OJORNAL 16/10/2011

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O JORNA L Maceió, domingo, 16 de outubro de 2011 | Ano XVIII | Nº 328 |

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R$ 3,00

ALAGOAS

Yvette Moura

No centro de Maceió foi onde se registrou o maior crescimento do número de estacionamentos nos últimos meses; mas há ainda nas faculdades, shoppings e nos hospitais particulares

Quanto custa estacionar em Maceió? Reportagem de O JORNAL vai a mais de cem estacionamentos na capital e comprova expansão da “indústria do carro parado” Os estacionamentos rotativos já passam de 200 em Maceió, e eles cobram de R$ 2,00 a R$ 15,00, de-

pendendo do período de permanência do veículo na vaga. Hoje, o negócio é o mercado que mais cres-

ce na capital. Casas antigas e com valor histórico são derrubadas para dar lugar a vagas para veículos. O

JORNAL esteve em pelo menos 100 deles para conferir os valores cobrados, estrutura e condições que

oferecem aos clientes. O crescimento da “indústria do carro parado” tem a ver com o aumento da

frota. São mais de 223 mil veículos circulando nas vias em Maceió por dia. Páginas A21 a A24

Precatórios: em AL, R$ 40 mi já foram pagos Alagoas está entre os primeiros estados do País a cumprir acordo com o Poder Judiciário para o pagamento dos precatórios. Até agora, já foram liberados mais de R$ 40

milhões. O juiz Diógenes Tenório, que coordena o Comitê Gestor dos Precatórios, destaca que em Alagoas não há confronto entre Executivo e Judiciário. Página A4

País acorda com horário de verão já em vigor

Pela Série C, CRB encara o Paysandu em Belém

O País amanheceu hoje com o horário de verão em vigor. No Nordeste, só o Estado da Bahia está incluído no projeto, que visa a uma queda de 5% no consumo de energia elétrica. O horário vale até o dia 26 de fevereiro de 2012. Alagoas não foi contemplado, mas o alagoano sentirá os reflexos.

O CRB tem um jogo-chave nesta tarde pela Série C. Líder do Grupo E, com quatro pontos, o Galo duela com o Paysandu, às 16h, em Belém. O time regatiano tem quatro baixas para o jogo: o goleiro Cristiano e o lateral Paulo Rodrigues, além dos atacantes André Luiz e Cadu.

Página A5

Página D1

Hospital do Coração é referência no País No Hospital do Coração (HCor), do zelador ao diretor, todos os funcionários sabem como agir nos casos de paradas cardíacas. Dessa forma, o hospital se tornou

referência há quatro anos nesse tipo de atendimento. Os funcionários da unidade recebem treinamento para entrar em ação nos casos de inPágina A15 farto.

Em entrevista exclusiva a O JORNAL, Zagallo contou como conseguiu driblar o tempo

Paula Farias, dinâmica e apaixonada pelo que faz

A vida continua fora dos campos Um dos principais inimigos do jogador de futebol é o tempo. A aposentadoria é temida des-

de a primeira partida do boleiro e é a sombra que o acompanha durante toda a carreira. Nesta e-

dição, O JORNAL revela como é viver após pendurar as chuteiras. Esportes Thiago Sampaio

“Aquele Beijo” investe na comédia com amor

Seus direitos nas greves

Página A27

R.S., hoje com 19 anos, foi mãe aos 14; em Alagoas, em cada três grávidas uma é adolescente

Adolescentes aprendem a ser mães Dados oficiais dão conta de que uma em cada três mulheres é jovem com

idade entre 10 e 19 anos. Assim, o Estado é líder no quesito mortalidade infan-

til. Adolescentes alagoanas se tornam mães precocemente. Páginas A9 a A11

CO TAÇÕES

Dólar (compra) ................. 1.7280 Dólar (venda) ................... 1.7300 Euro (compra) .................. 2.4072 Euro (venda) .................... 2.4083 Poupança ......................... 0,6267

MARÉS 05h00........................................1.9 11h04........................................0.4 17h13........................................1.8 23h24........................................0.4


O JORNAL

Política A2

Pauta Geral pautageral@ojornal-al.com.br

CURSO A Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) realizará de 20 a 22 de outubro de 2011, em primeiro módulo, e de 24 a 26 de novembro de 2011, em segundo módulo, ambos de forma gratuita, o Curso de Aperfeiçoamento de Direito Eleitoral. Idealizado pelo desembargador Luciano Guimarães Mata, diretor da EJE Alagoas, visa promover e atualizar magistrados e promotores titulares que atuam nos cartórios eleitorais de Alagoas. O evento terá abertura nas 8h, no dia 20 de outubro, com a presença do desembargador Orlando Manso, presidente do TRE Alagoas. Mais informações no site www.tre-al.gov.br.

JUNQUEIRO A Presidência do Tribunal de Justiça suspendeu prazos processuais e demais atividades na comarca de Junqueiro no período entre 17 e 28 de outubro. A portaria foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico de ontem. A medida foi tomada em virtude da correição interna a ser realizada naquela unidade jurisdicional.

BARIÁTRICAS As cirurgias de redução de estômago (bariátricas) em Alagoas serão discutidas em audiência pública amanhã, na Assembleia Legislativa, a partir das 15h. A proposição é do deputado Joãozinho Pereira (PSDB). O parlamentar demonstra preocupação com a pequena quantidade de cirurgias bariátricas por ano feitas pelos hospitais de Alagoas e do grande número de pessoas que aguardam a operação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), correndo riscos de saúde.

CRESCENDO Tony Cloves, agora no PSOL, já tem sido visto como um possível fenômeno eleitoral em Maceió. Ele que ficou conhecido como “Obama do Sertão” na campanha de 2010, transferiu o título de Delmiro Gouveia.

AMPLIANDO

Outra que trocou o título foi a líder estudantil Cláudia Petuba. Destaque nos últimos tempos, a militante do PCdoB sai de Arapiraca e entra na disputa em Maceió. Ela é a esperança dos comunistas em crescer na juventude.

O FMI tinha solução para tudo quando a crise era na Bolívia, no Brasil, no México. Quando a crise chega aos países ricos, o FMI se cala, entrou num silêncio profundo. O BID, então, não fala mais nada” Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República

ARRANHOU

O vice-governador José Thomaz Nonô (DEM) foi o alvo das críticas no Twitter por seus posicionamentos em relação ao pagamento das casas dos desabrigados. Ficou com a imagem arranhada e ainda mais depois que o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) assumiu que o Estado pagaria a conta.

AGITADO

Quando o prefeito Cícero Almeida (PP) soube do desgaste criado com a possibilidade do aumento da passagem de ônibus, correu para avisar que não aceitaria o pedido da Transpal neste ano. Comprou briga com os empresários que já andam espinhando com a chegada da licitação para o setor.

CORRENDO A prefeita de Piranhas, Mellina Freitas, assumiu a tarefa de criar grupos de juventude do PMDB em todo o Estado. Semana passada, ela montou um núcleo em São Miguel dos Campos, onde o partido recentemente perdeu a prefeitura por uma decisão do TSE.

TODO MUNDO BEM A presença do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) em Craíbas serviu para demonstrar apoio à reeleição do prefeito de Craíbas, Dinho Leite, bem como o fortalecimento do secretário de Estado da Articulação Política, Rogério Teófilo, na corrida por Arapiraca. Quem também ficou animado foi o deputado federal Givaldo Carimbão, que sonha em ser candidato a prefeito em Maceió.

DIRETAS O prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro, não revitalizou uma praça e é acusado de ter deixado o local totalmente destruído. O ex-deputado Marcelino Alexandre fez as pazes com o prefeito Luciano Barbosa. Ponto para o cunhado dele, Ricardo Nezinho, que continua ganhando força na corrida de sucessão em Arapiraca. Os procuradores de Estado Flávio Gomes de Barros e Charles Weston Fidélis estão, cada vez mais, em pé de guerra. Ao que tudo indica, a prefeita Sânia Tereza não volta mais para o comando de Anadia, mesmo que saia da prisão daqui a 20 dias.

Domingo, 16 de outubro de 2011

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CRISE INTERNACIONAL

Lula critica atuação do FMI, do BID e de países desenvolvidos Em discurso nos EUA, ex-presidente brasileiro defendeu distribuição de renda O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e dos países desenvolvidos na solução da atual crise financeira internacional. A crítica foi colocada em discurso proferido na última sexta-feira, nos Estados Unidos. “O FMI tinha solução para tudo quando a crise era na Bolívia, no Brasil, no México. Quando a crise chega aos países ricos o FMI se cala, entrou num silêncio profundo. O BID, então, não fala mais nada”, afirmou Lula. O ex-presidente disse que as nações desenvolvidas precisam seguir o exemplo do Brasil no combate à crise mundial e de que não tem nada mais “fácil e barato no mundo do que cuidar

Lula, ex-presidente: “Quando crise chega aos países ricos, o FMI se cala”

dos pobres, o que é duro é cuidar dos ricos”. Para ele a distribuição de renda permite que os pobres possam consumir e, com isso, faz com que a economia possa

girar, gerando emprego e renda para os mais ricos. “Uma família pobre com US$ 100 resolve seu problema por um mês. Para o rico, você empresta US$ 1 bilhão e [eles]

ainda saem do seu gabinete falando mal do governo. Tudo relacionado ao pobre é gasto, aumento do salário mínimo é gasto, transferência de renda é gasto. Emprestar para o rico é investimento. Nós mudamos isso, emprestar para pobre também é investimento”, ressaltou. O ex-presidente foi um dos agraciados, na última quintafeira, com o prêmio World Food Prize nos Estados Unidos. Apremiação foi criada em 1970 para prestigiar personalidades que contribuíram para a diminuição da fome no mundo. Após recebê-lo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a fome é “a maior arma de destruição em massa que a humanidade já inventou” e que os governantes, em vez de guerras, devem “lutar pela vida, não pela morte”.

“Fome é a maior arma de destruição em massa” Após receber, na noite da última quinta-feira, o World Food Prize nos Estados Unidos, o expresidente Lula afirmou que a fome é “a maior arma de destruição em massa que a humanidade já inventou” e que os governantes, em vez de guerras, devem “lutar pela ida, não pela morte”. “Ela [a fome] não mata inimigos, ela não mata terroristas. Ela mata crianças, e às vezes, no útero da própria mãe, que não teve direito de comer as calorias necessárias ao nascimento de uma criança”, declarou. Na ocasião, Lula disse que democracia não é apenas poder “dizer que está com fome... é a gente poder comer, de manhã, de tarde e de noite”. Ele mencionou o Bolsa Família e destacou

a obrigação de o dinheiro ser entregue à mulher, “mais responsável por levar comida para dentro de casa”. Ele pregou que não basta aos governantes um diploma de universidade para conduzir um país. “É preciso que ele governe com sentimento, como uma mãe”, disse. Depois arrancou risos e aplausos ao dizer que “os pobres gostam de comer bem”. “Pobre não gosta de miséria”, acrescentou. Em seu site, a organização do prêmio disse que Lula, antes mesmo de chegar à Presidência, deixou claro que o combate à fome e à pobreza seria a maior prioridade de seu governo. O texto lembra frase do ex-presidente de que trabalharia para possibilitar que todo brasileiro ti-

vesse três refeições por dia. Há elogios ao programa Fome Zero e seu desdobramento no Bolsa Família, no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que compra alimentos de pequenos produtores, e do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Na viagem, Lula foi acompanhado do ex-ministro José Graziano, que entre 2003 e 2004, coordenou o Fome Zero. Em junho deste ano, Graziano foi eleito diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Na fala, Lula disse que dividia o prêmio com o ex-ministro. O PRÊMIO - O World Food Prize foi criado pelo cientista e

prêmio Nobel da Paz de 1970 Norman E. Borlaug, um dos principais responsáveis pela “revolução verde”, com tecnologias e técnicas agrícolas que aumentaram a produção de alimentos no mundo. Neste ano, Lula dividiu o prêmio com o ex-presidente de Gana, John Agyekum Kufuor. Sob seu governo (2001-2009), a população pobre reduziu de 51,7% para 26,5% do total de habitantes. A fome caiu de 34% para 9%. Antes de Lula, dois brasileiros já haviam recebido o prêmio. Em 2005, a entidade laureou o agrônomo Edson Lobato e o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, por pesquisas e políticas de desenvolvimento do cultivo no Cerrado.

País pode ampliar participação no FMI, diz Dilma Também na última sextafeira, a presidente Dilma Rousseff também criticou o FMI. Ela afirmou, porém, que o Brasil poderá aumentar sua participação no fundo. Segundo ela, como país credor, o Brasil não aceitará que sejam impostas a outras nações condições semelhantes a que a entidade impôs ao Brasil nas décadas passadas. “Hoje nós temos recursos aplicados no Fundo Monetário, possivelmente, inclusive, nós iremos ter uma maior participação. Agora, jamais aceitaramos como participantes do Fundo Monetário certos critérios que

Dilma visitará, nos próximos dias, Àfrica do Sul, Moçambique e Angola

nos impuseram sejam impostos a outros países”, disse, durante cerimônia de assinatura do do plano Brasil sem Miséria com os governadores da região Sul, em Porto Alegre. Na quinta, a presidente já havia criticado o FMI. Ela comparou a crise da dívida soberana, iniciada na década de 1980, com a atual crise econômica nos países ricos e reafirmou a necessidade de conjugar investimento e inclusão social. Disse, porém, que “parece que não há um empenho, uma convicção política uniforme de como lidar com essa crise” por parte dos países ricos.

Presidente inicia hoje 1ª viagem oficial à África Apresidente Dilma Rousseff embarca hoje para sua primeira viagem oficial a países da África. A agenda conta com reuniões na África do Sul, Moçambique e Angola. Na terça, em Pretória, capital sul-africana, ela participa da cúpula do Ibas, grupo formado pelas principais democracias emergentes - Índia, Brasil e África do Sul. De acordo com o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena, a presidente chega à África no final da tarde de amanhã. Na terça, o primeiro compromisso de Dilma será uma reunião com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma. Em seguida, haverá almoço de trabalho com chefes de Estado do Ibas. Na reunião plenária, a presidente brasileira irá discursar, assim como Zuma e o premiê indiano, Manmohan Singh. Após os discursos e debate, será lido um comunicado con-

junto. De tarde, haverá assinatura de atos e uma conferência de imprensa, seguida por um jantar, às 19 horas do horário local (12 horas em Brasília). O Ibas foi criado em junho de 2003, para promover uma nova “arquitetura internacional”, com maior participação de países emergentes em decisões globais. Os países-membros do grupo trabalham para estimular parcerias estratégicas com nações menos desenvolvidas e, através do Fundo Ibas, criado em 2004, financiam projetos de desenvolvimento social e combate à desigualdade. MOÇAMBIQUE - Na terça à noite, Dilma embarca para Maputo, capital de Moçambique, onde serão assinados acordos de cooperação técnica. Na quarta, acontece o primeiro compromisso oficial da presi-

dente no país africano, uma cerimônia em homenagem a Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique após a independência, que morreu em 1986. Em seguida, Dilma participa de encontro com empresários brasileiros que residem em Maputo. Após conversar sobre investimentos comerciais em Moçambique, ela se reúne com o presidente do país africano, Armando Guebuza. De noite, Dilma embarca para Luanda, capital da Angola. ANGOLA - Aagenda oficial começa na quinta pela manhã são quatro horas a mais em relação ao horário de Brasília - com visita ao monumento em homenagem a Agostinho Neto, primeiro presidente angolano, que morreu em 1979. Em seguida, a presidente tem um encontro com o presi-

dente da Assembleia Nacional de Angola e, depois, reunião com ministras de Estado do país africano. A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, participa do encontro. De tarde, Dilma tem reunião privada com o presidente de Angola, José Eduardo Santos, seguida de assinatura de atos e declaração à imprensa. De acordo com o porta-voz da Presidência, serão assinados acordos que envolvem cooperação no combate ao tráfico de drogas, na área de geologia em minas e área de previdência social. Segundo Rodrigo Baena, o intercâmbio comercial de entre Brasil e Angola alcançou US$ 1,4 bilhão em 2010. O Brasil exporta ao país africano, principalmente, combustível e óleo e compra carnes, açúcar e caldeiras. Dilma embarca de volta ao Brasil no fim da tarde de quinta.


Política Domingo, 16 de outubro de 2011

O JORNAL JORNA L

Contexto Roberto Vilanova - bobvilanova@hotmail.com

NÓ DA QUESTÃO De novidade mesmo na eleição do próximo ano só o aumento do número de vereadores. Quanto à reforma política tão comentada e aguardada, nada a declarar. Aliás, com bastante antecedência, o senador Fernando Collor (PTB) já havia declarado que a eleição de 2012 estaria fora da reforma política. Collor disse isso num encontro com os vereadores, liderados pelo vereador Anísio Amorim, presidente da Câmara de Murici, que veio numa caravana a Brasília para se inteirar da reforma política – que não está sendo fácil fazê-la, embora todos concordem que deve ser feita. A questão crucial é como conciliar tantos interesses. Um desses interesses é exatamente a coligação proporcional – que o Senado quer derrubar, mas a Câmara Federal reage. Muitos deputados federais não voltarão à Câmara sem o instituto da coligação, que permite o absurdo de se eleger deputado com votação ínfima. Está aí um dos nós da questão da reforma política, que ninguém está conseguindo desatar. E, pelo que se deduz até agora, está dificílimo de desatá-lo.

TENTO

DEPOR

Eleito presidente da Comissão Especial que vai analisar a “Lei Geral da Copa do Mundo, o deputado federal Renan Filho (PMDB) admite que vai enfrentar uma poderosa retranca montada pela oposição. Mas não há nada a temer.

A primeira proposta apresentada à comissão presidida pelo deputado federal Renan Filho foi para convocar o ministro dos Esportes, Orlando Silva, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e até o presidente da Fifa, Joseph Blatter, para depor.

BOLA NA REDE O deputado Renan Filho indicou o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) para relator da comissão. Em tempo: Vicente Cândido é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol.

PONTO

ATENTO

Autor do projeto que destina 2% do rateio das loterias da Caixa Econômica Federal para o pró-Jovem, o senador Renan Calheiros (PMDB) foi elogiado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS). O projeto de Renan foi aprovado por unanimidade.

O ex-governador Ronaldo Lessa passou a semana, inclusive o feriado do dia 12, em Brasília e se dividiu entre o Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para acompanhar o processo que move para assumir o governo do Estado.

AR DESCONDICIONADO – “Alagoas está precisando de oxigênio” – disparou o ex-governador Ronaldo Lessa, que moveu ação contra a coligação do PSDB/DEM por crime eleitoral e abuso de poder econômico.

JÁ ERA

SERÁ

Segundo a Fundação Estudo do Mar, do Ministério da Marinha, a lagoa Mundaú já foi o hectare mais produtivo do País – e isso até o início da década de 1970. Assoreada, depois disso a lagoa Mundaú veio definhando e perdendo nutrientes.

O deputado federal João Lyra (PSD) mostrou ao ministro da Pesca, Luiz Sérgio, por onde deve começar a dragagem da lagoa Mundaú. “A dragagem (da lagoa) deve começar por Fernão Velho e, em seguida, no Dique-Estrada”, indicou João Lyra.

GARANTINDO METAL Para garantir o recurso destinado à dragagem da lagoa Mundaú, o deputado federal João Lyra colocou R$ 2 milhões como Emenda sua no Orçamento da União para 2012.

SUTIL A frase que o senador Benedito de Lira (PP) mais tem repetido nos últimos dias é: “Política se faz com gesto de grandeza, e não com gesto de traição”. O recado sutil tem destino certo: o prefeito Cícero Almeida, ex-amigo e ex-admirador.

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FITAS O senador Benedito de Lira mandou sua assessoria selecionar todos os vídeos, áudios e impressos que contém as “declarações de amor” feitas para ele pelo prefeito Cícero Almeida, quando ambos viviam em plena “lua-de-mel” política.

AVISO PRÉVIO

Presidente do TST diz que Justiça terá o ônus de resolver “conflitos” Para ele, nova lei não trata de situações que geram “perplexidade e controvérsias” O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, afirmou ontem que a Justiça ficará com o ônus de resolver os “conflitos” que surgirão com a nova lei do aviso prévio. Para o ministro, a norma não tratou de situações que já estão gerando “perplexidade e controvérsias”. As novas regras, em vigor desde a última quinta-feira, prevêem que o trabalhador com até um ano de emprego mantenha os 30 dias de aviso prévio, mas, para cada ano adicional de serviço, o período aumente em três dias, até o limite de 90 dias. “Diante uma lei precária e omissa, a Justiça do Trabalho vai ter de julgar os conflitos trabalhistas que dela emergirem. Infelizmente, a lei foi aprovada a toque de caixa - não obstante tramitasse por mais de 22 anos no Congresso - e deixou muito a desejar porque não regulou várias situações jurídicas que estão causando perplexidade”, afirmou o presidente do TST. Uma das questões em discussão por sindicatos e entidades empresariais é a possibilidade de que as novas regras do aviso prévio sejam aplicadas a casos anteriores à vigência da lei. Desde a aprovação das novas regras, a Força Sindical já tem recomendado a via judicial a filiados que receberam 30 dias de

aviso prévio no passado. Segundo Dalazen, o trabalhador ou empregador que se sentir prejudicado pode entrar na Justiça, mas há reclamações que, na opinião do ministro, não poderão ser atendidas, como a hipótese de a lei retroagir para beneficiar demissões anteriores. De acordo com o presidente do TST, nesse caso, o artigo 5º da Constituição proíbe que uma lei alcance situações anteriores à sua entrada em vigor. Dalazen afirma que, no direito brasileiro, uma lei nova se aplica apenas a casos presentes e futuros. “A lei ordinária não pode retroagir para incidir sobre situações jurídicas anteriores à lei. Na ausência dessa norma, a situação foi regulada por leis anteriores a esta, no caso a própria CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas], e é uma situação consolidada e constituída que não pode ser apanhada pela lei nova”, disse o ministro. Entre as “omissões” da nova lei, o presidente do TST citou casos “complexos”, como o dos trabalhadores que estavam cumprindo o aviso prévio no dia que as novas regras entraram em vigor. Essa situação, segundo ele, criará uma dúvida em relação a qual regime de regras deve prevalecer no caso mesmo depois da demissão,

Dalazen, do TST, avalia que nova lei foi aprovada “a toque de caixa”

por lei, o contrato de trabalho só se encerra 15 dias após o fim do aviso prévio. Dalazen explicou ainda que o aviso prévio é um “direito de mão dupla”, que beneficia tanto o trabalhador quanto a empresa. Se a iniciativa da demissão é do empregado, cabe a ele cumprir o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, conforme fixado na lei. Da mesma forma, quando a empresa decide demitir, deve quitar o benefício. REGULAMENTAÇÃO - As dúvidas sobre a aplicação das novas regras levaram o minis-

tro do Trabalho, Carlos Lupi, a sugerir que o governo apresente um novo projeto de lei ao Congresso para esclarecer as mudanças no pagamento do aviso prévio. Para o presidente do TST, a proposta do ministro não deve surtir efeito prático, diante da demora do Congresso em analisar temas polêmicos das relações trabalhistas. “Essa iniciativa vai chegar tardia porque, quando o Congresso deliberar, a Justiça do Trabalho já vai ter construído uma solução e o pior, ao longo de muitos anos”, lamentou João Oreste Dalazen.

Ministro vai enviar estudo para a Casa Civil O ministro Carlos Lupi afirmou que deve enviar nos próximos dias à Casa Civil um estudo que indica os três principais pontos que carecem de explicações sobre as novas regras: a proporcionalidade - para quem deixou a empresa após trabalhar 3 anos e 11 meses, por exemplo; os casos em que o empregado pede demissão; e as possibilidades de negociação entre as partes para que o empregado seja dispensado do aviso prévio ou possa cumprilo parcialmente. “Nós estamos estudando o melhor mecanismo para regulamentar. Uma parte, e estou dentro dela, acha melhor um projeto de lei. Acho que tudo o que hoje gera dúvida deve ser esclarecido e acredito que o melhor caminho é um novo projeto de lei. Uma nova lei passa a ter força, é mais completa do que uma regulamentação por decreto”, disse o ministro. Para ele, há “muitas lacunas” e “muitas dúvidas” sobre as novas regras do benefício. Caso o tema seja regulamentado em novo projeto de lei, o assunto precisará voltar a ser discutido tanto na Câmara quando no Senado. Quem vai decidir se a regulamentação sairá mesmo

por projeto de lei ou por decreto será a Casa Civil, de acordo com o ministro do Trabalho. A Casa Civil disse que cabe ao Ministério do Trabalho elaborar, se julgar necessário, um projeto para esclarecer as novas regras, e que a proposta, então, deverá ser enviada à Casa Civil para análise. Lupi admite que, enquanto a regulamentação não sair, “sempre vai haver margem para ações na Justiça”. Para o ministro, “com boa vontade e acordo entre lideranças”, o novo projeto sobre o aviso prévio poderia ser aprovado no Congresso em até 90 dias. “Espero que seja rápido. Projeto de lei do Executivo tem prioridade. Com acordo de lideranças, é mais fácil conseguir [aprovar com rapidez]”, afirmou. O ministro afirma que a iniciativa de um projeto de lei é a melhor forma para “não interferir na intenção do legislador”, uma vez que, ao se responder as dúvidas, conforme Lupi, é possível alterar o sentido do texto vigente. VALIDADE - Para o ministro, no entanto, não há dúvidas de que a lei começa a valer nesta

Segundo Lupi, sem regulamentação, “sempre haverá margem para ações”

quinta para quem for demitido a partir de agora. “Alei não pode retroagir. Todas as interpretações são de que a vigência é a partir da publicação. Agora, questionar faz parte do processo”, disse. Questionado sobre o motivo das dúvidas deixadas na nova lei, Lupi disse crer que os deputados agiram “rápido” diante da cobrança do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso analisasse o tema. E que a presidente tinha opção de vetar,

mas não o fez, apesar das dúvidas, porque o direito precisava ser regulamentado. O ministro do Trabalho diz acreditar que as mudanças no aviso prévio terão impacto baixo na folha de pagamento das empresas. Segundo ele, a “alta rotatividade” acontece principalmente nos dois primeiros anos de trabalho. “A mudança vai combater a alta rotatividade. O empresário vai zelar quando contratar e quando demitir”, avaliou.

“A lei é autoaplicável e clara”, garante o relator

MOMENTO CERTO O senador Benedito de Lira vai esperar para usar as “declarações de amor” a ele, feitas pelo prefeito Cícero Almeida, na campanha eleitoral.

EXPRESSAS O prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, tenta por todos os meios impedir que a vice-prefeita Fátima Correia siga carreira solo e dispute a prefeitura com ele. Médica conceituada em Rio Largo, a dobradinha com Fátima Correia representou 50% dos votos que Toninho Lins obteve para se eleger prefeito. Está explicada a preocupação. Uma fonte garante que a superintendente do Porto de Maceió, Roseane Beltrão, é mesmo candidata a prefeita de Campo Alegre. O vereador Chico Holanda se filiou ao PP e esqueceu o problema criado com o secretário estadual de Educação, Adriano Soares, que não o recebeu em audiência.

Para o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), relator da lei que estendeu para até 90 dias o período do aviso prévio, afirmou que considera desnecessário um outro projeto de lei que regulamente as novas regras. “A lei é autoaplicável e bastante clara. Ela cria um artigo novo no capítulo que dispõe sobre a questão. Acham que ela substitui o artigo, mas só complementa. Essa é a confusão”, disse. Pela nova lei, o trabalhador com até um ano de emprego mantém os 30 dias de aviso prévio, mas, para cada ano adicional de serviço, o aviso prévio aumenta em três dias, até o limite de 90 dias. Uma das dúvidas é quanto ao período exato do aviso prévio. Para Faria de Sá, uma pessoa que trabalhou por três

anos e alguns meses, por exemplo, teria direito a apenas mais seis dias extras, correspondentes aos dois anos adicionais completados em serviço. Com isso, teria um aviso prévio de 36 dias. Os meses excedentes seriam desconsiderados. O deputado também afirmou que nos casos em que o empregado pede demissão, ele não é obrigado a cumprir período maior que 30 dias. “Se ele pede demissão é só 30 dias, que é a lei atual. A nova lei se refere especificamente ao empregador”, afirmou. Nesse caso, apenas os patrões estariam obrigados a cumprir a determinação de que o aviso prévio aumente em três dias para cada ano adicional de serviço. Faria de Sá disse ainda que possíveis acordos entre empregado e empregador para

Deputado federal Arnaldo Faria de Sá foi o relator da lei na Câmara

dispensa de parte do aviso não são permitidos pela lei. “Isso é inegociável”, afirmou. Ele entende também que a lei retroage para quem já está empregado ou para quem

cumpre aviso prévio neste momento. “Vale porque o contrato de trabalho não foi rescindido. Só não vale para quem já saiu do emprego”, explicou.


Política

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PRECATÓRIOS

AL é um dos primeiros a cumprir acordo Governo do Estado já liberou mais de R$ 40 milhões para o pagamento, seguindo o que foi acertado com o Judiciário O governo de Alagoas está entre os primeiros do país a cumprir o acordo com o Poder Judiciário - tanto na esfera do Supremo Tribunal Federal (STF) como no Tribunal de Justiça de Alagoas - para pagamento dos precatórios. Por decisão do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), o Estado liberou inicialmente R$ 5,7 milhões a cada mês para o pagamento das dívidas com servidores estaduais que entraram com recursos na Justiça para o recebimento dos valores devidos pelo Estado há mais de 20 anos. Até o momento, o governo já liberou mais de R$ 40 milhões para pagamento de precatórios. O valor repassado pelo Estado representa 1,5 % da receita liquida do Estado. Pela avaliação do Tribunal de Justiça, o Estado terá que repassar cerca de R$ 250 milhões para quitar os precatórios judiciais. “Em termos de organização, de transparência e cumprimento do acordo com o Poder Judiciário, o Estado de Alagoas está entre os primeiros do País a tratar a questão. Isso vem acontecendo devido à sintonia entre o governo do Estado e o Tribunal de Justiça”, assinala o juiz auxiliar da Presi-

dência do TJ, Diógenes Tenório, coordenador do Comitê Gestor dos Precatórios em Alagoas, criado recentemente pela ministra do STJ e corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon. “Em Alagoas, não há confronto, como acontece em alguns estados do País, onde o Poder Judiciário vem atuando com ações, como bloqueios em contas do Estado, entre outras medidas para o cumprimento do pagamento dos precatórios”, completa o juiz. O QUE É - Precatório é o resultado de uma sentença que já transitou em julgado. São formulações pelo juiz que conduziu e julgou a ação, que depois tem que ser executada e liquidada para a finalização e validação do processo. “Na fase da liquidação sabem-se os valores que se constitui crédito para cada jurisdicionado que foi demandante. Com o precatório requisitado, o Tribunal coloca esse postulante na ordem cronológica existente no Tribunal de Justiça para pagamento”, explica Tenório. “Então, por essa razão, nunca há o problema de instituição

de privilégios para quem quer que seja, ou débito de valor ‘x’ou ‘y’. Ele entra em uma ordem cronológica. E se, por acaso, uma pessoa teve isso definido hoje, ele ocupa seu lugar hoje, amanhã outra pessoa ocupa seu lugar, não há perigo de ninguém receber na frente um do outro. Quero deixar claro que o pagamento dos precatórios vai seguir a ordem cronológica, salvo os casos de pessoas que têm a preferência por questões de saúde ou idade, que a Emenda 62 (leia abaixo) estabeleceu o valor de R$ 11.200, sendo que caso essas pessoas tenham que receber um valor maior, voltam para a ordem cronológica”, acrescenta. PARCERIA - O magistrado também destacou a postura do governador perante a questão. “O governador Teotonio Vilela foi um homem voltado ao diálogo sobre a matéria, ele não esperou sequer que a ministra Eliana Calmon o chamasse para negociar a implantação da Emenda 62. Ele compareceu ao CNJ, onde explicou o que tinha em Alagoas e o propósito do governo para resolver essa questão”, contou Tenório. “A maioria dos valores dos

Ailton Cruz / Agência Alagoas

precatórios tem relação ainda com antigos planos econômicos, como os planos Collor e Bresser, que deixaram para trás a correção dos salários dos trabalhadores. O governador ouviu da ministra Eliana Calmon as grandes expectativas que ela nutria da parceria que poderia ser firmada com o Governo do Estado, no sentido de oferecer ao jurisdicionado a plenitude do cumprimento da prestação jurisdicional”, adicionou. REPASSE - A partir desse encontro com a ministra Eliana Calmon, segundo o juiz, o governador alagoano passou a fazer o repasse de recursos, “valores para quitar alguns débitos do Estado e crédito dos jurisdicionados junto a todos nós”. “Já estamos com esses valores para iniciar os pagamentos. Não iniciamos esses pagamentos dos precatórios porque surgiram algumas dúvidas aos cálculos procedidos nos processos, que não foram feitos na nossa gestão e, sim, na gestão passada. Nós estamos acompanhando isso para que ninguém saia prejudicado”, explicou o coordenador do Comitê Gestor dos Precatórios em Alagoas.

Juiz Diógenes Tenório destaca postura do governador perante a questão

NO SENADO

Comissão da Verdade será tema de audiência

Seminários que encerraram a capacitação dos servidores públicos estaduais em Maceió e Arapiraca contaram com 240 participações

GESTÃO PÚBLICA

Seminários encerram capacitação nas cidades de Maceió e Arapiraca Abordando os temas “Gestão Administrativa no Serviço Público” e “Profissionalismo e Qualidade no Serviço Público”, foram realizados dois seminários nas cidades de Maceió e Arapiraca com a participação de 240 servidores públicos estaduais. O evento fez parte da programação do Projeto Escola de Administração Pública, que vem sendo realizado pela Secre-

taria de Estado de Gestão Pública (Segesp), através da Escola de Governo de Alagoas, com a participação do Instituto Cidadão. Segundo a superintendente da Escola de Governo, professora Cícera Pinheiro, Os objetivos do Projeto Escola de Administração Pública criado pela Segesp “têm como metas primordiais promover o desenvol-

vimento institucional, a política de gestão de pessoas e o aperfeiçoamento dos serviços prestados a comunidade e garantir: o desenvolvimento do servidor, propiciando ampla reflexão acerca da missão da Instituição e do seu papel enquanto profissional, da sociedade em que vive e atua e sobre os caminhos de construção da cidadania; a capacitação do servidor para o

exercício das atividades de forma convergente com a missão da Instituição; o aprimoramento e inovação dos processos de trabalho e assimilação de novas linguagens e tecnologia; o desenvolvimento dos servidores visando a melhoria dos serviços prestados e ao cumprimento de seus compromissos sociais, fundamentados em sólidos valores morais e democráticos”.

Módulos em Santana e Penedo concluídos na 6ª Na cidade de Santana do Ipanema foi concluído nesta sexta-feira o módulo do projeto abordando as disciplinas de “Atualização Ortográfica da Língua Portuguesa e Redação Oficial” e “Gestão de Pessoas”, contemplando aproxi-

madamente 120 alunos que participaram das capacitações durante toda a semana. As próximas etapas do Projeto Escola de Administração Pública serão nas cidades de Penedo (entre 3 e 8 de novembro), Delmiro Gouveia, e a re-

petição de etapas em Arapiraca, Santana do Ipanema e Maceió. O secretário de Gestão Pública, Alexandre Lages, diante da receptividade e dos objetivos alcançados, assegurou aos servidores estaduais que

o Projeto Escola de Administração Pública em uma segunda fase beneficiará todas as regiões administrativas do estado atendendo a todos os funcionários públicos que desejem participar das capacitações.

A criação da Comissão Nacional da Verdade será tema de audiência pública na próxima terça-feira, a partir das 9 horas da manhã, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. De autoria do Executivo e já analisado pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei complementar, que cria a comissão, tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A apresentação do relatório do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) está prevista para a quarta-feira. De acordo com o texto aprovado pelos deputados, a Comissão da Verdade terá como finalidade examinar e esclarecer as violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, com objetivo de “efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”. Para que a matéria fosse aprovada na Câmara no final de setembro, os deputados firmaram acordo pelo qual ficariam excluídos do grupo de investigação previsto no projeto tanto ex-torturadores quanto ex-terroristas. Depois de passar pela CCJ do Senado, o projeto ainda será analisado pela CDH e pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). PORÕES - O assunto é polêmico principalmente porque traz à tona conflitos políticos marcantes da história recente do país. Há remanescentes do regime militar (1964-1985) e parlamentares favoráveis à tese de que a Lei da Anistia pacificou o país. Não faria sentido, desse ponto de vista, investigar as denúncias de tortura, sequestro e morte de opositores da ditadura. Até porque, assinalam, os atos do regime teriam sido uma reação à luta armada empreendida por grupos de esquerda, da qual também resultaram mortes. Um dos casos mais controversos e emblemáticos desse período é o do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 nas dependências do II Exército, em São Paulo. Em 24 de outubro daquele ano, o então diretor de jornalismo da TV Cultura foi convocado a prestar depoimento sobre suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). No dia seguinte, apareceu pendurado no que seria o cinto do seu macacão de preso.

Herzog:: morto durante a ditadura

A causa oficial do óbito, divulgada pelo governo da época (Ernesto Geisel), foi suicídio por enforcamento. Essa versão, entretanto, vem sendo sistematicamente combatida com base em indícios de tortura e simulação. Nas fotos distribuídas pelo Exército, as pernas do jornalista aparecem dobradas, e não esticadas, como é o de se esperar nos enforcamentos. Duas marcas observadas no pescoço de Vladimir levaram amigos e familiares a crer que na verdade ele fora estrangulado. Segundo o grupo Tortura Nunca Mais, os militares “simularam seu suicídio, entregando à imprensa fotos do corpo de Herzog pendurado pelo pescoço à grade da cela por uma peça de roupa”. Fotos de um preso nu entregues à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados em 1997 e publicadas em 2004 levantaram a suspeita de que se tratasse de registros de uma sessão de tortura em Vladimir Herzog. A suspeita, porém, não foi confirmada até hoje. Mesmo a viúva de Herzog, Clarice, que a princípio confirmou a identidade do marido, voltou atrás dias depois.


O JORNAL

Nacional Domingo, 16 de outubro de 2011

A5

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Horário de verão tem seu início hoje Período será encerrado uma semana mais tarde no ano que vem em função do feriadão do Carnaval O horário de verão, que começa hoje, vai terminar uma semana mais tarde no ano que vem. Isso porque na data prevista para o fim do horário, que seria o terceiro domingo de fevereiro, será o feriado de carnaval. De acordo com o decreto que instituiu o horário de verão, quando há coincidência entre o dia previsto para o término da hora de verão e o domingo de carnaval, o encerramento deve ser no domingo seguinte, que cairá no dia 26 de fevereiro. O objetivo é evitar que, em meio a um feriado, a população acabe esquecendo de ajustar os relógios. “O pessoal está em festa e

aí há uma mudança de horá- deve ficar em torno de 0,5%. rio, realmente o reflexo seria Ele explicou que a adoção negativo”, explicou o secre- do horário de verão resulta tário de Energia Elétrica do em ganhos para a soMinistério de Minas e ciedade, pois evita inEnergia, Ildo Grüdtner. vestimentos na expanSegundo ele, a eco- Extensão do são do sistema de nomia de energia com energia para atender à horário uma semana a mais de demanda no horário horário de verão não especial visa de pico. será significativa. “Se não são feitos evitar que Grüdtner informou população investimentos, o conque a previsão do gosumidor não tem auverno é que haja uma esqueça de mento de tarifa”. Ouredução entre 4,5% e ajustar os tro benefício é a segu5% da demanda de rança do sistema, que relógios energia no horário de passa a operar mais pico, entre o fim da taraliviado. de e o início da noite, Uma novidade deste ano semelhante ao que foi regis- é a adesão da Bahia, a peditrado no ano passado (4,4%). do do governador do estaA redução total de consumo do, Jaques Wagner. Ele so-

licitou a inclusão com o objetivo de manter o governo baiano alinhado ao horário de Brasília. No próximo domingo, os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverão adiantar seus relógios em uma hora. O horário de verão é adotado todos os anos nesta época por causa do aumento na demanda de energia, motivado pelo calor e pelo crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. No verão, os dias são mais longos por causa da posição da Terra em relação ao sol, e a luminosidade natural pode ser mais bem aproveitada adiantando a rotina das cidades em uma hora.

GERAÇÃO TÉRMICA

Redução de uma hora representa economia

Muita gente não gosta do horário de verão e faz disso uma polemica, entretanto esse horário trouxe como resultado, no ano passado uma economia bastante significativa, pois a demanda teve uma redução de 4,4% de energia devido a mudança do horário de pico em todas as regiões onde foi adotado o sistema. Em 2010 a redução mostrou uma pequena diferença sendo de 4,8% na Região Sul e de 4,7% na Região Sudeste e na Região Centro-Oeste. De acordo com os dados preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a economia em geração térmica no ano passado que foi evitada ao adotar o horário de verão foi preliminarmente estimada em R$ 30 milhões, o que traz ou deveria trazer como consequência a redução da tarifa de energia elétrica para os consumidores. CONSUMO - Se há dúvidas quanto à redução do preço, por certo que a redução de consumo é real e os dados fornecidos dizem que a demanda no horário de verão de 2010 teve uma redução total no horário de pico de 2.376 megawatts, sendo que deste total, 1.821 megawatts se deu no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste e os outros 555 megawatts foi no Subsistema Sul. A economia no caso de Subsistema Sudeste/Centro Oeste é equivalente aproximadamente a duas vezes a carga no horário de pico na capital federal ou a 60% da carga no horário de pico na cidade do Rio de Janeiro. Já na Região Sul essa economia é aproximadamente equivalente a 60% da carga no horário de

pico da cidade de Curitiba. A totalidade da redução de energia foi da ordem de 0,5%o que seria equivalente a 10% do que Curitiba consome por mês e 8% do consumo do Rio de janeiro em um mês. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp fazendo uma avaliação das consequências mais importantes da redução da demanda de energia elétrica concluiu que são: O aumento da segurança e a redução dos custos de operação do Sistema Interligado Nacional. NORTE E NORDESTE Quem não vive nas localidades que estão incluídas no horário de verão, ou seja, os Estados do Norte e do Nordeste, com exceção somente da Bahia que este ano aderiu ao horário especial para estar em sintonia com o horário de Brasília, precisa ficar atento. É que serviços que dependem de operadoras sediadas nos Estados onde vale o horário de verão teram que adaptar suas rotinas. É o caso das agências bancárias que, além de serem sediadas, em sua maioria, no Sudeste, ainda seguem o horário de Brasília. Sendo assim, o correntista precisa observar o novo horário: assim que acabar a greve dos bancários, as agências abrirão às 9h e fecham às 15h, deixando de funcionar no expediente habitual, que é das 10h às 16h. Igual situação vale para os Correios, casas lotéricas, centrais de tele-atendimento de tv a cabo, internet, telefonia fixa e móvel, além de Serviços de Atendimento ao Cliente (SAC) de diversas empresas.

Presos de alta periculosidade passam 22 horas por dia em cela de 7m²

Segurança inclui bloqueadores de celular; sinal só na parte externa

SEGURANÇA

Saiba por que ninguém foge dos presídios de segurança máxima Ao contrário das penitenciárias estaduais, ninguém foge dos presídios de segurança máxima no Brasil. O jeito encontrado pelo governo federal é polêmico e caro: cercar o prédio com policiais armados até com granada e isolar por 22 horas o preso de alta periculosidade em uma cela de 7 m². Inspirado no modelo americano Supermax, esse sistema começou a valer no Brasil em 2006, no segundo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao custo de R$ 1 bilhão, foram construídos quatro presídios (no Paraná, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Rio Grande do Norte) que, “desde a inauguração, nunca registraram fugas, rebeliões ou apreensões de drogas ou celulares”, segundo o Ministério da Justiça. A massa carcerária de um presídio de segurança máxima é formada basicamente pelos maiores líderes do tráfico de drogas do Brasil, que dos presídios estaduais comandavam rebeliões por todo o país. Apesar de eles voltarem para as detenções estaduais depois de 360 dias (renováveis pelo mesmo período se o juiz decidir), o ministério afirmou que, desde que foram criadas, “as penitenciárias federais [...] reduziram as rebeliões e motins em estabelecimentos prisionais estaduais em 70%”. A ex-procuradora do Estado de São Paulo e advogada especialista no assunto Beatriz Rizzo discorda do ministério ao dizer que “com certeza” não foram os presídios “que reduziram as rebeliões”. “Rebeliões são reduzidas ou explodem em razão de outras políticas penitenciárias.

Presídios federais de segurança máxima são inspirados nas penitenciárias norte-americanas

Depende muito mais de quem é o secretário da Administração Penitenciária e qual é sua política, que reflete, por exemplo, em quem vai dirigir os presídios”, diz Beatriz Rizzo. FORTALEZA - Além de isolar os detentos o dia inteiro, a estrutura dos prédios de segurança máxima também é diferente das unidades estaduais. As paredes e os pisos, por exemplo, foram feitos para suportar impactos de até 300 kg. Para evitar resgates por helicóptero, cabos de aço cruzam todo o pátio. Até hoje, nem um telefone celular foi encontrado no interior de um presídio federal. O controle de entrada e saída de materiais do presídio é feito com detectores de metal e aparelhos de raios X, por onde passa até o lixo.

Nas torres de vigilância, os agentes ficam armados com coletes e capacetes à prova de balas, fuzis de alto calibre, pistolas e granadas. Há mais de 200 câmeras de vigilância espalhadas por todo o presídio, exceto no interior das celas. Rizzo não critica a estrutura dos prédios, mas critica o isolamento de 22 horas a que os presos ficam sujeitos. “Isolamento severo só leva os presos à alienação mental, loucura ou extrema agressividade. Nosso Regime Disciplinar Diferenciado não tem nada de inovador. Aliás, se isolamento fosse bom, não teríamos o PCC [Primeiro Comando da Capital], que foi fundado no antigo Piranhão, como é conhecido o anexo da Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté”, explica. O ministério rebate o argumento dizendo que a assis-

tência à saúde das penitenciárias federais “abrange serviços de enfermagem, psicologia, serviço social, pedagogia, terapia ocupacional, farmácia, odontologia e medicina”: são 43 profissionais voltados ao desenvolvimento de ações de atenção básica preventivas, de cura e reabilitação. Tanto investimento para manter longe das ruas seus 427 presos custa caro ao governo federal: R$ 39.744 por ano por cada detento, mais que o dobro do que os governos estaduais gastam com seus presidiários. Em São Paulo, por exemplo, cada um sai por R$ 15.600 ao ano. O governo acredita que ainda seja necessário construir mais um presídio de segurança máxima: a quinta penitenciária federal está prevista para sair dos alicerces no ano que vem em Brasília.


O JORNAL

Opinião A6

Domingo, 16 de outubro de 2011

Indústria do carro parado Um mercado que não parou de crescer nos últimos dez anos. Aquecidos pelo avanço desenfreado da indústria automobilística, os estacionamentos registraram um crescimento recorde em Maceió. Nem mesmo o poder público sabe exatamente quantos são os que estão em funcionamento na cidade. O que se sabe é que, em pouco mais de cinco anos, o preço para estacionar na região central subiu até 300%. Também pudera, em 11 anos, a frota de veículos da capital ultrapassou a casa dos 223 mil veículos. Da mesma forma que esses carros estão circulando, eles também precisam parar. E é nesse momento que o empreendedor vê a oportunidade do lucro. Até mesmo aquele que destrói o patrimônio histórico para dar espaço às vagas para carros e motos. A concorrência no setor é grande, mas ainda existem espaço e regiões para expansão. O mercado tende a continuar em crescimento, visto que soluções que contemplem o uso em maior escala de transporte coletivo, ao menos em Maceió, só virão no longo prazo; basta ver o tempo que demorou a obra para implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – que assim mesmo ficou ameaçado de não sair. Infelizmente, também é nessa hora que os abusos aparecem. Existe local que cobra por hora, não tem estrutura e ainda

causa prejuízos ao cliente sem querer apresentar qualquer tipo de ressarcimento. Sem esquecer dos quase sempre presentes flanelinhas. Alguns viram amigos dos motoristas e ganham a confiança; outros trabalham a partir da ameaça. Valores são inflados, especialmente em shows e eventos, sem contar o constrangimento e a possibilidade de encontrar o carro todo arranhado no retorno do momento de alegria. É para evitar esses excessos que o poder público sinaliza por mudanças. Em 2012, a Zona Azul caminha para ser uma realidade, cobrando para quem estaciona na rua, bem como as leis municipais que disciplinam valores de cobrança ou buscam a isenção do pagamento de taxas para clientes que consumam em supermercados e shoppings. Atualmente, são essas grandes estruturas as que mais lucram no setor. A estimativa extraoficial é de que o valor arrecadado chegue até R$ 250 mil por mês. Ou seja, um setor que vem crescendo em paralelo ao avanço da economia brasileira e que não aponta, ao menos em médio prazo, nenhum sinal de crise ou de arrefecimento. E é para mostrar como está esse nicho do mercado alagoano que O JORNAL traz neste domingo uma reportagem especial detalhando tudo sobre estacionamentos.

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O recurso hídrico e sua utilização “A água pura, praticamente, não existe na natureza” Alder Flores Advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental Entre os recursos naturais que o homem dispõe, a água aparece como um dos mais importantes, sendo indispensável para sua existência. Em suas diversas atividades, o homem precisa de água. No entanto, o seu uso cada vez maior tem resultado em graves problemas, não só de carência, como também de degradação da sua qualidade. A água pura, praticamente, não existe na natureza, de um modo geral, ela contem impurezas, nas quais podem estar presentes em maior ou menor quantidade, dependendo da sua procedência e dos usos que se faz da mesma. Assim, nos programas de usos múltiplos de recursos hídricos, devem ser considerados os aspectos relacionados com a quantidade necessária e a qualidade desejada dos mesmos. Sabemos que alguns compostos químicos são, inclusive, indispensáveis à água destinada ao consumo humano, sendo de grande importância fisiológica. Por outro lado, outras utilizações da água, tais como, irrigação, a preservação da fauna e flora e o uso pastoril, por exemplo, necessitam que a mesma contenha alguns constituintes indispensáveis aqueles usos. No entanto, as impurezas presentes na água podem alcançar valores elevados, causando malefícios ao homem e ao meio am-

biente e prejudicando seus usos. Com o crescimento populacional acompanhado do desenvolvimento industrial e a intensificação de outras atividades humanas, tem resultado numa maior utilização dos recursos hídricos e neste caso o fator qualidade passou a ser importante. Quase todos os usos que o homem faz da água resultam na produção de resíduos, os quais são novamente incorporados aos recursos hídricos, podendo causar a sua poluição. Por outro lado, certos usos são conflitantes, com algumas atividades causando problemas de modificações na qualidade da água, em prejuízo de outras. Assim a manutenção da qualidade necessária a um ou mais usos de determinado recurso hídrico é meta que deve ser alcançada. Neste sentido é importante que se considere que além da qualidade da água de um manancial, com vista aos seus usos, depende primordialmente das atividades que se desenvolve em seu entorno. Pode-se até dizer que a mesma está intimamente relacionada com o uso que se faz do solo. Portanto, nos programas de preservação dos recursos hídricos, deve-se considerar o todo água e solo, de modo que os usos dos mesmos resultem no menor impacto possível sobre a qualidade do recurso hídrico.

Políticas para melhor idade “Especialistas estimam que 15% dos idosos precisam de ajuda nas atividades rotineiras” Renan Calheiros

Senador e líder da bancada do PMDB

Filosofia, algo distante ou próximo? “A procura da razão de ser do homem e da vida” João Baptista Herkenhoff

Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, professor da Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha e escritor Talvez a primeira resposta, quase instintiva, à pergunta proposta pelo título deste artigo, consiste em dizer que a Filosofia é algo distante do universo das pessoas comuns. Será correta esta primeira percepção? A meu ver, essa percepção está equivocada. A Filosofia não é alguma coisa distante, que só interessa a uma grei de iniciados. Muito pelo contrário, a Filosofia faz parte de nossa vida. Se a Filosofia fosse alguma coisa remota, quase localizada na mansão dos deuses, qualquer escrito tratando de Filosofia deveria estar localizado num espaço restrito, cuja chave estaria guardada num enconderijo secretíssimo. Como a Filosofia faz parte do cotidiano das pessoas comuns, esta nossa reflexão está muito bem colocada neste veículo, veículo destinado a uma grande variedade de leitores. Feito este preâmbulo, continuemos. Segundo Santo Tomás de Aquino, a Filosofia é a ciência dos primeiros princípios, das primeiras causas”. Marilena Chauí aponta que a reflexão filosófica, qualquer que seja o domínio a que se dirija, guia-se por três propósitos: Primeiro – investigar o que a coisa é; qual a realidade, a natureza e a significação da coisa; Segundo – como a coisa é, sua estrutura; quais as relações que constituem uma coisa; Terceiro – por que a coisa existe, por que é como é; origem e causa de uma coisa, ideia ou valor. José Luongo da Silveira observa que a inquietação existencial faz com que o homem nunca se detenha na procura do conhecimento, nunca se satisfaça plenamente com as explicações encontradas: “A sua estrutura cognitiva parece uma alavanca que desencadeia a busca de plenitude, caminhando sempre em direção de novas elaborações racionais numa estrada sem fim. ” Para Miguel Reale “parece acertado dizer-se que a missão da Filosofia seja receber os resultados das ciências e coordená-los em uma unidade nova.”

Djacir Menezes assinala que a reflexão e a crítica constituem as determinações essenciais do espírito filosófico”. Oliveiros Litrento vê como objeto da Filosofia “a procura da razão de ser do homem e da vida”. Existe o substantivo “filosofia” e o verbo “filosofar”. Filosofar é pensar a partir da Filosofia, ou seja, filosofar é pensar com os instrumentos da Filosofia, filosofar é exercitar a reflexão filosófica. A sabedoria latina nos ensina que toda ciência principia pelo significado das palavras: ”omnia scientia a significatione verborum incipit”. Mas a mesma sabedoria clássica adverte para a dificuldade de definir, o perigo de definir: ”omnis definitio periculosa est”. A palavra “filosofia” resulta da justaposição de dois vocábulos gregos: filos (amigo) e sofia (sabedoria). A Filosofia é, assim, etimologicamente, o amor à sabedoria, e o filósofo é um amigo da sabedoria. Segundo Cícero, a palavra filosofia foi criada por Pitágoras. Comparecendo à face de Policrates, tirano de Samos, que lhe indagou a profissão, Pitágoras respondeu que não era um sábio, mas apenas um filósofo, ou seja, um amigo da sabedoria. Segundo ele, a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas os homens podem desejá-la ou amá-la tornando-se filósofos. Pitágoras estava certo na sua humildade. Na busca da verdade, supôs que o número seria o princípio essencial de que todas as coisas são compostas (Todas as coisas são números). Equivocou-se na tentativa de explicar, por meio da verdade numérica, a globalidade dos fenômenos físicos e humanos. Sua intuição foi posteriormente contestada. Não obstante isso, seu nome permanece inscrito na História do Pensamento (até hoje se estuda, mesmo nas escolas de segundo grau, o teorema de Pitágoras). Também Platão foi humilde, reconhecendo a limitação do espírito humano, quando escreveu que o filósofo deseja a sabedoria. Ele não disse que o filósofo possui a sabedoria, ou que é detentor da sabedoria, mas apenas deseja a sabedoria.

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Nações Unidas, a esperança de vida dos brasileiros ao nascer era de 63,4 anos. Hoje, apenas 21 anos depois, chega a 74 e, em 2050, alcançará quase 80 anos: 79,4. Os estudos mostram que o Brasil terá um perfil mais velho que o da maioria dos demais países. Em 1980, a média de idade no Brasil era de 20,4 anos, contra uma média mundial de 23,9 anos. Neste momento, estamos dentro da média, de 29,2 anos. Daqui a 39 anos, a população brasileira terá em média 44,9 anos, seis a mais do que a do resto do mundo, estimada em 37,9 anos. Especialistas estimam que 15% dos idosos precisam de ajuda nas atividades rotineiras. Mas só em 30% das cidades brasileiras existem instituições especializadas neste tipo de atendimento. A família segue sendo a principal responsável pelo cuidado com seus idosos. Diante desta realidade é o momento de planejar e melhorar rapidamente o serviço de atenção básica à saúde do idoso, com campanhas específicas para este segmento, especialmente no acompanhamento de doenças ligadas a pressão arterial e a problemas cardíacos. É preciso expandir campanhas no molde do que o Brasil já faz atualmente no combate a gripe entre idosos e formar médicos geriatras, hoje em quantidade insuficiente no Brasil.

Datas & Fatos 16 de outubro - Dia Mundial da Alimentação, da Ciência e Tecnologia e do Anestesiologista. lll O papa que não é italiano - Em 16 de outubro de 1978 o polonês Karol Wojtyla é eleito sucessor do papa João Paulo I, recém-empossado em agosto e falecido em setembro. Sua eleição foi marcada por dois fatos incomuns na história do papado: ele era um pastor e não um membro da hierarquia do Vaticano e principalmente, não era italiano. 1793 - Revolução francesa: morre na guilhotina a rainha Maria Antonieta. 1812 - Os habitantes de Moscou colocam fogo na cidade, em ato de desespero para vencer as tropas de Napoleão Bonaparte. 1846 - O médico William Thomas Morton utiliza pela primeira vez o éter como anestésico, começando a partir de então a realizar cirurgias sem dor aos pacientes. 1902 - Começa a guerra civil na Venezuela. 1910 - Primeira travessia do canal da Mancha em um dirigível. 1914 - Os alemães usam o lança-chamas pela primeira vez na batalha de Iser. 1916 - A primeira clínica de controle de natalidade é aberta pela médica Margaret Sanger, em Nova York, nos Estados Unidos. 1959 - Morre George C. Marshall, militar norte-americano, autor do plano que leva seu nome para a reconstrução econômica da Europa. 1964 - A China explode sua primeira bomba atômica, na Ásia Central, preocupando os Estados Unidos e a União Soviética. 1971 - Um violento terremoto na zona sul do Perú causa a morte de 400 pessoas e deixa mais de 600 feridos. 1975 - Maria Estela Martinez de Perón assume a presidência da Argentina. 1984 - O bispo anglicano da Africa do Sul Desmond Tutu, obtém o Prêmio Nobel da Paz pela luta contra a segregação racial. 1992 - Rigoberta Menchú, líder indígena da Guatemala recebe o Prêmio Nobel da Paz. 1994 - A Finlândia define sua entrada na União Européia com 57% dos votos em um plebiscito. 1996 - No estádio de Guatemalan, na Guatemala, 78 pessoas morrem esmagadas quando um grupo de torcedores sem ingresso invadiu o local para ver uma eliminatória da Copa de 1998.

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Os novos dados da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) – órgão da ONU – são surpreendentes. A cada ano 1,1 milhão de brasileiros chegam aos 60 anos, idade apontada como parâmetro para o início da melhor idade. O mesmo estudo indica que, daqui a 40 anos, a população da terceira idade brasileira vai aumentar em 45 milhões de pessoas, das quais 15 milhões terão mais do que 80 anos. Atualmente, apenas 2,8 milhões de brasileiros já passaram da casa dos 80. Isso equivale a uma Argentina inteira com mais de 60 anos ou a um Chile com mais de 80. Muito embora o aumento da longevidade indique que o Brasil está evoluindo socialmente, um maior contingente de pessoas na melhor idade exige planejamento porque ela importa em sensíveis impactos nos sistemas de saúde e previdência e nos projetos urbanísticos das grandes cidades. Com a redução da taxa de fecundidade e o nascimento de menos crianças, aumenta a proporção de adultos e idosos. Hoje, os idosos são 10,3% da população e, em 2050, serão 29%. De outro lado, o aumento da longevidade surge com os avanços na medicina e por práticas associadas à qualidade de vida, como exercícios físicos e alimentação. Em 1980, de acordo com os dados das

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CUBA Palácio Darul-Aman é um dos milhares pontos de referência presentes nas correspondências que chegam ao Correio Central de Cabul

Pequenos negócios conquistam as ruas Um ano após o presidente de Cuba, Raúl Castro, ter começado a aplicar medidas que autorizaram a existência do setor privado na economia oficial - emitindo autorizações de trabalho autônomo e abertura de empresas -, os pequenos negócios passaram a predominar na paisagem da ilha, apesar de “freios” como a alta tributação e a falta de experiência dos cubanos com o mercado. Sejam cabeleireiros, massagistas, relojoeiros, costureiros, cozinheiros, fotógrafos, encanadores ou cuidadores de cachorros, os profissionais emergiram da ilegalidade ou foram obrigados a testar sua sorte após serem demitidos ou terem deixado o funcionalismo público atrás de melhores salários. A intenção do regime cubano é eliminar 1,3 milhão de postos para trabalhadores públicos - aproximadamente 25% do total do funcionalismo na capital, Havana - até 2015, mas não cumpriu sua primeira meta, de demitir 500 mil funcionários até o fim de março. Em outubro, o governo de Cuba autorizou 178 profissões autônomas e, no mês passado, esse número cresceu para 181. Segundo dados oficiais, nesse período as permissões de trabalho mais que dobraram na ilha, chegando a cerca de 330 mil habitantes. “Há mais desenvolvimento. Antes eu vendia qualquer coisa pela ‘esquerda’ (como é denominado o mercado paralelo cubano), mas vivia com medo da polícia. (Agora) a competição é dura, mas algo se ganha”, contou o camelô Félix Sánchez, em seu posto de venda de

CDs piratas - atividade que passou a ser legal em Cuba, desde que os produtos comercializados sejam reproduzidos de gravações de artistas estrangeiros. Estabelecimentos como o de Sánchez, muitos deles construídos e mantidos de maneira precária, proliferam-se em ruas e praças das principais cidades. Os altos encargos para a contratação de funcionários pelas novas empresas e a falta de um mercado atacadista para o abastecimento dos diversos setores do comércio com autorização para funcionar fizeram com que 25% das autorizações de trabalho e abertura de negócios fossem devolvidas. Maira Ibarra é uma das empresárias que abriram mão de sua autorização de funcionamento. “Eu não tinha clientela suficiente e minha conta não fechava. Não sobrevivi, mas essa abertura me parece boa. Há mais opções de trabalho”, afirmou a ex-proprietária da cafeteria Dona Maira, aberta em janeiro em um canto de sua casa. A ex-empresária contou que conseguiu retomar seu emprego público após a falência. Além das autorizações de trabalho e abertura de negócios, o aluguel de imóveis e créditos bancários também têm estimulado o setor privado. No mês passado, o governo baixou impostos das empresas, que chegaram a ter de recolher ao Estado o valor igual ao total de sua folha de pagamento quando contratavam dez pessoas ou mais - e 50% de taxas sobre ganhos maiores de 50 mil pesos cubanos mensais (cerca de US$ 2 mil).

Maior parte dos comerciantes cubanos são ex-funcionários públicos

Com ruas sem nome, a capital afegã é o pesadelo de carteiros Encontrar os destinatários das cartas é tarefa difícil na cidade de Cabul Poucas ruas de Cabul têm nomes oficiais e casas devidamente numeradas. Então, como fazem os carteiros para entregar as correspondências? Para os carteiros da capital afegã, navegar pelo labirinto das ruas de Cabul é uma tarefa intimidante. A cidade tem mais de 4 milhões de habitantes, e ruas novas sendo construídas a cada ano. Para dificultar, o Correio Central ainda não conseguiu de-

senvolver um sistema completo de código postal para o país. Sendo assim, as cartas percorrem um caminho tortuoso para encontrar seu destinatário. Areportagem da BBC acompanhou o trabalho de uma agência dos correios em Cabul, que naquele dia tinha mais de 30 cartas - privadas e oficiais - sem endereço exato, apenas uma série de direções vagas. Uma, postada nos Estados Unidos, apenas dizia: “Hamid

Jaan - atrás do palácio DarulAman”. Outra pedia para ser entregue “atrás da mesquita Omar Jan”; uma terceira era endereçada a uma pessoa que vive “perto da escola Alauddin”. “Os endereços dos destinatários são sempre vagos. Eles (os remetentes) escrevem o endereço como se eu fosse um amigo do destinatário”, diz Ahmad Omif, que há mais de dois anos trabalha no Correio do Afeganistão.

Ele cruza Cabul montado em uma bicicleta, buscando os endereços a partir de seu conhecimento sobre a cidade e pedindo ajuda dos locais. Para entregar a carta americana a Hamid Jaan, ele se dirigiu ao palácio de Darul-Aman, palácio ao sul de Cabul que foi construído há nove décadas, no reinado de Amanullah Khan, o antigo rei afegão. O edifício foi severamente danificado durante a guerra civil dos anos 70.

Cidadãos são conhecidos pelas suas profissões No caminho, ele perguntou de Hamid Jaan para todos com quem cruzou - de policiais a estudantes. Alguns diziam apenas “siga reto”; outros passavam os endereços de um Hamid Jaan que conheciam, mas nenhum deles parecia ser a pessoa certa. Os cidadãos afegãos são em geral conhecidos localmente por sua profissão, e o Hamid “correto” era um açougueiro. Após horas pedalando sob um sol de 32ºC, o destinatário foi encontrado. Missão cumprida. O Afeganistão se tornou um membro da União Postal Universal (UPU) em 1928, mas teve desde então dificuldades em implementar um sistema postal. Hoje conta com um serviço de correios que depende de ajuda privada para realizar suas entregas. Por exemplo, diversas companhias privadas trabalham junto com o governo para dar conta de entregar todas as correspondências. Mohammad Yasin Rahmati, chefe do Correio de Cabul, diz que há planos para formalizar um código postal no país, “mas

Selo dos Correios do Afeganistão, um dos mais complicados do mundo

levará tempo até que as pessoas se acostumem com isso”. MAPAS - Além disso, o serviço só poderá ser completo se as ruas tiverem nomes e as casas

forem numeradas. O empresário Abdul Ali Haidari vende avisos de ruas e números para casas aos moradores do distrito Afshar. A ideia do negócio surgiu

após ele passar por muitas dificuldades para encontrar endereços. “Quando as pessoas vinham para cá, caminhavam por horas para encontrar um lugar. O governo de Cabul não pôs sinalização. Então decidi colocar placas nas ruas e casas”, diz ele. Atarefa é dificultada pelo fato de Cabul não ter sequer um mapa oficial de ruas. Para contornar isso, algumas pessoas decidiram desenhá-lo por conta própria. Laurence Leusar, que comanda uma organização cultural financiada pela embaixada francesa no Afeganistão, fez seu próprio mapa com a ajuda de moradores de Cabul. Assim, cada vez que vai para um lugar diferente, chega meia hora antes apenas para ter tempo de perguntar aos locais como fazer para chegar no endereço certo. “É sempre difícil encontrar um endereço em Cabul, você depende dos locais para obter informações”, ela conta. A vantagem, agrega, é que acaba sendo “divertido”, já que “acabo conhecendo muitos cidadãos afegãos”.


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Mães de crianças Um quinto das grávidas brasileiras e um terço das gestantes alagoanas são jovens de 10 a 19 anos; uma estatística feita de meninas que geram suas próprias “bonecas”

Sumaia Villela Repórter

A. F. N. tinha 14 anos quando começou a gerar um bebê. Três meses se passaram sem sinal do período menstrual, mas ela ainda tratava a gravidez como uma dúvida. Não porque não soubesse como um filho era gerado; sabia que as mudanças que ocorriam em seu corpo eram sinal de que a adolescência, mal começada, estava acabando. Sua dúvida era na verdade a fantasia e o medo, que a tomava ao pensar como a mãe reagiria. Mas a barriga crescia independente de sua vontade, e logo os vizinhos perguntavam à mãe de A.F. se ela iria ser avó. Foi então levada para uma médica do posto de saúde do bairro em que mora, e recebeu a confirmação já pré-anunciada pelo formato arredondado que tomava o lugar da magreza. “Eu não pensei em nada. Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo. Pensei na voz da minha mãe falando no meu ouvido”, contou ela, sobre o que passara em sua cabeça quando ouviu a notícia. A menina não brincava mais de boneca quando engravidou. Já havia conhecido o prazer do namoro adulto há cerca de sete meses, com um

rapaz de 18 anos, que morava no mesmo bairro com uma irmã. Na época, ela frequentava um grupo de jovens do Programa de Desenvolvimento de Área do Mundaú, ou simplesmente PDA Mundaú, um projeto vinculado à Organização Não Governamental (ONG) Visão Mundial, que se encontrava semanalmente para falar sobre prevenção, educação sexual e responsabilidades próprias da adolescência. Apesar de saber de cor e salteado o que era preciso fazer para evitar uma gravidez não planejada, acabou por acreditar que isso nunca aconteceria com ela. “Eu lembrava na hora, mas não pensava...”, tenta explicar, tímida. O fato é que aconteceu. E, de lá para cá, A. F. N., agora com 15 anos e um bebê de quatro meses, precisou mudar um bocado para encarar a missão de ser uma mãe criança com uma criança no mundo. E seus desafios foram enormes. Sua primeira atitude, após descobrir que havia uma criança em sua barriga, foi escolher o caminho contrário que a mãe queria. E que o seu namorado também propôs. Assumiu o filho, pediu em casamento, mas não estava em seus planos ser

esposa aos 14 anos. Já bastava ser mãe. Ele visita o bebê quase todos os dias, compra o que for necessário, mas os dois já estão separados pelo acidente que os uniu em um laço eterno. Ela iniciou o pré-natal tardiamente, mas as cinco consultas que se seguiram garantiram um nascimento saudável para mãe e filha. Conseguiu ficar fora da escola por pouco tempo; cerca de um mês após se afastar para ter o neném, voltou e hoje cursa o 8º ano do ensino fundamental. As amigas até hoje ajudam ela a cuidar do garoto, além de vizinhos e da família. Sua tia é quem fica com a criança; A. mora com ela, hoje, porque não aguentou mais o padrasto reclamando da sua gravidez precoce. “Ele fica dizendo coisa, porque eu não devia engravidar com essa idade, que eu não presto. Me abusei e fui para a casa da minha tia”, narra, sempre com uma simplicidade que esconde a teia complexa de sua vida. A mãe, apesar de a apoiar com o bebê, ficou ao lado do marido, o que a fez decidir sair de casa. “Ano que vem eu começo a trabalhar, porque quem fez o menino o filho fui eu, não minha mãe. Quem tem que sustentar sou eu”, fala, decidida.


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Orientação e acompanhamento podem fazer a diferença para as adolescentes

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Duas histórias; dois destinos Se o medo e a juventude das duas meninas se parecem, o desenrolar de suas vidas são opostos. Para o futuro, elas querem o mesmo, mas seus caminhos foram trilhados por pedras diferentes. Que não deixam de ser pontiagudas. A. escolheu não casar e tocar a vida como mãe independente, R. tentou manter o casamento até que recebeu um ultimato que a empurrou a uma vida menos sufocante. Se a primeira conseguiu apoio para permanecer na escola até o nono mês de gestação, voltando às aulas quando seu filho E. completava um mês de nascido, a segunda emperrou sua educação durante dois anos para cumprir o que ninguém queria fazer por ela, nem por algumas horas, até que voltasse da escola: cuidar da bebê.

E agora, enquanto R. toma as rédeas da sua família, formada por três gerações de mulheres – sua mãe, ela e a filha -, A. vive com sua tia para não ouvir do padrasto ofensas sobre o erro que a levou a mudar de rumo. Mas as duas sonham em conquistar um diploma de ensino superior, e dar à nova geração o que elas não puderam ter. “Eu só me dedico a ela e à minha mãe, não tenho tempo de pensar em nada”, justifica R., ao explicar porque ainda não pensou para que curso vai tentar o vestibular. Mas o certo é que ela vai competir por uma vaga no curso superior. A. também não sabe ainda o que escolher, mas conta que a mãe está a incentivando, apesar dos conflitos com o padrasto. “ Elas não esquecem, no entanto, a vida que deixa-

ram para trás. A. sente agora, aos 15 anos, a falta que faz as brincadeiras de criança. “Eu brinco hoje em dia, pulo corda, essas coisas. Eu sou uma criança ainda”, admite. R. S. repete a toda a hora que sua vida mudou muito, entristece a expressão, mas sorri quando olha a filha chamando sua atenção com gracinhas. Uma parte de sua vida ficou em branco: as festas que frequentaria, os domingos de praia sem preocupações, os namorados que poderia ter. Mas não é nada disso que ela sente mais saudade. Quase sem pensar, a resposta sai pronta, como que já estivesse latente, voltando à tona sempre que ela tira a mente dos afazeres cotidianos e pensa como autora de seu futuro. “O que eu mais tenho saudade é do meu pai”. (S.V.)

Complicações da gravidez precoce Depois do nascimento, a bebê de R. S., 19 anos, foi direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Nasceu sem conseguir respirar direito, espremido pela pouca dilatação da mãe, que com 13 anos começou a gestação, e aos 14 sofria com um parto normal que obrigava seu corpo fino a responder às contrações sem que o quadril estivesse alargado o suficiente. A médica que a acompanhava no posto de saúde local depois afirmou que era mais seguro ter feito uma cesariana. Felizmente, no dia seguinte a pequena garota pôde descansar nos braços da mãe, que só havia cuidado de bebês de plástico antes disso. Um ano antes, para ser mais precisa. Aos 12, se apaixonou por um garoto de 15, deixando a infância de lado, e quis seu ímpeto romântico e as famílias dos namorados que eles fossem morar juntos. Juntos também com a sogra e o sogro de R. S.. Seis meses depois, o resultado da fantasia adolescente como ela mesma classifica – apareceu. “Primeiro eu adoeci, sentia enjôo. Eu não queria contar a ninguém, pensei que não ia ser capaz de cuidas dela. Minha sogra quem me levou na médica”. Passou por uma gestação de risco, sangrou muitas vezes, sofreu com problemas psicológicos, tomou calmantes. Mas uma menina hoje saudável, de quatro anos, a acompanha. Mas os frutos do romance terminaram aí. “Eu tinha tudo para não cair nessa. Mas caí. E o só o que restou dessa loucura foi a E.”, lamenta. É como ela começa a contar sua história. Uma história triste, mas cheia

de futuro. Cheia também de outras gestações: de valores, de caminhos, de trabalho. Após suspender os estudos desde o início da gravidez, quando E. nasceu ela ainda não conseguiu voltar à escola. Ficou mais um ano e alguns meses afastada, porque a família do companheiro se negava a ficar com a menina. “Minha mãe não podia, porque tem um bar. Como ia fazer as duas coisas ao mesmo tempo? Só fui conseguir depois desse tempo”, justificou. Mas ela não ficou totalmente parada. Quando a pequena fazia cinco dias de nascida, duas jovens foram até a sua casa falar do projeto Maternidade Saudável, do PDA Mundaú, que ela passou a frequentar quase que diariamente. Passava a manhã no local, e à tarde ia trabalhar no bar pertencente à mãe. “Só ia para casa para dormir, praticamente”, resumiu. Essa rotina a alegrava, mas descontentava a família do garoto, que trabalhava em um mercadinho. “Queriam que eu fosse escrava deles, ficar o dia todinho trancada fazendo as coisas dentro de casa”. Mas ela não mudava, e então o pai do seu filho pediu para que ela escolhesse: ou a mãe ou ele, junto com todas as cobranças. Foi então que ela escolheu voltar para a casa dos pais, que há dois anos estão separados. Ela agora cuida da casa, da mãe e da filha, estuda no 1º ano do ensino médio e recebe pensão do ex-companheiro, que hoje mora no Mato Grosso com toda a família. Seu pai fala com ela, mas sempre lamenta pelo futuro que R. poderia ter. “Meu pai investiu muito em mim. Ele tem uma mágoa”. (S.V.)

Estatísticas de Alagoas seguem tendência Elas são parte, também, de uma mesma estatística. As duas vivem em mundos onde a gravidez na adolescência é comum, apesar da reclamação dos pais. Suas mães engravidaram antes dos 18, amigas e parentes também. Quase todo dia, R. cuida do filho de uma prima de 16 anos, que não assume a responsabilidade ter se tornado mãe nessa idade. “Ontem [quinta-feira] ela deixou o menino comigo às 14h e só pegou hoje [sexta], 5 da manhã. Ela só quer saber de curtir, é como se fosse uma boneca”. Já A. F. agora se dedica a passar conselhos à filha do seu padastro, a quem considera como irmã, que está grávida de sete meses aos 13 anos, de um garoto que negou ser dele o filho quando soube da gravidez. “Eu digo a ela para fazer o pré-natal, mas ela não me R.S. com a filha nos braços, fruto do “casamento” aos 12 anos

ouve”, lamenta. Outra irmã também começou cedo: com 20 anos, possui três filhos; o mais novo nasceu quando ela tinha 14. É casada até hoje com o pai das crianças. As meninas de 10 a 14 anos cresceram nos índices de gravidez, de acordo com o estudo realizado pela Visão Mundial em todo o Brasil, dividindo o país em macrorregiões. Segundo identificaram, apesar da gravidez na adolescência ter caído ao longo dos últimos anos (20% de 2003 a 2009), essa faixa que ainda é considerada como infantil pela vida adulta está crescendo, embora de forma tímida. Mesmo com crescimento menor que 1%, elas ainda representavam, em 2007, 28 mil nascimentos, doas quais 625 mortos antes de completar um ano. Os dados também mostraram quem um quinto das

crianças com menos de um ano de idade que morre com menos de um ano são filhos de mães adolescentes. As principais causas, segundo identificou o estudo – disponível através do site www.saudeparacriancasprimeiro.org.br -, foram o nascimento prematuro e o baixo peso dos recém-nascidos. Em Alagoas, os dados sobre mortalidade infantil não são precisos, mas o número de grávidas adolescentes acompanha a tendência do Nordeste. Existem discrepâncias entre os órgãos; enquanto a Secretaria estadual de Saúde (Sesau), através da superintendente da vigilância em saúde, Sandra Canuto, afirma que 20% das grávidas alagoanas são jovens de 10 a 19 anos, a Secretaria de Estado da Mulher, dos Direitos Humanos e da Cidadania,

através do superintendente da criança e do adolescente, Cláudio Soriano, fala em um terço do total, ou 33%, ou uma em cada três gestantes do Estado. O dado mais conhecido é que Alagoas é campeão nacional de mortalidade infantil, com 47 mortos a cada mil nascidos. “As secretarias não têm um diagnóstico, um acompanhamento. Quando realizamos esse estudo, os parceiros locais é que nos procuravam para saber mais sobre essas estatísticas”, lamenta a coordenadora do PDA Mundaú, Marielvys Messias de Lima. E como o próprio método da Visão Mundial e ela ressaltam, saber quantificar e qualificar essas jovens grávidas é o primeiro passo para formular políticas públicas voltadas especificamente para elas. (S.V.)


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Transformando a realidade sociocultural O PDA Mundaú trabalha com uma metodologia que envolve pais da adolescente grávida, companheiros e as próprias jovens. São vários os grupos, entre eles o Maternidade Saudável, que hoje conta com 40 adolescentes, todas jovens mães, que aprendem diariamente a conviver com tamanha mudança. O acompanhamento fornecido pelos diferentes projetos faz a diferença, quando se compara a vida das duas meninas e a de amigas que não contaram com profissionais que pudessem orientálas. Enquanto a prima de R. e a irmã de A. reproduzem antigos erros praticados por mães adolescentes, as duas conseguiram, apesar das dificuldades, manter o foco em criar seus filhos de forma saudável e continuar a estudar

para sair de uma situação vulnerável. Mas não é tão fácil fazer essa transformação. “Um dos maiores obstáculos do projeto a adolescente entender que ela e o seu bebê precisam de cuidados. É ela ganhar essa consciência, para que nós não precisemos fazer por ela o que é de sua responsabilidade”, formula, ao lembrar um caso de uma adolescente da comunidade que nunca atendia à solicitação das educadoras de levar o filho para ser vacinado. “Nós precisamos pegar a criança e fazer o trabalho da mãe. Não era o ideal que ocorresse, mas de outra forma ela não ia levar”. Em outras palavras, para Marielvys, seria fazer com que a menina encarasse a experiência e vivesse a gravidez plenamente. Mas isso requer mudanças de compor-

tamento e responsabilidades que elas não estão preparadas para aceitar – e se não fosse a gestação fora do tempo, nem deveriam estar. Ir contra uma educação – ou a falta dela – de uma vida e de uma comunidade inteira não é trabalho fácil, principalmente para uma adolescente que mal formou sua personalidade e sua independência. Mas essas limitações concretas podem ser minimizadas por escolhas mais saudáveis e baratas, defende Mari. “A mãe vai e compra um refrigerante. Ela pode usar esse dinheiro para comprar uma polpa para fazer suco, ou uma fruta. Mas não, prefere dar miojo, biscoito para o filho. Entendemos as limitações financeiras daquela jovem, mas ela pode aproveitar melhor sua renda”. E a alimentação não é a

única que pode mudar. Outros passos não tão aceitos pela maior parte das mães atuais – de qualquer classe, ressalte-se – é o uso da fralda de tecido, bem mais em conta do que as descartáveis, e, segundo a coordenadora, melhor para o bebê. “Imagina ficar o dia inteiro, todo o dia, abafado. É como ficar de calça jeans o tempo todo”, compara. Ela defende a fralda tradicional pro experiência própria: “Eu chegava à noite do trabalho e ia direto lavar tudo. Não tinha uma hora que alguém fosse lá em casa e ela não estivesse toda enfeitada de ‘bandeirinhas’. Dá mais trabalho, mas é muito melhor para a criança”. E é esse trabalho, infelizmente, que desanima as jovens e elétricas mães adolescentes. (S.V.)

A.F. relembra os sentimentos conflitantes quando soube da gravidez

Dificuldades enfrentadas pelas mães

Pré-natal: acompanhamento indispensável Diante desse quadro tão adverso para mãe e filho sobreviverem, o pré-natal, que são as consultas e exames de acompanhamento da gestação, são tão importantes para garantir que ambos saiam ilesos. Obrigatório a todas as mulheres grávidas, é ele quem garante que o médico conheça em detalhes as condições para o desenvolvimento do feto. Segundo Sirlene Patriota, é importante que a gravidez seja identificada no primeiro trimestre. É quando os primeiros exames são feitos: identificação do tipo sanguíneo, exame de urina, hemograma, ultrassonografia, glicemia e teste de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Alguns serão repetidos algumas vezes; outros, apenas uma, como a tipagem sanguínea. Após os primeiros exames, o pré-natal continua, primeiro uma vez a cada mês, depois quinzenalmente, e no último mês de gestação, toda semana. Isso quando não gravidez não é de risco. Se for, o cuidado é maior. O pré-natal também lida

“A história do bebê não começa ali. Começa com a mãe. Mesmo antes de ficar grávida”. Essa afirmação, dita pela pediatra Sirlene Patriota, médica da Maternidade Santa Mônica há 20 anos, não possui a firmeza das estatísticas, mas pode ser a definição mais precisa para definir o porquê das mortes de bebês de adolescentes. E a história de alguém a gente desvenda pelas palavras, não pelos números. O que a mulher come, em que trabalha, de que forma se diverte, em que ambiente familiar está, quanto dinheiro tem no bolso, quanto amor à disposição. Tudo influencia no desenvolvimento da criança, não só física, mas psicologicamente. E é aí que a gestação na juventude complica. “A gravidez mais problemática da adolescência é aquela entre 10 e 14 anos. Depois de 15 anos, os riscos são os mesmos de uma mulher maior de idade. O problema são os cuidados que a adolescente tem com a criança e com ela mesma”, reforça. E por essa grávida geralmente ter uma condição socioeconômica baixa, algumas características se repetem em cada gestação. Como a subnutrição, o uso de drogas, a existência de infecções ou doenças sexualmente transmissíveis. “São jovens mais vulneráveis, que se alimentam mal, culturalmente não usam camisinha. Vários casos são ligados também à violência sexual”. Ela revela que é comum diagnosticar sífilis em adolescentes pobres e grávidas. E para prejudicar o bebê, não precisa ser uma infecção

séria como essa, Sirlene diz. Basta uma infecção dentária para deixá-lo doente. “Como ele é muito pequenino, a infecção não fica localizada, ela é geral. E a defesa do recémnascido é muito baixa. Na barriga, os anticorpos da mãe que defendem a criança. E quando nasce o leite materno faz esse papel até que ele seja autosuficiente”, detalha. Na faixa de adolescentes de 10 a 14 anos, cujos casos de gravidez crescem assustadoramente a cada ano, o corpo em desenvolvimento leva a gestação a uma situação de risco. “São duas transformações simultâneas, a puberdade e a gestação. São muitos hormônios em jogo”, conta a pediatra. Os profissionais da educação precisam se envolver mais e quebrar tabus, levando a discussão sobre sexualidade para dentro da escola, segundo Sandra Canuto. E esse trabalho tem que envolver também os pais, que muitas vezes, segundo ela, reclamam quando os professores tratam do assunto. “Não só para que eles percam o medo da educação sexual, mas para educa-los, para que entendam como lidar com a vida sexual de seus filhos”, esclareceu. Sirlene Patriota, pediatra da Maternidade Santa Mônica, defendeu que a categoria da saúde também aproveite qualquer oportunidade para educar as adolescentes nesse sentido. “Mesmo que seja uma consulta para tratar de uma inflamação na garganta, o médico tem que falar sobre isso, perguntar se ela usa algum método contraceptivo, por exemplo”. (S.V.)

Obstáculos no serviço de saúde MOTIVOS PARA PRIORIZAR O ACOMPANHAMENTO À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL: - A cada cinco crianças que morrem no Brasil por ano, uma é filha de mãe adolescente; - Gestantes adolescentes apresentam maior risco de dar à luz bebês prematuros e de baixo peso; - Quando a gestação ocorre durante a adolescência, todas as repercussões da pobreza são potencializadas; - A gravidez em menores de 14 anos representa desafios no campo da saúde e é considerada crime se o pai da criança for adulto; - A gestação na adolescência pode repercutir nas condições de gestações futuras; - É possível conciliar maternidade e paternidade de adolescentes e jovens com um bom desempenho na escola e na vida, desde que haja correto suporte; - O atendimento pré-natal adequado é capaz de garantir resultados adequados da gestação na adolescência e prevenir a mortalidade infantil. FONTE: Estudo sobre as políticas públicas de proteção à saúde infantil e materna no Brasil: um olhar especial para os filhos de mães adolescentes (ONG Visão Mundial)

com a controle da alimentação da gestante, posturas e nível de esforço máximo que ela poderá fazer, como lidar com as mudanças do corpo, de que forma a fabricação de leite pode ser estimulado, além do acompanhamento psicológico

das futuras mães. No caso de mulheres de classes sociais de poder financeiro menor, é necessário também que um assistente social participe do processo. “Eles explicam quais são os direitos delas, que é algo que ela não

tem conhecimento na maioria das vezes. Por exemplo, a gestante de condições socioeconômicas frágeis tem direito a uma cesta de alimentação por mês, durante toda a gravidez e amamentação”, conta a pediatra. (S.V.)

A qualidade do serviço público de saúde também é um empecilho nem sempre fácil de ultrapassar. Depois de convencer a adolescente a ter sua gestação acompanhada por um médico, ainda é necessário remediar um mal que não depende da menina para ser vencido: a superlotação das maternidades alagoanas. “Quando ela faz o pré-natal desde o início da gestação, ela normalmente já sabe que instituição deverá procurar. Mas quando chegar a hora, é orar para não estar lotado”, narra a coordenadora. Das jovens que frequentam o projeto do PDA Mundaú, ela conta que nenhuma passou por essa situação, mas casos não faltam nos bairros cobertos pela ONG. Com as notícias frequentes da deficiência no atendimento básico de saúde, principalmente no interior do Estado, é de se imaginar as dificuldades enfrentadas pelas grávidas em conseguir cumprir tantas consultas e exames. De acordo

com Sirlene Patriota, o acesso ao médico, no interior, não é o problema. “O PSF [Programa de Saúde da Família] tem quase 100% dos municípios do interior; em Maceió que ele tem o índice baixo. Existe dificuldade é na velocidade em fazer e receber o resultado dos exames”, avaliou. “Não adianta o resultado chegar um mês depois”. A hora de “parir” também merece mais atenção do Estado e dos Municípios, segundo ela. “A mulher precisa saber onde vai parir. Não pode ficar rodando, procurando maternidade. Tem que identificar de onde ela é, que instituições da região podem recebê-la, e já deixar marcado”, indica. Sandra Canuto destacou a importância dos municípios na prestação de serviços de saúde de qualidade, assim como na formulação de políticas públicas para essa faixa de gestantes adolescentes. “Esse envolvimento precisa ser cobrado por todos”, reforçou. (S.V.)


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Drogas: Estou estou limpo, e agora?

Fotos: Marco Antônio

Religiosidade, família e emprego são algumas das saídas para ex-dependentes se manterem longe do vício Flávia Batista Repórter

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epois do pesadelo, a esperança de uma vida nova. Esta é a expectativa da maioria dos ex-dependentes químicos que encaram o desafio duro de recomeçar a vida longe das sustâncias que os aprisionaram durante meses, anos ou até décadas. O tempo, invariavelmente parece eterno, principalmente se o doente encara a dura realidade de que a dependência química é uma doença crônica, em que muitas vezes a cura é um desafio cotidiano. Voltar para casa, depois de meses de

tratamento, nem sempre é um momento apenas de felicidade, até porque retornar ao convívio das pessoas significa muitas vezes estar mais uma vez próximo aos agentes que favoreceram o início da vida degradante. A casa, os antigos amigos e até a família pode ser mais que uma lembrança dos tempos duros. Muitas vezes a reaproximação com a antiga vida pode significar a queda depois da vitória. Por isso, a força de vontade, a fé e a inserção destas pessoas em atividades profissionais são aliados de muitos ex-usuários, que usam o trabalho, seja ele voluntário ou remunerado, como agentes preponderantes para mantê-los longe das drogas e do álcool.

Fé vira recurso para se afastar do vício Uma pesquisa realizada em São Paulo durante os anos de 2004 e 2005, pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópica relatou exatamente o que muitos dependentes químicos prós-tratamento afirmaram: quem utiliza recursos religiosos não-médicos para tratar a dependência de drogas consegue manter a abstinência do consumo. Contribuem para isso o suporte, a pressão positiva e o acolhimento recebido no grupo, além da oferta de reestruturação da vida com o apoio incondicional dos líderes religiosos. A base religiosa é um dos pilares usados pela maioria das comunidades terapêuticas estabelecidas em Alagoas. Na Comunidade Nova Jericó, em Marechal Deodoro, por exemplo, além da terapia médica e psicológica, um trabalho de valorização da fé é desenvolvido para dar suporte e fortalecer a vontade de se manter longe das drogas. Aliado a isso, muitos ex-usuários que têm sucesso no tratamento se integram à equipe para passar adiante sua experiência exitosa. “As experiências de sucesso de outras pessoas influencia o dependente no momento do tratamento, porque a perspectiva de que a recuperação é possível é essencial para o usuário acreditar que também pode conseguir”, afirmou o psiquiatra e especialista em dependência química, Marcelo Machado. Na própria comunidade Nova Jericó, um dos conselheiros terapêuticos é um ex-dependente químico que usa a sua experiência para ajudar novos internos. Hoje com 45 anos e uma vida de histórias de idas e vindas ao submundo das drogas, que começou quando ele tinha 13 anos, ele acredita que a fé e o trabalho o mantém longe de uma nova recaída. “Demorei para entender que estava doente. Depois de me envolver com tantas coisas e de perder tudo o que tinha por diversas vezes, percebi, finalmente, que as pessoas precisam de mim, que sou útil. E isso me mantem vivo, me mantem longe do vício”, afirmou, sem querer entretanto, sair do anonimato. Mais jovem que o conselheiro terapêutico, a jovem Alice Torquato tem uma história semelhante imersão e submersão do submundo das drogas. Também as 13 anos de idade, ela conheceu os entorpecentes. Seguiu até se envolver com o crack. Hoje, depois de passar por muito sofrimento e algumas perdas, ela usa o poder da fé para explicar o sucesso de se manter “limpa”. “Sei que foi a força de Jesus que me tirou das drogas. Sou feliz por ele ter agido na minha vida e me transformado numa nova pessoa”, afirma. Depois de cinco anos como usuária de drogas, a jovem hoje é uma voluntária com expectativas de uma vida nova e diferente. “Estou noiva, vou casar e continuar o trabalho para ajudar às pessoas a se manterem longe do vício”, contou. (F.B.)

Dificuldades para se manter na abstinência são enfrentadas com fé e apoio da família

Algumas histórias de sucesso José, da Comunidade Nova Jericó - José foi o nome escolhido pelo conselheiro terapêutico da Comunidade Nova Jericó para a sua identificação. Foi logo que deixou a infância que ele conheceu o álcool. Filho mais velho de uma família evangélica, ele se deixou levar pela influência de alguns colegas quando começou a trabalhar, na cidade de São Paulo, de onde é natural. “No começo era só para ser aceito pelo grupo. Eles me chamavam para tomar uma cachaça para aliviar do trabalho e eu ia. No começo era difícil, não gostava. Mas logo depois eu já tomava sem sacrifícios e até gostava”, conta. Alguns anos depois, já com 16 anos, conheceu a maconha. Mas não gostava muito. Aerva foi logo abandonada pela cocaína, droga que, em sua opinião, foi a grade responsável pela sua derrocada. O pó branco o deixava com sentimento de poder. “Perdi a noção de tudo. E por isso mesmo perdi tudo”, lamentou. Cada vez mais envolvido com o vício e mais dependente da sensação de poder que só a cocaína lhe dava, José passou a investir quase que todo o seu salário para comprar o pó. “Mal guardava para ajudar em casa ou para comer. Todo o dinheiro que pegava era para comprar drogas”, conta. Naquela altura, José tinha apenas 18 anos. E, na tentativa de proteger os outros filhos do mau exemplo do primogênito, a mãe dele o expulsou de casa. “Estava sozinho. Tinha tido a primeira grande perda da minha vida”, lembra.

Jovem, empregado e agora sem a família para impor algumas regras, José se afundou de vez nas drogas. “Cada vez estava mais envolvido com a cocaína e com o álcool. Era irresponsável, me metia em brigas, vivia sem rumo. Cheguei ao ponto de gastar todo o meu salário em drogas e ainda devia ao traficante”. A situação ficou pior quando, por causa das atitudes irresponsáveis que conta, terminou perdendo o emprego. “Não conseguia me manter sóbrio”, lamenta. Hóspede de uma pensão, José conta que muitas vezes amanhecia o dia na porta do estabelecimento, simplesmente porque não tinha condições de entrar para o quarto. “Quando ficava consciente, tinha vergonha até de olhar na cara da dona da pensão. Mas o vício era mais forte e eu voltava sempre a repetir aquelas coisas”. Com o passar dos anos, o corpo de José exigia cada vez uma dose maior de álcool e de cocaína. E ele já não tinha como pagar por isso. “Fui obrigado a parar. Não porque queria ou tivesse consciência. Simplesmente não tinha dinheiro”. A degradação chegou ao ponto em que José vivia pelas ruas, sem casa, emprego ou qualquer expectativa de vida. “Tudo parecia perdido para mim, até que conheci um homem que me estendeu a mão e quis me ajudar. Entrei no Alcoólicos Anônimos a passei um ano limpo. Tinha uma vida novamente”, contou. Avida nova, entretanto, não demorou muito tempo. Estava

limpo há quase um ano, quando retornou ao vício. “No começo a gente acha que vai ser só um pouco, que consegue usar e parar quando quiser. Mas quando eu me dei conta já estava engolido pelo vício de novo”, assume. A esta altura da vida, com mais de 30 anos, José já tinha conhecido o lado mais negro que a vida podia oferecer. Tinha entrado, e saído e voltado ao vício. “Nessa época já estava casado e a minha esposa não suportou me ver daquele jeito. Daí ela me abandonou. Veio para Maceió com meus filhos”, conta. Maceió foi o próximo destino de José. Em terras alagoanas, o paulista prometeu que teria uma vida nova, já que estava longe do ambiente que o levava ao mesmo ponto de naufrágio. Mas ficar limpo de novo não foi fácil. “Meu corpo pedia pela droga, mesmo a minha consciência tendo a noção de eu não podia mais”. Os tratamentos, rudimentares no início, foram toscos e difíceis. “Passei por clínicas e tratamentos ruins. Fiquei internado como se fosse louco, até que iniciei um tratamento numa comunidade terapêutica, que me apoiou e me deu o que precisava. Hoje sei que posso seguir limpo. Quero me valorizar, que a minha família me valorize. Tenho responsabilidades e fé. Aqui sei que tem pessoas que dependem de mim, do meu esforço e do meu trabalho”, diz, se referindo aos grupos que apoia, na Comunidade Nova Jericó. (F.B.) Continua na página A14

As comunidades terapêuticas desintoxicam, mas os ex-dependentes precisam de outras formas de apoio para se manterem longe das substâncias químicas


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Auxílio a outros dependentes como autoajuda A história de Alice poderia ser uma daquelas que são contadas em novelas, livros e filmes. Jovem de classe média, ela se envolveu com maconha por influência justamente das pessoas que havia sido contratada para lhe manter em segurança. Assim como José, Alice tinha apenas 13 anos quando começou a usar drogas. “Fumava maconha com a empregada da minha casa. Ela fumava, eu achava legal e resolvi experimentar ”, conta a jovem, que hoje tem 20 anos. Adolescente, moradora de Arapiraca, não demorou muito para que Alice conhecesse e se enturmasse com as pessoas que tiveram o poder de aumentar sua “sede” por substâncias mais potentes. “Fumava maconha com a turma sempre. Teve uma vez que a polícia prendeu um grupo e eu acabei indo junto, porque era menor de idade e estava fumando maconha com eles”, lembra. Com a influência da turma, Alice passou a fumar crack e aí tudo ficou mais difícil para ela. “Passei dois

anos fumando crack. Não tinha noção do quanto aquilo era nocivo para mim e para aminha família, porque só queria saber de matar a vontade”, conta a jovem. A situação foi se agravando até chegar ao ponto em que a mãe da então adolescente não suportou mais ver o quanto a filha estava envolvida com o consumo desenfreado de crack. “Minha mãe me levou para a delegacia e pediu para o delegado para eu ficar presa. Foi uma atitude corajosa da parte dela e graças a isso e comecei a enxergar as coisas de uma forma diferente”. Foram cinco meses dentro da cadeia. Mais de 150 dias trancada dentro de uma cela, para a retomada da consciência. “Só depois disso, de ser levada a força para a cadeia, pela minha própria mãe, que eu tive condições de começar a pensar. Analisei minha situação e tive vontade de deixar aquela vida desregrada”, confessa a jovem. Depois do período da delegacia, Alice saiu de Arapiraca. Veio para Maceió iniciar o tratamento longe de tudo que pudesse impedir o

Após dez anos de vício, João faz planos para um futuro sem drogas

O trabalho ajudando na recuperação A força de vontade e a ambição de ter uma vida melhor, aliada ao orgulho de ser exemplo para outras pessoas. Esses são os sentimentos que João Alberto afirma que o mantem forte e longe do crack. Hoje, o jovem de 27 anos tem um brilho no olhar que demonstra o quanto ele acredita na vida e o quanto ela pode ser favorável para ele. “Hoje estou trabalhando, tenho uma namorada e sou responsável por um grupo de jovens na igreja. Sei que estas pessoas acreditam em mim e não vou decepcionálas”, garante. “Também tenho projetos. Quero voltar a estudar, fazer uma faculdade e ser um profissional de sucesso”, completa. A força que João Alberto transmite, entretanto, nem sempre foi esta. Usuário de drogas dos 15 aos 25 anos, o jovem que hoje fala dos planos para o futuro, há dois anos atrás não tinha expectativa de vida e queria apenas a próxima pedra para fumar. Era o crack quem mandava nas vontades de João. Ele não tinha forças nem motivos para lutar contra o vício. Hoje, apesar de dizer que a vontade de consumir a droga ainda é latente, ele tem razões de sobra para resistir. “Não quero ter que recomeçar do zero. Já cresci, superei barreiras, subi degraus. Não quero recomeçar do zero. Não quero aquela vida pra mim”, diz com segurança. João Alberto é um daqueles clássicos casos de jovem que começa a usar drogas por curtição, para acompanhar a turma. “Tinha uma vida confortável. Nunca fui

rico, mas meus pais deixaram que me faltasse nada. Estudava em bons colégios, tinha oportunidade de frequentar bons lugares”, conta. A vida estável entretanto, foi exatamente o que abriu as portas ao vício. Dos lugares bons que frequentava, vieram os amigos, as farras, o álcool, as drogas e a perda do controle. Aos 15 anos, o adolescente já bebia, fumava e usava drogas. Aos 18 estava viciado em crack. “Foi uma derrocada. Perdi o emprego, as referências, parei de estudar. Deixei de ser quem eu era. Cheguei a roubar em casa para trocar pela droga”, lembra. Foi então que conheceu uma comunidade terapêutica ligada a uma igreja evangélica. “Fiquei lá dois meses. Era bom, aquilo me dava garra pra ficar longe das drogas. Por causa disso consegui ficar quase um ano sem consumir qualquer droga”. O novo ambiente e as novas amizades foram essenciais para a mudança de comportamento de João Alberto. Mas infelizmente, o antigo mundo voltou à tona e ele teve uma recaída. Um cigarro, uma bebida, uma pedra e tudo estava de volta. Foi preciso recomeçar, tirar energia de onde não sabia que tinha para voltar à igreja, à comunidade e aos amigos que lhe dariam a redenção. “É um caminho duro, que precisa de muita vontade para sair. A substância do crack é forte, te dá um desejo insuportável de fumar. Ter vontade, decisão é essencial. A fé também é muito importante, te dá sustentação, te suporta. Mas se você não quiser, se não estiver decidido a isso, Deus não vai ajudar”, defende. (F.B.)

sucesso nesse período difícil. “Os dias de tratamento não são fáceis. No começo não tive vontade de nada. Tinha dias em que eu nem queria sair da cama. Cada dia é um recomeço, que precisa de muita força de vontade de fé para continuar”, relata. A fé. Foi a crença o que deu forças a Alice. A adolescente, que tinha conhecido a vida a base de drogas ainda menina, estava se transformando numa mulher e descobrindo nos seus sentimentos, os valores que a dariam energia e vontade de continuar a vida longe do vício.

“Foram muitas provações. Mas foi a religião, foi Jesus quem me salvou”, defende. Descobrir o elo com a espiritualidade foi a pedra da salvação de Alice que está sem usar drogas há dois anos. Mas o envolvimento com o trabalho e a mudança de ambiente também deram uma contribuição considerável. “Trabalhar, me envolver com projetos e ter expectativas de vida é muito importante. Porque o ex-dependente precisa ser valorizado, precisa se sentir útil para ter vontade de continuar limpo e passar sua mensagem adiante”, afirma. (F.B.)

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Incentivada pela empregada, Alice usou maconha aos 13 anos


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Infarto: primeiros-socorros são vitais Hospital do Coração (HCor) coloca Alagoas na vanguarda nacional do tratamento de doenças coronárias Da redação Quase 300 mil brasileiros morrem, por ano, vítimas de doenças cardíacas. Sobreviver às enfermidades mais comuns, como o enfarto, muitas vezes depende de um atendimento rápido, especializado. Em Alagoas, o Hospital do Coração vem sendo referência nesse serviço há quatro anos, unindo modernidade e conforto em um novo conceito de estrutura hospitalar, dando mais segurança aos pacientes.

“Alagoas, hoje, está no mesmo patamar de excelência de estados maiores, no que se refere ao tratamento de anginas (dores no peito) e doenças coronárias”, explica o diretor do Hospital do Coração, Ricardo César Cavalcanti. Para conquistar essa posição, ele investiu em treinamento e equipamentos para todo o corpo funcional, de modo que os pacientes podem ser atendidos em qualquer ponto do hospital, sem a obrigatoriedade de serem transportados, antes de tudo, para um quarto ou con-

sultório. “É aquele primeiro cuidado que faz a diferença, por exemplo, nos casos de parada cardíaca, quando os primeiros segundos após o problema são cruciais para a vida do paciente. Todos os funcionários – do zelador ao diretor – sabem o que fazer, e têm material à disposição,”, disse Cavalcanti. O mesmo treinamento também foi oferecido a funcionários de outras empresas de Maceió, como a Algás, seguindo o modelo recomendado pela associação

internacional American Heart. Até agora, pelo menos 200 profissionais, em diferentes áreas, estão capacitados para dar os primeiros socorros às vítimas de problemas cardíacos, que já somam 800 na capital, todos os anos. “Essas pessoas não morrem somente nos hospitais; há muitos casos registrados nas ruas, nas lanchonetes, nos bancos. O enfarto pode acontecer a qualquer momento, então quanto mais gente capacitada para lidar com ele, melhor”, explicou o diretor do HCor.

Mais praticidade é também mais segurança para os pacientes, que comemoram as boas chances de recuperação. “Cheguei ao hospital sem conseguir falar, sem conseguir respirar; pensei até que estava ‘do outro lado’”, conta o aposentado Sebastião Guimarães. Aos 75 anos, ele já esteve duas vezes internado no HCor, e em todas elas, diz que o atendimento rápido foi fundamental para sobreviver. “Pensei mesmo que ia morrer, mas eles (os funcionários) me ajeitaram. O pessoal é

muito organizado e é ótimo de conviver. Ruim, mesmo, só ter que estar internado”, brinca Sebastião. A parceria do hospital com outras instituições também se estendeu para os postos de saúde e os hotéis do município. Em alguns, já é possível discutir os diagnósticos com especialistas do Hospital do Coração, através da central de telemedicina. “Se o paciente chegar com um problema cardíaco, o médico pode fazer o exame, mandar para cá e pedir a chamada “segunda opinião”, para dar um diagnóstico mais preciso”, conta Ricardo Cavalcanti. “O doente não precisa esperar tanto e o médico não perde tempo”. Já nos hotéis, a ideia é reforçar ainda mais a imagem de Alagoas como um “destino seguro para o coração”, treinando os funcionários para lidar com os primeiros-socorros. Além de oferecer um suporte maior aos cardíacos, a proposta ajuda a incrementar o turismo local, pois segundo Ricardo Cavalcanti, a preocupação com a saúde interessa tanto aos turistas brasileiros como aos estrangeiros. “Esses até se preocupam mais, porque estão mais distante de casa, fora do seu país de origem”, acrescenta. A ideia ainda é nova, possui poucos adeptos na rede hoteleira alagoana, mas tem boas perspectivas de expansão. “Aos poucos, com palestras e boa divulgação, ela vai chamar a atenção e conquistar mais empresários”, diz Cavalcanti. Dentro do hospital, o cuidado com os pacientes ficou nos detalhes, desde o projeto arquitetônico até as máquinas de exames. “Pensamos em uma maneira de deixá-los à vontade, então a proposta do ambiente é parecer um hotel. Tudo foi programado para ser leve, agradável, principalmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde os pacientes, muitas vezes, ficam internados por um longo período”, justifica o diretor. Na UTI, nada de quartos isolados ou corredores escuros cheirando a éter; a entrada da área possui um jardim interno com iluminação e ventilação naturais, e os quartos seguem um estilo europeu, com janelas e persianas, para manter a privacidade do paciente. “Em alguns, ele pode até ficar 24 horas com a família. É uma concepção humanizada do atendimento médico, que não é nova, mas traz resultados comprovadamente bons”, diz Ricardo Cavalcanti. “Os hospitais não precisam mais parecer assustadores; eles têm que transmitir a ideia da vida; têm que ser um lugar onde o paciente tenha vontade de lutar para viver”. INTEGRAÇÃO - Além do treinamento de pessoal dentro e fora das unidades de saúde, o Hospital do Coração também inovou ao trazer para Maceió o conceito de interligação, bastante popular na Europa, e que já tem adeptos de sucesso no Nordeste, em Pernambuco. A proposta é oferecer atendimento especializado e genérico em espaços diferentes, mas com uma distância geográfica mínima, que permita atendimento rápido e mais eficiente. O trabalho funciona ligando dois hospitais de especialidades distintas através de uma passarela, que precisa ser larga e comprida o suficiente para não comprometer o tempo de atendimento, nem a locomoção do paciente. Em Maceió, o sistema funciona há quatro anos para o Hospital do Coração e o Memorial Arthur Ramos. O diretor do primeiro, Ricardo Cavalcanti, destaca que são duas pessoas jurídicas distintas, cada qual com a própria administração. O diferencial é que, em se tratando de doenças cardíacas, os pacientes do Arthur Ramos não precisam mais se deslocar de ambulância para uma unidade especializada; basta ser levado na maca, pela passarela, ao Hospital do Coração.


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Congresso Acadêmico começa amanhã Pela oitava vez, a Ufal promove uma semana dedicada a partilha de estudos, cultura e debate das questões sociais Thallysson Alves Estagiário

U

ma semana de discussões sobre os mais variados temas trabalhados pela comunidade acadêmica de toda Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Essa é a proposta do VIII Congresso Acadêmico que acontecerá nos Campi A. C. Simões, Arapiraca, Penedo e Sertão, de amanhã até sábado. Através do tema “Excelência Acadêmica com Inclusão Social”, a edição do cinquentenário da Universidade contará com oito grandes eventos centrais: o XXI Encontro de Iniciação Científica, X Semana de Extensão Universitária, VIII Semana de Cultura Africana, VII Semana Alagoana de Empreendedorismo, I Mostra de Cursos da Ufal, Semana Nacional de Ciências e Tecnologia, IV edição do Festival Gastronômico de Penedo e as Jornadas das Unidades Acadêmicas. Para o professor José Roberto Santos, coordenador da pró-reitoria de extensão e organizador do congresso, a semana será de visibilidade para os trabalhos e debate das questões sociais e educacionais. “Nós, professores, acreditamos que será um momento onde o aluno tem a oportunidade de conhecer as pesquisas que estão em desenvolvimento nas unidades acadêmicas, além de ser um momento de integração com toda

a comunidade”, defendeu. O professor revela que a programação do evento neste ano não está limitada as palestras, mesas redondas e apresentações de trabalhos e projetos. Dessa vez, as manifestações culturais terão espaço na programação central, com atrações agendadas para se apresentar na Tenda da Cultura Estudantil, instalada ao lado da Biblioteca Central, em Maceió. “E este é o segundo ano que serão aceitas inscrições de trabalhos de professores e técnicos”, enfatizou. As inscrições dos trabalhos encerraram no último dia 3, e a validação dos trabalhos pelos orientadores no dia seguinte. Todas as pesquisas aprovadas terão dia e horário para apresentação nas respectivas unidades acadêmicas, as quais serão avaliadas por uma comissão julgadora que premiará aos melhores com o Certificado de Excelência Acadêmica. “Professores e técnicos não estarão concorrendo ao certificado. Somente os melhores trabalhos feitos pelos alunos que participaram de projetos de extensão, produziram seu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] e integram ao PIBIC [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica] poderão receber o certificado. E aos do PIBIC que conseguirem o certificado, todos eles ganharão uma viagem para parti-

Semana será de visibilidade para os trabalhos e debate das questões sociais; visitantes também vão receber certificado de participação

cipar do encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência [SBPC], que acontecerá no próximo ano [em São Luiz, capital do Maranhão]”, disse José Santos. Trabalhadores, estudantes do ensino fundamental, médio

e superior de outras faculdades também são esperados para prestigiar as atrações do congresso. “E para os pré-vestibulandos estamos programando uma exposição dos cursos oferecidos pela universidade, onde nos mostruários os nossos fu-

turos alunos poderão sentir de perto o que é visto em cada um”, revelou. A programação geral do Congresso Acadêmico pode ser encontrada no site oficial www.ufal.edu.br/congressoacademico, e a das Jornadas

das Unidades no site www.ufal.edu.br/congressoacademico/programacao/programacaonas-unidades-academicas. A organização do congresso reforça ainda que as participações dos visitantes também terão direito a certificado.

Larissa Fontes/Estagiária

Larissa Fontes/Estagiária

Marcel Leite acredita que sua apresentação no congresso contribuirá para a conquista de seu mestrado

Professor informa que os melhores trabalhos apresentados receberão um certificado de excelência acadêmica

Congresso é um dos maiores do Brasil

Larissa Fontes/Estagiária

Somente em 2010, o professor José Roberto Santos informa que 2.310 trabalhos foram inscritos no Congresso Acadêmico, 2.195 validados, 1.500 orientadores e 7.326 autores apresentados a 13.397 pessoas que receberam certificados de participação. “É por todos esses números que nosso congresso é considerado um dos maiores do Brasil”, comentou. Diferente dos outros anos, a edição que se inicia na próxima semana acontecerá sem a interrupção das aulas. “Os professores terão que articulá-las com as palestras e aceitar a ausência dos alunos quando justificada pela participação do congresso. O único pedido foi que não apliquem avaliações para não afastálos”, justificou o professor. Quanto à greve dos técnicos, José Santos garante que não atrapalhará na realização do congresso. “Talvez algumas questões possam ficar mais difíceis de serem resolvidas, mas nós estamos trabalhando para que tudo aconteça conforme o programado”, disse. Mas para o estudante de comunicação social habilitação em

jornalismo, Marcel Leite, muitas dúvidas existem acerca da organização do congresso. “Nós perguntamos aos nossos professores quando, onde e que horas vamos apresentar o nosso trabalho e não temos resposta. O evento já inicia na próxima semana e ninguém sabe de nada”, lamentou. Marcel é colaborador do PIBIC e apresentará um trabalho titulado “As transformações das produções literárias latinoamericanas: adequação ao viés cultural atual e ao gosto”. Com ele estará na apresentação os colegas de classe Tiago Nogueira e Morena Melo Dias, que também participam da pesquisa orientada pelo professor Ronaldo Bispo. “No meu caso é a primeira vez que participo do Congresso Acadêmico. Estou ansioso para a chegada do dia da apresentação. Acredito que será importante para o início de minha carreira científica, pois abrirá portas para outros congressos e ajudará na conquista de um mestrado”, explicou Marcel. Por outro lado, o também estudante de jornalismo, Hiago Antônio Rocha, defende que

esse ano o congresso está mais organizado e estruturado. “Antes o Congresso Acadêmico era sinônimo de férias temporárias, não tínhamos qualquer incentivo para participar. Hoje os professores estão mais empenhados e nos cobram participação”, argumentou. Hiago é bolsista do Projeto Agência Ciência Alagoas, orientado pela professora Magnólia Rejane Andrade dos Santos. É a segunda participação dele no congresso, cujo apresentará duas pesquisas de sua autoria. “Uma eu tratarei sobre a polarização do conhecimento científico-tecnológico, a outra sobre a proposta da circulação da ciência de acordo com estudos feitos pelo pesquisador francês Bruno Latour acerca da inovação tecnológica”, detalhou. “Acredito que todos os estudantes devem participar do Congresso Acadêmico, pois ele é uma extensão do que aprendemos em sala de aula. Entretanto, entendo que ninguém pode ser obrigado a participar. A vontade deve partir do aluno, incentivado pelos professores”, defende Hiago Rocha.

Hiago defende que a produção acadêmica deve partir do aluno; aos professores fica a obrigação de incentivar


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Fotos: Carlos Alberto J.

Tiro esportivo ganha adeptos em Arapiraca Em Alagoas, pouco mais de 150 pessoas praticam o esporte; cidade recebeu etapa do Brasileiro Carlos Alberto Jr. Repórter

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RAPIRACA – A prática do tiro existe desde quando o homem inventou a pólvora, na China, no século IX. No início, as armas de fogo eram utilizadas apenas para fins militares. Assim, o treino para a prática era feito apenas com o objetivo de aprimorar as técnicas de soldados. Aos poucos, no entanto, a modalidade transformou-se em esporte e se espalhou pelo mundo. Em Alagoas, o esporte vem ganhando mais adeptos com maior força nos últimos anos e Arapiraca desponta nesse contexto como um

polo para realização de competições e local onde se concentram alguns praticantes. Hoje, o Estado de Alagoas tem cerca de 150 atletas de tiro esportivo, segundo informou o presidente da Federação Alagoana de Tiro, Guido Lessa Wanderley. Em Maceió existem hoje dois campos ou clubes de provas e em Arapiraca um outro, localizado no povoado Bom Jardim. Uma etapa do Campeonato Brasileiro aconteceu na cidade no último dia oito e reuniu boa parte dos atiradores alagoanos. O uso de armas de fogo em práticas esportivas começou no século XIX. Os primeiros registros dão conta de competições na Suécia e, rapidamente, o

resto da Europa e do mundo aderiu à modalidade. O tiro atualmente tem quatro categorias: pistola, carabina, tiro ao prato e alvo móvel. No total, são 18 provas. Nas categorias pistola, alvo móvel e carabina, os atiradores tem por objetivo acertar um alvo que está dividido em círculos concêntricos, cada uma valendo uma pontuação diferente. Quem somar mais pontos vence. Em caso de empate, os últimos dez tiros são o primeiro critério para desempate e assim se segue até que se encontre um vencedor. Nas finais, os casos de empate são decididos com séries extras de tiros. No tiro ao prato (skeet e fossa) o

atleta tem de acertar o alvo de modo a quebrar-lhe um pedaço visível. Cada prato acertado vale um ponto. Quem somar mais pontos ganha. Os casos de empate são decididos em séries extras de tiros. NO BRASIL - Amodalidade chegou ao país ainda no século XIX, com os imigrantes alemães. Aos poucos, a prática se tornou comum e foi ganhando adeptos em todo o território nacional. Em 1906, foi criada a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), e os primeiros resultados mais expressivos não tardaram a aparecer. Em 1920, nos Jogos Olímpicos da Antuérpia, na Bélgica, Guilherme Paraense

conquistou uma medalha de ouro e uma de bronze nas provas de tiro rápido e pistola livre por equipes, respectivamente. Empolgada com o resultado, a Confederação se filiou à União Internacional do Tiro. Não houve, porém, uma sequência de trabalho. Após as conquistas de 1920, o Brasil nunca mais voltou a conquistar uma medalha em Olimpíadas. Nesse período, o bom desempenho dos brasileiros no Pan é superior ao dos Campeonatos Mundiais devido ao nível dos adversários. A ausência dos europeus, que mantêm a hegemonia da modalidade, torna a competição mais fácil e melhora o desempenho dos nossos atletas.

As primeiras regras para competições surgiram em 1814, na Grã-Bretanha, quando o coronel Peter Hawker publicou um livro sobre o assunto. A partir daí, o esporte cresceu e começou a chamar atenção. Assim, não foi surpresa nenhuma a inclusão do tiro esportivo no programa dos primeiros Jogos Olímpicos modernos, que aconteceram em Atenas, em 1896, na Grécia. Um ano depois, seria disputado o primeiro Campeonato Mundial da modalidade. Em 1907, foi criada a União Internacional das Federações e Associações de Tiro, que depois se transformaria em União Internacional do Tiro.

Cortesia/Bruno Veríssimo

Atirador de Arapiraca foi campeão em 2009; ele pratica desde os 11 anos de idade e busca aperfeiçoamento

Equipe alagoana participa do campeonato nacional de tiro esportivo; última etapa foi no Agreste

Atleta ganha destaque nacional com título Um dos atletas com maior bagagem na cidade de Arapiraca é o empresário Elivaldo Ladimir Florentino de Oliveira. Desde os 11 anos de idade ele pratica tiro, mas apenas em 2008 resolveu investir mais tempo na prática do esporte. No ano de 2009 ele foi campeão na categoria Trap Americano – Top 100, na categoria “D”. Para a conquista ele disse à reportagem do O JORNALque precisou de muito treinamento e até investimento financeiro. Em seu caso, a paixão pelo tiro esportivo passou para seu filho, Jonatha Tenório, que também faz parte do clube de tiro de Arapiraca e participa do campeonato brasileiro. A espingarda do empresário custou R$ 3 mil. No entanto ele explica que existem armas que custam muito mais. “Al-

gumas passam de R$ 50 mil. Durante o campeonato são realizadas 12 provas a cada ano. Tive a sorte de ser campeão, mas tudo por causa do tempo que me dediquei aos treinamentos. Este ano, eu não pude me dedicar muito, mas ficarei numa colocação boa”, disse. Questionado sobre o investimento feito, elevado para muita gente, para a prática do esporte, ele é tácito ao afirmar que existem outros tantos muito mais caros, como a vaquejada, por exemplo. Opinião compartilhada pelo presidente da Federação Alagoana de Tiro, Guido Wanderley. “A vaquejada é muito mais cara para se manter. O esporte é como se fosse uma família. Sem contar que é o esporte com o menor número de aciden-

tes”, explicou. A precisão e a concentração são elementos primordiais para um atleta de tiro esportivo. O primeiro, para um melhor aproveitamento dos tiros disparados em cada prova, e o segundo especialmente nas provas lentas, nas quais o atleta chega a ficar uma hora mirando nos alvos. Nas provas rápidas, muitas vezes a precisão é deixada um pouco de lado pelos competidores. Como o tempo de exposição dos alvos é sempre pequeno, a prioridade do atleta é acertar o maior número deles possível. PRECONCEITO - Um dos problemas enfrentados pelos atletas é o preconceito que ainda afasta muitas pessoas que poderiam ser atiradores esportivos.

“Somos obrigados a enfrentar a discriminação. No Brasil ainda se precisa acabar com o estigma com o esporte. A cada ano, por exemplo, o Exército Brasileiro fiscaliza os membros do clube duas vezes”, explicou. No caso do clube de tiro de Arapiraca, a maioria dos atletas pratica o tiro ao prato, modalidade onde pratos são arremessados por uma máquina. Cada atleta tem que acertar o maior número possível para aumentar sua pontuação. No caso do campeonato nacional, em cada Estado é realizada uma etapa ao mesmo tempo. A classificação é atualizada pela internet, sem que os atletas precisem se deslocar para um outro estado, por exemplo. (C.A.J.) Continua na página A20


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Tiro esportivo tem 18 modalidades; alagoanos preferem os pratos Existem três categorias diferentes no tiro esportivo, que se subdividem em outras provas: pistola (sport, pistola livre, pistola de ar e tiro rápido); carabina (três posições, deitado e carabina de ar) e tiro ao prato (skeet, fossa olímpica e fossa dublê). Em todas elas, o objetivo é acertar o maior número de alvos para marcar mais pontos. As provas de pistola são todas disputadas com uma arma de mesmo nome, menor que a carabina. A prova sport (só para mulheres) é dividida nas fases rápida e de precisão. Na primeira, a atiradora precisa acertar um alvo móvel, exposto durante três segundos e oculto por sete, em seis séries com cinco tiros disparados em cada. Já na fase de precisão, o alvo também é móvel, mas são feitas seis séries de cinco tiros cada, sendo que cada uma tem seis minutos de duração. Na prova de pistola livre, o atirador precisa acertar um alvo fixo (que fica a 50 metros) em seis séries de 60 tiros cada. Os disparos devem acontecer com apenas uma mão segurando a arma. A prova de pistola de ar segue a mesma linha da prova livre, mas é disputada com armas de ar comprimido ou dióxido de carbono, e os alvos ficam a uma distância de 10 metros. A prova de pistola com tiro rápido – esta disputada somente por homens - consiste em acertar o maior número de vezes um alvo móvel em quatro séries de oito segundos, quatro séries de seis segundos e quatro séries de quatro segundos, sendo que a cada cinco tiros o atirador precisa acertar outro alvo. Na prova de carabina com três posições, homens e mulheres atiram com tipos diferentes de armas. No masculino, é utilizada uma carabina “livre” com até oito quilos, enquanto as mulheres usam carabina standard com até cinco quilos e meio. Os homens atiram 40 vezes em cada posição (deitado, em pé e ajoelhado), com limite de tempo: uma hora deitado, uma hora e 30 minutos de pé e uma hora e 15 minutos ajoelhado. Já

as mulheres disparam 20 tiros em cada posição, com tempo total para término da prova estabelecido em duas horas e 30 minutos. Na carabina deitado (disputada só por homens), os atiradores devem acertar um alvo móvel de 50 m com 60 tiros no tempo de uma hora e 30 minutos. Na carabina de ar, por sua vez, homens e mulheres utilizam uma arma com ar comprimido ou de dióxido de carbono. No masculino, são 60 tiros em um alvo de 10 m de distância, enquanto as mulheres têm de acertar em 40 oportunidades. A prova de skeet, os pratos são lançados de duas caixas que ficam nas duas pontas de um semicírculo, e os atiradores devem acertar o maior número possível em cinco séries de 25, para homens, e três séries de 25, para mulheres. Na prova de fossa olímpica, homens disputam cinco séries de 25 pratos, enquanto as mulheres competem com três séries também de 25 pratos. Na fossa dublê, a categoria masculina precisa cumprir três séries de 50 pratos, dez a mais que o estabelecido para a feminina, que também deve fazê-lo em três séries. Os alvos são, na verdade, uma folha de papel com dez círculos concêntricos demarcados de um a dez (sendo que dez é o mais centralizado). Já os pratos utilizados nas provas são feitos de argila, calcário e alcatrão. Existem dois tipos de armas usadas no tiro esportivo: a pistola e a carabina. A primeira tem calibre 22, exceto a de ar comprimido, pode ter mira óptica e dispara apenas um tiro por vez. Já a segunda é mais longa, também tem calibre 22, exceto a de ar comprimido, e comporta apenas dois cartuchos para dois tiros. O atirador, por sua vez, precisa vestir um colete no qual guarda as munições para uso durante a prova. Normalmente, os atletas também usam um boné, com o intuito de proteger os olhos da luz solar, bem como um tampão de ouvido, o qual impede a desconcentração com o barulho dos tiros. (C.A.J.)

Cortesia/ Bruno Veríssimo

Jonatha Tenório Oliveira herdou do pai o gosto pela modalidade de tiro ao prato; ele já participa de competições nacionais e regionais

Girau do Ponciano fecha acordo com MPF Da Redação SUCURSAL - Girau do Ponciano é o terceiro município a firmar Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Federal (MPF) para o cumprimento da carga horária dos profissionais de Saúde da “Estratégia da Saúde da Família” o antigo Programa de Saúde na Família (PSF). Até janeiro de 2012, o edital de concurso público para contratar profissionais para o programa no município deve estar publicado. Além disso, a prefeitura comprometeu-se, no TAC proposto procurador da República em Arapiraca, José Godoy Bezerra de Souza, a adotar medidas para melhorar as condições das Unidades de Saúde (Canafístula e Caldeirões) em quatro meses. Em oito meses, a Unidades de Saúde (Algodão, Barbosa, Jaciobá, Lagoa Grande, Alecrim) também deverão ser atendidas. Já para a Unidade de Saúde (Sete Casas), o prazo é de 12 doze meses. O município também se comprometeu a afixar, em locais de fácil acesso, nos próximos em 15 dias, a listagem dos profissionais do programa, com respectivos horários de atendimento, tanto na en-

trada principal da Prefeitura Municipal quanto na entrada principal da Secretaria de Saúde do Município e, principalmente, nas entradas das Unidades do PSF. Também é compromisso oficial do município informar aos cidadãos, pelos meios de comunicação, os locais onde se encontra a relação dos profissionais de saúde, bem como o local onde se possa denunciar o descumprimento da jornada de trabalho. O TAC prevê ainda multas diárias de R$ 1 mil para o descumprimento das cláusulas e seus respectivos prazos pela administração municipal. Todos os prazos são contados da assinatura do acordo e as medidas a serem adotadas devem proporcionar aos profissionais que compõem o programa um ambiente de trabalho mais adequado. Para isso, o município terá ainda oito meses para enviar projeto à Câmara Municipal com proposta de Plano de Cargos e Carreiras (PCC) para todas as categorias dos profissionais que compõem o PSF. ACORDO – No início do ano, o MPF expediu recomendação para o cumprimento da carga

horária pelos profissionais, que alegam ser insuficiente o repasse das verbas federais para o programa, o que obrigava médicos e dentistas a cumprirem apenas parcialmente a carga horária para atender em outros municípios, como forma de complementar a renda. No final de agosto foi realizada uma audiência pública com todos os municípios, sindicatos e demais envolvidos para tratar da questão. Na oportunidade, o MPF reforçou a necessidade do cumprimento das leis que regulam o programa, bem como o que estava disposto no edital de seleção dos profissionais, sobretudo na questão do cumprimento da carga horária estabelecida de 40 horas semanais. Semana passada, os primeiros municípios a fechar acordo com o MPF foram Taquarana e Coité do Nóia. Além de Girau do Ponciano, outros municípios estão com reuniões agendadas com os procuradores da República José Godoy Bezerra de Souza, em Arapiraca, e Niedja Kaspary, em Maceió, para tratar dos detalhes e situações específicas de cada um, com a finalidade de possibilitar o fechamento dos acordos.

Saúde em Colônia recebe novos equipamentos Da Redação Com assessoria

Com a finalidade de oferecer melhoria na qualidade dos serviços da Atenção Básica e Média Complexidade, a prefeitura de Colônia Leopoldina, através da secretaria municipal de saúde, adquiriu veículos, motos, equipamentos e móveis. A solenidade de entrega foi feita pelo prefeito Cássio Alexandre e pelo secretário de saúde, Alessandro Ramos. Entre os veículos adquiridos e que já estão à disposição da população estão uma ambulância modelo Doblô, dois Uno e duas motos que servirão aos técnicos da Atenção Básica e controle de Endemias, além de aparelhos de sonar portátil e tensiômetros para exames do pré-natal para gestantes. Também foi feita a aquisição

de um aparelho de Telepax. Trata-se de um serviço de raio X, único procedimento realizado na região Nordeste, onde o laudo da radiografia é feito no Hospital Unidade Mista Maria Loureiro e enviado digitalizado para Uberlândia, em Minas Gerais, onde o resultado é expedido em 30 minutos. “Com o novo serviço já é possível a realização de 600 exames por mês”, comemora o secretário Alessandro Ramos. A secretaria municipal de saúde adquiriu, ainda, equipamentos de ar-condicionado para climatização da Central de Vacinação, para a sede administrativa, hospital e unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), além de dispensadores de álcool e gel, lixeiras com pedais para evitar infecção nos locais de trabalho. A população do município de Colônia Leopoldina, distante

120 quilômetros de Maceió, já dispõe de atendimento na área de neurologia. Com a implantação do serviço, a cidade que faz parte da 5ª Região, passa a ser referência em especialidades médicas também em oftalmologia, ginecologia obstetrícia, cardiologia, geriatria, ortopedia, pediatria e endocrinologia, como explica o secretário municipal de saúde Alessandro Ramos Moreira. O atendimento disponibilizado à população uma vez por semana e é feito pelo médico Jardel Nicácio, na especialidade em neurologia geral, pediátrica e cirúrgica. As consultas são feitas em adultos e crianças através do Sistema Único de Saúde, no Centro de Especialidade Médicas “Renascer”, com encaminhamentos feitos pelos profissionais do Programa Saúde da Família.

Veículos e motocicletas estão entre os investimentos feitos na cidade; população já usufrui das novidades


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Fotos: Yvette Moura

Yvette Moura

Casa histórica não resistiu ao avanço do mercado; só ficou a fachada

Na Rua Cincinato Pinto: improviso abre espaço para rentabilidade

Até mesmo hospitais começaram a cobrar dos pacientes em consulta

Frota cresce e estacionamentos lucram Em cinco anos, aumento nos preços ultrapassou os 300%; grandes locais ganham até R$ 250 mil por mês Alexandre H. Lino Láyra Santa Rosa Repórteres

Em Maceió circulam diariamente mais de 223 mil automóveis. E, assim como se movimentam, eles também precisam parar. É nesse momento que surge o mais novo fenômeno econômico a ganhar espaço na capital: a explosão dos estacionamentos rotativos. Atualmente são mais de 200 espalhados pela cidade e que cobram valores que variam entre R$ 2 e R$ 15. Somente na região central estão concentrados mais de cem estabelecimentos. Como o valor de investimento e manutenção é considerado baixo, é cada vez mais comum encontrar empreendimentos desse porte. Tanto é assim que shoppings, supermercados, bancos, faculdades, empresas e até hospitais passaram a investir no setor que tem como resultado “lucratividade certa”. É bem verdade que essa realidade não é exclusividade local. Em todo o País, com o aumento do poder de compra, especialmente da classe C, um

número elevado de veículos saiu das montadoras e ganhou as ruas na última década. E todo esse fluxo precisa ser posicionado. No entanto, por aqui casos de excessos são mais comuns, com preços diferenciados em até 300% na mesma área da cidade. Isso sem contar os abusos, como os cometidos por “flanelinhas”, que ameaçam motoristas ou a ausência do poder público em regulamentar os estacionamentos rotativos com a implementação da Zona Azul. Segundo números do Detran, a frota de veículos em Maceió cresceu 360% entre os anos de 2000 e 2011. Há dez anos, circulavam pela cidade algo em torno de 63 mil veículos por dia. É um dado que apenas reforça o que já pode ser visto nas ruas com a explosão do mercado de estacionamento. Esse é um dos setores que mais crescem em todo o Brasil, visto que, na maioria das cidades, soluções que contemplem o uso em maior escala de transporte coletivo só virão a longo prazo, e, até lá, a frota de veículos só tende a crescer.

Casas velhas abrem espaço para o lucro Enquanto em Maceió a demolição de casas velhas, especialmente na região do Centro, tem se tornado cada vez mais comum, em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP) esse tipo de febre já passou. Não há mais como crescer para os lados, o que termina dando espaço aos estacionamentos verticais. Prédios antigos são comprados e se transformam em torres, sem salas ou apartamentos e com centenas de vagas. Nas demais capitais, o público também é mais exigente e prefere que os automóveis não fiquem expostos ao sol e à chuva. Esse tipo de modalidade ainda não chegou à capital alagoana. Por aqui, os donos de estacionamentos preferem o investimento menor e com retorno mais rápido. Destroem as casas antigas, em alguns pontos deixando apenas a fachada. Eles apostam na cobertura com telhas de alumínio, mais simples, necessitando apenas de um aporte para o funcionamento que não chega aos R$ 50 mil. Nem calçamento, asfalto, ou cobertura com britas para o nivelamento do terreno, são prioridades. Aalegação dos proprietários por essa troca entre o patrimônio histórico e o mercado é o fato de o dinheiro ficar parado e sem rentabilidade. “Tinha comprado esse prédio antigo há dois anos. O local passou a ser ponto de usuários de drogas e esconderijo para materiais furtados. Vi a possibilidade de construir um estacionamento. Era a chance de conseguir uma renda e fazer o investimento no prédio ter retorno”, contou Laércio Brasileiro, dono de um estacionamento na Rua Barão de Atalaia, no Centro. A casa fazia parte do Patrimônio Histórico e Cultural do Centro, com arquitetura clássica do início do século 19. O imóvel, que era tão ‘paquerado’

por arquitetos e historiadores, acabou virando um estacionamento de pequeno porte, quando comparado aos que estão na região central de Maceió. “Infelizmente, o interesse na preservação é muito pouco. A expansão imobiliária e a possibilidade de negócios fazem com que os proprietários dos prédios antigos prefiram a demolição à preservação. Só que existe o Plano Diretor para punir quem age fora dessa situação”, contou a arquiteta Adeciany Souza, diretora de Preservação do Patrimônio Cultural de Maceió. “Se o passado é preservado, é porque ele tem sempre algo a dizer para situar e referendar o presente. Quem não age dessa forma e descumpre a orientação de demolição pode ser multado em até 50% do valor comercial. Não temos ideia de quantos casarões antigos do Centro foram destruídos, apagando a história da cidade”, afirmou. No prédio de Laércio Brasileiro, que iniciou a fase de demolição em 2007, a arquiteta explicou que ele foi multado parcialmente, já que deixou a fachada preservada. “É muito pouco diante de toda a estrutura que foi demolida. Mas, quando caímos em cima, ele parou a demolição e deixou a fachada, restando um pouco do valor histórico do local”, explicou. Com a demolição da casa, o espaço foi dividido em 26 vagas, 18 cobertas. Como não fica na área de grande movimento, o dono cobra pelo turno R$ 3 e pelo dia inteiro R$ 5. “A maior parte dos meus clientes são mensalistas. Eles pagam R$ 80 por mês, para terem uma vaga coberta e segurança para seu carro. Tirando essa clientela, o movimento é pequeno nessa região. Por isso, tento fazer um preço mais em conta para chamar novos clientes”, falou o comerciante.

Manter um carro estacionado não sai barato Manter um carro estacionado em Maceió não sai por menos de R$ 80 por mês. Esse é o valor pago adiantado por um mensalista que estacione, de segunda a sexta, por dois turnos em um dos mais baratos estacionamentos do Centro. Esse é o caso da agente controladora Tatiara Moreira da Silva. Ela trabalha na Secretaria Estadual da Fazenda e vai para o trabalho de carro todos os dias. Inicialmente, pagava diariamente, pois, às vezes, conseguia encontrar vagas na rua perto do trabalho. Atualmente, paga para não ter que se aventurar tentando achar um lugar, fora a comodidade de estacionar na sombra. “Estacionar longe das ruas é bem mais seguro, e eu não pego tanto calor. Detestava quando chegava e o carro estava fervendo”, disse. Quando o assunto é estacionar o carro, o técnico de fi-

nanças Luiz José dos Santos é um dos maiores críticos ao serviço público de transporte. Funcionário público, ele conseguiu um desconto raro no mercado de estacionamentos, pois paga apenas R$ 60 para parar por um turno. É bem verdade que já está no mesmo local há mais de cinco anos e é um “cliente vip”. “Lula”, como é conhecido, diz que, se o sistema viário de Maceió funcionasse, ficaria fácil deixar o carro em casa. “É uma pena que não temos algo que preste. Terminamos reféns dos nossos próprios carros”, disse. Lula até que consegue um valor bem camarada; no entanto, o gasto pode subir para até R$ 200 dependendo da região do Centro. ALTERNATIVA - Para fugir desse gasto é que a promotora de moda Ana Regina Tenório opta em deixar o carro

em casa e ir ao trabalho de táxi. Ela trabalha com agilidade e tem pouco tempo para ficar buscando vagas. Em média, gasta R$ 15 por corrida. Valor um pouco maior ao que seria pago com o estacionamento. Mesmo assim, ela prefere a comodidade. “Em Maceió, o serviço de táxi não é caro. Você consegue se deslocar mais rápido e ainda pode usar celular sem se preocupar com multas”, afirmou. E a promotora não precisa se preocupar com combustível, trânsito, nem com possíveis prejuízos no estacionamento, como arranhões ou retrovisores quebrados. “Consigo ganhar tempo e evitar outros gastos”, explicou. SEGURANÇA – E é para fugir desses problemas que os locais poderiam oferecer seguro para os clientes. Entretanto, essa regra não existe no merca-

do alagoano. Esse, inclusive, costuma ser um dos principais problemas entre usuários e empresas. Não é difícil encontrar alguém que apresente uma queixa de furto enquanto o carro estava parado. Ou aquele que não tenha tido o carro arranhado ou até mesmo amassado dentro de um estacionamento. O pagamento do seguro não é obrigatório, mas, pela própria segurança do dono do estacionamento, é aconselhável se fazer um seguro, pois, caso haja roubo ou dano do veículo, pelo Código de Defesa do Consumidor, o proprietário do estacionamento deverá ressarcir o dono do veículo. O próprio Sindicato dos Corretores de Seguros recomenda a aquisição do serviço, alegando que as seguradoras hoje contam com planos especiais para esse tipo de trabalho.

Na maioria dos casos, a cobrança é feita por turno; no entanto, bancos deixam valores mais altos para garantir vagas para os correntistas


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Flanelinhas também lucram e alguns abusam Não existe quem não tenha vivenciado um momento inconveniente com um “flanelinha”. Quase sempre em tom ameaçador, eles ocupam os espaços públicos e passam a cobrar pelas vagas para que os veículos não sejam furtados ou arranhados. Em tom de ameaça, eles fazem exigências e já chegam para os clientes com papéis estipulando o valor desejado. Na maioria das vezes, o valor cobrado é abaixo do praticado por estacionamentos na mesma região. Durante o dia, eles acabam sendo mais flexíveis e até aceitam a negativa de motoristas – mesmo que insatisfeitos. Já à noite a situação se complica, principalmente para aqueles que precisam estacionar próximo a casas de festas e bares. O valor é tão abusivo que chega a ser motivo de discussão e troca de ameaças. Nesss casos, a cobrança varia entre R$ 10 e R$ 15. Cientes do “novo mercado”, eles também fizeram adaptações e reajustaram os preços. Em muitos locais, como nas proximidades de faculdades, as vagas foram loteadas. Na região do Cesmac, no Farol, ou no Trapiche, perto do HGE

mundo quer pagar. Tem uns que dão dez centavos, mas também tem quem pague dez reais. Consigo tirar uma média de R$ 30 por dia. Isso tem ajudado a sustentar minha família”, falou.

Givanildo já teve o carro arrombado; mesmo assim, prefere as ruas

e da Uncisal, cones e cavaletes demarcam os espaços “reservados”. Na orla marítima, quem guarda carro se aproveita dos estacionamentos públicos para cobrar irregularmente pela vaga. São tantas pessoas tomando conta de carros que muitas vezes chegam a brigar para garantir um cliente. Na região do Centro, eles chegam cedo para garantir o espaço de seus fregueses. Alguns até contam com clientes cativos, como é o caso de Francisco Cerqueira Silva. Há 32 anos, ele faz ponto em fren-

te à Igreja dos Martírios. A confiança entre os donos de carro é tanta que alguns se arriscam em deixar as chaves de seus veículos. “É comum o pessoal fazer isso. Estou aqui há vários anos. Todo mundo sabe que esse ponto é meu. Tenho clientes certos, que confiam no que eu faço”, afirmou. Desempregado há vários anos, ele viu no mercado do estacionamento a possibilidade de “tirar um lucro livre de impostos”. “Em dias bons, chego a tomar conta de trinta carros. Cobro dois reais, mas nem todo

RISCO - Porém é bem verdade que um “flanelinha” não garante a segurança do automóvel, principalmente quando se refere a arranhões e danos nos veículos. “Já tive meu carro arrombado. Tem lugares que prefiro não arriscar a parar, mas têm outros com maior movimento que acabo arriscando, apesar de saber que flanelinha não garante segurança de ninguém”, disse o representante comercial Givanildo Alves. Apesar de saber desse risco, Givanildo deixa o carro na rua, ao invés de pagar estacionamento rotativo. “Meu trabalho requer paradas rápidas. Se toda vez que vier ao Centro tiver que pagar R$ 5 por estacionamento, vou acabar pagando para trabalhar. Acho muito abusivos esses valores que são cobrados. Não importa se você passa 20 minutos ou três horas, você tem que pagar o valor cheio”, disse.

Francisco é um dos mais antigos no ramo e toma conta até de chaves

Estacionamentos nunca foram contabilizados A secretária municipal de Finanças, Marcilene Costa, informou, por meio de sua assessoria que quem é dono de estacionamento em Maceió precisa pagar o Imposto sobre Serviços, que tem um percentual variando entre 2% e 5%. O pagamento é feito por amostragem, pois nenhum estabelecimento visitado por O JORNAL emitiu qualquer tipo de nota. A SMF não informou o valor arrecadado por ano com o ISS. Quem tem estacionamento também não enfren-

ta problemas com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Paga pelo metro quadrado usado, já que o valor não recebe nenhum tipo de cobrança diferenciada. A fiscalização do setor fica por conta da Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano. No entanto não existe, até o momento, nenhum tipo de regulamentação quanto à concessão para exploração do serviço – o que terminou gerando a explosão do setor e o crescimento cada

vez mais constante. Sem esse controle específico, nem a SMCCU nem a SMF conseguiram apresentar com precisão o número exato de estacionamentos particulares que funcionam em Maceió. Isso também gera evasão fiscal, pois, como o serviço não está regulamentado, alguns empresários se aproveitam para ganhar em cima da ausência do Estado. Segundo o superintendente da SMCCU, Galvacy Assis, o órgão é responsável apenas

pela fiscalização. “A nossa responsabilidade é saber se o estabelecimento está regularizado. A Finanças é quem expede o alvará de funcionamento, como acontece com qualquer outro tipo de estabelecimento, cobrando todos os impostos”, informou. “Já durante fiscalizações, vamos até o ponto, pedimos a documentação e se não tiver o alvará de funcionamento, damos o prazo de 15 dias para a regulamentação. Se essa não acontecer, interditamos o local”.

Maria Paes já está no terceiro empreendimento. Sempre que começava a lucrar, os donos do terreno alugado pediam a área de volta

Quanto se ganha com um estacionamento? Como o mercado cresce é competitivo, os proprietários não abrem o jogo claramente quanto ao lucro obtido. Um estacionamento com 20 vagas que cobra R$ 3 por turno consegue gerar algo em torno de R$ 240 por dia. Isso acontece por causa da alta rotatividade de veículos. Os maiores, com 60 vagas, comuns na região mais movimentada do Centro têm o lucro maior, podendo chegar a R$ 1,300 diariamente. Esses são os preferidos dos motoristas que circulam pela região e vivem com placas de lotados durante os horários de pico. É bem verdade que quem atua no Centro só tem funcionamento de segunda a sábado, bem diferente de quem tem um empreendimento próximo a

bares, restaurantes e hotéis e consegue fluxo toda a semana. Os estacionamentos menores, que ficam um pouco mais distantes da área central de Maceió, preferem, na maioria das vezes, reservar algumas vagas para mensalistas. Em boa parte dos estabelecimentos, os funcionários contratados para atender os motoristas recebem salário mínimo por uma carga semanal de 44 horas de trabalho. Isso sem contar que muitos, quase sempre, são administrados por uma mesma família. Na Rua Pedro Monteiro, próximo à Escola de Cegos Cyro Acioli, um estacionamento chama a atenção entre os outros 15 que ficam na mesma rua. É o Estacio-

namento da Maria, um empreendimento familiar, onde os funcionários são os filhos e um irmão, que estava desempregado, da microempresária Maria José Paes da Silva. Há 17 anos no ramo, esse é o terceiro estacionamento que ela constrói na região. “Esse estacionamento foi um investimento de cerca de R$ 50 mil. Derrubei uma casa antiga, que pertence a um cunhado, cimentei a área e fiz as cobertas. Construímos ainda dois banheiros e uma lanchonete para aumentar os lucros”, contou a dona do estabelecimento, que cobra R$ 2 no rotativo e R$ 5 pelo dia inteiro. “É o terceiro estacionamento que monto nessa rua, os outros dois eram em terrenos arren-

dados. Os donos viram que tinha lucro certo, e após o final do contrato, resolveram pegálos de volta”, conta, explicando que amargou prejuízos com a mudança repentina. Organizado, o espaço da Maria tem 28 vagas cobertas e ainda cabem quatro carros nos corredores – nesse caso precisam deixar as chaves. Por dia, ela atende cerca de 150 carros, e alguns são clientes fixos, mensalista a vaga por R$ 80 ao mês. “Tenho mensalistas da Polícia Militar, do INSS e de outros órgãos públicos da região. Aqui, eles não têm a vaga fixa, mais a garantia da vaga. Também não posso deixar de atender os clientes no rotativo, que, em dias de maior movimento, lotam o espaço”, afirmou.

No horário de pico, não é difícil encontrar estacionamentos sem vagas


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Teve até quem usou da malícia para cobrar em área pública. O JORNAL flagrou abusos de flanelinhas

Localização é diferencial no mercado

A certeza de lucro é tamanha que qualquer terreno serve para ser usado

A localização é o fator decisivo para estabelecer os valores dos estacionamentos. Os que ficam próximos de órgãos públicos de muito fluxo, áreas comerciais e faculdades são os que mais ganham. Cobertura (para evitar Sol e chuva), número de vagas, facilidade de acesso são outras características que costumam atrair os motoristas. Para quem pretende investir no setor, deve lembrar que o local precisa oferecer uma infraestrutura básica e ainda propiciar condições para o seu crescimento, ter acesso fácil para os clientes e ser um ponto de vendas atrativo – possibilitando, por exemplo, uma lanchonete ou banheiro. Na Rua João Pessoa, antiga Rua do Sol, um estacionamento chama a atenção por apresentar um diferencial. Ele tem vaga separada para deficientes físicos e idosos. O terreno é enorme e foi dividido em 60 vagas. Apesar de não ter cobertura, é comum encontrá-lo com as portas fechadas e com placa de lotação esgotada. “A única coisa que a gente separa são as vagas para deficientes e idosos. São duas vagas que só são ocupadas por esse público”, disse a funcionária, que preferiu não se identificar. Esse diferencial foi o que levou a pedagoga Verônica Lúcia Lemos, a estacionar no local. Ela foi até o Centro com os pais idosos e encontrou dificuldade em conseguir vagas. “É comum ficar rodando atrás de vagas aqui no Centro. Como esse estacionamento tem lugar para idosos e estava com meus pais, resolvi procurá-lo. É um diferencial”, falou. O ramo tem outra vantagem já que a mão de obra não

precisa ser especializada; porém, os funcionários deverão possuir carteira de habilitação e, principalmente, saber manobrar os veículos dos clientes mais apressados ou menos habilidosos. É aconselhável que o empreendedor teste as habilidades de seus funcionários e os oriente muito bem sobre cuidados a serem tomados na operação dos veículos e atenção aos clientes. LUCRO - Em 2007, estacionar no Centro em um local seguro saia por até R$ 0,50. Cinco anos depois ,o reajuste é de 300%. Nenhum investimento no mercado financeiro consegue alcançar a mesma rentabilidade no período. Nem mesmo a Bolsa de Valores, que em 2009 registrou um salto de 81%, consegue acompanhar este tipo de investimento. Só a taxa cobrada no cheque especial chega a ter um indicador acima do alcançado pelos empreendimentos. Mais uma vez, aparece a justificativa para que os empresários não divulguem o que arrecadam no setor. E quem naquela época cobrava R$ 2 também acompanhou o crescimento do mercado e a oportunidade de lucratividade, fazendo uma elevação dos preços no mesmo sentido para hoje vender o serviço por R$ 6. Para sentir no bolso a defasagem de quem precisa estacionar, vale comparar também com a inflação no período: que de janeiro de 2007 até setembro deste ano foi de 25,53%, quase 12 vezes mais. É por isso que um terreno ou uma casa velha, na região do Centro, não sai por menos de R$ 400 mil. Se já estiver pronto e for mudar de dono, o investimento sobe para algo em torno de R$ 1 milhão.

Faculdades e bancos também cobram

Vagas para deficientes e aposentados são atrativos de alguns pontos no Centro

A febre dos estacionamentos pagos está por toda a cidade. As cobranças acontecem em bancos, lojas, faculdades, em órgãos públicos, além do aeroporto e rodoviária. Não importa o bairro, a cobrança acontece e os valores são altos. Na Ponta Verde, tem loja que cobra R$ 15, por hora, pela vaga ao não cliente – o mais caro da cidade. Já os bancos, o valor varia do correntista para o não correntista. Nas faculdades não importa o curso, o aluno para usar tem que pagar R$ 2. De acordo com Antônio Fernandes, que trabalha no Banco Safra, na Rua João Pessoa, os valores do estacionamento são mais altos para não correntistas, para evitar que eles ocupem as vagas de quem está utilizando os serviços bancários. “O valor pela vaga é de R$ 1,50 para correntista, isso é para pagar o pessoal que trabalha tomando conta dos veículos. Já para as outras pessoas, o valor aumenta a cada hora. Começa com R$ 4 e termina com R$ 10 a cada hora. Isso é para evitar que as vagas sejam todas ocupadas”, explicou. Quem precisa dos serviços do Detran, no Pontal da Barra, também tem que pagar pela

vaga do estacionamento. O espaço é cedido há dez anos, ao Serviço de Promoção e BemEstar Comunitário (Soprobem) através de comodato. Por mês, eles conseguem lucrar R$ 3 mil, e segundo informações da direção do serviço, parte desse dinheiro, cerca de R$ 2 mil, serve para pagar duas funcionárias, que recebem um salário mínimo cada e encargos legais. O que sobra seria usado para o financiamento de projetos com gestantes, cursos de artes e costura para comunidades carentes do Estado. No Farol, o Hospital Arthur Ramos é um dos únicos da cidade a cobrar pela vaga do estacionamento. Atualmente, o local é administrado pela empresa Well Park, que cobra R$ 3 por uma hora e mais R$ 1 a cada hora parado. A diária custa R$ 10, com tolerância de dez minutos. “A gente vai ao hospital em busca de saúde e, logo na entrada, tem a desagradável surpresa de ter que pagar para estacionar de forma segura. É um absurdo. Mas, como minha mãe estava internada, precisei pagar a diária para não deixar o carro na rua”, contou a servidora pública Fabrícia Vieira.


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Shoppings lucram com estacionamentos O Maceió Shopping é o maior da cidade e também cobra a maior tarifa nesse tipo de empreendimento: R$ 3 por cada 6 horas dentro do estabelecimento comercial. É bom lembrar que o reajuste aconteceu este mês, já que o valor cobrado era R$ 2, um salto de 50%, bem abaixo do praticado pelo mercado, que chegou a elevar 300% no mesmo período. O shopping passou a cobrar pelo estacionamento em 2005, quando ainda usava a bandeira do Iguatemi, e desde então não tinha feito nenhum reajuste. Porém diminuiu o tempo de duração gratuita, inicialmente de 30 minutos, para 20 atualmente. O empreendimento também sustenta outro recorde: tem o estacionamento mais movimentado da cidade. Faz pouco tempo que perdeu o título de maior para o Shopping Pátio, que tem mil vagas. Porém, como o condomínio de lojas tem uma rotatividade menor de veículos, fica atrás do concorrente no faturamento. Tanto os números exatos do Pátio quanto do Maceió Shopping não foram divulgados. Os dois empreendimentos foram procurados por O JORNAL, mas não responderam às perguntas – que foram solicitadas por e-mail – e não foram respondidas até o fechamento dessa edição. Uma estimativa de funcionários que não quiseram se identificar aponta que a arrecadação total, por mês, no Maceió Shopping chega aos R$ 250 mil. No Pátio, mesmo sendo maior, o valor fica perto dos R$ 130 mil mensais, apontado por outro funcionário. Esses são os números brutos e extraoficiais. Como as perguntas não foram respondidas pelos condomínios, não é possível precisar se os equipamentos utilizados na manutenção do serviço e dos equipamentos são alugados, próprios ou fazem parte de algum tipo de comodato. Os funcionários não souberam explicar esse tipo de procedimento, pois é uma informação reservada a um grau hierárquico de gerentes dentro dos shoppings. Quem opta em deixar seu veículo no estacionamento do shopping, vai em busca da comodidade. O fato de a maioria das vagas ser descoberta, não afasta a clientela, já que o que realmente atrai é praticidade, em ter o carro próximo da entrada, sem precisar fazer longas caminhadas. “Concordo com o fato de o serviço ser pago, porém num valor mais acessível, principalmente para quem está consumindo. Sem falar que

eles aumentaram o valor do estacionamento e não proporcionaram nenhuma melhora. Os carros continuam no Sol. Só que para mim é mais confortável deixar nesse estacionamento. É uma questão de acessibilidade, conforto e praticidade”, explicou a promotora de Justiça Adriana Acioly. O aposentado João Batista de Almeida também prefere parar o carro no estacionamento do Maceió Shopping. “Era melhor que eles não cobrassem esse valor. Até porque a gente está consumindo. Não venho ao shopping para bater perna, porém é complicado deixar o carro no estacionamento do Hiper e vim andando. A idade não me permite fazer isso; a disposição não é a mesma”, comenta. “Sem falar que do outro lado é uma competição por vaga. Deixar desse lado é mais confortável, já fico bem próximo à porta de entrada”. JEITINHO – Para escapar do pagamento no Shopping Maceió, uma verdadeira leva de pessoas utiliza o estacionamento vizinho: o Hiper Bompreço Jatiúca. É o maior vaivém de gente, cortando caminho pela loja C&A até o estacionamento e sem se incomodar com a caminhada até o estabelecimento vizinho. “Venho muito no shopping e acho absurdo ter que pagar para estacionar o carro. Se estivesse apenas passeando... Mas estou consumindo. Por isso, só deixo meu carro no Hiper. Vou andando sem problema. É um gasto a menos, que, se somado, no fim do mês pode fazer falta”, disse o químico Giordany Corado. A aposentada Olga Santana é outra que só para o veículo no estacionamento do hipermercado. “Não concordo com essa política do shopping de cobrar estacionamento de quem vai consumir. Por isso não estaciono lá. É um absurdo, uma prática abusiva. Em outras cidades, o estacionamento só é pago por quem não consumiu nada. Aqui também deveria ser assim. Só deixo meu carro no shopping quando está chovendo e preciso parar mais perto”, afirmou. O Bompreço não tem o número exato de quantos motoristas usam o local para fazer compras no shopping. Mesmo assim, o supermercado não planeja, em curto prazo, cobrar pelo estacionamento, pois acredita que o “jeitinho” aumenta o fluxo de clientes na área, que envolve além do hipermercado o Sams Club – da mesma rede de supermercado.

Por até seis horas, o Maceió Shopping cobra R$ 3; mudança na forma de cobrança é tema de polêmica, só não está em vigor devido a liminar

Para fugir da tarifa, muita gente deixa o carro no supermercado e reclama que compras poderiam servir para isenção da cobrança de taxa

Leis municipais buscam evitar abusos Os vereadores Silvio Camelo (PV) e Paulo Corintho (PDT) apresentaram recentemente projetos de lei sobre estacionamentos. Camelo queria disciplinar os valores cobrados pelos empreendimentos, enquanto Corintho pretendia isentar clientes dos shoppings e supermercados que consumissem até um determinado valor e peçam a nota fiscal. No caso do primeiro projeto, ele foi aprovado e sancionado, porém até agora não foi regulamentado pela Prefeitura de Maceió. O segundo foi aprovado na Câmara de Vereadores, mas, logo após ser sancionado, foi parado na Justiça. Uma liminar impediu a eficácia da lei – que já está em vigor em Aracaju

(SE) e Salvador (BA). Para Camelo, não é justo que um estacionamento cobre um valor que seja exorbitante e que termine prejudicando o orçamento de uma família no final do mês. “Nas regiões próximas a faculdades e teatros, estacionar no horário noturno chega a custar R$ 10, o que é um absurdo”, afirmou, enquanto aguarda a regulamentação da lei. Já para Corintho a iniciativa de isentar quem faz compras e pede nota fiscal termina beneficiando não apenas o consumidor, mas o Estado, que tem a garantia do recolhimento do imposto. “Acredito que venceremos essa demanda nos tribunais superiores”, assegurou o vereador.

Vagas nas ruas foram privatizadas ou não respeitam a legislação

Zona Azul: projeto será implantado em 2012 O final da Zona Azul trouxe grandes transtornos para os maceioenses. Sem esse serviço desde 2006, os estacionamentos de veículos passaram a acontecer em qualquer parte das ruas, deixando o trânsito ainda mais complicado e confuso. Sem falar na invasão do domínio público, cujas vagas para estacionar já existentes pela cidade começaram a ser controladas por “flanelinhas” com cobranças indevidas pelo uso. A regulamentação da Zona Azul em Maceió depende agora de estudos que estão sendo feitos pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). A previsão é que a implantação dos estacionamentos públicos, administrados pelo município, aconteça nos próximos oito meses. O valor a ser cobrado ainda não está confirmado, mas deve custar menos que os estacionamentos particulares e forçar os motoristas a manterem uma rotatividade nas vagas. Além de combater os abusos de flanelinhas. O sistema de estacionamen-

to rotativo Zona Azul é uma das medidas de engenharia de trânsito utilizadas por órgãos de todo o País com o objetivo de melhorar o tráfego de veículos nas grandes cidades. O Código de Trânsito Brasileiro prevê a utilização desse dispositivo e de sua cobrança. “Existe a lei que regulamenta. Não sei o motivo que levou o serviço a ser suspenso em Maceió, mas já estamos trabalhando para retomá-lo. Visitamos outras cidades do Brasil que tem esse serviço e vimos como é necessário”, falou o coordenador de estacionamentos da SMTT, Hamilton Cavalcante. Com a implementação da Zona Azul, podem ser disponibilizados até cinco mil vagas cidade. Informações ainda não confirmadas pelo estudo dão conta de que cerca de mil espaços ficarão na região do Centro; 1.200 em Jaraguá; mais de 400 na Pajuçara; outras 400 na Jatiúca; pelo menos 500 no Farol; além de cerca de 300 na região do Stella Maris, próximo ao Corredor Vera Arruda. VAGAS – A maior parte

Talões usados em outras cidades

das vagas da Zona Azul será colocada em nove estacionamentos públicos, que já existem na cidade. Nesses espaços, devem ser instaladas cancelas, e a cobrança será feita através de talões, que serão comprados em lotéricas e bancas de revista. A fiscalização ficará por conta de funcionários do órgão, que devem ser contratados após um concurso público previsto para acontecer no próximo ano. “Temos dois estacionamentos em Jaraguá, cinco na Pajuçara, um em frente à Polícia Militar no Centro e um

na área do Harmony Center, no Stela Maris, que não é cobrado por ser cedido pela prefeitura. Devemos construir um outro naquela região, que já deverá entrar no projeto da Zona Azul”, explicou. “Hoje esses espaços estão sendo explorados de forma abusiva por pessoas que resolvem ocupar a área, fazer cobrança irregular como se o local fosse delas. Além dos “flanelinhas” que chegam a fazer ameaças pelo pagamento da vaga. Todos esses casos precisam ser denunciados”. Recentemente, a SMTT investigou um caso de cobrança irregular que vinha ocorrendo no estacionamento público que fica em frente à PM. A entrada do local foi fechada com uma corrente e “flanelinhas” cobravam R$ 2 pela vaga. “As pessoas não têm que pagar para estacionar naquela área. É um espaço público e de uso de todos, enquanto a Zona Azul não é retomada. Muitas pessoas pagam estacionamentos e “flanelinhas” para não terem seus carros arranhados ou machucados”, completou.


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VENDAS DIRETAS

Cresce a comercialização de carros Concessionárias alagoanas registram incremento na saída de veículos graças a incentivos concedidos pelo governo Fotos: Marco Antônio

Elisana Tenório Repórter

A operação de compra e venda de veículo em Alagoas descobriu um novo nicho. De um ano para cá, o comércio por vendas diretas vem crescendo de forma vertiginosa, apesar de quase não haver divulgação neste sentido. Atualmente, o percentual de vendas para pessoa jurídica ainda está longe de ser proporcional ao de pessoa física. Contudo, cada vez mais, empresários de todos os portes, produtores rurais, taxistas e motoristas com necessidades especiais compram veículos de passeio ou utilitários através do benefício concedido pelo governo federal, que proporciona desconto de 5% a 20% sobre o valor do veículo, dependendo da marca escolhida e das condições que cada fábrica impõe. Gerentes e vendedores de concessionárias alagoanas que comercializam carros nacionais e importados garantem que o fechamento de negócio por vendas diretas está batendo recorde de forma proporcional. E o que é melhor: o perfil dos clientes é considerado seguro e fiel, já que são pessoas que chegam a esses locais sabendo que tipo de carro querem e com um prévio planejamento sobre linhas de financiamento, ou mesmo, pagamento à vista. “O cliente chega sabendo exatamente o que quer. A marca, o modelo, os acessórios. Cabe a gente apenas montar um plano de pagamento – que na maioria das vezes se dá por financiamento – e agilizar questões como emplacamento, película, rádio, alarme, enfim, o que ficar acertado no contrato”, explica a vendedora Cléia Carvalho. O percentual de desconto e os trâmites de cada negócio, incluindo o direito de levar acessórios - ou mesmo o emplacamento- de forma grátis, dependem de cada concessionária, já que o governo autoriza a livre negociação. A Mapel, por exemplo, que revende Volkswagen em Maceió, prioriza a fidelização de clientes. Ou seja, quanto mais se compra, mais se ganha descontos. “Geralmente, o percentual de desconto para pessoa jurídica na primeira compra varia entre 6% a 7%. A partir da segunda compra, contudo, a margem de desconto aumenta”, frisa o gerente comercial da empresa, Júlio César Alves de Lima.

Segundo o gerente Júlio Cesar, todos os modelos da Volkswagen estão disponíveis para venda direta; por isso, até cem carros são comercializados por mês na concessionária

Outro parâmetro adotado pela concessionária é o modelo de carro escolhido. A Paraty é o veículo onde a margem de desconto é maior: chega a

19%. A empresa argumenta que esse tipo de carro é muito mais usado como utilitário do que como de passeio. Já os modelos mais luxuo-

sos, como os importados Jetta e Tiguan, chegam ao consumidor com margem reduzida de desconto. O gerente Júlio César reve-

la que praticamente todos os modelos disponibilizados pela montadora Volkswagen estão disponíveis para vendas diretas. Atualmente, uma

média de 80 a 100 carros são comercializados dessa forma, o que comprova o aumento progressivo desse tipo de venda

Critério para desconto varia de acordo com a montadora

Para Ricardo Cardoso, deveria haver desconto diferenciado, dependendo do porte da empresa

A montadora Fiat adota um único critério para as vendas diretas. O percentual de desconto varia de 5% a 10% do valor total do veículo escolhido, independente de pertencer às linhas de passeio ou utilitário, ou de quantas vezes a pessoa jurídica tenha utilizado o serviço nas concessionárias que vendem sua marca. “Tudo já chega definido pela fábrica”, diz a vendedora Cleia Carvalho. Na prática, isso significa dizer, por exemplo, que uma picape Fiat chega a qualquer pessoa que possua CNPJ com 10% de desconto. Nesse modelo, a exceção fica por conta dos taxistas, já que não existe veículo de transporte de passageiro atuando nesta linha. Um Fiat Fire cabine simples, pintura sólida, cai de R$ 38.154,00 para R$ 34.338,00. Já Mille Way, quatro portas, com ar, passa de R$ 27.995,00 para R$

25.755,40, tanto par produtor rural como para pessoa jurídica. Os taxistas têm direito a um desconto maior, já que a lei o isenta do pagamento do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS). A ascensão das vendas para pessoas jurídicas na Fiat também está sendo considerada forte. Na fatia total do bolo já atinge o patamar de 40%. “Comercializamos uma média de 80 a 100 carros por mês”, revela Cleia. Os modelos importados também estão disponíveis para as vendas diretas. A Peugeot, por exemplo, oferece percentual de desconto de 9% a 10,5%, também dependendo do modelo escolhido. “A tabela de preço já vem da fábrica”, explica o consultor comercial, Luciano Mendonça. (E.T.) Continua na página A26


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| www.ojornalweb.com | e-mail: economia@ojornal-al.com.br Boa parte do estoque de veículos sai com descontos que chegam a quase 20%

Entenda melhor o que são vendas diretas Vendas diretas são um incentivo concedido pelo governo federal para pessoas jurídicas, desde os micros aos grandes empresários, produtores rurais, taxistas e pessoas com necessidades especiais que comprovarem suas respectivas condições. No caso das pessoas jurídicas é preciso apresentar o CNPJ da empresa; os taxistas devem apresentar a licença especial para exercer a profissão concedida pela prefeitura. Já os portadores de

necessidades especiais devem comprovar que foram submetidos à junta médica do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ou, dependendo de cada caso, da Receita Federal. Não existe pronta entrega para as vendas diretas, já que os automóveis são faturados diretamente para os clientes. A média de espera geralmente varia de 30 a 60 dias. No caso das necessidades especiais estão liberados para

as pessoas com deficiências físicas, que possuem algum tipo de seqüelas ou que são portadoras de doenças graves, como câncer e HIV. Quem já utilizou as vendas diretas não se arrepende. O empresário Ricardo Claudino Cardoso acabou de fechar um segundo negócio. Em 2006, ele adquiriu seu 1º veículo, um Palio. Agora, usou o carro de entrada e financiou um Punto em 48 vezes. Com isso, o preço do carro foi reduzido

de R$ 48.360,00 para R$ 44.980,00. “Sem dúvida que o incentivo do governo é muito bom. Porém, seria mais justo que o percentual de descontos fosse diferenciado dependendo do porte da empresa. Afinal, é injusto um micro empresário pagar a mesma coisa que um empresário de grande porte. Acho que esse enquadramento faria uma grande diferença. É preciso dividir por capacidade empresarial”, sugere Ricardo Cardoso. (E.T.)

Economia no bolso: modelos zero quilômetro saem das lojas bem mais baratos

Dados comprovam crescimento das vendas De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), em 2010, o volume de vendas foi recorde e totalizou R$ 26 bilhões, 17,2% maior do que o registrado em 2009. Descontada a inflação

no período, que foi de 5,9%, o crescimento real foi de 11,3%. Em 2010, ainda segundo o levantamento, as vendas diretas foram responsáveis pela geração ou complementação de renda para 2,74 milhões de

famílias brasileiras. Isso representa uma soma 12,2% superior ao atingido nos 12 meses anteriores. O ramo de cosmético é principal segmento que atua nessa linha. O perfil dos revendedores nesse segmento vem se diver-

sificando com o passar do tempo. As donas de cada ainda são maioria, mas já existem profissionais liberais, aposentados, estudantes e até empreendedores, que investem em venda direta como uma opção de carreira. (E.T.)

PROTESTE

Entidade quer mudar Código de Defesa e incluir e-commerce SÃO PAULO – A Proteste – Associação de Consumidores elaborou uma série de contribuições para o Projeto de Lei que atualiza o Código de Defesa do Consumidor, levando em conta o comércio eletrônico e o superendividamento.

Para a instituição, o mais importante no momento é que o projeto de alteração do código faça referência expressa ao Marco Civil da Internet, afirmou, por meio de nota, a entidade. As contribuições foram elaboradas por uma comissão de

juristas e submetidas a audiências públicas e técnicas. Agora, caberá a presidência do Senado encaminhar o Projeto de Lei para votação no Congresso. O medo da Proteste, atualmente, é que o CDC, após 21 anos de vigência, perca uma

de suas principais qualidades, que, segundo a instituição, é o caráter de principio lógico e geral. De todo modo, avalia a Associação, as alterações já sugeridas foram consideradas relevantes, desde que se garanta a integridade do que foi conquistado. (E.T.)


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EspaçoConsumidor Thiago Gomes consumidor@ojornal-al.com.br 4009.1995 (no horário da tarde)

SEUS DIREITOS NAS GREVES A greve dos Correios foi encerrada, mas você não está livre dos transtornos. É comum a preocupação com a não entrega de faturas, contas e também produtos comprados pela internet. Mas, fique tranquilo. Caso suas contas não possam ser pagas, pois o boleto não chegou, você não poderá ser penalizado. O consumidor não poderá arcar com este prejuízo. Cabe à empresa encontrar meios alternativos para que os boletos cheguem aos consumidores. Em caso de compras que deveriam ser entregues pelos Correios, vale a mesma regra, ou seja, a empresa deveria encontrar outra forma para a entrega. Isso, evidente, que em linhas gerais, pois cada caso deve ser analisado individualmente. Os Correios informaram que serão priorizadas as entregas das contas, faturas e boletos, já para não prejudicar ainda mais o consumidor. Outra dica é entrar em contato com o credor para saber se existe a possibilidade de retirar a fatura pela internet. Veja mais dicas, até para se precaver da greve dos bancários, que ainda não teve acordo.

CANAIS ALTERNATIVOS Quem precisar pagar uma conta e encontrar a agência fechada deve tentar fazer o pagamento por outros canais, como caixa eletrônico, internet, telefone e correspondentes bancários (além das lotéricas, alguns hipermercados oferecem o serviço);

NEGOCIAÇÃO COM O FORNECEDOR O pagamento de mensalidades pode ser negociado diretamente com escolas ou operadoras de planos de saúde, por exemplo. O consumidor deve pedir uma prorrogação do prazo de vencimento ou outra forma de pagamento, como débito na conta. As empresas são obrigadas a oferecer outras opções;

MULTAS O Idec informa que, como a greve não é uma situação gerada pelo consumidor, o atraso no pagamento não deve gerar penalidades para ele. Caso o pagamento não seja possível, a dívida não poderá ser cobrada com juros ou multa;

PROVAS É interessante manter alguma prova da tentativa de pagamento, como uma foto tirada do celular mostrando que a agência estava fechada, para evitar a cobrança de multas ou juros. As próprias notícias publicadas pela imprensa informando sobre a greve podem servir como prova;

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO O consumidor que entrou em contato com a empresa pedindo uma alternativa para pagamento deve anotar o dia e a hora desse contato, além de pedir o número de protocolo de atendimento. Essa é outra maneira de se evitar cobranças futuras, sugere o advogado do Idec Flávio Siqueira Júnior;

PROCON E JUIZADOS Se o consumidor tentou pagar a conta, não conseguiu e ainda assim foi cobrado de multa ou juros pelo atraso, ele deve fazer o pagamento, para não ter o nome incluído em cadastros de proteção ao crédito. Depois, deverá registrar queixa no Procon ou nos Juizados Especiais Cíveis;

FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO A greve pode gerar atraso na análise e na aprovação de financiamentos de imóveis, e algumas certidões que o consumidor obteve em cartório e levou ao banco poderão vencer nesse período. Mas, segundo o advogado Alexandre Berthe, o banco é que terá de assumir a despesa, caso seja necessário tirar novas certidões;

CUIDADO COM A SEGURANÇA O consumidor que não tem o hábito de usar caixa eletrônico e quiser pagar alguma conta não deve pedir ajuda a estranhos. Como não haverá funcionário da agência para prestar ajuda, ele deve levar alguém para ajudar, se necessário. “Aumenta muito a quantidade de golpes nos períodos de greve”, diz o advogado Alexandre Berthe.

SPC O mecanismo de ação do consumidor para pagamento das contas é semelhante ao dos Correios. A pessoa deve estar ciente de que não liquidar a fatura, boleto bancário ou qualquer outra cobrança, que saiba ser devedor, não o isenta do pagamento, se outro local lhe for disponibilizado para realizá-lo. O não pagamento pode implicar no envio do nome para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

ACONTECE Com vinte um anos de idade, o Código de Defesa do Consumidor deve ser atualizado. Movimentação no Congresso Nacional já acontece neste sentido e as entidades nacionais de defesa do consumidor também já estão se mobilizando. Entre as várias propostas que as entidades acham que devem ser incluídas estão um capítulo específico para tratar das relações de consumo pela Internet e outro para os problemas relacionados ao superendividamento. Procon Alagoas - Rua Dr. Cincinato Pinto, 503, no Centro da capital. Atendimento gratuito pelo número 151. Mande sua denúncia, dica ou dúvida para a coluna Espaço Consumidor. Todos os domingos, em O JORNAL.

Setor de bens de capitais desmente desindustrialização Para especialistas, dados de crescimento em oito meses negam quadro negativo Uma indústria que chega ao final dos primeiros oito meses do ano com um aumento de 8,6% na sua produção de bens de capital não pode estar passando por um processo de desindustrialização, segundo analistas. Para os economistas do Besi Brasil, Flávio Serrano, e Banco Santander, Fernanda Consorte, isto não condiz com as práticas de um setor que elevou em 0,9% a sua atividade em agosto comparativamente a julho, enquanto a indústria como um todo recuou 0,2% no período. O eco das vozes daqueles que preconizam o curso de um processo de desindustrialização

no País repercutiu no governo. Em agosto, a presidente Dilma Rousseff lançou o Plano Brasil Maior, uma nova política industrial. No mês passado, o governo aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros importados de fora do Mercosul. Mas nada disso, de acordo com os economistas, contribuiu para o crescimento mostrado pela indústria de bens de capital em agosto. O segmento apresenta trajetória de crescimento desde o começo do ano. A média mensal de expansão do setor de janeiro a agosto é de 0,8%, sendo que em julho, antes do Brasil Maior, a expansão ex-

perimentada pela produção de bens de capital foi de 2%. “Isso indica que a tese de desindustrialização é ‘furada’. Não se pode dizer que o setor está se desindustrializando se está produzindo e importando bens de capital. É uma indústria que está investindo e que não está passando por um colapso”, avalia Serrano. Segundo o Besi Brasil, a produção industrial como um todo deverá encerrar este ano com um crescimento entre 1% e 2%, que, se confirmado, será determinado pelo mercado interno. É para atender a esta demanda doméstica que a indústria de máquinas e

equipamentos está investindo. “A indústria crescerá entre 1% e 2% e não 4% (taxa próxima da prevista pelo Ministério da Fazenda) porque falta demanda externa”, diz Serrano. Ele lembra que, no ano, um dos segmentos que apresentaram a menor taxa de crescimento foi o de bens intermediários (0,6%), que é o mais exposto às variações da economia internacional. Pelo índice de média trimestral de agosto, de acordo com o IBGE, o destaque foi a queda da 0,8% dos bens intermediários. Aexceção foi justamente o avanço de 0,7% dos bens de capital. DÓLAR FRACO - Para a economista Fernanda Consorte, do Banco Santander, a indústria tem se enfraquecido desde setembro de 2010 porque, até o mês passado, o dólar estava fraco e a taxa de juros, bem restritiva. “Quando recorremos aos modelos econométricos, verificamos que a indústria responde mais rápido (ao câmbio e ao juro) do que o setor de serviços, por exemplo”, diz Fernanda. Além disso, afirma ela, dentro das rodadas de crise, o cenário internacional tem permanecido fraco. “Bens intermediários, que tem uma participação de quase 60% na produção industrial, é o segmento que recebe mais rapidamente os impactos do mercado externo”, explica. Para Fernanda, a média trimestral negativa em 0,8% dos bens intermediários sugere que a produção industrial continuará a cair nos próximos meses. “Por outro lado, o crescimento da produção de bens de capital, apesar de representar apenas 7% da produção industrial, sinaliza uma melhora da indústria mais à frente”. Para este ano, o Santander trabalha com um crescimento da produção industrial entre 1% e 1 4% e para 2012, com uma expansão de 2,5%. No Banco Fator, o economista-chefe José Francisco de Lima Gonçalves não descarta a possibilidade de o crescimento da produção de bens de capital ser uma indicação de mais produção estar sendo contratada para frente. Ele pondera, no entanto, que esse crescimento da produção pode também estar indicando uma modernização das máquinas e não expansão da produtividade. Lima Gonçalves avalia que os dados relativos à indústria não são conclusivos para se dizer que esteja em curso um processo de desindustrialização no País. “Para afirmar isso, teríamos que pegar setor por setor durante todo o ano. Desindustrializar é ter uma queda substancial da produção ou perda de participação no PIB. Mas acho cedo para dizer que a produção industrial no Brasil, num patamar razoável, está perdendo participação no PIB”. Ele trabalha com uma expectativa de 1,5% de crescimento para a indústria em 2011.


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Imobiliário

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O Poder Executivo poderá instituir o Programa Nacional de Habitação para Mulheres com Responsabilidade de Sustento da Família. A autorização foi aprovada na última terça-feira (11) pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania). De acordo com a Agência Câmara de Notícias, o texto recentemente aprovado é o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 885/95, da ex-deputada Maria Elvira. O programa tem como objetivo garantir que as mulheres pertencentes às famílias de baixa renda e que adicionalmente sejam as únicas responsáveis pelo sustento da família tenham garantido o direito à moradia.

TRAMITAÇÃO

Após ser aprovada pela CCJ, a medida segue agora para análise do Plenário. A relatora do projeto, deputada Sandra Rosado (PSB-RN), afirmou que a proposta original apresentava vício de inconstitucionalidade, pois violava o principio da separação dos Poderes. Sandra pontuou que o projeto em questão é de competência da Presidente da República e que por conta disso não poderia ser iniciada por parlamentar. Assim, o substitutivo do Senado corrigiu o erro, uma vez que converteu o projeto de lei em autorizativo, dando assim, ao Executivo, o poder de decidir segundo sua conveniência.

ALTERAÇÃO

Foi publicada, no último dia 6 de outubro, no Diário Oficial da União (DOU), a Instrução Normativa nº 35, do Ministério das Cidades, alterando o orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), referente às áreas de saneamento básico e infraestrutura urbana, para o exercício de 2011, que passou a ser de até R$ 3 bilhões para propostas de operação de crédito referentes aos empreendimentos de mobilidade urbana, diretamente associados à realização da Copa do Mundo FIFA 2014 e/ou à execução de ações voltadas à inclusão social, à mobilidade urbana, à acessibilidade e à salubridade, vinculadas à segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, eixo Pavimentação e Qualificação de Vias Urbanas.

INAUGURAÇÃO

Na última sexta-feira, 14, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Alagoas (CREA-AL) realizou uma grande festa para inaugura sua nova sede, vizinha à antiga, e que terá o nome do ex-presidente da entidade, o engenheiro civil Luis Abílio de Sousa Neto. Na solenidade de abertura, que teve a apresentação da banda de música do exército ( 9º BIMTz), estiveram presentes representantes dos CREAs de várias regiões, autoridades do estado e municípios. Depois , aconteceu o lançamento de um catálogo empresarial, apresentação do relatório de duas gestões e um filme institucional sobre a importância do Crea na sociedade.

ECONOMIA

Conta de luz pode cair até 50% com selo de eficiência

SÃO PAULO - Desde 2010, os consumidores contam com mais um quesito na hora de avaliar a compra de um imóvel. É a etiqueta Procel Edifica, que aponta o nível de eficiência no uso de energia elétrica nas edificações. Para se ter uma ideia, uma construção certificada na faixa A - que é a mais eficiente - chega a proporcionar ao morador uma conta de luz com economia de 30%, quando o edifício foi reformado para se adequar ao selo, até 50%, quando a edificação é nova. "Basta que o arquiteto e o engenheiro façam um projeto eficiente. Se isso não ocorrer, o custo acaba transferido para o usuário", alerta o gerente do DTP (Departamento de Projetos de Eficiência Energética) da Eletrobrás/Procel, Fernando Perrone. Ao todo, a etiqueta já foi distribuída para 80 edifícios, sendo 54 construções residenciais e outras 26 para as comerciais. Vale salientar que cada edificação pode receber mais de uma etiqueta por projeto, construção e mesmo por apartamento, no caso de prédios

residenciais. 1% até 1,5% nos preços dos aparNo momento de realizar a tamentos. compra da casa própria, cada vez Na avaliação de Bernardes, a mais os consumidores levam em tendência é que os consumidoconta os custos com a manuten- res exijam cada vez mais imóveis ção. Tanto é que experiências do sustentáveis, pois eles estão entenmercado imobiliário demonstram dendo e valorizando os benefíque o consumidor está disposto cios das construções que seguem a desembolsar mais com a aquiesse padrão. sição, se isso ajudar a economizar com as contas no ETIQUETA - Alguns futuro. dos requisitos técnicos Em São "Pesquisas no considerados no procesPaulo, Guarulhos Flex apontaso de etiquetagem são: a etiqueta boa utilização da ventiram que 62% dos clientes que conheciam a etiqueta lação e iluminação natujá foi Procel Edifica estavam rais, eficiência dos sistedispostos a pagar mais distribuída mas de aquecimento de para 80 pelo apartamento, ou seja, água, e o desempenho a perspectiva de aceitação edifícios térmico de revestimené promissora", avalia o getos em coberturas e farente de Desenvolvimento chadas. Tecnológico da construtoAideia é unir os conceitos do ra Tecnica, Mauricio conforto ambiental da arquitetuBernardes. ra junto com o da construção susO Guarulhos Flex foi o pri- tentável da engenharia civil. Para meiro a receber a etiqueta no es- que isso seja possível, no entantado de São Paulo. Os imóveis to, os profissionais responsáveis foram avaliados em mais de R$ pelas construções precisam ter 100 mil e, como recebeu classifi- consciência de que essa junção é cação na faixa B de consumo, isso possível e também desejada por representou um incremento de consumidores.

SOBRE O PROCEL EDIFICA - O Procel Edifica (Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações) existe desde 2003, atuando junto com o MME (Ministérios de Minas e Energia), o Ministério das Cidades, universidades, centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da construção civil. Embora atue no uso racional de energia desde a sua fundação, foi com a criação desse novo programa que o Procel ampliou e organizou as ações com o intuito de incentivar o uso eficiente dos recursos naturais - energia elétrica, água, ventilação, etc - nas edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente. O Procel Edifica busca desenvolver e dinfundir esses conceitos atuando em seis frentes: Capacitação, Tecnologia, Disseminação, Regulamentação, Habitação e Eficiência Energética e Planejamento.

SEMINÁRIO

O Sinduscon-SP realiza no próximo dia 20 de outubro, das 8h às 18h35, no Teatro do Hotel Renaissance, em São Paulo, o 2º Seminário BIM (Building Information Modeling) Modelagem da Informação da Construção. Durante o evento será apresentada a visão de profissionais internacionais com vivências acadêmica e de mercado na ferramenta BIM, as tendências de médio e longo prazo e a experiência de escritórios e construtoras do setor na implantação da modelagem. O evento foi dividido em três paineis: Desenvolvimento e Implementação de Bibliotecas; BIM em projetos e instalações; e Cases Nacionais e Internacionais: Implantação do BIM em construções. Mais informações pelo telefone (11) 3334-5660.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Violência não impacta preços de imóveis

TRATADA

O MPF (Ministério Público Federal) quer execução judicial imediata de sentença que obriga a Caixa Econômica Federal a só financiar construção de conjuntos habitacionais com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) se o empreendedor se responsabilizar pela construção e operação da estação de tratamento de esgoto. De acordo com a assessoria de imprensa da Procuradoria da República no Estado de São Paulo, a decisão é do Tribunal Regional Federal da 3° Região e tem validade em todo território nacional. O pedido foi feito pelo MPF de Bauru.

HISTÓRICO

O procurador da República Pedro Antônio de Oliveira Machado explicou que a decisão só será cumprida no momento em que a Caixa for citada, fato este que ainda não aconteceu. Justamente por isso foi solicitada à justiça a execução da sentença.A ação civil pública foi proposta em 2000, quando o MPF em Bauru constatou que um conjunto habitacional foi construído no município de Barra Bonita com recursos do FGTS e ainda teve autorização para ocupação sem que a estação de tratamento de esgoto estivesse finalizada.

Violência só influencia se já fizer parte do lugar onde imóvel for construído

SÃO PAULO - Nos últimos meses, muitas são as notícias de roubos a casas e apartamentos em bairros nobres da cidade de São Paulo. Diante de tais eventos, além da sensação de insegurança, fica a pergunta: será que o aumento da violência impacta no preço dos imóveis? De acordo com o diretor de comercialização e marketing do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Luiz Fernando Gambi, a resposta para tal pergunta é negativa. Gambi explica que a violência só é refletida nos preços da habitação quando já faz parte do lugar, fazendo com que tais localidades tenham menor valor. “No mercado não se nota variação de preços nos imóveis por conta de casos pontuais. A violência só impacta quando é endêmica”, diz. Gambi faz uma ressalva, contudo, quando se tratam de

imóveis que foram locais de tragédias. Neste caso, explica, as propriedades perdem a liquidez, ou seja, o proprietário tem dificuldades para encontrar comprador para o imóvel. O QUE AFETA? De modo geral, explica o diretor do Secovi-SP, o que afeta os preços dos imóveis de uma determinada região são as grandes intervenções públicas ou privadas, como a construção de uma avenida, supermercados ou shopping centers. Nestas situações, os imóveis mais próximos às novas construções tendem a desvalorizar entre 10% e 15%, dependendo da intervenção, enquanto que aqueles um pouco mais afastados, como a uma quadra de distância, por exemplo, demonstram valorização também de 10% a 15% em relação ao valor comercializado antes das construções.

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Vem aí mais uma Mostra Sururu de Cinema Alagoano. Evento que nasceu em 2009, a partir do ideal do cineasta Pedro da Rocha e da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas de Alagoas, a ABD&C-AL, para incrementar e tornar visível a produção audiovisual do Estado. A segunda edição está prevista para acontecer de 27 a 30 deste mês. Período em que a telona do Cine Sesi estará aberta à exibição de filmes de antigas e novas gerações de autores locais. Discussões de temáticas diversas sobre a arte cinematográfica por produtores daqui e de outras cidades do País, além de oficinas ligadas ao tema, realizadas no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, também constam na programação. O Caderno Dois de O JORNAL foi saber mais detalhes sobre esse espetáculo com foco na sétima arte. LEIA NAS PÁGINAS B2 e B3

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Até chegar ao cinema alagoano

VALE A PENA VER DE NOVO

Peças clássicas que estejam em ótimo estado merecem uma reforma: afinar uma lapela, diminuir o comprimento, fazer um ajuste mais perto do corpo. Por mais que tenham vida longa, clássicos e básicos sofrem com o vaivém das tendências e têm prazo de validade. É preciso dar uma arejada de moda neles. Como? Dê uma folheada nas revistas, uma boa farejada nas vitrines. Observe bem as proporções do momento. O clássico tem de ser atualizado, tem de incorporar o ar da sua época. Senão vira conservador e fica fora de moda. O mesmo vale para os sapatos: cheque se os saltos estão em bom estado, se a cor está bonita. Sapateiros existem para isso. Os melhores tingem sapatos à perfeição ou trocam os saltos para formatos mais modernos, mantendo a altura e o equilíbrio dos sapatos.

Elô Baêta Repórter

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Fotos: By Chico Brandão

Fátima e Vanessa Tenório, duas empresárias ouro em nossa cidade, nos convidando para participar, no próximo dia 22, das 18h às 22h, da noite do Halloween, um evento que já faz parte do calendário social de Maceió

Holofotes FERNANDA & VICTOR

Vicente de Paulo Mendonça e Nize Barbosa de Souza Mendonça e Alberto Mário Mafra Filho e Ângela Lúcia Rezende Rocha Mafra nos convidando para a cerimônia de casamento dos seus filhos, Fernanda e Victor, que acontecerá no dia 29 de outubro, na Igreja de Santa Teresinha. Após a cerimônia, os noivos recepcionarão os convidados no Espaço Pierre Chalita.

CECILIA & ALEXANDRE

Os jovens Cecilia e Alexandre se unirão, no próximo dia 29 de outubro, em uma cerimônia que promete ser uma das mais elegantes dos últimos tempos. Tendo como cenário a Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo, em Jaraguá, o nupcial está previsto para ter início às 20h30. Após a cerimônia, os noivos, juntamente com os pais, Marcelo Lessa e Ângela de Sá Bonfim e Ary Pontes Lyra Filho e Risoleide Noia Lyra, receberão os convidados no Armazém Uzina.

BAILE DOS MÉDICOS

Fernando Pedrosa e Emmanuel Fortes, presidente e vice do Conselho de Medicina de Alagoas, começaram a ‘intimar’ os colegas para a festa que o CRM vai fazer no dia 18 de Outubro, Dia do Médico, no auditó-

rio da entidade, às 19h30. Mas a programação festiva não para por aí: dia 21 está confirmado o baile com a Banda Time Machine, no Armazém Uzina, a partir das 22h.

CERES VASCONCELOS

A aniversariante mais festejada da semana foi, sem dúvida, a queridíssima Ceres Vasconcelos. A data oficial foi celebrada em clima romântico, na companhia do maridão Álvaro, na Califórnia. Mas a grande celebração aconteceu em seu apartamento, na Ponta Verde, que reuniu os amigos do coração, e claro, os amores da vida de Ceres, como filhos, netos e familiares. Trata-se de uma pessoa ímpar pelo talento, beleza, competência e, acima de tudo, bondade. Daqui, desejamos os nossos mais sinceros votos de felicidades.

VOO ALTO

Após anunciar a parceria com a top Bruna Tenório em seu brechó, a designer italiana de joias Alessandra Lendaro Vighi tem motivos de sobra para comemorar. Uma celebridade esteve na capital alagoana para fotografar a campanha de lançamento de uma das grandes festas de réveillon da cidade. A moça vai posar para o fotógrafo Chico Brandão. Que 2012 venha brilhando como ouro!

No compasso

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O cantor espanhol Júlio Iglesias, que faria show no feriado na capital pernambucana, adiou o espetáculo devido a problemas de saúde. O novo show acontecerá no dia 28. O cantor, que ocupará a suíte presidencial do Hotel Atlante Plaza, em Boa Viagem, está com uma forte gripe e com quadro de otiti e, por recomendação médica, foi orientado manter repouso.

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A publisher Josi Marx se cercou dos melhores profissionais do circuito para brindar as Bodas de marfim entre a revista S.Mag e o leitor! No cast, os melhores

serviços e produtos do setor de eventos. De presente: lançamento do Anuário Festa 2011. A big festa acontecerá no próximo dia 26, no Espaço Pierre Chalita. Imperdível!

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A amiga Elza Barbosa, acompanhada das filhas Adriana e Andréa, também curtem temporada de 16 dias no continente.

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Uma turma pra lá de querida de alagoanos embarcou para dias de dolce far niente pela Europa. Entre eles, os querido Lygia e Pedro Coutinho, que curtem temporada em Paris.

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aptar os movimentos da vida e representá-los através da Sétima Arte sempre foi um desafio. Que o digam a criação da câmara escura por Da Vinci na iluminada era do Renascimento. Ainvenção do Kinetoscópio - aquela caixa com visor e manivela que permitia à apenas um espectador a constatação da tão sonhada ideia de movimento - pelo também criador da lâmpada elétrica Thomas Edison; e da fotografia por Louis Daguerre. Até chegar ao cinematógrafo dos fotógrafos Auguste e Louis Lumière. Da apresentação do ousado e decisivo invento dos irmãos franceses para o cinema mundial em 28 de dezembro de 1895, no parisiense Gran Café Boulevard, e sua chegada ao Brasil, surpreendendo plateias cariocas na Rua do Ouvidor, em uma tarde de julho do ano seguinte; ao nascimento do cinema brasileiro propriamente dito, menos de três anos após a exibição do revolucionário equipamento em Paris, com a filmagem da paisagem da Baía da Guanabara por Afonso Segreto, iria a cinematografia alagoana comungar com tudo isso tempos depois. Escritos apontam que, enquanto a capital da França se preparava para assistir à primeira sessão dos Lumière, a então província de Maceió recebia, alguns dias antes daquela noite de 1895, a caixa criativa de Edison. Assim como começava a se abrir a outras invenções. Ao motoscópio, dois anos depois. Ao bioscópio, no Teatro Maceioense, no início do século seguinte. Ao projectoscópio, no Teatro Jaraguá, em 1907. Um tempo registrado por respeitados observadores de cinema, como o folclorista José Maria Tenório Rocha, em seu livro de 1974 Subsídios à história da cinematografia em Alagoas, e pelo crítico de cinema Elinaldo Barros, na segunda edição de sua obra - revista e ampliada - Panorama do cinema alagoano. Falar de qualquer iniciativa pensada por alagoanos para fazer a arte cinematográfica, de fato, acontecer por aqui é remontar a uma época tão distante quanto decisiva. O texto do pai do reconhecido cineasta Cacá Diegues, Manoel Diegues Júnior, "Evolução social e urbana de Maceió no período republicano", faz alusão à primeira sessão de cinema na província em um casarão instalado na Praça dos Martírios a partir de um aparelho movido a luz oxietérica. Assim como à projeção dos filmes Vendedor de melancias e Beijos de safo no extinto Teatro Maceioense. As lembranças prosseguem falando na chegada das primeiras experiências sonoras entre os telespectadores maceioenses, o chamado “cinema falante” ou “cinema cantante” - com os atores postados atrás da tela recitando ou cantando as cenas e surgimento marcado a partir da exibição de O cantor de jazz, em 1927, nos Estados Unidos. Bem como do fotógrafo italiano Guilherme Rogato e seu caliente ideal de produzir filmes retratando as paisagens, o comércio e o vigor alagoanos por atores locais. Como fez nos curtas Carnaval de 1921 e A inauguração da ponte de cimento em Victória, com cenário em Quebrangulo; em Terra das Alagoas ou na sua produção de despedida de 1933 Casamento é negócio?, como relembra Elinaldo Barros em seu Panorama. Escritor de cinema desde 1969, Barros lembra ainda dos primórdios da era moderna do cinema alagoano com a morte de Rogato e dos primeiros cine-jornais exibidos na cidade pela Caetés Filmes do Brasil. Do surgimento de cineclubes, como o formado na antiga Faculdade de Educação. Da sedução de Maceió pelos projetores, filmadoras e monitores do Super-8. Dos saudosos festivais do Cinema Brasileiro de Penedo, com a primeira de suas oito edições datada de 1975. O autor de Recordações de um cinema de bairro faz menção ainda ao primeiro e único Festival Alagoano de Super-8, promovido pelo Movimento Estudantil de Cultura Artística (Meca) e o Colégio Guido de Fontgalland em 1976. À Mostra de Filmes Alagoanos, com a exibição de produções de cineastas locais no Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa) nos anos 80. À I Mostra Competitiva de Vídeos Alagoanos, no Teatro Jofre Soares, no final da década de 90. Ao inusitado e apaixonado modo de fazer cinema do pernambucano Hermano Figueiredo com a projeção de curtas em jangadas pelo litoral de Alagoas nomeada de projeto Acenda uma Vela, em 2008, incrementando a boa safra de cineastas do novo século. Mas é um evento nascido no ano de 2009, como mais um desses ideais de valorização e visibilidade da produção audiovisual do Estado, promovido pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas de Alagoas (ABD&C-AL) - fundada há seis anos pelo cineasta Hermano Figueiredo com foco na intensificação de ações de incentivo à capacitação e à produção local, em busca de um diálogo com autoridades estaduais e municipais ligadas à cultura para o estabelecimento de políticas públicas voltadas à produção audiovisual em Alagoas - e idealizado por seu presidente à época, o cineasta Pedro da Rocha, o assunto da vez. Batizado de Mostra Sururu de Cinema Alagoano, o espetáculo está prestes a realizar sua segunda edição. E o Caderno Dois de O JORNAL foi saber mais detalhes.

Mostra reúne cineastas de antigas e novas gerações Serão quatro dias de discussão e exibição exclusiva de produções alagoanas. Uma oportunidade “de comprovar o que está sendo produzido no Estado nos dias atuais. A qualidade dos filmes, o talento de novos autores, como também a continuação do trabalho de cineastas já conceituados. É a união do antigo com o novo. De gente que está na luta há muito tempo, como Pedro da Rocha e Werner Salles, e gente nova. Um meio de mostrar o que está em voga atualmente em termos de imagem. Assim como de motivar a volta do Festival de Cinema de Penedo, que ficou conhecido no Brasil inteiro, em suas oito edições”, comenta Elinaldo Barros sobre a importância da 2ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano, que será realizada de 27 a 30 deste mês. O evento, ao qual o atual presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas de Alagoas (ABD&C-AL), Henrique Oliveira, refere-se à primeira edição como uma apresentação do panorama do audiovisual alagoano ao público, onde estiveram em cena o documentário de Werner Salles Imagem peninsular de Lêdo Ivo; o ficcional Futuro, de Gabriel Duarte; Celso Brandão, de Alice Jardim e Larissa Lisboa; Estrelas radiosas, de Pedro da Rocha, dentre outras produções, este ano acontece com alguns diferenciais. A segunda edição da mostra ganha caráter competitivo, com premiação em dinheiro dos vencedores das categorias técnicas de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Ator,

Melhor Atriz, Melhor Diretor de Fotografia e Melhor Montagem. As produções serão exibidas na telona do Cine Sesi. A Sururu de Cinema Alagoano contará, também, com a presença de cineastas de outros estados na composição do júri, inclusive com a participação de alguns deles na composição das mesas-redondas. “Produção independente e TVs públicas, uma parceria economicamente sustentável”; “O papel das políticas públicas contínuas para o desenvolvimento e consolidação da produção audiovisual independente” e “Audiovisual, publicidade e marketing: muito além do retorno de mídia” serão as temáticas das discussões, no auditório do Espaço Cultural Linda Mascarenhas. Como coordenador-geral e diretorexecutivo da 2ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano, Henrique Oliveira atenta para mais detalhes. “Ao final de cada dia de exibição, haverá debates com os autores dos filmes. Outras novidades é que também iremos promover oficinas com temas ligados ao audiovisual no Linda Mascarenhas, assim como estamos atrelando à programação o lançamento de um DVD com a compilação dos filmes inscritos na mostra que venceram o Edital de Incentivo à Produção Audiovisual em Alagoas”, anuncia. E destaca que, ao término do encontro, será lançado ainda o segundo edital de Incentivo à Produção Audiovisual em Alagoas. (E.B.) Continua na página B3.

Cena de Estrelas radiosas, filme de Pedro da Rocha


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Cenas de Contos de película e Desalmada e atrevida (ao lado), do cineasta Pedro da Rocha

Exibição contempla vídeos experimentais, animação, documentário ou ficção A participação na Mostra Sururu de Cinema Alagoano, cujas inscrições se encerram hoje, passa por alguns critérios. O enquadramento dos vídeos em experimental, animação, documentário ou ficção com a duração de, no máximo, trinta minutos é uma das exigências. Já o cineasta tem de ser alagoano ou radicado no Estado, para que possa disponibilizar sua produção em suporte vídeo digital ou 35mm e enviar para o Centro Cultural Sesi, além da ficha de inscrição, duas cópias em DVD, assim como sua filmografia, duas fotos de cena em formato JPG - em alta resolução - e ainda a sinopse e ficha técnica e artística do filme. Sobre a seleção das produções que irão compor a mostra, o diretor da ABD&C-AL explica que é feita por uma comissão, onde são

levados em conta o período em que o filme foi produzido, que deve ser do final de 2009 até agora, assim como seu caráter de execução técnica: fotografia, trilha sonora, montagem, atuação, roteiro. Já a escolha dos vencedores de cada categoria será feita pelo júri oficial. “A mostra tem essa magnitude de ser realizada por quem faz cinema no Estado. Das gerações mais antigas a novos e atuantes talentos. É um modo de legitimar a produção cinematográfica alagoana, de criar uma vitrine, de nos unirmos enquanto classe e incrementarmos nossas discussões. A ideia é darmos fim a esse absurdo de Alagoas ser o único Estado do Brasil a não ter um festival de cinema. A mostra nos dá essa possibilidade. Tudo foi pensado para atrelar nossas ações audiovisuais no Estado, incentivando a produção de novos filmes e for-

mando público para o cinema alagoano”, destaca Henrique Oliveira, que levou às telas, dentre outros, 19h45, horário de Brasília - sua primeira ficção -, sobre a relação de um casal durante a Ditadura, em 2008. Tendo como parceiros a ABD&C-AL, o Centro Cultural Sesi, o Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), a Núcleo Zero, a Panan Filmes e a Boca da Noite Cinema e Vídeo; como patrocinadores, a Algás e a Secretaria de Estado da Cultura; e o apoio da Grapo e do Hotel Ritz Lagoa da Anta, a Mostra Sururu de Cinema Alagoano será aberta com um curtametragem de Pedro da Rocha fazendo um resgate no tempo em que o cultivo de algodão marcava destacada presença na economia alagoana. Sobre a diversidade de temas que serão exi-

bidos na telona e o estímulo à criatividade dos participantes a partir do apoio à mostra, o coordenador do Cine Sesi, Marcos Sampaio, ressalta: “Faz parte da nossa filosofia de trabalho apoiar o cinema alagoano em todas as suas vertentes. O Cine Sesi foi parceiro da primeira edição da mostra e pretende continuar dando esse apoio às produções do Estado. Para esse segundo momento da Sururu esperamos uma grande participação dos cineastas locais, uma vez que serão aceitos até filmes produzidos em telefones celulares. A ideia é que surjam novos talentos, sem limite de criatividade”, destaca, informando que, logo no dia seguinte ao término da 2ª Mostra Sururu, o Cine Sesi dará início à 5ª Mostra de Cinema Brasileiro, que, segundo Marcos, contará com a presença de atores e diretores consagrados na sétima arte brasileira. (E.B.)

A SURURU NO DISCURSO DE CINEASTAS

Qual a importância da Mostra Sururu de Cinema Alagoano para a produção audiovisual do Estado? A Mostra Sururu é importante porque se impõe como vitrine para a nossa produção mais recente. Além de proporcionar essa visibilidade para os novos filmes produzidos, o caráter competitivo do evento, com premiações em várias categorias, vai incentivar cada vez mais o surgimento de mais realizadores. O momento também vai permitir uma discussão a propósito da ausência de leis de incentivo à cultura em Maceió e Alagoas e a falta de políticas públicas para o setor. Hoje, ao seu ver, quais diretores podem ser considerados referências em Alagoas? É complicado citar nomes. Se referência significa visibilidade e repercussão na mídia os nomes são os mesmos de três, quatro anos atrás. Mas, para o bem da nossa produção, é importante que essa lista se amplie. Acredito que, graças ao surgimento dos novos suportes, mais acessíveis, muita coisa tem sido produzida sem encontrar os espaços de exibição que garantam visibilidade para essas produções e seus realizadores. Hoje, você tem garotos produzindo em Arapiraca, São Miguel, em cidades do Sertão, e essas produções dificilmente chegam até aqui. Essa é uma distorção que iniciativas como a Mostra Sururu, a atuação da ABD&C/AL e os editais podem ajudar a corrigir. Que novos nomes juntem-se aos mesmos de ontem. Dentre as produções locais, alguma de sua preferência? Eu não vou citar o filme ou os filmes de minha preferência porque em Alagoas esse tipo de citação às vezes é desproposital. Costumo saudar com prazer todo documentário ou ficção realizado. Se eu tivesse que escolher, por exemplo, entre os documentários História brasileira da infâmia - Parte 1 (do Werner Salles) e O quebra de xangô (do professor Siloé Amorim), eu com prazer ficaria “em cima do muro”. Os dois filmes foram realizados a partir de projetos contemplados no Doc TV, e a qualidade técnica os separa. Só que, em Alagoas, adotar o critério qualidade técnica como condição para definir a importância de um filme é contribuir para a perpetuação do nosso estado de ig-

Qual a importância da Mostra Sururu de Cinema Alagoano para a produção audiovisual do Estado? É uma oportunidade pra gente conhecer a produção local, estimular os realizadores e criar futuros realizadores. Ela aglutina uma cena que, apesar de dispersa, existe. Hoje, ao seu ver, quais diretores podem ser considerados referências em Alagoas? É difícil citar nomes num processo ainda de amadurecimento. Acho que estamos formando novos diretores e, em breve, alguns nomes irão se destacar. Principalmente da novíssima geração.

Pedro da Rocha, cineasta

norância e nossa condição de povo sem memória. Quais os filmes e diretores brasileiros que mais gosta? Interessante é que não tenho nenhum diretor “da moda” na minha lista. Impossível não citar o Luiz Fernando Carvalho. Mas também reverencio Leon Hirszman, Cacá Diégues (por causa do Chuvas de verão), o injustiçado Carlos Coimbra, Ruy Guerra, Nelson Pereira dos Santos, Roberto Farias, Sérgio Rezende e Walter Lima Júnior. Fecho minha lista com a Suzana Amaral. Se alguma injustiça e omissão cometo, é natural que aconteça. Listar os filmes é impossível... Na sua opinião, qual momento a sétima arte alagoana vivencia atualmente? Acredito que aos poucos estamos saindo de nosso estado de inércia. Os filmes produzidos para o Doc TV chamaram a atenção do público e da mídia para a produção local, que se encontrava anestesiada desde o fim dos lendários festivais de cinema de Penedo. A implantação do NPD/AL (Olhar Brasil) e o lançamento do modesto, mas necessário, edital da Secult também contribuíram para esse momento de retomada irreversível que a produção audiovisual em Alagoas está vivendo, que a II Mostra Sururu de Cinema Alagoano e o I Festival de Cinema Universitário de Alagoas, em novembro, impulsionarão ainda mais.

Dentre as produções locais, alguma de sua preferência? Gostei muito dos curtas que ganharam o edital da Secult. Acho que o resultado foi surpreendente em vários níveis. KM 58, Zé Cará e Amor e De amor e outros crimes já marcaram a cinematografia alagoana, sem dúvida. Quais os filmes e diretores brasileiros que mais gosta? Uma relação grande de diretores brasileiros me interessam. De várias gerações. Seria uma lista bastante extensa. Mas, se for pra selecionar alguns nomes, eu vou de Glauber Rocha, Sérgio Person, José Eduardo Belmonte, Cao Guimarães e Karin Ainouz.

Werner Salles, cineasta

Na sua opinião, qual momento a sétima arte alagoana vivencia atualmente? A produção está em um bom momento. Editais regionais estimulam novos realizadores, o acesso às novas tecnologias de produção estão mais democráticos e uma geração bem informada e com muita vontade. O cenário é muito positivo e inédito. Um momento de muito potencial, de muita vontade e de poucas oportunidades. Acho que saímos da estaca zero e devemos lutar por mais espaço e melhores políticas para o setor.

Vá lá: A 2ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano acontece de 27 a 30 deste mês. Os filmes selecionados serão exibidos no Cine Sesi (Av. Dr. Antônio Gouveia, nº 1113 - Pajuçara). Já as mesas-redondas e oficinas serão realizadas no auditório do Espaço Cultural Linda Mascarenhas (Av. Fernandes Lima - Farol). Mais informações: (82) 9631-0045/3322-3381.


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De olho no Patrimônio Alessandra Vieira - alessandra@ojornal-al.com.br

BAIANA CACHOEIRA Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) como Monumento Nacional, a baiana Cachoeira, a 110 Km de Salvador, necessita de cuidados. Seus prédios, casarões e igrejas - ricos exemplares da arquitetura do Brasil Colonial - estão, em sua maioria, necessitando de restauro. "Não difere da realidade do restante das cidades do Recôncavo Baiano", disse o jornalista Luciano Aguiar, do jornal A Tarde, da Bahia. Fotos: Alessandra Vieira

Garimpo é fonte de renda da família de Belmiro Luiz Nascimento há dois séculos

Vários prédios, casarões e palacetes precisam ser restaurados

TESOURO BARROCO

Técnica de apuração pode virar Patrimônio Cultural Imaterial

No entanto, isso não chega a ofuscar a grandiosidade de Cachoeira. Situada às margens do Rio Paraguaçu, o município se constitui em um dos principais roteiros turísticos culturais da Bahia e reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco.

Garimpeiros querem apoio do Iphan para ofício que faz parte da história de Diamantina há 300 anos O Defender

Monumento foi erguido em homenagem à bravura da população

TESTEMUNHA DA HISTÓRIA Sua liderança política durante as lutas de Independência do Brasil e da Bahia fez a cidade ganhar projeção nacional. A resistência cachoeirana contra os portugueses teve seu ápice em 25 de junho de 1822, quando o povo da cidade se reuniu e declarou Cachoeira livre de Portugal, mesmo sob ameaça de uma escuna militar, fundeada no Rio Paraguaçu. Os habitantes das vilas e povoados do Recôncavo Baiano eram, na maioria, defensores da Independência.

O rio Paraguaçu fica entre Cachoeira e a cidade de São Félix

Debaixo da lapa usada como abrigo, o garimpeiro Belmiro Luiz Nascimento, de 48 anos, acende o fogo da fornalha improvisada. Nas mãos, a bateia usada para retirar a massa de pedras que brota do fundo do Ribeirão do Guinda, afluente do Rio Jequitinhonha. As chamas servem para aquecer a ferramenta, separando o polme do ouro ou diamante, aos sopros e leves toques com o polegar. A técnica de apuração faz parte da história de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, há pelo menos 300 anos. Belmiro quer, agora, que ela se torne Patrimônio Cultural Imaterial, a exemplo da maneira artesanal de fazer o queijo Minas. Para isso, busca apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A intenção é muito maior do que promover o reconhecimento da técnica que aprendeu com os antepassados - o garimpo é fonte de renda da família dele há dois séculos. “Vivemos num mundo

de fantasia e dura realidade. Com o discurso do dano ambiental, nós, garimpeiros, estamos praticamente em extinção”, lamenta Belmiro. Segundo ele, com rígidas regras de licenciamento ambiental e altas taxas pagas para se ter o direito de lavra, o ofício está cada dia mais raro em Diamantina e funciona, muitas vezes, na clandestinidade. “Temos que pagar mais ou menos R$ 30 mil, e a espera pela autorização chega a dois anos. Para nós, fica inviável. Acho que é uma forma educada de dizer ‘vocês estão proibidos’. Dos 3 mil garimpeiros da cidade, 90% estão parados”, afirma Belmiro. No Garimpo Real, a dez quilômetros do Centro Histórico de Diamantina, ele e mais seis companheiros labutam de sol a sol, com o sonho de encher o picuá (pequeno frasco usado para transportar as pedras de diamante até a cidade). “Esse garimpo existe desde a época do Império e não há uma ponta de rocha quebrada. Sinal de que a preservação faz parta da consciência dos garimpeiros há muitos anos”, ressal-

Cidades históricas do Ceará terão R$ 17 milhões para restauros O Defender Quatro cidades do Interior vão receber verbas do PAC das Cidades Históricas. Propriedades particulares são o alvo dos financiamentos. Serão beneficiadas as cidades de Aracati, Icó, Sobral e Viçosa do Ceará. Donos e inquilinos de imóveis residenciais e comerciais de sítios históricos do Ceará vão poder financiar o restauro dos prédios a juros zero. De acordo com a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Ceará, Juçara Peixoto, este mês deve ser assinado convênio com cinco prefeituras para o lançamento público de editais. As obras fazem parte do programa PAC das Cidades Históricas, do Governo Federal. Serão beneficiadas as cidades de Aracati, Icó, Sobral e Viçosa do Ceará, que têm sítios históricos oficializados pelo Iphan, além de Fortaleza. Segundo a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), na Capital, o PAC das Cidades Históricas vai contemplar imóveis do Centro e entorno. O financiamento para as obras nas cidades do Interior soma R$17 milhões e será feito pelo Banco do Nordeste. Para prédios residenciais, o paga-

mento do empréstimo poderá ser feito até 15 anos. Para prédios comerciais, o prazo é de dez anos. Juçara explica que para receber o financiamento, o imóvel passa primeiro por análise técnica do Iphan. Embora as obras sejam executadas por quem pede o financiamento, o órgão acompanha o andamento dos trabalhos para que não haja descaracterização do imóvel. FACILIDADES - A superintendente do Iphan detalha que não há faixa específica de financiamento para as obras nem renda mínima. “O que não pode é comprometer grande parte da renda com o empréstimo. Quem recebe até três salários mínimos tem algumas facilidades”, acrescenta. Outra facilidade é que não é preciso ser proprietário do imóvel para pedir o financiamento. “Qualquer pessoa que more, um inquilino com anuência do proprietário, por exemplo, pode pedir. Tem que ser alguém que tenha responsabilidade pelo prédio”, ressalta. Juçara lembra ainda que imóveis de interesse histórico já descaracterizados ou em processo de arruinamento também podem ser contemplados.

ta o diamantinense. A preservação ambiental foi tema da oficina “Uma leitura ecológica da história do Brasil”, dada neste domingo (9) pelo historiador e ambientalista José Augusto Pádua. Professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele participa do Festival de História (FHist), promovido em Diamantina pela Revista de História da Biblioteca Nacional, com o apoio cultural do Hoje em Dia. “A história do garimpo e da mineração na região de Diamantina (Serra do Espinhaço) ainda é uma página a ser escrita pelos estudiosos. Sabemos de efeitos provocados pela extração mineral, como assoreamento de rios e desmatamento de matas ciliares. Só no século XXVIII, foi usada uma tonelada de mercúrio nos rios dessa parte de Minas Gerais”, destaca. O historiador, no entanto, ressalta que precisaria fazer uma análise mais criteriosa da atividade na região para opinar sobre os impactos. “Isso vai de caso a

caso. O desmatamento para criação de gado pode ter efeito muito mais nocivo do que o garimpo. Não sou nenhum xiita, só defendo a sustentabilidade”, afirma. Segundo o especialista, a exploração do ouro e diamante chegou ao Brasil em 1501, com os colonizadores portugueses. “Os europeus tinham o hábito de escrever o que vinham buscar aqui e no topo da lista estava ‘tanto ouro como cobre, pedras preciosas e outros metais’, que eram trocados por ferro”. Nascido há 86 anos em Bom Sucesso, distrito de Diamantina, Raimundo Camilo Guedes só largou a bateia, peneira e enxada em 2006. Teve de passar a morar na cidade para cuidar da saúde, mas sente muita falta da vida no garimpo. “Comecei acompanhando meu pai e tirei minha primeira grande pedra com 15 anos. Saudade da época em que a gente amarrava o cavalo no Mercado (Municipal) e ia saudar JK (presidente Juscelino Kubistchek) no meio da rua. A história de Diamantina é isso aí…”, diz.

Peritos vão delimitar área tombada do Encontro das Águas, em Manaus A Justiça Federal constituiu nesta quinta-feira (13) a perícia para reavaliar a área do tombamento do Encontro das Águas. Segundo informações do despacho do juiz Dimis da Costa Braga presidiu uma reunião às 10h a fim de organizar a perícia. A reunão pericial faz parte de decisão do dia 30 de setembro tomada pelo juiz determinando que as empresas Lajes Logística, Log-Ing Logística Intermodal e Juma Participações S/A se "abstenham de efetuar qualquer desmatamento ou obra" até nova decisão judicial. Entre os peritos indicados pela justiça federal está o geólogo Clauzionor Lima da Silva, que participou da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) que respaldou as obras do porto. Os outros peritos são Nelcioney José de Souza Araújo (geógrafo), Marcus Vinícius de Miranda Correa (arqueólogo), Márcia Regina Calderide Rufino (antropólga), Geraldo do Valle (arquiteto e urbanista) e Cláudia Andrade (paisagista). DELIMITAÇÃO - No seu despacho, o juiz afirma que a prova pericial é "de fundamental importância, não somente para avaliar o valor cultural,

arqueológico, paleontológico, geológico, estético e paisagístico do "Encontro das Águas" como patrimônio brasileiro, mas também para que seja constatada qual a real situação da área atualmente, visto que a ocupação urbana no entorno já ocorre há décadas". Para o Dimis "há necessidade de esclarecer acerca da delimitação de qual área pode ser eventualmente identificada como monumento natural, sem que haja prejuízo às situações já consolidadas de boafé". Dimis da Costa Braga, da 7ª Vara da Justiça Federal no Amazonas, foi o mesmo juiz que no início de agosto cancelou o tombamento do Encontro das Águas atendendo a um ação do governo do Amazonas, que defende a construção do Porto das Lajes. Na semana passada, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), desembargador federal Olindo Menezes, anulou decisão liminar da Justiça Federal no Amazonas e manteve o tombamento do Encontro das Águas, em Manaus. A decisão atende a um recurso da Advocacia Geral da União (AGU), que representa o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


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Roteiro

Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Horóscopo Artesanato

alessandra@ojornal-al.com.br

Sexta

n A partir do dia 21 de outubro Alagoas vai ser palco de um dos maiores eventos culturais da região, a V Bienal Internacional do Livro. O encontro vai acontecer até o dia 31 deste mês, no Centro Cultural e de Exposições de Maceió (R. Sta. Leopoldina s/n). Serão 102 palestras, 57 oficinas, 315 lançamentos de livros, quatro seminários, um simpósio, 22 mesas-redondas, um fórum, performances, espetáculos e histórias. Diversas editoras participarão com 147 estandes, onde estarão expostos 22 mil títulos locais, nacionais e internacionais, de mais de 500 editoras universitárias e comerciais.

Sábado n Maceió vai receber umas das turnês mais esperada deste ano no Brasil. Jota Quest “15 anos na moral” aporta na capital alagoana no próximo dia 22, na Chácara El Paraíso (em frente ao condomínio Ocean View, no bairro de Jacarecica). Com o patrocínio da Tam, Vivo e realização do Caveira Eventos e Celebration, o show ainda vai contar com a participação da banda alagoana Betamax, que abrirá a noite dos mineiros. Ingressos: à venda no Bompreço, na Hit, na Stock Jeans e ainda através do endereço www.showdeingressos.com.br. Mais informações: (82) 3327-0044 / @caveiraeventos.

Em Cartaz

n O Réveillon Absoluto 2012, a festa de virada mais ba-

dalada de Alagoas, já está com os ingressos para os 14 camarotes do palco e 12 da tenda eletrônica esgotados. Mas para quem não quer ficar de fora da luxuosa festa com capacidade para três mil pessoas ainda tem as opções de mesas nas áreas da tenda eletrônica e palco com o serviço Premium, assim como ingressos individuais. O projeto inovador trará mais conforto para o público, que curtirá atrações de peso como Lulu Santos, um dos maiores nomes da música brasileira, o DJ espanhol Sebastian Gamboa, a sensação de Ibiza, o som arrojado do Dexterz, as bandas queridinhas de Alagoas, Cannibal e Afarra, entre outras surpresas. Mais informações: (82) 9925-3831.

Horóscopo ÁRIES (20 mar. a 20 abr.) Dia que lhe propícia alguns resultados satisfatórios, principalmente em se tratando de planos para o futuro. Todavia, deverá confiar-desconfiando com quem quer que seja. Evitar desordens que possam afetar sua moral.

LEÃO (22 jul. a 22 ago.)

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TOURO (21 abr. a 20 mai.) Boas notícias estarão previstas para você hoje. O fluxo é dos melhores para as associações, ao casamento, a vida conjugal e para unir-se a outra pessoa. Bom na saúde.

VIRGEM (23 ago. a 22 set.)

Será muito bem sucedido nas próximas horas, pois os astros estarão favorecendo em trabalho de toda ordem. Cuidado com o amor a primeira vista. Confie em si, e fará uma boa associação que trará bons resultados.

Dia em que deverá tomar muito cuidado com escritos e ao assumir compromissos. Verifique antes suas condições. A saúde, nesta fase, necessita de maior atenção, bem como o campo profissional social.

SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.)

CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.)

A elevação de sua inteligência será evidente neste dia em que os astros estarão favoráveis a você. Todavia, deverá evitar atritos e discussões e tudo que possa de uma forma, prejudicá-lo, física, mental e moralmente.

Dia em que receberá o auxílio de pessoas de posição superior. Sua moral deverá ser exaltada, bem como suas qualidades mentais e profissionais. Todavia, cuide bem do seu dinheiro e fale somente a verdade.

GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Terá felizes resultados em novas associações, melhor ainda se forem com pessoas conhecidas. Um pouco de desarmonia em sua vida conjugal, mas com compreensão, tudo acabará bem.

LIBRA (23 set. a 22 out.) Procure métodos originais para conseguir o que lhe parecer difícil, sejam os objetivos financeiros ou de ordem doméstica. Organize o seu programa de pagamentos e recebimentos.

AQUÁRIO (21 jan. a 20 fev.)

Dia em que deverá tomar cuidado com estranhos, novas amizades, vizinhos e pessoas que são de sua inteira confiança. Só viaje se for de muita necessidade. Cuide da sua saúde e evite excessos.

CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Conte hoje com a poderosa proteção de pessoas da família. Boas influências para revelar planos para o futuro, fazer amigos, obter resultados positivos e práticos.

ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Livre-se de suas preocupações tomando atitudes positivas para solucioná-las. O dia se apresenta positivo aos negócios arriscados e as empresas precipitadas.

PEIXES (21 fev. a 20 mar.)

Dia em que fará muitas relações, mas poucas amizades sinceras e leais. Por outro lado, é bom ir se precavendo, pois, a partir de amanhã, entrará em uma desfavorável e difícil fase do ano.


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RELIGIÃO EVANGÉLICA

Juiz opina sobre divórcio e outras questões sociais Thiago Gomes Repórter

Ele encontrou em Maceió a possibilidade de ter um segundo lar espiritual e fundamentado nisto faz questão de remarcar compromissos - ou até cancelá-los - para estar em eventos promovidos pela Assembleia de Deus (AD) em Alagoas. O juiz de Direito que atua na área criminal Abner Apolinário (PE) não é pastor, mas tem um irmão conhecido dos alagoanos - Abiezer Apolinário (BA) - e um pai que são ministros. Ele não se constrange em expressar a opinião sobre alguns temas considerados polêmicos entre os evangélicos, a exemplo do homossexualismo, o divórcio e o barulho proveniente do som dentro dos templos. O magistrado enfatizou que a Assembleia de Deus precisa, a cada dia, se inteirar das questões legais, principalmente as que influenciam diretamente na vida dos obreiros, dos membros e do próprio templo. Segundo o juiz, muitas leis estão surgindo e se opõem às verdades bíblicas. “A igreja precisa estar preocupada com as questões

jurídicas. Há grande investida de Satanás através da lei. Pode-se ter uma lei que é legal, mas não ética. O apóstolo Paulo disse que tudo é lícito, mas nem tudo convém. Muitas leis estão surgindo que afrontam a verdade bíblica. Elas são do ponto de vista legal, mas não convém”, comentou. Ele diz que pisa no freio quando esbarra em situações contrárias a sua fé. “Sou um juiz de Direito, não julgo pela Bíblia, mas pela lei brasileira. Entretanto, têm alguns conteúdos que se maculam a minha fé eu tenho que parar, mesmo que isso pareça ser uma abominação para um juiz”, confirmou. Na opinião de Abner Apolinário, a Bíblia, necessariamente, é mais importante do que qualquer conteúdo legal, pois, segundo ele, a lei é proveniente do homem e a Bíblia, de Deus. “A lei tem uma vertente de variabilidade; ela oscila, até porque o homem é um ser histórico, mas a Bíblia traz verdades e princípios invariáveis que são os divinos que estão acima de qualquer época, de qualquer povo e nação”, explicou.

A análise feita pelo magistrado HOMOSSEXUALISMO - “No Estado de Direito todos nós temos o nosso espaço. Todos nós temos o nosso ‘pedaço’ na cidadania brasileira. Cito um exemplo claro aqui do missionário Otto Nelson - fundador da AD em Alagoas, em 1915. Um filho dele faleceu e foi vedado o direito de ser enterrado na capital. A Igreja Católica não permitia de maneira alguma. O missionário teve que resolver o caso judicialmente para assegurar o funeral do jovem. Isso é inadmissível hoje. Antigamente os crentes não tinham espaço, já que a Católica era a religião oficial. Hoje é diferente. Temos espaço para tudo. É evidente que a Igreja não pode pactuar com nada que venha a transgredir a verdade bíblica. Esse tema da união homoafetiva macula um princípio bíblico. Eu aplico a lei brasileira, mas tudo que se fizer contrário eu digo não. E se algum partícipe do templo quiser se casar numa relação homoafetiva - no futuro isso vai acontecer, com certeza não é para realizar. E se for preso, não tem problema. Quantos foram presos pela fé?!” DIVÓRCIO - “Acho que

deve ser visto pela visão bíblica. Cristo, em sua sabedoria proverbial, disse que Moisés tolerou por conta da insistência do povo. Jesus deu uma nova roupagem: ‘mas se não for por adultério, diga ao homem que não se separe’. Há uma série de discussões na ótica do Direito que põem em xeque a verdade bíblica e que ninguém fala, por exemplo, da extinção da família patriarcal, na Constituição de 1988. Ela acabou com a submissão da mulher e o poder familiar do homem. A partir de 18 anos e um dia nenhum pai pode disciplinar um filho, mesmo que o filho viva com ele. Para a Bíblia, não é: filho é filho até a morte”. BARULHO NAS IGREJAS - “Sou de acordo que a lei vete. Não vejo maior sentido de um cidadão ser importunado com o som do templo, ou de qualquer outra manifestação religiosa. Sou a favor de que tenham templos climatizados para que este som não vaze e não incomode. A Igreja tem que ser ordeira. Tem que respeitar a lei para ter sustentação social. Se o teu culto traz problemas com o som, o prisma maior da igreja é a coesão e não o contrário”. (T.G.)

Arquidiocese de Maceió vai sediar 4º Mutirão Regional de Comunicação A Pastoral da Comunicação do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil realiza a cada dois anos o Muticom - Mutirão Regional de Comunicação. O primeiro mutirão foi realizado em 2005, na arquidiocese de João Pessoa. Em 2007, foi a vez da arquidiocese de Natal sediar o evento. Em 2009, a diocese pernambucana de Caruaru cedeu sua estrutura para abrigar os comunicadores cristãos do Regional Nordeste 2. Para Élide Fogolari, mestra em Ciências da Comunicação, assessora da Comissão Episcopal para a Comunicação, da CNBB, “os mutirões são momentos de encontro, partilha, reflexão, sobretudo para aqueles que estão atuando com a Comunicação na Igreja do Brasil. É também para muitos que desejam dedicar seu tempo para anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo e que ainda não tiveram a oportunidade de perceber que a comunicação é uma ação pastoral que permeia todas as demais pastorais”. O 4º Muticom será realizado de 28 a 30 de outubro de 2011, no Colégio Santa Madalena Sofia, com o tema “Processos de comunicação e mídias digitais: evangelização em tempo de cibercultura”. A abertura acontecerá na noite do dia 28, no auditório do Colégio Marista de Maceió, com apresentações folclóricas da região e com as palavras de boas-vindas de dom Antônio Muniz Fernandes, arcebispo de Maceió. Em seguida haverá a conferência sobre o tema do mutirão, a ser proferida pela jornalista Joana T. Puntel, pósdoutorada em Comunicação pela The London School of Economics and Political Science

Em 2009, a diocese de Caruaru cedeu estrutura para abrigar comunicadores cristãos do Regional Nordeste 2

(Inglaterra). Serão oferecidas 14 oficinas no dia 29, simultaneamente, todas abordando temas relacionados à comunicação. No dia 30, haverá, também simultaneamente, oito seminários. As oficinas serão: produção de jornais digitais; elaboração de projetos para captação de recursos; marketing digital; comunicação e liturgia na mídia; catequese digital; cerimonial e organização de eventos; planejamento de publicidade e propaganda; pastoral da comunicação; produção de programas radiofônicos; assessoria de imprensa na Igreja; convergências de mídias; comunicação e arte da xilogravura; rádio jornalismo e produção de textos jornalísticos. Já os seminários serão: educomunicação; mística do comunicador cristão; apli-

cação do marketing político na Igreja Católica; utilização de redes sociais em campanhas de evangelização; a influência da indústria cultural na sociedade; comunicação integrada a serviço da Igreja Católica; comunicação regional e comunicação e cidadania. “Os temas que serão ministrados nas oficinas e seminários evidenciam a Igreja está atenta aos novos processos de comunicação e mídias digitais. Por vivermos em tempos de cibercultura nada mais eficiente e eficaz que utilizar-se dos mass media para subsidiar a evangelização”, afirma o seminarista Luiz Antônio de A. Guimarães, especialista em Cultura e Meios de Comunicação Social. O Mutirão Regional de Comunicação é aberto à parti-

cipação de agentes da Pastoral da Comunicação e de outras pastorais, bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, seminaristas, profissionais e estudantes de Comunicação Social, comunicadores populares, integrantes de ONG´s e demais pessoas interessadas no assunto, particularmente dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, que compõe o Regional Nordeste 2 da CNBB. As inscrições para o 4º Mutirão de Comunicação do Regional Nordeste 2 podem ser feitas até o dia 15 de outubro, através do blog: www.4muticom.blogspot.com, na Cúria Metropolitana (Av. Dom Antônio Brandão, 559 A, Farol), ou na Livraria Paulinas, na Rua da Alegria, no centro da cidade.

Retiro pretende resgatar jovens alagoanos dependentes químicos Mônica Lima Repórter

Uma oportunidade para os jovens que possuem experiência em diversos níveis com a dependência química e situação social de risco, é o primeiro “Resgata-me - Saqueando o Inferno, Resgatando Vidas”, retiro espiritual promovido pela fraternidade o Caminho, que acontecerá em novembro. A religiosa Carla Denhocci, uma das coordenadoras do evento em Maceió, disse que a

HORÁRIOS DAS MISSAS AOS DOMINGOS Igreja Nossa Senhora da Assunção (Santo Eduardo): 9h30 e 19h; Igreja Divino Espírito Santo (Jatiúca): 7h e 18h; Igreja dos Capuchinhos (Farol): 6h30, 9h, 18h; Igreja Menino Jesus de Praga (Pinheiro): 7h30, 16h, 19h30; Igreja Nossa Senhora de Lourdes (Horto): 7h30 e 19h; Igreja de São Pedro (Ponta Verde): 8h e 19h.

Fraternidade o Caminho surgiu há 10 anos, em São Paulo, com o propósito de trabalhar com dependentes químicos. O grupo religioso está presente em diversos estados brasileiros e em uma década tem promovido retiros espirituais que tem como finalidade resgatar a dignidade do ser humano, sob o olhar misericordioso e compassivo de Deus. Quem for ao retiro não irá se arrepender, diz a religiosa. Para isso foi elaborada uma programação com apresenta-

ções teatrais, danças, pregações e momentos em que o participante terá um verdadeiro encontro com Deus. Carla Debhocci disse que o Resgatame chega a Maceió para provar que participar de um encontro como esse é proclamar e comprovar que “O barato é louco”. Ainda durante o encontro, que contará com a participação de palestrantes de São Paulo, está previsto momentos fortes com cura e libertação. Há três anos a fraternidade iniciou sua missão

no Vergel do Lago, onde realiza um trabalho voltado para libertar os jovens das drogas e retirá-los da situação de risco social.

Vá lá: “Resgata-me - Saqueando o Inferno, Resgatando Vidas” vai acontecer nos dias 5 e 6 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora Virgem dos Pobres (Conj. Joaquim Leão, 11, Qd 1, no Vergel do Lago). Mais informações: (82)33260031 / 8862-8639.


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Arquivo Museu dos Esportes

Foto histórica da formação do Clube de Regatas Brasil em 1921, na Pajuçara

O implacável

marcador

Jogadores do Centro Sportivo Alagoano em 1923, no Mutange

Jogadores de futebol precisam aprender a lidar com o tempo e a realidade do estádio vazio Victor Mélo Editor de Esportes

O

tempo é o mais perverso inimigo do jogador de futebol. Quando o menino se aventura no esporte, precisa aproveitar raros minutos para exibir o talento e buscar seu espaço. Já atleta feito, tem a obrigação de exercer sua profissão dentro dos limites impostos pelas regras. Em 90 minutos, craques e pernas de pau devem cumprir à risca seus papéis de encantar ou entreter as plateias. No início, os estampidos dos fogos, os holofotes no rosto, o barulho da massa, a grama

mágica a ser vencida e a bola pronta para ser domada impulsionam suas ações. O boleiro passa a buscar, de forma desmedida, o sucesso onde quer que ele esteja. Os adversários e a dor são menores do que a esperança de vencer. Em poucos anos, o homem se torna parte do jogo e, muitas vezes, para ganhá-lo esquece sua condição humana. Transforma-se em máquina. Compromissos são marcados de acordo com o humor do calendário esportivo. É preciso treinar para buscar o arremate ou o passe perfeito. Horas intermináveis de dedicação são cobradas para que ele sustente a família e faça valer

as expectativas da torcida e do mercado. O jogador, invariavelmente, gosta do que faz. É um dos poucos profissionais que mantêm o vínculo com o trabalho desde criança. Não há descanso que o separe da bola, seu objeto de adoração. Mas quase sempre o tempo tem o poder de coordenar esse litígio. O corpo foi programado para perder os movimentos. Alguns boleiros conseguem adiar a dor da aposentadoria; outros precisam conviver com ela desde cedo. Em casos não tão raros, o fim da carreira pode tomar de assalto jovens talentos que, por causa de sérias lesões,

são obrigados a abandonar os gramados antes mesmo de conhecerem a glória. A despedida é, talvez, o mal mais temido do esporte. Muitos foram os jogadores que perderam o norte no dia em que foram obrigados a parar. Todos se tornaram reféns do passado e, atormentados pelo tempo, já pensaram numa forma de destruí-lo. Pelos relatos dos atletas, a saudade é menos intensa quando há sequência no esporte em outras funções. A transição entre o jogador e o treinador, para a maioria, atenua a mudança. As obrigações e preocupações são outras, mas o fim é parecido. Quem consegue sair

do campo e continuar suas atividades no banco de reservas garante que conserva os poderes do boleiro. Mas, também para esses, o tempo é implacável. Quando ele se impõe, o jogador e o técnico perdem o poder de decisão. Nesse caso, não há mais paliativos: o cenário mágico foi desmontado. O JORNAL foi buscar histórias de jogadores e técnicos que enfrentaram ou ainda precisam conviver com a aposentadoria. A reportagem deixa o campo de jogo ao lado do atleta e tenta explicar os dramas vividos quando eles precisam encarar a terrível realidade do estádio vazio.


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O baile da despedida de Júnior Amorim Larissa Fontes

Victor Mélo Editor de Esportes

O

No seu bar, Júnior Amorim disse que o CRB foi marcante: “A torcida alvirrubra é especial para mim”

s veteranos de guerra são marcados pelas batalhas. Ninguém volta do front como entrou. Há relatos tristes de excombatentes sobre os dias da vida comum. As explosões das granadas, as rajadas de metralhadoras e o cheiro da terra queimada voltam a assombrálos a partir de centelhas do cotidiano. Muitos deles dizem que choram por minutos ao assistirem cenas bobas dos filmes de Stallone ou Schwarzenegger. O jogador do futebol também tem seu front para lembrar. O drama de seu passado é, certamente, muito menor do que o vivido pelo velho soldado, mas não há como negar que existem semelhanças entre eles. Aos 39 anos, o jogador Júnior Amorim contou a O JORNAL como está sendo o doloroso processo de aposentadoria.

Ele foi, sem dúvida, o maior ídolo do futebol alagoano na última década. Chegou ao CRB com passagens em muitos clubes grandes e médios do País e parecia ser mais um na multidão de reforços contratados para o Estadual. Não foi. Em pouco tempo, Júnior se tornou referência para a torcida do Galo. Com sua impressionante capacidade de articular as palavras, virou líder do elenco. Com gols e belas jogadas, conquistou a exigente massa regatiana. “Foram três, quatro anos de entrega total ao CRB. Me identifiquei com o clube, com a cidade, e fico honrado por ser ídolo da torcida alvirrubra. Foi, sem dúvida, um período marcante na minha carreira. Eu e meus companheiros fizemos grandes jogos no Rei Pelé e fora do Estado também”, recordou o atacante. (V.M)

O corpo sofre com o tempo O tempo passou e, não mais que de repente, começou a marcar o atacante de perto. A sua primeira mensagem mais séria veio há três anos, durante o Campeonato Estadual. Com uma grave lesão no joelho, Júnior Amorim pensou seriamente em parar. “Não pensava em aposentadoria. Sempre tive uma excelente condição física e nunca sofri graves lesões. Só pensei em parar a partir de 2009, aos 36 anos, quando me vi com uma ruptura parcial no ligamento do joelho esquerdo”, revelou Amorim. A cena contada pelo jogador foi precedida por outro fato marcante em sua carreira. Em Alagoas, a identificação de Amorim com o CRB era tão grande que ninguém pensava em vê-lo com outra camisa. Mas uma decisão intempestiva surpreendeu as maiores torcidas do Estado. “Fiquei marcado por ter

ido jogar no CSA. Os torcedores regatianos ficaram magoados comigo, mas há uma explicação para essa mudança. Quando o CRB caiu para a Série C, em 2008, foi um momento terrível para o clube. Faltava dinheiro, e eu particularmente sofri com os salários atrasados. Conversei com o então presidente José Serafim e disse que iria disputar o Campeonato do Rio de Janeiro pelo Madureira, até para pagar algumas dívidas, mas depois voltaria para jogar no CRB durante a Série C. Fiz um acordo para que a dívida comigo fosse parcelada e viajei”, detalhou o jogador. Júnior Amorim disse que ainda estava no Madureira quando recebeu uma ligação de Alagoas. Segundo ele, um amigo lhe contou que um diretor do Galo havia dito na imprensa que o seu ciclo havia acabado no clube.

“Procurei saber se era realmente verdade e ouvi a gravação com as palavras do diretor, que não quero citar o nome para não alimentar polêmicas. Fiquei muito chateado com isso. Sabendo da minha raiva, os dirigentes do CSA fizeram uma excelente proposta financeira, mas só aceitei para provar ao diretor do CRB que ainda era capaz de jogar em alto nível. Assinei o contrato num momento de emoção”, contou o atacante. O CSA havia sido campeão alagoano em 2008, mas não montou uma boa estrutura para a temporada seguinte. Apesar de o clube ter feito um grande investimento, a equipe não encaixou e acabou sendo rebaixada para a Segunda Divisão do Alagoano. “A passagem pelo CSA realmente não foi brilhante. Os jogadores ficaram com ciúme porque cheguei recebendo o maior salário do grupo. Alguns deles nem passavam a bola para mim.

Júnior não conquistou títulos, mas virou ídolo da torcida do CRB

Deu tudo errado. Para não dizer que não falei das flores, vale lembrar que o último momento de grande destaque do CSA no cenário nacional teve minha participação. Na Copa do Brasil, tive a honra de marcar o gol da vitória sobre o Santos, já com Neymar e Ganso, em plena Vila Belmiro. Esse dia também marcou minha história e foi o meu último grande momento na carreira”, admitiu. Ainda com a camisa do CSA,

Amorim sofreu a grave lesão no joelho na estreia da Série D de 2009, contra o Santa Cruz, no Rei Pelé. “Apesar disso, insisti na recuperação e voltei a jogar. Depois de passar pelo Coruripe neste ano, resolvi parar por uns meses para alicerçar minha nova vida. Passei a cuidar do meu bar, o Red Blue (referência ao vermelho do CRB e ao azul do CSA), em Maceió, e de outros negócios, mas não pretendo largar assim o futebol”, avisou.(V.M)


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Amorim planeja seguir a carreira de treinador Júnior Amorim revelou em entrevista a O JORNAL que já conversou com o presidente do CRB, Marcos Barbosa, sobre a ideia de encerrar a carreira com a camisa regatiana. Seu objetivo ainda é disputar o Campeonato Alagoano de 2012 e, se possível, ajudar o Galo a conquistar o título estadual no ano de seu centenário. "Quero fazer tudo certinho. Treinar por quatro ou cinco meses para apresentar um bom futebol, até porque as cobranças vão ser grandes. Mas isso tem que ser no CRB. Não quero

parar de jogar em outro clube. Se eles não quiserem que eu dispute o Estadual, gostaria de, pelo menos, fazer uma grande festa de despedida. A torcida do Galo marcou a minha vida. Joguei em muitos lugares do mundo, em grandes clubes, como o Vasco, mas tudo foi muito mais forte em Alagoas. Por isso, me estabeleci aqui. Quero muito ouvir outra vez a torcida no Rei Pelé lotado. Devo isso a mim e às pessoas que gostam do meu futebol. Mesmo aos 39 anos, tenho ainda condições de jogar em

alto nível", contou o atacante. TREINADOR - Neste ano, Amorim foi contratado para comentar os jogos do ASA na Série B e já pensa na possibilidade de seguir no futebol. "Acertei com o Premiere Esporte (canal da TV a Cabo) até o final da temporada para estar no mercado e mostrar aos torcedores e dirigentes que tenho uma visão diferenciada do futebol. É uma experiência muito legal. Meu objetivo é ser treinador, e até já fiz alguns cursos para concretizar esta ideia. No banco de reservas, ao menos, continuarei fazendo parte do jogo. Mais para frente, minha meta é ser um técnico de sucesso", explicou. (V.M)

O sofrimento longe dos gramados O futebol deixa marcas no boleiro. Tocado pela lança do tempo, Júnior Amorim contou que sente falta de todo o cenário que cerca o esporte e gostaria de encontrar uma forma de domar os ponteiros. "À noite, sonho que estou jogando futebol. Todos falam isso, mas é a pura verdade. O jogador nunca deixa esse período mágico de lado. Fico assistindo aos jogos, me emociono e fico dizendo como faria se recebesse a bola em determinada situação. Infelizmente,

chega o tempo em que o corpo não consegue mais acompanhar o cérebro", contou o jogador. Assim como os veteranos de guerra, Amorim sofre diante da TV. Não são os filmes de ação que aguçam sua memória; são os jogos de quase todos os dias os responsáveis pelos estragos feitos nas emoções do boleiro. "No mês passado mesmo, chorei demais assistindo ao jogo da seleção brasileira no Pará. A torcida da minha terra

é fantástica, e, quando milhares de vozes entoaram o Hino Nacional no Mangueirão lotado, um filme veio à minha cabeça. Lembrei quantos jogos decisivos disputei naquele gramado e o quanto o futebol faz falta para quem sempre viveu dentro dele. Só nós, jogadores, podemos entender o que se passa conosco quando o fim da carreira se aproxima. É como se um encanto, de repente, fosse desfeito", falou, emocionado, o ex-atacante do CRB. (V.M)

Júnior mostra a camisa do CSA da vitória sobre o Santos na Vila

Massagista Assis diz que só os ídolos vencem o tempo O massagista Assis é um personagem marcante do futebol alagoano. Há 22 anos no CRB, ele viu muitos atletas se destacarem no clube e sumirem na poeira do tempo. Assis resumiu bem o drama da maioria dos jogadores. "O Joãozinho é um caso à parte. A torcida gosta muito dele e, às vezes, parece até que não parou de jogar. A realidade da maioria não é essa. Pergunto: onde estão o Samarone, o Zé Cláudio, o Rildo, o Jerônimo e o China,

que se destacaram tanto no CRB? Infelizmente, ninguém mais ouve falar. O Otávio, do CSA, é conhecido hoje como administrador do Rei Pelé. O Júnior Amorim tenta continuar na carreira, mas o tempo dele também chegou. O futebol é cruel, amigo. Nesse tempo todo em que estou aqui, vi muita gente que não aceitou a aposentadoria. O jogador fica lutando contra isso, e é difícil chegar para um deles e dizer que não dá mais. Depois, muitos tentam seguir

Assis está no CRB há 22 anos

no esporte, mas o espaço só é aberto para poucos. Quem não guardou, não se identificou com uma camisa e não se preparou para se aposentar sofre demais", declarou Assis. O supervisor do Galo, Marcos Lima Verde, disse que alguns profissionais também deixam o esporte por não suportar a pressão do meio. "Comecei no CSA, joguei no CRB, mas minha família tinha uma certa condição e não quis pagar o preço do futebol. O jogador sofre muito. É

uma carreira complicada. Viagem para todo lado, desgastes físico e emocional. Abandonei cedo os gramados, aos 21 anos, no Nacional de São Paulo, mas até hoje sinto falta também. Felizmente, sigo meu trabalho no futebol fazendo o pouco reconhecido trabalho de supervisão. Mas é difícil largar o esporte. Quem entra no meio se acostuma com essa loucura que é o futebol e gosta do que faz", contou o supervisor. (V.M)


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| www.ojornalweb.com | e-mail: esportes@ojornal-al.com.br Thiago Sampaio

A parceria perfeita com Silva Cão

Joãozinho Paulista trabalha atualmente como auxiliar-técnico de Paulo Comelli no Clube de Regatas Brasil

João dos Gols

e da massa C

erta vez, o goleiro Rogério Ceni disse que a marquei 153 gols pelo CRB. Em estaduais únicos, só identidade de um jogador de futebol com um perdi para o Inha, também do Galo, que marcou 37 escudo é fundamental. Para ele, é melhor ser gols em 1995, três a mais do que eu em 1984. Mas lembrado por apenas uma torcida do que ser esque- ele ainda disputou 13 jogos a mais", comentou cido por todas. Joãozinho Paulista atingiu Joãozinho, que ainda tem muita identiesse patamar. Como explica o seu apelido, ficação com a torcida. ele não é alagoano por nascimento, mas se "Não posso reclamar da falta de recoconsidera por opção. O jogador nasceu em nhecimento. Essa torcida maravilhosa me 1958 em Piracicaba, São Paulo, e acertou a respeita e me homenageia sempre que sua transferência para o CRB em 1976, aos pode. Continuo trabalhando no clube, seja 18 anos. como treinador, auxiliar-técnico ou obserCom gols fáceis, difíceis e improváveis, vador das categorias de base. Fico feliz o garoto tomou corpo na Pajuçara e virou em poder ajudar o Galo e quero sempre referência para a massa vermelha. Quase vê-lo no topo", acrescentou João dos Gols, 35 anos depois da estreia do atacante no apelido que gostava de ouvir entoado Galo, a bandeira com seu rosto ainda é lepelas arquibancadas. vada pelos torcedores aos estádios em que Joãozinho tem vivas na memória as o clube manda seus jogos. Perto da arqui- Joãozinho nos tempos imagens marcantes de sua carreira. Lembra bancada, Joãozinho segue defendendo aque- em que era a referência com riqueza de detalhes o seu início no le mesmo escudo, mas em outras funções. ofensiva do Galo CRB e os títulos que conquistou. "Cheguei O velho camisa 9, hoje aposentado, não ao CRB no dia 11 de março de 1976. A divai ser esquecido facilmente. Quando um novo cen- retoria do clube foi observar o Ditinho e o Ricardo no troavante regatiano perde um gol embaixo da trave, XV de Piracicaba. O Fernando Gomes de Barros, diriuma voz grave se destaca no meio da massa com tom gente do Galo, me viu atuar numa quarta-feira à noite professoral. "Se fosse no tempo do Joãozinho, o Galo e perguntou ao presidente sobre a minha situação. Ele já estaria vencendo por 1 x 0. Silva cruzava e ele só fazia disse que me liberava sem nenhum custo, e vim de cumprimentar", grita o anônimo alvirrubro. contrapeso", contou. João Édson de Barros ainda atuou em grandes cluO atacante desembarcou em Maceió com 18 anos bes do País, como Internacional, Atlético-MG, Goiás e conquistou a torcida com muitos gols e grandes e até no CSA, mas nunca se identificou com outra atuações. "Estreei na decisão do Segundo Turno concamisa. O vermelho do CRB realçou sua carreira e tra o CSAe marquei os três gols do CRB na vitória por fez do centroavante o maior artilheiro da história 3 x 2. Disputei 13 jogos naquele campeonato e marquase centenária do clube. "Com muito orgulho, quei 20 gols", emendou. (V.M)

No CRB, Joãozinho Paulista encontrou o seu principal parceiro do futebol. Ao lado de Silva Cão, o artilheiro marcou época em Alagoas a partir de 1976. João contou à reportagem como era o código quase infalível desenvolvido entre eles. "Silva e eu fazíamos uma dupla infernal para as defesas adversárias. Treinávamos muito, aqui mesmo no campo da Pajuçara, e colocávamos em prática esse trabalho nas partidas. Tínhamos um sistema muito bem desenvolvido para fazer os gols: quando o Silva preparava o cruzamento de fora da área, eu já sabia que a bola vinha no segundo pau e corria para lá. Quando ele entrava na área, levantava a cabeça e depois baixava e eu já sabia que a bola vinha no primeiro pau. Desse jeito ficava fácil. Como eu finalizava bem, era só cabecear e partir para a torcida", contou Joãozinho, mostrando, do banco de reservas do Estádio da Pajuçara, como se posicionava em campo. O CRB foi campeão alagoano em 1976, e o artilheiro chamou a atenção dos dirigentes do Inter, então bicampeão brasileiro. Ele foi jogar no famoso Colorado e chegou a disputar a Libertadores da América no ano seguinte. Ainda em 1977, João fechou com o AtléticoMG e ajudou o clube de Belo Horizonte a chegar à decisão do Campeonato Nacional. Mas foi justamente com a camisa alvinegra que o goleador passou pelo momento mais difícil da carreira. "A imagem negativa que eu tenho do meu tempo de jogador foi na final do Brasileiro de 77. O Atlético fez uma campanha histórica e colocou dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado, no caso, o São Paulo. Mas, pelo regulamento, haveria um jogo final no Mineirão. Depois de um empate por 0 x 0 no tempo normal, a decisão foi para os pênaltis. O Cerezo perdeu a primeira cobrança do nosso time, o Ziza e o Alves converteram e chegou a minha vez", lembrou o atacante, para depois prosseguir: "Caminhei para a marca do pênalti confiante. O Valdir Perez era um grande goleiro, mas eu, mesmo aos 21 anos, tinha certeza de que faria o gol. Vi o goleiro se movimentar para o canto e decidi bater forte na bola, mas acertei muito embaixo e ela subiu". O Atlético perdeu o título e Joãozinho sofreu em Belo Horizonte. Ele disse que teve dificuldades para dormir nas noites que se seguiram e não tirava da cabeça a imagem do jogo. "É difícil você perder um pênalti numa decisão de Brasileiro. Depois que eu desperdicei a cobrança, o Márcio também perdeu, e vimos a festa do São Paulo no nosso estádio. Fiquei tão mal que pedi ao presidente do Atlético para voltar ao meu CRB", contou. João foi trocado pelo zagueiro Zé Preta e voltou a Maceió, mas o acerto não foi com o Galo. "Fui parar no CSA, mas o clima não era bom. A diferença de tratamento da torcida era grande, me machuquei justamente no clássico contra o CRB e, depois de ser muito criticado, rescindi meu contrato após quatro jogos e voltei a jogar com a camisa alvirrubra. Restreei no clássico e marquei dois gols no CSA. A torcida do outro lado ficou furiosa", recordou. (V.M)


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Larissa Fontes/Estagiária

Ivanildo teve que recomeçar do nada

Ivanildo se aposentou aos 36 anos e hoje treina a equipe de juniores do CRB: “Zerei minha conta no banco quando parei de jogar”

Conversas sobre o tempo na Pajuçara O tempo foi o mote da conversa descontraída na Pajuçara no fim da tarde da última terça-feira. Durante a entrevista com Joãozinho Paulista, o técnico dos juniores do Galo, Ivanildo, foi ao banco de reservas do estádio e também contou suas histórias sobre os tempos de jogador e sobre a parceria com o artilheiro. "O João é meu compadre. Fizemos uma dupla das boas no CRB e, no nosso auge, o Jacozinho, que jogava muito mesmo no CSA, não se criava. O nosso centroavante era uma referência. Lembro que, quando recebia a bola, só ouvia o Joãozinho gritando: 'dá, dá, dá'. Era só acertar o passe e esperar o abraço. Foi um tempo mágico do futebol alagoano", disse Ivanildo, que foi um ponteiro de grande destaque no Estado. "O meu compadre sempre foi muito importante na minha carreira. Em todos os clubes que ele ia jogar, me indicava para a diretoria", revelou, antes de ser interrompido por João dos Gols. "Claro que eu indica-

va. Todo centroavante precisa de um atacante bom nos cruzamentos para se consagrar. Ivanildo, inclusive, fez parte da jogada que marcou a minha carreira", disse Joãozinho, com o olhar já perdido no horizonte. "Foi no jogo do dia 1º de março de 1984 entre CRB e Palmeiras, que tinha um timaço e sonhava com o título brasileiro. Durante a partida disputada no Rei Pelé, o Ivanildo recebeu a bola, avançou pela ponta e tocou para trás. Vinha em velocidade, driblei o Rocha, o Luiz Pereira e esperei o Leão sair: dei um tapa para o lado e passei por ele também. Depois, toquei para o gol vazio e me consagrei. Esse jogo é lembrado até hoje pelos torcedores do CRB. Tiramos o Palmeiras do Brasileirão, e considero essa imagem a mais importante da minha vida esportiva", destacou Joãozinho. O tempo passou e interrompeu o discurso do artilheiro. Refeito da emoção, ele falou sobre sua passagem pelo Cerro Porteño, do Paraguai, e sobre a última parte de sua carreira.

"Joguei no Cerro em 1987 e fui campeão nacional pela primeira vez. Esse é um fato marcante na carreira de qualquer jogador. Depois, segui minha carreira, fazendo meus gols, e não me dei conta de que o tempo passava. De repente, me vi aos 38 anos jogando num calor terrível no Piauí. Estava no Flamengo de lá e sofria com a temperatura. Um dia, em Picos, passei mal quando joguei a uma temperatura de quase 50 graus e disse à minha esposa que estava pensando em parar. Depois, em Teresina, vencíamos um jogo por 3 x 1, quando sofri uma séria lesão de tíbia e perônio", recordou. "Não quis mais enfrentar uma recuperação demorada. Já ficava mais centralizado em campo porque havia perdido a explosão. Tentava me colocar bem no ataque para compensar a perda da velocidade, mas, a cada jogo que passava, minhas forças diminuíam. Até que chegou o fim. Hoje tenho os amigos, como o Ivanildo, para lembrar as passagens de glória, e o reconhecimento da torcida maravilhosa do CRB. Não posso reclamar da sorte", finalizou o maior artilheiro do futebol alagoano. (V.M)

Joãozinho seguiu no futebol. Ao lado do campo de jogo, a dor da despedida era menor, mas o reencontro com a torcida no Rei Pelé ainda o emociona. Ivanildo também disse ter sentimentos parecidos com os do artilheiro. "A gente sonha sempre que está jogando bola, mas tem que entender que o tempo passou e que é preciso dar continuidade à vida. Só é difícil encontrar a massa. Todas as vezes em que eu e o Joãozinho vamos ao Trapichão, somos muito bem tratados pela torcida. Tudo volta, e tem gente que cobra o nosso retorno. Dá vontade de retribuir o carinho, mas cadê as pernas para fazer o serviço? Vem uma saudade imensa de entrar em campo com os jogadores, mas não podemos", contou, emocionado, o ponteiro. Joãozinho concorda com as palavras do amigo, mas disse que é possível recomeçar. "Me aposentei em 1994 e, no ano seguinte, abri a minha escolinha de futebol. Depois, fui contratado para ser técnico do juvenil do CRB; depois fui treinador dos juniores e, por fim, auxiliar-técnico. Estou nesse cargo nos últimos anos e trabalhei com excelentes profissionais na Pajuçara. Com cada técnico que passou por aqui, aprendi um pouco e, com o tempo, ganho experiência e confiança para chegar à condição de treinador de futebol. Aos 55 anos, essa é minha meta. Felizmente, minha mulher, Delma, cuidou bem da minha carreira, e hoje vivo com tranquilidade. O futebol me proporcionou uma boa condição financeira, e agora estou feliz por trabalhar e receber do clube que amo", declarou. Ivanildo disse que não teve a sorte do amigo. "Nunca fumei e nunca bebi, mas tive muitos problemas com as mulheres. Posso dizer que, após me aposentar aos 36 anos no Bacabal, zerei. Fiquei sem dinheiro e tive que recomeçar sem nada depois que abandonei os gramados. Foi difícil, mas, aos poucos, me recuperei. Também por causa do futebol, arrumei empregos e hoje dou uma boa condição aos meus filhos. As pessoas gostam muito da gente, lembram aqueles bons tempos e oferecem ajuda. Por isso, dei a volta por cima. Hoje estou bem casado e tenho uma vida equilibrada", revelou. (V.M)


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Lições para aprender desde cedo Marco Antônio

Victor Melo Editor de Esportes

A

preparação física parece ser precisa. Ela trabalha ao lado da lógica e, em tese, poderia fugir da subjetividade do jogo de bola. Mas as atividades se chocam no futebol moderno, e a parte lúdica já começa a se misturar com as questões científicas. "Temos que cumprir etapas no futebol. Os clubes, por exemplo, já exigem de um atleta sub15 o nível de competição dos profissionais. Os atletas da base precisam ter volumes diferentes de carga física e, uma coisa que defendo sempre em Alagoas, um acompanhamento psicológico e educacional", comentou o alagoano Eriberto Lessa, mestre em educação física formado pela Unicamp e coordenador do núcleo de Educação Física, Esporte e Lazer da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O corpo do atleta tem fases

Jogadores jovens precisam mostrar serviço para buscar seu espaço no concorrido mercado do futebol

distintas. Até os 21 anos, os preparadores físicos recomendam cuidado com o excesso de carga. A musculatura conquistada no primeiro nível do jogador profissional não pode ultrapassar limites. Se o fizer, ele

provavelmente terá que enfrentar sérias lesões. Seguindo a cartilha dos mais renomados professores de educação física, o jogador chegará ao ápice de sua carreira entre 26 e 27 anos. Se não tiver um histó-

Muitos atletas não vingam no futebol O professor de educação física Eriberto Lessa diz que a aposentadoria do atleta precisa ser trabalhada desde as categorias de base. Ele lembra que não são apenas os jogadores com mais de 34 anos que deixam os gramados. Além das lesões e do tempo, há jogadores que não conseguem se firmar no esporte depois de alguns anos de dedicação e são obrigados a parar. "Trabalhei em 2005 na coordenação das divisões de base do CSA e tentei implantar um projeto multidisciplinar no Mutange, mas não consegui. Defendo que o clube precisa trabalhar não só as partes técnica e física do atleta, mas também os elementos nutricional, psicológico e cultural. O jogador, normalmente, abandona os estudos por volta dos 16 ou 17 anos. Muito se fala em trabalho social, mas a maioria dos clubes só pensa na mercadoria. Ninguém se preocupa em colocar o jogador que fica ocioso na concentração numa escola noturna, por exemplo, e lhe dar um

Eriberto Lessa já trabalhou no CSA

futuro fora dos gramados. Muitos são os atletas que não vingam no futebol e perdem o norte aos 20, 21 anos. Eles não conseguem dar continuidade à carreira no meio esportivo e não sabem qual emprego procurar. É preciso pensar nisso. Na faculdade, sempre digo aos professores de educação física que nossa missão não deve ser revelar jogadores, mas cidadãos", declarou Eriberto. O coordenador de Educação Física da Ufal está em São Paulo participando dos Jogos Universitários Brasileiros. Ele contou

que trabalha com dois atletas que abandonaram o futebol de forma precoce. "O Wellington é um garoto humilde que jogou no CSA até os 20 anos. Muito tímido, ele não suportou a pressão do esporte e abandonou a carreira. Mas ele, felizmente, é uma exceção à regra. Mesmo sendo de família humilde, ingressou na universidade pública e agora, aos 25 anos, faz educação física. Hoje o Wellington está defendendo Alagoas nos Jogos Universitários e tem uma qualidade impressionante", contou Eriberto. O professor disse que Ramon, também ex-jogador do CSA, não quis pagar o preço do esporte e deixou o futebol muito cedo. "Tem outro tipo de aposentadoria no futebol que envolve os atletas de classe média. Afamília tem uma boa condição e, na primeira dificuldade, o jogador prefere parar e ingressar na faculdade. O Ramon é sobrinho do ex-jogador Romeu e passou por um processo desses". (V.M)

rico de graves lesões e também levar uma vida regrada nos dias de folga, tende a voar em campo nessa idade. Os adversários são vencidos com mais facilidade e o corpo parece imbatível. As bolas improváveis são atingidas

e os gols de placa tendem a sair nesse período. "Eu diria que essa idade marca o equilíbrio físico e emocional. O jogador está mais preparado para lidar com as cobranças e tende a desenvolver mesmo seu melhor futebol. Mas não é uma regra. Há quem atinja essa maturidade antes no esporte", afirmou Eriberto. O boleiro começa a perder força aos 30 anos. Os sinais não são tão claros para a maioria deles, mas os cuidados já são necessários. Nessa idade, há perda de massa muscular e reflexo; ao mesmo tempo, o jogador ganha peso e as lesões tornam-se mais freqüentes. "Depois dos 30, o futebol cobra profissionalismo. Quem não se cuidou tende a ficar bem mais próximo da aposentadoria. Hoje, com a evolução do esporte, da fisiologia e da fisioterapia, os atletas se aposentam até com 38 ou 39 anos. A média ainda é 35 anos", informou o professor.

Fábio Costa se aposentou aos 23 anos No Estádio da Pajuçara, o lat- caso como esse realmente serve eral-esquerdo Rafinha, do CRB, de exemplo para os jogadores. O lembrou um caso dramático que Fábio parou muito novo, antes aconteceu há dois anos com um de chegar aonde ele queria no fude seus melhores amigos. Aos 23 tebol", declarou o lateral do Galo, anos, o atacante Fábio Costa, tam- que também passou recentemenbém revelado pelo Galo, sofreu te por uma cirurgia. "Operei o um acidente em casa e foi obriga- apêndice neste ano e fiquei parado a abandonar a carreira. do por dois meses. Voltei a jogar, "Ele colocou um copo de estou bem fisicamente, mas ainda vidro no bolso e, depois de um sem ritmo. O atleta precisa estar movimento brusco, Futebol Alagoano em campo para estar em o copo quebrou: os paz. Recentemente, fui ticacos perfuraram a tular contra o Rio Branco veia aorta. Foi um e estou procurando o acidente terrível. Ele meu espaço", contou. correu risco de morRafinha também fate, mas está se reculou sobre o maior medo perando bem e já voldos jogadores de futebol, tou a andar. Infeindependentemente da lizmente, ele não idade. "Certamente, ainda pode seguir na car- Fábio Costa no CRB é o joelho. As lesões poreira. A perna ficou dem acontecer a qualquer muito fina, e os médicos confir- momento, e a gente não pode maram sua aposentadoria", disse fazer nada. É entrar em campo, o jogador do CRB. fazer o melhor e torcer para encerSegundo Rafinha, Fábio hoje rar o treino ou a partida da mesma está morando na Bahia e se afas- forma que começou. Uma séria tou do futebol. "Ele é evangélico, lesão no joelho abala a vida de tem o apoio da família, mas, pelo qualquer atleta", comentou o jogaque sei, não está trabalhando. Um dor de 23 anos. (V.M)


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Zagallo, o homem que

driblou o tempo O

alagoano Mário Jorge Lobo Zagallo adquiriu a condição de lenda do esporte. Dos cinco títulos que fizeram do Brasil o País do futebol, quatro foram conquistados com sua decisiva participação. Mesmo contestado pela parte mais radical da imprensa, nunca se rendeu às críticas e venceu a maioria dos desafios apresentados em quase 60 anos de atividade. O tempo já tentou por vezes vencê-lo, mas foi destruído pelas marcas que o alagoano deixou na história. Zagallo deu seus primeiros chutes na bola nas ruas do Rio de Janeiro e ganhou a oportu-

nidade de defender o América no final dos anos 40. Ele conta que era um soldado servindo ao Exército no Maracanã no dia da decisão da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai. Perto do campo de jogo, viu uma seleção quase perfeita ser vencida pela garra celeste. Comandados em campo pelo capitão Obdúlio Varela, os uruguaios multiplicaram suas forças e viraram um jogo improvável. A seleção, que vencia com um gol de Friaça e jogava pelo empate, observou, atônita, o adversário marcar com Schiafino e Giggia. Eles fizeram a história do espor-

te de seu país e até hoje são reverenciados como velhos heróis de guerra. Daquela seleção brasileira, poucos atletas são lembrados hoje pela massa. Um deles teve seu quadro pintado com o semblante de um herói derrotado. O goleiro Barbosa foi julgado e condenado pelo segundo gol uruguaio e jamais perdoado pelos torcedores de seu tempo. Morreu aos 79 anos, ainda preso ao cenário daquele jogo. As cenas da final de 1950 ficaram presas na memória do alagoano e foram muito importantes para a sua formação como

atleta. Oito anos depois, Zagallo era titular da seleção brasileira em outra decisão de Mundial. O camisa 7 era diferente dos atacantes da época. Sua consciência tática ajudava o time a diminuir os espaços dos adversários. Sua qualidade ofensiva também surpreendia os marcadores e, de vez em quando, colocava o homem na cara do gol. Numa dessas oportunidades, Zagallo marcou o quarto do escrete na vitória por 5 x 2 sobre a Suécia e, assim como as lendas uruguaias, gravou seu nome na história das Copas. Nesse período, as cenas corriam pela janela do tempo. O

alagoano vencia a maioria dos jogos que disputava; primeiro no Flamengo, depois no Botafogo, e sempre na seleção. Colecionava triunfos e, apesar de ser coadjuvante de Pelé e Garrincha, mantinha sua posição na seleção brasileira. Pepe era um rival a ser batido. Mas o “Canhão da Vila” não voltava para marcar como o alagoano e, também por causa das lesões, perdeu a disputa no Mundial de 62. Veio mais uma Copa quase perfeita, e o título selou a competência e a sorte do impetuoso Zagallo. (V.M)

As memórias do Velho Lobo dos campos e das Copas As imagens de glória da seleção nos anos 50 e 60 são recordadas hoje com precisão pelo senhor de 80 anos. Zagallo foi muito festejado em 2011. O tempo, nesse sentido aliado, calou os seus críticos e aumentou a força de seu passado imponente. Em entrevista a O JORNAL, o alagoano falou sobre sua longa carreira no futebol e, ao contrário da maioria dos atletas, disse ter encontrado uma forma de vencer o relógio. “Não houve um trauma com a minha aposentadoria porque, o que não é comum no futebol, minha vida teve uma continuidade. Aos 34 anos, es-

tava bem condicionado fisicamente e não pensava em pendurar as chuteiras. Mas, naquela época, sabia que a carreira de um jogador, talvez pelo preconceito, não costumava passar dos 35. Deixei as coisas acontecerem naturalmente e, em 1966, durante uma excursão ao México, recebi um convite dos dirigentes do Botafogo para assumir o comando do time juvenil, e resolvi aceitar o desafio. Ainda tinha sete meses de contrato, e a única exigência que fiz foi assinar um novo contrato já como treinador do juvenil. Assim, sem despedidas ou jogos festivos, aconteceu a minha transição entre o jogador

Zagallo marca o quarto gol da seleção brasileira na final da Copa de 58

e o técnico”, recordou. Zagallo disse ter direcionado seu pensamento apenas para a nova carreira que se

abria e não alimentou a saudade do seu tempo de jogador. Parecia prever que as emoções estavam apenas começando.

“A minha passagem como treinador do juvenil do Botafogo foi fundamental para a minha carreira, porque descobri ali a minha capacidade de liderar. Antes, fazia parte do grupo, desenvolvia meu futebol individualmente, mas não sabia dessa minha aptidão. Os resultados vieram mais rápido do que eu esperava. Conquistei o título juvenil no mesmo ano e, em seguida, fui chamado para o profissional do Botafogo. Trabalhando com jogadores da qualidade do Gerson, ganhei o carioca de 67 e 68 e a Taça Brasil em 1968”, lembrou Zagallo. (V.M)


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O último título em Maceió

O técnico Zagallo orientando a seleção durante o Mundial de 1974; Velho Lobo comandou o Brasil em 3 Copas

A montagem do esquadrão de 1970 Aos 38 anos, Zagallo assumiu a missão mais difícil do futebol brasileiro. Pressionado até pela Ditadura Militar, o comunista João Saldanha deixou a seleção e abriu uma crise às vésperas da Copa. Dino Sani recusou o convite da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) para treinar o Brasil, e a segunda opção foi o treinador alagoano. Em 1970, a seleção estava classificada para o Mundial, mas, apesar de ter uma geração de craques, ainda era vista com desconfiança por torcedores e críticos. Eliminada na primeira fase da Copa de 1966, a bicampeã precisava recuperar o prestígio. Zagallo aceitou o desafio lançado pelo presidente da CBD, João Havelange, e fez mudanças pontuais na equipe. Ele chegou à conclusão de que o talento precisava ser privilegiado em 70 e escalou do meio para frente jogadores com características semelhantes. Para o técnico, Gerson, Pelé, Rivelino e Tostão poderiam atuar juntos e, com o apoio dos

cardeais do elenco, executou as alterações. Na defesa, o lateral ofensivo Marco Antônio foi substituído pelo marcador Everaldo, e o volante Piazza foi improvisado na zaga, ao lado de Brito. O goleiro Félix, o lateral-direito Carlos Alberto Torres, o volante Clodoaldo e o atacante Jairzinho completaram o esquadrão canarinho. “Para explicar a formação de 1970 é importante voltarmos no tempo. Em 1958, o técnico Vicente Feola mudou a forma de a seleção jogar. Ele saiu do tradicional 4-2-4 para o 4-3-3 porque eu fazia uma dupla função em campo. Voltava para marcar sem a bola e, quando a recuperávamos, também tinha fôlego para chegar ao ataque. Coincidentemente, quando iniciei meu trabalho de treinador, a seleção jogava no 4-2-4 do Saldanha. O Rivellino e o Clodoaldo, por exemplo, eram reservas”, contou o treinador. Em 74 dias de trabalho, Zagallo fez profundas mudanças na seleção. “Pensei: se em

1958 a seleção já atuou no 4-33, não poderia admitir que o time jogasse em 1970 no 4-2-4. Seria um retrocesso. Mudei o esquema e passei a jogar com cinco camisas 10. O talento foi privilegiado, mas tudo dentro de um sistema bem definido. Marcávamos por zona, esperando o adversário e, quando roubávamos a bola, atacávamos com seis jogadores. Assim, vencemos jogos históricos e conquistamos o tricampeonato. Foi um momento inesquecível para mim. Foi o auge do futebol”. Apesar do título, Zagallo ainda foi atacado por grande parte da imprensa, que tentava tirar-lhe os méritos da formação da equipe. “O João Saldanha era jornalista e ficaria constrangedor para ele se seus próprios colegas me exaltassem. Por isso, muitos disseram que apenas dei continuidade ao trabalho dele. Fiz o que deveria ser feito e me orgulho demais da seleção de 70. Ela ficará marcada para sempre na história do esporte. Isso ninguém vai conseguir apagar”. (V.M)

Com tempo para treinar, a seleção de 70 voou em campo e, depois de colocar a faixa, foi considerada pela crítica internacional o time mais fantástico de todos os tempos. Perto da despedida, Pelé esteve perfeito na Copa do Mundo, e seus coadjuvantes também cumpriram com louvor a missão do tri. O Brasil venceu os seis jogos que disputou, contra Tchecoslováquia (4 x 1), Inglaterra (1 x 0), Romênia (3 x 2), Peru (4 x 2), Uruguai (3 x 1) e Itália (4 x 1). Zagallo adquiriu status. O jogador vencedor das décadas de 50 e 60 abriu espaço para um treinador de altíssimo nível. As imagens do passado ficaram embaçadas diante do sucesso presente. Assim, o alagoano venceu as desconfianças e o primeiro mata-mata contra o tempo. Entre sucessos e desilusões, o treinador seguiu sua carreira vencedora. Perdeu as Copas de 74 e de 98, mas foi fundamental na campanha do tetra, em 1994. Já no cargo de coordenador-técnico, foi o escudo de Parreira no Mundial e ajudou o País na retomada do seu futebol. Com quatro títulos de Copas, Zagallo se transformou no maior vencedor da história da bola, e sua imagem passou a ser confundida com a camisa da seleção brasileira. O Velho Lobo voltou a treinar clubes e, em 2001, conquistou sua última taça numa cidade especial. “Deus me permitiu que o meu último título fosse levantado na terra dos meus pais e na minha terra. Tive essa felicidade de vencer a Copa dos Campeões com o Flamengo em Maceió e fiquei muito emocionado com tudo isso. Foi um ciclo que se fechou ali. Por onde vou, carrego esse orgulho de ter nascido em Alagoas, e essa conquista foi mais um presente que ganhei”, declarou. Em 2006, Zagallo voltou a ser coordenador-técnico da seleção, mas, doente e depressivo, não conseguiu executar o trabalho que esperava. O Brasil caiu diante da França, e o alagoano deixou, sutilmente, o campo de jogo. “Sempre lidei muito bem com o tempo e agradeço a Deus todos os dias por tudo o que aconteceu comigo. A princípio, eu não pensava em jogar futebol, meus pais não queriam, mas, por causa do meu irmão, comecei no América de brincadeira. Os anos se seguiram, fui vitorioso na vida e na carreira, e hoje só guardo boas lembranças. Acompanho o futebol, assisto aos jogos pela TV e sempre me emociono com a seleção. Aos 80 anos, acho que ainda posso colaborar de alguma forma com a Amarelinha. Não fui convidado nem vou me oferecer, mas, se for chamado, estarei presente no projeto para a Copa 2014. Quando a seleção nos chama, é nosso dever atendê-la de pronto, sem pensar duas vezes”, avisou o incansável Lobo, que segue desafiando o tempo como um Policarpo Quaresma de chuteiras e boné. (V.M)


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Jacozinho, o ponta que conquistou o Brasil

H

ouve um tempo em que um habilidoso ponta mandava nos campos de Alagoas. Driblava como poucos por essas bandas e tinha o mágico poder de despertar as multidões. Jacozinho dominava a bola, domava seus marcadores e hipnotizava o público. O personagem, composto por talento, jeito e fala, desembarcou em Maceió em 1982 e multiplicou os torcedores do CSA. Em campo, fazia estragos por onde passava; fora dele, cativava até os rivais com um jeito de Pedro Malazarte do Nordeste. O sergipano Givaldo Santos Vasconcelos nasceu há 56 anos na pequena Garuru. Destaque nas peladas, tentou a sorte no futebol profissional e desenvolveu a carreira no Vasco de Aracaju. Depois, recebeu o convite do Sergipe e iniciou sua trajetória. Com gols e belas jo-

gadas, despertou a cobiça dos dirigentes do Galícia e foi atuar no atraente futebol baiano. Mas o destino reservou para o ponteiro uma certa camisa azul. O Azulão do Mutange iniciava na década de 80 um de seus períodos mais marcantes de glória. Contratado pelo então presidente do clube, João Lyra, o reforço veio de avião para Maceió e lembra ter causado uma má impressão aos passageiros e tripulantes Zico e Jacozinho se reencontram num duelo entre Flamengo e CSA da aeronave. "Cansado da viagem, resolvi tirar muitas vezes teve até as contas a qualidade a serviço do futemeu sapato e foi um pagas em Maceió por torcedo- bol brasileiro. O Melo, lateral Deus nos acuda no res azulinos. "No auge da minha do CRB, sofria comigo em avião. Quase que o carreira no CSA, não precisava campo. Teve um Clássico das bicho muda até de rota gastar dinheiro. Num restau- Multidões que ele errou todos por causa do chulé que inva- rante, ou o dono não cobrava os botes e eu me consagrei. diu a cabine. A pedido do pes- ou sempre aparecia um torce- Depois disseram que ele até soal, coloquei outra vez o sapa- dor endinheirado para pagar. bateu o carro porque saiu do to e pudemos descer no aeropor- Era tratado como um rei em Rei Pelé desnorteado", contou o irreverente Jacó. to de Maceió", conta o ex-jogador. Alagoas", lembrou. "Vivi meu período de ouro Com esse status no Estado, Jacozinho dava um jeitinho para tudo. Convencia os diri- na década de 80 com a camisa se juntou ao jornalista Márcio gentes a aumentar o "bicho", e do Azulão. Era a velocidade e Canuto e alimentou o folclore

em torno de seu nome. Lançouse candidato a uma vaga na seleção brasileira em 1985 e, depois de ser protagonista de algumas reportagens na TV Globo, conquistou o País. "Se o seu Avaristo (sic) me convocar, eu vou tentar fazer o máximo. Sou um ponta agressivo, jogo nas duas, e jamais os laterais vão conseguir me pegar porque meu futebol é alegre e objetivo", vendeu o seu peixe o bom Jacó para o técnico Evaristo de Macedo, então comandante da seleção brasileira. O treinador até falou sobre o ídolo do CSA. "Ele é um bom jogador, mas é claro que precisa se integrar em um grande time para mostrar todas as qualidades. Tenho visto os gols dele no Fantástico, realmente são sensacionais, e, sobretudo, gosto do espírito dele, dessa vontade que tem de chegar à seleção Ele vai lutar, vai continuar, e quem sabe", declarou Evaristo, em entrevista ao Globo Esporte em 1985. (V.M)

A história de um gol eterno Jacó parece ainda não ter saído do cenário de um jogo no Maracanã. Em 1985, Zico promoveu uma grande festa no seu retorno ao Flamengo. Na partida especial, o craque defendeu o Rubro-Negro no duelo com uma seleção formada por grandes nomes do futebol mundial. A saga começou quando Jacozinho foi jogar com o CSA contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte, e resolveu tentar a sorte no Rio de Janeiro. Ele foi assistir a um jogo entre Vasco e Bangu, no Maracanã, e o jornalista da Rádio Globo Washington Rodrigues, ao ver o astro no estádio, convidou Jacó para comentar a partida. Ele assumiu o comando da jornada e não teve para ninguém.

A torcida do Vasco deixava de prestar atenção no jogo para ouvir as histórias do boleiro. Naquela mesma semana, Zico programava sua festa no Maracanã, e o repórter Márcio Canuto tentou colocar o craque do CSA no "scripit". "Com aquele jeitão, o Márcio me disse: vamos, Jacó, vou lhe apresentar ao Zico e você vai entrar nessa festa, meu filho. O povo quer que você jogue", lembrou Jacozinho. Na apresentação ao craque do Flamengo, o sergipano percebeu que as coisas não seriam tão fáceis. "O Zico mal pegou na minha mão e virou de costas. Quis ir embora, mas já tinha feito amizade com outros jogadores, como o Júnior, e o Márcio me convenceu a ficar".

Jacozinho contou que ficou esperando ansioso pela oportunidade de entrar. Ao seu lado, o técnico da seleção era Telê Santana, que assistia ao jogo tranquilamente, sentado no banco de reservas. "Eu estava aperreado porque queria mostrar o meu futebol. Era a chance. No segundo tempo, a partida estava morna e, de repente, a massa começou a gritar meu nome: 'Jacozinho! Jacozinho! Jacozinho!' Eu era o circo que o povo queria, e o Telê resolveu atender à torcida. Me chamou para conversar e mandou eu entrar no lugar do Falcão", contou. Jacó entrou endiabrado em campo. Buscando o jogo a toda hora, percebeu em certo momento em que Maradona havia rece-

Jacozinho cumprimenta Maradona antes do jogo das estrelas no Rio

bido a bola sozinho no meiocampo. Partiu em velocidade e foi lançado pelo gênio argentino no meio da defesa do Flamengo. O ponta dominou a bola em velocidade, deu um drible da vaca no goleiro Cantarelle, ganhou do zagueiro Figueiredo na corrida e cu-

tucou para o gol vazio. "Foi a consagração. Depois daquele gol, amigo, a torcida esqueceu o Zico e só gritava o meu nome. Saí do Maracanã consagrado. No outro dia, as manchetes destacavam: Jacozinho rouba a festa de Zico", declarou. (V.M)


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Jacozinho sempre vem a Alagoas para visitar os amigos e rever a torcida do Centro Sportivo Alagoano

Um craque que desprezou o futuro Mas o auge é apenas é antecâmara da decadência. Jacozinho era um legítimo representante da maioria dos boleiros. Descompromissado, nunca pensou em poupar dinheiro ou se preparar para o fim da carreira. Em determinado momento da vida, teve certeza de que daria um chapéu no tempo e seguiria fazendo a alegria da massa. "Infelizmente, o tempo me pegou e também quase acabei com a minha vida. Em 91, já não tinha condições de jogar futebol e só entrava em campo por causa do nome. As noitadas e até as drogas acabaram comigo. Não tinha velocidade, não conseguia driblar, nada. Nessa época, eu ficava me escondendo atrás dos zagueiros para não receber a bola.

Jogava porque não tinha como sobreviver e cheguei a passar fome, já que todo o dinheiro que pegava era para as drogas ou as bebidas. Costumo dizer que passei do fundo do poço no fim da minha carreira", declarou Jacó. "Sofri muito na minha vida. Depois de ter chegado tão longe, vi tudo despencar. Cheguei a dormir num quartinho embaixo de uma arquibancada porque não tinha para onde ir. Isso foi em 1993, no Imperatriz do Maranhão. Eu digo que me arrastei em campo até os 40 anos, quando fui obrigado a parar no próprio Imperatriz. Fiquei sem um tostão no bolso quando encerrei a carreira. Foi duro olhar para os lados e não saber o que fazer", contou Jacozinho. (V.M)

Jacó sofreu quando parou, mas deu a volta por cima O impacto do fim da carreira demorou a ser absorvido pelo jogador, mas, com o tempo e as lições que aprendeu, foi buscar formas de ganhar a vida. "Percebi que se continuasse daquele jeito teria o mesmo fim do Garrincha (uma das vítimas mais conhecidas do alcoolismo no futebol). Me converti, aceitei Jesus, e tudo começou a mudar. Trabalhei como treinador já no Imperatriz e fui seguindo a carreira. Tive total apoio da minha família, que ficava em Jequié na Bahia enquanto eu jogava, e, aos poucos, fui ajeitando a minha vida. Me envolvi com a política, mas disso me arrependo porque trabalhei por muitos anos no meio e deixei de lado o futebol, os meus contatos. Hoje estou me formando em educação física por uma universidade à distância, fui treinador em Simões Filho, na Bahia, e também sou empresário de jogadores. Meu

sonho é ser treinador do CSA e relembrar aquele tempo mágico. Neste ano, tive a oportunidade de rever os amigos do meu Azulão na festa de 98 anos do clube, no Mutange, e isso foi gratificante. Fico muito feliz por ter marcado essa torcida tão grande de Alagoas e, no futuro, quero voltar a morar em Maceió". Jacozinho continua sendo um excelente contador de "causos". Talvez o melhor que já tenha passado pelo futebol de Alagoas. Carismático, ele ainda é o centro das atenções por onde quer que vá. O sonho de vestir a camisa da seleção brasileira ficou perdido no tempo, mas os gols e os títulos conquistados no CSA estão registrados nos arquivos do esporte, na história do clube e, principalmente, na memória de quem teve o privilégio de vêlo atuar no Estádio Rei Pelé. (V.M.)

Arquivo

Jacozinho foi coroado rei do futebol alagoano depois do vice-campeonato da Taça de Prata, em 1983


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Peu se confunde com a história do CSA Poucos atletas se identificaram tanto com o Centro Sportivo Alagoano quanto o meia-atacante Peu. Um dos principais jogadores revelados pelo clube, ele conta que praticamente nasceu no velho campo do Mutange. A sua família formou quatro atletas de destaque em Alagoas, e todos eles deixaram sua marca na camisa azul e branca. "Meu pai, Seu Antônio, era roupeiro do CSA e minha mãe, Dona Maria, lavadeira do clube. Fui criado jogando bola no Mutange entre os atletas profissionais do Azulão e não poderia ser outra coisa senão jogador de futebol. Meus irmãos, Manuelzinho Caranguejo, falecido há dois anos, Jorge Siri e Chico, também marcaram época no esporte alagoano e mais precisamente no CSA", contou Peu, que faz questão de enfatizar a cor do seu sangue. "É azul até umas horas. A minha história se confunde com a do CSA. Graças a Deus, ninguém fala sobre as passagens mais marcantes do clube sem citar meu nome. Da mesma forma, não dou nenhuma entrevista sem falar sobre o Azulão. A paixão é tão grande, que até hoje não tenho nenhuma camisa vermelha no meu guarda-roupa. Sou treinador profissional, mas acho muito difícil traba-

Peu disse que jamais teve uma camisa vermelha no seu guarda-roupa

lhar um dia no CRB", avisou Peu, alfinetando o velho rival. O jogador começou no dente de leite do CSA, passou por todas as categorias da base e despontou no profissional em 1976. Com grandes jogadas, passes perfeitos e belíssimos gols, tomou conta do meio-campo do Azulão no final da década de 70 e, em 1980, apresentou, segundo ele, seu melhor futebol em Alagoas. "Comecei a jogar e ainda estava no banco de reservas quando con-

quistamos o título do Primeiro Turno de 1976 contra o CRB no famoso clássico do Castanha. Para quem não sabe, digo que jogávamos pelo empate para ficar com o título no Rei Pelé. O atacante Silva Cão ia fazer o gol de desempate, e, depois de um arremate fatal, o nosso massagista, que tinha ido atender um jogador, entrou em campo e tirou a bola quase em cima da linha. Os caras do outro lado ficaram furiosos. Nesse dia, tive que trabalhar até de segurança para que os regatianos não pegassem o Castanha", contou, às gargalhadas, o jogador. "Depois desse título, me firmei entre os titulares e estava voando em campo em 80. O título alagoano marcou minha carreira e o CSA, e também me deu muita confiança. Em 1981, o Sebastião Lazaroni (ex-técnico da seleção brasileira) observou alguns jogos da Taça de Prata, competição em que o Azulão ficou em segundo lugar, e me levou para o Flamengo. Na Gávea, conquistei troféus importantíssimos, e o destaque foi, sem dúvida, o Mundial Interclubes. No Japão, detonamos o Liverpool por 3 x 0 e escrevemos nossos nomes na história do clube", recordou Julio dos Santos Ângelo, que até hoje não sabe dizer como surgiu o apelido Peu. (V.M)

O reserva do craque Zico no Flamengo No Flamengo, Peu era um reserva de luxo. Ele jogava na posição do craque Zico e, quando era chamado, não decepcionava a torcida. O alagoano disse na entrevista a O JORNAL que o gol mais importante de sua carreira foi registrado na semifinal do Brasileirão de 1982, contra o Guarani. "Fomos campeões naquele ano, e marquei um gol no jogo decisivo diante do Guarani, que tinha uma equipe muito forte naquela época. Vibrei muito com essa vitória e, depois, com o título. Até hoje guardo as camisas e as medalhas do período. O Flamengo também não me esquece, e todas as vezes em que vou ao Rio

de Janeiro, sou muito bem recebido. Neste ano mesmo, fui entrevistado pela ESPN para um especial que vai ser lançado sobre os 30 anos do título mundial", declarou Peu, que ainda jogou no Santa Cruz, no Botafogo-SP, no Atlético-PR e até no Monterrey do México. "Guardo excelentes lembranças dos meus tempos de futebol. Corri o mundo e não tenho nenhuma mágoa ou tristeza. Sempre fui muito alegre e brincalhão e fiz muitos amigos no meio esportivo", completou. O alagoano voltou ao Estado em 1991 para iniciar o ritual de despedida do futebol. Em seu retorno, ajudou o

CSA a conquistar o título alagoano e reencontrou a massa azulina em grande estilo. Mais experiente, ele já não tinha a explosão da juventude, mas se colocava melhor em campo e continuava marcando seus gols. ALGOZ - O ASA era um de seus adversários preferidos. "Não sei o que acontecia quando eu enfrentava o clube de Arapiraca. Uma vez, estava no banco de reservas num jogo em que o ASA vencia por 2 x 0. Entrei ainda na primeira etapa, fiz dois gols e fomos para o vestiário com tudo igual no placar. Na etapa final, vencemos o duelo por 4 x 2", disse Peu. "Acho que fiz 20 gols em 15 jogos disputados contra o ASA", emendou. (V.M)

Ensaiando a valsa de despedida Depois dos 30 anos, Peu já começou a preparar sua despedida dos gramados. Com uma vida financeira equilibrada, ele não precisava continuar no futebol para se manter, mas jogava pelo amor que tinha ao CSA e ao esporte. Depois de conquistar o Alagoano de 1991, o jogador não pôde evitar que o velho rival CRB fosse bicampeão em 1992 e 1993. Aos 34 anos, o meia sabia que havia chegado o momento de pendurar as chuteiras e buscar novas atividades. "O tempo pesou em 1994. Já estava cansando e, para não ficar me arrastando em campo, resolvi parar. Cada jogador precisa saber o momento certo para encerrar a carreira. Alguns conseguem atuar por mais alguns anos, mas, aos 34, estava certo de que o melhor era a aposentadoria. Meus irmãos já trabalhavam na nossa escolinha, no campo da Pedreira Monteiro, então tinha um rumo para seguir. Assim, respirei fundo e deixei o futebol, curiosamente, num jogo do CSA na Pajuçara, contra o CSE", lembrou o alagoano. Peu seguiu seus caminhos no esporte, revelou jogadores na base de Alagoas e também iniciou a carreira de treinador profissional. Neste ano, Peu, aos 51 anos, comandou o Porto de Caruaru e trabalhou ainda no União durante a Segunda Divisão do Alagoano. "Para a próxima temporada, já iniciei os contatos com o Guarani de Sobral, e vamos ver como as coisas acontecem. Continuo firme no futebol, trabalho com meus irmãos e ainda disputo as minhas peladas. Dessa forma, não tenho nem tempo para ficar pensando no passado. Às vezes, vejo os jogos de hoje e falo que tem tanto jogador fraco por aí, que poderia me consagrar. Talvez eu tenha jogado no tempo errado. Hoje se paga melhor, e a qualidade técnica é inferior". Peu diz estar realizado na carreira. O craque do CSA, que ouvia o pai contando as histórias sobre o alagoano Dida no Flamengo, seguiu os passos do ídolo azulino e só não chegou à seleção brasileira. "Mas fui campeão mundial e conquistei muitos títulos na minha carreira. Para não dizer que deixei os gramados plenamente satisfeito, admito que queria ter vencido o CRB por 6 x 0, placar da maior goleada do clássico. Sempre quis descontar a chamada Sofia, de 1939, e não consegui. Tirando isso, fiz tudo o que queria no futebol", declarou o velho camisa 10 do Mutange. (V.M)


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Lauthenay é a memória do futebol alagoano A

memória do futebol alagoano tem nome e sobrenome. Lauthenay Perdigão dedicou boa parte de seu tempo nas últimas décadas aos arquivos esportivos. O acervo pessoal ganhou imponência e se transformou no Museu de Esportes de Alagoas em 1993. O nome do museu já remete os torcedores a um período marcante da história do futebol do Estado. Edvaldo Alves Santa Rosa conquistou o mundo com o apelido de Dida e é considerado pelo próprio Lauthenay o melhor jogador alagoano da história. "Infelizmente, o Dida não tem todo esse destaque em Alagoas, porque ele jogou pouco tempo no CSA. Ele estreou profissionalmente em 1951 e, em 1953, se transferiu para o Flamengo. O jogador chamou a atenção da delegação de voleibol do time carioca, que veio jogar no Estado, e foi indicado ao presidente do clube. Foi um atacante de extrema qualidade e, no Flamengo daquela época, se juntou aos também alagoanos Tomires e Zagallo. No Rio, fez partidas geniais e se tornou ídolo da maior No museu, Lauthenay e o busto do amigo Zagallo torcida do País", lembrou o jornalista. Hoje, por causa dos estragos feitos pelo tempo, jovens momentos marcantes do nosso esporte", deo craque Dida é confundido pelas novas gera- clarou. ções com o ex-goleiro da seleção brasileira, Dida morreu há nove anos, no Rio de revelado na década de 90 pelo Cruzeiro Janeiro, e sua família ainda luta para que de Arapiraca. "Vida de jogador é assim. sua lenda resista à ação do tempo. "Meu Muitos ficam no esquecimento. Quem irmão merecia mais homenagens. Ele viu Dida jogar o reverencia, como o elevou o nome de Alagoas, foi campróprio Zico, mas o tempo passa e as peão mundial com a seleção brasileinovas gerações só ouvem falar desra e, se não fosse o Museu dos ses ídolos quando a imprensa resolEsportes, estaria esquecido por aqui. ve fazer matérias especiais ou se comeQueremos um reconhecimento maior. mora alguma data marcante do clube. Ele poderia dar nome a um grande gináNo mais, eles ficam esquecidos. Meu trasio ou estádio em Alagoas", cobrou Edson balho no museu é justamente mostrar para os Santa Rosa, irmão do craque alagoano. (V.M)

Museu começou a nascer em 1947 Lauthenay contou à reportagem que começou a montar seu arquivo em 1947 e não parou mais. Ele se orgulha do trabalho ser referência em todo o Brasil. No Museu dos Esportes, há "relíquias" do futebol que impressionam os visitantes mais exigentes. "São muitos anos de dedicação ao esporte. Infelizmente, não tenho incentivos financeiros para ajudar com as despesas do museu, mas as visitas dos apaixonados pelo esporte são gratificantes. Estudantes, turistas, imprensa e admiradores do esporte me dão força para continuar. Na inauguração do famoso Museu do Pacaembu, ouvi uma entrevista de um dos diretores em que ele elogiava nosso trabalho. Apesar de eles poderem contar com o acervo de grandes jogadores do futebol brasileiro, reconheceram que temos mais ´relíquias´ aqui em

Alagoas. Há um grande suporte tecnológico por lá, mas aqui temos um material especial. Camisas autografadas, fotos históricas, bolas, taças, faixas, reportagens, vídeos, enfim, muitas atrações para o visitante", declarou o jornalista. "Seu" Lau, como é conhecido pelos amigos, também carrega no Estado a bandeira dos jogadores aposentados. Ele criou no museu o chamado "Cantinho da Saudade" para homenagear os craques do passado. "Foi uma forma que encontrei para que os jovens tivessem acesso à carreira de grandes ídolos do esporte alagoano. Fazemos uma solenidade com vídeos, fotos e história, e revivemos períodos marcantes. Tive alguns problemas com a última homenagem que fiz e resolvi dar um tempo nesse ano. Mais para frente, vou organizar outros encontros", explicou Lauthenay. (V.M)

Alegrias e tristezas do esporte Lauthenay Perdigão ouviu muitas histórias de boleiros ao longo de sua carreira de historiador e cronista esportivo. Ele lembra uma passagem cômica envolvendo o ex-jogador do CRB Canavieira, um dos grandes artilheiros do clube na década de 60. "O Canavieira gostava muito de beber e dava dor de cabeça aos treinadores do Galo. Certa vez, ele me contou que, na véspera de um clássico com o CSA, em 1969, o técnico Pinguela fez um convite para um jantar. O jogador foi, comeu bem e, quando foi se despedir do treinador e da esposa do chefe, o homem fechou a porta e avisou: agora você vai ficar aqui, ´Seu`Canavieira. Só sai para ir ao campo amanhã. E prendeu o jogador na sua casa", contou, sorrindo, o jornalista. Mas não só de histórias engraçadas vive o futebol. "Seu" Lau destaca que a bebida é um dos grandes inimigos dos jogadores desde os tempos românticos do esporte. "O Garrincha, como todos sabem, era alcoólatra. Mas a questão em relação à bebida é que a maioria gosta de tomar uns goles, principalmente cerveja. Como treinavam e faziam uma atividade física diária, o álcool não fazia tantos estragos. O problema é que, quando eles param de jogar, continuam naquele ritmo ou até bebem mais, e aí vêm os problemas graves de saúde", afirmou. Lauthenay Perdigão não precisou puxar muito pela memória para citar alguns exemplos de jogadores que perderam o rumo quando penduraram as chuteiras. É preciso haver um sério trabalho psicológico do atleta para evitar que o impacto prejudique o resto da vida. O craque Falcão, por exemplo, costuma dizer que o jogador de futebol morre duas vezes: a primeira é quando abandona os gramados. "Lembro-me dos casos do Deda, que jogou no CSA, e do Canhoteiro, destaque da década de 60. O primeiro hoje está equilibrado, mas enfrentou muitos problemas quando parou de jogar. O Canhoteiro também melhorou muito a sua condição, mas me disse que chegou ao fundo do poço. Ele também tinha problemas com o álcool e, desesperado porque não tinha dinheiro nem para beber quando parou de jogar, andava com uma foto que tirou ao lado de Pelé. Mostrava essa fotografia no bar, dizia que era ex-jogador e algumas pessoas pagavam a bebida para ele. Foi um caso de desespero que ouvi nesses anos todos de trabalho com o futebol. Depois, Canhoteiro disse que mostrava a tal foto e o pessoal mandava ele sair do bar dizendo que o tempo dele havia passado, que ele deveria procurar trabalho num museu", declarou o jornalista. Lauthenay lembra que o futebol é efêmero e que, mesmo em plena forma, um jogador, às vezes, é esquecido. "Um atleta às vezes sai do time por causa de uma lesão e entra outro que cumpre o seu papel ou faz até melhor. A torcida esquece logo. Se isso acontece quando o jogador está em atividade, o que dizer de quando ele para. O tempo passa rápido, e todos que estão no futebol precisam saber conviver com ele. É a lei da vida", argumentou o diretor do Museu dos Esportes. (V.M)


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Arquivo Pessoal

Simoni diz que futebol de hoje faz mais vítimas

O ortopedista Michael Simoni é um dos profissionais mais respeitados da medicina esportiva do País

Lesões têm o poder de encurtar as carreiras Victor Mélo Editor de Esportes

A

s lesões cumprem a perversa função de encurtar a carreira dos atletas. O tempo de vida útil do jogador depende de seu histórico no Departamento Médico. Se as visitas foram frequentes e foram longos os períodos de afastamento das atividades de campo, há uma forte tendência de a aposentadoria ser antecipada. Para ter uma avaliação precisa sobre esse inimigo tão presente na vida dos boleiros, O JORNALconsultou o ortopedista Michael Simoni, ex-coordenador médico do Fluminense e um dos profissionais mais conceituados da medicina esportiva no País. Simoni disse que o principal responsável pelo fim precoce de uma carreira no futebol ainda é o joelho.

“Essa é, sem dúvida, a lesão mais complexa e perigosa para um jogador. Com o avanço da medicina esportiva, encontramos formas de diminuir o índice de aposentadorias por causa do joelho, mas ainda há muitos casos que se tornam irreversíveis. Uma série de lesões, por exemplo, causa artrose, e as dores são insuportáveis. O Reinaldo, um dos grandes ídolos do Atlético-MG, encerrou a carreira muito cedo em razão do joelho. Hoje, poderíamos prorrogar seu tempo no futebol, mas ainda não somos capazes de vencer todas as lesões que se apresentam”, explicou Simoni. De acordo com o médico, na sequência, as lesões no tornozelo e nos quadris também estão no topo do ranking mais perigoso para o atleta. “O tornozelo foi o responsável pelo fim da carreira do holandês Marco Van Basten, um dos melhores jogadores da

década de 80. Uma série de entorses vira um problema de grandes proporções para atletas com mais de 30 anos. As lesões nos quadris, que atingem até a virilha, também são complexas e de difícil tratamento”, destacou. Outro inimigo do jogador profissional é o peso. Quem não conseguir manter uma alimentação equilibrada, ou for vítima de doenças que aumentam muito o percentual de gordura, dificilmente vai passar dos 32 anos no campo de futebol. “O aumento do tecido gordo diminui proporcionalmente a massa muscular. Assim, o jogador fica mais suscetível a lesões musculares. Além disso, há uma perda da explosão e da velocidade, e o atleta, invariavelmente, precisa antecipar a aposentadoria. O Ronaldo sofreu com esse problema e com outros também. Ele foi herói por se manter em atividade até este ano. Precisou conviver com dores terríveis”, detalhou Michael Simoni. (V.M)

Simoni confirma que a evolução da medicina esportiva ajuda a diminuir o prazo de recuperação de uma atleta, mas também chama a atenção para o aumento da carga de esforço físico do futebol atual. “Se por um lado há uma incontestável evolução médica, por outro você tem um calendário complexo, que submete o jogador a um esforço muito grande. Assim, diria que hoje, apesar de todo o investimento feito na medicina esportiva e na capacitação de profissionais, há muito mais lesões do que no futebol do passado”, afirmou. O médico também alerta para as constantes mudanças na comissão técnica dos times do futebol brasileiro. “Não há planejamento no nosso futebol. Infelizmente, não há projetos sérios que resistam a três ou quatro derrotas. Se o time vence, tudo está bem. Se perde, as mudanças são feitas de forma intempestiva. Defendo as comissões técnicas permanentes. Acho que pior do que o tempo inadequado de trabalho nas pré-temporadas é a troca constante de preparadores físicos nos clubes”, alertou Michael Simoni. Segundo o médico, os métodos de cada profissional de preparação física são distintos, e isso acaba aumentando a quantidade de lesões no elenco. “Quando sai um profissional e entra outro, a metodologia é alterada de forma radical. O grande prejudicado por essa instabilidade do mercado do futebol é o jogador, que recebe cargas desiguais de trabalho e pode estourar”, avaliou o ortopedista. Nos exames realizados nos grandes clubes do País antes da pré-temporada, é feita uma revisão ortopédica no atleta, além de uma avaliação fisiológica e isocinética. “Também é feita a avaliação cardíaca e uma bateria de exames de sangue. Com a isocinética, hoje podemos observar como está a musculatura do jogador e programar a carga de exercícios de acordo com sua capacidade. Casos de diabetes e hipertensão são muito incomuns em atletas, assim como doenças graves. Nesses quadros raros, as doenças cardíacas são as responsáveis pela aposentadoria precoce dos jogadores”, explicou. Michael Simoni trabalhou no Fluminense com o atacante Washington, que chegou a colocar três hastes no coração e quase abandonou a carreira em 2003. “O Washington tinha diabetes, mas ele fez uma enorme quantidade de exames e conseguiu o atestado do Doutor Constantino Constantini para jogar. Creio que esse cardiologista seria o único do País a liberá-lo para voltar ao futebol depois do problema cardíaco que teve. Ele foi contratado por Atlético-PR, São Paulo e Fluminense com o aval do Constantini. Por isso, não tive nenhum trabalho a mais com o atleta. No final do ano passado, o próprio cardiologista advertiu o jogador de que estava na hora de parar, que era arriscado continuar, e, apesar de tentar prorrogar um pouco mais a carreira, ele ouviu o médico e se aposentou aos 35 anos”. (V.M)


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Árbitros vivem no tempo do amadorismo O futebol exalta o seu profissionalismo na segunda década do século XXI. Os clubes buscam novas formas de captar recursos, o uso da tecnologia aumenta os meios de o torcedor acompanhar os jogos e a exigência física faz do atleta uma máquina de competir. Mas, em meio a tantos recursos, a arbitragem continua parada no tempo. O contestado juiz segue sendo xingado como nos primórdios do esporte e, apesar de conviver com profissionais muito bem remunerados, ainda é um amador dentro de campo. O presidente da Comissão de Arbitragem de Alagoas, Hércules Martins, concedeu entrevista a O JORNAL e falou sobre o tempo na visão dos juízes e as dificuldades enfrentadas por eles para cumprirem a missão de fazer justiça no complexo mundo do futebol. “No início deste mês, São Paulo e Flamengo jogaram para quase 65 mil pessoas no Morumbi. Na reestreia do atacante Luís Fabiano, a partida foi transmitida para o Brasil e para o mundo, e o marketing que envolveu o evento foi absurdo. Dentro desse contexto, um árbitro recebia apenas R$ 2 mil e poucos para ser o responsável pela lisura da partida. Esse exemplo demonstra a realidade da arbitragem”, comentou Hércules. Para ele, o árbitro passou a ser muito mais exigido, mas sua remuneração ainda é insuficiente. “O futebol hoje cobra que o trio de arbitragem seja formado por

Marco Antônio

O alagoano Hércules Martins ainda guarda seus cartões e seu velho apito

homens biônicos. Há dez anos, corríamos entre 4 km e 5 km por jogo. Hoje, nas grandes partidas, o árbitro precisa fazer cerca de 15 km e estar sempre em cima do lance. Antes, uma câmera fazia todo o jogo; hoje, além das lentes especiais, há câmeras espalhadas por todas as partes do estádio. Isso sem falar na tal da leitura labial, que inventaram recentemente no futebol. Os recursos para quem está fora do campo se multiplicaram, e para o árbitro a visão do jogo é a mesma de 40 ou 50 anos”, reclamou.

Hércules disse que um árbitro inicia hoje a carreira por volta dos 18 anos e, em condições normais, se aposenta aos 45 anos. “Mas, com os testes rigorosos que estão sendo exigidos atualmente, creio que, daqui a pouco, ninguém vai conseguir passar dos 40 anos na arbitragem. A carga é pesadíssima para uma pessoa que precisa treinar e ter um acompanhamento nutricional por conta própria. É preciso amar demais o futebol para investir numa atividade sem reconhecimento profissional”, declarou. (V.M)

Tudo por um emblema da Fifa O presidente da Comissão Estadual de Arbitragem, Hércules Martins, afirmou que um juiz com o emblema da Fifa pode viver apenas do futebol, mas essa é uma condição efêmera. Para chegar ao topo da atividade, os juízes precisam ter talento e muito tempo de dedicação ao esporte. “Um árbitro da Fifa ganha hoje em torno de R$ 3 mil por jogo e, com esse emblema, trabalha em cerca de cinco partidas por mês. No final das contas, dá para ter, digamos, um salário de R$ 15 mil e uma condição boa de vida. Mas é

O apito final do juiz Hércules Martins

muito difícil chegar a esse nível e também é um trabalho absurdo para se manter na Fifa”, contou. Segundo Hércules, a melhor alternativa para o futebol brasileiro é a profissionalização dos principais árbitros do País. “Eu entrei no nosso sindicato em 2000, e desde aquele tempo se fala na profissionalização da arbitragem. O projeto chega ao Congresso Nacional, mas não passa pela chamada “Bancada da Bola”. Talvez porque o ônus para as federações seja muito alto, já que os árbitros trabalham em dias e horários em que, de acordo com as leis tra-

balhistas, se paga muito mais aos profissionais. Diante dessa dificuldade, a saída, na minha opinião, é profissionalizar entre 50 e 60 árbitros que trabalham na séries A e B”, avaliou o alagoano. “Mesmo assim, não seria um número ideal. Seria uma medida paliativa, mas fundamental para equilibrar a balança do futebol nacional. Pensei que, depois do caso Edilson Pereira de Carvalho (árbitro que em 2005 confessou ter “armado” resultados do Brasileirão), o quadro fosse mudar, mas, infelizmente, continuamos esperando”, acrescentou. (V.M)

Antes de ser chefe da Comissão Estadual de Arbitragem, Hércules Martins era o principal juiz do quadro alagoano. Requisitado para os principais jogos da região, ele permaneceu nos gramados até os 41 anos. Uma lesão e um convite inesperados fizeram Hércules aposentar o apito em novembro de 2007. “Sempre gostei muito de arbitrar. Da adrenalina das partidas, de comandar os grandes clássicos e de procurar desenvolver minha atividade no futebol com honestidade e dedicação. Há quatro anos, sofri uma lesão nos quadris e tive que parar por cerca de quatro meses. Ainda tinha três ou quatro anos de vida útil na arbitragem, mas, nesse período, o Gustavo Feijó assumiu a Federação Alagoana de Futebol e me fez o convite para comandar a comissão estadual. Conversei com minha família e aceitei o desafio”, contou o alagoano. De acordo com Hércules, até 2008 ele apenas se considerava um árbitro que coordenava o trabalho dos demais no Estado. “Passado o impacto inicial do cargo, caiu a ficha da aposentadoria no ano seguinte. Senti muita saudade de comandar as partidas e, quando ia preparar os relatórios dos jogos, fazia o mesmo percurso dos tempos em que arbitrava. Passeava pelo gramado, observava as traves e olhava para a multidão nas arquibancadas. Dava vontade de voltar. Passados dois anos, aquele vazio diminuiu e entendi que minha missão era outra. Guardo com carinho os meus velhos cartões, meu apito, relatórios sobre os jogos, mas sei que isso hoje faz parte do passado”, revelou. Ele confidenciou ainda à reportagem que guarda dois momentos marcantes de sua carreira. “A boa lembrança me remete a um clássico entre CSA e CRB de 2005. Um dirigente do CSA criou uma polêmica muito grande na semana que antecedeu o jogo dizendo que o seu clube venceria até com um gol de mão. Foi uma pressão gigantesca sobre mim. Mas me concentrei, me preparei da melhor maneira possível para o clássico e, felizmente, tudo deu certo. Num jogo explosivo, nem fui notado em campo. Saí do Estádio Rei Pelé com a certeza do dever cumprido”. A lembrança mais triste de Hércules o acompanha desde 2003. “Nesse período, havia uma rivalidade muito grande entre CSA e Corinthians Alagoano. No jogo, deixei de expulsar um jogador do CSA e foi criada uma grande confusão no segundo tempo. Confesso que me perdi na partida e acabei expulsando quatro jogadores do Corinthians e um do CSA. Houve uma briga generalizada, e, na semana seguinte, foi feita uma reunião em que os dirigentes decidiram trazer arbitragem de fora para as finais do Estadual. Fiquei me sentindo culpado por outros árbitros de Alagoas deixarem de trabalhar naquele ano. Foi um período de grande turbulência na minha carreira, mas também serviu como um aprendizado”, declarou. (V.M)


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O ciclo recomeça a cada novo chute

Defendendo a seleção alagoana, o craque Dida marca um gol no início da década de 50

Resposta do tempo Meninos, eu vi. Eu vi o começo de tudo no futebol de Alagoas. Vi a bola de capotão, cheia de costura, desafiar o gramado irregular e explodir no poste da Pajuçara. Vi os estádios sendo construídos. Vi Lafaiete Pacheco juntando os homens das regatas para fazer do CRB um argonauta do futebol. Vi o CSAnascer no meio do povo, abaixo do morro da verde, com a bênção da lagoa Mundaú. Vi seus craques surgindo aos pares e os títulos se multiplicarem em sua sala de troféus. Meninos, eu vi. Vi a cabra Sofia passeando solene pelo campo alvirrubro. Vi, logo depois, a maior goleada do clássico receber o nome do bicho. Vi Duda Bocão, na década de 30, acertar bicicletas improváveis. Vi que nenhum zagueiro deixava o homem sozinho na área. Quem bobeasse guardaria como lembrança apenas a imagem de mais um golaço. Meninos, eu vi. Vi o craque Dida entortar meio time e fazer um gol improvável na Praça da Cadeia. Vi os detentos brigando na prisão para terem o privilégio de ficar na janela que dava para o campo mágico de jogo. Vi esse mesmo camisa 10 entrar em campo no ano de 1950 com a missão de encantar os alagoanos. Vi o atacante brilhar no CSA e se transferir, com os olhos molhados, para o famoso Flamengo em 1954. Vi a fera da Gávea conquistar o País e chegar à seleção brasileira. Meninos, eu vi. Vi o alagoano Zagallo dizer ao técnico Vicente Feola que tinha fôlego para

marcar e atacar durante a Copa de 58. Vi esse jogador incansável trocar passes com Dida na Suécia e chorar amparado pela comissão técnica ao conquistar a taça mais cobiçada do futebol. Meninos, eu vi. Vi o ASAnascendo em 1952 e sendo campeão já em 53. Vi Arapiraca crescendo com o clube e pelo valor de seus craques. Vi o CSE dando trabalho aos grandes da capital e vi Barroso, Alexandria, Santa Cruz e Ferroviário levantarem a taça. Vi o craque Paulo Nylon em campo e ainda vi o longo período de hegemonia de CRB e CSA em Alagoas. Vi todos os seus clássicos e vibrei com todos os seus heróis. Meninos, eu vi. Vi Roberto Menezes amortecer a bola no peito e fazer um lançamento de 30 metros no Estádio de Pelé. Vi Arcanjo receber um passe de Tonho Lima, vencer os marcadores na corrida e fazer a charanga do Zé Emílio tocar por horas a fio. Meninos, eu vi. Vi o projeto do Estádio Rei Pelé virar concreto em 1970. Vi a seleção alagoana enfrentar o Santos na inauguração e ainda vi o Rei do Futebol, com um chapéu de cangaceiro, acenar para o povo. Vi o zagueiro Paranhos tomar conta dos atacantes adversários e ainda subir ao ataque para marcar um gol de cabeça pelo CSA. Vi esse mesmo alagoano com a camisa do São Paulo nos maiores clássicos do País. (V.M)

Meninos, eu vi. Vi o massagista Castanha invadir o gramado do Rei Pelé e salvar um gol certo do CRB. Vi o homem correndo de uma multidão regatiana e sendo festejado pelos fervorosos azulinos. Vi Silva Cão executar um cruzamento preciso na cabeça de Joãozinho Paulista. Vi o maior artilheiro do futebol alagoano se antecipar aos zagueiros e guardar mais um gol com a camisa vermelha. Meninos, eu vi. Vi Ferreti ser contratado a peso de ouro para fortalecer o time do CSA. Vi o atacante driblar os regatianos e bater cruzado na área, longe das mãos do excelente César. Vi o Cruzeiro de Arapiraca nascer, revelar o goleiro Dida e depois fechar as portas. Vi o goleador Freitas comemorar mais uma vitória do ASA abraçado ao velho Vicente Categoria. Vi o gaúcho Felipão jogando com a camisa do CSA em 1982, e ainda vi o início de sua carreira como treinador no Azulão. Meninos, eu vi. Vi Jacozinho andando de bicicleta no Mutange e avisando o “Seu Avaristo” que estava pronto para vestir a camisa da seleção. Vi o meia Peu esbanjando talento no meio-campo do CSA e do Flamengo, e vi Zico saindo de campo para ser substituído pelo alagoano. Vi os gols de Pitico, no ASA, de Dentinho, no Comercial, e o título do Capelense de 1989. Vi Jorge Vasconcelos, Hélio Miranda e Roberval Davino desenvolverem estratégias definitivas para vencer seus adversários. Vi o ponteiro Edson fazer estripulias com os escudos de CRB e CSA, vi Ivanildo, com sua fita no cabelo, ter a coragem de driblar o implacável Café e vi a geração de Jerônimo e China conquistar três títulos com a camisa do Galo. Meninos, eu vi. Vi o CSA destruir os adversários no Alagoano de 1994 com um trio mágico formado por Wilson, Lino e Catanha. Vi o atacante Inha ser o maior artilheiro do estadual, em 1995, com 37 gols e a camisa do CRB; vi o CSA ser vice-campeão da Conmebol contra o Talleres, na Argentina, em 1999, e vi Jaelson se posicionar bem na grande área para marcar um gol histórico do ASA na final de 2000. Vi a glória do Estado se transferir para o interior. Meninos eu, vi. Vi o ASA eliminar o Palmeiras na Copa do Brasil. Vi Sandro Goiano marcando o gol da queda paulista e ainda vi uma geração de ouro nascer no futebol de Alagoas. Vi Aloísio Chulapa vencendo a fome em Atalaia, defendendo a camisa do CRB e conquistando o mundo no São Paulo. Vi Flávio, Adriano, Souza e Cleiton Xavier se destacarem no CSA e fazerem fama no futebol brasileiro. Meninos, eu vi. Vi a alagoana Marta vencer os preconceitos e ser coroada rainha do futebol. Vi sua coragem ao desafiar as adversárias e ao defender as causas das mulheres no púlpito da Fifa. Vi Júnior Amorim ser apresentado à torcida do CRB e ganhar um abraço carinhoso da Dona Enaura. Vi o Corinthians-AL ser o maior exportador de jogadores do País e vi seu time conquistar o Estadual em 2004. Meninos eu vi. Vi Didira, Viçosa e Vica colocarem o ASA na Série B do Nacional e vi o Coruripe, de Edson Di, e o Murici, de Alexsandro, serem campeões estaduais. Meninos eu, vi. Vi Lauthenay Perdigão anotando todas essas histórias em seu velho caderninho e guardando muitas dessas imagens no Museu dos Esportes. Vi o pai levando o filho ao estádio e contando, com detalhes, os causos que dão ao esporte um tom imortal. Vi, enfim, tudo recomeçar no dia em que uma criança chutou a bola em movimento e escolheu uma nova camisa para torcer. (V.M.)


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"Aquele Beijo" A nova novela das sete, da Globo, investe na comédia para abordar histórias de amor Páginas 6 e 7


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PRIMEIRA MÃO

O ASTRO

“B ola” da vez

Pedro Paulo Figueiredo/CZN

Por Manu Moreira PopTevê De volta ao ar em "Força-Tarefa", Fabiula Nascimento interpreta personagem mais conflituosa

O QUE VEM POR AÍ

Fabiula Nascimento só teve a oportunidade de interpretar na tevê personagens descontraídas. Mesmo em tramas um pouco mais densas, como a de "Força-Tarefa", sua personagem era o suspiro da história policial. Mas, na nova e última temporada da produção da Globo - que estreia no dia 3 de novembro - Jaqueline, papel que interpreta, volta mais dramática. "Wilson está passando por uma barra pesada e sobra para a família", adianta Fabiula, referindo-se ao personagem de Murilo Benício, que é seu marido na trama. Wilson sofre com uma profunda depressão depois que seus amigos da corregedoria são assassinados e assim passa a ser um marido e pai distante. "Agora a Jaqueline também é mãe de um menino de três anos, que depende dos cuidados dela e que sofre com a ausência do pai", explica. As mudanças no perfil da personagem desencadearam em uma preparação diferente para Fabiula. Para esta fase de Jaqueline, a atriz buscou inspirações em relações de conhecidos e em sua própria observação do cotidiano. "Minha profissão já exige isso. É claro que se você já tem um recheio, uma história pessoal, é ótimo. Mas olho muito para fora", explica ela, que se sente cansada por conta das cenas mais tensas das quais tem participado. "Outro dia, gravamos um episódio onde a Jaqueline foi sequestrada. Toda a sequência foi rodada em um único dia. Saí daqui esgotada!", lembra. Apesar do esgotamento nas cenas, Fabiula gostou do episódio que envolveu mais ação do que as sequências em que Jaqueline está em casa, cuidando do filho. "Eu não sou nada delicada e muito maloqueira. Daria uma ótima policial!", diverte-se. No ar desde a primeira temporada da trama policial, que marcou a sua estreia na tevê, Fabiula foi convidada por José Alvarenga Jr., diretor do seriado, quando ele a viu no longa "Estômago", de Marcos Jorge. No filme, ela interpretava uma prostituta que se viciava nas coxinhas de galinha feitas pelo protagonista da história. "Ali foi a minha grande vitrine. Aquela personagem foi essencial para ganhar algum prestígio na área", analisa. Depois, acabou assinando contrato com a Globo e, desde então, só esteve em duas produções da casa: as três

Divulgação

Face dramática

temporadas de "Força-Tarefa" e na comédia "Junto & Misturado", que ainda não tem previsão de uma segunda temporada. "Antes de divulgarem que 'Junto & Misturado' não entraria na grade deste ano, eu já não estava no elenco. Tive de sair pois seria exibido na mesma época que 'Força-Tarefa'", explica. Com o fim da trama policial da Globo, Fabiula ainda não tem destino certo na emissora. Apesar disso, acredita que esse é o momento de fazer coisas novas no canal. "Ainda não estive em nenhuma

novela, pois estava sempre comprometida e reservada para as séries. Mas tenho vontade de tudo que ainda não fiz", garante. Além da expectativa de conseguir emplacar em um folhetim, Fabiula dá continuidade aos trabalhos no cinema. Para o próximo ano, a atriz já tem dois longas para rodar, "Lobo Atrás da Porta", de Fernando Coimbra, com Leandra Leal no elenco, e "Estação Liberdade" de Caito Ortiz. "Tudo isso vai ser seguido. Então acredito que, terminando os dois, tiro um tempinho de férias", planeja.

Nesta semana, em "O Astro", o cerco se fecha para Felipe (Henri Castelli) [foto]. O gigolô ainda nutria a esperança de recuperar um dossiê que podia incriminá-lo, mas foi surpreendido por uma "rasteira" do destino. Apolícia conta para Clô (Regina Duarte) que o "bonitão" é suspeito da morte de Salomão (Daniel Filho) e do roubo de uma escultura da mansão. A dondoca fica boquiaberta. Afinal de contas, ela sempre deu tudo para o garoto e não imaginava tamanha traição. Com a polícia na sua "cola", Felipe ainda complica sua situação brigando com Samir (Marco Ricca). A única salvação do rapaz é procurar o pai e pedir dinheiro para uma fuga internacional. Contudo, os investigadores o alcançam e dão voz de prisão. Na cadeia, Felipe recebe visitas de advogado e até da esnobe Clô, que pede para ele ficar quieto. Enquanto estiver no xadrez, é bom que o moço fique bem atento. Samir ordenou a Neco (Humberto Martins) que arrume um jeito para matar Felipe o quanto antes. Ou seja, todo cuidado é pouco e ninguém é confiável. (Gabriel Sobreira/PopTevê) # Lili diz a Márcio que os dois precisam viajar para esquecer os problemas. # Neco recebe carta do oficial de justiça comunicando que Laura ficará com o salão.


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PERSONAGEM DA SEMANA

Instinto Selvagem Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Por Ana Paula Hinz PopTevê

Na primeira versão de "O Astro", Beatriz, vivida por Heloísa Helena, pouco se destacava na trama de Janete Clair. No "remake", adaptado por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, Guilhermina Guinle assumiu a personagem já com infinitas diferenças. Mais contemporânea e atrevida, Beatriz revelou-se uma mulher decidida, tanto no aspecto profissional quanto no amoroso. Ao contrário da romântica Amanda, de Carolina Ferraz, a assessora do grupo Hayalla encara seus relacionamentos íntimos com menos compromisso e preocupação. "A Beatriz tem um lado sexual muito aflorado. De certa forma, ela tem uma cabeça muito masculina ao lidar com esse assunto", analisa Guilhermina, que comemora o lado descontraído de sua personagem. "Se ela quer se divertir, ela se diverte. É uma mulher que gosta de aproveitar a vida", opina. Antes de se envolver com Neco, vivido por Humberto Martins, Beatriz já mostrava ser uma mulher sensual e despudorada. Mas, depois de virar amante do malandro, suas cenas esquentaram ainda mais. "Ela ama viver essa história com o Neco porque na cabeça dela é algo diferente. A Beatriz acha emocionante ter um namorado bandido", avalia a atriz, que costuma dar palpites nas sequências íntimas. Caso, por exemplo, do polêmico "take" que exibiu seus seios. "Eu e o Marco íamos fazer essa cena em pé. Aí, eu sugeri ao diretor de fazermos deitados e de uma forma mais delicada", conta, referindo-se a Marco Ricca, que encarna o mau-caráter Samir. Apesar de Guilhermina afirmar que Beatriz é a sua personagem mais especial

Na pele da Beatriz, de "O Astro", Guilhermina Guinle demonstra sensualidade e ousadia

atualmente, ela garante que não tem apenas uma personagem preferida na carreira. Para a atriz, que além da Globo já passou pela Record, SBT e Manchete, todos os papéis que faz contribuem para

o seu amadurecimento profissional. "O segredo do sucesso na profissão é você conseguir se manter em evidência ao longo da vida, não apenas em um trabalho", filosofa.

P - Quando a Globo decidiu fazer a adaptação de "O Astro", você fez questão de participar. O que motivou você a querer fazer parte do elenco? R - Logo depois que fiz "Ti-Ti-Ti", a Globo estava sondando os atores para "O Astro". Só que ela queria poupar os que tinham acabado de sair do ar. Então, fui eu que corri atrás. Eu quis participar por causa da equipe, por ser uma grande aposta da Globo e por ser um "remake". Ainda mais sendo da novela com a trama do famoso "Quem matou Salomão Hayalla?". P - As cenas sensuais e de nudez da Beatriz foram muito chamativas. Você tem alguma dificuldade em fazer esse tipo de sequência ou de lidar com a repercussão dela? R - Eu não vejo problema em fazer cenas de nudez, desde que eu acredite no que estou fazendo. A minha maior preocupação é ver se aquilo tem um propósito para a personagem. Tento fazer de primeira para acabar logo e ficar bom, mas não tenho problema com isso. São cenas em que há uma troca entre o diretor e os atores e um cuidado muito grande. Já os comentários maliciosos, eu não levo tão a sério. Acho engraçado. P - Em televisão, é comum haver pouco tempo de preparação para um papel. Como você faz para encontrar o tom certo na hora de compor o perfil de uma personagem? R - No caso da Beatriz, eu fiz muitas leituras até pegar o tom dela. Já a Luiza, de "Ti-Ti-Ti", era uma mulher bem-resolvida que virou vilã. Então, apesar de existir uma sinopse, tudo pode mudar. O importante é entender a essência do personagem e fazer com a maior credibilidade possível cada cena.

ANIVERSÁRIOS DA SEMANA DE 16 A 22 DE OUTUBRO 16/10 - Fernanda Montenegro, 82 anos, e Didi Wagner, 36 anos. 17/10 - Nuno Leal Maia, 64 anos, e Bárbara Paz, 37 anos. 18/10 - Orlando Drummond, 92 anos, e Tatyane Goulart, 28 anos. 19/10 - Glória Menezes, 77 anos. 20/10 - Eliane Giardini, 59 anos, Rodrigo Faro, 38 anos, e Roberta Rodrigues, 29 anos.

21/10 - Marisa Orth, 48 anos, Carla Regina, 35 anos, Fernanda Rodrigues, 32 anos, e Aisha Jambo, 26 anos. Nesta data, há 17 anos, foi ao ar o último capítulo de "AViagem", novela de Ivani Ribeiro, dirigida por Wolf Maya e Ignácio Coqueiro. A trama do folhetim, um "remake" de uma produção homônima da TV Tupi, foi inspirada na filosofia de Alan Kardec. O enredo central, focado na temática do espiritismo, abordou questões como a mediunidade, reencarnação e obsessão. Na

história, Alexandre, vivido por Guilherme Fontes, é um jovem que, após sua morte, passa a infernizar a vida dos irmãos, a quem atribui a culpa por seu suicídio. O grande clímax da novela foi o acidente em que morre Otávio, de Antonio Fagundes. Mesmo depois de passar para o outro plano, ele mantém um amor transcendental com Dinah, interpretada por Christiane Torloni. 22/10 - Ana Beatriz Nogueira, 44 anos, e Ana Furtado, 38 anos.


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MAPA DA MINA Por Manu Moreira

Confusão (GLOBO, DOM, 13h) No episódio de "Os Caras de Pau" deste domingo, Jorginho, de Leandro Hassum, decide pegar emprestado por alguns minutos o jornal do vizinho. O que Jorginho não imaginava é que o síndico instalou câmaras de segurança no corredor do prédio para evitar esse tipo de ação. Na tentativa de salvar o amigo, Pedrão, de Marcius Melhem, tenta tranquilizá-lo, dizendo que vão trocar a fita com a prova do crime por outra que não tem o registro do empréstimo do jornal. Vida de adolescente (BAND, SEG, 21h) Estreia hoje, na Band, a série infantojuvenil "Julie e Os Fantasmas". A produção, que foi totalmente gravada em HD, conta a história de uma adolescente de 15 anos. Apaixonada por música, ela liberta os fantasmas de uma banda dos anos 80 que ficou presa dentro de um disco de vinil por 25 anos. Humor típico (GLOBO, SEG, 19h) Nesta segunda, estreia "Aquele Beijo", novo folhetim das sete da Globo. A produção é escrita por Miguel Falabella, dirigida por Cininha de Paula e tem no elenco Grazi Massafera, Giovanna Antonelli, Ricardo Pereira e Claudia Jimenez, entre outros. Nos primeiros ca-

pítulos, a novela mostra cenas gravadas na Colômbia. Empurrãozinho (SBT, TER, 20h15) Conquistar a pessoa amada é difícil. Superar traumas, reconquistar uma paixão e viver uma relação são ainda mais complicados. E o "Esquadrão do Amor", do SBT, tem justamente a missão de ajudar os participantes que passam por essas questões. A produção é apresentada por Alana Rodrigues, consultora de imagem. Anjos rebeldes (BAND, TER, 9h15) Ser adolescente não é fácil. Acrescente a essa fase da vida a responsabilidade pela paz e o equilíbrio. Essa é a missão dos jovens de "Quase Anjos", novelinha da Band. A produção é argentina e idealizada por Cris Morena, a mesma criadora de "Chiquititas", "Rebelde Way" e "Floricenta". Afiado (BAND, QUA, 15h30) Danilo Gentilli é conhecido por seu humor ácido e sua língua ferina. Depois de ganhar essa fama no "CQC" enquanto cobria o Planalto Central para a produção, o humorista agora apresenta seu programa na Band, o "Agora É Tarde". Na produção, ele entrevista celebridades e sub-celebridades, sem deixar de lado o bom humor.

Destaques (MTV, QUI, 22h) Nesta quinta, a MTV exibe, ao vivo, o "VMB 2011", prêmio da música nacional. Claudia Leitte foi uma das artistas que confirmou a participação no evento e vai apresentar a categoria "Revelação" ao lado do ex-"BBB" e atual deputado federal Jean Wyllys. Nessa categoria, concorrem Apanhador Só, Criolo, CW7, Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz. Boa causa (GLOBO, SEX, 19h) Nesta sexta, o SBT inicia a transmissão do "Teleton", filantrópico da emissora. Silvio Santos abre a produção, que terá mais de 70 artistas se revezando no palco. Fresno, Raul Gil, Restart, Chitãozinho e Xororó, Padre Marcelo Rossi, Bruno e Marrone e Luciana Gimenez são alguns dos nomes já confirmados. Mundo "fashion" (BAND, SAB, 22h20) Tempos atrás, ser estilista no Brasil era possível apenas para poucos. Hoje, o país se firma como um ícone da moda mundial. O "Projeto Fashion", da Band, aproveita o bom momento da moda nacional para descobrir um novo design de moda. Apresentado por Adriane Galisteu, a produção será exibida neste sábado em mais uma eliminação inédita do "reality".

Rapidinhas # No episódio da terceira temporada de "Heroes", Angela revela os segredos sobre o seu passado. (Band, dom, 1h15) # Nesta segunda, a Record começa a transmissão do Pan de Guadalajara. (Record, seg, 14h) # O SBT passa a reprisar, a partir desta segunda, a novela "Marimar". (SBT, seg, 15h45) # Em "Equador", Lady Ann e seu marido chocam a todos com a re-

velação de que ele é estéril. (TV Brasil, seg, 23h) # Em "Família Moderna", Phil convida a namorada do colégio para visitar a sua casa, o que gera uma grande confusão. (Band, qui, 20h25) # A Record exibe mais um episódio da série "Todo Mundo Odeia o Chris". (Record, qui, 17h30) # Por conta do Pan de Guadalajara, o "Legendários" desta semana será exibido meia noite. (Record, sab, 0h)


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FORA DO AR

MALHAÇÃO

Amor sem limites

PopTevê

Tudo tem sua hora. E quando se trata de um produto para a tevê, o cuidado com a produção pode fazer com que a estreia leve ainda mais tempo para acontecer. No caso de "Julie e Os Fantasmas", seriado que a Band exibe a partir do dia 17, os trabalhos começaram ainda em 2010. Na época, Mariana Lessa, que interpreta a protagonista, já estava se preparando para cantar na produção, que só foi dar início às gravações em agosto deste ano. Apesar de, a princípio, a estreia ter sido prevista para julho, a Band afirma que o cronograma de produção foi seguido à risca. "Nós estávamos em produção e a estreia nunca foi anunciada. Seguimos o cronograma. As pessoas vão ter de se acostumar. Se o Brasil quiser alcançar uma alta qualidade em suas produções de tevê, é bom saber que é muito difícil seguir um cronograma mais apertado que esse. A previsão de estreia era para essa época", defende o diretor artístico e de programação Hélio Vargas. O seriado é a aposta adolescente da Band, tanto que o lançamento na tevê terá o respaldo de outras plataformas, como redes sociais e blogs. "O público infantojuvenil é uma parcela muito im-

portante da nossa audiência. Criamos um produto muito próximo e de interesse do universo jovem, que abrange temas como escola, amizade, romance e música", completa. Em 26 episódios, a série - totalmente gravada em alta definição - conta a história de Julie, interpretada pela estreante Mariana Lessa. "Esse é meu primeiro grande personagem. Quase não acredito que consegui", comemora a atriz, que foi escolhida depois de vários testes. Na trama, a adolescente de 15 anos é muito tímida. Por isso, não consegue fazer o que mais gosta: cantar. Mas, sem querer, acaba libertando os fantasmas de uma banda dos anos 80 que ficou presa dentro de um disco de vinil por 25 anos. O grupo, formado por Daniel, Martim e Félix - vividos por Bruno Sigrist, Marcelo Ferrari e Fábio Rabello, respectivamente -, é que ajuda Julie a superar seus medos. Ao lado do trio. Ela forma uma banda e ainda conquista Nicolas, de Michel Joelsas, o menino da escola por quem é apaixonada. "Em algum momento vai ter beijo na boca. Romance tem de ter um beijinho", adianta, aos risos. Para atuar no seriado - uma co-produção entre a Mixer e a Band -, Mariana precisou fazer uma intensa preparação.

Ela, que nunca havia cantado, frequentou aulas de canto e violão. Além disso, antes das gravações, costuma ensaiar bastante. "Só cantava no chuveiro", brinca. O trio que forma a banda já tinha uma experiência maior com a música. Bruno e Marcelo vêm de teatro musical e Fábio, assim como seu personagem, toca bateria. "Eu usei o que já sabia para o meu papel. Eles ofereceram uma preparação, mas acabei estudando sozinho", conta Fábio. Tanto preparo não é à toa. Afinal, a trilha sonora original será lançada em CD a partir de janeiro. Rick Bonadio, que assina a direção musical da série, comandou as gravações. "Vamos apresentar de tudo um pouco, usando como referência o melhor do estilo pop rock", afirma Rick. A possibilidade de haver apresentações da banda pelo Brasil também existe. O que, aliás, vai acontecer em breve com o grupo musical de "Rebelde", novela da Record também direcionada para o público adolescente. O ponto em comum, entretanto, não é encarado como um obstáculo pelo elenco. Mesmo assim, os atores sabem que prováveis comparações podem surgir. "As duas produções unem dramaturgia com música. Mas a temática é diferente", enfatiza Bruno.

Michel Joelsas, Samya Pascotto, Bruno Sigrist, Vinícius Mazzola, Mariana Lessa, Fábio Rabello, Marcelo Ferrari e Milena Martines

O QUE VEM POR AÍ

Por Luana Borges

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Hora da verdade

O clima vai esquentar nesta semana em "Malhação". Guido (Gil Coelho) e Laura (Letícia Spiller) [foto] estão cada vez se entendendo mais. A dona do bazar já nem disfarça mais o clima de romance com o adolescente. Quem percebe a "nova" fase da mãe é Débora (Juliana Lohmann). A jovem estranha que a mãe nem reclama quando a garota decide ir à boate. Se fosse antes do romance, com certeza Débora ganharia um bom sermão. A única que não gosta desta história toda é Sandra (Soraya Ravenle), mãe de Guido. Ela desaprova o relacionamento de Guido com Laura e para mostrar seu descontentamento, deixa todas as coisas do filho na casa da amada. Ademir (Anderson Müller), o pai do garoto, não aprova a atitude da mulher, mas não vai ser esse tipo de "joguinho" que vai fazer Guido refletir sobre seu namoro. Só Sandra que não sabe disso e fará de tudo para ver o filho e a mãe de Débora bem longe um do outro. (Gabriel Sobreira/PopTevê) # Gabriel enfrenta Moisés, que fica surpreso com a atitude dele. # Charlene responsabiliza Betão por toda confusão ocorrida na boate.


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Cininha de Paula e Miguel Falabella

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Manolo Cardona e Grazi Massafera

EM FOCO

Força do acaso

Por Luana Borges PopTevê

Afaixa das sete na tevê é conhecida por exibir novelas leves, com pegadas cômicas. É justamente isso que Miguel Falabella gosta de explorar quando escreve. Sua próxima trama, "Aquele Beijo", que estreia no dia 17, aposta no humor em todas as situações, inclusive nas que poderiam ser trágicas. "Vejo humor até nos piores momentos da vida. Temos de ter a capacidade de rir de nós mesmos", acredi-

ta. Sem grandes pretensões, o folhetim, com direção de núcleo de Roberto Talma e direção geral de Cininha de Paula, é uma comédia romântica baseada nos encontros e desencontros que ocorrem a todo momento. "É uma novela que é a minha cara. Gosto de comédia e de brincar com o politicamente incorreto. E o horário me permite brincar mais", completa. Aliás, foi uma frase que serviu de inspiração para Falabella. Em algum lugar, ele leu: "Quantas vezes você já cruzou

Bruno Garcia, Diogo Vilela e Juliana Didone

com o grande amor da sua vida sem se dar conta disso?". Apartir daí, teve a ideia de se colocar como narrador da própria novela. Assim, pode interferir nas tramas dos personagens e mudar o rumo da história de maneira explícita para o público. "Por exemplo, tem uma situação em que a Giovanna e o Ricardo entram em um hotel e o narrador interfere, fala sobre as coincidências. Por que não apresentar uma coincidência ainda maior se colocarmos um narrador?", questiona, referindose a Giovanna Antonelli e Ricardo Pereira,

Bruno Garcia e Claudia Jimenez

intérpretes dos protagonistas Cláudia e Vicente. Na trama, ela namora Rubinho, de Victor Pecoraro, há muitos anos. E sonha em se casar de véu e grinalda, mas o rapaz não parece empolgado em assumir um compromisso maior. Frustrada, Cláudia dá um ultimato ao namorado quando surge uma viagem de trabalho para a Colômbia: ele precisa decidir se quer viver com ela até sua volta. "Falar de amor é uma coisa que todo mundo gosta. Gosta de ouvir, de sentir", acredita Giovanna.


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QUEM É QUEM EM "AQUELE BEIJO"

Giovanna Antonelli e Ricardo Pereira

A maior parte do elenco contou com a ajuda de Sérgio Penna, renomado preparador de cinema. Durante um mês, os atores visitaram locais que pudessem funcionar como referências para seus personagens. Entre eles, uma comunidade carente e lojas de moda, além de outros que tivessem a ver com assuntos explorados na trama. Ricardo Pereira, por exemplo, aproveitou para conhecer de perto o trabalho de um procurador público. Afinal, interpreta Vicente, um advogado engajado em causas sociais e filho da dona de um restaurante. "Assisti a várias audiências. Fomos também a uma comunidade para ver de perto a realidade de quem mora por lá. Passei dois dias em um orfanato e ainda trabalhei em uma adega portuguesa", enumera. Vai ser um encontro inusitado com Vicente, inclusive, que fará a vida de Cláudia mudar. Ele ainda é apaixonado por sua ex-namorada, Lucena, de Grazi Massafera, que o deixou por se sentir abandonada em um momento em que Vicente só queria se dedicar aos estudos e ao trabalho. A moça se casa em Cartagena e o advogado resolve ir até lá

Maria Maya e Raoni Carneiro

se declarar - ou acabar de vez com a esperança que ainda carrega. "Ele é um cara com sucesso que só se importou com o trabalho e não com o amor. Agora, quer cuidar da paixão", conta Ricardo. Para ambientar a trama, foram construídos, além de 25 cenários em estúdio, um pequeno bairro, uma loja de luxo, uma comunidade e um casarão abandonado. "Fizemos uma construção seguida de desconstrução para dar uma verdadeira aparência de abandono", explica o cenógrafo Keller Veiga. No total, são duas cidades cenográficas que ocupam uma área de 8.800 m². Para gravar as primeiras cenas da novela, uma equipe de 70 pessoas passou duas semanas em Cartagena, na Colômbia. Entre as locações escolhidas, estavam as Muralhas, a baía de Cartagena, a Plaza Del Relojo e o Palacio de La Inquisicion, além de outros pontos turísticos. "Não encontramos obstáculos nos dias em que passamos lá. É tudo colorido, alegre e seguro", comemora Cininha. Também foram feitas sequências em Paris e na Paraíba, no Nordeste do Brasil.

Cláudia (Giovanna Antonelli) Designer de sucesso, é uma mulher romântica que sonha em se casar na igreja. Namora Rubinho (Victor Pecoraro), mas em uma viagem à Colômbia conhece Vicente (Ricardo Pereira) e sua vida muda. Vicente (Ricardo Pereira) Advogado e herdeiro do restaurante Sonho D´Aveiro, luta para que a comunidade Covil do Bagre não seja expulsa para dar lugar à construção de uma loja, que está sob sua investigação. Apesar de ser apaixonado pela ex-namorada, Lucena (Grazi Massafera), ficará encantado por Cláudia. Lucena (Grazi Massafera) - Modelo, terminou o namoro com Vicente porque se sentia deixada de lado quando ele só pensava em estudar. Depois do relacionamento, vai para a Colômbia e se casa com outro. Mas não dá certo e volta para o Brasil, deixando Vicente confuso. Rubinho (Victor Pecoraro) - Namorado de Cláudia, mas contra a vontade da mãe, Maruschka (Marília Pêra). Apesar de manter uma relação com a moça há anos, não toma nenhuma atitude em relação a pedi-la em casamento. Trabalha na loja da família, a Comprare. Maruschka (Marília Pêra) - Casada com Alberto (Herson Capri), comanda a poderosa loja de luxo Comprare. Faz de tudo para atrapalhar o namoro do filho, Rubinho, com Cláudia. Guarda um grande segredo de seu passado. Alberto (Herson Capri) - Sonha em abrir a Comprare Home no terreno onde ficam a comunidade do Covil do Bagre e o Lar da Mão Aberta. Mais sensato que a esposa, acaba se envolvendo com Sarita (Sheron Menezzes), a líder da comunidade. Mirta (Jaqueline Laurence) - Mãe de Maruschka, com quem tem uma relação difícil. Está sempre envolvida com jogos. Regina (Nívea Maria) - Mãe de Cláudia e Camila (Fernanda Souza), trabalha como governanta na casa de Maruschka e Alberto, onde criou suas filhas. É amiga de longa data da matriarca da família, de quem guarda um segredo do passado. Camila (Fernanda Souza) - É casada com Ricardo (Frederico Reuter), com quem tem um filho pequeno. Sonha com uma vida melhor e não se conforma com a falta de ambição do marido. Virará comparsa de Maruschka. Ricardo (Frederico Reuter) - Mé-

dico humanista muito envolvido com o trabalho. Ajuda as crianças do Lar da Mão Aberta. Passa por um momento difícil no casamento. Sebastião (Raoni Carneiro) - Mulherengo, nunca se preocupou em estudar ou trabalhar. Terá um romance com Raissa (Maria Maya), sua vizinha na Vila Caiada. Brigitte (Juliana Didone) - Segunda assistente de Maruschka na loja. Fará de tudo para conquistar Rubinho. Sarita (Sheron Menezzes) - Estudante de Direito, trabalha no salão de Ana Girafa (Luis Salém). Irmã de Marisol (Mary Sheyla) e líder comunitária do Covil do Bagre, foi deixada, ainda criança, pela mãe no Lar da Mão Aberta. Grace Kelly (Leilah Moreno) Prima de Sarita e Marisol, também foi abandonada no Lar da Mão Aberta. Ambiciosa, trabalha na Comprare e faz de tudo para vencer da vida. Se tornará gerente da loja em troca de serviços prestados para sua chefe, Maruschka. Deusa (Zezeh Barbosa) - Mãe de Grace Kelly. Abandonou a filha para tentar a vida na Europa. Depois de 20 anos, volta para o Brasil como uma rica condessa, o que vai despertar o interesse de Grace Kelly. Locanda (Stella Miranda) - Dona da confecção Shunel, casada com Felizardo (Diogo Vilela). Trata muito mal suas funcionárias. Felizardo (Diogo Vilela) - Machista, não resiste a um rabo de saia. Gosta de deixar claro que é ele quem manda em casa. Agenor (Fiuk) - Filho de Locanda e Felizardo, trabalha na Shunel, mas não leva o trabalho a sério. Namora Belezinha (Bruna Marquezine), mas mantém um caso com Brigitte. Dona Otília (Patrícia Bueno) Dona do Lar da Mão Aberta. Íntima (Elizangela) - Tenta se realizar através da filha, Belezinha. É casada com Bob Falcão (Sandro Christopher), mas é amante de Felizardo. Belezinha (Bruna Marquezine) É obrigada pela mãe a participar de até quatro concursos de miss por semana. É a adolescente quem sustenta a casa. Iara (Cláudia Jimenez) - Mais conhecida como Mãe Iara, finge ser médium e atende em casa, ao lado do primo Joselito (Bruno Garcia). Joselito (Bruno Garcia) - Tem realmente mediunidade e ajuda a prima em suas consultas.


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TV POP

A VIDA DA GENTE

O QUE VEM POR AÍ

No ar como a riquinha Patrícia em "Fina Estampa", Adriana Birolli (foto) acredita que existem limites para se alcançar a boa forma. Por isso, não segue uma dieta rígida e nem costuma praticar exercícios físicos. "Controlo a alimentação no sentido de comer bem para aguentar a jornada longa de trabalho". Além disso, uma das atividades que foi aliada da atriz para manter a silhueta enxuta foi andar de bicicleta. "Adoro pedalar, mas não tenho praticado muito", ressalta.

Luiza Dantas/CZN

BOA FORMA

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Visita da cegonha

SAMBA NO PÉ No ar em "Fina Estampa", Monique Alfradique vem dividindo o seu tempo no folhetim com os ensaios da Viradouro, escola de samba carioca. Recentemente, a atriz declarou ser a nova rainha de bateria da agremiação. Juliana Paes já ocupou o cargo na escola.

VIP A noite de domingo foi de festa no apartamento de Paula Lavigne, em Ipanema. Ela fez uma festa para recepcionar a atriz espanhola Marisa Paredes, reconhecida por suas performances em alguns filmes do diretor Pedro Almodóvar. No evento, estavam o casal Carolina Dieckmann e Tiago Worcman, além de Eriberto Leão.

CORPO EM EVIDÊNCIA Para interpretar a "piriguete" Cris, em "A Vida da Gente", Regiane Alves anda "suando a camisa". A atriz malha

seis vezes por semana e optou pela dieta da proteína para manter a forma.

"FULL TIME" Na última semana, nasceu o primeiro filho da atriz Letícia Birkheuer. João Guilherme mal chegou ao mundo e sua mãe já está corujando no Twitter. Ela publicou que ser mãe é "a coisa mais maravilhosa do mundo". Além disso, contou aos fãs e à imprensa sobre o nascimento no rebento no microblog.

INUSITADO No fim de semana passado, Eduardo Moscovis desfilou vestido de cachorro quente pela Avenida Rio Branco, uma das principais do Centro do Rio de Janeiro. O motivo foi uma gravação de "Loucos Por Elas", nova série da Globo que tem também Deborah Secco no elenco.

VESTE A CAMISA Grazi Massafera pode ser vista em

muitas propagandas. A atriz, que estreia esta semana em "Aquele Beijo", novela das sete da Globo, costuma aprovar os produtos dos quais participa da publicidade. "Testo e acredito naquilo que está sendo vendido", garante.

FESTA No domingo passado, Giovanna Antonelli comemorou o aniversário de um ano das gêmeas Sofia e Antônia. A comemoração teve a presença de diversas celebridades e de Lucas, filho do casamento da atriz com Murilo Benício. A festa aconteceu na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

O "golpe da barriga" é um velho conhecido do povo. Mulher oportunista encontra marido rico e providencia rapidamente uma gravidez para conseguir uma gorda pensão alimentícia. Em "AVida da Gente", a história se repete com os personagens Cris (Regiane Alves) e Jonas (Paulo Betti) [foto]. A "personal trainer" seduziu com seus dotes físicos o homem rico de meia-idade e conseguiu fazer com que ele se separasse da mulher para embarcar em uma relação com ela. Agora, Cris quer um filho. E, nesta semana, ela fica decepcionadíssima quando descobre que o marido fez vasectomia. Chega a procurar um médico para tentar reverter a operação, mas ele apaga as esperanças da biscate. Ela, no entanto, não desiste e resolve ir a uma clínica de fertilização. Vê a possibilidade de conseguir um filho, mas precisa convencer Jonas a apoiar a inseminação artificial. Ele não topa e Cris fica triste. Diz para o marido que precisa ocupar seu tempo para tirar da cabeça a gravidez. Por isso, resolve virar uma intelectual. O problema é até quando Cris conseguirá persistir nessa sua nova missão. (Manu Moreira/PopTevê)

PLANEJAMENTO Recentemente, Fernanda Souza, no ar em "Aquele Beijo", declarou que ela e o cantor Thiaguinho pensam em se casar. Agora, a atriz contou que os dois também pretendem ter um filho. "Mas só depois do casamento", ressalta.

# Marcos e Dora confidenciam um para o outro seus problemas conjugais. # Iná apoia Manuela a contar para Rodrigo que ele é o pai de Júlia.


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SEMANA DAS NOVELAS

A VIDA DA GENTE - Rede Globo - 18h Segunda (17/10) - Vitória repreende Alice por ter falado com Marcos. Marcos pede ajuda a Vitória para contar a Sofia sobre o estado de Ana, mas se arrepende ao ouvir a conversa dela com a filha. Iná apoia Manuela a contar para Rodrigo que ele é o pai de Júlia. Vivi repreende Cris pela roupa que ela está vestindo para o evento em homenagem a Jonas. Manuela conta para Rodrigo que ele é o pai de Júlia.

Terça (18/10) - Manuela explica para Rodrigo tudo o que Ana passou para poder ficar com Júlia. Iná tranquiliza Manuela e assegura que ela não vai se separar de Júlia. Jonas reclama com Cris da falta de atenção do filho. Eva fica indignada com a frieza de Vitória ao falar com ela sobre o estado de saúde de Ana. Vivi incentiva Cris a fazer uma inseminação artificial para realizar seu sonho de ser mãe. Rodrigo conta para Jonas que Júlia é sua filha.

Quarta (19/10) - Jonas não apoia Rodrigo. Vitória avisa a Marcos que eles precisam fazer contenções de despesas e os dois acabam se desentendendo. Alice conta para Suzana que encontrou com sua mãe biológica. Nanda se revolta ao saber que Jonas mandou Rodrigo sair de casa e vai tirar satisfação com o pai, mas acaba ainda mais injuriada. Vivi leva Cris a uma clínica de fertilização. Eva expulsa Manuela e Júlia de casa.

Quinta (20/10) - Eva humilha Manuela, que fragilizada pede apoio a Iná. Rodrigo passa sua primeira noite com Júlia no hospital. Lúcio diz a Eva que Ana já pode ir para o quarto, mas avisa que ela deve permanecer no hospital para dar continuidade a seu tratamento. Manuela é obrigada a ficar na casa de Iná por conta de uma febre alta e deixa Rodrigo cuidando de Júlia sozinho. Rodrigo se despede de Ana e deixa o hospital com Júlia.

Sexta (21/10) - Rodrigo leva Júlia para a casa de Lourenço e Celina e se esforça para cuidar da menina sozinho. Eva conversa com o diretor da empresa para tentar manter o patrocínio de Ana. Maria ajuda Rodrigo a cuidar de Júlia. Wilson tenta consolar Laudelino, que está cheteado com a falta de cuidado de Iná com ele, mas acaba falando sobre seus problemas com ele. Cris pede para fazer uma inseminação artificial e Jonas fica chocado.

Sábado (22/10) - Jonas se revolta com Cris e afirma que ela não vai fazer inseminação artificial. Eva discute com as enfermeiras que cuidam do leito de Ana. Vitória fica furiosa ao saber que a empresa patrocinadora vai continuar financiando Ana por algum tempo e não pode ajudá-la com patrocínio a sua academia. Jonas fica contrariado com Cris quando ela afirma que vai virar intelectual para ocupar seu tempo e parar de pensar em engravidar. Vitória procura Eva para falar sobre o patrocínio de Ana.

Sexta (21/10) - Claudia desabafa com Vicente e ele a conforta e a convida para jantar. Ela liga para Rubinho e conta que já sabe que ele saiu com Brigitte. Gisele anuncia que Grace Kelly é a nova gerente do setor e avisa que ela foi escolhida por Maruschka. Íntima encontra Belezinha aos beijos com Agenor no cinema. Rubinho repreende a mãe por ter contado a Claudia que ele saiu com Brigitte. Claudia janta com Vicente quando Rubinho telefona. Enquanto fala com o namorado, ela sai do restaurante e se perde no caminho.

Sábado (22/10) - Rubinho liga para Vicente e pede que ele encontre Claudia. Maruschka não esconde o desprezo que sente por Claudia e Regina se aborrece. Alberto aconselha Maruscka a respeitar a vontade de Rubinho. Vicente resgata Claudia e os dois voltam juntos para o hotel. Ela se oferece para acompanhá-lo no casamento de Lucena. Sebastião acredita que ficará milionário com seu bilhete de loteria e Brites debocha do filho. Claudia vê Lucena entrando na igreja e se descontrola.

AQUELE BEIJO - Rede Globo - 19h15 Segunda (17/10) - Claudia diz a Rubinho que quer oficializar a relação dos dois, mas ele desconversa. Regina sugere que Claudia pressione Rubinho a se casar com ela. Belezinha desfila em um concurso de beleza sob os cuidados de Íntima e Bob. Amália conta para Vicente que Lucena vai se casar e ele decide procurá-la. Claudia discute com Rubinho pelo celular e a bateria do telefone acaba. Claudia cruza com Vicente no aeroporto e pede o seu celular emprestado para ligar para Rubinho.

Terça (18/10) - Claudia telefona para Rubinho e Maruschka interfere na conversa dos dois. Rubinho liga para o celular de Vicente para falar com Claudia e fica com ciúme da namorada. Ele telefona para ela novamente, mas a aeromoça pede que ela desligue o celular e ele fica intrigado. Um vendedor oferece a Sebastião um bilhete de loteria com a data de aniversário do seu pai e o rapaz se surpreende. Claudia e Vicente desembarcam em Cartagena e coincidentemente se hospedam no mesmo hotel.

Quarta (19/10) - Sebastião pede dinheiro emprestado a Raíssa para comprar o bilhete de loteria e ela lhe propõe um acordo. Claudia liga para o celular de Rubinho, mas Maruschka vê a ligação e recusa. Vicente avisa a Lucena que está em Cartagena. Agenor coloca Brigitte contra a parede ao vê-la saindo com Rubinho. Camila pressiona o marido a mudar os rumos de sua carreira e os dois discutem. Lucena visita Vicente no hotel e eles se beijam. Claudia liga para Rubinho, mas ele decide não atender a ligação.

Quinta (20/10) - Rubinho deixa Brigitte em casa e Agenor aparece. Lucena confirma que vai mesmo se casar e Vicente fica arrasado. Ele passeia por Cartagena e relembra dos bons momentos que viveu com a moça. Regina repreende Camila por tratar o marido com desprezo. Alberto comenta que Grace Kelly é prima de Sarita e Maruschka decide se aproximar da vendedora. Regina comenta com Camila que Rubinho saiu com Brigitte e ela pressiona a mãe a contar para Claudia. Claudia fica arrasada com a suposta traição do namorado.

REBELDE - Rede Record - 20h30 Segunda (17/10) - Tomás custa a acreditar na pergunta de Carla e os dois brigam. Pedro zomba de Alice que quase acredita na brincadeira do exnamorado. Ele explica que não ficou com nenhuma outra menina e a patricinha fica feliz com a notícia. Diego tenta voltar a ser amigo de Roberta, em vão. Alice se lembra do primeiro beijo que deu em Pedro e chora. O rebelde oferece um lenço para que ela possa enxugar as lágrimas. A patricinha conta que está chorando por ele, pois nunca o esqueceu. O adolescente explica que também nunca a esqueceu e os dois se beijam.

Terça (18/10) - Alice fala de Pilar para Pedro e os dois têm uma leve discussão. Maria puxa Tomás e o beija. Carla vê e fica chateada. Diego vê Roberta e Binho conversando com Pilar na cantina e fica com ciúmes. Juju percebe, o obriga a comer e Roberta vê tudo. A rebelde faz com que Juju tropece e Diego a ajude. Roberta tenta consolar Alice e Carla dizendo para superarem seus problemas com os meninos. Pedro e Alice pedem desculpa um para o outro, mas a patricinha fica zangada. Diego tenta se reaproximar de Roberta e os dois se beijam.

Quarta (19/10) - Roberta empurra Diego e explica que não quer sofrer novamente. Ela pede que ele prove que mudou e que ainda gosta dela. O mauricinho fica irritado, pois está cansado de ter que provar sua capacidade para os outros. Alice vê Pedro entrando na cantina e resolve se sentar ao lado do aluno novo para provocar ciúmes. Binho marca com Pilar e com os rebeldes um show no bar de seu amigo e todos ficam animados. Os rebeldes tentam sair para ensaiar, mas Maria os barra dizendo que ou todo mundo vai ver o show ou ninguém sai do colégio.

Quinta (20/10) - Roberta fica irritada com Maria e diz que vai ao show de qualquer maneira. Pilar pergunta a adolescente como ela fará para ir ao show e a deixa sem graça por não ter pensado nisso. Os rebeldes chegam ao bar para fazer o show e Binho e Pilar não se desgrudam. Vicente conta aos alunos que Artur assumiu o lugar de Jonas durante sua ausência. Pilar conta aos rebeldes seu plano para tirar Artur do poder. Binho vai a sala de Artur, diz que está acontecendo um problema na piscina e deixa o professor desesperado. Ele vê a piscina cheia de lama e não sabe o que fazer.

Sexta (21/10) - Diego, Pedro e Tomás se divertem com o desespero de Artur. Teresa mostra ao novo diretor que não há cadeiras na cantina e exige dele uma solução. Desesperado, ele pede ajuda para os professores, que se negam. Alice fica irritada ao ver Pedro e Pilar conversando como amigos. Binho conversa com Pilar. Os dois trocam farpas, mas fazem isso para não transparecer que gostam um do outro. Artur implora a Jonas que lhe dê outra chance para provar que está apto a ser seu interino. Pedro tenta descobrir com Alice se ela ficou com alguém nas férias. Diego e Roberta se beijam na piscina.

FINA ESTAMPA - Rede Globo - 21h Segunda (17/10) - Teodora decide conversar com Griselda. Tereza Cristina diz a Renê que passou o Le Velmont para o nome dele. Amália conta para Quinzé que Griselda foi procurar Teodora e ele vai atrás da mãe. Griselda pergunta o quanto Teodora quer para deixar Quinzinho e ela finge se ofender. Quinzé discute com a exmulher e Wallace sai em defesa dela. Os dois se desentendem e o ex-lutador desmaia. Esther discute com Paulo por causa da traição dele e fica desconfiada ao vê-lo reagir diante de Marcela. Ela diz que vai ter seu filho e se separar dele.

Terça (18/10) - Esther vai embora e Paulo corre atrás dela, mas não consegue alcançá-la. Griselda fala para Celeste que gostaria de morar em uma casa em frente a de Tereza Cristina. O mafioso descobre onde Tereza Cristina mora. Esther sai de casa e deixa um bilhete para Paulo. Teodora vai à escola do filho, mas Quinzé a impede de vê-lo. Esther marca sua fertilização. Paulo se embriaga e Renê cuida do cunhado. Antenor chega à casa de Griselda e pede para participar da comemoração do noivado de Amália.

Quarta (19/10) - Griselda aceita Antenor à mesa. Marcela vai à casa de Paulo, mas ele a manda embora. Antenor finge para a mãe que mudou seu comportamento. Crodoaldo fala para a sua visita não fazer barulho por causa de Vanessa. Esther chega à clínica de Danielle para fazer seu procedimento. Wallace segue Teodora ao vê-la sair sorrateiramente. O mafioso sorri ao ver Íris pela janela da casa em frente da mansão Velmont. Wallace flagra Teodora olhando admirada para Quinzinho na escola e fica irritado.

Quinta (20/10) - Wallace se revolta com Teodora ao vê-la acenar para o filho. Tereza Cristina enfrenta Íris e afirma que não vai tirar Marcela de sua casa. Griselda fala com o corretor de imóveis que gostaria de comprar uma mansão. Tereza Cristina invade a casa onde Griselda está com o corretor para tentar impedi-la de comprar o imóvel. Teodora diz a Wallace que vai continuar investindo em seu plano para conseguir arrancar dinheiro de Griselda. Amália conta para Antenor que a mãe deles comprou uma mansão e ele fica animado para morar com elas.

Sexta (21/10) - Teodora dá seu preço para Griselda, que fica horrorizada. Quinzé exige que a mãe não dê dinheiro a sua ex-mulher. Wallace treina pesado, não sente dor no coração e fala para Teodora que vai desafiar o campeão de MMA novamente. Tereza Cristina tenta impedir Griselda de se mudar para o condomínio. O corretor entrega o recibo de venda da casa para Griselda, que fica radiante. Amália avisa a Antenor que eles irão visitar a nova casa e pede carona a Patrícia. Tereza Cristina se enfurece ao ver Antenor chegar com Patrícia.

Sábado (22/10) - Tereza Cristina repreende Patrícia. Griselda aceita Antenor de volta e os irmãos ficam felizes. Tereza Cristina tenta obrigar Patrícia a viajar e acaba agredindo a filha. Antenor vê a ex-noiva sair de casa transtornada e vai falar com ela. Íris conta para Alice o segredo de Tereza Cristina e o mafioso escuta a conversa. Marcela vai à casa de Paulo e os dois se beijam. Íris decide ir à casa de sua sobrinha. Wallace chama Teodora para conversar. Tereza Cristina se assusta ao ver o mafioso na sua frente na suíte.

AMOR E REVOLUÇÃO - SBT - 22h15 Segunda (17/10) - José está preso no quartel. Ele é interrogado por Filinto, Tavares e Borges. Aranha comemora com os policiais do Dops o fato de ter acertado Maria Paixão. Jeová vai à sala de Aranha e conta ao delegado que Fritz é matador de garotos de programa. José diz aos militares que não sabe nada sobre o paradeiro de Maria. Violeta fala aos guerrilheiros que está planejando pegar o Filinto na saída do quartel. Aranha pergunta a Fritz se ele é o assassino de garotos de programa.

Terça (18/10) - Aranha assassina Romildo no quarto do hotel. Lúcia chega ao aparelho e descobre que Maria foi baleada. Ana pede para Lobo Guerra soltar José. Maria telefona para a casa de José, Lobo Guerra atende o telefone e se passa por ele. A guerrilheira percebe e os dois têm uma discussão feroz. Júlio agarra Feliciana e conta que fez um acordo com Lobo Guerra para matá-la, ela luta para se defender, pega uma arma e atira nele. Filinto diz que está disposto a soltar José desde que ele diga onde está Maria Paixão.

Segunda (17/10) - Lucas diz a Andrea que contou a Cleber que ele é portador do vírus do HIV para que ele não fosse morto junto com Carlos. A milionária fica irritada, pois queria que o miliciano morresse. Cleber chora, desesperado. Adalgisa dá um carro para Raimundo e Augusta fica irritada com a amiga por achar que ela quer comprar seu filho. Rogério avisa ao seu cliente misterioso que o trato entre eles acabou e que irá denunciá-lo para polícia. Rogério conta ao delegado que revelará o nome de seu cliente misterioso, responsável pela explosão do restaurante.

Terça (18/10) - Rogério conta ao delegado que Ivan é o seu cliente misterioso, o responsável pela explosão do Cantinho do Severino. Ele mostra as mensagens que trocou com o milionário e diz que o responsável pela bomba foi Marcelo Hernandes, mais conhecido como Molotov. Augusta diz a Raimundo que ele se vendeu muito rápido e que não demorará muito tempo para que ele vá para Paris com Adalgisa. O rapaz diz que não seria uma má ideia e deixa a mãe mais irritada. Regina encontra Cleber bêbado em casa e pergunta ao namorado se aconteceu alguma coisa.

Quarta (19/10) - Nina e Telmo dizem a Violeta que ela fala de Filinto com tanto ódio e fervor que até parece a própria Olivia. Maria conta a Batistelli, Jandira e Lúcia que falou com Lobo Guerra. Bartolomeu telefona para Dr. Ruy e pergunta sobre Heloisa e chega a conclusão de que o médico está mantendo a filha presa. Os guerrilheiros pensam em resgatá-la. Depois de matar Júlio, Feliciana foge da favela. Aranha aconselha Fritz ficar atento, pois tem pessoas que estão "de olho" nele.

Quinta (20/10) - Padre Inácio dia a Marília que a gravidez dela é psicológica. Filinto bate em José novamente e pergunta onde está Maria. Marcela revela a Marina que tem medo de perdê-la para outro homem. Lobo Guerra afirma a Filinto que eles terão que aumentar o controle sobre os noticiários de televisão. Tavares vai ao Hospital das Forças Armadas com ordem de Lobo Guerra para que Dr. Ruy aplique o soro da verdade em José. Bartolomeu e Henrique entram no hospital para salvar Heloisa. Jeová conta a Aranha que Minhoca foi encontrado morto.

Sexta (21/10) - Maria diz a Batistelli e Jandira que não aguenta mais ficar dentro de casa e vai dar uma volta. Dr. Ruy aplica o soro da verdade em José. Júlia telefona para o delegado Aranha e conta que Heloisa foi levada pelos guerrilheiros. Sob o efeito do soro da verdade, José diz que ama Maria, mas não sabe onde ela está. Feliciana liga para Lobo Guerra e o ameaça. José diz aos militares que ama Maria e faz qualquer coisa para deixá-la bem. José acusa Filinto de ter torturado, sufocado e assassinado Olivia.

VIDAS EM JOGO - Rede Record - 22h15 Quarta (19/10) - Regina tenta descobrir o que está acontecendo com Cleber, mas ele não conta. Ela revela que venceu o processo contra Rita, mas ele não se anima. Marizete arma um plano para fazer Carlos e Francisco voltarem a se falar. Andrea convida Juliana para morar com ela e com Lucas, que não gosta, mas aceita. Jorge pede Marialice em casamento e a jovem desmaia. Depois que recobra os sentidos, ela aceita o pedido. Rita liga para o hotel de Francisco e descobre que ele está dormindo no mesmo quarto de Patrícia.

Quinta (20/10) - Rita briga com Francisco, ao telefone, e o deixa chateado. Cleber paga uma prostituta para ter relações sexuais. Elton tenta seduzir Margarida para convencê-la a desistir de forçá-lo a trabalhar. José pede Marizete em casamento e os dois planejam a cerimônia. Rita volta a morar com Zizi e pede que sua mãe confie em Carlos. Daniel deixa um bilhete para Severino dizendo que está indo morar com Divina. O delegado prende Molotov e abre o resultado da perícia do sequestro de Patrícia. O delegado conta para o dono de Zé que ele não será mais acusado pela explosão e pela morte de Armando, mas prende Rita pelo sequestro de Patrícia.

Sexta (21/10) - O delegado conta a Rita que um brinco dela foi achado na cena do crime. A jovem chora de desespero. Carlos diz que irá acompanhá-la na delegacia. Cleber conta a Regina que o plano deu certo e que Rita foi presa. Marizete conta a Augusta que Ivan foi o autor da explosão. A doceira conta para Zizi que fica desolada em saber que seu amigo mentiu. Rita depõe na delegacia. O delegado diz a Rita que ela será transferida para uma casa de custódia. Carlos vai até a casa de Zizi e conta que a dançarina foi presa. Patrícia vai até a delegacia e revela que Rita não estava envolvida em seu sequestro.

Os resumos dos capítulos de todas as novelas são de responsabilidade de cada emissora – Os capítulos que vão ao ar estão sujeitos a eventuais reedições.


Jornal da TV

O JORNA L JORNAL

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Domingo, 16 de outubro de 2011 |

TV ALAGOAS 05h00 05h30 06h30 07h30 08h00 10h00 14h00 18h00 18h40 18h45 23h00 00h00 01h00 02h00 03h00 04h29

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TV GAZETA

DOMINGO, 16/10

Canal 7

04h48 - Santa Missa 05h48 - Sagrado 06h00 - Gazeta Rural 06h30 - Pequenas Empresas 07h05 - Globo Rural 08h00 - Auto Esporte 08h30 - Esporte Espetacular 11h30 - Aventuras do Didi 12h05 - Os Caras de Pau 12h55 - Temperatura Máxima Filme: Motoqueiros Selvagens (Exibição em HD) *** 15h00 - Futebol 2011 Campeonato Brasileiro - Palmeiras x Fluminense 17h00 - Domingão do Faustão 19h45 - Fantástico 22h10 - Domingo Maior. Filme: Justiça Urbana (Exibição em HD) *** 00h00 - Sessão de Gala. Filme: A Passagem *** 01h45 - Corujão

EDUCATIVA 06h00 06h30 07h00 08h00 09h00 10h15 10h30 10h45 11h00 11h30 12h00 12h30 12h45 13h00 13h30 13h45 14h00 14h30 15h00 16h00 17h00 18h00 18h30 19h00 20h00 21h00 22h30 23h00 00h15 01h15 03h00 03h30 04h30 05h30 05h50

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01h15 04h45 05h00 05h30 07h00 08h00 11h00 15h00 19h00 21h00 00h00

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FILMES DA SEMANA

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Arnold Aventura Selvagem - Reprise Pesca Alternativa Vrum Igreja Mundial Domingo Legal Eliana Roda A Roda Jequiti Sorteio da Tele Sena Programa Silvio Santos De Frente Com Gabi O Mentalista / The Mentalist Divisão Criminal / The Closer V-Visitantes Giro da Noticia Encerramento

Canal 11

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Motoqueiros Selvagens (Globo, 14h) Wild Hogs, de Walt Becker. Com Tim Allen, John Travolta e Martin Lawrence. EUA, 2007, cor, 100 min. A emissora não divulgou classificação etária. Comédia - Quatro amigos veteranos se vestem como motoqueiros radicais, mas estão longe disso. No entanto, em busca de aventura, eles resolvem pegar a estrada, mas se metem em encrencas quando encontram uma violenta gangue de motoqueiros conhecida como Del Fuegos. Seu Marido e Minha Mulher (Band, 21h45) Wakin´up in Reno, de Jordan Brady. Com Chelcie Ross, Wayne Federman e Patrick Swayze. EUA, 2001, cor, 86 min. Classificação Etária: 14 anos. Comédia - Lonnie Earl e Dariene formam um casal de comerciantes de carros. Eles são grandes amigos de Roy, um sujeito simpático e de excelente caráter e de sua esposa Candy, uma mulher atraente e explosiva que está louca para engravidar. Quando o quarteto decide fazer uma viagem do Arkansas até Reno, em Nevada, surge uma revelação surpreendente: Lonnie e Candy estão tendo um caso. O ingênuo Roy fica desesperado, ainda mais porque a esposa Darlene foge com seu cartão de crédito e começa a gastar tudo o que tem direito. Enquanto isso, o sonho de Candy de engravidar faz com que sua relação extraconjugal com Lonnie ganhe uma nova dimensão. Justiça Urbana (Globo, 23h55) Urban Justice, de Don E Fauntleroy. Com Steven Seagal, Eddie Griffin e Danny Trejo. EUA, 2007, cor, 96 min. A emissora não divulgou a classificação etária. Ação - Quando um policial exemplar é morto, o departamento de polícia comete o erro de registrar a ocorrência como um ato de violência comum. Porém, aquele jovem policial era filho de um ex-soldado das forças especiais com uma sede insaciável de justiça, que não vai desistir até encontrar o assassino.

A Passagem (Globo, 1h40) Stay, de Marc Forster. Com Ewan Mcgregor, Naomi Watts e Ryan Gosling. EUA, 2006, cor, 99 min. A emissora não divulgou a classificação etária. Suspense - Sam Foster é um psicólogo que trabalha em uma prestigiosa universidade americana. Certo dia, um de seus jovens pacientes o procura para dizer que planeja cometer suicídio. À medida que Sam estuda o caso, o rapaz começa a fazer estranhas e terríveis profecias que se realizam. Sam tenta ajudar seu paciente e impedir o suicídio de todas as maneiras, mas acaba se envolvendo em uma misteriosa jornada da alma. Vozes da Inocência (Band, 1h45) Bells of Innocence, de Ali Bijan. Com Chuck Norris, Mike Norris e Carey Scott. EUA, 2003, cor, 95 min. Classificação Etária: 14 anos. Terror - Um acidente faz com que três amigos cheguem a uma cidade no meio do Texas. Ceres parece abandonada pelo tempo e seus bizarros habitantes vagam a esmo pela cidade, comandados por Joshua, um ser imortal e demoníaco. Armados apenas com sua fé, Jux, Conrad e Oren precisam se arriscar em um jogo de xadrez entre o inferno e o paraíso para salvar os inocentes do lugar.

SEGUNDA, 17/10 Click (Globo, 16h) Click , de Frank Coraci. Com Adam Sandler, Kate Beckinsale e Christopher Walken. EUA, 2006, cor, 107 min. A emissora não divulgou classificação etária. Comédia - Arquiteto, viciado em trabalho e estressado, deixa sua família em segundo plano. Certa noite, irritado quando não consegue descobrir qual de seus controles remotos liga a tevê, ele busca um controle universal e compra de um vendedor excêntrico um controle que permite que ele avance no tempo de sua vida. Perigo em Bangkok (Globo, 22h25) Bangkok Dangerous , de Oxide Pang Chun e Danny Pang. Com Nicolas Cage, Shahkrit

Yamnarm e Charlie Yeung. EUA, 2007, cor, 99 min. A emissora não divulgou classificação etária. Ação - Um assassino profissional está em Bangkok para executar quatro inimigos de um brutal criminoso. Para ajudar, ele contrata um jovem ladrão de rua. Sua intenção é matá-lo ao final do serviço. Só que o solitário matador se vê no papel de mentor do garoto, além disso, ele se apaixona por uma jovem e passa a questionar suas ações.

TERÇA, 18/10 Fúria em Duas Rodas (SBT, 23h) Torque, de Joseph Kahan. Com Martin Henderson, Ice Cube e Adam Scott. EUA, 2004, cor, 84 min. Classificação Etária: 14 anos. Ação - O motociclista Cary Ford, depois de um tempo fora, volta para limpar seu nome, pois estaria supostamente envolvido com drogas quando mexia nas motos de Henry James, líder de um grupo de motoqueiros. Mas provar sua inocência não será nada fácil, pois Henry está na área. Com medo, Cary decide fugir, mas várias gangues partem em seu encalço.

SEXTA, 21/10 O Mão de Luva (TV Brasil, 22h) O Mão de Luva, de Silvio Coutinho. Elenco não informado. Brasil, 2007, cor, 72 min. A emissora não informou a classificação etária. Documentário - Conta a saga do bandoleiro Manoel Henriques, vulgo "O Mão de Luva", que foi perseguido pelo Alferes Tiradentes e cuja captura originou a criação da cidade fluminense de Cantagalo e Nova Friburgo. Localizada na zona proibida de exploração de ouro, Cantagalo foi terra de barões, cientistas renomados, escritores - inclusive o consagrado Euclides da Cunha - e o maior produtor de café do Brasil no século 19. Hoje, grandes jazidas de cimento e cal são exploradas por grandes mineradoras localizadas na cidade que também está próxima a Além Paraiba, em Minas Gerais.


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RETRATO FALADO

FINA ESTAMPA

Por Manu Moreira

Divulgação

Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Anos de chumbo

Sem princípios

Alguns atores consideram estimulante participar de uma produção que narra momentos históricos importantes. Quando eles vivenciaram o período mostrado na trama, o trabalho se torna ainda mais visceral. Esse é o caso de Fátima Freire, intérprete da professora Lúcia Paixão, de "Amor e Revolução", novela do SBT que se passa nos anos da ditadura militar no Brasil. "Nunca é demais ressaltar o quão horrível é uma ditadura, seja de que lado for. A novela faz lembrar aqueles anos de terror para os que viveram esta época e mostra, para a nova geração, um lado da história do país que eles não conheciam", opina. Sua personagem na trama de Tiago Santiago retrata o universo de professores universitários da época. Lúcia leciona Filosofia e educa os filhos de maneira considerada muito liberal para os conservadores do período. "Representa uma mulher à frente de seu tempo. É uma socialista democrata, tem valores éticos e morais sólidos. É uma mãe, amiga e companheira, com quem os filhos podem conversar sobre tudo", define ela, que já terminou de gravar o folhetim em São Paulo. "Moro no Rio e agora voltei para a cidade direto. Mas ainda 'vivo' a trama, já que acompanho a novela diariamente", garante.

Nome completo: Maria de Fátima Naves Freire Maia. Nascimento: Em 20 de julho de 1954, em Curitiba, no Paraná. Na tevê: "Filmes, telejornais, 'Globo Repórter' e seriados". Ao que não assiste na tevê: "Programas de auditório e que exploram a desgraça alheia". Nas horas livres: "Vou ao teatro, cinema, ouço música, leio, malho na academia do meu prédio e faço caminhadas na praia". No cinema: "Uma boa história, emoção, suspense... E, sem dúvida, o Al Pacino me leva ao cinema". Música: "Clássica, jazz, soul, rock... Depende da hora e estado de espírito". Livro: "'O que Passou e Permanece', a autobiografia do meu pai, o cientista Newton Freire Maia". Prato predileto: Comida japonesa. Pior presente: "Não existe. Dado de coração, sempre agrada". O melhor do guarda-roupa: "Um

Fátima Freire ressalta a importância da trama de "Amor e Revolução"

longo azul que fiz para o casamento de minha filha". Perfume: Chloé. Mulher bonita: "A mulher que é inteligente, sabe se impor, guerreira e corajosa. Além disso, as minhas filhas, Bianca e Amanda, são lindas". Homem bonito: "O meu marido. Pois junta o físico com um caráter maravilhoso, inteligência e generosidade". Cantor: Jason Mraz. Cantora: Billy Holiday. Ator: Al Pacino. Atriz: Bibi Ferreira. Arma de sedução: Inteligência e doçura. Animal de estimação: "Kyube, minha cachorrinha. Adotamos há um ano e é a paixão da casa. A cadelinha mais amorosa e doce do mundo". Escritor: Carlos Castañeda. Melhor viagem: "A que fizemos, eu e meu marido, há 4 anos, para o Egito, Grécia e Turquia. Foi emocionante e uma aula de história da civilização. Meu sonho

desde criança era conhecer as Pirâmides do Egito e os sítios arqueológicos". Sinônimo de elegância: "Tolerância e generosidade". Inveja: "Procuro manter este sentimento longe de mim por minha crença e crescimento espiritual". Ira: "Também procuro não chegar nessa fase. Resolver antes de ficar irada. Não acredito nesse sentimento e não acho que ele faça bem a mim e ao mundo". Gula: Sorvete. Cobiça: "Não sei se é bem uma cobiça, mas sonho em ter meu próprio teatro um dia". Preguiça: "Sou muito preguiçosa! Tenho de lutar contra isso". Luxúria: Inteligência. Vaidade: "De parecer mais jovem que minha idade". Mania: "De organização! Bagunça me incomoda muito". Filosofia de vida: "Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você".

O QUE VEM POR AÍ

PopTevê

Por incrível que pareça, tem mãe que não faz qualquer coisa por seu filho. É o caso de Teodora (Carolina Dieckmann) [foto], que só pensa em si própria. O olho da "perua" cresce em cima da fortuna que Griselda (Lília Cabral) ganhou na loteria, nos próximos capítulos de "Fina Estampa". Ela vai conversar com a ex-sogra, que pergunta quanto Teodora quer para deixar Quinzinho (Gabriel Pelícia). Aloura finge se sentir ofendida com a proposta. E, nesse momento, Quinzé (Malvino Salvador) chega e discute com a ex-mulher. No meio da confusão, Wallace (Dudu Azevedo), que "estava de butuca" no papo, aparece para defendê-la. Obviamente, os dois se desentendem, mas o lutador acaba desmaiando. Com o ânimo mais ameno, Teodora vai até a escola do filho, mas Quinzé não deixa que ela veja o menino. Só que Wallace resolve seguir a mulher discretamente. O que ele vê é Teodora olhando admirada para Quinzinho e fica irritado. Depois, ele avisa que pretende voltar a lutar. E Teodora diz que vai seguir com seu plano para arrancar dinheiro de Griselda. Tanto que ela procura novamente a ex-sogra. Mas, dessa vez, diz seu preço. Apesar de tanta ganância, na intimidade, Teodora chora ao pensar no encontro que teve com Griselda. Será que um dia ela será capaz de se tornar uma boa mãe? (Luana Borges/PopTevê) # Tereza Cristina diz a Renê que passou o Le Velmont para o nome dele. # Pedro não responde quando Danielle o chama para sair.


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VIDAS EM JOGO

Paixões em jogo Divulgação

Rodrigo Simas se destaca em "Fina Estampa" como o revoltado Leandro

Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Domingo, 16 de outubro de 2011 |

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Índole duvidosa Por Ana Paula Hinz PopTevê

Brincadeiras e piadas do público com Rodrigo Simas já viraram rotina. Desde que começou a interpretar o rebelde Leandro, de "Fina Estampa", Rodrigo já foi chamado de "ladrãozinho" na rua e até levou alguns sermões. Mas, em vez de se sentir incomodado com os comentários, o ator se diverte. "É engraçado e ao mesmo tempo muito doido ver toda a repercussão. As pessoas vivem totalmente a história. Acho bacana", revela. Não é incomum também que as pessoas se surpreendam com o jeito simpático de Rodrigo. Na novela, a expressão fechada e as falas ríspidas são a marca de seu personagem. "Muita gente acha que eu tenho um rosto muito mais leve pessoalmente. Acho que isso é uma coisa boa ", opina o ator, que acredita que a imagem que o público tem dele está completamente ligada ao processo de preparação e absorção do personagem. "Uso muito o olhar para mostrar a personalidade do Leandro", explica. Apesar de estar sempre procurando melhorar, Rodrigo é modesto. Nunca está plenamente satisfeito com a sua atuação e sempre pede conselhos. "Quando vejo as minhas cenas, na maioria das vezes não gosto. Sei que não posso ser tão radical, mas acho que é normal se cobrar. Acho que a gente nunca está pron-

to. Sempre pergunto aos diretores se estou indo na linha certa", revela. Para garantir que na hora da gravação tudo saia da melhor forma possível, ele estuda suas cenas com duas "coaches", uma preparadora de elenco da Globo e outra profissional que o acompanha há mais tempo. Além disso, costuma passar seu texto com outros atores do folhetim. "Eu sempre ensaio com a Cris Vianna e com o Vitor Lucas", conta, referindo-se aos atores que interpretam Dagmar e Leonardo, respectivamente, mãe e irmão de seu personagem na trama. Na história, Leandro é um rapaz de origem humilde, filho de uma quituteira. Apesar de a mãe tentar criar os filhos de forma honesta, o rapaz demonstra não estar satisfeito com sua condição social. Vive querendo arranjar formas de se dar bem e até já furtou um tênis. Agora, Leandro está envolvido em algo mais sério: um esquema de roubo de peças de motos junto com Rafael, de Marco Pigossi. "No começo, eu achava que ele agia errado por causa de uma revolta por não ter pai e dinheiro. Hoje, já vejo que ele não tem uma cabeça forte e, mesmo sabendo que não é certo, ele faz as coisas para ganhar dinheiro de maneira fácil", analisa. Mesmo Leandro destratando a mãe de vez em quando, Rodrigo acredita que ele tem carinho pela família e que suas atitudes grosseiras têm uma razão emocional e

psicológica. "O Leandro é muito marrento. Não deixa ninguém chegar perto demais. É uma defesa", opina o ator, que vê em Nanda, vivida por Luma Costa, uma chance de redenção. "Ele começou a procurar ela por interesse, mas acho que o Leandro já está gostando da Nanda. Ela é tranquila e talvez consiga consertá-lo", teoriza. A oportunidade de encarnar o adolescente surgiu depois de Rodrigo fazer a Oficina de Atores da Globo. Apesar de ter ido bem no primeiro teste, quase que ele não consegue o papel. "No início, eu não tinha o perfil do personagem. Para o segundo teste, raspei a cabeça e foi aí que gostaram mais", relembra o ator, que começou a pensar em seguir a profissão quando ainda fazia peças escolares. Ao mesmo tempo, o irmão, Bruno Gissoni, protagonista da última temporada de "Malhação", também começava a carreira. Por praticarem capoeira, os dois participaram da peça "Capitães da Areia", de Jorge Amado. "É ótimo ter alguém tão próximo no mesmo meio. É uma troca. A gente sempre conversa sobre as nossas cenas", vibra. Depois de ter sua primeira experiência na tevê, em "Poder Paralelo", da Record, Rodrigo garante que está mais preparado para enfrentar as dificuldades do meio. "Ainda estou aprendendo a lidar com a agilidade da televisão, mas estou bem mais ambientado", constata.

O QUE VEM POR AÍ

NOME PRÓPRIO O romance entre Cacau (Marcela Barrozo) [foto] e Welligton (Rick Tavares) ainda vai dar o que falar. Quem não vai gostar nada da relação dos dois são os pais de Cacau, Fátima (Luciana Braga) e Edmilson (Adriano Garib). Principalmente depois de saberem que a filha mentiu sobre o que realmente aconteceu entre ela e Welligton. O rapaz, ao se atrapalhar em uma conversa com Fátima, acaba dizendo toda a verdade. A mãe de Cacau conta a Edmilson sobre a mentira da filha e diz que terá uma conversa séria com ela. Welligton, por sua vez, fala da situação para seu treinador e pede conselhos. Assustados com a notícia de que a filha não é mais virgem, Fátima e Edmilson a proíbem de se encontrar com o namorado. Welligton até tenta argumentar com o pai de Cacau, mas sem sucesso. Quando o garoto resolve contar a Daniel (Guilherme Prates) sobre o namoro, descobre que o filho de Divina (Vanessa Gerbelli) está recuperando aos poucos a visão e é agredido por ele. Welligton revida, mas Daniel se faz de vítima. Para deixar a situação de Welligton ainda mais complicada, Edmilson ameaça expulsá-lo do Cariocas. Será que o namoro vai atrapalhar o sonho de Welligton? (Nicole Sanchotene/PopTevê) # Fabinho conta que Ivan foi o responsável pelo acidente. # Patrícia revela que Rita não estava envolvida no sequestro.


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