Revista Só Futebol #01

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ANO 1 • EDIÇÃO 1 • JUNHO 2014 • R$10,00

Boa praça Uma conversa com Alex sobre família, futebol e carreira

De volta para casa Depois de sete temporadas

Passado e presente Os 64 anos que dividem as duas edições do Mundial na capital

no Japão, Levir Culpi retorna ao futebol brasileiro

copa O palco da

O estádio e as modificações realizadas para ter Curitiba como sede


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EDITORIAL

ó,

futebol! Futebol com seus contos e suas histórias. Você nos encanta com sua magia, as tantas alegrias, por vezes tristezas, mas amanhã tudo será diferente, a minha alma se enche de esperança. Ó, futebol! Você está com as crianças, com os homens, com as mulheres, une pessoas, propaga o amor e a paz. Futebol, te encontro em todos os lugares, em todas as formas, seus dribles, o gol. Ah, o gol! Que felicidade. Ó, futebol! Aqui nasce Só Futebol!

Olik Comunicação R. Pamphylo D’Assumpção, 908 Rebouças | Curitiba – PR (41) 3209.3389 www.olikcomunicacao.com.br facebook.com/olikcomunicacao

Coordenação de Conteúdo Fernanda Brun fernanda@olikcomunicacao.com.br

Jornalista Responsável Thais Vaurof – Mtb: 8270/PR thais@olikcomunicacao.com.br contato@olikcomunicacao.com.br

Colaboradores

É isso mesmo. A paixão por este esporte encantador foi inspiração para o nascimento desta publicação. É o amor que acompanha não apenas grandes campeonatos, como a Copa do Mundo, o Brasileirão e o Paranaense, mas também jogos da Copa Kaiser, da Taça Paraná e da Suburbana. Que reconhece craques como Alex e Luisinho Netto. Que acompanha o futebol em suas diversas variantes, do futsal ao futebol americano. Buscamos personalidades, batemos papos com jogadores, treinadores, médicos e jornalistas. Ligamos o passado e o presente para criar matérias com histórias e sentimentos. Porque é disso que o futebol é feito: de histórias, sentimentos e muita paixão.

Mahani Siqueira e Rafael Falavinha

Revisão Felipe Martynetz

Projeto Gráfico e diagramação Lais Pancote

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Boa leitura!

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Sumário

30 ANO 1 • EDIÇÃO 1 • JUNHO 2014

BOa praça Uma conversa com Alex sobre família, futebol e carreira

dE vOlta pra casa Depois de sete temporadas

passadO E prEsEntE Os 64 anos que dividem as duas edições do Mundial na capital

no Japão, Levir Culpi retorna ao futebol brasileiro

cOpa O palcO da

O Estádio e as modificações necessárias para ter curitiba como sede

NOSSA CAPA foto: Studio Gaea/Ale Carnieri

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história

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Campeonato Paranaense

64 anos e muitas diferenças separam as Copas de 1950 e 2014

Londrina se consagra campeão paranaense depois de 22 anos

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Copa Kaiser

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matéria de capa

Especial

Alex e sua história com o futebol

Campeonato amador reúne apaixonados pelo futebol

Saúde

Com passagem pela seleção brasileira, William Youssef fala sobre joelhos

Um tour pelo estádio que será palco dos jogos da Copa de 2014™ em Curitiba

36 38 40

Tabela

Acompanhe os jogos da Copa

Futsal

As mulheres fazem bonito nas quadras

Entrevista

Joel Malucelli fala sobre futebol brasileiro e o futuro do clube

44

Futebol americano

Sucesso também em campos brasileiros


18

46

Imprensa

50

Perfil

Elas dominam o campo na hora de dar a notícia

De volta ao Brasil, Levir Culpi chega ao país com um grande desafio

54

Torcedores

56

Futebol de base

Coca-Cola premia torcedores com uma viagem para ver a taça de perto

Acompanhamento psicológico é essencial para transformar jovens atletas em craques

08 50

60

On-line

62

Futebol amador

Acompanhe os jogadores da seleção brasileira nas redes sociais

Luisinho Netto, ex-Atlético-PR, coleciona títulos no futebol amador

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História

A volta da Copa Sessenta e quatro anos se passaram e, apesar das coincidências, a Copa de 2014 será muito diferente do Mundial de 1950

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U

Mas as coincidências param por aí e dão lugar a uma série de diferenças bem marcantes. Ao longo dos 64 anos que separam os dois eventos, a urbanização do bairro Rebouças, a urbanização da cidade, a profissionalização e a globalização do futebol e as exigências da FIFA™ transformaram completamente o panorama de Curitiba como sede da Copa do Mundo. Segundo o historiador Luiz Carlos Ribeiro, professor da UFPR e especialista na história do futebol brasileiro, a primeira mudança perceptível aconteceu nos entornos dos dois estádios.

1950

2014

Ilustração: © Rodrigo Bontempo / © Divulgação FIFA™

ma rua, pouco mais de dois quilômetros e 64 anos. Esses são os elementos que separam as duas Copas do Mundo em que Curitiba esteve envolvida. Enquanto em 1950 a capital recebeu dois jogos na Vila Capanema, a edição de 2014 terá quatro partidas em solo curitibano, todas na Arena da Baixada, estádio que, curiosamente, fica na mesma rua que o utilizado há seis décadas, separados por 2.200 metros de distância.

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História “Pela proximidade com a rede ferroviária, a região do Rebouças sediava o complexo industrial da cidade, como a indústria de fósforos, de beneficiamento do mate, uma fábrica de cervejas e dois moinhos de trigo, entre outras fábricas menores e oficinas. Desde a privatização da Rede Ferroviária Federal ParanáSanta Catarina na década de 1970 e a desativação da Estação Ferroviária, em 1990, a região vem passando por um processo de reurbanização”, relembra Ribeiro.

Arena da Baixada Na fase da reforma em maio de 2014

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Enquanto em 1950 a capital recebeu dois jogos na Vila Capanema, a edição de 2014 terá quatro partidas em solo curitibano O historiador conta ainda que a região da Arena da Baixada manteve seu caráter residencial, mas teve uma evolução comercial desde a primeira Copa do Mundo realizada no Brasil, já que a área que divide o Rebouças e o Água Verde ganhou um centro gastronômico composto por bares e restaurantes.

CURITIBA EXEMPLAR Devido aos atrasos nas obras de modernização e adequação da Arena da Baixada aos padrões exigidos pela FIFA™ para partidas de Copa do Mundo, Curitiba foi seriamente ameaçada, no começo do ano, de ser excluída da relação de cidades-sede. Por mais inusitado que pareça, em 1950 a situação foi completamente oposta.


© Divulgação FIFA™ / © Divulgação Adidas / © Alexandre Carnieri: Faquini Produção Fotográfica:Portal da Copa

1950

2014

UMA SEDE, DUAS COPAS BEM DIFERENTES Confira as diferenças entre as Copas de 1950 e 2014 em Curitiba. EXIGÊNCIAS DA FIFA: 1950 (todas as exigências)

2014 (alguns exemplos)

• Estádios com capacidade de 20 mil lugares • Alambrados • Cabines de imprensa • Tribunas • Túneis ligando vestiários ao gramado

• Visibilidade total do campo em todos os assentos • Cada assento deve ter 47 cm de largura • Distância de 85 cm entre um assento e o de trás • Cadeiras retráteis • Posição específica para a cabine de imprensa • Realização obrigatória de Fan Fests em todas as cidades-sede

JOGOS: 1950 (Vila Capanema)

2014 (Arena da Baixada)

• 25 de junho

• 16 de junho

• 23 de junho

Espanha 3x1 Estados Unidos Público: 9.311 pessoas

Irã x Nigéria Expectativa: 40 mil pessoas

Espanha x Austrália Expectativa: 40 mil pessoas

• 29 de junho

• 20 de junho

• 26 de junho

Suécia 2x2 Paraguai Público: 7.903 pessoas

Honduras x Equador Expectativa: 40 mil pessoas

Argélia x Rússia Expectativa: 40 mil pessoas

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História “NÃO HOUVE ESTARDALHAÇO” principalmente quando o assunto é futebol amador. Suburbana é com ele mesmo. Prestes a vivenciar sua segunda Copa do Mundo no Brasil, ele comparou os dois eventos. “Em 1950, não teve esse estardalhaço todo. As pessoas não estavam muito interessadas na Copa do Mundo e o segundo jogo, que foi em uma quinta-feira, não alterou em nada o funcionamento da cidade. Eu, por exemplo, fui trabalhar normalmente. No primeiro jogo, eu consegui ir, mas era um domingo e eu não precisei comprar o ingresso antecipadamente. Cheguei, comprei e entrei”, relembra Levi, citando uma época em que sorteios da FIFA™ para conseguir um ingresso não passavam de ficção científica.

Alcides Ghiggia Campeão da Copa de 1950 pelo Uruguai, foi assistente do sorteio dos grupos da Copa de 2014™

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Naquela edição do Mundial, as seis capitais que receberiam os jogos só começaram a ser oficializadas um ano antes (Recife, por exemplo, ficou sabendo que seria cidade-sede apenas 60 dias antes da Copa). Os pedidos da FIFA™ eram modestos e, por isso, a Vila Capanema não teve qualquer problema em se adaptar. Construído em 1947 sem qualquer relação com o evento, o estádio já estava praticamente todo adequado, era o mais adiantado de todas as sedes e pôde receber as partidas sem o menor risco ou crise de última hora.

© Danilo Borges/Portal da CopA (fotospublicas.com)

Era domingo. Por isso, o jovem Levi Mulford, de 21 anos, acordou um pouco mais tarde naquele 25 de junho de 1950. De última hora, ele decidiu pegar um bonde até a Vila Capanema, onde tentaria conseguir um ingresso para assistir a Espanha x Estados Unidos, primeira partida de Copa do Mundo da história de Curitiba. Sem qualquer dificuldade, comprou seu bilhete na frente do estádio e se acomodou na arquibancada de madeira montada atrás de um dos gols. Dentro de campo, ele admite que as emoções foram poucas e que a vitória de 3x1 da Espanha, mesmo de virada, nada teve de especial. Hoje, aos 85 anos, Levi é uma das maiores referências no jornalismo esportivo paranaense,


Fuleco

O mascote da Copa do Mundo FIFA™ de 2014 entre Marta e Bebeto. Somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes

© Jefferson Bernardes/VIPCOMM

POUCO BRILHO Os dois jogos que Curitiba recebeu na Copa de 1950 não deram muitos motivos para o torcedor se animar. A partida em que a Espanha venceu os Estados Unidos por 3x1 foi considerada morna e sem graça pelo pequeno público que compareceu à Vila Capanema. Quatro dias depois, o empate em 2x2 entre Suécia e Paraguai seria mais movimentado e equilibrado, mas teria um público pagante ainda menor. “Apesar da intensa campanha para que o curitibano fosse aos dois jogos realizados no Estádio Durival de Britto, o custo elevado do ingresso não permitiu a ocupação total dos anunciados 12 mil lugares. No primeiro jogo, o público foi de 9.311 pessoas, enquanto para a segunda partida o número de torcedores foi ainda menor (7.903 pessoas). Não

temos registros quanto à presença de torcedores estrangeiros”, comenta o historiador Luiz Carlos Ribeiro. Em 2014, o professor vê um cenário bastante diferente. Segundo ele, a venda de ingressos pela internet, a redução do preço das passagens aéreas (muito caras, na época) e a espetacularização do futebol serão responsáveis por um resultado muito mais positivo em relação ao interesse do público nas partidas. Uma vantagem que os curitibanos de 1950 tiveram foi a possibilidade de assistir a duas equipes que tinham boas chances de título. Espanha e Suécia eram duas das favoritas e chegaram ao quadrangular final junto a Brasil e Uruguai. Em 2014, a capital receberá quatro jogos: Irã x Nigéria, Honduras x Equador, Espanha x Austrália e Rússia x Argélia. Das oito seleções, a Espanha é vista com potencial para ir mais longe.

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campeonato paranaense

Título centenário volta ao interior Depois de enfrentar um jejum de 22 anos, o Londrina levantou a taça do Campeonato Paranaense e mostrou que, mesmo após cem edições, o torneio ainda pode surpreender e desbancar a hegemonia dos times da capital

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A

© Divulgação Karilu / divulgação Londrina Esporte Clube

espera de mais de duas décadas pôde finalmente ser superada pela torcida do Londrina. Sem conquistar o título paranaense desde 1992, o Tubarão provou seu amadurecimento da melhor maneira possível: um ótimo desempenho dentro de campo, a maturidade da equipe fora do gramado e a força de sua torcida no Estádio do Café. “O título é a prova de que, quando se trabalha e se acredita no projeto que desenvolvemos para o clube, os resultados aparecem. Nestes últimos anos, nós saímos da Série B do Paranaense, tivemos uma campanha de destaque no ano passado e neste ano

conseguimos ter um desempenho bastante regular, que resultou nessa grande conquista. É a prova de que estamos fazendo um bom trabalho ao longo destas temporadas”, analisa o técnico Claudio Tencati, que comanda a equipe há três anos. No comando do Tubarão, Tencati alcançou em pouco menos de 96 jogos o invejável aproveitamento de 61%, além do título da Série B do estadual em 2011, sendo também campeão do interior no ano passado, alcançando o mesmo número de pontos do campeão Coritiba. Buscando esquecer e superar as adversidades passadas, o Londrina começou 2014 com força total, não veio com facilidade. Decidido nos pênaltis em Maringá, os torcedores do LEC

Título

Prêmio foi para casa com o Tubarão

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campeonato paranaense

Londrina x maringá

sofreram até o último instante. Mas isso não abalaria a grande e exigente torcida azul e branca. Desde a primeira rodada, a 100ª edição do torneio dava sinais de que seria empolgante e poderia surpreender os mais apáticos. Resultados inesperados, como a derrota do Londrina em casa, o empate sem gols entre Atlético e Prudentópolis e a vitória do Maringá sobre o Coritiba, anunciavam uma disputa sem favoritos.

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Na competição deste ano, o centésimo estadual mudou seu formato, sendo disputado em uma primeira fase com 11 rodadas e com jogos de mata-mata entre os primeiros colocados nas quartas-de-final, avançando então para as semifinais e a grande decisão. Com vitórias fora de casa e segurando empates importantes, o Londrina terminou a primeira fase em quarto lugar, disputando a primeira fase dos jogos eliminatórios contra o J. Malucelli. Vencendo em Curitiba

por 2x1 e em Londrina por 2x0, o Tubarão não deu chances para a equipe da capital e se garantiu na semifinal. Enquanto o Maringá, que seria o adversário da equipe alviceleste na grande final, encarava o então tetracampeão Coritiba na disputa pela vaga na decisão, o LEC viveu momentos de tensão ao enfrentar a equipe sub-23 do Atlético. Na primeira partida da semifinal, perdeu de virada na capital por 3x1, precisando de uma vitória por dois

© Divulgação Londrina Esporte Clube / © cesar segundo/AGP

Torcida e time sofreram até a conquista do título


gols de diferença na partida de volta em casa para levar a decisão da vaga para os pênaltis. Mas, com a qualidade e a regularidade da equipe, o Tubarão não decepcionou. Diante de uma torcida de quase 14 mil pessoas, que fizeram a festa no Estádio do Café para incentivar o Tubarão, o time da casa atropelou o Atlético. Com direito a três gols de Arthur, artilheiro da equipe no campeontao, ofuscando a estrela de Adriano Imperador como titular na equipe rubro-negra, o time da casa venceu a partida de virada por 4 x 1 e se garantiu na final histórica do estadual contra o Maringá, que estreava na elite do torneio. Contando com o maior público do campeonato em 2014, com

quase 27 mil pagantes lotando o Estádio do Café, Londrina e Maringá fizeram uma final em duas partidas dignas das melhores decisões que o estado já viu. Com o primeiro empate em 2x2, a decisão ficou para a última partida para a última partida no Willie Davis, que viu o novo empate em 1x1, o centéssimo título do Campeonato Paranaense foi disputado nos pênaltis. Nas cobranças, novamente a igualdade entre os maiores clubes do interior. Somente no útlimo chute, quando Cristiano do Maringá bateu para fora, é que os visitantes puderam soltar o grito de campeão e comemorar o quarto título paranaense do Londrina após uma espera de 22 anos. “O Londrina é um time

que conquistou muitos títulos no passado, por isso sofremos até uma certa pressão e cobrança pelos resultados. Com a nossa dedicação, isso foi possível novamente”, destaca Tencati. Conquista ainda fresca nos gramados de Londrina, a equipe continua o calendário 2014 com foco na Série D do Campeonato Brasileiro, além da disputa da Copa do Brasil, em que eliminou o Criciúma, time que compete na Série A do Brasileirão. “Vamos nos dedicar e permanecer na competição o máximo que conseguirmos, mas nossa prioridade é o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro, assim podemos ter um calendário regular em 2015 e continuar nosso trabalho", completa o treinador.

"O título é a prova de que, quando se trabalha e se acredita no projeto que desenvolvemos para o clube, os resultados aparecem" Cláudio Tencati • Revista Só Futebol •

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especial

Alex

Camisa 10 do Coritiba, um dos craques do futebol atual

Um cara

Alex é um dos grandes nomes do futebol nacional. Curitibano, ele mostra seu talento e é referência para o futebol – dentro e fora de campo 18

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© R2O Filmes

boa praça


A

lexsandro de Souza, 36 anos, canhoto, meio-campista e ídolo. Mais conhecido como Alex, o atual camisa 10 do Coritiba, clube que o revelou, é um dos craques do futebol atual. Com equipes brasileiras em seu currículo e uma rápida passagem pelo Parma, consagrou-se na Turquia, onde é ídolo até hoje no Fenerbahçe. Jogador de grande inteligência e técnica refinada, recentemente Alex anunciou sua aposentadoria e afirmou que este será seu último Campeonato Brasileiro. “Espero me divertir neste ano. Passar o tempo e os jogos de uma forma boa e, se possível, ajudar o Coritiba a ganhar algo importante, que é o grande objetivo”, comentou o meia.

Bastidores da bola Alex é um dos líderes do movimento Bom Senso Futebol Clube, que luta por melhorias no futebol nacional. “Nosso futebol evoluiu muito pouco, mas também não fazemos críticas: são levantamentos de melhorias no esporte. Nosso maior ponto de discussão é por qual motivo elas ainda não foram feitas”, argumentou o jogador. Entre os vários pontos citados para a evolução do futebol brasileiro, o jogador destaca, em especial, o fair play financeiro. “Queremos que os clubes paguem em dia e que quem trabalha com futebol e não o faz da melhor maneira seja responsabilizado. Pegam o clube com dívida e o entregam duas ou até três vezes pior. Isso pode mudar com alguns pequenos ajustes”, explica o atleta. Outro ponto de destaque para Alex é o caótico calendário do futebol

© divulgação

"Queremos que os clubes paguem em dia e que quem trabalha com futebol e não o faz da melhor maneira seja responsabilizado"

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especial

"2% ou 3% dos atletas têm boas condições de vida. Os outros 98% têm dificuldade de jogar" Clubes pelos quais passou

426 Gols

1008 jogos

1995-1997 • Coritiba 1997-2000 • Palmeiras 2000 • Flamengo 2001 • Palmeiras 2001 • Cruzeiro 2002 • Palmeiras 2002 • Parma 2002-2004 • Cruzeiro 2004-2012 • Fenerbahçe 2012-2014 • Coritiba

Números até 16/05/2014

nacional. “Isso é importante para os atletas de equipes menores. Quem falou que jogador de futebol ganha bem é um mentiroso. Realmente, 2% ou 3% dos atletas têm boas condições de vida. Os outros 98% têm dificuldade de jogar e atuam, em média, apenas três ou quatro meses no ano. Isso tem que mudar”, afirma. Alex também opina sobre a Copa do Mundo™. “De legado, só

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estádios. Em Curitiba, o Atlético Paranaense terá um estádio excepcional e um bom legado após a Copa, assim como o Maracanã, o Mineirão e o Itaquerão. De legado social, planejamento urbano, só ficaram as promessas. Não teremos absolutamente nada”, critica.

Ídolo Se o camisa 10 é respeitado por suas opiniões fora de campo,

ele mostra seu verdadeiro valor dentro das quatro linhas. Craque com a bola nos pés, ele é admirado, não só no Brasil, mas mundo afora. É na Turquia que se mede seu reinado. “A minha passagem pelo Fenerbahçe foi sucesso absoluto. Tudo funcionou de uma maneira espetacular. Consegui marcas individualmente importantes e coletivamente também, conquistando títulos


Alex

Bate-pronto

Na primeira vez em que passou pelo Coritiba

Ídolo: Zico Passatempo: Leitura Melhor jogador de todos os tempos: Pelé Clube da infância: Coritiba Com quem gostaria de ter jogado: Ter jogado mais com o Romário Melhor treinador com quem trabalhou: Vanderlei Luxemburgo Gol mais bonito: Palmeiras x São Paulo, em 2002 Melhor lembrança que o futebol deu: São muitas. Não dá para escolher

© divulgação / arquivo pessoal

Comida preferida: Feijoada Filme preferido: O Poderoso Chefão Lugar preferido: Curitiba Alex: (risos) Gostaria de ser meu amigo. Acho que sou um cara boa-praça. Não tenho uma definição, mas acredito ser gente boa.

com o clube. Foi realmente um período ótimo na minha carreira”, avaliou o jogador. A paixão foi tanta que o Coritiba, quando o contratou, foi praticamente obrigado a traduzir a sua página oficial para turco, devido à quantidade de fãs que queriam continuar a acompanhar a carreira do ídolo. “A paixão do povo lá pelo futebol é maior que a do brasileiro. Eles participam mais também”, comentou. Seu sucesso chegou à seleção brasileira, na qual foi campeão da Copa América 2004 como capitão da equipe. Para muitos torcedores, o craque tem apenas uma mancha em seu currículo, ou melhor, uma injustiça: nunca ter disputado uma Copa do Mundo™. Seu nome chegou a ser muito cotado para a Copa de 2002, conquistada pelo Brasil, mas ficou somente na expectativa. “Sou muito bem resolvido quanto a isso. Não me sinto injustiçado por não ter ido à Copa, é uma coisa que não me diminui e nem me sinto desrespeitado. Sempre procurei entender o pensamento dos treinadores que estavam no posto e suas decisões”, explica.

Família Quando o papo é família, Alex também é ídolo dentro de casa – e, neste ponto, o craque mostra novamente sua diferença. Reservado para falar de seus familiares, Alex se considera um bom pai e uma pessoa comum. “Eu sou e vivo como qualquer outra pessoa. Saio cedo para trabalhar, volto para casa, busco as crianças na escola. Quando estamos em casa, procuro brincar com meus filhos e ficar um tempo com eles, ir ao cinema... Uma rotina normal de família”, conclui o craque.

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Copa kaiser

Amadores

do futebol Campeonato regional de futebol amador já é tradição e envolve mais de três mil pessoas em Curitiba, entre jogadores, organização e a fiel torcida dos bairros

CONSAGRADo Em 2013, mais de 2.800 atletas participaram do campeonato

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A

capital paranaense se prepara para realizar mais um grande evento esportivo – e olha que não estamos falando da Copa do Mundo™. No segundo semestre deste ano, acontece em Curitiba a 6ª edição da Copa Kaiser de Futebol Amador, organizada pela marca de bebidas com o apoio e a assessoria técnica da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e da Prefeitura Municipal de Curitiba. O torneio também é realizado em São Paulo, Belo Horizonte, São José Rio Preto, Porto Alegre e Blumenau, já se consagrando como o maior campeonato de várzea organizado no Brasil. “A ideia da FPF e da Kaiser é fomentar a prática esportiva por times das comunidades. Hoje, a competição está em mais de 50 bairros da

Mengão Lindóia

© Divulgação

Time campeão da Copa Kaiser de Curitiba de 2013

capital”, explica Leônidas Nery Dias, integrante da comissão organizadora da Copa Kaiser de Curitiba. Apenas atletas não federados nos últimos dois anos podem se inscrever no torneio, e a procura só tem aumentado. Na primeira edição, 64 equipes participaram do campeonato, mas, com o crescente interesse dos jogadores amadores, gradualmente a Copa ganhou força e visibilidade, fazendo com que a organização decidisse aumentar o número de participantes. No ano passado, mais de 130 equipes foram inscritas e 96 foram selecionadas para integrar a tabela de jogos, com a participação de mais de 2.800 atletas. Com tanta gente, a rivalidade entre os bairros e as equipes, que muitas vezes preocupa a organização e os torcedores, não interfere no andamento da competição. “A questão disciplinar é muito rígida e valorizada por todos, nunca tivemos episódios graves de conflito, o que coloca a Copa também como destaque positivo em organização”, reforça Dias.

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copa kaiser

DESTAQUE POSITIVO Apesar do grande número de torcedores, nunca houve episódios graves de conflito.

1 – Edição 2009: Balão Apagado do Novo Mundo 2 – Edição 2010: Vila Torres 3 – Edição 2011: Assoc. de Moradores Santíssima Trindade 4 – Edição 2012: São Braz 5 – Edição 2013: Mengão Lindóia

Um dos pontos mais peculiares da competição está nos nomes dos times. Espalhadas por toda a cidade, muitas vezes com mais de um time por bairro, as equipes são batizadas com nomes muito divertidos. No Xaxim, por exemplo, Barça e Benfica fazem tributo a times europeus, Manchester, do Uberaba, Lyon, do Parolin, e Ajax, do Campo do Santana, seguem a mesma linha, em contraponto aos brasileiríssimos Butantan, do Barreirinha, e Tupiniquim, do Xaxim.Com nomes

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• Revista Só Futebol •

inusitados que beiram a piada estão Balão Apagado, do Novo Mundo (primeiro campeão do torneio), Boca Seca, do Santa Quitéria, e o Fidumaégua, do Campo Comprido, para citar apenas alguns. Disputada em campos amadores de Curitiba, a Copa Kaiser tem, além do grande troféu de campeão, premiação em dinheiro e jantar para a delegação vencedora. Em 2013, a grande final foi realizada na Vila

Olímpica do Boqueirão entre as equipes do Campo Comprido e do Mengão Lindóia, que ficou com o título, vencendo o jogo por 5x0. Na partida que antecedeu a decisão, o Bragantino ganhou de 1x0 do São Braz e ficou com o terceiro lugar. Com a expectativa de reunir ainda mais participantes neste ano, a Copa Kaiser ainda não divulgou a tabela de jogos, mas a certeza é de que grandes jogos vão continuar movimentando os domingos em todos os bairros da cidade, e a bola não vai deixar de rolar em Curitiba após a Copa do Mundo™. Pelo contrário, será aí que aquele bom e velho futebol, que envolve paixão, famílias e muita raça, poderá ser visto na ponta das chuteiras dos amadores da bola.

© Divulgação

Campeões da Copa Kaiser de Futebol Amador em Curitiba


AD


saúde

Não seria o joelho,

Aquiles? Que calcanhar, que nada. No futebol, quando o assunto é ponto fraco, a gente está falando de joelho

Aquiles , obra de Ernst Herter, Corfu, Grécia, 1884

"L

esão no joelho”. Para quem é leitor assíduo da seção de esportes, a frase já é bem corriqueira – principalmente quando o assunto é futebol. São tipos diferentes, tratamentos específicos e tempo de recuperação variável. Resolvemos

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buscar respostas para algumas perguntas relacionadas a este tipo de lesão. Para isso, nada melhor do que um especialista. Batemos um papo com William Yousef, médico com especialização em cirurgia do joelho e medicina esportiva. Sua história com o esporte é longa. O profissional já foi médico do Coritiba e da seleção brasileira de canoagem (que acompanhou, em 2003, durante os Jogos


Pan-Americanos de Santo Domingo, República Dominicana). De 2004 a 2008, trabalhou com as seleções brasileiras de futebol sub-17 e sub-20, quando foi o primeiro médico paranaense a trabalhar na CBF. Em 2007, Yousef trabalhou ainda como médico da seleção brasileira de futebol nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

© Tasoskessaris / Divulgação

Revista Só Futebol: Existem vários tipos de lesão no joelho. Qual é a mais comum? William Yousef: O joelho é a articulação mais vulnerável do corpo humano. É uma articulação que tem pouca proteção muscular e, por isso, uma das mais predispostas a ter uma lesão. As lesões mais comuns, principalmente quando falamos de futebol, são a de ligamento cruzado anterior e a de menisco.

"O joelho é a articulação mais vulnerável do corpo humano" Revista Só Futebol: E quais são as diferenças entre elas? William Yousef: A lesão de menisco é mais tranquila que a de ligamento cruzado anterior. São feitos exames para determinar seu grau – neste caso, variável entre 1, 2 e 3. Graus 1 e 2 normalmente são tratamentos não cirúrgicos, a fisioterapia já resolve. As mais graves, que são grau 3, têm indicação cirúrgica, mas o procedimento é simples. Jogadores de futebol normalmente sofrem a lesão grau 3. O tempo de recuperação é curto, em geral, em um mês ele está voltando para o campo. No caso de não atletas,

William Yousef Longa história com o esporte

• Revista Só Futebol •

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saúde

Carreira

a tendência é que isso demore de dois a três meses, já que a maioria das pessoas não consegue fazer as oito horas diárias de fisioterapia que um jogador faz. Quando o assunto é lesão de ligamento cruzado anterior, o problema é mais grave. O ligamento cruzado anterior é o ligamento mais importante para a estabilização do joelho. Em pacientes sedentários, a gente tenta musculação e fisioterapia, mas em atletas profissionais a indicação é cirúrgica. É difícil

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• Revista Só Futebol •

um atleta conseguir manter um alto nível de desempenho sem a cirurgia. Revista Só Futebol: E como são os resultados? William Yousef: Muito positivos! O índice de retorno é bom: em cerca de oito meses, é possível voltar a jogar. Alguns atletas se recuperam em seis meses. Revista Só Futebol: O que acontece nesses ligamentos quando há uma lesão?

William Yousef: Quando o caso é lesão no ligamento cruzado anterior, geralmente o atleta torceu o joelho. Talvez ele tenha aterrissado errado depois de um salto para cabecear, por exemplo. Ele acaba aterrissando de uma forma diferente e torce o joelho em extensão. Quando o jogador faz um movimento rotacional brusco, ou uma torção brusca, o joelho não consegue se estabilizar e o ligamento cruzado anterior acaba sofrendo a lesão. Diferentemente da lesão de

© Divulgação

Em 2007, com a seleção brasileira de futebol sub-20


menisco: nela, a pessoa dobra um pouco mais o joelho. É um movimento mais de rotação com flexão. Revista Só Futebol: No caso das pessoas que não são atletas, como essas lesões acontecem? William Yousef: A lesão mais comum para quem não é atleta é a de menisco. Tem paciente que ao descer do carro faz uma rotação e machuca o menisco. Outros, subindo escada durante anos, causam degeneração do menisco, que é chamada de degenerativa. Lesão de ligamento cruzado anterior é um movimento mais específico, que acontece normalmente em atletas ou em jogadores esporádicos, que são os atletas de fim de semana. Essas pessoas às vezes não têm uma musculatura pronta ou não fazem

Os principais pontos mais lesionados na região do joelho:

Ligamento

Fêmur

alongamento corretamente e acabam sofrendo a lesão. É importante lembrar que a preparação física e o alongamento são fundamentais para tentar prevenir a lesão, mas não são capazes de evitá-la. Revista Só Futebol: Além da lesão do joelho, que outro tipo de lesão você acompanhou em jogadores de futebol? William Yousef: A maioria dos casos é de lesão do joelho. Acompanhei algumas que prejudicaram o tornozelo. As lesões musculares também são comuns no futebol. Revista Só Futebol: A quais sintomas devemos ficar atentos? William Yousef: Quando você começa a ter dor, inchaço, bloqueio do joelho e falseio, é hora de procurar um especialista. Se a dor persistir mais do que três dias, alguma coisa está errada. Revista Só Futebol: Você falou do jogador de fim de semana. Que cuidados ele deve ter? William Yousef: O melhor meio de prevenir as lesões do futebol é ter um bom alongamento da musculatura e um bom fortalecimento. São as duas chaves. Por isso, a indicação é que ele frequente uma academia, sempre depois de uma avaliação médica.

Cartilagem Menisco

Ligamento Posterior

Tíbia

"Quando você começa a ter dor, inchaço, bloqueio do joelho e falseio, é hora de procurar um especialista" • Revista Só Futebol •

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CAPA

Estádio

padrão FIFA™ A Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, receberá quatro jogos da Copa 2014

E

m 2009, a Arena da Baixada foi escolhida como um dos estádios que receberiam jogos da Copa do Mundo de 2014™. Em uma parceria entre Atlético Paranaense, Prefeitura de Curitiba e Governo do Estado, a cidade iniciou obras de melhoria na questão de mobilidade urbana e, principalmente, para a conclusão da Arena, que já era um dos estádios mais modernos da América do Sul. Se já era bonita, a Arena ficou ainda mais, e tudo dentro de todos os padrões estabelecidos pela FIFA™, que não são poucos. Exigem-se áreas de fácil acesso e dispersão de torcida, vestiários com

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• Revista Só Futebol •

total conforto, estacionamento, área VIP, melhorias no entorno do estádio, cadeiras em todo o estádio, enfim. Todas as mudanças foram realizadas e seguiram o caderno “Recomendações e Requisitos Técnicos para Estádios de Futebol”, 5ª Edição de 2011, da instituição. Para adequar-se a todos os pedidos da entidade máxima do futebol, o Atlético Paranaense contratou o arquiteto Carlos Arcos, responsável por todo o projeto arquitetônico do estádio. Além dos jogos da Copa do Mundo 2014™ e de jogos de outros campeonatos, especialmente do Atlético Paranaense, a Arena foi projetada para realizar eventos esportivos de qualquer modalidade, além de culturais, religiosos, shows e e quaisquer outros.


• Revista Só Futebol •

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© Studio Gaea/Ale Carnieri


CAPA

Informações técnicas da nova Arena A obra teve duração de aproximadamente cinco anos, contando desde a sua indicação, em março de 2009. Confira, agora, as novidades da Arena.

Área total A área construída total é de 122.479 m2. A ampliação teve uma área total de 64.502 m2, sendo 41.307 m2 correspondentes à ampliação do estádio, 19.234 m2 ao novo estacionamento e 3.961 m2 ao centro de imprensa.

Capacidade Capacidade total de 41.482 cadeiras no modo FIFA™ (Copa 2014) e 42.372 cadeiras no modo Legado. No modo FIFA™, como será utilizada na Copa do

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• Revista Só Futebol •

Mundo 2014™. A Nova Arena poderá receber 37.696 espectadores de público geral, 2.589 de público VIP, e 1.197 de imprensa. O estacionamento do estádio contará com uma capacidade de mais 928 vagas.

Acessibilidade Foram instalados 150 lugares para pessoas com necessidades especiais e mais 150 cadeiras para seus acompanhantes.

Localização Bairro Água Verde, próximo ao Centro expandido de Curitiba. Facilidade de acesso às vias rodoviárias, ao aeroporto Internacional Afonso Pena (18 km) e a Rodoferroviária (3 km).


Se já era bonita, a Arena ficou ainda mais, e tudo dentro de todos os padrões estabelecidos pela FIFA™, que não são poucos

© Divulgação / © Studio Gaea/Ale Carnieri

Obras realizadas para adequação da nova Arena As melhorias e adequações colocaram novamente a Arena no patamar de um dos estádios mais modernos da América do Sul. Algumas melhorias foram feitas em relação ao antigo estádio:

aos serviços e circulações exigidos pela FIFA™, ampliando a sua capacidade atual e atendendo as exigências da instituição no que diz respeito a segurança, conforto e funcionalidade;

• conclusão da arquibancada do setor Madre • reforma de toda a frente do novo estádio com Maria dos Anjos (paralela à Brasílio Itiberê), área da logística principal das exigências FIFA™ com setores VIP, tribuna de honra, hospitalidade, imprensa, jogadores, juízes e delegados FIFA™;

• reforma e ampliação dos setores Buenos Aires, Getúlio Vargas e Coronel Dulcídio para adequá-los

o objetivo de integração urbana total com a Praça Afonso Botelho, proporcionando o nível de acessibilidade exigido pela FIFA™ em termos de fluxo de multidões;

• criação de uma nova cobertura metálica apoiada nas quatro torres (duas paralelas à Rua Buenos Aires e duas paralelas à Rua Coronel Dulcídio).

• Revista Só Futebol •

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CAPA

Arena da Baixada

Padrão fifa™

Imagem da Arena tirada em maio de 2014

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• Revista Só Futebol •

© Studio Gaea/Ale Carnieri / © Lucas Costa Faquini/Portal da Copa (fotospublicas.com)

No começo de sua reforma, em julho de 2013


A história da Arena A Arena tem uma história que começa no século XX. De lá para cá, aconteceram algumas reformas e uma grande obra de reformulação, colocando um estádio abaixo e construindo um novo no lugar. Vale a pena viajar na história do Estádio Joaquim Américo.

Arena da Baixada

O verdadeiro nome da ova Arena é Estádio Joaquim Américo Guimarães, uma homenagem ao ex-presidente do clube. Mas sua história se inicia antes mesmo de o Clube Atlético Paranaense nascer. A história do estádio começa no início do século XX, em 1914, quando o senhor Joaquim Américo Guimarães, então presidente do Internacional, uma das equipes que originariam o Atlético Paranaense em 1924, comandou a construção do Estádio Baixada da Água Verde. Dez anos depois, após a fusão do Internacional com o América, surgiu o Atlético, que herdou o patrimônio e batizou o estádio com o nome do principal responsável por sua construção.

Em 1997, o Estádio Joaquim Américo ganhou uma nova cara. O estádio construído em 1914 foi posto abaixo e, em seu lugar, foi construída uma Arena, muito mais moderna. A primeira fase de construção deste novo estádio foi de 18 meses e 20 dias. A obra teve início no dia 1º de dezembro de 1997 e foi entregue em 20 de junho de 1999. Porém, o estádio não foi entregue em sua totalidade. Sua conclusão ocorreu entre os anos de 2012 e 2014, com a construção do setor Brasílio Itiberê. Desde sua reinauguração, em 1999, a Arena ficou conhecida como o estádio mais moderno da América Latina, título que ostentou com orgulho até 2007, quando o Engenhão foi inaugurado no Rio de Janeiro Além disso, a Arena esteve na vanguarda no assunto Naming Rights. Seguindo os padrões europeus, o Atlético Paranaense negociou os direitos de uso de imagem na Arena, que em março de 2005 foi batizada de Kyocera Arena. O acordo durou até 1º de abril de 2008, quando foi desfeito.

Data de inauguração 6 de setembro de 1914 Primeiro jogo Internacional-PR 1x7 Flamengo (1914) Primeiro gol Arnaldo (Flamengo)

Data de inauguração 20 de junho de 1999 Primeiro jogo Atlético Paranaense 2x1 Cerro Porteño (1999) Primeiro gol Lucas (Atlético Paranaense)

• Revista Só Futebol •

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Tabela da Copa

Grupo A Classificação

Rodada 1 P

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

Brasil Croácia México Camarões

Bra

MEX

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

ESP

CAM

X

HOL

Sex 13/06/2014 - 16:00 Fonte Nova

CHI

X

AUS

Sex 13/06/2014 - 19:00 Arena Pantanal

Grupo C

Rodada 1 P

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

Colômbia Grécia Costa do Marfim Japão

COL

X

GRE

Sáb 14/06/2014 - 13:00 Mineirão

CDM

X

JAP

Sáb 14/06/2014 - 22:00 Arena Pernambuco

Grupo D Classificação

X

Rodada 1

Espanha Holanda Chile Austrália

Classificação

CRO

Sex 13/06/2014 - 13:00 Arena das Dunas

Grupo B Classificação

X

Qui 12/06/2014 - 17:00 Arena Corinthians

Rodada 1 P

Uruguai Costa Rica Inglaterra Itália

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

URU

X

COS

Sáb 14/06/2014 - 16:00 ARENA CASTELÃO

ING

X

ITA

Sáb 14/06/2014 - 19:00 Arena Amazônia

P - Pontos | J - Jogos | V - Vitórias | E - Empates | D - Derrotas | GP - Gols Pró | GC - Gols Contra | SG - Saldo de Gols | % - Aproveitamento

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• Revista Só Futebol •


Tabela da Copa

Grupo E Classificação

Rodada 1 P

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

Suíça Equador França Honduras

SUI

FRA

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

ARG

IRA

X

BOS

X

NGA

Seg 16/06/2014 - 16:00 Arena da Baixada

Rodada 1 P

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

Alemanha Portugal Gana Estados Unidos

ALE

X

POR

Seg 16/06/2014 - 13:00 ARENA FONTE NOVA

GAN

X

EUA

Seg 16/06/2014 - 19:00 Arena das Dunas

Rodada 1

Grupo H Bélgica Argélia Rússia Coreia do Sul

HON

Dom 15/06/2014 - 19:00 Maracanã

Grupo G

Classificação

X

Rodada 1

Argentina Bósnia H. Irã Nigéria

Classificação

EQU

Dom 15/06/2014 - 16:00 BEIRA-RIO

Grupo F Classificação

X

Dom 15/06/2014 - 13:00 Mané Garrincha

P

J

V

E

D

GP

GC

SG

%

BEL

X

AGL

Ter 17/06/2014 - 13:00 Mineirão

RUS

X

COR

Ter 17/06/2014 - 19:00 Arena Pantanal

P - Pontos | J - Jogos | V - Vitórias | E - Empates | D - Derrotas | GP - Gols Pró | GC - Gols Contra | SG - Saldo de Gols | % - Aproveitamento

• Revista Só Futebol •

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futsal

Meninas

dominando as

quadras de futsal Copa Paraná de Futsal Feminino teve duas categorias: adulto e sub-17

N 38

o mês de maio, teve fim a Copa Paraná de Futsal Feminino. Realizado pela Federação Paranaense de Futebol de Salão, a final do evento aconteceu no dia 18. Quem levantou

• Revista Só Futebol •

a taça de campeão foi a Associação Cianorte de Futsal, que bateu a forte equipe CERA/Prefeitura de Telêmaco Borba por 6x3. O terceiro lugar ficou com o Londrina Futsal Feminino, que derrotou por 5x1 o Real Colombo Futebol Clube.


Sub-17 Na categoria sub-17, a primeira edição da Copa Paraná de Futsal Feminino reuniu mais de 120 atletas. A competição foi realizada entre os dias 30 de abril e 5 de maio, em Telêmaco Borba. As donas da casa fizeram bonito e conquistaram o título de forma invicta. O Clube Recreativo Aquárius Futsal/Prefeitura de

Telêmaco Borba teve 100% de aproveitamento, com cinco vitórias em cinco jogos. Na final, venceu o Coritiba Cancun por 7x2, no Ginásio de Esportes Furtadão.

ANÁLISE O presidente da Federação Paranaense de Futebol de Salão, Jesuel Laureano Souza, avaliou o atual momento da

modalidade feminina. “O futebol feminino, seja ele de campo ou de quadra – o nosso futsal -, vem caminhando a passos lentos. Isso tanto no estado paranaense quanto no resto do país”, comentou. Para Jesuel, o trabalho feito pela FPFS é positivo. “Nossa federação está tentando ajudar os clubes, pois acreditamos na força do futsal feminino”. Um dos resultados positivos já se reflete na edição de 2014 da Liga Feminina Nacional. "Ficamos muito felizes, pois duas cidades do nosso estado, Maringá e Telêmaco Borba, estão pleiteando ser sede para realizar a edição de 2014, entre 15 e 24 de agosto”, concluiu o presidente.

© Divulgação / © Luiz Pires/VIPCOMM

Telêmaco Borba

"acreditamos na força do futsal feminino” Jesuel Laureano Souza

Cianorte

• Revista Só Futebol •

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Entrevista

Avante, Jotinha! Apaixonado por futebol, o empresário fala da situação atual de seu clube e do futebol brasileiro

Joel Malucelli

© Divulgação

Empresário e apaixonado por futebol

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• Revista Só Futebol •


J

oel Malucelli é um dos grandes nomes do estado do Paraná. Aos 58 anos, é empresário de renome e ligado à política. Apaixonado por futebol, foi presidente do Coritiba na década de 1990 e em 1994 criou o Malutrom, que, após algumas parcerias que não deram certo, tornou-se o atual JMalucelli. Em entrevista exclusiva à Revista Só Futebol, o empresário e empreendedor do futebol abordou diversos temas, como Copa do Mundo, atual momento do futebol brasileiro, crescimento do “Jotinha” e calendário para equipes menores. Revista Só Futebol: Qual é a sua visão do atual momento vivido pelo futebol paranaense?

Joel Malucelli: Hoje é o quinto futebol do Brasil. Já tivemos três times na Série A, mas faltam representantes nas demais séries. Está difícil crescermos. Se os clubes não conversarem para mudar a situação e o calendário, vamos perder espaço para Santa Catarina. Revista Só Futebol: Sua primeira experiência no comando do futebol foi com o Coritiba. Como foi? Joel Malucelli: Foi sofrida. Não tinha experiência e tive sorte em ter o Sérgio Prosdóscimo e o Edson Maud ao meu lado. O projeto era entrar no clube dos 13 e na época precisava de unanimidade. Mas no meu mandato voltamos a série A do futebol brasileiro e ingressamos no Clube dos 13. Além de construirmos o CT. Até hoje sou reconhecido como presidente do Coritiba.

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA Ecoestádio Janguito Malucelli foi construído para causar o menor impacto ambiental possível

• Revista Só Futebol •

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Revista Só Futebol: Em 1994 ao criar o Malutrom, atual JMalucelli. Qual o balanço que você faz nesses 20 anos de clube? Joel Malucelli: Ainda procuramos o nosso rumo, mas precisamos de um parceiro, um jogador que participe do projeto. Como o Juninho, no Ituano. Hoje o Jota está em dificuldades. Não temos torcedores, mas temos uma maneira correta de tocar o futebol, seja com os impostos ou com os salários. Ainda temos uma sobrevida com o dinheiro da venda do Jucilei. Mas precisamos de um parceiro.

Revista Só Futebol: Você tocou em um ponto importante: como lidar com a falta de torcedores que o JMalucelli tem? Joel Malucelli: O principal é a falta de motivação e entusiasmo do jogador. É melhor jogar com casa cheia. A dificuldade tem sido grande e não sabemos como superá-la. Não conseguimos mobilizar ninguém. Temos o apoio da imprensa, mas não motivamos a torcida. Não podemos desistir, pois ainda vale pelo projeto social.

Revista Só Futebol: Qual foi sua intenção, em 1994, em criar o Malutrom? Joel Malucelli: Primeiro, minha paixão pelo futebol. Depois, porque considero o futebol um projeto social. O Jucilei era auxiliar de pedreiro e hoje tem uma vida boa. E são inúmeros casos assim. Mas eu não quero ter prejuízo, quero que se mantenha. Temos um orçamento reduzido, mas, à medida que o futebol evolui e você sobe de divisão, pode-se tornar um clube mais poderoso.

Revista Só Futebol: Este ano, o JMalucelli eliminou o Vitória da Copa do Brasil. O que representou isso para você? Joel Malucelli: Hoje é o detalhe que resolve o jogo. A parte física é muito igual. Um time menor não passa mais vergonha quando joga com os de elite. Não tem mais goleadas. Então ninguém se surpreende se o JMalucelli ou outro time menor chega numa semifinal.

Revista Só Futebol: Recentemente, houve a parceria com o Corinthians. Por que não deu certo e encerraram? Joel Malucelli: Não deu certo porque não consegui atrair os torcedores do time paulista para o paranaense. Até o fato de eu não poder usar a bandeira do Paraná no símbolo denegriu um pouco o projeto. A ideia era angariar torcedores. Como não deu certo, perdeu o sentido. Além disso, o Grupo JMalucelli é muito grande. Aproveitamos, também, como estratégia de marketing.

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• Revista Só Futebol •

Revista Só Futebol: O JMalucelli é um time pequeno. Como lida com a falta de calendário e jogos? Joel Malucelli: O Brasil não pode ter somente até a Série D. A Alemanha, bem menor, tem nove divisões. Com mais divisões, teríamos um calendário mais longo. O JMalucelli mesmo, quando acabar a Copa do Brasil para nós, vai manter somente cerca de oito jogadores principais, o resto tem que se virar. No Brasil, só existe a Série A e há uma desproporcionalidade de salários de jogadores e técnicos. Os presidentes

© Divulgação

Entrevista


não têm coragem de enfrentar seus orçamentos e pagam o que não podem, endividando o time e deixando dívidas para o próximo presidente.

© Felipe Oliveira/VIPCOMM

Revista Só Futebol: Como você vê a relação da política brasileira com o futebol? Joel Malucelli: O Brasil é um só e hoje ele está esculhambado

de uma maneira só. Infelizmente minha geração não verá um Brasil melhor na educação, sem crime, com estradas e aeroportos. E, assim como o Brasil, o futebol poderia ser bem melhor, mais organizado e sério. A CBF possui presidentes que perpetuam no cargo e não fiscalizam. Assim como os escândalos que estouram na política e ninguém

faz nada. Temos que lutar para mudar isso. Revista Só Futebol: Qual a sua opinião sobre a Copa no Brasil? Joel Malucelli: O momento era bom quando conseguimos a Copa. Hoje, o cenário é bem oposto. O único legado serão os estádios. Não tem como prosperar.

JMalucelli Na edição de 2014 da Copa do Brasil, contra o Vitória

• Revista Só Futebol •

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Futebol americano

A força da Federação

Federação Paranaense de Futebol Americano, criada em 2009, é principal responsável pela disseminação do esporte no estado

S

uper Bowl. Com certeza você já ouviu essas duas palavras mágicas. A final do futebol americano nos Estados Unidos é o maior evento esportivo do planeta, acompanhado ao vivo nos quatro cantos do mundo. Seus adeptos espalharam-se pelo globo e também chegaram ao Brasil. Os fãs do esporte norte-americano começaram a praticá-lo por aqui e com o tempo os adeptos

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• Revista Só Futebol •


Galeria dos campeões Paraná Bowl 2009 2010 2011 2012 2013

Barigui Crocodiles Barigui Crocodiles Barigui Crocodiles Coritiba Crocodiles Coritiba Crocodiles

Filiações Federação

5 4 3 2 1

2009

2010

6 5 4 3 2 1

7 6 5 4 3 2 1

8 7 6 5 4 3 2 1

8 7 6 5 4 3 2 1

2011

2012

2013

2014

• Revista Só Futebol •

(Fusão de duas na Capital)

6 5 4 3 2 1

(Fusão de duas em Ponta Grossa)

© jéssica & Dayane fotografia / © Rodrigo foggiatto

aumentaram Brasil afora. No caso de Curitiba, foram criadas equipes e amistosos eram marcados de forma frequente. Chegou um momento em que era necessário dar um passo a mais. Em 2009, foi criada a Federação Paranaense de Futebol Americano, a FPFA, com o intuito de centralizar a organização e divulgar a modalidade no estado. Apesar de recente, a federação é a grande responsável pelo crescimento gradativo do esporte no Paraná, além de incluir um dos principais times do Brasil e pentacampeão estadual, o Coritiba Crocodiles, parceiro do clube de futebol Coritiba. O atual presidente da FPFA é o economista Carlos Alberto Copi Junior, que divide a presidência com o horário de trabalho em uma corretora de valores. “Não estou só. É um trabalho coletivo com os dirigentes. Acredito que é esse conjunto que faz a federação ter força dentro do esporte, já que temos representantes de todas as equipes do estado. Sem contar que temos um belo legado deixado pelo ex-presidente Adan Rodrigues", comenta o atual presidente e também atleta O próximo objetivo é evoluir a estrutura interna da entidade, profissionalizando áreas de trabalho e ter uma participação maior dos diretores da gestão. A visão do atual presidente, de apenas 26 anos, é estar consolidado em breve e ser forte em até dez anos. “Conforme as pessoas começam a conhecer o esporte e perdem o preconceito, cresce o número de fãs. Imagino que em dez anos, se ainda não for profissional, estaremos muito perto disso. Atualmente, temos o problema financeiro, mas com o tempo acredito que isso também vai melhorar”, conclui Carlos Copi.

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imprensa

Donas

da bola

N

esse exato momento, Nadja Mauad está pensando em futebol. Ela pode estar escovando os dentes, preparando o jantar ou passando as compras no caixa do supermercado. O fato é que o ofício de jornalista esportiva não permite que ela afaste os pensamentos do esporte por muito tempo. Bem-informada e responsável por várias informações em primeira mão no noticiário esportivo paranaense, Nadja é figurinha muito conhecida de quem acompanha os times

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• Revista Só Futebol •

Mulheres ganham espaço na imprensa esportiva e superam o preconceito com esforço e bom trabalho

da capital e pode ser considerada uma das provas vivas de que há (muito) espaço para mulheres na imprensa especializada em esportes. Apaixonada por esportes desde pequena, a jornalista já praticou tênis, natação, vôlei, hipismo, handebol e remo. No vestibular, embora a opção óbvia parecesse ser Educação Física, Nadja escolheu Jornalismo e, até hoje, não tem motivos para se arrepender. Um estágio no terceiro ano da faculdade se transformou em emprego após a formatura. Durante quatro anos, a jornalista atuou como produtora do CBN Esporte, trabalho que abriu várias portas. Com o tempo, ela passou a se dividir entre o


"Acredito que as mulheres têm um olhar diferente, que caminha junto com as mudanças no jeito de contar as histórias no Jornalismo".

© Divulgação / © Divulgação SPORTV

Janaína Castilho rádio e a TV, cobrindo jogos para o SporTV e para o Premiere FC. Ao mesmo tempo, Nadja participou do programa de talentos da RPC e, em 2011, foi convidada para trabalhar no Globo Esporte. A trajetória já rendeu ótimas recordações, mas está só no começo, ela promete. “Tive muitos momentos bacanas até hoje. Cobri as três finais da Copa do Brasil - com Coritiba e Atlético - acompanhando as campanhas desde o começo. Neste ano, fiz Libertadores, além de ter entrevistado ídolos como Giba, Emanuel, Ronaldo, Gustavo Kuerten. Agora vem o desafio e sonho maior: Copa do Mundo™”, comenta Nadja.

“O menor preconceito foi do público, que sempre me apoiou com carinho e críticas Construtivas". Nadja Mauad • Revista Só Futebol •

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imprensa

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• Revista Só Futebol •

TODO MUNDO CONHECE A CHICA Maria Francisca Klosienski não é jornalista, mas seria impossível falar da presença feminina na cobertura esportiva paranaense sem falar sobre ela. Chica, como é conhecida, é responsável pelo credenciamento dos repórteres em dias de jogo e já tem uma história de quase 40 anos com a imprensa futebolística do estado. “Comecei a trabalhar na Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná em 1975 e, em 2004, na Federação Paranaense de Futebol. Nesse tempo, construí muitas amizades e posso dizer que todo mundo no meio esportivo me conhece. No começo, o preconceito era muito grande e naquela época mulher não era bem-vista em estádio de futebol. Só tinha a Sonia Nassar na Tribuna do Paraná e a Cida Teixeira na Rádio Paraná”, relembra Chica, deixando claro que as mulheres nunca tiveram tanto espaço no meio de campo esportivo.

Chica

Maria Francisca Klosienski, 40 anos de imprensa futebolística.

© arquivo pessoal

Assunto inevitável, o preconceito também é algo com que a jornalista tem que conviver no seu dia a dia. Perguntada sobre o tema, Nadja afirma que seus ouvintes e telespectadores não causam tanto problema. A origem do preconceito, segundo ela, costuma vir de pessoas mais próximas. “No começo, o preconceito foi grande. Eu era uma mulher entrando em um meio muito masculino, especialmente no rádio. Ele vem de todos os lados: colegas, dirigentes, jogadores. O mais engraçado é que o menor preconceito foi do público, que sempre me apoiou com carinho e críticas construtivas. De qualquer forma, o preconceito existe e até hoje tem gente que fala - até no ar, em seu meio de comunicação - que tenho facilidade porque sou mulher, e não porque sou jornalista 24 horas por dia”, avalia Nadja, que ainda comanda um blog que comenta os bastidores do futebol sob a ótica das mulheres. Outro rosto feminino que o apaixonado por esportes paranaense está acostumado a ver nas telinhas é o de Janaína Castilho. Repórter e apresentadora do Globo Esporte, ela está envolvida com o jornalismo esportivo desde 2006 e garante que, nesses oito anos, foram raros os momentos em que teve de lidar com o preconceito. “Hoje, eu já nem percebo mais qualquer preconceito ou desrespeito. Sempre tem comentários que vêm das arquibancadas, mas se for repórter homem há xingamentos da mesma forma. Só mudam as palavras. Nos últimos seis ou sete anos, as mulheres ganharam muito espaço no jornalismo esportivo e aí a gente fala de futebol, porque as coberturas são intensas. Mas sempre fui muito respeitada entre os colegas de profissão. Acredito que as mulheres têm um olhar diferente, que caminha junto com as mudanças no jeito de contar as histórias no jornalismo”, comenta Janaína.


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Perfil

A volta Culpi acredita que readaptação ao Brasil será mais difícil do que a chegada ao Japão

Hora de

recomeçar Depois de sete temporadas no Japão, Levir Culpi retorna ao futebol brasileiro com a difícil missão de se readaptar ao país 50

• Revista Só Futebol •


DEDICAÇÃO "O japoneses se superam treinando"

© Divulgação

F

oram sete temporadas no Japão. À frente do Cerezo Osaka, Levir Culpi desbravou o futebol nipônico, descobriu as diferenças (na técnica e na aplicação tática) entre jogadores brasileiros e japoneses e aprendeu a viver em uma sociedade completamente diferente daquela a que estava acostumado. Em abril, sete meses depois de se despedir da terra do sol nascente, o treinador assinou contrato com o Atlético Mineiro para tentar se readaptar ao futebol nacional e à vida em solo brasileiro. Em entrevista exclusiva à Revista Só Futebol, Levir falou do contraste entre Japão e Brasil, relembrou seus melhores momentos em clubes paranaenses e fez um prognóstico sobre a nova etapa da carreira.

Revista Só Futebol: Quais são as principais diferenças entre os jogadores brasileiros e os japoneses? Levir Culpi: Os brasileiros têm mais técnica, já nascem com qualidade. Os japoneses se superam treinando e cumprem com mais frequência o que for determinado taticamente. Revista Só Futebol: Você vê muita diferença entre o Campeonato Japonês e o resto do mundo? Levir Culpi: Por ter apenas 20 anos, o futebol japonês deve servir de exemplo. Tudo é muito bem organizado e os jogos têm grandes públicos. Aos poucos, estão surgindo muitos jogadores que já estão atuando em grandes clubes da Europa. Tive o prazer de revelar vários deles, como o Shinji Kagawa, o Kiyotaque e o Kakitani.

• Revista Só Futebol •

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Perfil “ Po r te r ap e nas 20 ano s, o f u te bo l japo nê s d e v e se rv i r d e e xe m p lo. T u d o é m u i to b e m o rgani z ad o e o s jo go s tê m grand e s p ú b li co s”

grandes feitos no Cerezo Osaka, levando o time duas vezes para a Liga da Ásia. Precisava de mudança de ares.

Revista Só Futebol: Como foi a adaptação aos costumes japoneses? Levir Culpi: Minha esposa e minhas filhas me visitavam com frequência. É mais fácil se adaptar no Japão do que se readaptar ao Brasil depois de sete temporadas fora. Lá é tudo muito organizado e o respeito está acima de tudo. Revista Só Futebol: Qual foi o motivo de voltar ao Brasil depois de seis anos no Japão? Levir Culpi: Queria algo novo. Já tinha conquistado

52

• Revista Só Futebol •

Revista Só Futebol: Você acabou saindo do Atlético Paranaense no final de 2004 um tanto contestado pela torcida. Ficou alguma mágoa ou ressentimento? Levir Culpi: Pela torcida, não. O Atlético foi vice-campeão brasileiro com um elenco recheado de garotos que revelamos naquele ano, como Jádson, Fernandinho e Dagoberto. Fui contestado pela diretoria, que faltou com respeito comigo depois que saí do time. Enquanto estive lá, nunca me falaram nada. Revista Só Futebol: Qual é sua melhor lembrança como técnico dos clubes de Curitiba? Levir Culpi: Como técnico, ganhei o primeiro título do penta do Paraná Clube na década de 1990.

© Bruno Cantini/Atlético-MG

Revista Só Futebol: Você já havia deixado o Cerezo Osaka no fim de 2012, mas acabou voltando ao Japão no ano seguinte. O que aconteceu naquela ocasião? Levir Culpi: Tinha decidido voltar ao Brasil, mas no meio do ano o Cerezo Osaka se encontrava em uma situação muito difícil, na zona de rebaixamento. Não pude recusar o convite para ajudar o time que eu mesmo tinha tirado da J2 (Segunda Divisão).


No Coritiba, tive um momento de grande decepção com o futebol quando fomos roubados em um jogo contra o Guarani no Brinco de Ouro da Princesa, na semifinal da Série B de 1991. No Atlético, ganhei um torneio no início em 1987 e fui vice-campeão brasileiro em 2004 com uma campanha muito bonita, recheada de goleadas. Revista Só Futebol: O que significa, no atual momento da sua carreira, esse recomeço no Atlético Mineiro? Levir Culpi: Tenho uma relação muito boa com o Atlético Mineiro. Acho que não tinha clube melhor para voltar a trabalhar no Brasil. Cheguei em um

momento de reestruturação do time e vou trabalhar para isso. Revista Só Futebol: Qual é sua expectativa para o Atlético Mineiro no Campeonato Brasileiro e no restante da temporada? Levir Culpi: Precisamos de um tempo para organizar as coisas. Acho que, depois da Copa do Mundo™, o time vai embalar. Revista Só Futebol: No período em que esteve longe do futebol, entre a volta do Japão e a assinatura de contrato com o Galo, o que você aproveitou para fazer? Levir Culpi: Revi amigos, pesquei e me dediquei bastante ao livro

que lancei no dia 2 de junho em Curitiba [Somos todos burros com sorte? é uma espécie de autobiografia, em que Levir conta as histórias que colecionou ao longo de 40 anos no futebol profissional]. Revista Só Futebol: A ideia de reverter a renda da venda do livro para o Hospital Pequeno Príncipe ainda existe? Levir Culpi: Claro. Sempre pensei que a arrecadação do livro devia servir a uma causa social. Quando conheci o Pequeno Príncipe e as pessoas que o comandam, tive a certeza de que a parceria seria com eles. São pessoas honestas, que desenvolvem um grande trabalho.

Mundial Fora da Libertadores, o treinador prevê um Atlético-MG forte depois da Copa do Mundo™

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torcedores

A taça é nossa! Já teve brasileiro que viu o prêmio bem de perto

M

aio foi um mês especial para três jovens torcedores. Hélio, João Pedro e Letícia viajaram com a marca Coca-Cola até Cuiabá para voltar no mesmo avião que trazia a taça da Copa do Mundo™ para Curitiba – que tem visitado todas as capitais brasileiras desde abril. Fãs de futebol, os três ainda puderam conhecer a Arena Pantanal, estádio que está na lista dos que recebem jogos da Copa. Cada um deles nos contou um pouquinho sobre a experiência e a sensação de estar perto da tão sonhada taça!

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Desde quando você gosta de futebol? Desde bem pequena! Havia bastante tempo que meu pai já me levava aos jogos. Hoje continuamos indo juntos. Por que você queria ir ver a taça? Foi uma oportunidade bem única, né? Muitos jogadores não conseguem chegar tão perto da taça, para nós, “pessoas normais”, é mais difícil ainda. O que você sentiu durante a visita? Foi uma experiência maravilhosa! Quando cheguei perto da taça, me lembrei de vários jogos, de muitos jogadores levantando o prêmio. A gente costuma só ver isso na TV. O que você está esperando da Copa? Espero que seja bem boa, não só para as seleções, mas também para as pessoas, que traga benefícios. E, claro, que o Brasil seja campeão!

Letícia Martins 18 anos Torcedora do Coritiba

Desde quando você gosta de futebol? Desde pequenininho, devia ter uns dez anos quando comecei a ir aos jogos com meus tios e primos. Vamos juntos até hoje. Por que você queria ir ver a taça? É uma experiência muito única poder conhecer a taça! Quando ouvi a promoção, já corri para participar. O que você sentiu durante a visita? Me senti muito honrado, nunca imaginei que ia viver isso! Visitar a cidade e conhecer o estádio também foi muito legal. O que você está esperando da Copa? Espero que dê tudo certo e que a gente não tenha nenhum problema. Espero que o Brasil ganhe, vou acompanhar os jogos.

João Pedro Andres 17 anos Torcedor do Atlético

© fotospublicas.com / © Divulgação

Hélio Vida Cassi Júnior 16 anos Torcedor do Paraná Clube Desde quando você gosta de futebol? Praticamente desde que nasci! Meu pai sempre me levou ao estádio. Ele e meu avô são torcedores do Paraná. Por que você queria ir ver a taça? Eu gosto muito de futebol, então chegar tão perto da taça é incrível. Único mesmo. O que você sentiu durante a visita? O estádio é maravilhoso, foi um clima ótimo.

Visitamos o estádio, entramos no gramado e conhecemos o engenheiro que o projetou! Ele comentou detalhes do espaço, foi muito legal! O que você está esperando da Copa? Estou torcendo muito para o Brasil, que a gente consiga esse hexa de uma vez!

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futebol de base

Craques

cabeça

ATENÇÃO REDOBRADA Paraná Clube realiza trabalho físico e psicológico com os craques desde cedo

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© Revista Só Futebol/Jogo da sub-9

Trabalho psicológico realizado durante a formação de jogadores é fundamental para preparar os atletas e ensiná-los a administrar tanto as frustrações quanto as alegrias


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reparação física, aprimoramento das habilidades, trabalhos táticos e constante evolução da técnica. Não é pequena a lista de aptidões que jovens aspirantes a craques de futebol precisam desenvolver na longa e árdua caminhada rumo aos primeiros passos como jogadores profissionais. E, no meio de tantas preocupações, um detalhe que não pode passar batido é a preparação psicológica, fundamental tanto para a carreira de atleta quanto para o desenvolvimento pessoal. No Paraná Clube, os responsáveis pelas categorias de base da equipe tricolor fazem questão de elaborar um trabalho psicológico passo a passo com todas as futuras promessas que passam pelo Ninho da Gralha com o objetivo de chegar ao elenco profissional. Segundo Marcos Matias, coordenador técnico das categorias de base do Paraná, um importante pilar do trabalho realizado no clube é administrar a carga de responsabilidade em cima dos atletas e tentar prepará-los para frustrações e sucessos. “É um sonho de todo menino, mas a gente sabe que é um funil: começam muitos e são poucos os que acabam chegando às categorias maiores da base e principalmente ao profissional. Aqui, damos

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futebol de base

“É importante entender que o atleta que tem uma tranquilidade emocional e sabe lidar com diversas situações extracampo, terá um aumento de produtividade dentro de campo” Heloísa de Moura Vieira, psicóloga das categorias de base do Paraná Clube

todo o suporte, a preparação técnica, física, tática e inclusive psicológica. O Paraná visa a formação de jogadores e, quando falamos dessa formação, tratamos não só da parte do atleta, mas também de indivíduo”, explica Matias. Perguntado sobre o tratamento dado aos jovens quando o assunto é frustração, o coordenador paranista afirma que a intenção do clube é ensinar esses atletas também a conviver e enfrentar essas dificuldades: “Mesmo longe do futebol, eles vão passar por esse tipo de situação, então o mais importante é lidar com isso”. O clube tem ainda uma equipe psicopedagógica que acompanha os jogadores. É cobrado frequência, disciplina e desempenho de todos eles quando o assunto é escola. “Procuramos dar todo o apoio

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para que esses atletas tenham boas condições”, conta o profissional. Psicóloga responsável por todo o trabalho com os elencos da categoria de base do Paraná, Heloísa de Moura Vieira lembra que a pressão é uma realidade diária na vida dos atletas. Esse é um dos motivos pelos quais o trabalho psicológico tem tanta importância no começo de carreira dos esportistas. “O atleta, por iniciar sua carreira profissional tão cedo, é exigido em maturidade e responsabilidade. Muitas vezes, esses adolescentes não foram preparados para esse tipo de situação. A pressão é constante e eles precisam criar habilidade de utilizá-la de forma positiva no desempenho, transformando o estresse em motivação. O trabalho

psicológico é fundamental para inserir essas estratégias no repertório comportamental dos atletas”, comenta Heloísa. Membro do Paraná Clube desde o fim de 2013, a psicóloga revela que, mesmo durante o pouco tempo de casa, já teve a oportunidade de acompanhar a história de atletas em que o trabalho psicológico foi importante em casos de controle de ansiedade, melhora de situações de relacionamento com familiares de amigos, coesão de grupo e melhora de comunicação. E tudo isso acaba repercutindo também nos treinamentos. “É importante entender que o atleta que tem uma tranquilidade emocional e sabe lidar com diversas situações extracampo terá um aumento de produtividade dentro de campo”, finaliza a psicóloga.


© Revista Só Futebol/Jogo da sub-9

ALÉM DO FUTEBOL O trabalho auxilia no desempenho dentro e fora de campo

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on-line

Segue aí Jogadores também fazem sucesso nas redes sociais

A

CBF e a comissão técnica da seleção brasileira liberaram: os jogadores vão poder postar tudo o que estão fazendo durante o Mundial. A única exigência é que os atletas não postem sobre o que se passa nos bastidores e segredos da seleção. Então vamos esperar muitos selfies e caretas nas suas páginas pessoais, principalmente no Instagram, aplicativo mais popular entre eles. Se você ainda não segue os seus favoritos, pegue seu smartphone e adicione já!

Neymar No Instagram, Neymar posta de tudo um pouco. Fotos com os amigos, com a família e, claro, com os colegas de campo. Já são quase cinco milhões de seguidores na página e cada foto é sucesso instantâneo.

Oscar O Twitter do meio-campista Oscar (@oscar11) é praticamente uma réplica do Instagram. Em inglês e português, ele mostra um pouco do seu dia a dia fora de campo com os jogadores do Chelsea, na Inglaterra, a família e os colegas de seleção brasileira.

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Marcelo Vieira

Craque do Real Madrid, Marcelo posta em espanhol, inglês e português. Não ficam de fora das imagens os colegas espanhóis e os companheiros de seleção brasileira, além de fotos da intimidade. Tem até vídeo com os cachorros!

David Luiz Thiago Silva Um dos jogadores mais divertidos no Instagram, o zagueiro da seleção brasileira posta pelo menos uma vez ao dia. Sua cabeleira divide espaço nas fotos com a mãe, os amigos e os colegas de profissão.

Na defesa da seleção brasileira, Thiago Silva tem quase um milhão de seguidores no Instagram. O filho e a esposa não escapam das fotos do jogador, mas a maioria das fotos é dele em campo e com os companheiros de time.

© Divulgação

Daniel Alves Ele virou polêmica em todo o mundo depois de comer uma banana que um torcedor racista jogou em campo. No Instagram, Daniel Alves gosta de postar frases e pensamentos junto com suas fotos, quase sempre também acompanhadas pela #somostodosiguais #somostodoshumanos.

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FUTEBOL AMADOR

Futebol no

sangue

Herói atleticano, Luisinho Netto coleciona títulos, amizades e emoções nos campeonatos amadores

Luizinho Neto

Comemorando o gol marcado ante a seu ex-clube Iguaçu

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© Richard Benvenutti/Quatro Linhas

D

esde que encerrou a carreira de jogador de futebol profissional, Luisinho Netto conquistou todos os títulos que disputou. A frase que abre a matéria pode parecer contraditória, mas, no caso do lateral-direito que fez história no Atlético-PR, a afirmação faz todo sentido. Explicase: depois de pendurar as chuteiras oficialmente, o atleta queria relaxar, curtir a família e tocar os negócios na área da agropecuária. No entanto, o plano durou pouco. No mês seguinte à aposentadoria, Luisinho recebeu o convite para defender o Internacional de Campo Largo na Taça Paraná de 2011. O amor pela bola falou mais alto e a convocação para entrar no mundo do futebol amador foi aceita na hora. De lá para cá, o jogador foi campeão da competição três vezes, sempre pelo time que o colocou nos gramados da várzea paranaense. Além da Taça Paraná, Luisinho Netto levantou três vezes consecutivas o troféu da Suburbana, por Bairro Alto (2011), Iguaçu (2012) e Trieste (2013). O aproveitamento de 100% nas competições amadoras é reflexo dos cuidados do eterno atleta com a preparação física. “Mesmo depois que deixei de jogar, nunca descuidei da alimentação e até hoje vou diariamente à academia

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Futebol amador e corro em parques. Fora isso, também treino com o time do Inter de Campo Largo, às terças e quintas. Na medida do possível, tento manter uma rotina parecida com a que tinha

quando era atleta”, conta, prestes a completar 40 anos. O dia a dia recheado de atividades físicas, além de servir para manter a forma, não deixa de ser um contato com o

esporte que o consagrou em diversos times do Brasil e o transformou em ídolo atleticano. Luisinho, aliás, é o maior artilheiro da história do Furacão na Libertadores da América.

Decisão Suburbana 2012

© Denis Barbosa/Quatro Linhas

Jogo entre Iguaçu e Bairro Alto, no estádio Francisco Muraro (Trieste Stadium)

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“A verdade é que o futebol está no meu sangue e é o que eu mais gosto de fazer. Até hoje, sinto a mesma alegria em jogar” Luisinho Netto

Depois de tantas alegrias, fica difícil deixar o passado para trás. “A verdade é que o futebol está no meu sangue e é o que eu mais gosto de fazer. Até hoje, sinto a mesma alegria em jogar, seja em partidas de fim de semana ou em decisões de campeonatos amadores. A vontade continua sendo a mesma a cada vez em que eu entro em um campo, mas tenho que admitir que os jogos da Taça Paraná e da Suburbana minimizam um pouco a saudade que sinto do profissional”, garante Luisinho. A declaração serviu de deixa e aproveitamos para perguntar do que o ex-jogador mais sente falta no ambiente dos jogos de futebol profissional. Segundo o lateral-direito, não são os gramados bem-aparados ou a estrutura mais organizada, mas as amizades conquistadas ao longo de 15 anos e as viagens ao lado de companheiros que, hoje em dia, só podem ser encontrados por telefone.

DENTRO DE CAMPO, TODOS IGUAIS Perguntado sobre como é o tratamento que recebe dos colegas de time no amador, Luisinho não esconde que acaba sendo uma inspiração para os atletas que se acostumaram a torcer (a favor ou contra) e a vê-lo somente nos estádios ou pela televisão. O tratamento especial, no entretanto, o ex-jogador dispensa. “Eu sinto que há um respeito muito grande e uma certa idolatria, por eu ter sido jogador profissional. No entanto, eu faço questão de ser tratado da mesma forma que todos os outros. Afinal de contas, dentro das quatro linhas todo mundo é igual e é um orgulho muito grande para mim poder dar alguma contribuição ao pessoal do time”, revela Luisinho, que ainda não decidiu totalmente, mas pensa em abandonar os campeonatos amadores no fim de 2014 para se dedicar a seus gados. A bola, porém, certamente não deixará de ser a maior companheira.

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Cruzadinha PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

Ludibriado Bagunça; (no jogo de cartas) confusão (?) da Luluzinha: reu(bras.) nião feminina (pop.)

Pedra cinzenta usada para revestir pisos Vibrações que dissolvem cálculos renais Respostas das divindades, na Antiguidade

Rã-touro, miniporco e micoestrela

Diz-se do indivíduo disposto a perdoar

Parcelas (?), facilidade em pagamentos Generosa Lance de habilidade, no futebol

Causou sofrimento a Lado, em inglês Impedir a passagem de

"O Lago dos (?)", balé clássico russo Cabo, em inglês Antigo videogame

601, em algarismos romanos Guia para pagamento Árvore anã

Passado Substância que nutre o organismo

As pessoas que trazem azar (bras.) Colina, em inglês Opção em fotos do Facebook (web)

Mês (?): é baseado no satélite natural

Peça de madeira que demarca limites

Mármore com camadas policrômicas

Sufixo de "falsete" Nesta ocasião

Rei, em latim Meia do Tetra, em 94

As "rivais" das sogras (pop.)

"Eu (?)", sucesso da Legião Urbana

Prejuízo coberto por seguradoras

Embarcação de Noé (Bíb.) Compact (?): o CD (ing.)

Edwin Aldrin, astronauta dos EUA Culta; instruída As impressões intuitivas, por sua frequência

3/rex. 4/cape — disc — hill — ônix — side. 5/atari. 6/boleto. 9/cabulosas.

BANCO

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Solução N O R A S D U C L U B E

B E U L O S G E N T E F IX A S C A PE O A D CI C B O NS A I O E T E L O S A S R EX E R T A R I O TI O A D I S C E A D A I ON A I S

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A O R A I N D U D O E A S S I D VE D A R E I C A B H IL L C O M E Q E L U N A L E T R O CA

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Fundação Pró-Renal: Uma História de Humanização ao Paciente Renal.

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