Boletim Ecetistas em Luta MG n°936 - 12/12/13

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Ecetistas em Luta Boletim

Edição Minas Gerais - ano IX- nº 936 - quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Órgão da corrente nacional Ecetistas em Luta

- Distribuição gratuita -

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PARA ORGANIZAR A LUTA DA CATEGORIA

PLENÁRIA NACIONAL DA FENTECT COMEÇA HOJE Trabalhadores de vários estados estão presentes em Brasília para debater os rumos da luta contra o Postal Saúde

A Plenária Nacional da Fentect vai acontecer hoje. Delegados e observadores de vários estados estão em Brasília para debater a organização da luta contra o Postal Saúde. Mesmo com o boicote aberto dos sindicalistas traidores, que querem aceitar o golpe da Mesa de Negociação Permanente que a ECT formou para fazer a categoria engolir o Postal Saúde, a Plenária acontece hoje. O principal ponto de discussão da Plenária Nacional será o Postal Saúde. A empresa quer a todo o custo privatizar o plano de saúde da categoria, colocando em prática o Postal Saúde. Para aprovar esse golpe, a direção da ECT está ressuscitando o velho Balcão de Negócios com os sindicalistas traidores. A jogada da vez é jun-

tar os presidentes dos sindicatos pelegos e, sem nenhuma participação da categoria, aprovar o Postal Saúde. Nessa reunião, que está sendo chamada de “Mesa Nacional de Negociação Permanente” a empresa vai oferecer benesses para os sindicalistas, disfarçadas com algumas migalhas que serão apresentadas para os trabalhadores como “grande vitória”. Enquanto isso, aprovam o Postal Saúde, que vai representar a maior perda da categoria de todos os tempos. Para se contrapor a esse golpe, os elementos combativos da Fentect, componentes do Movimento de Oposição ao Peleguismo (MOPe), convocaram a Plenária Nacional para mobilizar os trabalhadores. Somente com uma ampla discussão e a mobiliza-

ção da categoria será possível derrotar o Postal Saúde e a privatização do Convênio Médico. É necessário organizar a greve ainda para dezembro para derrotar o Postal Saúde. Além da discussão sobre o Postal Saúde, a Plenária Nacional vai debater também o calote que a ECT quer dar nos passivos do PCCS 95. Alguns sindicatos ganharam ações na Justiça obrigando a ECT a pagar o que deve aos trabalhadores. No entanto, a direção da ECT afirmou que vai dar o calote na categoria. Alguns sindicatos, como Campinas E Vale do Paraíba, já estão em estado de greve contra esse calote. A Plenária Nacional deve organizar verdadeiramente a luta unificada dos trabalhadores contra esses ataques da empresa.

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Boletim Ecetistas em Luta - edição Minas Gerais - nº 936 quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O QUE MOSTRA A CRISE DA REDE GLOBO

No dia 5 de dezembro, o Jornal Nacional teve a pior audiência da sua história durante a semana 21,1 pontos. A meta da emissora para o horário, que é o mais caro para propagandas, é de 30 pontos. Mas isso também já representa uma queda. Nas primeiras três décadas de existência, a média de audiênca do programa era de 40 pontos. Ou seja, nessa quinta apenas metade do número de telespectadores original assistiu o jornal. Nas décadas e 1970 e 1980, o Jornal Nacional não era apenas líder de audiência; ele possuia o monopólio da notícia televisiva, com uma média de 80% de audiência. Hoje essa média está em 27%. A crise não é só do Jornal Nacional, ela acompanha uma despencada geral da audiência da Rede Globo. Para se ter uma ideia, de 1990 a 2009, a audiência média da emissora caiu de 25,3 pontos para 16,8. Mas ainda assim o Jornal Nacional é o principal afetado. Embora venha numa lenta e praticamente ininterrupta queda desde o ano 2000, o ano de 2012 abriu a crise definitivamente. É importante sempre lembrar que a Rede Globo conquistou o monopólio durante a ditadura. É na década de 1960 que o medíocre jornal O Globo de Roberto Marinho conseguiu expandir para se transformaram no principal grupo de imprensa do País. Na década de 1970, eram os propagandistas oficiais do regime militar e dominavam de tal modo a televisão que a BBC inglesa fez um documentário especialmente sobre a Rede Globo e a influência e monopólio da comunicação que existia no país. O filme, intitulado Muito além do Cidadão Kane, foi banido do Brasil pela Rede Globo, assim como muitas outras publicações desagradáveis para a emissora. Para tentar esconder a decadência da Globo, muitas explicações foram apresentadas. Diante da queda vertiginosa que ocorreu no ano passado, em que o Jornal Nacional perdeu oito pontos de audiência em apenas seis meses, a ex-

plicação foram as eleições, que teriam, com o horário político, que teria espantado os telespectadores. Não é difícil provar como isso é falso. Em primeiro lugar, porque em décadas de horário político gratuito, essa é a primeira vez que se registrou queda tão grande. Em segundo lugar, porque a queda não parou após as eleições. Já o tombo desse ano, que não é eleitoral e conquistou a marca negativa de audiência, a culpa seriam das telenovelas. Essas sempre foram de péssima qualidade e tiveram muitos maus momentos que, no entanto, não afetaram ou afetaram muito pouco o público do JN. Além disso, a atual novela nas nove horas teve uma razoável repercussão, mantendo-se dez pontos acima do jornal. Outro vilão seria a internet, que teria tirado o público da frente da televisão; outra explicação falsa. A Rede Globo não está em crise por razões circunstanciais ou pela evolução dos meios de comunicação. A crise tem raiz puramente política e é isso que a emissora não quer admitir de maneira nenhuma. As pessoas estão deixando de assistir a Globo porque está ficando cada vez mais clara a contradição entre os interesses da população e aqueles que dfendem essa empresa. É um problema puramente político. Se as pessoas trocaram a busca de notícias da televisão pela internet, pois é disso que se trata, é justamente porque nessa última há uma gigantesca diversidade de fontes de informação, o que não ocorre com a televisão, que é um monopólio. Durante as manifestações de junho, a imprensa independente teve um grande crescimento. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Midia Ninja, que fazia uma cobertura ao vivo de dentro das manifestações, revelando abusos policiais, entre outros. Com esse crescimento, que se deu também por motivos políticos, pois os ninjas mostravam o que a televisão oculta e manipula de todas as maneiras, eles foram duramente atacados por toda

a imprensa capitalista, que vê seu monopólio ameaçado pela internet. Mas a ameaça não é porque a internet seja um meio novo, mas sim porque é um meio onde os monopólios perdem muito da sua importância e há uma maior liberdade de expressão. Isso também explica o avanço contínuo da burguesia, brasileira e mundial, sobre a internet, numa tentativa de censurá-la. Não foi à toa que após as manifestações de junho, um editorial de O Globo procurava se desculpar pelo apoio dado à ditadura militar. Outro fato que mostra isso é que apesar da queda generalizada, o principal afetado é o próprio Jornal Nacional, ou seja, a parte mais diretamente política, em que a Globo apresenta sua versão sobre os acontecimentos, dá destaque aos temas que lhe são de interesse, oculta outros, apresenta soluções, faz campanha contra os movimentos, greves e assim por diante. É justamente o coração da emissora e sem o qual sua influência passa a ser residual. A crise que a Globo expressa de maneira incontestável, vem afetando de um modo geral toda a imprensa capitalista, inclusive internacional. Há alguns anos, o New York Times anunciou a venda de parte de seu prédio recém construído e, mais recentemente, o Washington Post, jornal norte-americano responsável, por exemplo, pela denúncia e consequente escândalo do caso Watergate, foi vendido. A rejeição se torna ainda mais importante se considerarmos que nem mesmo durante a crise da ditadura e em diversos outros momentos de efervescência política, a Rede Globo entrou em uma desbarrancada como essa. O que a situação mostra é que a consciência crescente sobre a contradição de interesses defendidos pela imprensa capitalista e aqueles da população, estão colocando na ordem do dia a construção de uma imprensa operária independente, que esteja a serviço dos trabalhadores. É isso o que pede a situação.


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