FESTAS EM HONRA DE S. JOÃO BAPTISTA - ALHANDRA

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26 | FESTAS EM HONRA DE S. JOÃO BAPTISTA - ALHANDRA

18 Junho 2009 | O MIRANTE

Regatas no Tejo e garraiadas animam fim-de-semana festivo em Alhandra Festas populares em honra de S. João Baptista decorrem na zona ribeirinha

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stá tudo pronto em Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira, para receber a partir de sexta-feira, 19 de Junho, e até domingo, 21, as tradicionais festas em honra de São João Baptista, padroeiro da vila. As garraiadas, o III Festival de Marchas de Alhandra e a realização de várias regatas no Rio Tejo são alguns dos focos de interesse de um fim-de-semana que promete ser muito animado. “A grande novidade são as festas decorrerem na mesma altura que decorrem as regatas no Rio Tejo. Traz muita gente e conseguimos fazer os dois eventos numa data única”, salienta o presidente da junta. Jorge Ferreira garante que Alhandra tem também uma “grande tradição tauromáquica”. Por isso mesmo haverá garraiadas durante os três dias de festa

que prometem trazer muitos aficionados à terra que acolheu Soeiro Pereira Gomes. Não irá faltar ainda a música tradicional portuguesa, as tasquinhas, a procissão sobre o Rio Tejo e o espectáculo piro-musical que encerrará as festividades. Os festejos arrancam sexta-feira, 19 de Junho, pelas 19h30, com a abertura das tasquinhas. Duas horas mais tarde haverá animação musical com o grupo “P.A-3”. Às 23h00, o momento alto com a primeira garraiada com três novilhos. No sábado destaque para a segunda garraiada a partir das 18h00 que terá o aliciante da actuação dos palhaços taurinos “Tro-Lo-Rós” da Moita. À noite, pelas 21h30, terá início o III Festival de Marchas de Alhandra na zona ribeirinha com a presença de cinco marchas. A da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense, do

Alhandra é uma vila “à beira Tejo plantada” e em franco desenvolvimento População gosta de viver numa terra que já não é só o cinzento do cimento

Forte da Casa, da Póvoa de Santa Iria, de Arruda dos Vinhos e da CURPIFA. Uma hora depois começa a “Noite da Sardinha Assada” e pelas 23h00, lugar para a música com o grupo D´Arromba. Domingo, às 15h00, realiza-se a cerimónia de entrega de galardões de mérito no salão nobre da junta de freguesia. A partir das 17h00, decorre um dos momentos altos das festas: a procissão pelas ruas da vila, seguida de procissão no Rio Tejo. Pelas 19h00 realiza-se a terceira e última garraiada com três novilhos. A festa continua durante a noite com a actuação do grupo de música popular portuguesa “Alborca” às 21h30 e pelas 22h30 será a vez do grupo de cavaquinhos do Grupo Recreativo Desportivo Bragadense subir ao palco instalado na zona ribeirinha. Às 23h30, no mesmo local, irá decorrer o espectáculo piro-musical

Ideias para revitalizar o comércio Zélia Dinis, 58 anos, proprietária de loja de electrodomésticos “Gosto de viver em Alhandra. É uma terra que está muito próxima do rio”. Quem o diz é Zélia Dinis. A empresária do ramo dos electrodomésticos é natural de Santa Comba Dão, distrito de

sobre o Rio Tejo, que encerrará as festas de Alhandra 2009. Referência ainda para a realização, na sexta-feira, 26 de Junho, pelas 20h00 na Associação do Hospital Civil e Misericórdia de Alhandra, de um arraial com sardinha assada. O rio associado à festa No sábado e domingo decorrem várias regatas no Rio Tejo.A organização é da secção náutica do Alhandra Sporting Club que se associa aos festejos da terra. No sábado, 20 de Junho, às 10h00, está marcada a largada para a 1ª etapa das Regatas das Memórias – Moita – Alhandra, com embarcações típicas do Rio Tejo. À mesma hora, sai a 1ª etapa das Regatas de São João Baptista – Doca de Belém – Alhandra na classe ANC. Às 11h00 será dada ordem de partida para a 1ª regata do dia de São João Baptista em vela ligeira. Domingo, pelas 12h30, é a vez da 2ª etapa das Regatas de São João Baptista e Regatas das Memórias – Alhandra – Ponte Marechal Carmona na classe ANC e embarcações típicas. Às 15h00 as embarcações típicas desfilam pelo Rio Tejo na zona de Alhandra

Viseu. Defende mais iniciativas como forma de chamar mais visitantes até à vila e lamenta que a casa Sousa Martins não esteja a ser devidamente divulgada no exterior. Zélia Dinis considera que isso traria mais pessoas, não só ao fim-de-semana, como geralmente acontece, mas também durante a semana.

Uma terra em franca evolução que precisa de jovens Dina Mendes, 35 anos, proprietária de restaurante Alhandra é uma terra em “franca evolução, mas que precisa de mais pessoas jovens e novas ofertas ao nível do comércio”. Quem o diz é Dina Mendes que abraçou um projecto na área da

Do Luxemburgo Os tempos do para a vila de Alhandra velho bairro avieiro

Quando as fábricas faziam mexer a vila

Pedro Pereira, 28 anos, proprietário de agência funerária

Sandra Pinto, 34 anos, solicitadora de execução

Maria Anastácio, 60 anos, proprietária de sapataria

Nasceu no Luxemburgo, mas há 15 anos que “aterrou” em Alhandra. A terra mudou muito nos últimos anos, reconhece. “Está mais evoluída. Fecharam uns negócios e abriram outros. Na minha infância não tinha certas coisas que as crianças têm hoje em dia cá”. Quanto ao negócio diz que a crise afecta todos mas vai dando para os gastos. “Há quem esteja em dificuldades e temos de entender isso. O problema é que depois acabam por não pagar e nós ficamos em dificuldades”, confessa, Pedro Pereira.

Sandra Pinto mora em São João dos Montes, mas Alhandra, a terra onde cresceu, tem um lugar especial no seu coração. As mudanças nota-as sobretudo na zona ribeirinha. “Lembro-me de quando existia o Bairro dos Avieiros”, diz a vilafranquense, lembrando que Alhandra não se pode estender muito. A crise parece chegar mesmo a todos mas Sandra Pinto tem um desejo. “Isto a nível de comércio é péssimo. Precisamos de alguém que dinamize o sector. Além disso faltam mais ofertas de lojas”, afirma.

Natural de Alhandra, Maria Anastácio confessa que se tivesse de sair da Alhandra Natal para ir viver para outro local não sabe se conseguiria adaptar-se habituada que está a

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restauração junto à zona ribeirinha com vista privilegiada sobre o rio Tejo. “Alhandra esteve esquecida durante muitos anos e nada foi feito. Era o cimento e o cinzento. Neste momento já não é assim”, diz confiante Dina Mendes. Considera que continua a existir uma certa resistência ao novo e à natural evolução das coisas. “As pessoas criam aquilo que existe”, salienta a empresária.

viver à beira Tejo. Da “antiga” vila recorda as muitas fábricas e oficinas que existiam e que agora se resumem à Cimpor e à Cimianto. Lamenta que muitos habitantes de Alhandra saiam de manhã e só regressem ao final do dia. “Se conseguissem arranjar forma de prender mais as pessoas aqui talvez o comércio melhorasse”, afiança.

Falta uma saída directa para a A1 Gonçalo Inverno, 31 anos, gerente de óptica Gonçalo Inverno abriu há seis meses uma óptica em Alhandra. “Não havia sítio melhor do que uma terra em que a população tende a ficar com uma faixa

etária mais elevada”, garante o sócio gerente. Trabalhar em Alhandra tem-lhe dado uma outra perspectiva da terra que escolheu para o negócio. A falta de uma saída directa na A1 para Alhandra é algo que prejudica a vila, que segundo Gonçalo Inverno está a crescer e a atrair muita gente jovem.


O MIRANTE | 18 Junho 2009

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Augusto Sacadura é um exemplo de dedicação à história de Alhandra Alhandrense tem em sua casa um vasto arquivo histórico sobre a sua terra Augusto Sacadura é um apaixonado por Alhandra. Nascido e criado nas ruas da vila junto ao Rio Tejo, nos últimos anos dedicou-se à recolha de milhares de documentos e notícias sobre a sua terra. Agora gostava de os ver publicados em livro.

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Jorge Afonso da Silva

uem entra na casa de Augusto Sacadura depara-se com um vasto e rico acervo histórico sobre Alhandra. São dezenas de arquivos, centenas de fotos e milhares de fotocópias devidamente organizados por épocas e assuntos. Actualmente com 73 anos, o Alhandrense, num gesto de amor à terra que o viu nascer, dedicou-se nos últimos anos à recolha e compilação de todas as notícias e informação histórica que foi encontrando e pesquisando sobre a sua terra. Como o espaço já não é muito, Augusto Sacadura teve a necessidade de distribuir o material recolhido pelas várias divisões da casa. As estantes da sala estão completamente cheias. Nos quartos já não há lugar para mais nada e mesmo na cozinha começam a “nascer” alguns “montes de arquivos”. Descendente de Alhandrenses, nasceu e foi criado em Alhandra e está agora reformado. Trabalhou 42 anos na MAGUE em Alverca do Ribatejo e esteve ligado a várias entidades da terra. Fez parte da junta de freguesia, da direcção da Casa Museu Sousa Martins, onde aproveitou para fazer pesquisas de vários documentos que enriqueceram o seu trabalho. Pertenceu ainda ao Alhandra Sporting Club e faz parte da assembleia dos Bombeiros Voluntários de Alhandra bem como da Sociedade Euterpe Alhandrense, a colectividade mais antiga do concelho de Vila Franca de Xira na actualidade. Augusto Sacadura é um exemplo de

foto O MIRANTE INVESTIGAÇÃO. Augusto Sacadura aguarda pelo apoio para editar livro. dedicação e amor à terra. Parte do resul- dos livros, funcionado como mecenas. Lamenta a falta de uma biblioteca em tado de tanto empenho está compilado e colocado em cima da mesa da sala de sua Alhandra e lembra que está prevista a sua casa. São seis volumes, que lhe acalentam construção no Plano Director Municipal um sonho. “Gostava de ver os meus livros (PDM). Maria da Luz Rosinha já garantiu publicados, pois retratam história de que o Teatro Salvador Marques será recuperado e transformado numa biblioteca. As Alhandra”, confessa orgulhoso. Conta que dois desses manuscritos já obras estão previstas começarem durante o foram entregues à presidente da Câmara próximo ano. Quando a biblioteca for uma Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da realidade em Alhandra, Augusto Sacadura Luz Rosinha em 2007 e que aguarda ainda deixa uma certeza. “Estou disposto a doar uma resposta por parte da autarquia, no sem nenhuns custos o acervo histórico que sentido de ajudar e promover a publicação aqui tenho. Seria uma forma de colocar à disposição de todos a história de Alhandra”, dos seis volumes. “Alhandra – Foral 800 anos – 1203-2003 garante. Augusto Sacadura continua a recolher – oito séculos de História” foi o nome que escolheu para a sua “obra”. Na nota do e a guardar tudo o que encontra sobre a autor escreve. “Não sou escritor e muito sua terra. Com 73 anos continua a sonhar menos historiador. Sou um Alhandrense e acredita que um dia o seu sonho irá que gosta da sua terra (…) Alhandra tem tornar-se realidade uma história extremamente rica que não deve deixar de ser contada (…) os leitores irão encontrar muitos documentos inéditos que nunca vieram à luz do público (…)”. Augusto Sacadura tem o desejo de que fosse a presidente de Vila Franca de Xira a assinar o prefácio do livro. Gostava que a edil falasse com os responsáveis da CIMPOR, para que a fábrica situada em Alhandra, possa vir a apoiar a futura edição

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