ECONOMIA
Quando numa cerimónia de entrega de prémios Personalidade do Ano, como a de quinta-feira passada em Rio Maior, os distinguidos assumem a condução dos trabalhos, chamando ao palco pessoas que acham que devem subir ao palco e discursando com a descontracção de quem está na sua própria casa entre amigos, isso é sinal de que a ligação com O MIRANTE é forte e profunda. Quando perante centenas de pessoas falam do prazer que lhes dá ler o jornal e quando trazem para oferecer prendas embrulhadas em declarações de estima e admiração, deixando sem palavras pessoas como os jornalistas cuja matéria-prima é as palavras, isso significa que temos que continuar a fazer mais e melhor do que aquilo que já fazemos. PAG 2 a 9
05 de Março de 2015
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ESPECIAL PERSONALIDADES DO ANO 05 MARÇO 2015
Personalidades do Ano mostram que atitude positiva faz parte do seu ADN Cerimónia foi pontuada por momentos da responsabilidade dos premiados
Vasco Luís de Mello no uso da palavra depois de ter chamado ao palco vários dos seus colaboradores assim como a ex-presidente da Câmara de Vila Franca de Xira. O prémio Personalidade do Ano foi entregue por Octávio Oliveira, secretário de Estado do Emprego e José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa e Joaquim Emídio, director geral de O MIRANTE
Os prémios Personalidade do Ano, atribuídos por O MIRANTE desde 2005, foram entregues na quinta-feira, 26 de Fevereiro no Cine-Teatro de Rio Maior. Foi uma noite positiva e de certa forma inédita, uma vez que os distinguidos acabaram por tomar conta do palco e do microfone, chamando ao palco quem quiseram, contando histórias divertidas. Os trabalhadores de O MIRANTE também foram surpreendidos com prendas. Uma delas foi o “identiicador musical”, criado por Custódio Castelo para o jornal, estreado na cerimónia (ver outro texto). A outra foi bem mais doce.
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descontracção, a espontaneidade e o sentido de humor por parte de quem subiu ao palco arrancaram muitos aplausos, risos e até fortes gargalhadas de uma plateia composta por ilustres convidados durante a entrega dos Prémios Personalidade do Ano 2014. A iniciativa de O MIRANTE, que se realizou pelo 9.º ano consecutivo, encheu o Cine-Teatro de Rio Maior na noite de quinta-feira, 26 de Fevereiro. A cerimónia terminou, aliás, com um momento tão hilariante quanto insólito no historial destas galas, quando Vasco Luís de Mello, administrador do Hospital de Vila Franca de Xira e eleito como a “Personalidade do Ano 2014” presenteou a equipa do jornal, na pessoa da directora de Marketing, Joana Emídio, com uma clássica caixa de furos Regina, onde cada bola de cor corresponde a um chocolate de tamanho diferente. Sobre o facto de ter sido distinguido como Personalidade do Ano, o administrador realçou o facto de coincidir com uma altura em que a regra não é elogiar hospitais.
“Este prémio foi uma surpresa. Foi uma boa surpresa. Não é corrente, nos dias de hoje, premiarem-se instituições hospitalares. O que se ouve mais são reclamações. É uma grande satisfação para nós receber este prémio, ainda por cima quando é atribuído pelo principal órgão de comunicação social da região de abrangência do Hospital de Vila Franca de Xira”, disse Vasco Luís de Mello. O presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges (PSD), eleito como Personalidade do Ano na área da Política (Masculino) também contribuiu para a boa disposição. “É uma honra ser distinguido numa região que tem tão bons autarcas, de todos os quadrantes políticos”, começou por afirmar, agradecendo aos trabalhadores do município, à esposa e aos quatro filhos. O autarca brincou com a plateia, afirmando que, para receber o prémio, ainda treinou o “grito” que Cristiano Ronaldo deu quando recebeu a Bola de Ouro mas pensou melhor e decidiu não arriscar. A presidente da Câmara Municipal de Constância, Júlia Amorim (CDU), igualmente distinguida na Política, contou no
palco com a companhia de algumas mulheres premiadas naquela área em anos anteriores. A autarca da CDU, que se assume como uma feminista moderada, confessou que estava de “alma cheia” no momento em que recebeu o prémio. Contou ainda uma história passada no início da sua vida política, aos 26 anos, quando foi eleita presidente de junta. “O meu pai virou-se para mim e disse: uma mulher casada não pode andar aí sozinha à noite com outros homens. Mas como o marido não diz nada, o que é que eu posso fazer?”, recordou. Já Simão Francisco, presidente da direcção da Canto Firme de Tomar que venceu o prémio na área da cultura, aproveitou a ocasião solene em que esta associação foi distinguida pelo seu mérito para mandar um “recado” ao Governo, repetindo a frase que os professores das escolas de ensino artístico gritaram no dia em que se concertaram em protesto contra o atraso das transferência de verbas .“É a Cultura, estúpido!”, parafraseou. Maria João Oliveira, do Ateneu Artístico Cartaxense, igualmente distinguida com o prémio Cultura, agradeceu o reconhecimento dado a quem se predispõe a continuar “a fazer um trabalho no Ateneu e pelo Ateneu”. Marco Ramos, treinador da equipa de futebol feminina do Ouriense (Ourém), distinguida na área do Desporto, avisou logo que não tinha preparado nenhuma palestra do género das que costuma fazer às atletas antes dos jogos. “Para os clubes todas as vitórias são importantes e receber este prémio também é uma vitória que muito me deixa orgulhoso como treinador”, disse. Já o treinador de atletismo de Rio Maior, Jorge Miguel, enalteceu a terra
A cerimónia terminou, aliás, com um momento tão hilariante quanto insólito no historial destas galas, quando Vasco Luís de Mello, administrador do Hospital de Vila Franca de Xira e eleito como a “Personalidade do Ano 2014” presenteou a equipa do jornal, na pessoa da directora de Marketing, Joana Emídio, com uma clássica caixa de furos Regina, onde cada bola de cor corresponde a um chocolate de tamanho diferente que adoptou aos 10 anos, Rio Maior, mostrando que é um concelho onde vive muito boa gente. “Ao longo destes 40 anos já recebi muitos prémios ou medalhas devido a competições mas este é diferente porque é atribuído pelo reconhecimento de uma carreira e, por isso, é um marco que fica para a vida inteira”, atestou. O galardão Associativismo foi entregue à AREPA do Porto Alto, com o seu líder, José Lameiras, a mostrar em palco um entusiasmo fora do comum. “Devemos viver em harmonia. Se não existir uma harmonia como esta, que estamos a presenciar aqui, não vale a pena. Estou cada vez mais feliz por estar vivo”, disse. O militar de Abril, Manuel da Costa Braz, que recebeu o Prémio “Vida” foi um dos distinguidos mais bem-humorados da noite. “Para me preparar para este momento fui ver como tinham sido as cerimónias da Bola de Ouro e, mais recentemente, dos Óscares de Hollywood”, disse. Mais a sério, Costa Braz referiu que com a iniciativa de O MIRANTE mostra que é possível “vencer a falta de auto-estima e o miserabilismo que grassa pelo país”. LÁGRIMAS DE SAUDADE TAMBÉM APARECERAM O prémio Tauromaquia foi para a Escola de Toureio José Falcão (Vila Franca de Xira), com António José Inácio, presidente da escola a agradecer o apoio que a autarquia, alunos e o seu director técnico têm dado a esta escola. “A paixão da tauromaquia é muito importante para a Cultura do nosso país e do nosso Ribatejo”, disse. O prémio Cidadania foi para os voluntários do Núcleo Regional da Liga Portuguesa Contra o Cancro de Santarém, com Abel Carreira, psicólogo na associação, a referir que este prémio tem um duplo sentido: de reconhecimento, no momento em que a Liga se prepara para comemorar 25 anos em Abril, e de estímulo para continuarem a fazer cada vez melhor, no fundo, a superarem-se. Mas a gala das Personalidades do Ano não foram só risos e gargalhadas. Também se derramaram algumas lágrimas de saudade, nomeadamente quando da homenagem, a título póstumo, ao médico da Chamusca, Artur Barbosa, falecido em 2014 aos 57 anos. Em palco, a família recebeu o prémio das mãos do director-geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, cabendo ao filho Tiago agradecer a distinção. “Temos muito orgulho no seu percurso. Esta homenagem reforça que valeu a pena tudo o que ele fez”, disse. A cerimónia foi animada pela guitarra de Custódio Castelo que “falou” ao coração dos presentes. O artista acabou mesmo por vir a ser aplaudido de pé, após a sua segunda e última interpretação, arrancando bravos da plateia
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Jorge Miguel acompanhado pelos dois ilhos e pela esposa. Na segunda foto, depois de receber o prémio das mãos de Isaura Morais e António Campos
Maria João Oliveira, presidente do Ateneu Artístico Cartaxense, acompanhada de Cristina Póvoa e Luís Major, recebeu o prémio das mãos de Pedro Ribeiro e António Ceia da Silva
Ricardo Gonçalves, Vasco Cunha, Vítor Guia e Mário Pereira entregaram o prémio a Miguel Borges, presidente da Câmara do Sardoal
Treinador da equipa feminina do Ouriense, acompanhado por algumas jogadoras do plantel, recebeu o prémio das mãos de Francisco Jerónimo e Carina Oliveira
José Lameiras, presidente da AREPA, recebeu o prémio das mãos de Carlos Coutinho e Vasco Estrela depois de ter chamado ao palco todos os elementos da direcção que se encontravam na sala
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ESPECIAL PERSONALIDADES DO ANO 05 MARÇO 2015
Abel Carreira, do Núcleo Regional de Santarém da Liga Portuguesa O Coronel Manuel da Costa Braz, Capitão de Abril, recebeu Contra o Cancro, recebeu o prémio das mãos de António Torres e o prémio Personalidade Vida das mãos de Francisco Oliveira Ricardo Gonçalves depois de chamar ao palco outros voluntários da Liga e Hermínio Martinho
O presidente da direcção da Canto Firme, Simão Francisco, acompanhado por alguns elementos da direcção, recebeu o prémio das mãos de Orlando Ferreira e Maria do Céu Albuquerque
Júlia Amorim recebeu o prémio das mãos de Maria da Luz Rosinha, Fernanda Asseiceira, Fátima Galhardo, Carina Oliveira, Isaura Morais e Maria do Céu Albuquerque
António José Inácio, presidente da Escola de Toureio José Falcão, recebeu o prémio das mãos de Diamantino Duarte e Alberto Mesquita. Receberam ainda o prémio com o presidente José Manuel Rainho e Vitor Mendes
Memória de Uma Personalidade Singular, que O MIRANTE instituiu pela primeira vez, recordou Artur Barbosa, o médico de família que faleceu em 2014, com 57 anos. Esta é a sua família com Joaquim Emídio em representação da redacção de O MIRANTE
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A energia positiva de Artur Barbosa ficou e há-de continuar Família do médico da Chamusca, homenageado a título póstumo por O MIRANTE, recorda um homem positivo e cliente do lado luminoso da vida Foi com “comoção e gratidão” que a família do médico Artur Barbosa, falecido em 2 de Agosto de 2014, aos 57 anos, acolheu a distinção que O MIRANTE atribuiu a título póstumo ao seu ente querido. “Se ele estivesse aqui hoje para agradecer acho que diria a todos para serem positivos, para viverem bem a vida e para cuidarem bem dos outros. Eram lemas constantes que ele nos transmitia e que têm sido a força motriz para encararmos esta perda. A energia positiva dele ficou e há-de continuar”, diz o filho, Tiago Barbosa. Minutos antes do início da gala Personalidades do Ano 2014, que se realizou na noite de 26 de Fevereiro no Cine-Teatro de Rio Maior, a esposa Filomena Barbosa, os filhos Tiago, Raquel e Beatriz e a nora Joana recordaram a O MIRANTE algumas facetas de um homem que era conhecido pela sua boa disposição e alegria de viver. E quem conviveu com ele, mesmo que esporadicamente, sabe que essas eram imagens de marca do médico nascido em Cabo Verde e que viveu a maior parte da sua vida na Chamusca. “Nunca falava da morte, era uma palavra que não constava do dicionário dele. Nem do dele nem do nosso”, diz Tiago, sublinhando que o seu pai nunca abordara com a família a possibilidade de uma fatalidade, até porque era um apaixonado pela vida e pelo trabalho. “Ele dizia que queria reformar-se aos 90 anos e a partir daí era para viajar”, descreve o jovem com humor referindo que essas boas recordações ajudam a combater “um bocadinho” o sentimento da dura e repentina perda que sofreram. A família diz que “as palavras são poucas para descrever aquilo que sentimos” e agradece a O MIRANTE a homenagem que consideram “merecida” por tudo aquilo que Artur Barbosa dedicou à Chamusca e à sua população. “Ele não fazia as coisas pelo reconhecimento, mas qualquer pessoa gosta de ser reconhecida. Seja onde estiver, estará com certeza contente por ver que as pessoas gostam dele e apreciam o trabalho que ele fez. O percurso dele valeu a pena. Ficámos mais pobres com a sua partida e achamos que a Chamusca também, pelo número de pessoas que têm vindo manifestar-nos o seu pesar”, conclui o filho com emoção. Artur Barbosa era director da Unidade de Saúde Familiar da Chamusca e morreu na madrugada de sábado, 2 de Agosto de 2014. Tinha 57 anos e estava internado desde 25 de Julho no Hospital de S. José em Lisboa em estado considerado crítico. Sentiu-se mal quando estava a dar consultas no Centro de Saúde da Chamusca, onde trabalhava desde 1986. O funeral, realizado na tarde de domingo, 3 de Agosto de 2014, na Chamusca, constituiu uma manifestação colectiva de pesar de grande dimensão. Natural da Ilha do Fogo, em Cabo Verde, foi viver para Santarém aos 17 anos, tendo concluído o liceu naquela cidade. Entrou em Lisboa, na Faculdade de Ciências Médicas, em 1976 e após terminar o curso fez dois anos de estágio em Cascais, antes de ser colocado na Chamusca. Actualmente, para além de director da Unidade de Saúde Familiar, era também médico legista fazendo as autópsias no gabinete médico legal do Médio Tejo
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Descobrir os melhores e contar o que fazem quando mais ninguém o faz Director Geral explica o sucesso de O MIRANTE com a sua independência
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escolha anual das Personalidades do Ano pela redacção de O MIRANTE resulta do trabalho que o jornal faz diariamente na sua área de abrangência e dos laços que conseguiu estabelecer com a comunidade. Para ter os melhores em palco na noite da entrega dos prémios, também é essencial que as pessoas que editam o jornal sejam cultas, bem formadas e que estejam integradas nas suas comunidades. A ideia foi uma das várias transmitidas pelo director-geral de O MIRANTE no discurso de abertura dos Prémios Personalidade do Ano, na noite de quinta-feira, 26 de Fevereiro, no cine-teatro de Rio Maior. “Mesmo que não sejamos todos do grupo dos melhores (quem quiser que nos julgue), temos o dever e a obrigação de nos empenharmos por igual nesta actividade de escrever e editar notícias e uma vez por ano premiarmos aqueles que para nós merecem o elogio publico”, afirmou Joaquim António Emídio que deu outras indicações sobre a forma de trabalhar do jornal e do motivo que levou à criação dos prémios. “É, de certo modo, também uma forma de promovermos as notícias felizes dentro daquilo a que chamamos o jornalismo de proximidade já que diariamente, ao longo do ano, somos literalmente desafiados a escrever sobretudo notícias que vendem
Discurso Directo Uma parte muito significativa das nossas histórias, incluindo algumas que fazem manchete, chega à redacção através do contacto dos nossos leitores. *** Regra geral os jornalistas de O MIRANTE escrevem sobre o que viram e não sobre o que ouvem ao telefone sentados a uma secretária. *** Quando o assunto das notícias é veneno nós também provamos desse veneno antes de escrevermos. Se o assunto são lágrimas nós também choramos antes de nos lançarmos à escrita, sem literatice e também sem sermos choramingas. *** Desde a fundação deste jornal que temos a certeza que o êxito do nosso trabalho depende da nossa paixão pelo lugar onde vivemos. *** Somos o jornal de todas as cidades da região mas o nosso objectivo é sermos o jornal da terra da maioria das aldeias da nossa área de intervenção.
Joaquim Emídio director geral de O MIRANTE falou da importância de eleger as Personalidades mais jornais, como é o caso das desgraças alheias, das idiotices dos políticos, das misérias franciscanas em geral associadas ao que de pior o homem ainda é capaz com a sua crueldade e o seu cinismo primitivo”, explicou. A independência do jornal foi também destacada por Joaquim António Emídio ao afirmar que O MIRANTE não vai a reboque dos interesses instalados.
“No nosso projecto editorial não há governantes nem ex-governantes a escreverem artigos de opinião, nem deputados a venderem o seu peixe como se vende carapau na peixaria. Ninguém da vida pública com interesses instalados em S. Bento ou na Praça do Comércio faz primeira página só por usar os galões de general da República Portuguesa”. Lembrando o orgulho que O MIRANTE
tem em distinguir publicamente pessoas e instituições disse, a finalizar, que os prémios Personalidade do Ano são um tributo a cada um que os recebe mas também uma homenagem “a todos aqueles que nas mais variadas áreas fazem com que sejamos uma região próspera e uma comunidade de grandes valores, apesar das altas fronteiras que ainda nos separam como território político e socioeconómico”.
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PERSONALIDADES DO ANO
Público aplaudiu de pé a guitarra portuguesa de Custódio Castelo Músico libertou o instrumento e a sua música soa a um Portugal universal
O guitarrista Custódio Castelo recebeu uma das maiores ovações no cine-teatro de Rio Maior, na noite da entrega dos prémios Personalidade do Ano, após a sua segunda aparição em palco com os músicos Carlos Menezes, no contrabaixo e Pedro Ladeira, no clarinete. O artista, que aceitou tocar durante a cerimónia e que ofereceu a O MIRANTE um “identificador musical” por ele composto e gravado (ler caixa), mostrou porque é que é considerado pelos entendidos o maior guitarrista português da actualidade. Sem renegar a herança de grandes guitarristas portugueses, nomeadamente Artur Paredes e o seu filho Carlos Paredes, já desaparecidos, Custódio Castelo, natural do concelho de Almeirim, tem conseguido dar novas sonoridades ao instrumento, libertando-o de uma sensibilidade marcadamente nostálgica e fundada numa certa forma de vivência nacional, escancarando-
-lhe as portas de um Portugal universal onde o tom de saudosismo deu lugar à esperança e ao convívio fraterno. Carlos Paredes tinha entreaberto algumas portas com sonoridades de locais do Mundo onde as caravelas aportaram na época dos Descobrimentos. Mas o som que nos trazia era, de certa forma, um som que nos remetia para esses tempos. Custódio Castelo liga-se a esses e a outros mundos como quem abraça amigos de forma igual e aberta nos tempos actuais. Com ele a guitarra portuguesa sente-se com-
pletamente livre para viajar e para se encharcar de outras músicas e culturas sem nunca perder o norte. Custódio Castelo consegue tocar com qualquer músico de qualquer área musical de uma forma genuína e aglutinadora. A sua generosidade na vida sobe com ele aos palcos e isso nota-se na alegria que sente ao tocar com outros e no prazer que experimenta quando lhes dá espaço e os vê brilhar ou quando se funde com eles para, com eles, dar origem a algo que é de todos e não apenas dele.
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Um identificador musical para O MIRANTE... que mira O músico Custódio Castelo criou e ofereceu a O MIRANTE um identificador musical. A prenda apanhou de surpresa toda a gente e foi estreada na cerimónia de entrega dos prémios Personalidade do Ano, em Rio Maior, na noite de 26 de Fevereiro. O Mestre da Guitarra portuguesa fez a música, o texto e dirigiu a gravação em que participou e regressou aos tempos da sua adolescência, quando era músico de uma banda rock, metendo um solo de guitarra eléctrica no “Jingle”. “O MIRANTE/O MIRANTE mira/ E a notícia vira/ No mesmo instante” foram as palavras imaginadas pelo autor para definir o nosso projecto editorial. Custódio Castelo tem uma relação de amizade com o jornal há mais de década e meia. A sua primeira entrevista ao jornal foi dada quando o seu nome estava ligado ao acompanhamento musical de fadistas e trabalhava como produtor e arranjador em discos de fado. Foi escolhido pela redacção do jornal como Personalidade do Ano na área da cultura em 2010. Pode ouvir o identificador de O MIRANTE criado por Custódio Castelo em www. omirante.pt, pesquisando por: Custódio Castelo Identificador.
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