O Mal Educado #3

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O Mal Educado #3 - abril/2015 - gremiolivre.wordpress.com

organização e luta nas escolas

BOLETIM: PROFESSORES EM GREVE, ESTUDANTES EM LUTA! OS PROFESSORES PARAM, OS ESTUDANTES SE MOVIMENTAM Já vai fazer um mês que os professores estão em greve por melhores salários e condições de trabalho. Mas até agora o Governo não cedeu às reivindicações, apesar das escolas paralisadas e das assembleias lotadas na Av. Paulista toda sexta-feira. Enquanto isso, o ensino público vai de mal a pior: escolas caindo aos pedaços, classes e períodos sendo fechados, turmas superlotadas, aulas vagas, falta d'água e de materiais, repressão aos alunos. Pra piorar, agora o governo quer tirar os direitos

dos jovens e reduzir a maioridade penal. Em outras palavras, estão fechando salas de aula nas escolas e abrindo celas nos presídios!

PARALISAÇÃO DOS ALUNOS: DEPOIS DO INTERVALO, NINGUÉM VOLTA PRA SALA! Na E.E. São Paulo, no centro da cidade, nenhum professor do período da manhã aderiu à greve. Mesmo assim, no dia 01/04, os alunos se reuniram no pátio durante o intervalo e juntos decidiram parar eles mesmos a escola: depois do sinal, ninguém voltou para as salas. No dia seguinte, os estudantes fizeram uma assembleia para decidir suas próprias reivindicações e preparar uma nova paralisação. A mesma coisa aconteceu na E.E. Dom Pedro I, em São Miguel Paulista, zona leste, no dia 01/04. Na manhã e à tarde, os estudantes pararam as aulas e foram para a praça em frente à escola para fazer uma conversa com os professores grevistas sobre a situação da educação. ESTUDANTES BOICOTAM AULAS DOS PROFESSORES FURA-GREVE

Para apoiar a greve dos professores, em alguns lugares os alunos vem tentando organizar também greves estudantis. Na E.E. João Dias, no Tatuapé; na E.E. Anhanguera, na Lapa; na E.E. Honório Monteiro, na M'Boi Mirim, e em várias outras escolas, os estudantes não vão à escola assistir as aulas dos professores que não entraram em greve ou dos substitutos. Já na E.E. Júlio Mesquita, em Campinas, os estudantes vem se recusando a participar das aulas dos professores que estão substituindo os grevistas. Quando um substituto entra na sala, todo mundo senta virado de costas para a lousa e abaixa a cabeça. ESCOLAS SE JUNTAM PARA PROTESTAR Na M'Boi Mirim, zona sul, os alunos da E.E. Luís Magalhães vem fazendo manifestações desde a primeira semana de greve. Na primeira, marcharam até o colégio vizinho, a E.E. Lins do Rego, para chamar mais estudantes para se juntar na luta. Depois, marcaram por facebook um segundo ato que reuniu vários estudantes da região. A mesma coisa tem acontecido no interior: em cidades como Bauru, Araraquara e Presidente Prudente, os alunos de várias escolas tem marcado protestos em conjunto. DIRETORES E POLÍCIA TENTAM REPRIMIR LUTA DOS ESTUDANTES Quando os estudantes se organizam para lutar, os diretores autoritários de muitas escolas sentem seu poder ameaçado e tentam fazer de tudo para intimidá-los. Foi o que aconteceu na E.E. José

Essa situação tem causado a revolta de muitos estudantes. Não é à toa que protestos de estudantes em apoio à greve vem se espalhando por escolas de todo o Estado de São Paulo nas últimas semanas. Da M'Boi Mirim à Itaquera, da Lapa ao Grajaú, assim como no interior, centenas de estudantes pararam suas escolas e foram às ruas para lutar por uma educação diferente.

Até quando os professores vão segurar essa luta sem recuar? Não podemos deixar eles lutando sozinhos. Afinal essa não é uma luta só dos professores, é uma luta de todos pela educação pública de qualidade. Por isso a mobilização dos alunos é decisiva! A hora é de lutar! Precisamos partir pra cima: parar as aulas, organizar assembleias no pátio, trancar os portões, fechar avenidas... E, se preciso, acampar dentro das escolas e só sair quando as reivindicações forem atendidas.

Porphyrio, na M'Boi Mirim, no dia 31/03. Os estudantes pararam as aulas para protestar contra as péssimas condições da escola pública. A diretora chamou a Polícia Militar, que xingou e bateu nos jovens, como sempre abusando de seu poder. Mas no dia seguinte, com apoio dos professores, os alunos fizeram mais um ato denunciando o autoritarismo e a repressão policial.

Na E.E. Zuleika de Barros, na Pompéia, zona oeste, centenas de estudantes pararam as aulas e saíram em marcha pelo bairro. De novo veio a polícia reprimir quem luta por seus direitos, e os PMs bateram em um estudante.

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