês Pereira (coordenação editorial e reportagem); Samuel Cabral (edição de arte)

Jornalista responsável: Alfredo Ogawa - MTB 17077/SP Tiragem: 7.000 exemplares; Impressão: Pigma Gráfica Editora Ltda.

dezembro.2015/108

Pesquisa aponta o que o profissional brasileiro espera do seu líder

Acompanhe a REVISTA O MUNDO DA USINAGEM digital em: www.omundodausinagem.com.br Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500

conhecendo um pouco mais

A tecnologia dos carros autônomos promete aumentar a segurança no trânsito

34

negócios da indústria 3

36

nossa parcela de responsabilidade

A importância do fator ética para a sobrevivência do negócio

A mensagem de Eduardo Martin, presidente da Sandvik Coromant para as Américas o mundo da usinagem

3


soluções de usinagem

Vantagem competitiva no torneamento automotivo Eficiência e segurança são fatores-chave para otimizar produtividade e reduzir custos. Com novas tecnologias, podem ser facilmente alcançadas

Por Christer Richt, editor técnico Sandvik Coromant Suécia Traduzido e adaptado por Vera Natale, editora OMU

O

torneamento de peças de

com ferramentas e utilização in-

vas é extremamente exi-

mas das consequências de falta de

transmissão automoti-

gente e competitivo, sobretudo quanto a qualidade e prazos de entrega. Eixos, engrenagens, bu-

chas, anéis, pinhões e mancais estão entre as peças mais usina-

das nesse setor e em diferentes materiais, o que demanda diferentes tempos de corte.

Uma prioridade hoje em dia

para a otimização do tempo de corte é maximizar a segurança do

processo. Paradas de produção, refugo de peças, quebras, baixa

eficiência, custos desnecessários 4

o mundo da usinagem

satisfatória da máquina são algu-

segurança durante o processo de torneamento. Mas há soluções. As atuais operações de torneamento

de aços estão passando por melhorias fundamentais que não apenas melhoram a produtivida-

de, bem como asseguram confiabilidade. Há novos materiais de

ferramentas e novas ferramentas que aumentam a eficiência e a segurança do processo.

Por exemplo, na produção

de eixos de aço, com pastilhas

DNMG, na geometria PM, velodezembro.2015/108


Fotos AB Sandvik Coromant

A nova geração de classes com cobertura GC4325 e GC4315 para torneamento de aços proporciona aumento médio da produtividade superior a 30%

dezembro.2015/108

o mundo da usinagem

5


soluções de usinagem cidade de corte de 300 m/min, avanço de 0,35 mm e profundidade de corte de 0,5 mm, a vida útil foi limitada a 30 minutos resultando em 115 peças.

produtividade das máquinas de maneira significativa.

Avançada cobertura A cobertura de uma pastilha

pastilha mecanicamente mais ro-

busta. Hoje, a sétima geração de pastilhas para torneamento de aços, na abrangente área P25, se

tornou referência quando o as-

O uso da avançada geração de

intercambiável hoje é parte inte-

cente tecnologia de cobertura In-

Ela é aplicada para aumentar e

proteção e de material resistente

resistência ao desgaste ao mesmo

posição química de vapor (CVD

classes P25, baseada na mais reveio, com os mesmos dados de corte aumentou a vida útil para

40 minutos, com produção de 154 peças, o que representou um au-

mento direto de 33%. A segurança da aresta e o menor tempo de

máquinas paradas significou um grande passo para um processo

mais eficiente e sem mudanças in-

vasivas. A economia da vida útil da ferramenta também refletiu na

grante do material da ferramenta.

garantir o tipo mais adequado de

tempo em que mantém a robustez da pastilha. A princípio, isso significa acrescentar uma cobertura

multicamadas apropriada para o substrato da pastilha, o que au-

menta a durabilidade de maneira

sunto é produtividade.

A aplicação de camadas de

ao desgaste é realizada por de- chemical vapour deposition), hoje

considerado um processo otimizado de alta tecnologia que agrega maior eficiência para a produção em massa de pastilhas.

Ele envolve basicamente re-

considerável, além de proporcio-

ações químicas entre gases que

de corte mais elevados para uma

formar a cobertura sólida no

nar potencial para uso de dados

estão sendo convertidos para

O tempo em corte é o único tempo que pode agregar valor na usinagem. E esse é o caso na maioria das operações de manufatura envolvendo grandes volumes de peças como na usinagem de peças de transmissão na indústria automotiva

6

o mundo da usinagem

dezembro.2015/108


substrato. Moléculas gasosas re-

agem umas com as outras sob a influência de certos parâmetros

A inovadora tecnologia de classes de pastilhas com cobertura Inveio, como a GC4325, tem gerado resultados muito positivos

do processo, o que determina como a cobertura deve ser depo-

sitada. Os principais parâmetros

são: temperatura, pressão, tipos de gases e quantidade relativa de cada um, juntamente com a

superfície em que a cobertura é depositada.

O principal e já consagrado

material usado nesse processo é alumina (óxido de alumínio, Al2O3). Por ser um material duro

e altamente resistente ao desgas-

te, é ideal para pastilhas de metal

duro. O fato de ser relativamente quebradiço não representa ne-

cie uniforme na face de saída da

nhum problema para cobertura.

Cristais unidirecionais

gado, até certo ponto, em pasti-

ta de cristais, praticamente do

cações, tendo um excelente efeito

do aplicada de modo convencio-

tabilidade química, na medida

orientação desses cristais tem

com materiais metálicos.

priedade de cobertura e resistên-

calor excessivo se dissipe para

propriedades físicas dependem

possibilitando o uso de altas ve-

trolar a orientação de cada cristal

de sua vida útil. Ideal para tor-

da, pode-se obter uma cobertura

refrigeração. A alumina também

A inovação na orientação dos

em duas classes muito apropria-

reações químicas entre o substra-

médio de uma nova tecnologia

torneamento de peças automoti-

peça. Por todas essas razões, ela

cesso CVD, chamada Inveio, em

uma pastilha.

alumina formam uma superfí-

Esse material também é empre-

A cobertura de alumina é fei-

lhas de cerâmica, em certas apli-

tamanho de um mícron, e quan-

de isolamento térmico e alta es-

nal cresce em várias direções. A

em que não reage imediatamente

um efeito considerável na pro-

A cobertura previne que o

cia da pastilha, uma vez que as

dentro do substrato da pastilha,

da orientação cristalina. Ao con-

locidades de corte e o aumento

na cobertura na direção deseja-

neamento de aços, com ou sem

com propriedades uniformes.

funciona como uma barreira às

cristais foi alcançada por inter-

to de metal duro e o material da

de cobertura pelo otimizado pro-

é ideal como segunda camada de

que os cristais unidirecionais de

dezembro.2015/108

pastilha intercambiável. A orientação colunar e unidirecional dos

cristais resultam em uma super-

fície completamente nova. Essa nova superfície tem um melhor

efeito de distribuição do calor gerado durante a usinagem, espalhando-o em uma grande área e

assim criando um efeito de redução de temperatura que, por sua

vez, minimiza as craterizações: as trincas tendem a se espalhar

ao redor da superfície, resultando em menos danos à pastilha.

Essa nova tecnologia resultou

das para otimizar ainda mais o vas em aço. Uma classe tem uma

ampla aplicação para a área P25,

e outra excelente desempenho para a área P15.

o mundo da usinagem

7


soluções de usinagem Classes com cobertura Inveio A classe P25 é a primeira op-

ção de classe para muitas opera-

ções de torneamento em diversos

de e a segurança da ferramenta,

cessos de produção, no entanto

ca e química.

vale a pena se a meta for melho-

graças à maior resistência térmi-

Um exemplo de aplicação

tipos de aço, em várias condi-

bem-sucedido envolveu um eixo

segurança da aresta. Escolher a

dureza de 200 HB. A nova classe

ções, com ótimo desempenho e pastilha certa, que tem sempre a

mesma vida útil em praticamente quase todos os tipos de aço, se tornou fácil e menos arriscado.

Um exemplo típico de aplica-

ção da nova classe P25 é o torneamento de um eixo de transmis-

são, que pode ser realizado com tempo em corte até 20 segundos,

P15 usinou 75% mais que a classe

nas áreas de aplicação ISO P25

P25 anteriormente utilizada, e o

tempo em corte foi de pouco mais

de um minuto. Novamente, obtiveram-se melhores resultados: maior velocidade de corte (420

m/min) e maior vida útil, o que impulsionou a produtividade.

maior segurança da aresta nor-

mais curtos, combinados com se-

bem mais longa, comparada às

longa podem ser obtidos com o

pastilhas com cobertura usadas até o momento. A classe também

tem potencial para funcionar bem com velocidades mais altas, resultando em melhor eficiência.

A classe P15 é capaz de usinar

com velocidades de corte mais elevadas e resistir a longos tem-

A nova cobertura Inveio de

alta tecnologia usada nas clas-

Benefícios da alta tecnologia

malmente proporciona vida útil

ria contínua nos processos.

de aço, forjado a frio com uma

em aços baixa-liga, com veloci-

dade de corte de 250 m/min. A

o custo-benefício normalmente

Tempos de corte cada vez

gurança do processo e vida útil

uso de ferramentas com novas tecnologias e acabam proporcio-

ses para torneamento de aços

e P15 representa uma inovação em termos de revestimento de pastilhas e também uma enor-

me melhoria para a segurança

da aresta, em virtude da melhor

formação dos grãos da cobertura e também do seguinte: • substrato mais robusto e mais balenceado;

• novos processos de tratamento da aresta e controle;

• maior desenvolvimento

dos processos de pós-tratamento da cobertura.

Há também obtenção de me-

nando melhorias para o todo o

lhor segurança do processo du-

tecnologia certamente envolve

dades de aplicação mais amplas,

processo. Mudar para uma nova custos iniciais de investimento para implementação nos pro-

rante toda a vida útil, possibilibem como potencial para uso de

velocidades de corte mais ele-

pos em corte, inclusive em aços mais duros. Essa nova geração de classes resiste melhor ao efeito das temperaturas mais altas

gerando resultados e desempenho altamente previsíveis. Ocorrências de deformação plástica,

desgaste que normalmente surge com altas temperaturas e não

pode ser controlado, são elimina-

das. A aplicação correta da nova classe P15 pode aumentar de

modo significativo a durabilida8

o mundo da usinagem

A nova geração de classes GC4315 resiste a temperaturas mais altas e proporciona resultados e desempenho altamente previsíveis, além de aumento da durabilidade e segurança

dezembro.2015/108


vadas. A qualidade da aresta da pastilha determina tanto a qua-

lidade do componente usinado, quanto a taxa de quebra. Nesse

caso a aresta é muito mais resiliente, o que propicia melhor

previsibilidade e resultados mui-

to positivos no torneamento de peças em aços e em grandes vo-

lumes. Além disso, com a intro-

dução dessas duas novas classes os resultados da aplicação provaram ser os melhores já vistos,

comparados às introduções an-

teriormente realizadas nas duas últimas décadas

As novas pastilhas intercambiáveis com cobertura Inveio para torneamento de aços tornaram disponíveis o uso de dados de corte mais elevados, resultando em vida útil mais longa

Essas duas classes de pasti-

A constante atualização nessa

ção se tornaram o carro-chefe no

classes de pastilhas para as áreas

lhas de metal duro da nova gera-

torneamento automotivo, espe-

cialmente no torneamento verde (de materiais não tratados), im-

pulsionando a eficiência a patamares mais elevados.

“A tecnologia de pastilhas e

os processos de fabricação ino-

vadores estão fornecendo novas soluções para o setor automotivo.

Essas classes de pastilhas para

área — com a nova geração de

torneamento de aços também po-

ISO P15 e P25 — estão levando a

não só na usinagem de peças de

produtividade a uma média de aumento superior a 30%, além

de proporcionar um processo de

usinagem mais seguro , mais estável e com maior previsibilidade da vida da ferramenta”, declara Domenico Landi, supervisor técnico da Sandvik Coromant.

dem ser aplicadas com sucesso

transmissões, mas também em outras peças automotivas e nos

demais segmentos da indústria.

“Cerca de 70% dos nossos clientes já estão utilizando essas novas

classes e conseguiram aumentar a eficiência do processo“, comemora Landi.

Escolha produtiva Geometria

ap

vc

fn

Vida útil

Nº de peças

DNMG P25

Anterior

0,5 mm

300m/min

0,35 mm/rot

30 min

115 pçs

DNMG GC4325

PM

0,5 mm

300m/min

0,35 mm/rot

40 min

154 pçs

dezembro.2015/108

o mundo da usinagem

9


produtividade

As boas novas Na atual crise do país, uso do metal por indústrias reduz custo energético em cerca de 40% Por Equipe Procobre Edição: Inês Pereira

A

té 2018, a indústria prevê

aumento de 47% no custo com eletricidade. Cerca de

20 milhões. Somente em 2015, serão

R$ 5,5 bilhões a mais na conta. Divulgado recentemente pela Asso-

ciação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e

de Consumidores Livres (Abrace), o levantamento preocupa. Uma

situação que tem levado diversos

setores da indústria a pesquisar alternativas aos modelos tradicionais. A busca pela eficiência ener-

gética tornou-se questão essencial, desde a planta das empresas até

os processos industriais. Com esse foco, cresce o grupo de gestores

que investem em motores, sistemas elétricos e geradores que utilizam

uma porcentagem elevada de cobre

em sua composição. Tem sido uma estratégia que aponta o metal como

uma das saídas para as indústrias nessa atual crise.

Há diversas oportunidades nas

quais o cobre contribui para ajudar

a melhorar a eficiência energética

no país, e é um grande aliado na re10

o mundo da usinagem

dezembro.2015/108


do cobre dução de energia. “O cobre é utili-

bre os atributos técnicos, científi-

por propulsores de alta eficiência,

de condução de energia elétrica.

processos e produtos tecnológi-

(veja Quadro à pág. 13) “Por con-

zado em quase todas as aplicações Por isso, ele acaba sendo um componente essencial para produtos e

sistemas elétricos, desde fios, cabos

e motores, até mesmo geradores e transformadores de equipamentos de proteção”, afirma Milena Gui-

cos, gerar pesquisas, desenvolver cos, bem como novos usos para o metal e, sobretudo, posicioná-lo

como material capaz de atender

às preocupações do desenvolvimento sustentável.

O Procobre reconhece no pro-

nos quais o cobre está presente.

tar com cerca de 20% a mais de

cobre, a temperatura de operação é menor e, com isso, há uma redu-

ção das perdas”, comenta o gestor do Programa de Energia Sustentável no Brasil e América Latina,

rao, gerente de Comunicação para

grama da Celesc um modelo a ser

Copper Association (ICA), uma

tribuidoras de energia no Brasil

pelo Instituto Conference Board,

Celesc assinou contratos de finan-

países, manteve o Brasil entre os

a América Latina da International organização mundial de promoção do cobre, que atua em quase 60

países. “Veja o caso das empresas da Indústria + Eficiente. Passaram a executar o mesmo trabalho, mas

gastando menos energia. Isso é bom para a empresa e bom para

o país”, destaca. O programa criado pela Centrais Elétricas de Santa

Catarina (Celesc), Indústria + Efi-

ciente, visa a selecionar e financiar, a juro zero, projetos de eficiência energética (PEE) em instalações

industriais com o objetivo de renovar o parque fabril catarinense

e reduzir custos das indústrias da região com energia elétrica.

No Brasil, o Instituto Brasileiro

do Cobre (Procobre), que faz par-

te da ICA, tem a missão de gerar demandas para os produtos de

cobre, difundir informações sodezembro.2015/108

seguido por concessionárias e dise na América Latina. Em 2012, a

ciamento a custo zero com três

empresas – Tigre, Sadia e Tupy – para execução de cinco projetos que, em linhas gerais, substituíam

os motores de baixo rendimento

Glycon Garcia.

O último estudo divulgado

a partir de levantamento em 122 menos produtivos, ocupando o

77º lugar no ranking mundial. Fatores como burocracia, baixa

escolaridade, taxas de juros jus-

tificam a performance, somados

Investimento promissor Veja as principais vantagens do cobre: • Ótimo condutor térmico e

de eletricidade, com baixos índices de perdas;

• O alto desempenho reduz o

consumo de energia e reduz

a emissão de gases poluentes na atmosfera;

• É resistente à corrosão e deformação;

• Facilidade de ser trabalhado;

• Aplicação versátil — com-

ponentes elétricos, indústria automotiva, arquitetura,

produtos eletroeletrônicos, informática, entre outros;

• É reciclável, e a reutilização não implica em perda de desempenho;

• Sua vida útil pode ultrapassar 100 anos.

o mundo da usinagem

11


produtividade

Empresasreferência

12

a infraestrutura ultrapassada e

alto custo produtivo. Para estes

dois últimos fatores, a indústria

felizmente, a indústria brasileira ainda utiliza pouco esse recurso.”

de porcelanas Oxford, de Santa

Vantagens preciosas

de motores e automação

importantes para melhorar a efi-

boas práticas para sistemas eletro-

de refrigeração da injeção e

bricação dos 34 milhões de peças

reduzir em torno de 10% o consu-

potência de 7,5cv a 400cv, a

O processo foi acompanhado

• Tigre: Com a substituição

Catarina, investiu em mudanças

nas aplicações do sistema

ciência e diminuir o custo de fa-

extrusão, com variações de

que produz anualmente.

empresa atingiu uma eco-

pelo Procobre e teve como base a

ano, equivalente a 11,17%

dos na moagem de materiais. Os

• BRF Brasil (Sadia):

substituíram os equipamentos an-

total de energia de 8.710,06

em sua composição, o que permi-

um mês de produção na

no gasto energético para essa eta-

Só nesta planta, o consumo

ano passou de R$ 69.724,80 para

o que gerou uma economia

cientes, esses motores permitiram

ano. A planta tem capaci-

lho passassem de 8 horas para 7

toneladas de frangos, peru

foi perceptível no custo de manu-

60 mil toneladas de ração;

diminuiu 42%.

consumidoras de energia

nomizar custos parece algo bási-

na, a Tupy, atualizou o

na prática, isso requer investi-

tempo, passou a economi-

entre outras estratégias,” afirma

papel de destaque também nos

equivalente ao consumo de

Antônio Maschietto Jr. “Algumas

desenvolver aviões, automóveis,

residências no mesmo perí-

como solução para atingir esses

a planta de Joinville, SC.

diz respeito à gestão de ativos,

Se todos os países adotassem

motrizes, até 2030 seria possível

mo mundial de eletricidade, o que corresponderia entre 2 mil e 3 mil

terawatts/hora. Uma economia

nomia de 5.284,98 MWh/

troca dos motores elétricos utiliza-

do seu consumo anual;

motores de alto rendimento, que

alcançou uma redução

tigos, utilizam 20% mais de cobre

dúvida, está entre as boas práticas.

MWh/ano, equivalente a

tiu uma economia de cerca de 40%

portar a corrente elétrica ajuda a

unidade de Chapecó, SC.

pa produtiva — o custo em Kwh/

diário foi reduzido em 10%,

R$ 40.143,60. Por serem mais efi-

de mais de R$500 mil ao

também que as jornadas de traba-

energia com qualidade, apresen-

dade instalada de 20 mil

horas. O impacto positivo também

apresenta grande resistência à de-

e industrializados, além de

tenção e na emissão de CO2, que

• Tupy: Umas das maiores

“Ganhar em eficiência e eco-

elétrica de Santa Catari-

co para qualquer indústria. Mas,

parque fabril e, ao mesmo

mento em tecnologia, processos,

zar 10.641,83 MWh/ano,

o diretor executivo do Procobre,

aproximadamente 4,3 mil

indústrias têm utilizado o cobre

odo. Os dois projetos para

objetivos. Suas vantagens, no que

o mundo da usinagem

são bastante importantes, mas, in-

gigantesca que se estenderia para

o meio ambiente, já que haveria

redução de 1,3 a 1,8 bilhão de toneladas de CO2. O uso do cobre, sem

Sua excelente capacidade de trans-

reduzir o consumo de energia, melhorando o desempenho de equipamentos e reduzindo as emissões de gases tóxicos para o ambiente.

O metal é capaz de transmitir

tando baixo índice de perdas. Ele formação e à corrosão, aumentando a vida útil e a segurança dos

produtos aplicados nas instala-

ções elétricas. É um componente essencial em fios, cabos e motores,

até geradores, transformadores e equipamentos de proteção.

O cobre e suas ligas exercem

meios de transporte ajudando a

ônibus, caminhões, trens e navios. Entre as novas tecnologias

de transporte, destacam-se os veículos elétricos e híbridos, que são mais eficientes e poluem me-

dezembro.2015/108


nos o ar. Os carros híbridos usam

Outros ganhos e usos

baterias, cabeamento, motores e

cobre é usado em vários produ-

Na questão das energias reno-

Entre as vantagens mais impor-

até 33 kg de cobre inseridos em outros componentes.

váveis, o minério também marca

presença por ser um dos melhores condutores de eletricidade. Está em vários equipamentos utiliza-

dos na instalação de geração elétrica limpa, como sistemas de aterra-

mento, equipamentos de proteção,

fios e cabos, motores, geradores, transformadores e componentes

elétricos e eletrônicos. Exemplos da aplicação do cobre estão no

funcionamento das turbinas eólicas (2MW) que utilizam entre 5 e

12 toneladas do metal. Na energia fotovoltaica, uma instalação do-

méstica de 2,5kW, por exemplo, pode consumir até 12kg de cobre.

A possibilidade de reciclagem

é outra característica que faz do

cobre um metal ideal para redu-

zir custos. Ele é um dos poucos materiais que podem ser reciclados e reutilizados sem nenhuma

perda de desempenho. Também

não há diferença na qualidade do

cobre reciclado, conhecido como secundário, daquele proveniente

de mineração. A reciclagem do cobre é uma forma ecoeficien-

te de trazer um material valioso

de volta à economia. O processo requer até 85% menos energia

que a produção primária. Isso representa mundialmente uma

economia anual de 100 milhões de MWh de energia elétrica e 40 milhões de toneladas de CO2. dezembro.2015/108

Puro ou na forma de ligas, o

tos que melhoram a nossa vida. tantes para tantas aplicações estão a alta condutividade térmica,

a resistência à corrosão, a eficácia antimicrobiana, a facilidade

de fabricação, a versatilidade de

O cobre é fundamental para

formar ligas e sua aparência es-

o desenvolvimento tecnológico

uma das áreas em que essa uti-

dades melhoram a eficiência dos

tética agradável. A arquitetura é lização tem grande sucesso. Por

suas diversas qualidades, pode ser empregado nas áreas inter-

nas e externas dos edifícios. Uma vantagem importante é a facili-

dade de ser trabalhado — tanto na fabricação quanto na instala-

ção das peças. Sua versatilidade

e maleabilidade possibilitam que seja usado na produção de mate-

riais como telhas, placas, lâminas e também em elementos decora-

tivos. Por ter vida útil que pode ultrapassar os 100 anos, o cobre é indicado na fabricação de telha-

dos, cúpulas, calhas de chuva e revestimentos de fachadas.

em diversas áreas. Suas proprieprodutos, contribuem para a mi-

niaturização das peças e abrem

caminho para novos processos e tecnologias. O metal está presente na maioria dos equipamentos

eletroeletrônicos que usamos em nosso dia a dia, como os compu-

tadores, Smart TVs e smartphones. Sua excelente capacidade na

transmissão de sinais faz com que os cabos de cobre sejam os mais

utilizados nas redes de informá-

tica. Cabeamentos de cobre têm ótimo desempenho na transferência de dados, o que o torna muito

usado em serviços de telefonia, internet e televisão digital.

Números do cobre Com base nos estoques globais de cobre e no modelo de fluxos (re-

centemente desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer), estima-se que: dois terços dos 550 milhões de toneladas de cobre produzidos desde 1900 ainda estão em uso produtivo. Aproximadamente 70% são utilizados em aplicações elétricas; cerca de 55% são

aplicados em construções; 15% em infraestrutura, 10% na indústria, 10% em transporte e 10% na fabricação de equipamentos. Fonte: Procobre

o mundo da usinagem

13


negócios da indústria 1

De volta à prancheta Deixar que as competências sejam acionadas apenas para superar momentos de crise não nos tornará grandes Por Felipe Madeira*

P

recisamos enriquecer nos-

uma ou mais alternativas para

perto de nossas fronteiras. Se não

Muitos de nós vivemos o

bre as opções que esquecem de

nos ultrapassar. Rockwell e o Ins-

sa conversa sobre o futuro.

atual momento em modo de sobrevivência. Esperamos a fase

complicada passar e nos preparamos para a eventual necessidade de perder, mesmo que seja

um pouco. Dessa forma, estamos adiando uma passagem obrigató-

ria pelo planejamento sustentável. Esse posicionamento, ainda

que compreensível, na melhor das hipóteses nos fará passar pela

crise e seguir na recuperação pós-problema. Não seria hora de pensar se isso não é pouco?

A política e a economia de nos-

so país sempre nos mostraram que são boa ajuda na formação de

que possam ampliar a visão soanalisar e desenvolver. Portanto,

convoco a todos para mais um debate, um fórum de conversas e explanações, do qual sairemos

com um objetivo mais nobre. Acreditamos que escrever o futuro não é apenas mais uma função

da estratégia empresarial da indústria brasileira. O momento de

hoje nos pede para ver esse tema

turbulentas? Vamos girar em cír-

culos, e nosso crescimento como nação será posto de lado?

importante nos cenários doméstico e internacional, deve obrigatoriamente se reinventar.

Mostrar nossas competências,

para não perder mais essa novidade que pode muito bem ser transformada em oportunidade.

Temos a chance de buscar

para que exista uma luz à frente sário, mais uma vez, pelo crivo da inovação. Divulgação

do. Cada vez mais, operar no mer-

cado de manufatura brasileiro é um desafio para grandes. E temos condições de ser grandes.

Precisamos rever o atual e ba-

medíocre devem ainda buscar

Indústria 4.0, que está chegando

o mundo da usinagem

como capacitar nossas empresas

merecido, mas deve ser conquista-

dalado conceito que determina

14

da manufatura e, principalmente,

de crises, como também em fazer a

Todos os que se incomodam

com essa constatação de destino

dos entre si nesse novo ambiente

e repensar tudo o que for neces-

diferença é preciso. Nosso lugar é

petências para nos virar em águas

tos estarão integrados e conecta-

dade industrial, para manter-se

lidade. Sabemos que nossa ativi-

grandes problemas. Mas será que

para o futuro somente mais com-

mostraram como os equipamen-

ideias e soluções, sonhar e lutar

mas não somente em nos recuperar

é esse nosso destino? Deixaremos

tituto Avançado de Robótica nos

como uma questão de sustentabi-

gerentes, empresários e empre-

endedores capazes de enfrentar

estivermos antenados, alguém vai

a nova revolução industrial, a

* Felipe Madeira é engenheiro e chairperson do 12.º Simpósio SAE Brasil de Tendências. dezembro.2015/108



entrevista

Por um ambiente

propício e seguro

Divulgação

A advogada Patrícia Peck Pinheiro aponta o que gestores precisam saber para conduzir os negócios com correção e segurança no território virtual Por Inês Pereira

Q

uando se trata de Direito Digital, a advogada

Patrícia Peck Pinheiro é uma desbravadora. Seu trabalho de pesquisa nessa área que ainda

guarda muitos aspectos desconhecidos compreende 16 obras. Formada pela Universidade de São Paulo, a dra. Peck dissemina conhecimento por meio da empresa de

cursos e treinamentos que leva o seu nome. No dia a dia, comanda o escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados e o Instituto iStart de Ética Digital, que conduz

o Movimento Família mais Segura na Internet. Nessa

entrevista, ela fala sobre aspectos legais na internet, segurança e boas práticas. 16

o mundo da usinagem

A Profa. Dra. Peck dá palestras em todo o país e desenvolve cursos em diversas áreas do Direito Digital dezembro.2015/108


OMU: No ambiente corporativo, a discussão sobre in-

(para definir o local do contrato), autenticação digital

importância de se implementar um Termo de Uso e uma

login e senha, assinatura digital da ICP-Brasil à bio-

ternet avançou muito desde a última década. Qual é a

Política de Privacidade e o que deve constar de principal nestes documentos para proteção da empresa?

como prova de autoria (da assinatura eletrônica com

métrica) e até permitindo execução de título digital. Isso tudo gera maior preocupação com segurança da

PECK - Esses documentos são essenciais para a pro-

informação, visto que os dados viraram a moeda de

ou serviço, ou que coleta dados através de interfaces

gerar um vazamento, permitir que uma pessoa se

trazem as condições de navegação pelo portal, o que

fraude eletrônica, bem como gerar uma grande inse-

teção jurídica da empresa que fornece um produto

troca da Sociedade Digital. A falta de cuidado pode

digitais. Por exemplo, em um site, os Termos de Uso

passe por outra ao contratar, aumentando riscos de

pode e o que não pode ser feito pelo usuário naquele

gurança jurídica. E isso não é bom para os negócios.

moderadas ou excluídas pelo administrador do por-

OMU: O que se tornou relevante nos negócios de

portal, entre outros. Já a Política de Privacidade é um

rem observados?

ários serão capturados, armazenados e usados pelo

análise técnica-jurídica sobre eventuais efeitos ou me-

leta e armazenagem dos dados, bem como os prazos

indisponibilidade de acesso aos dados. Por isso, é ne-

dos dados dos visitantes, por exemplo, responder a

de forma objetiva os níveis de serviço e atendimento,

ambiente, quais condutas dos visitantes podem ser tal, limites de responsabilidade do proprietário do

cloud computing? Quais os principais pontos a se-

documento que estabelece como os dados dos usu-

PECK - Todo contrato de cloud computing exige uma

proprietário do portal. Deve conter a maneira de co-

didas previstas quanto ao apagão digital, que seria a

pelos quais serão guardados e a finalidade da coleta

cessário ter um clausulado bem blindado, que preveja

eventuais dúvidas e solicitações do usuário.

a redundância, o backup, além de considerar questões

OMU: Do ponto de vista jurídico, o que mudou nos

tipo de minuta pode ser multiterritorial e, por isso, es-

PECK - Podemos dizer que inicialmente houve ape-

Por último, deve-se verificar como está a previsão de

era papel, passou a ser o digital. Mas além da mu-

fornecedor for de fora do Brasil, pois recairia imposto

contratos firmados pelo meio eletrônico?

de autenticação forte e segurança da informação. Este

tar sujeito a vários ordenamentos jurídicos distintos.

nas uma mudança do tipo de suporte que, se antes

recolhimento de impostos, especialmente quando o

dança tecnológica, já temos nos deparado com novos

de importação de serviços.

do no formato de contratos intersistêmicos (entre

OMU: A era digital abre um leque imenso de possi-

RAR”, ou com o controle de estoque via código de

o e-commerce, os aplicativos (apps). Como criar a

mercadoria para o fornecedor. E a “Internet das Coi-

PECK - Todos precisam ser vistos com atenção. Para

primeira fase, em que a contratação eletrônica foi

cativos, temos como legislações aplicáveis em vigor

manifestação de vontade e de fixação do teor com-

Lei nº. 9.610 de 1998 (Lei de Direitos Autorais). A lei

uma nova categoria de contratos, com testemunhas

gráfica, e os bancos de dados. Apesar da proteção

tipos de contratações eletrônicas que estão avançan-

máquinas), como ocorre com o sistema do “SEM PA-

bilidades para o mercado, como o e-procurement,

barras na frente de loja, que já solicita reposição da

proteção legal mais adequada?

sas” tende a fazer isso aumentar. Passamos por uma

citar um exemplo, no caso da proteção legal dos apli-

caracterizada apenas por uma mudança do meio de

no Brasil a Lei nº 9.609 de 1998, (Lei do Software) e a

binado entre as partes. E chegamos à outra fase —

protege o nome (marca), o código fonte, a interface

máquinas, com uso de recursos de geolocalização

dos direitos autorais existir independentemente de

dezembro.2015/108

o mundo da usinagem

17


entrevista registro, este tem sido fundamental quando há ques-

dagem e fornecimento de serviço de cloud computing,

ro o que). É sempre bom ter um contrato detalhado

de recursos de Tecnologia de Informação e Comunica-

tionamento sobre anterioridade (quem criou primei-

com o desenvolvedor e com cláusula de cessão de direitos para o contratante, deixando claro se foi por “encomenda”. Lembrando,

toda a administração pública no tocante a contratação

ção (TIC) e, é claro, o próprio Judiciário. Os contratos

digitais chamados Termo de Uso de Serviços passam a ter uma nova redação no to-

ainda, que todo aplicativo tem que

cante a hipóteses de remoção de con-

ter um Termo de Uso e uma Política de Privacidade, conforme exigência da Lei do Marco Civil da Internet.

OMU: O que uma empresa

precisa considerar com relação à legislação para que a implementação do Big Data possa, de fato, agregar valor ao negócio?

teúdo, obrigação de garantir o di-

Os dados viraram a moeda de troca da Sociedade Digital. E a falta de cuidado não é bom para os negócios

PECK - O principal ponto de atenção

está relacionado ao compliance, a atender a

reito de ampla defesa, dever de eleição de foro brasileiro para solução de conflitos e de apli-

cação de lei brasileira, mesmo que o serviço, o servidor ou a

hospedagem dos dados esteja

em outro país. Além disso, como

o MCI exige aplicação do Código

de Defesa do Consumidor, todos os

termos de serviços ofertados para o inter-

nauta brasileiro precisam estar em português.

nova Lei do Marco Civil da Internet, que exige uma

Isso, por si só, já afeta muitos serviços e aplicativos di-

disso, a empresa deve ter em vista que a maioria dos

de Privacidade também é um documento afetado dire-

política de privacidade clara e transparente. Além clientes é mais facilmente encontrável em seus ende-

reços eletrônicos (que incluem perfis em redes sociais e em aplicativos como WhatsApp) e que por isso, é fundamental atualizar a forma como cadastramos os

contatos, para que seja possível ampliar a capacidade

de identificação do cliente nestes meios e, com isso, a maior geração de negócios.

OMU: No que consistiu o Marco Civil da Internet, fir-

mado em abril de 2014, e qual seu impacto para as empresas?

gitais como WhatsApp, Instagram e outros. A Política

tamente, e que precisa ser revista e atualizada para ficar em conformidade com o Marco Civil, principalmente

no que diz respeito aos limites de uso dos dados obtidos de comportamento de navegação e ao direito à exclusão da base de dados após o usuário deixar de ser

cliente do serviço. Outro aspecto relevante diz respeito à guarda de logs, pois gera a necessidade emergencial

de revisão da tabela de temporalidade que define a

guarda das provas digitais, principalmente os dados de conexão. Isso significa investimento em infraestrutura

para armazenagem de dados. E também em softwares

PECK - O Marco Civil da Internet (MCI) consiste na

de localização de dados e GED. Muitas empresas te-

um conjunto de princípios, garantias, direitos e deveres

atender aos requisitos legais de guarda mínima por seis

lei que regula o uso da internet no Brasil, por meio de

para o usuário, bem como da determinação de diretri-

zes para a atuação do Estado. As mudanças práticas

rão que redimensionar sua capacidade de guarda para meses (de ofício) até um ano, a partir de ordem judicial.

trazidas pela nova lei atingem diversos segmentos de

OMU: Quanto nossos empresários, executivos e

xão de internet, mídias sociais, comércio eletrônico,

para lidar com a complexidade e, sobretudo, com os

mercado, em especial empresas que fornecem conebancos, empresas de armazenagem de dados, hospe18

o mundo da usinagem

seus respectivos colaboradores estão capacitados riscos que as empresas em que atuam podem correr

dezembro.2015/108


no espaço digital? E como capacitá-los da melhor forma possível?

está agindo conforme suas convicções e crenças pes-

soais. As redes sociais são mais que um canal de co-

PECK - Os novos riscos digitais estão diretamente re-

municação — são um canal de documentação, em que

são compartilhadas e o impacto que gera nos negócios.

responsabilidades para as partes envolvidas. Vivemos

gestão, o que faz com que empresários e executivos

soal em tempo real. Este guia de conduta deve ser trei-

dades. São “riscos invisíveis”, mas que causam danos

dores, da reciclagem de executivos até da promoção.

um vídeo, publicados na Internet ou nas Mídias Sociais

onde começa a opinião pessoal de um colaborador. Vi-

dem causar até mesmo o fechamento da empresa, de-

a todos muito mais expostos. Por último, é importante

muito relevante, que precisa estar no radar dos líderes

que a empresa possa saber mais rapidamente o que

lização, com foco em prevenção de modo a capacitar os

mente quando necessário. Não dá para ter um “puxa-

lacionados com a velocidade com que as informações

o conteúdo se perpetua no tempo e pode, sim, gerar

Ainda há pouca capacitação sobre isso nos cursos de

a era da transparência corporativa, profissional e pes-

ainda não tenham este assunto na pauta das priori-

nado e fazer parte da integração de novos colabora-

bem reais. Isso porque um único comentário, uma foto,

É difícil delimitar até onde vai o aspecto profissional e

podem afetar tanto a reputação de uma Marca que po-

vemos nessa grande praça pública digital, e isso deixa

pendendo do grau de exposição causado. Logo, é algo

realizar um trabalho de monitoração da marca, para

empresariais. É essencial realizar um trabalho de atua-

está sendo associado a ela na internet, e agir imediata-

colaboradores para serem a linha de frente da proteção

dinho digital”, nem para ser o último a saber.

bém trazidas pelas inovações tecnológicas. Isso feito, a

OMU: O que destaca como o conjunto de melhores

consegue gerenciar melhor qualquer tipo de risco rela-

PECK - Utilizar softwares de proteção (antivírus, anti-

da empresa e tomar proveito das oportunidades tam-

empresa pode aumentar seus resultados, assim como

práticas na internet?

cionado a incidentes que impactam sua imagem digital.

-spam, anti-spyware e firewall pessoal) nos computa-

OMU: Como elaborar o conjunto de normas

dores de uso doméstico e corporativo, mantendo-os com as versões, assinaturas e configurações

atualizadas; em casos de contaminação

da empresa, de modo que se proteja

por vírus ou outro código malicioso,

contra práticas condenáveis, como

reformatar a máquina, reinstalar

o uso da marca indevidamente ou o vazamento de informação confidencial? PECK - O primeiro passo é reunir o conjunto de compor-

tamentos aceitáveis em uma

lista, e colocar em outra o que

não pode ser permitido por

gerar infração a algum valor éti-

co da empresa ou a alguma norma

É difícil delimitar até onde vai o aspecto profissional e onde começa a opinião pessoal de um colaborador

contratual ou de lei. Com isso, a empre-

sa consolida um Manual de Melhores Práticas

totalmente o sistema operacio-

nal e os aplicativos, evitando restaurar backups antigos; não

utilizar uma senha única para vários serviços (essa prática

facilita que suas contas sejam

invadidas); não utilizar um mes-

mo endereço de e-mail para rece-

ber a nova senha dos serviços on-line

que utiliza; não compartilhar senhas em

hipótese alguma; não baixar qualquer conte-

para uso das Redes Sociais de forma ética e segura. O

údo ou aplicativo só porque é de graça; escolher bem

cionalizado e publicado, pois significa que cada um

vegas e o que curtes, e te direi quem és”.

maior risco é não ter este tipo de documento institu-

dezembro.2015/108

suas conexões digitais, pois “diga-me com quem na-

o mundo da usinagem

19


educação e tecnologia

Passaporte para a

inovação A Fatec prepara alunos para se adaptarem às melhores soluções tecnológicas como as da Indústria 4.0 Fotos Divulgação Fatec Itaquera

Inaugurada em 2012, a Fatec Itaquera oferece quatro cursos em edifício que ocupa uma área de 40 mil metros quadrados 20

o mundo da usinagem

dezembro.2015/108


Por Inês Pereira

A

s instituições de ensino

ção industrial, a força de trabalho

ra. Essa interação, porém, não se

pela frente. Como man-

sendo preparada por escolas tec-

dos processos produtivos que a

têm um desafio e tanto

ter a grade curricular alinhada às transformações tecnológicas?

por trás das supermáquinas está nológicas, como a Fatec.

“A Indústria 4.0 se baseia em

E, principalmente, como formar

tecnologias de comunicação, em

cessidades do mercado, e cujo

com uso de Big Data e protoco-

alunos que compreendam as neconhecimento de fato contribua

para o desenvolvimento da indústria? O sucesso da missão de formar as novas gerações de pro-

fissionais depende dessa sintonia

fina com o mundo em constante evolução. Para o caminho natu-

ral e sem volta da quarta revolu-

dezembro.2015/108

tempo real, em qualquer lugar, los que permitem interação entre máquinas e simulações virtuais”,

desenvolve sem o conhecimento indústria utiliza. “Nesse sentido é que a Fatec cumpre um importante papel, que é o de relacio-

nar as tecnologias de informação com os processos produtivos da indústria”, diz Kanayama.

A história da Faculdade de

explica o prof. dr. Paulo Hélio

Tecnologia de São Paulo cami-

so superior Tecnologia em Mecâ-

foi plantada em 1968, a partir da

Kanayama, coordenador do cur-

nica: Processos de Soldagem, da

Faculdade de Tecnologia Professor Miguel Reale, a Fatec Itaque-

nha para os 50 anos. A semente ideia de criar uma rede de cur-

sos superiores de tecnologia com duração de dois a três anos. Essa

o mundo da usinagem

21


educação e tecnologia ideia se concretizou e a semente

ciais para a manutenção das

de trabalho. Os cursos têm dura-

dade, hoje, já formou mais de

situações, soluções criativas para

metade das disciplinas é teóri-

germinou. Deu frutos. A facul-

20 mil tecnólogos. São 66 unidades no Estado de São Paulo, das quais seis na capital. “A missão

da Fatec é promover a educação

atividades econômicas. “Nessas sobrevivência das empresas aflo-

ram, e é primordial a existência de mão de obra qualificada.”

Na Fatec se busca desenvolver

profissional pública dentro de re-

a pesquisa aplicada, preferencial-

ao atendimento das demandas

“A inovação é mais uma conse-

ferenciais de excelência, visando sociais e do mundo do trabalho”,

resume Kanayama. Para ele, em

momentos de dificuldade, como o que vive nosso país, eficiência e produtividade são essen-

mente direcionada à indústria. quência do que uma busca”, diz. Desde o primeiro semestre, a Fa-

tec Itaquera incentiva os alunos a buscar conhecimento científico e

prático por meio de projetos que integram disciplinas de diferentes

por exemplo, o aluno aprende a parte científica dos processos de

soldagem com professores com titulação acadêmica de mestrado e doutorado. E nas aulas profis-

sionalizantes, em laboratório, ele tem contato com as máquinas

mais modernas e é orientado por professores com experiência profissional na indústria.

Com vistas para as demandas

meio dele, projetos que tenham

Fatec dedicam-se a reformular

o apoio do programa Inova Paula Souza, que assiste e orienta alunos

e professores no desenvolvimento e estruturação dos trabalhos”. (veja Quadro à pág. 26)

Por dentro dos cursos Caçula entre as Fatecs, a uni-

dade de Itaquera, na zona leste

de São Paulo, teve os primeiros cursos iniciados no segundo semestre de 2012. Até a metade de

2015, formou duas turmas — Fa-

bricação Mecânica e Processos de Soldagem. No fim deste ano, se formará a primeira turma de

os coordenadores dos cursos da periodicamente conteúdos e re-

ver conceitos. O prof. Kanayama explica, por exemplo, que uma nova grade curricular para o cur-

so de Processos de Soldagem está

sendo elaborada para se adequar

às transformações tecnológicas. “Essa modernização, fundamental para atender melhor às necessida-

des da indústria, entrará em vigor

já em 2016.” As mudanças foram propostas com base na experiên-

cia de mais de 10 turmas formadas nas Fatecs Sertãozinho e Pindamo-

nhangaba, que oferecem o mesmo curso da Fatec Itaquera.

“Na nova grade, o aluno terá

alunos do curso de Automação

contato com disciplinas profis-

de Refrigeração, Ventilação e Ar-

semestre, e não apenas no fim

Industrial, e em 2016 será a vez

o mundo da usinagem

te. Em Processos de Soldagem,

que o mercado vai sinalizando,

potencial para inovação recebem

22

ca, e metade, profissionalizan-

áreas. Kanayama descreve: “É o chamado Projeto Integrador. Por

Alunos expõem seus trabalhos do “Projeto Integrador”

ção de três anos. Praticamente

-Condicionado. De modo geral, a

educação tecnológica nas Fatecs

é dirigida à aplicação no mercado

sionalizantes desde o primeiro do curso”, diz. O encadeamento

das disciplinas também foi readequado. Na grade atual, o aluno dezembro.2015/108


aprende Fundamentos de Mate-

poucos alunos formados por ser

a abertura de negócio próprio.

semestre. No segundo, ele assis-

Carlos Narducci Júnior, coode-

grandes oportunidades estão nas

mática e Cálculo I, no primeiro te às aulas de Física e Cálculo II.

Na nova grade, a carga horária de Fundamentos de Matemática será

dobrada, e somente no segundo semestre o aluno cursará Cálculo

I. “A ideia é reforçar a base, com mais tempo, para aprofundar o

conteúdo das disciplinas profis-

uma escola nova”, afirma o prof.

nador do Núcleo de Estágio da Fatec Itaquera. “Os alunos que se

formaram estão empregados nas empresas onde já trabalhavam, mas agora com melhores perspectivas de crescimento profissional”, acrescenta.

O aluno que estuda na Fatec

sionalizantes”, justifica.

Itaquera, bem como em todas as

Planos de voo

para se formar e se colocar no

Na Fatec, o estágio supervi-

sionado, com duração de 240 horas, é obrigatório a partir do

5º semestre. “Procuramos fazer convênios com empresas de renome, para facilitar a entrada do

aluno em programas de estágio.

Em geral, o mercado valoriza o

Fatecs, recebe suporte adequado mercado de trabalho. “Contamos com boa infraestrutura, excelente corpo docente, fácil acesso, por

estarmos em frente a uma esta-

ção de trem e metrô, e o ensino é gratuito. É ensino público de qualidade”, ressalta.

O mercado de trabalho para o

aluno da Fatec por sua qualida-

tecnólogo recém-formado abran-

da Fatec Itaquera, ainda temos

demia ou até mesmo possibilita

de e capacidade técnica. No caso

ge a carreira na indústria, na aca-

O prof. Narducci conta que as empresas multinacionais na área

de soldagem, que possibilitam crescimento profissional inter-

nacional. Na conjuntura atual, há profissionais que optam por se tornar autônomos prestando

serviço a grandes empresas – o que amplia as possibilidades de

colocação dos recém-formados

no mercado. Os caminhos, entretanto, são variados: “Na Fatec

Itaquera, alguns alunos formandos fizeram estágio na Escola Politécnica da USP, e um deles está

trabalhando em um projeto da Petrobrás. Outros estão tentando

a carreira acadêmica. Temos alu-

nos, com formação técnica, que já prestam serviços como autôno-

mos com a expectativa de empreender o próprio negócio quando

se formarem tecnólogos”. Isso ocorre nas áreas de fabricação

mecânica, soldagem, automação e refrigeração.

“O mercado é carente de mão

de obra capacitada de qualidade, e a Fatec supre essa demanda.

Basta dizer que, no Brasil, 11% da população com idade entre 25

e 60 anos tem nível universitário,

segundo dados do IBGE”, destaca Narducci. No contexto global, o País tem o índice mais baixo de

formados no ensino superior, en-

tre 35 países pesquisados no estu-

do “Education at a glance 2012”, da Organização para Cooperação As aulas trazem a realidade da indústria para a classe dezembro.2015/108

e Desenvolvimento Econômico o mundo da usinagem

23


educação e tecnologia segurança energética e busca de

sustentabilidade ambiental como fatores necessários ao desenvolvimento econômico das nações”. A academia deve contribuir nes-

se sentido, de conhecer as melhores soluções tecnológicas já

desenvolvidas, adaptar soluções à realidade brasileira e favorecer a aplicação na indústria.

Kanayama lembra que, no

mês de dezembro, em Paris, na

Conferência do Clima, a COP21 Professores Narducci e Kanayama: em sintonia com a indústria

(Conference of the Parties), paí-

(OCDE). Em países desenvolvi-

precisará aproveitar as melhores

para definir políticas e mecanis-

“A formação dos nossos alunos é

países industrializados, encur-

dos, o índice é superior a 30%. dirigida ao mercado de trabalho.

A duração já é mais curta, de três anos, e eles se tornam especialistas em suas áreas. Dizemos que

o aluno da Fatec sai pronto para

atender às necessidades do mer-

cado de trabalho. E o Brasil precisa de muitos tecnólogos para se desenvolver

competitivamente

no mundo globalizado”, afirma.

O coordenador e professor

Paulo Hélio Kanayama acrescenta que a indústria brasileira

tecnologias já desenvolvidas nos tando o caminho que esses paí-

ses passaram para se desenvolver: “Os países industrializados

se desenvolveram em uma época em que os impactos ambientais, como aquecimento global, polui-

ção da água e do ar, ou mesmo disponibilidade de recursos naturais, por exemplo, não eram

fatores limitantes ou restritivos como agora. Vivemos em uma

época de desafios para erradicação da pobreza, aumento da

ses do mundo todo se reúnem

mos para limitar o avanço do aquecimento global, que deverão entrar em vigor a partir de 2020.

“A economia mundial deverá se

adaptar às novas exigências, e o Brasil também. Não será possível perpetuar o paradigma atual

de desenvolvimento sem uma adequada abordagem científica e tecnológica”, enfatiza. Nesse qua-

dro de transformações e decisões rápidas, a contribuição da acade-

mia na formação e capacitação de profissionais preparados para as exigências futuras é essencial.

Usina de ideias A agência Inova Paula Souza (www.inovapaulasouza.sp.gov.br) foi criada no fim de 2010 para pro-

mover a mobilidade de conhecimento, ou seja, construir as relações entre geradores de conhecimento e usuários. Com as Redes Temáticas, estruturadas em todos os eixos tecnológicos, a Inova Paula Souza abre

espaço para que professores e alunos de nível técnico e tecnológico transformem, por meio de projetos, ideias em inovações, encontrando soluções para problemas técnicos e/ou tecnológicos em forma de produtos, processos ou serviços. A agência desenvolve parcerias com a DesenvolveSP, o Ciesp e a Fapesp.

24

o mundo da usinagem

dezembro.2015/108


Centro de Soluções

Serviço Técnico


negócios da indústria 2

Quem é o líder ideal? Pesquisa revela o que os brasileiros esperam de seus líderes daqui para frente Por Equipe ESPM

M

uito se fala em líderes

nais Brasileiras da ESPM, em

de pessoas sem subordinados, no-

esses profissionais pre-

realizou uma pesquisa inédita

ros de 123%. Quando observamos

do futuro e de como

cisam estar preparados para li-

dar com as transformações do mundo. Especialistas apontam

competências essenciais em empresas que almejam circular globalmente, e os gestores debatem

o atual modelo das organizações. São preocupações legítimas. Para

parceria com o Grupo DMRH,

para entender o que os brasileiros esperam de seus líderes. Uma

das principais conclusões é que

os líderes com foco em resultado e planejamento não são valori-

zados no ambiente das corpora-

ções. O velho paternalismo, no

tamos uma diferença entre gêne-

os líderes de gestores, que possuem subordinados, a diferença aumenta para 236%”, ressalta Ga-

briel Vouga Chueke, coordenador do Observatório de Multinacionais Brasileiras da ESPM.

fundo, ainda é muito apreciado.

Aspectos fundamentais

para as mesas de discussão que

executivos que atuam em diver-

portamentos

o Observatório de Multinacio-

65% estão em cargos de lideran-

estão relacionados à orientação

trazer

elementos

importantes

ajudem nas tomadas de decisão,

Participaram do estudo 1.051

sos setores empresariais. Deles,

ça, distribuídos em mais de 24 cidades brasileiras. Dentre os pes-

quisados, 87% dos respondentes atuam em empresas privadas, e 57% são homens. “O primeiro ponto que chama a atenção no

estudo, do qual já temos pleno conhecimento, é o fato de existir uma enorme lacuna em relação a homens e mulheres em cargo de

liderança. Quando falamos de lí-

deres de equipe, ou seja, gestores

A pesquisa revela que os commais

esperados

pelos brasileiros em seus líderes

para o grupo. Em primeiro lugar, o estilo mais valorizado é o

do integrador, característica do líder que detém um olhar voltado para o outro, que estimula o trabalho em equipe e gerencia

conflitos em clima fraternal e colaborativo. Em segundo lugar,

aparece o poder de persuasão, o

carisma, a diplomacia e a habili-

dade de inspirar outras pessoas. Em terceiro lugar, o líder deve

ser engajado, ou seja, amigável, acessível, generoso, acolhedor, colocar em prática as sugestões

da equipe, preocupando-se com 26

o mundo da usinagem

dezembro.2015/108


a qualidade de vida de seus cola-

sas questões, a mulher valoriza

curso cotidiano das grandes em-

gar, o líder deve deixar claro seu

jamento; o homem, por sua vez,

pelo estudo indicam que em-

comunicação, bem como habili-

Chueke aponta também outro

boradores. Por fim, em quarto lu-

mais o empoderamento e o enga-

propósito, ter boa capacidade de

valoriza o foco em resultados.

dades de criar e coordenar times.

aspecto cultural predominante

tegrador, estimule o trabalho em

sos governantes, mas ao que pa-

generoso, amigável, inspirador

herança cultural relacionada ao

caz, esclarecendo o papel de seus

meritocracia. Essa herança per-

tas e ações para todos”, explica

de organização, sejam elas go-

das Multinacionais Brasileiras da

tais, empresas privadas ou de

nho, onde fica? Em termos de va-

tempo, o pesquisador aponta

é tão importante para o brasileiro

atenção no estudo a questão do

“Não gostamos de ser pressio-

esse termo estar presente no dis-

Tampouco, acreditamos que saber

Perfil dos pesquisados

presas, os valores identificados

poderar é importante, mas nem tanto. Isso talvez se deva ao fato

de que isso nos remeta à ideia

“Espera-se que o líder seja in-

no Brasil. “Reclamamos de nos-

equipe, gerencie conflitos, seja

rece temos em nosso DNA uma

e coordene times de forma efi-

paternalismo e pouca ênfase na

membros e estabelecendo me-

meia entre os diferentes tipos

vatório de Multinacionais Bra-

o coordenador do Observatório

vernamentais, não governamen-

dada consiste em manter o lado

ESPM. Mas e o foco no desempe-

qualquer outro tipo.” Ao mesmo

lores, o foco no desempenho não

um paradoxo, porque chama

quanto os aspectos relacionais.

empoderamento.

“Apesar

de

de dar autonomia. Mas como

podemos conceder autonomia

e sermos meritocráticos numa cultura relacional e paternalista? Difícil missão”, analisa.

Para o coordenador do Obser-

sileiras, a questão a ser desvenpositivo de nossa cultura, mas ao mesmo tempo ser mais eficiente

em termos de organização e en-

trega de resultados. “Precisamos absorver os dissabores da delegação e orquestrar pessoas em vez de liderá-las”, conclui.

nados por melhores resultados. esperar por resultados e planejar

seja tão importante quanto o foco em relacionamento”, descreve.

Os dados da pesquisa do Observatório das Multinacionais Brasi-

A pesquisa mostra que o se-

leiras da ESPM foram coletados entre março e setembro de 2015, e a

em um líder é o foco em resulta-

com caráter de pré-teste; outra, com o instrumento final, após ajustes.

nejamento. Vale destacar ainda

• Apenas 4% da amostra é com-

líderes e liderados. A pressão por

dos representam 13%. A maioria

gundo aspecto menos valorizado

partir deles, realizadas duas grandes ondas de coleta de dados: uma,

do, e o terceiro, a ênfase no pla-

Confira o perfil dos entrevistados:

as diferentes percepções entre

posta por pessoas negras, e par-

dos cargos, e a geração Z, que

da raça branca representa 77%.

apenas 1%.

resultados, por exemplo, é mais

Y, entre 26 e 31 anos, ocupa 10%

são jovens entre 14 e 25 anos,

tolerável para aqueles que têm

• Entre os líderes de gestores, a

• Experiência no exterior faz parte

dos ou colaboradores enxergam

de 32 a 48 anos, seguidos pelos

respondentes. Desse total, ape-

cargos de liderança. Os lideraa pressão por resultados como

um aspecto “não tão positivo”,

pondera Chueke. Quando se observa a diferença de gênero nesdezembro.2015/108

maioria, 56%, é da geração X, baby boomers (33%), que são

pessoas com idade entre 49 e 67 anos. Nessa posição, a geração

do currículo de apenas 36% dos nas 7% passaram mais de três anos no exterior, e 7%, de um a três anos.

o mundo da usinagem

27


conhecendo um pouco mais

No piloto

automático Os carros autônomos estão chegando. E querem mudar o papel do motorista atrás do volante

Fotos Divulgação Volvo Cars

28

o mundo da usinagem

dezembro.2015/108


Por Rodrigo Leite

D

irigir será opcional. Essa

“A condução autônoma per-

é a afirmação dos princi-

mitirá que as pessoas otimizem

móveis que apostam na tecnolo-

mentos de forma segura”, afirma

pais fabricantes de auto-

gia de condução autônoma como

a solução para uma série de problemáticas provenientes dos veículos atuais.

A escolha de dar aos auto-

móveis as decisões no trânsito encontra suporte em fatos como

a redução de acidentes – 95% deles são causados por falhas

humanas, segundo estudos – e

na possibilidade de melhor aproveitamento de vias e até de mais

Caminhos paralelos Há duas vertentes distintas

o tempo gasto em engarrafa-

de desenvolvimento da tecnolo-

Jorge Mussi, diretor de Assuntos

gle e diversas universidades –

Governamentais da Volvo Cars

Brasil e um dos seis engenhei-

ros da marca aptos a conduzir os protótipos autônomos desenvol-

vidos pelo fabricante sueco. Em 2014, a Volvo Cars foi a primeira

fabricante de automóveis a de-

monstrar carros autônomos em um evento para convidados, em Itupeva, interior de São Paulo.

Trata-se de uma marca que

gia de carros autônomos. O Gooinclusive no Brasil – apostam no sistema radar a laser, ou o cha-

mado lidar giratório, posicionado no teto do carro, combinado

com radares nas extremidades

da carroceria e câmeras, para traçar um mapa tridimensional instantâneo que permite leitura

imediata de todos os objetos do ambiente ao redor.

Essa tecnologia é usada pelo

tempo livre do condutor para

tem planos ousados sobre o

Carina II, veículo de teste autô-

torar freios, acelerador e direção.

tônomos rodando em Gotem-

da USP de São Carlos. Ele usa

outras atividades, que não moniAos motoristas caberá ape-

nas retirar o carro da garagem

e dirigir até uma via preparada para receber automóveis autônomos, ou optar por pegar

o volante quando lhe for con-

veniente. Vertentes mais extre-

mas desse novo pensamento

tema: promete 100 carros au-

burgo, na Suécia, já em 2017, enquanto outras fabricantes pro-

metem automóveis sem motorista a partir de 2020. Pelo menos

em um estágio inicial, usando vias selecionadas e preparadas para esses veículos.

Na Califórnia, nos Estados

vão além: querem até remover

Unidos, já existe legislação es-

dando por completo a interação

carros autônomos, enquanto o

a direção física dos carros, muentre o homem e a máquina.

Hoje fabricantes como Audi,

BMW,

GM,

Mercedes-Benz,

Nissan e Volvo Cars, além de empresas de tecnologia como Google, Apple e até o Uber, já

trabalham em soluções para es-

ses carros do futuro. Algumas delas prontas para chegar às ruas ainda nesta década. dezembro.2015/108

pecífica desenvolvida para os Canadá já determinou que vai permitir testes da tecnologia em

suas vias, a partir de janeiro de

2016. No Brasil, segundo a lei atual, o motorista deve deter o

nomo do laboratório de robótica

uma combinação de lidar giratório, câmera estéreo (que produz imagens tridimensionais) e GPS de alta resolução, dentre outros dispositivos. Em 2013, o protó-

tipo rodou de forma autônoma

em vias públicas da cidade de São Carlos, em um teste autori-

zado pela prefeitura local, inte-

ragindo com outros veículos e

pedestres. A universidade realiza diversos testes com outros

conjuntos de câmeras e radares que devem ser adicionados ao veículo em breve.

Essa solução tem suas van-

controle do veículo em todas as

tagens: permite manobras mais

volante. Até o momento, não há

como parar em semáforos, des-

situações, com as duas mãos ao menção de projetos que visem aos carros autônomos.

precisas dos carros autônomos, viar de obstáculos e virar esquinas fechadas. No entanto, exige o mundo da usinagem

29


conhecendo um pouco mais

Vantagens

locidades de até 50 km/h, dis-

pensa o motorista em situações

• Permite que o motorista possa dedicar

tempo a outras tarefas durante o percurso;

como a nova geração do Audi A4

falhas humanas;

• Redução de consumo de combustível: o

carro acelera e freia apenas o necessário;

• Melhor aproveitamento de vias, com faixas mais estreitas e menor espaço entre os carros;

• Possibilidade de novas soluções, como estacionamento auto-

mático em locais remotos, car sharing (sem necessidade de ter de levar o carro de volta para a locadora).

extensas adaptações no automó-

global com GPS de alta precisão.

tem como objetivo eliminar o

essa segunda via busca desen-

condução. É a solução que o Uber

já adotados nos carros de hoje,

pretende adotar em seus futuros táxis autônomos.

Já os fabricantes de automó-

veis trabalham em outras frentes e buscam alternativas que eli-

minem o motorista apenas em condições específicas: congestio-

namentos ou estradas, ou seja,

que são utilizados para execu-

tar tarefas como acompanhar

o veículo da frente em congestionamentos, frear automatica-

mente em situações de risco ou estacionar em vagas sem a operação do motorista.

O desafio do desenvolvimento

e a capacidade de reunir e proces-

eliminando o motorista em algumas condições de tráfego.

No Brasil, apenas a Volvo Cars

são fixos, posicionados sob a la-

comercializa um carro que já traz

tecnologias como câmeras ao re-

condução: o XC90, lançado em

taria, combinados com outras

dor do carro e posicionamento 30

o mundo da usinagem

ghway Safety (IIHS), dos Esta-

dos Unidos, detectou redução de 35% no número de acidentes em

carros equipados com tecnolo-

gias que buscam frear o veículo automaticamente em condições de risco.

Pesquisas da companhia de

automática reduzem em 64% os

sar as informações dos sensores,

lidares e radares que, nesse caso,

O Insurance Institute for Hi-

volver os sensores e câmeras

tágio inicial. E sem que o design

Para isso, também fazem uso de

Futuro mais seguro

seguros sueca Folksam mostra-

nesse caso é aprimorar a precisão

dos automóveis seja afetado.

e o Mercedes-Benz Classe S.

Em uma explicação rápida,

momentos em que dirigir não é prazeroso, pelo menos neste es-

direção. Globalmente, a Audi e a

que realizam tarefas similares,

95% dos acidentes são causados por

motorista em todas as etapas de

ticamente o freio, o acelerador e a

Mercedes-Benz já vendem carros

• Aumenta a segurança no trânsito:

vel, alterando até seu design. E

de trânsito, controlando automa-

ram que sistemas de frenagem ferimentos em pessoas envolvidas em colisões traseiras em vias

urbanas, com velocidade de até 50 km/h. Nos casos em que o

sistema de frenagem automática é acionado, mas o acidente não é

evitado, a redução é de cerca de

40%. O relatório final do projeto de pesquisa europeu de seguran-

ça EuroFOT, de 2012, concluiu que dirigir um carro com contro-

le de cruzeiro adaptativo e alerta de colisão reduz em até 42% o risco de batida com outro veículo à frente.

Ou seja, carros semi ou to-

tecnologias semiautônomas de

talmente autônomos envolvem

setembro deste ano, que, em ve-

lógica. Trata-se de uma estratégia

uma questão maior que a tecno-

dezembro.2015/108


para diminuir o número de víti-

de comunicação: entre si, na

nuindo o tempo dos automóveis

por consequência, reduzir gastos

Vehicle (VTV), em que os carros

Combinando isso com tecno-

mas em acidentes de trânsito e, em cadeia com esse tipo de ocorrência. Um estudo da Morgan

Stanley de 2013 estima que os carros autônomos possam fazer

os Estados Unidos economizar US$ 1,3 trilhão, por conta da redução de acidentes e do melhor aproveitamento do tempo gasto atrás do volante.

Isso sem contar outros benefí-

chamada conexão Vehicle to

“trocam” informações do trânsi-

logias de eletrificação, será possí-

buracos e interrupções na via; e

autonomia do veículo e na posi-

to entre si, como pista molhada, a conexão Vehicle to Infrastruture (VTI), quando o carro envia

condições de tráfego para uma

central e recebe dados como

locais de estacionamento remoto

onde não se faz necessária a interação humana. Além disso, es-

ses veículos consumirão menos combustível e emitirão menos poluentes, já que usarão o freio

e acelerador de forma mais coor-

denada, buscando o trajeto mais eficiente possível”.

O estudo da Morgan Stanley

dá como certo que os carros au-

tônomos serão uma realidade da-

qui a duas décadas. Antes disso,

haverá tecnologias que substi-

tuirão o motorista em condições específicas de tráfego e em vias

selecionadas. Esse tempo será

necessário para permitir a cria-

ção de protocolos de comunicação entre os automóveis e a infraestrutura das cidades.

Os carros autônomos terão

de abrir, pelo menos, duas vias dezembro.2015/108

eficiente do automóvel.

Por enquanto, o controle au-

trânsito e velocidade, sob super-

nomas (onde será possível que

que usa GPS de alta resolução, e

tindo uso ainda mais racional e

A conexão VTI, mediante nu-

alterações da via.

Volvo Cars: “O carro autônomo rio, com faixas mais estreitas, já

ção de pontos de recarga, permi-

tônomo do veículo só é alcança-

vem de dados, também fornece-

permitirá um novo modelo viá-

vel escolher trajetos com base na

trânsito, situação de semáforos e

cios sociais creditados à tecnologia, como afirma o executivo da

em trânsito.

rá informações sobre vias autô-

o carro opere sem intervenção

humana) e locais de estacionamento remoto, além de permitir gerenciamento

mais

eficiente

dos cenários de tráfego, evitan-

do congestionamentos e dimi-

do em condições específicas de visão do motorista. No entanto,

analisando a evolução dessas tecnologias – o primeiro sistema de frenagem automática foi de-

senvolvido em 2008 –, é possível imaginar que, muito em breve, largar o volante e apreciar a pai-

sagem não será mais uma cena de ficção científica.

Desvantagens • Exige adaptação da infraestrutura

em ruas e estradas, investimento alto

em países pobres. No Brasil, o grande

empecilho é a má sinalização das vias, o que dificulta ao veículo reconhecer limites e padrões que precisam ser

seguidos para uma viagem segura; • Custo do carro: a Volvo Cars estima

que a tecnologia encareça um automóvel em R$ 10 mil, quando adotada em escala;

• Carro autônomo terá um período de transição com carros “não conectados”;

• Ainda não há legislação específica na maioria dos países.

o mundo da usinagem

31


conhecendo um pouco mais

Como o carro enxerga

Fazer com que um carro tome as decisões corretas no trânsito requer tecnologia, sensores e muita capacidade de processamento de dados. Conheça alguns dos dispositivos que tornam isso possível: • Combinação

• Câmera trifocal:

de radar e câmera:

Posicionada na parte superior do

O radar por ondas opera em

uma frequência modulada de 76 GHz, combinado com uma câ-

mera, no para-brisa. Lê as placas de trânsito e o relevo da estrada, podendo detectar objetos, como ciclistas.

para-brisa constitui um conjunto de três câmeras em uma, que permite

três ângulos de visão: leitura próxi-

ma do carro, de 140º; visão de média distância, de 45º, e varredura de longa distância mais estreita, que cobre uma área de 34º.

• Radares ao redor:

• Radares de longo espectro:

Quatro radares na frente e atrás

Dois radares de longo espectro po-

reções. Varrendo todos os lados,

garantem o monitoramento deta-

localizam objetos em todas as didetectam placas, postes e túneis, monitorando o carro em 360º. • Visão ampliada em 360º: Quatro câmeras monitoram

sicionados no para-choque traseiro lhado da traseira do veículo. Útil

em mudanças de faixa, pois detecta carros se aproximando em velocidades mais altas.

objetos próximos ao veículo:

• Sensores ultrassônicos:

visores; uma, no para-choque

objetos próximos ao veículo e dão

duas, abaixo dos espelhos retro-

Ao redor do carro, identificam

traseiro, e outra, na grade fron-

suporte ao sistema autônomo em

tal. Sua grande angulação se

adapta rapidamente a diversas

condições de luz – por exemplo, quando se entra em um túnel.

baixas velocidades. Um exemplo da

utilidade dessa tecnologia é quando o veículo se aproxima de pedestres ou outros obstáculos.

• Scanner a laser

• Mapa tridimensional

de faixas múltiplas:

de alta definição:

Sistema de sensores posicionado

Um mapa digital tridimensional de

mada de ar. O scanner identifica

para fornecer ao veículo informa-

na frente do carro, próximo à to-

objetos na frente do carro e cobre uma área bem ampla. Varre um

espaço de 150 metros à frente do veículo em um ângulo de 140º. 32

o mundo da usinagem

alta definição é a ferramenta usada ções sobre o ambiente ao redor,

como a altitude, o relevo da estrada, número de faixas, geometria dos

túneis, guard rails, placas, saídas. dezembro.2015/108



negócios da indústria 3

Ética no

negócio sustentável Agir com correção é fundamental para a prosperidade da estrutura corporativa Por Marcus Nakagawa *

necessária e viável nas

A

guns dos principais executivos

das maiores empresas do Brasil

das perguntas que tive de res-

ras estarem utilizando um novo

exterior por questões éticas, de

MBA em uma das faculdades nas

trando por meio de um GPS to-

ética ainda é uma prática empresas? Essa foi uma

ponder a um de meus alunos do

quais dou aula. E, surpreendido, comecei a refletir o que poderia estar influenciando tanto uma pergunta como essa.

34

o mundo da usinagem

Talvez isso aconteça por al-

de grandes empreiteiras brasilei-

adorno nos seus tornozelos, mosdos os seus movimentos, pois as ações anteriores fizeram alguns rombos e beneficiaram alguns políticos e grupos brasileiros.

Ou quem sabe por que uma

está passando por processos no suborno, propinas e facilitação de informação. Além do rombo

para os cofres públicos do País. Ou até porque algumas empre-

sas fornecedoras do metrô de São Paulo tiveram de lidar com ques-

dezembro.2015/108


tões de facilitações e influências.

e a corrupção. O Centro de Estu-

desavisados

cial (Cedes), da Fundação Getú-

E mesmo para aqueles mais desses

aconteci-

mentos, que preferem ficar lon-

ge de notícias do governo ou

das empresas e dedicam seu tempo ao entretenimento e futebol, estão sendo obrigados a ler

sobre os escândalos de corrupção da Confederação Brasileira

de Futebol (CBF) que viraram alvo do Departamento de Jus-

dos de Direito Econômico e So-

do texto, a resposta é sim. Vale,

lio Vargas (FGV), por exemplo,

empresa ser ética e buscar sua pe-

mostrou que o Brasil deixou de produzir cerca de R$ 87 bilhões

em 2014, no faturamento de uma

das maiores empresas do País de energia e seus agregados, graças

aos problemas de falta de valores e ética.

Segundo os dados do índex

tiça dos EUA. Não é nem mais

de percepção de corrupção de

pessoas estão sendo julgadas, já

cional, o Brasil está como 69º

no Brasil que essas empresas e

são problemas internacionais! A que ponto chegamos. Pois é, fica complicado ensinar sobre ética e

sustentabilidade empresarial em momentos como este…

Às vezes penso que, na ver-

dade, não é uma epidemia de problemas éticos e de corrup-

ção, mas sim uma avalanche de maior transparência por parte

da mídia ou a maior dificuldade

E voltando à questão do início

sim, a pena financeiramente a renidade. A perda de dinheiro de

companhias com essas questões

é enorme e pode virar um “buraco negro”. Por isso, para garantir

esse sistema ético, criam controles, comitês de ética, códigos de conduta e ética, disque-denúncia, compliance officers etc.

Mas não podemos parar so-

2014 da Transparência Interna-

mente nessas ferramentas em-

menos corrupto em 2014, atrás

ético, o que precisamos é deixar

de países como Uruguai (21º),

Costa Rica (47º), Ruanda (55º) e Gana (61º), para citar alguns paí-

ses da América Latina e do continente africano. Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia ocupam as

três primeiras posições. Vamos

ver como será neste ano, quantas posições baixaremos mais.

Com certeza alguns desses in-

presariais

de

aprimoramento

claro para as próximas gerações o que é certo e o que é errado

em nossa sociedade. Talvez seja essa a dificuldade no momento.

O discernimento no nosso dia a

dia daquilo que é somente um “jeitinho” brasileiro ou uma convicção, ou senão uma lei que está em vigor no nosso país.

Uma frase que gosto de usar,

de esconder esses casos. Graças

dicadores acabam influenciando

do professor Mário Sérgio Cor-

nos celulares, 3G/4G, comuni-

préstimos e câmbio internacio-

eu posso; nem tudo que eu posso

à internet, redes sociais, câmeras

cação instantânea, enfim, todas as parafernálias eletrônicas e

tecnológicas que nos deixam

conectados e preparados para falar sobre o que está errado, podemos gravar, filmar e fotogra-

far no momento exato o que não está no padrão ético, o que está

indo contra a moral desse nosso grupo social.

Além desse lado pessoal e

profissional, as empresas per-

dem muito com a falta de ética dezembro.2015/108

nas taxas de investimento, em-

nal. Algumas dessas empresas com problemas éticos até acaba-

ram saindo este ano dos índices de sustentabilidade de bolsas de valores como o Dow Jones Sustainability Index World (DJSI World)

e, há alguns anos, do Índice de Sustentabilidade

Empresarial

(ISE) e da BM&F Bovespa. Ainda

poderão voltar para esses índices depois que introduzirem melhorias na gestão da ética, que afeta sua sustentabilidade.

tella, diz: nem tudo que eu quero eu devo; e nem tudo que eu devo

eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer

é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve. E você,

será que está buscando essa paz de espírito?

*Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor; professor da ESPM; idealizador e presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps). Publicado originalmente no site Envolverde. o mundo da usinagem

35


nossa parcela de responsabilidade

O líder em tempos de mudanças Por Eduardo Martin* Traduzido e editado por Vera Natale

M

ax DePree, executivo ame-

em um mundo rápido e sempre

as pessoas a fazer perguntas. Você

que a primeira respon-

ter certeza de que estão trabalhan-

ninguém perguntar (as questões

ricano, declarou uma vez

sabilidade de um líder era definir

a realidade. E a última era dizer “obrigado”. Entre a primeira e a última responsabilidade, o lí-

der deve servir. Para mim, esses elementos são essenciais, ainda

mais em tempos desafiadores e ambientes de rápidas mudan-

ças. As estratégias são ajustadas constantemente, os cenários da

em mudança. As pessoas querem do com alguém e para quem já esteve lá antes, que sabe o que está

fazendo, é responsável, decisivo na tomada de ações e parece con-

fortável quando age. Se você ficar

calmo e curtir o que está fazendo, as pessoas ficarão mais à vontade

e vão se concentrar no que é efetivamente relevante.

Definir a realidade e comuni-

concorrência mudam do dia para

car abertamente as atuais mudan-

vem, os ciclos de produtos estão

são ações negligenciadas, mas não

a noite, os mercados se desenvolse tornando cada vez mais curtos. Nesse ambiente, a quantidade de

decisões que precisa ser tomada diariamente torna fácil o esquecimento dos princípios da liderança.

Com frequência, as pessoas sentem que estão trabalhando em um

constante modo de sobrevivência. Cabe aos líderes da empresa fazê-las se sentir à vontade e ajudá-las a focar no que realmente importa.

Reagir de modo calmo e posi-

tivo aos pequenos desafios e mu-

danças constrói crédito para as situações realmente difíceis. Quem

iria confiar em um “líder” que

não consegue lidar com pequenos

ças e os desafios, muitas vezes, deveriam ser. Eu acabei aprendendo que as pessoas preferem saber a verdade, mesmo que seja

desconfortável, do que não saber

nada. Não existe comunicação em

demasia, desde que seja embasada em transparência e confiança.

O mesmo vale para diferentes

maneiras de se comunicar com as partes interessadas (stakeholders)

para uma reunião preparadas com três a cinco perguntas real-

mente boas. Abra seus olhos para ver as mudanças como oportuni-

dades, porque é isso que elas são e para qualquer um que esteja dis-

posto a abraçá-las. Isso também

ajudará a construir novas alianças e redes de trabalho que poderão

ser usadas em uma realidade de negócios em constante mudança,

promovendo a inovação e fornecendo insights fundamentais para

os líderes tomarem decisões. Por-

que, afinal de contas, a tomada de

decisões afeta sua empresa e, sem dúvida, as pessoas a que você serve, não é mesmo? Acervo Sandvik Coromant

cação seja uma via de mão dupla e estiver ao seu alcance, por que não tentar se comunicar?

Ser um líder forte é tão impor-

áreas de atuação. Procure os líde-

o mundo da usinagem

Eu quero que as pessoas venham

des sociais. Desde que a comuni-

fiança é um dos elementos-chave

36

sumir apenas a uma boa intenção.

casts, mensagens, Facetime ou re-

tante quanto encorajar todos a

para estabelecer a real liderança

importantes) então tudo vai se re-

– seja por meio de reuniões, pod-

solavancos na estrada, quando a estrada é muito acidentada? Con-

pode ouvir seu público, mas se

serem líderes em suas respectivas

res de sua organização. Incentive

*Eduardo Martin é presidente da Sandvik Coromant para as Américas dezembro.2015/108



108 Anunciantes nesta edição Blaser pág. 32

DMG Mori págs. 2

Makino pág. 15

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38

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