O Expresso

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JORNAL PARA QUEM ANDA DE ÔNIBUS · VIÇOSA, JUNHO 2015 · Ano 4 · Nº 21

“Faço isso para ajudar todo mundo” Seu João

da Escada: assim é conhecido o querido morador do bairro Laranjal, João Ferreira Messias. No auge dos seus 78 anos, ele ainda pega no batente para ajudar a manter a escada e uma das pontes da comunidade. Por que faz isso? “Para ajudar todo mundo.” Morador do bairro há 50 anos, Seu João conta que vai fazendo tudo de cabeça, calculando, descendo, jogando a terra para o lado e, assim, vai esculpindo a escada. Sua motivação? “Gostar do pessoal. Tem gente que diz que até reza por mim quando passa naquela escada”, conta ele.

Por que Morro do Escorpião? O Morro do Escorpião, como é conhecido o bairro Boa Vista, começou a ser ocupado por agricultores que saíram da zona rural para morar na cidade. O início das construções foi marcado pelo bichinho que deu fama ao lugar: o escorpião. Naiara Ferreira mora lá e procurou saber com os outros moradores por que o bairro foi assim nomeado.

O quadro “Fala, Cidadão” agora chama-se “Eu falo mesmo”, referindo-se à frase bastante falada pela estudante Érica durante o evento O Expresso na Comunidade. Conheça aqui quem é ela!

“Quando a gente mexia com lavoura de café e tinha que cavar algum barranco, saíam escorpiões de vários tipos. Teve criança que morreu por causa de picada de escorpião.” Eudes da Silva, 52 anos, abastecedor.

Érica Rocha só tem 13 anos, mas é uma cidadã de olhos atentos e língua afiada. A moradora do bairro Vau Açu não tem medo de falar sobre os problemas que vê no seu bairro e na sua escola. Ela acha que expor as situações ajuda a mobilizar as pessoas da comunidade e as “Antigamente aqui era mata, aí o pessoal foi autoridades para que, juntas, possam mudar a realidade desmatando e foi aparecendo muito escorpião. de todos. E o primeiro passo para isso é falar. “Eu falo Hoje não tem, graças a Deus... só ficou o nome.” mesmo! Falo para ver se toca as pessoas. Porque só um Miriam Maximiano, 37 anos, faxineira. falar não adianta, mas se todo mundo ajudar, melhora”. “Antigamente eles cavavam os barrancos e saíam muitos escorpiões, mas hoje em dia não se encontra mais, não.” Anderson Gonzaga, 26 anos, serralheiro.

Bate-papo na Igreja Há sete meses, jovens do bairro Vau Açu se juntaram e formaram o grupo cristão JJC, Jovens Juntos por Cristo, no qual desenvolvem atividades junto à comunidade, participam das missas realizadas na igreja e organizam retiros. Segundo a coordenadora Arlete Rodrigues, essa é uma alternativa para tirar os jovens da violência. A cada encontro os membros abordam um tema diferente, com

dinâmicas, apresentações e leituras bíblicas. “Gosto de participar do grupo porque é uma forma de encontrar com Deus, fazer amizades e refletir sobre as atitudes que tenho em casa e na comunidade”, diz Carla Tomaz, de 15 anos. As reuniões são abertas para todos e acontecem às sextas-feiras, às 19h, na Igreja São Francisco de Assis, no Vau Açu. Interessados podem ligar para (31) 8733-3256.

O Expresso, Ano 4, nº 21, JUNHO 2015. Este jornal é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa. (Projeto de Extensão Reg. PRJ199/2011). · Coordenação e Edição Laene Mucci Daniel · Fotos Chico do Vale e Érica Cristina da Rocha · Ilustração Everton Marques (Mamãe) · · Produção Gráfica Letícia Gusmão, Maria Clara Epifania e Robson Filho · Projeto Gráfico Rodrigo Castro · Diagramação Robson Filho · · Reportagem Camila Lino, Carla Tomaz, Naiara Ferreira, Samuel da Rocha · Redação e Revisão Bélit Medeiros, Fernanda Lopes, Isabela Lopes, Laryssa Rocha, Leonardo Fonseca, Letícia Gusmão, Lílian Moura, Maíra Amaral, Maria Clara Epifania, Mateus Dias, Robson Filho, Sérgio Felix, Thaiss Moreira e Yane Guadalupe ·

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