Jornal Escolar - O Mourinho

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Agrupamento de Escolas de Moure

Ano XI, n.º30

Junho 2008

Dia Mundial da Criança BRINQUEDO Foi um sonho que eu tive: Era uma grande estrela de papel, Um cordel E um menino de bibe. O menino tinha lançado a estrela Com ar de quem semeia uma ilusão; E a estrela ia subindo, azul e amarela, Presa pelo cordel à sua mão. Mas tão alto subiu Que deixou de ser estrela de papel. E o menino, ao vê-la assim, Sorriu E cortou-lhe o cordel.

Houve enfim, espaço para voar!...

(Miguel Torga)

pág. 08

pág. 02

Desporto Escolar

Comemoração do

Dia Internacional dos Museus

Escola

Os Maios

Grupo Equipa de Atletismo

pág. 04

Páginas Soltas Versão poética do conto “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho”, de Mário de Carvalho pág. 05

Saúde

Cancro do colo do útero Vacina gratuita a partir de Setembro pág. 06 Sociedade Prevenção Rodoviária Crianças utentes da estrada

A escola sede do Agrupamento comemorou no Domingo, 18 de Maio, o Dia Internacional dos Museus, com a realização de actividades diversificadas, com especial relevo para a inauguração do símbolo do Museu, construído com materiais e produtos que predominam na região e a exposição por áreas temáticas dos vários objectos oferecidos pela comunidade local, nomeadamente alunos e suas famílias. pág. 03

Anaís Rocha 1.ª classificada no Lançamento do Disco a nível regional.

Marco Cunha 3.º classificado no Salto em Altura a nível regional.

Apurados para os nacionais A atleta, Anaís Rocha foi seleccionada para o Campeonato Nacional nesta disciplina. O atleta, Marco Cunha foi seleccionado para o Nacional do Olímpico Jovem onde obteve um excelente 12º lugar. pág. 07

pág. 07

Desporto

Vanessa Fernandes - soma vitórias no Triatlo pág. 08 Dia Mundial da Criança

Ilustração do Virgílio, dá vida ao artigo 9.º da Convenção dos Direitos da Criança


02 Escola

O Mourinho

Decoração da cantina Olá, nós somos os alunos do 6ºE. Nas aulas de Área de Projecto sentimos a necessidade de decorar e chamar atenção para um problema existente neste espaço. Observamos que o pão e a fruta que os alunos não comem, são depositados ou atirados para o chão, apesar de já existirem dois cestos onde os alunos podem colocar estes alimentos. Para sensibilizar todos os alunos da escola, decidimos produzir algo que ajude a promover a correcta recolha do pão e da fruta, produzindo dois bonecos, um para a fruta, outro para o pão. Para elaborar esses bonecos foi necessário fazer o projecto e depois tivemos que cortá-lo em madeira. Depois para o decorar tivemos que usar tecidos e pasta de papel. Na decoração dos bonecos usamos produtos recicláveis.

Local: Bom Jesus do Monte em Braga Hora de partida: 9h 30min Hora de chegada: 16h Participantes: alunos do 7º ano da EB 2/3 Professor Amaro Arantes Tema: Estudar o Elevador do Bom Jesus

Área de Projecto, 6.ºE

Os Maios No Minho, a confecção dos Maios é uma velha tradição. No primeiro dia de Maio, as casas das nossas aldeias aparecem todas enfeitadas com o raminho de giestas e outras com coroas de flores. A EB1/JI de Freiriz não quis deixar acabar a tradição e participou no III Concurso de Maios, realizado no dia 4 de Maio, organizado pela ADRC - “Os Regadinhas de Freiriz”, no qual conseguiu o terceiro prémio.

História do elevador: Inaugurado a 25 de Março de 1882 e sem registo de qualquer acidente, o Elevador do Bom Jesus é actualmente o mais antigo no mundo a utilizar o sistema de contrapeso de água. O elevador sobe e desce de meia em meia hora e leva entre dois minutos e meio e quatro minutos a fazer todo o percurso, conforme o número de passageiros. O Elevador do Bom Jesus foi o primeiro funicular a ser construído na Península Ibérica e é uma das sete obras do género em todo o mundo. Manuel Joaquim Gomes, empresário Bracarense, foi quem teve a iniciativa de construção do mesmo, mas foi o engenheiro suíço, Nikolaus Riggenbach, que a partir do seu país, enviou por correio todas as indicações necessárias para a realização da obra que decorria sob a orientação do engenheiro português, Raul Mesnier. Dados gerais: · Início da construção: Abril de1880 · Fim da construção: Março de 1882 · Data de Inauguração: 25 de Março de 1882 · Percurso: 274 m · Desnível: 116 m · Inclinação: 42%

Lenda dos Maios Era o mês de Maio. Tudo floria. Havia flores e alegria. Andavam os Judeus à procura de Jesus para o matarem, quando um dia à noitinha o viram recolher numa humilde casa. Então, para poderem, na manhã seguinte, prender Jesus, penduraram um ramo de giestas no fecho da porta. Os guardas foram dispensados. Não haveria qualquer dificuldade em conhecer a casa onde ele dormia. Mas, por milagre, ao amanhecer, todas as portas estavam enfeitadas com ramos de giestas. Assim os Judeus, desorientados, não puderam descobrir Jesus.

Visita de Estudo

O nosso Maio foi construído com flores de papel de revista.

Ainda hoje há este costume. No dia um de Maio enfeitam-se as casas com giestas. Também se dá o nome de maias às giestas, por florirem em Maio. (Pesquisa elaborada pelos alunos sobre a tradição dos Maios.)

Relatório: Na parte da manhã, subimos a o Bom Jesus, uns de elevador e outros Cálculos a fazer sobre o elevador: pelas escadas. Depois de recolhermos · Epg (energia potencial gravítica) alguns dados sobre o elevador, como a · Ec (energia cinética) altura onde se encontra, o percurso · Trabalho realizado realizado e o tempo do percurso, · Potência preenchemos uma ficha de trabalho, onde tivemos de calcular a Epg, a Ec, a potência e o trabalho realizado pelo elevador. A seguir ao almoço, por volta das 15h, recolhemo-nos junto do elevador para descer a o Bom Jesus e voltamos para a escola. Avelina e Guilherme, 7.ºC

EB1 de Freiriz, 4º ano

Visita de Estudo ao Porto No dia 29 de Abril de 2008 as turmas do 8º ano da Escola Básica 2, 3 Professor Amaro Arantes participaram numa visita de estudo ao Porto. Os dois principais objectivos desta visita eram: - assisitir à representação da peça Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett, e conhecer esta obra do autor que ia ser estudada nas aulas de Língua Portuguesa; - visitar o Centro Lúdico da Imagem Animada, para conhecer a história do cinema animado. Partimos da escola às 9h e chegámos a Matosinhos às 10 h, onde assistimos à peça de Almeida Garrett, dramatizada pela Companhia de Teatro “O Sonho”. Esta peça é uma comédia que trata de um senhor (Duarte) que estava comprometido com uma dama (Amália), mas que viu o seu casamento

em risco de não se concretizar por causa do seu defeito: o de ser um mentiroso compulsivo. Se o seu futuro sogro (Brás Ferreira) o apanhasse numa mentira, não haveria casamento. Duarte vai acabar por se safar, porque as mentiras que ele conta ao longo da peça vão tornar-se “verdade” de uma forma muito misteriosa e divertida...

O almoço foi no NorteShopping. Da parte da tarde, visitámos o Centro Lúdico da Imagem Animada, na Foz do Porto. Aqui vimos como nasceram os primeiros filmes de animação, conhecemos alguns dos aparelhos usados para os fazer e vimos vários tipos de máquinas de ilusão de óptica, com nomes um pouco esquisitos. Ainda no Centro, vimos uma curta-metragem elaborada por alunos do 4º ano de escolaridade (de 9/10 anos). No fim, fizemos um pequeno trabalho (“Thombatrope”) que nos ajudou a

perceber como se dá movimento às imagens. Chegámos à escola às 18h 50min. Do que eu mais gostei nesta visita de estudo foi da peça de Teatro, porque nunca tinha assistido a uma peça ao vivo e também porque os actores representavam muito bem. Uma das partes de que mais gostei foi quando uma actriz, que fazia de Joaquina, chamou um aluno da plateia, fingindo que ele era Manuel, o espanhol, uma das personagens da obra. Este momento foi muito divertido, pois foi improvisado e o aluno parecia que tinha ensaiado as falas! Assim, com esta visita aprendemos coisas novas para as disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Visual, e enriquecemos a nossa cultura geral.

Fábio Cunha, 8.ºA


Escola 03

O Mourinho

Homenagem ao poeta pradense

Adolfo Fernandes Pinto da Lousa No âmbito da comemoração do Dia da Poesia, o Jardim-de-Infância e a EB1 da Lage, promoveram entre o dia 31 de Março e 4 de Abril de 2008, a “Semana da Poesia” e exploraram este género literário com as crianças. Com o intuito de envolver toda a comunidade educativa, convidaram pais, encarregados de educação e outros, a juntarem-se a esta iniciativa, à qual corresponderam, através do envio de poemas escritos que foram expostos numa “Árvore de Poemas”, e também através da própria declamação de poemas à sua escolha, nas instalações do Jardim-de-Infância. Durante esta “Semana da Poesia”, foi organizada uma exposição de “Poesia-Fotografia” sobre o Poeta da Vila de Prado, ADOLFO FERNANDES PINTO DA LOUSA (de nome próprio Adolfo Fernandes Pinto; Lousa é o nome do lugar da Vila de Prado onde viveu a maior parte da sua vida), o qual nasceu em 16 de Junho de 1926 e faleceu a 30 de Janeiro de 2001. Com efeito, no dia 4 de Abril de 2008, deslocou-se às instalações do Jardim-de-Infância da Lage, um familiar do poeta que falou da sua vida e a sua obra.

JI e EB1 da Lage

VAMOS PROTEGER O PLANETA “… assegurar a satisfação das necessidades humanas actuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras assegurarem a satisfação das suas próprias necessidades.” (Assembleia Geral das Nações Unidas, 1987) O projecto de Educação para a Sexualidade e Promoção de Saúde em Meio Escolar, na promoção de um ambiente saudável, apoia e desenvolve projectos que promovam hábitos de vida saudável e de respeito pelo ambiente. Neste momento, após o diagnostico da gestão que está a ser realizada (ao nível dos gastos de água, da energia e o destino dado aos resíduos sólidos) e conhecer a qualidade do ar interior, já foram efectuadas algumas intervenções no sentido de ser feita: uma redução de consumos de água e energia eléctrica, redução da produção de resíduos e sua gestão, substituição de equipamentos energeticamente ineficientes e a essencial alteração de comportamentos na escola, em casa e no planeta. É necessário inverter a tendência do consumo exagerado de energia e da má gestão d o s resíduos, cabendo a cada u m contribuir p a r a que a qualidade de vida na Terra melhore. Um pequeno gesto, faz a diferença. Há várias coisas que podemos fazer para consumir menos energia, poluindo menos, sem deixarmos de fazer as coisas que gostamos: - não deixar as luzes acesas quando saires de uma divisão, mesmo que seja só por um bocadinho

(menos na cozinha se os teus pais tiverem uma lâmpada fluorescente, pois esta precisa de consumir alguma energia a mais para se ligar); - utilizar lâmpadas fluorescentes compactas, pois dão a mesma luz do que uma lâmpada convencional, mas gastam menos 80% de energia. Embora possam ser mais caras, estas lâmpadas, duram 8 vezes mais, acabando por ficar mais baratas; - desligar a televisão, o computador, a aparelhagem, a consola, e outros aparelhos, quando já não estiveres mais a usá-los; - não desligar a televisão (ou outro aparelho) no comando, pois assim ela continua ligada, só fica é a gastar menos alguma energia; - não estar sempre a abrir a porta do frigorifico, pois cada vez que esta é aberta, o frigorifico perde frio, e tem que gastar mais energia para voltar à mesma temperatura; - se usar muitas pilhas, compra antes pilhas recarregáveis. Duram muito mais tempo, compensando o facto de serem mais caras; - ao comprar electrodomésticos que têm etiqueta de eficiência energética, optar por equipamentos de classe A. Eles até podem ser um pouco mais caros, mas depois saem mais baratos no uso!

Comemoração do

Dia Internacional dos Museus A escola sede do Agrupamento comemorou no Domingo, 18 de Maio, o Dia Internacional dos Museus, com a realização de actividades diversificadas, com especial relevo para a inauguração do símbolo do Museu, construído com materiais e produtos que predominam na região e a exposição por áreas temáticas dos vários objectos oferecidos pela comunidade local, nomeadamente alunos e suas famílias. O projecto “Museu Vivo na Escola” pretende ser um espaço de convívio e diálogo entre gerações, visando reconstituir vivências de um quotidiano marcadamente rural das gentes desta região, ao longo do século passado, capaz de proporcionar aos nossos alunos um conhecimento mais aprofundado das suas raízes e do seu património histórico-cultural. Inserido no Plano Anual de Actividades, o “Museu Vivo na Escola” procura assumir-se como um processo dinâmico que privilegia o contacto e manuseamento com utensílios e artefactos de antigamente, permitindo assim que todas as pessoas, e, especialmente os alunos, conheçam melhor o seu funcionamento. Reviver fragmentos de um quotidiano não muito distante, recriando várias modalidades de jogos tradicionais com participantes de todas as idades, é um modo sadio de descobrir novas formas de ocupação de tempos livres e estimular a prática do exercício físico com evidentes benefícios para o desenvolvimento da motricidade e destrezas manuais, promovendo ao mesmo tempo uma socialização que eleve a auto-estima e consolide os laços afectivos dos mais novos com os adultos e de todos com a escola. Atendendo ainda ao aprofundamento dos conhecimentos que proporciona aos alunos, em relação aos variados aspectos da vida das gentes desta região o “Museu Vivo na Escola”, comporta uma componente lúdico-pedagógica de considerável alcance educativo. A abertura solene foi abrilhantada com a participação espectacular da fanfarra do Agrupamento de Escuteiros de Moure, a quem mais uma vez manifestamos a nossa gratidão pela disponibilidade demonstrada. De seguida foi inaugurado pelo presidente do Conselho Executivo o símbolo do museu, construído na zona verde da entrada principal da escola. Na ocasião, o Prof. Carlos Marques, na qualidade de

coordenador do Projecto “Museu Vivo na Escola”, agradeceu a todos a presença neste evento, lembrando o apoio dado por várias pessoas, enaltecendo de forma especial a colaboração do senhor Manuel Couto, considerando-o um grande amigo do museu. Especial sucesso teve o chá do sabor dos

velhos tempos acompanhado de saborosos biscoitos caseiros, servido gentilmente pela Associação de Pais, que foi incansável no apoio a esta actividade. De tarde houve ainda um espaço destinado aos mais novos, com a realização de um concurso de lançamento de aviões de papel, com prémios para todos os participantes. Os visitantes puderam ainda ao longo do dia consultar o Livro de Honra do Museu, no qual consta a designação de todas as peças e o nome dos respectivos ofertantes A partir desta data, o museu tem a exposição patente à comunidade nos espaços destinados ao efeito. Clube de Jornalismo

Visita à Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva Foi numa visita escolar Que tudo se passou O Tiago esqueceu o lanche Mas fome não passou.

Fomos ao pequeno auditório Da biblioteca Lúcio Craveiro Ouvir uma história bonita Do rapaz, que do milho, fez dinheiro.

Era um simpático motorista Que guiava a camioneta Que nos levou de Atiães Para vermos a biblioteca.

Estava lá o professor Castanheira a cantar e a contar histórias de encantar Que ao som da sua viola Encantou todos os meninos da escola.

Para saber mais,consulte: www.quercus.pt; www.eco.edp.pt (sobre Consumos energéticos eficientes de iluminação, electrodomésticos e sistemas de refrigeração; materiais de construção; energias renováveis e outros assuntos.) e em http:www.diamundialdasaude2008.blogspot.com (blog que divulga actividades das escolas do Concelho de Vila Verde e Centro de Saúde de Vila Verde).

A Coordenadora do Projecto, Prof.ª Tânia Santana

Texto colectivo EB1 de Atiães, 3.º e 4.º anos


04 Páginas Soltas

O Mourinho

NAUFRÁGIO Decorria o último lustre do século dezanove quando D. Guiomar se decidiu a vender os seus avultados haveres, para ir juntar-se à única irmã, que residia em Buenos Aires, viúva e afortunada, também senhora de metade da herança deixada pelos pais. D. Mariana era uma bonita rapariga e foi pedida em casamento por um rico comerciante argentino, que a conheceu no Bom Jesus do Monte, em 1860, já quarentão, num domingo à tarde, quando, integrados num numeroso grupo, desciam os escadórios e visitavam os calvários. Casou aos dezassete anos e partiu para a América Central. Criou os filhos, dois robustos rapazes, e viu finar-se o esposo amado no dia em que festejavam as bodas de prata de casados. Nunca mais pisou solo pátrio e vivia, com toda a alma e ternura, para o marido e para os filhos. D. Guiomar, oito anos mais velha, bem lhe pedia que regressasse, porque possuíam o bastante para levarem uma vida faustosa, mas ela, mesmo viúva e com enormes saudades da irmã, não abdicou do amor aos filhos e à segunda pátria. Quase trintona, D. Guiomar casou quatro anos após a irmã, com um abastado proprietário vizinho. Teve uma filha, que não sobreviveu a febres altíssimas e foi a enterrar com três aninhos! E o marido, que já estava acamado há uns meses, minado por funda e implacável tuberculose, foi juntar-se à filha, três meses depois, no jazigo de família... D. Guiomar, vestindo sempre de luto, viveu na solidão cerca de trinta anos, cedendo, então, aos rogos da emigrante: vendeu todos os bens, atestou uns vinte grandes baús com um fabuloso bragal, inúmeros objectos de estimação, louças, pratas e muito ouro... Marcou a passagem num navio que estabelecia a ligação entre o Porto e o Rio de Janeiro e embarcou no mês de Novembro, para ir consoar com a irmã e com os sobrinhos... Os primeiros dias de viagem foram decorrendo com bom tempo e mar

muito calmo. Próximo das ilhas de Cabo Verde, começou a nublar-se o céu e a nortada a silvar agoirentamente. A noite descia com um denso nevoeiro, que nada deixava enxergar... Quando despontou a manhã do dia seguinte, acapelado, o mar rugia como um louco e amedrontava. Adensaram-se cada vez mais as nuvens e, rapidamente, o sol encobriu-se, dando lugar a espessa escuridão, semelhando uma noite tenebrosa de Inverno. Colheram-se as velas, porque o oceano desatou a urrar medonhamente. O piloto não conseguia controlar a embarcação e, esperançado, procurava alcançar terra, antevendo, exausto, outra noite a cair. Relampejava intensamente e os trovões eram assustadores. De repente, naquele balanço furioso e desordenado, escutou-se um estrondo seco e brutal no casco do navio, que embateu de encontro a um rochedo e encalhou!... Ouviam-se as súplicas aflitivas e os gritos lancinantes da tripulação e dos passageiros. Mais e mais os relâmpagos azulavam os abismos e os trovões pareciam potentes canhões a digladiarem-se! Subitamente, a galera, depois daquele choque violento, estacou, ofegante, com as vagas, raivosas, a tentar remover o obstáculo incómodo... Por fim, com ímpeto, uma força misteriosa inundou todos os compartimentos da embarcação e, num ápice, precipitou-a, a pique, para a profundeza das águas revoltas...D. Guiomar, com os cabelos eriçados, aos soluços, tremente e atónita, ocupava um escaler, que a transportava para a areia... E, de mãos erguidas, em prece fervorosa, viu desaparecer o derradeiro sinal do navio, que lhe levava, a sepultar, uns vinte grandes baús, atestados de tesouros de riqueza, de saudades e de memórias!...

Se eu fosse um PAPAGAIO… Se eu fosse um papagaio poderia ser de várias cores: amarelo, vermelho, verde, cor-de-laranja, castanho, azul, etc. Se eu fosse um papagaio poderia viver no meu país de origem e ser livre. Comeria o que quisesse e faria o que me apetecesse. Viveria livremente, mas também poderia viver numa casa com uma família numerosa, com crianças divertidas, que me ensinariam a falar correctamente. No entanto, poderia acontecer que vivesse numa gaiola fechada a comer muito mal. Poderia também acontecer que vivesse com uma velhinha e lhe fizesse companhia noite e dia. Poderia ainda estar numa loja de roupa, livros, calçado e muitas mais coisas. Lá faria companhia à dona da loja ou empregadas que lá trabalhassem, quando não estivessem nenhuns clientes. Saberia onde estavam todos os produtos da loja e diria às pessoas que lá fossem. Ouviria muitas conversas e alguns segredos. Também conversaria com os clientes mais simpáticos. Poderia, ainda, estar numa zona de turistas para tirar fotografias com eles. Gostaria de estar no jardim zoológico para as pessoas me fossem visitar e apreciar. Adoraria viver nas Canárias. Gostaria de ser um papagaio. Tânia Daniela Gomes, 6ºF

O botão Eu nasci numa fábrica de plástico, era rosa, tinha uns enfeites de estrelas e era muito novo. À minha beira estava a minha família: os meus irmãos e irmãs, tios e tias, primos e primas, mãe, pai, etc… Eu sou muito utilizado no dia-a-dia porque sou posto nas camisolas e calças, casacos, calções e até nas camisas de noite. Eu tenho um tamanho pequenino parecendo uma formiga. A minha função é servir as pessoas e satisfazer no dia-a-dia. Eu sou atado às roupas. Eu fui vendido a uma senhora que tinha uma filha que ia para o infantário. Ela comprou a camisola mais bonita que lá havia e na camisola existia, a prender à parte do pescoço, eu, um botão muito colorido e em forma de borboleta. Era impressionante, eu servia mesmo para muita coisa. Ana Catarina Oliveira, 5º B

Prof. José Fernandes da Silva

Eu sou um mapa Hoje sou um mapa de plástico já com alguns anos, daqueles que têm os países, os continentes e os oceanos. Eu fui feito numa editora, continente por continente, país por país, oceano por oceano. Depois fui para uma livraria onde me puseram numa prateleira muito limpa e bonita. Um dia, um pescador foi à loja para comprar um mapa e comprou-me a mim e desde aí andei sempre a navegar em alto mar. Um dia houve uma tempestade e eu caí ao mar. Passados alguns dias fui dar à costa e uma família que por lá passava encontrou-me. O menino pôs-me pendurado na parede do quarto e eu passei lá muitos anos e fui muitas vezes consultado até que, um dia, a professora lhe pediu que levasse o mapa para a escola para os alunos me poderem consultar. Eu fui consultado por muitas turmas. Um dia quando o menino ia sair daquela escola a professora disse-lhe que já podia levar o mapa para casa e foi isso que ele fez. Pôs-me na mochila, levou-me para casa dele e pendurou-me na parede do quarto. A irmã e ele passaram a consultar-me sempre que tinham dúvidas, e desde aí já fui consultado muitas vezes e ainda ajudei a estudar para os testes. Eu sou muito feliz nesta família. Diogo Emanuel Peixoto, 5ºB

De onde vem a expressão “Lágrimas de crocodilo”? Já ouviste falar de lágrimas de crocodilo? Diz-se de alguém que chora a fingir, ou seja, sem vontade de chorar. A explicação é esta: quando os crocodilos engolem uma presa, estes engolem-na sem mastigar. Têm por isso, de abrir muito as mandíbulas e isso faz com que comprimam a glândula lacrimal, localizada na base da órbita, o que faz com que estes répteis lacrimejem. Bom, mas nem por chorarem lágrimas de crocodilo se pode dizer que estes répteis sejam fingidores. Quando eles lacrimejam não é para enganar ninguém…

Já a histó g o r a , a p ri ro Antó a “Lágrim v e i t a p a nio T a orrad s de Croc r a l e r a o. odilo ”, de

Clube de Jornalismo

Versão poética do conto “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho”, de Mário de Carvalho Cruzaram-se os séculos XII e XX E uma confusão gerou: Clio, a musa da História, Adormeceu e a acordar demorou. O Agente da PSP foi um dos primeiros a mirar, Os automobilistas espantados ficaram, Com barulhos ensurdecedores, No meio da avenida todos pararam. Na Avenida Gago Coutinho, Uma grande confusão sucedeu, Ibn-el-Muftar aparvalhado ficou, Pensando num castigo que Alá lhe deu. El-Muftar cofiava a sua barbicha E ajeitava o belo turbante, Pensava com ar perspicaz Em Alá, o brilhante. Manuel Reis Tobias, Agente da PSP, Sem saber o que seria, Contactou o posto de comando Para saber se alguém lá iria. Manuel da Silva Lopes Armou a confusão, Pois ele é que fazia parar o trânsito Com o seu grande camião. Desta reacção Os árabes não gostaram, Com uma saraivada de setas Seu descontentamento anunciaram. O Comissário Nunes, Recém-chegado ao local, Ficou em estado de choque, Pois entendeu tudo mal. Ibn-el-Muftar Estava irritado Havia muita confusão Que fez com que o seu “fato” ficasse estragado. O nosso árabe valente Pensativo começou a ficar Com peões de escudo em sua frente Em Ibn-Arrik logo começou a pensar. Os cavaleiros berberes Logo os peões enfrentaram, Danificando automóveis Dos militares se aproximaram. Ao comissário Nunes O medo começou a aparecer, Com os poucos reforços que tinha Não sabia como proceder. Fugiu para a cervejaria Munique, Onde se escondeu atrás do balcão: Ou era medricas Ou um grande parvalhão. Chegaram a tropa do Ralis E também a Escola Prática Militar, Com ordens para intervir Ali no Lumiar. A tropa do Ralis Ficou encurralada com camiões TIR Grande sorte não tiveram Pois não puderam intervir. Com o Capitão Aurélio Os acontecimentos foram diferentes, Pois teve muita sorte À frente da sua Companhia de Intendentes. Ele, trazendo instruções para proceder E com conformidade agir, Com os seus militares só pensava Em trabalhar sem se divertir. Quando as duas tropas estavam Prontinhas para se enfrentar, Eis que a deusa Clio acorda Tentando logo a situação remediar. Com borrifos da fonte do esquecimento Todos tiveram de levar, Para se esquecerem do sucedido Foi a solução que Clio conseguiu arranjar. Pelo erro cometido, Clio um castigo levou: De quatrocentos anos Privada de ambrósia ficou.

Ana Isabel e Cláudia, 8º C


Saúde 05

O Mourinho

Cancro do colo do útero

Vacina gratuita a partir de Setembro O cancro do colo do útero é o segundo mais fatal entre as mulheres. Mas não tem de ser uma fatalidade porque o diagnóstico precoce está à distância de um simples teste – a citologia e a prevenção já é possível através da vacinação. A par da vigilância é essencial a prevenção. A inclusão no Plano Nacional de Vacinação irá tornar a vacina gratuita a partir de Setembro de 2008, em todos os Centros de Saúde. A medida abrange inicialmente as raparigas nascidas em 1995, com 13 anos em 2008. Entre 2009 e 2011 serão vacinadas as que completem 17 anos em cada ano ou seja, em 2009 serão vacinadas as nascidas em 1992, em 2010 as nascidas em 1993 e em 2011 as nascidas em 1994. Vários estudos divulgados indicam que, até aos 26 anos, a vacinação tem uma eficácia acima de 96% para os dois tipos mais perigosos do Vírus do Papiloma Humano (VPH, HPV na sigla inglesa), o HPV16 e o HPV18, responsáveis por cerca de 75% dos casos. Esta eficácia não elimina, porém, a necessidade de realização periódica do meio de diagnóstico precoce – a citologia, sendo o método mais conhecido o teste de Papanicolau. O cancro do colo do útero é causado por vários tipos de HPV e as vacinas disponíveis não protegem contra todos eles. O diagnóstico precoce é essencial porque

detecta alterações nas células numa fase inicial, permitindo que se evite a progressão para lesões cancerosas. No entanto, a citologia não protege contra a infecção por Papilomavírus nem contra as alterações nas células. A origem vírica dos cancros relacionados com Papilomavírus oferece uma oportunidade de prevenção primária destas doenças e das lesões que as precedem, através de vacinação. O rastreio sistemático através de citologias regulares continua, contudo, a ser necessário para vigiar o aparecimento de alterações celulares. A vigilância e a vacinação constituem a melhor protecção no combate ao cancro do colo do útero.

O Papilomavírus Humano

O que causa o cancro do colo do útero? É causado por um vírus, o Papilomavírus Humano. Certos tipos deste vírus são capazes de transformar as células do colo do útero, provocando lesões, que em alguns casos progridem para lesões cancerosas. Esta progressão acontece apenas num número reduzido de casos e desenvolve-se ao longo de vários anos. Nunca me vai acontecer Estes vírus são muito contagiosos, comuns e podem ser totalmente silenciosos. Um estudo recente realizado na Europa, mostrou que 35% das jovens entre os 15 e os 17 anos estavam infectadas com Papilomavírus Humano, aumentando esta percentagem para 60% nas jovens de 19 anos de idade. Quem pode ser afectado por este cancro? Todas as mulheres podem ser afectadas. 40% de todos os casos de cancro do colo do útero são diagnosticados em mulheres com idades entre os 35 e os 54 anos. No entanto, foi demonstrado que a maioria das mulheres contraem o Papilomavírus na adolescência ou início da idade adulta. Cerca de 70% das mulheres e homens entrarão em contacto com o Papilomavírus durante as suas vidas. Este vírus é muito comum e é transmitido por simples contacto genital de uma pessoa para a outra. Felizmente, a maioria das pessoas infectadas com o vírus não desenvolverão cancro porque, em 90% dos casos, o Papilomavírus é eliminado naturalmente.

Factos e números importantes

! São diagnosticados anualmente cerca de 500.000 cancros do colo do útero em todo o mundo e 250.000 mulheres morrem devido a esta doença neste período de tempo (o equivalente a quase 685 mulheres por dia ou 30 por hora).

! Na Europa, são anualmente diagnosticados cerca de 33.500 cancros do colo do útero e 15.000 mulheres morrem em consequência da doença por ano (o equivalente a 40 mulheres por dia e 2 mulheres por hora).

! Apesar do rastreio para a detecção numa fase inicial, o cancro do colo do útero permanece a segunda maior causa de morte (a seguir ao cancro da mama) entre mulheres jovens (idades compreendidas entre os 15 – 44), na Europa.

! Em Portugal, há 17 casos de cancro do colo do útero por cada 100 mil habitantes. Surgem, anualmente, cerca de 900 novos casos. Sónia, 8.ºA Clube de Jornalismo

Lavar as mãos é um gesto essencial na prevenção de infecções Os adultos procuram fazer com que as crianças cumpram a mais elementar regra de higiene, mas a verdade é que muitos dos adultos não conseguem dobrá-los. É o que se conclui de um estudo internacional, no âmbito de uma campanha nacional de sensibilização: cerca de um quarto dos portugueses não lavam as mãos antes de comer e depois de ir à casa de banho ou após contactar com animais e 45% também não as lavam sempre que espirram ou tossem. Independentemente da nacionalidade, está provado que este simples hábito de higiene tem reflexos profundos na saúde: - Reduz a incidência de infecções até 59%; - Diminui o risco de infecções respiratórias até 16%; - Reduz as faltas à escola relacionadas com doenças nas crianças até 49%. Boas razões para que os pais insistam na questão – “Já lavaste as mãos?”. Devem continuar a fazê-lo até que os mais pequenos interiorizem a importância deste pequeno grande gesto. Lavar as mãos é, de facto, uma barreira eficaz contra a invasão de germes, sobretudo, quando se trata de crianças, que mexem em tudo o que encontram. É muito fácil que uma bactéria ou um vírus passe das mãos para a boca, a partir daí podendo contaminar o organismo.

Mas os adultos também não estão a salvo: tudo aquilo que tocamos – dos interruptores aos comandos da televisão, passando pelas loiças sanitárias – pode estar contaminado com germes. Sem falar que há alimentos que comemos com a mão... De facto, todos nós, crianças e adultos, somos confrontados com possíveis fontes de contaminação – água e alimentos, objectos, as gotículas que se libertam com um espirro ou um excesso de tosse, a proximidade de uma pessoa já doente. Os mais pequenos são, naturalmente, mais vulneráveis – e uma vez infectados pode ser apenas uma questão de tempo para que toda a família desenvolva os mesmos sintomas. No Inverno, a lavagem das mãos enquanto prevenção assume particular importância. Esta é a época da gripe, uma infecção respiratória altamente contagiosa que, nas situações mais graves, pode abrir caminho a doenças como a pneumonia. Não é, porém, a única que se pode prevenir deste modo – bronquiolite, meningite, hepatite A e diarreias podem ser evitadas se lavarmos as mãos correctamente e ensinarmos as crianças a fazer o mesmo. Lavar as mãos deve de ser uma rotina. Antes e depois de algumas actividades quotidianas. Clube de Jornalismo Cláudia e Ana Isabel, 8.ºC

Pão português tem excesso de sal A maior parte do pão vendido em Portugal tem perto de 10 gramas de sal por quilo, muito acima da média de muitos dos pães consumidos na União Europeia. Basta que cada pessoa coma duas carcaças para poder atingir a dose diária de sal recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 5,5 gramas por dia. O consumo médio de sal dos portugueses é dos mais elevados da Europa, com 12 gramas por dia. Se o pão for acompanhado de presunto ou fiambre é ultrapassada a dose diária recomendada. O nosso pão [dito] sem sal tem sal a mais. A presença de sal tem uma relação directa com o cancro do estômago, a hipertensão arterial e o acidente vascular cerebral (AVC), doença que continua a ser a principal causa de morte em Portugal, mata cerca de 17 a 20 mil pessoas por ano. Portugal é o único pais da União Europeia em que se morre mais por AVC que por doença coronária (ex: enfarte do miocárdio). Verifica-se que há uma relação directa e proporcional entre o consumo de sal dos vários países e a mortalidade por AVC. Por sua vez há provas que a redução do consumo de sal diminui proporcionalmente a mortalidade por AVC. Estudos recentes demonstram que uma redução significativa de 25 a 35% do sal na alimentação pode reduzir o risco de doença cardiovascular até cerca de 25% e a mortalidade em 20%. O excesso de consumo de sal no organismo pode lesar o sistema circulatório,

nomeadamente no aumento da pressão arterial, na rigidez dos vasos sanguíneos e, sobretudo, no aumento do risco de AVC, doença renal e cancro gástrico. Os apelos da Fundação Portuguesa de Cardiologia junto da indústria da panificação para a redução do sal têm tido pouco sucesso. As razões económicas para a recusa da indústria em mudar: quanto mais sal há nos alimentos mais estes retêm água e ficam mais pesados, o que sai mais barato ao produtor porque implica o uso de menos farinha. Ao mesmo tempo, os produtos salgados estimulam a sede, o que promove a indústria das bebidas. Também o factor cultural, que está relacionado com o desenvolvimento tardio da rede de frio – frigoríficos, só depois dos anos 70, permitiu que a conservação de alimentos em sal se manteve até tarde e permitiu o hábito de consumo de sal. Juliana, 5.ºF Clube de Jornalismo


06 Sociedade

O Mourinho

Sozinho em casa Ter a casa toda só para mim! É uma ideia tentadora. Mas a liberdade exige responsabilidade. E o que fazer ao medo? Sabe bem não ter ninguém a dizer “desliga a televisão” ou “muda de canal”, a perguntar se já fizemos os TPC´s ou a mandar-nos tomar banho. A porta de entrada fecha-se e sentimo-nos senhores de nós próprios.

Para uma criança ficar sozinha em casa pode ser mesmo uma aventura, com inúmeros perigos a saltarem em cada esquina. O primeiro risco, é de que apesar de o parecer a criança pode não estar pronta para esse crescendo na sua autonomia. Antes dos 10, 11 anos, os pais não deveriam deixar os filhos sozinhos em casa por mais de uns minutos, e mesmo nesta idade, depende de cada criança e do seu grau de maturidade. Como descobrir o grau de maturidade? Se os pais se mantiverem atentos ao desenvolvimento da criança, observando o seu comportamento e as suas reacções, não será difícil perceber até que ponto podem confiar nela para ficar uns minutos sozinha, ou, mais tarde, umas horas, a seguir às aulas.

Treinar a autonomia Antes de mais, não chega a necessidade paterna de os deixar sós. As crianças têm de estar de acordo com essa opção. Se, ao falar da hipótese, perceber que reagem com desconfiança, mostram desconforto ou dizem mesmo que não querem ficar sozinhas, deve jogar pelo seguro e acreditar nelas. É o momento de ajudá-las a desenvolver a autonomia e a confiança. Como em todas as gerações, em todas as épocas, a geração mais nova adquire competências que a anterior não tinha, mas também perde outras. Hoje, apesar de serem mais abertos às tecnologias, as crianças perderam autonomia, sendo menos ágeis a tomar conta de si próprios ou a brincar em espaços desorganizados. É fundamental ir desenvolvendo nas

crianças a capacidade para detectar os perigos. Normalmente, os pais optam por informar, dizendo aos filhos tudo o que não devem fazer, mas o mais importante não é informar, é formar. É necessário, por exemplo, deixá-los aparentemente sozinhos por um período, observando como reagem e confirmando se sabem o que fazer naquela circunstância. Também se pode mandá-los ir fazer pequenas compras ao supermercado mais próximo, salientando a importância dos trocos, ou pedir-lhes que assegurem determinadas tarefas, participando na organização da casa. Mas isto tudo dando-lhes espaço, não andando atrás a corrigir ou, pior, a fazer por eles. Só assim se pode dar-lhes a consciência de que são capazes.

Prevenção Rodoviária Crianças utentes da estrada Atravessar numa passadeira deveria ser para as crianças sinónimo de segurança. Os números são alarmantes e contrariam a tendência de descida na sinistralidade rodoviária com crianças, em 2007, onde morreram nas estradas portuguesas 22 crianças (idade até 14 anos) vítimas de atropelamento, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Muitas campanhas de protecção aos peões no âmbito do Plano Nacional de Prevenção Rodoviária estão em curso. Pretendem chamar a atenção de todos para a tragédia nas estradas portuguesas todos os dias, a velocidade dentro A primeira morte rodoviária das localidades e para a necessidade de parar mundial nas passadeiras. Apesar das várias iniciativas Foi no séc. XIX, em Londres. A primeira vítima de um de sensibilização, Portugal em comparação acidente rodoviário, Bridget Driscoll, de 44 anos, morreu a com a Europa, continua na cauda – está em 17 de Agosto de 1896, enquanto se deslocava com a sua quarto lugar contando a partir de baixo com filha para assistir a um espectáculo de dança, no Palácio de crianças envolvidas em acidentes por dia! Cristal em Londres. O atropelamento ocorreu nos jardins Esta situação é inadmissível e intolerável. Não do Palácio, quando o condutor da empresa Anglo-French se deve apenas à atitude de peões e de Motor Car oferecia demonstrações do seu novo veículo ao condutores, mas também à localização e público, chocando contra a vítima. sinalização das passagens para peões. Os O condutor, que apenas conduzia há 3 semanas (não condutores devem ter responsabilidade existindo carta de condução na altura), deslocava-se a 8 acrescida por terem nas mãos um instrumento milhas/hora (12,8 km/h), quando não deveria circular a que pode provocar graves consequências, mas mais de 4 milhas/hora (6,4 km/h). os peões, por vezes, não cumprem totalmente com o seu papel de prevenção. Só crescendo é que a criança aprende o essencial. Antes dos 10-12 anos, qualquer criança tem dificuldades em integrar-se no trânsito rodoviário, porque... a criança não é um adulto em miniatura! Não tem os mesmos reflexos, não compreende os perigos nem se comporta como um adulto responsável. Cabe aos adultos modificar comportamentos e ensinar aos mais pequenos as regras fundamentais para andar a pé e atravessar a estrada em segurança. Juliana e Mariana, 5.ºF Clube de Jornalismo

Stress dos pais, doença dos filhos Os pais stressados, ansiosos ou deprimidos não arriscam só a sua saúde, também a dos filhos fica mais vulnerável

Fonte: Revista “Pais e Filhos” Clube de Jornalismo

Quando o trabalho se torna insuportável e as frustrações são transportadas do trabalho para casa, é melhor parar, para recuperar a calma. Pela saúde dos filhos. Existe uma ligação entre o stress, a ansiedade e a depressão dos pais e a debilidade clínica dos filhos. Com este ambiente familiar, as crianças ficam mais expostas a doenças, têm mais febre e o seu sistema imunitário é activado com mais frequência. Estudos revelam que crianças educadas num meio familiar stressado têm mais 40% de hipóteses de adoecer e mais 77% de registos de febre. Também o sistema imunitário fica alterado: o número de glóbulos brancos no sangue aumenta 15%. A estrutura familiar é afectada pelos problemas de um membro, como que por contágio, afectando os filhos, revela um estudo realizado na Universidade de Rochester, Estados Unidos. Casos de stress ou depressão podem ditar o isolamento das crianças. A somatização que fazem é como um grito inconsciente a pedir atenção. As crianças levantam-se cedo para ir para as aulas, depois, têm as actividades extra curriculares… No final do dia, os trabalhos de casa têm de ser feitos. A hiperocupação, o afastamento dos pais da vida dos filhos e a falta de tempo para brincar, aliado à exposição de um mau ambiente familiar, pode explicar o fenómeno.

Fonte: Revista Visão, n.º787 Alexandra, 5.ºF Clube de Jornalismo


Desporto 07

O Mourinho

Nova modalidade desportiva, o

Kin-ball

Que “granda” bola Os desportos não se medem aos palmos – mas não há bola com tamanho que se compare à deste novo desporto, o Kin-ball! Imagina um campo desportivo, por onde saltita uma espécie de balão de pastilha elástica, gigantesco e leve, disputado por várias mãos. Ao contrário do que é habitual, existem três equipas em campo, cada uma com quatro elementos que jogam e revezam-se nos três períodos de duração do jogo (15 minutos cada). Mas a originalidade não fica por aqui… Espera lá, rapazes e raparigas a jogar em conjunto? Sem dúvida, este Kin-ball é uma surpresa! No centro das atenções, está aquela enorme bola insuflável, com 1,22 metros e 800 gramas de peso, de cor “berrante”, difícil de controlar por apenas uma pessoa. À voz de “omnikin”, a equipa que tem a bola selecciona uma equipa adversária e atira a bola para uma posição estratégica. A equipa visada deve impedir que a bola atinja o chão, caso contrário, um ponto é marcado para cada uma das outras equipas. As palavras menos simpáticas que se ouvem às

vezes durante as competições no Kin-ball são penalizadas. O apelo ao desportivismo e ao respeito pelos outros começa nas bancadas. Se, por exemplo, as claques exagerarem nos protestos, as suas equipas podem sofrer sanções. Dentro do campo, também não é permitido qualquer tipo de crítica. Muito menos recorrer à violência, já que não pode haver contacto físico. Mas, não se pense que as diferenças deste desporto se resumem a meia dúzia de regras. Até porque estas foram pensadas pelo canadiano Mário Demers, professor de Educação Física, no Quebeque (Canadá), em 1986, para obedecer a um forte conjunto de valores. O kin-ball é uma modalidade recente em Portugal, só existe há três anos, e está especialmente direccionado para os escalões de formação mais jovens. O kin-ball é a única modalidade colectiva que não tem competição directa e que isso torna-a salutar. Para além disso, trabalha os valores da cooperação e a igualdade entre os sexos, já que as equipas são compostas por rapazes e raparigas.

Desporto Escolar

Grupo Equipa de Atletismo Neste ano lectivo o grupo equipa de Atletismo contou com 76 atletas inscritos de todas as idades. O horário de treino estendeu-se a todos os dias da semana por forma a permitir que todos os alunos pudessem realizar os seus treinos. Também sendo escola de Referência Desportiva permitiu estabelecer protocolos com as Escolas de Vila Verde, Secundária e Profissional, permitindo desta forma que os alunos que este ano lá se deslocaram pudessem continuar a praticar Atletismo. Com grande esforço humano e monetário da Escola conseguimos participar, para além do Corta-Mato Distrital do Desporto Escolar, com um bom desempenho dos 4 alunos de Desporto Adaptado que subiram ao pódio. Na pista coberta realizaram-se seis competições, nas quais se denotou bastante empenho e vontade em bater recordes pessoais. Com a abertura da Pista, os alunos/atletas foram evoluindo. A participação em doze competições ao fim de semana, trouxe resultados desportivos muito bons já que conseguiram ser apurados, os atletas João Teixeira, Marco Cunha, Andreia Gomes e Cátia Silva na disciplina de Salto em Altura, Anaís Rocha no Disco e Peso e Cláudia Campos nas Barreiras e 1.500 mts, para representarem as selecções de Braga de Iniciados e Juvenis. O atleta João Teixeira participou ainda na prova de estafetas sendo Campeão Regional. Ainda de salientar o brilhante 3.º lugar do Marco, no Salto em Altura e da Anaís que ficou em primeiro no Disco. Esta atleta foi seleccionada para o Campeonato Nacional nesta disciplina. O atleta Marco Cunha foi seleccionado para o Nacional do Olímpico Jovem onde obteve um excelente 12º lugar. No Inter Escolas realizado em Maio, na nossa escola, participaram cerca de 60 atletas vindos das escolas de Prado e Gonçalo Nunes de

Barcelos. Este encontro foi apadrinhado pelo atleta de Alta Competição NUNO ROCHA que exemplificou o lançamento de peso e foi dando indicações aos pequenos atletas para os motivar. Foi para os alunos uma tarde excepcional pois a presença do CAMPEÃO permitiu-lhes relacionarem-se com alguém que possivelmente só na televisão poderiam ver. Foi gratificante chegar ao final do ano lectivo com excelentes desempenhos individuais que demonstram bem o trabalho desenvolvido.

Foto da praxe com o atleta de alta competição, Nuno Rocha

”Omnikin” - Significa “Homem em movimento” e é seguida pela nomeação (grita-se rosa, cinza ou preto) da equipa que tem que defender. Fábio Cunha, 8ºA

Prof.ª Ana Paula Pimentel

Clube de Jornalismo

Vanessa Fernandes - soma vitórias no Triatlo Resultados obtidos em 2007

Vanessa de Sousa Fernandes, de 22 anos é uma atleta portuguesa de Triatlo. Os seus dotes naturais fizeram com que aos 15 anos ingressasse no Centro de Alto Rendimento do Jamor onde reside e passa a maior parte do seu tempo. Atleta do Sport Lisboa e Benfica e habitual da selecção portuguesa, esta atleta de 1,68m começou a sua carreira profissional em 1999 no Triatlo de Peniche. É filha do ciclista Venceslau Fernandes, que venceu em 1984 a Volta a Portugal. Em 2006, Vanessa, chegou

à primeira posição do ranking mundial de Triatlo. Actualmente conta com 20 vitórias em Taças do Mundo de Triatlo, igualando o número de vitórias da lendária Emma Carney. Foi considerada Personalidade do Ano de 2007, em Fevereiro último, pela imprensa estrangeira sedeada em Portugal. É uma das grandes promessas portuguesas para os Jogos Olímpicos de Verão de Pequim 2008.

3ª Classificada na São Silvestre do Porto (POR); 1ª Classificada na Meia-Maratona de Lisboa (POR); 1ª Classificada na Corrida do Tejo (POR); Campeã Nacional de Triatlo - Estoril (POR); Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Rhodes (GRE); Vencedora do Triatlo do Fundão (POR); Vencedora do Triatlo de Machico (POR); Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Beijing (CHI); Campeã do Mundo de Triatlo Elite Feminina - Hamburgo (GER); Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Salford (GBR); Vencedora Life Time Fitness Triathlon (USA); Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Copenhaga (DEN); Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Madrid (ESP); Campeã do Mundo de Duatlo Elite Feminina - Gyor (HUN); Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Lisboa (POR); Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Ishigaki (JPN); 3º Lugar na Taça do Mundo de Triatlo de Mooloolaba (AUS); 4º Lugar no Campeonato Nacional de Corta-Mato Longo - Campo Maior (POR); 1ª Classificada no Duatlo de Grândola (POR); 1ª Classificada no Duatlo das Lezírias - Vila Franca de Xira (POR); 1ª Classificada no Duatlo do Jamor - Oeiras (POR).

Resultados já obtidos em 2008 1ª Classificada no Duatlo do Jamor - Oeiras (POR); 2º Lugar na Taça do Mundo de Triatlo de Mooloolaba (AUS); Campeã da Europa de Triatlo Elite Feminina - Lisboa (POR); Recorde Mundial de vitórias na história do Triatlo Mundial (20); Vencedora da Taça do Mundo de Triatlo de Madrid (ESP); 10.ª Classificada no Campeonato do Mundo de Triatlo de Vancouver (CAN).

Fábio Cunha, 8ºA Clube de Jornalismo


08 Dia Mundial da Criança A EB 2,3 comemorou no passado dia 4 de Junho, o Dia Mundial da Criança para os alunos dos 5.º e 6.ºanos. A actividade foi promovida pelo grupo disciplinar de Educação Visual e Tecnológica, com a abertura de um conjunto diversificado de actividades lúdicas e recreativas adequadas aos alunos do 2.ºciclo, que tiveram uma participação entusiasta, criativa e divertida. Dos espaços constavam ateliers de pintura, pintura em azulejo, cerâmica, origami e artes decorativas. Os alunos puderam também, fazer o lançamento dos papagaios de papel, construídos por eles nas aulas de EVT. Houve espaço para a exposição ao ar livre de Taramelas instrumento usado para afugentar a passarada das árvores e evitar a lapidação dos frutos - e ainda, a construção de uma estrutura com cata-ventos e mensagens alusivas à data.

O Mourinho

Dia Mundial da Criança Houve enfim, espaço para voar!... O que acharam alguns alunos da actividade: “Única sugestão: continuem a fazer estas actividades.”

“Foi deslumbrante!”

Ana, 6.ºB

Bruno, 6.ºE

“Diverti-me e todos também, porque os papagaios em papel eram bonitos e as Taramelas faziam ruído.”

espectacular!”

Aparajita, 6.ºF

“Achei bonito estampar a minha t´shirt com o símbolo do Euro2008.”

“Foi um dos dias que eu mais gostei na minha vida. Foi uma actividade espectacular e maravilhosa!”

João José, 5.ºD

Bruno Costa, 5.ºF

“Gostei, porque foi um dia que me emocionou ver tantas crianças a brincar.”

Odete, 6.ºC

“Estava lindo e muito organizado. Fartei-me de brincar com os papagaios.”

Sara, 5.ºE

Sérgio, 6.ºC

“Eu gostei de andar com o meu papagaio. Diziam que o meu voava mais

“Foi muito divertido. Os papagaios estavam lindos!

alto que os outros.”

As crianças mereciam isto!”

Vanessa, 5.ºF

M.ª João, 5.ºE

“Gostei imenso porque os alunos conviveram e aprenderam ao participar nas várias actividades.”

Juliana, 5.ºF

“Foi bonito comemorarmos todos juntos com alegria e brincadeiras. Para o ano gostaria que continuassem a festejar este dia maravilhoso.”

Sandra, 5.ºD

“Gostei, porque haviam imensas actividades e algum vento para os papagaios voarem.”

Direitos da Criança inscritos em marcadores de livros A turma E, do 6.ºano de escolaridade, resolveu dar vida a bocados de cartolina de várias cores, pequenas sobras resultante da execução de capas para a disciplina de EVT. A ideia foi sinalizar o Dia Mundial da Criança, com a oferta de um marcador de livros a todos os alunos do 2.º ciclo e aos professores da turma. Os marcadores foram realizados em Área de Projecto, e cada marcador tinha inscrito um Direito da Criança e ilustrado com motivos naturais pondo à prova a imaginação e a criatividade dos alunos da turma.

Realização dos marcadores – processo de construção: . Reaproveitamento de materiais - Tiras de cartolina. . Redacção dos Direitos da Criança para as tiras de cartolina. . Colocação do papel almaço para aumentar as dimensões dos marcadores. . Ilustração das margens dos marcadores. . Plastificação dos marcadores. . Colagem das cartolinas no papel almaço. . Identificação dos marcadores.

Resultado final do nosso trabalho.

“Foi um dia muito especial. Foi óptimo ,

“De coisas se fazem coisas” Criar objectos a partir da reutilização de materiais é dar vida às “coisas”, é preservar o futuro das crianças, é contribuir para a diminuição da quantidade de resíduos produzidos. Área de Projecto, 6.ºE

FICHA TÉCNICA Edição - Agrupamento de Escolas de Moure, Nº30 - Junho de 2008 Ano de início de publicação - 1997 Periodicidade - Semestral Tiragem - 2000 exemplares Redacção - Escolas do Agrupamento de Moure e Clube de Jornalismo Coordenação do Jornal - Equipa TIC Paginação e Arranjo Gráfico - Madalena Sousa

Luís Filipe, 6.ºA

Livro editado pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens Ilustração do Virgílio, dá vida ao artigo 9.º da Convenção dos Direitos da Criança O livro “O direito da criança – conhece os teus direitos”, foi uma obra coordenada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, em colaboração com a Câmara Municipal de Vila Verde e em parceria com as escolas do concelho, que resultou numa compilação, bem conseguida, de todos os artigos da Convenção dos Direitos da Criança. Todos os alunos, dos vários graus de ensino puderam participar neste projecto, criando ilustrações dos artigos da Convenção dos Direitos da Criança. A EB 2,3 participou com vários trabalhos de alunos, do 6.º ano, nos quais cada participante pôde revelar, através do desenho, a visão que tinham dos seus direitos. O trabalho do Virgílio Sousa, do 6.ºC, foi o seleccionado pela

Comissão de Protecção para ilustrar o artigo 9.º que garante que “a criança não é separada dos seus pais contra a vontade destes, salvo quando essa separação é realizada no superior interesse da criança e de harmonia com a lei.” Parabéns, aos promotores desta iniciativa e ao Virgílio pela qualidade gráfica da ilustração. Enfim, o melhor do mundo são realmente, as crianças!

A frieza da encenação retratada pelo Virgílio, traduz a realidade que vivenciam muitas crianças.

Clube de Jornalismo

Fotografia - Escolas do Agrupamento de Moure Revisão - Equipa TIC/Jornal Escolar Impressão - Emp. do Diário do Minho, Lda Propriedade - Agrupamento de Escolas de Moure Ribeira - Moure, 4730 -303 Vila Verde Telf. 253 927 185/86 Email: jornalescolarmourinho@gmail.com www. eb23-moure.rcts.pt

“Se eu pudesse voltar à juventude, cometeria todos aqueles erros de novo. Só que mais cedo.”

(Tallulah Bankhead)


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