Edição 247 - O Eco Jornal

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Novembro de 2019 - Ano XX - Edição 247

Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis - RJ

AMETISTA DO SUL - RS

Terra de lindas pedras, muita energia, povo elegante e feliz

Foto: site da Prefeitura de Ametista

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NOTÍCIAS

INTERESSANTE

QUESTÃO AMBIENTAL

ESPETÁCULO DE BALLET: EU AMO ANOS 80

VIAGEM PELO ZEN QUÂNTICO

KABLIN REALIZA MAIOR EMBARQUE DE CELULOSE DE SUA HISTÓRIA

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EDITORIAL

CULTURA EM ANGRA É CONDENADA A UM GUETO Angra dos Reis é uma cidade culturalmente importante, mas poucos sabem de sua relevância. Quem administra a cultura, normalmente é dono do que diz e do que o seu grupinho diz. A cultura segue e seguirá pela escuridão das veredas, findando em um gueto sem deixar identidade nem marcas na história. Será culpa do destino? O acervo cultural em Angra é fantástico, mas qual é e onde está? Uma cidade que se promove como turística, não deveria deixar a sua identidade e acervo no ostracismo, pois cultura e turismo andam de mãos dadas. Gostaria ainda de dizer que cultura em Angra, não deveria dar espaço aos enlatados ou plastificados culturais impostos pela mídia oportunista e desagregadora dos costumes. Quando adotaram esta postura, a cidade perdeu sua identidade cultural e passou a ser igual aos subúrbios dos grandes centros, desvirtuados pela marca “terra de ninguém” ou construídos pelos desajustados da cultura de sua origem. Estou fazendo esta provocação porque quero referir-me ao Centro Cultural Constantino Cokotós, aqui do Abraão.

Há anos o pessoal ligado à cultura aqui, se contra-põe às festas de abundância etílica, “ao estilo futebolesco” e desvio do objetivo cultural. Após exaustiva espera, finalmente saiu o tão esperado Regimento Interno, para dar ordem à desordem. Pois é! Mas como tudo em Angra é feito entre compadres, quero dizer, não se ouvem as instituições da sociedade, e/ou GT (Grupo de Trabalho até criado por decreto para isto), que deveria opinar, para saber qual seria o mal menor. O Regimento saiu engessado em relação ao cotidiano do Abraão (impossível acreditar que não tenha um dedo intencional dos inimigos da cultura). Em qualquer lugar de turismo com semelhança ao nosso, durante o dia é de movimento precário, face o agito ser MAR E MONTANHA e as coisas culturais serem à noite. Pois bem, o Regimento determina que a casa de cultura funcione das 10h às 18h, portanto um horário que ninguém visitará, tornando-a de utilidade precária para seu fim. Há boatos que já foi retificado, mas não sabemos ao certo. “Mas de certa forma, agradou ao grupo de compadres (pelegos), desafetos da boa

cultura, pois lhe deu espaço para desgastar pelas beiradas, quem sempre fez a banho de suor, o trabalho pela cultura”. E agora? Farão outro regimento ou teremos que entrar na justiça par fazer eventos culturais à noite? Um lugar como a Ilha, tem costumes próprios, cultura própria e, portanto, identidade própria, o que merece além de respeito, ser ouvida em seus anseios. Nosso jeito de ser sempre repeliu o que nos vêm “goela a baixo”. A Prefeitura conhece muito bem como discutimos forte e repelimos o que não nos agrada. O número de secretários que através dos tempos se queimou em Angra, por baterem de frente com os interesses da Ilha deveria ser observado pela gestão. “Nós não inventamos a democracia, nós a adotamos e por isso no exercício da cidadania, a crítica construtiva será consequência”. Obviamente em qualquer lugar do mundo seria menos penoso e mais construtivo terem-nos com parceiro. Vou falar com o Fernando sobre isso, tenho certeza que rolarão cabeças. “Ele não gosta de nadar na poeira”.

O EDITOR

Este jornal é de uma comunidade. Nós optamos pelo nosso jeito de ser e nosso dia a dia, portanto, algumas coisas poderão fazer sentido somente para quem vivencia nosso cotidiano. Esta é a razão de nossas desculpas por não seguir certas formalidades acadêmicas do jornalismo. Sintetizando: “É de todos para todos e do jeito de cada um”!

Sumário 15

MATÉRIA DE CAPA

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QUESTÃO AMBIENTAL

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INFORMATIVO DE O ECO

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ESPAÇO BRIGADISTA

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NOTÍCIAS E OPINIÕES

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COLUNISTAS

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INTERESSANTE

Expediente DIRETOR EDITOR: Nelson Palma CHEFE DE REDAÇÃO: Núbia Reis CONSELHO EDITORIAL: Karen Garcia, Núbia Reis. COLABORADORES: Adriano Fabio da Guia, Alba Costa Maciel, Amanda Hadama, Angélica Liaño, Bebel Saravi Cisneros, Érica Mota, Heitor Scalabrini, Hilda Maria, José Zaganelli, Karen Garcia, Lauro Eduardo Bacca, Maria Rachel, Neuseli Cardoso, Núbia Reis, Pedro Paulo Vieira, Ricardo Yabrudi, Renata Paganotto, Renato Buys, Roberto Pugliese, Rosanne Pinheiro, Sabrina Matos, Sandor Buys e Talita Nascimento.

DADOS DA EMPRESA: Palma Editora LTDA. Rua Amâncio Felício de Souza, 110 Abraão, Ilha Grande-RJ CEP: 23968-000 CNPJ: 06.008.574/0001-92 INSC. MUN. 19.818 - INSC. EST. 77.647.546 Telefone: (24) 3361-5410 E-mail: oecojornal@gmail.com Site: www.oecoilhagrande.com.br Blog:www.oecoilhagrande.com.br/blog

As matérias escritas neste jornal, não necessariamente expressam a opinião do jornal. São de responsabilidade de seus autores.



Turistler için bilgi ve öneriler:

Cari amici,

Sevgili arkadaşlar, Ilha Grande’ye hoşgeldiniz!

Bem-veghesti a Ilha Grande (Vêneto dei imigranti - TALIAN) Cari amici, benvegnesti a Ilha Grande (Lingua di immigrazione italiana in brasileTALIAN) Al saludarve gavemo el piacere de darghe la informassion che semo su una APA (Area di protession ambintale), e un PEIG (Parque Estadual da Ilha Grande). Lavoremo tanto par protègere questa ísola, par questo domandemo el vostro aiuto. Savemo magari, che l’ísola no le come voi imaginate, má se non fosse par l’esforso dela comunità e dei turisti serebe tanto pedo. Il paeselo de Abraão ze sìmplice, podemo dire anca bucólico con fàcia multiculturale, ma lo ga bone posade e ristoranti, ciaramente questo dependerà dela vostra sercada. Sugestion par el conforto e securità: lá insessante oferta de laori a basso presso questo possibilita rovinare la vostra sognata vacansa. Semo sicuri che non torni inrabià se sai sercare el posto. Ilha Grande revelarà una esselente destinassion. Varda la guida turìstica che la trovi in tute le bone agensie, o laghi datirístiche localisati nela pròssima pàgina. Par intanto riguarda la protession e il respeto dela natura, non ciapar gnente e non lassar gnente. Non retirar del mare, anca se sia par un àtimo, le stele marine, o qualsia altre spèssie marine, sono bestiolete ràgile, parquesto non deve gnaca portar a la superfíssie. Ciàpele su le foto soto l’àqua in so ambiente, sensa mover le bestiolete del mar. Il paeselo de Abraão, le ofre tranquilità, ga un posto mèdico un destacamento de polìssia e dei vigili del fogo. Non doperar droghe, la lege non permete, questo po rovinare la vostra vacansa. Auguriamo un felice ritorno, portivia tante foto, forse anca scàtole piene, e lasse tanti amici. Nantri spetemo il vostro ritorno a la Ísola. Sempre in gamba e un bondi par tuti!

Sizi adamızda ağırlamaktan ve Ilha Grande’nin APA (Área de Proteção Ambiental - Koruma Altındaki Yerler) listesinde olan devlet parklarından biri olduğunu belirtmekten mutluluk duyarız. Bizler her zaman adamızı korumak adına elimizden geleni yapmakta ve bu konuda sizlerin yardımına ihtiyaç duymaktayız. Adamızın tam anlamıyla sizin bulmayı umduğunuz gibi bir yer henüz olmadığının farkındayız. Eğer yerel toplulukların ve turistlerin yardımları olmasaydı durum daha kötü olabilirdi. Abraão Köyü küçük ve kırsal bir yer olmakla birlikte birçok motel ve restaurant seçeneği sunmaktadır. Rahatınız ve güvenliğiniz için size sunulan her cazip teklifi kabul etmemenizi, hoşunuza giden uygun bir yer bulana kadar zamanınızı değerlendirmenizi öneririz. Size sunulan düşük fiyatlı olanaklar sizin için en iyi seçenek olmayabilir. Eğer size sunulan iyi olanakları değerlendirirseniz, ada sizin için harika bir SPA yeri haline gelebilir. Strese hiç gerek yok. Sonraki sayfadaki bilgiler size yardımcı olacaktır. Doğayı koruyun. Doğadan hiçbirşey almayın ya da doğaya bırakmayın. Deniz yıldızlarını yada diğer deniz canlılarını ait oldukları yerden toplamayın, onlar hassas canlılardır ve yeryüzüne çıkarılmamalıdır. Bunun yerine su altında onlarla fotoğraf çekilebilirsiniz. Kasaba sessiz sakin bir yerdir. Sağlık ocağı, polis merkezi, itfaiye gibi temel ve önemli birçok servis bulunmaktadır. Uyuşturucu maddeler kullanmayınız. Bu yasalara aykırıdır ve adadaki konaklamanızı da kapsayarak size ciddi sıkıntılara sebep olabilir. Size keyifli bir konaklama dileriz. Eminiz ki harika anılar ve fotoğraflar arşivleyecek ve arkanızda iyi arkadaşlar bırakacaksınız.

Apresto Gràssie.

Teşekkürler.

Mapa Vila do Abraão

A - Cais da Barca B - D.P.O. C - Correios D - Igreja E - Posto de Saúde F - Cemitério G - Casa de Cultura H - Cais de Turismo I - Bombeiros J - PEIG - Sede K - Subprefeitura

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Capoeira | Ciranda | Literatura Artesanato | Cinema Av. Beira Mar, s/n arenacultural.og@gmail.com (24) 99999-4520

Secretaria da MinistĂŠrio da Cidadania e da Cultura Diversidade Cultural



QUESTÃO AMBIENTAL

NÃO À MUDANÇA CONSTITUCIONAL QUE PERMITE INSTALAR USINAS NUCLEARES EM PERNAMBUCO Heitor Scalambrini Costa Professor aposentado Universidade Federal de Pernambuco, graduado em Física, Unicamp/SP, mestrado em Ciências e Tecnologia Nuclear DEN/UFPE, doutorado em Energética-CEA/Université de Marseilhe-França.

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vantagens (?), tratando a energia nuclear como fonte renovável de energia (que não é). E ao mesmo tempo permite que usinas nucleares sejam instaladas em Pernambuco. E não estamos falando em simplesmente uma, mais de seis reatores (6.600 MW) até 2050, como planeja e defende os lobistas desta tecnologia. São feitas afirmações peremptórias, quase que definitivas de que a fonte nuclear é “ecologicamente

A construção das usinas e gestão, não agrega e nem ancora o sistema tecnológico e de ciências do país

Em 5 de outubro de 2019 a Constituição Estadual completou 30 anos. Veio no rastro da Carta Magna de 1988, chamada de Constituição Cidadã, que inovou no federalismo, assegurando aos Estados maior capacidade de autogestão, autonomia política para escolherem seus gestores e editarem leis. Neste trintenário da Constituição pernambucana, uma proposta de mudança de seu artigo 216 está provocando polêmica, e ao mesmo tempo um amplo debate na sociedade. O referido artigo, cuja redação original trata da proibição de usinas nucleares no território do Estado de Pernambuco, seria modificado pela PEC 09/2019 de 25 de setembro de 2019, proposta pelo deputado estadual Alberto Feitosa. Assim, a nova redação passaria a “O Estado fomentará projetos e atividades de geração de energia de fontes renováveis, que se mostrem eficazes e economicamente competitivos, priorizando o equilíbrio socioambiental, mediante concessão de incentivos fiscais e financeiros.” A primeira lida esta redação parece adequada ao maior desafio atual da humanidade, o aquecimento global, e o papel das fontes não convencionais (fósseis) nas mudanças climáticas. Todavia a justificativa que acompanha esta PEC é de uma má fé grandiosa, aliada ao desconhecimento do nobre deputado. A justificativa da PEC simplesmente considera as

mais benéfica”, que os “riscos de um acidente severo são inexistentes”, que “energia eólica e a solar são inter-mitentes e que essa condição gera problema de abastecimento de energia elétrica, dai a necessidade de energia firme, a nuclear”, que “sem as usinas nucleares o desenvolvimento tecno- lógico nacional na área nuclear estará comprometido”, ainda que “os benefícios econômicos advindos por este empreendimento, alavancara o município e toda região, com o Estado recolhendo mais impostos,

e aplicando para melhorar a qualidade de vida do sertanejo”. Como a decisão governamental de instalar usinas nucleares é política e não técnica, acaba prevalecendo na tomada de decisão, pressões dos grupos que se beneficiarão da indústria nuclear. Na verdade a dinheirama deste projeto, somente beneficiará grupos econômicos internacionais, fabricante dos equipamentos, construtoras, grupo de cientistas/pesquisadores, setores das forças armadas. Os argumentos técnicos, econômicos, sociais, ambientais usados em defesa deste empreendimento são capciosos. Passo a seguir a comentar alguns deles. A produção de energia elétrica a partir da geração nuclear não é ecologicamente benéfica quando se analisa o ciclo do combustível nuclear, desde a mineração, a fabricação do elemento combustível, ao tratamento dos rejeitos radioativos (lixo) e seu armazenamento. Além de não considerar que a fase do “descomissionamento” destas estruturas industriais, custam caro, e gastam muita energia, contribuindo para a emissão de gases de efeito estufa. A energia nuclear é suja. Na ânsia em defender o indefensável são feitas afirmativas esdrúxulas sobre a probabilidade zero de ocorrer acidentes severos, ou seja, vazamento de material radioativo do interior dos reatores para o meio ambiente (terra, ar, água). Acidentes de vazamento não são tão raros assim, e quando acontecem são dramáticos

para as pessoas e para a natureza. Dai afirmar “podem ficar tranquilos população, NUNCA terá acidentes”, é inconcebível, se vamos estabelecer um debate sério e necessário sobre esta insanidade que é instalar usinas nucleares no Nordeste, a beira do rio São Francisco. É defendido que para garantir o abastecimento é exigido fontes gerando continuamente (energia firme), como a energia nuclear. Não reconhecem que o Brasil tem muitas opções energéticas renováveis, e os efeitos sistêmicos entre as fontes hidráulicas, as eólicas, a solar, e as termoelétricas a biomassa, são as melhores opções para a diversidade, complementaridade e sustenta bilidade de nossa matriz elétrica. A construção das usinas e gestão, não agrega e nem ancora o sistema tecnológico e de ciências do país, pois são adquiridas as grandes “players” do setor, na modalidade de aquisição conhecida como “turn key”. São usinas que demandam investimentos iniciais de 20 bilhões de reais (5 bilhões de dólares), podendo chegar aos 25 bilhões com os aditivos contratuais ao longo da construção. As seis usinas corresponderiam a 150 bilhões de reais. Com investimentos muito, muito mais modesto nos Centros de Pesquisa, Universidades, investindo em reatores de pesquisa, reatores multi-propósito, se conseguiria atingir as condições básicas para o desenvolvimento científico e


QUESTÃO AMBIENTAL tecnológico do país na área nuclear (para outras aplicações: agricultura, medicina, …), e em outras áreas estratégicas para o país. Justificar que o investimento de 150 bilhões de reais até 2050 nestas usinas, vai automaticamente resultar em benefícios econômicos para as populações locais/regionais é altamente questionável. A mesma conversa, de que o desenvolvimento, vai gerar empregos e renda pela chegada das usinas. Afirmativas sem lastro na realidade brasileira, tomando como exemplo outras grandes obras e empreendimentos que não cumpriram as promessas de ordem social e ambiental (Complexo lndustrial Portuário de Suape, Transnordestina, Transposição do São Francisco, …..). A luta contrária a implantação destas usinas em Itacuruba é a defesa de um Brasil livre do nuclear. Esperamos que os membros da Constituição, Legislação e Justiça, da Assembléia Legislativa de Pernambuco (9 deputados*) cumprirão com seu dever de legislar, auscultando o clamor da sociedade, que não aceita e

não quer esta mudança constitucional. NÃO ao nuclear, NÃO aos meros interesses econômicos. SIM para a vida, e para o futuro do planeta Terra. OPINIÃO DO JORNAL Tudo o que o professor Scalambrini nos escreve, com alicerce em seu vasto currículo, devemos admitir como perfeito. Entretanto alertamos que a proposta de “sustentabilidade” no mundo, não se preocupa com a sobrevivência da biodiversidade, mas sim com a sustentabilidade econômica da gestão de qualquer governo. Não só aqui, mas no mundo, tudo é feito para o momento da gestão, como consequência o longo prazo pouco ou nada interessa. Isso já se tornou modelo. O contra-senso mais evidente, é ter incentivado a humanidade a sermos oito bilhões, unicamente para dar conta do consumo exagerado de produção da grande indústria. Agora temos que recorrer a modificações genéticas para dar conta do consumo

dos oito bilhões de humanos e o que mais nos assusta é que a tecnologia criada para a automação da produção, para a pseudo sustentabilidade, desemprega todo mundo. E agora? Como voltaremos ao equilíbrio? Morreremos da fome por não termos trabalho e o ganho para sustentar o consumo? Como equilibraremos este desequilíbrio que criamos? Há afirmações de que o planeta necessita de uma vez e meia sua capacidade para dar conta do consumo. “Ousamos até chamar de mundo louco que criamos”! Para a sustentabilidade no mundo resta encurralar-se em uma vereda tortuosa descendo por um abismo e sem saída. O futuro” já presente” nos dirá o que será. Nós fizemos nossa parte para que isso não acontecesse, educando, sugerindo o menor consumo, o aproveitamento máximo do que se tem: educação ambiental! Mas a mídia consumista venceu. Agora já fazemos parte das vítimas do sistema! Lamentamos!

EMISSÕES LÍQUIDAS ZERO DE CARBONO: TÉCNICA ECONOMICAMENTE VIÁVEL PARA A CHINA ATÉ 2050 Por PRNewswire. Rocky Mountain Institute; The Energy Transitions Commission PEQUIM, 22 de novembro de 2019 - /PRNewswire/ -- A Comissão de Transições Energéticas (ETC – Energy Transitions Commission) divulgou hoje seu relatório “China 2050: uma economia totalmente desenvolvida e rica com emissão zero de carbono” (“China 2050: A Fully Developed Rich Zero-Carbon Economy”), em parceria com o Rocky Mountain Institute (RMI). O relatório mostra que é viável do ponto de vista técnico e econômico para a China se tornar simultaneamente uma economia totalmente desenvolvida e atingir emissões líquidas zero de carbono até meados do século. De acordo com o relatório, para cumprir esse objetivo, o investimento requerido pode ser facilmente disponível, em vista da alta taxa de poupança e investimento da China e porque o impacto do produto interno bruto (PIB) per capita da China em 2050 será mínimo. O compromisso de conseguir emissões zero até 2050 irá estimular investimentos e inovações e também irá gerar grandes melhorias na qualidade do ar localmente

e capacitar a China para estabelecer uma liderança tecnológica em diversos setores. O relatório demonstra como a China pode reduzir a demanda final por energia, enquanto o padrão de vida continua a subir. A demanda reduzida por aço e cimento, uso mais circular de todos os materiais – especialmente plásticos – e as vantagens inerentes da eficiência energética, conseguida através da eletrificação do transporte de superfície e aquecimento de construções irão capacitar a China para desfrutar um PIB per capita e padrão de vida três vezes maior do que os dos níveis atuais, ao mesmo tempo que reduz a demanda final por energia de 88 exajoules (EJ), hoje, para 64 EJ até 2050. Consequentemente, a demanda total por energia primária pode cair 45%, de 132 EJ, hoje, para 73 EJ em 2050. Isso seria uma mudança excepcional nas fontes de energia, com a demanda por combustíveis fósseis caindo em mais de 90%, enquanto a energia não fóssil deve expandir 3,4 vezes. Do lado do suprimento, atingir emissões líquidas

zero irá requerer a descarbonização total da geração de eletricidade e conter a expansão generalizada do uso de eletricidade em torno de 15.000 terawattshora (TWh) em 2050, em comparação com apenas 7.000 TWh em 2018. Aproximadamente 75% da geração de eletricidade total poderá vir de recursos eólicos e solares, com um portfólio de flexibilidade da rede elétrica e opções de armazenamento. Também pode requerer um aumento para mais do que o triplo na produção e uso de hidrogênio, de 25 milhões de toneladas para mais de 80 milhões de toneladas em 2050. Poderão também ser importantes, mas mais limitadas, funções para maior produção de bioenergia e para captura de carbono e armazenamento ou uso. O relatório também destaca ações setoriais essenciais e propõe sugestões de políticas púbicas para atingir a meta de carbono zero. Para ler o relatório completo: www.energy-transitions.org/china-2050-fullydeveloped-rich-zero-carbon-economy

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QUESTÃO AMBIENTAL

ÓLEO ATINGE LITORAL FLUMINENSE Baía Viva vai requerer decretação de Estado de Emergência em Saúde Pública e afastamento do Ministro do Meio Ambiente para ressarcir prejuízos e impactos Sérgio Ricardo Verde Nesta 2ª. feira (25/11/2019), o Movimento Baía Viva, fundado nos anos 1990, ingressará com Representação judicial junto à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, requerendo uma atuação conjunta e coordenada em regime de urgência tendo em vista a ampliação da escala dos impactos socioambientais e prejuízos econômicos provocados pelo desastre ambiental do vazamento de óleo (petróleo cru) que desde 30 de agosto já atingiu 724 localidades nos 9 Estados do Nordeste: há poucos dias, o óleo atingiu a região Sudeste onde já alcançou praias do Espírito Santo e, desde ontem, chegou ao litoral do Estado do Rio de Janeiro onde foram recolhidas pela Marinha amostras de fragmentos de material oleoso na Praia do Grussaí, no município de São João da Barra, no Norte Fluminense. O óleo coletado em Grussaí, é considerado compatível com o que há quase 3 meses tem sido encontrado na costa nordestina e do Espírito Santo: ou seja, a substância é a mesma identificada em todos os locais afetados. Apesar de até hoje não ter sido identificada a origem do vazamento de óleo, estima-se que o desastre ecológico ocorreu à cerca de 700 km da costa brasileira em frente ao estado da Paraíba, tendo inclusive chegado pequenas manchas ao Arquipelágo de Abrolhos colocando em risco sua rica vida marinha. Os dados oficiais mostram que de cada 10 locais atingidos, 3 voltaram a apresentar manchas de óleo após a limpeza. Teme-se que como tratase de petróleo cru, pesado, a maior parte da mancha de óleo ainda possa estar no fundo do mar, o que poderá ampliar os impactos sobre a vida marinha, a pesca e o turismo. O próprio Presidente da República neste sábado (23/11) admitiu que há a hipótese de “menos de 10” do volume total de óleo ter chegado à costa brasileira...! A composição do petróleo é uma mistura hidrocarbonetos aromáticos e policíclicos, em alguns casos também sulfúricos e outros produtos, como metais pesados. A Representação destaca que renomadas instituições científicas do país como os pesquisadores da ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), tem afirmado que:...”há sérias ameaças para a saúde da população: os componentes químicos do petróleo, como o benzeno, são cancerígenos e podem causar má formação fetal e patologias graves. A contaminação se dá através da ingestão, absorção pela pele e inalação, e as substâncias tóxicas podem atingir sistemas nervoso, hematopoiético/ imunológico, respiratório, causar lesões na pele, alterações hepáticas, hormonais, infertilidade, dentre outras consequências. 10

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Além dos banhistas, que entram em contato com a água sem proteção, os pesquisadores consideram que correm riscos os voluntários no processo de limpar as praias do óleo, quando não têm equipamentos adequados, e comunidades de pescadores artesanais, que obtém da pesca e da mariscagem o sustento. Assim, propõe-se que seja declarada a situação de Emergência em Saúde Pública a fim de assegurar medidas urgentes, como atendimento aos trabalhadores que atuam nas praias e manguezais onde o petróleo coloca em risco a atividade ocupacional de pesca e mariscagem; interdição dos pontos contaminados; controle sanitário e de segurança alimentar e nutricional.” Na denúncia à PGR e ao MPE, o Baía Viva requer as seguintes providências em caráter de urgência: 1-Que seja ajuizada Ação Civil Pública Ambiental pelo imediato afastamento do cargo de Ministro do Meio Ambiente (Ricardo de Aquino Salles), que apesar de exercer a função de Autoridade Nacional do PNC (Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo), somente acionou o PNC após 41 (quarenta e um dias) após o aparecimento de grande quantidade de manchas de óleo nos estados do Nordeste, o que caracteriza os crimes de omissão, negligência, leniência, inépcia, inação, inércia e prevaricação, que são ilícitos tipificados na Lei Federal n.° 9605/1997 (Crimes Ambientais) e na Lei Federal n.° 8429/92 que trata dos atos de improbidade Administrativa praticados por qualquer agente público, em função de sua atuação tardia em relação ao acionamento do Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional no caso do desastre ambiental provocado por vazamento de óleo no litoral nordestino. Esta flagrante omissão institucional do titular do MMA foi amplamente noticiada, entre setembro e outubro, pela imprensa nacional e estrangeira e foi constatado pelo próprio MPF de Sergipe através de nota de convocação de uma coletiva de imprensa realizada no dia 28/10 em sua sede em Aracaju, que teve a participação de procuradores da República dos nove estados da região Nordeste, onde é descrito que: “O Ministério Público Federal reafirma que o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo (PNC) não foi acionado tampouco está em execução nos termos da legislação e com a base científica que o fundamenta.” 2-Requerer, pela via judicial, o bloqueio dos bens patrimoniais e financeiros da pessoa física, existentes no Brasil e no exterior, que atualmente ocupa a titularidade do MMA e, após a efetiva identificação


QUESTÃO AMBIENTAL das fontes de poluição, das respectivas empresas de navegação e petroleiras e seus dirigentes responsáveis por esta tragédia ambiental de grande magnitude, a fim de ressarcir os enormes gastos emergenciais feitos pela União Federal, Estados da Federação e Prefeituras; assim como para custear a reparação e descontaminação dos danos e impactos socioambientais e econômicos provocados seja nas economias locais (dos municípios), seja para ressarcir os lucros cessantes provocados às cadeias produtivas da pesca e do turismo; bem como para arcar com os custos financeiros relativos ao eventual tratamento de saúde de voluntários, trabalhadores do mar, soldados das Forças Armadas, garis e operários das Prefeituras em função da comprovação da toxicidade do óleo presente nas praias, rios e manguezais. 3- A decretação do ESTADO DE EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA em todos os Estados e Municípios atingidos pelo óleo, como previsto nas Leis n. 12.340/2010 e n. 12.608/2012, com base na portaria nº 2.952 de 14/12/2011 do Ministério da Saúde,considerando os perigos da exposição ao óleo de Petróleo nas praias nordestinas e proporcionar desenvolvimento de ações de vigilância popular e cuidado em Saúde, através da imediata mobilização do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o direito de atenção integral à saúde e de informação para sua proteção, devendo esta medida abranger toda a região afetada pelo vazamento de óleo por conta da contaminação de petróleo, tendo em vista que na composição deste óleo combustível (petróleo cru) há compostos voláteis extremamente perigosos com alto potencial cancerígeno, tais como: benzeno, tolueno e xileno entre outros metais pesados que trazem graves riscos à saúde e ao meio ambiente. Esta medida emergencial também tem sido solicitada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA – Faculdade de Medicina da Bahia) e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) de Pernambuco, porém, até o momento, o alerta feito pela comunidade científica tem sido solenemente ignorado pelo governo federal. A FIOCRUZ tem alertado desde Outubro que: “Um contexto de extrema gravidade configurado como de emergência ambiental e de saúde pública foi produzido com a chegada massiva de óleo cru de petróleo no litoral nordestino, ainda

de origem desconhecida, colocando em perigo a fauna e flora marinha e toda a população costeira, pescadores, pescadoras (marisqueiras), banhistas, trabalhadores/as das praias, turistas e consumidores de peixes e frutos do mar e comprometendo o sustento das comunidades tradicionais pesqueiras de toda a região. Incluindo, também, os perigos de contaminação do ecossistema como um todo.” A declaração de ESTADO DE EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA tem como base a PORTARIA N. 2.952 DE 14/12/2011 do Ministério da Saúde. Esta Portaria “regulamenta, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) e deve ser aplicada em situação que demande o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, particularmente na alínea “b”: “Situação de desastre: evento que configure situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecido pelo Poder Executivo federal nos termos da Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, e que implique atuação direta na área de saúde pública”. O Baía Viva também questiona a legalidade do sigilo das informações neste caso, imposto pelo governo federal, já que fere os princípios da Lei da Transparência (Lei No. 12.527/2011) e da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011). 4- Que seja determinado ao Governo Federal, Estados e Municípios que, através de uma parceria institucional, estabeleçam, imediatamente, o seguro defeso de natureza sanitária para todos pescadores/marisqueiros atingidos e a organização de medidas de Monitoramento do Risco Ambiental e da Assistência à Saúde para a proteção da Saúde dos Trabalhadores na Pesca Artesanal – Marisqueiras, conforme recomendado pela ABRASCO desde Outubro/2019. Segundo relatório preliminar do IBAMA, no Nordeste, estima-se que há riscos à saúde de 144 mil pescadores artesanais. 5-Que seja determinado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro (GOERJ), Prefeituras do litoral fluminense, Ministério da Marinha, PETROBRAS e demais empresas petroleiras que operam neste

território a apresentação no prazo de 48 horas, de um Plano de Emergência para contenção do espalhamento do óleo no litoral, com a disponibilização neste prazo de todos os recursos humanos, tecnológicos e financeiros necessários para minimizar os potenciais impactos na região.. Como prova documental da leniência e prevaricação do titular do MMA, além da extensa relação de danos socioambientais e econômicos presentes em 724 localidades em cerca de 100 municípios, a Representação enfatiza que no dia 18/11/2019, o omisso atual Ministro do Meio Ambiente teve a quebra de seus sigilos fiscal e bancário autorizado pela 10ª. Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, a partir de um Agravo de Instrumento proposto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, visando investigar a suspeita de enriquecimento ilícito (evolução patrimonial incompatível com o cargo de ex-secretário estadual de Meio Ambiente-SP cuja remuneração era de R$ 19 mil mensal), uma vez que o patrimônio do réu Ricardo Salles cresceu estranhamente de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018. O movimento considera que além da falta de condições éticas para o exercício do cargo, há risco de ocultação dos bens pessoais numa tentativa da citada autoridade tentar se livrar da sua comprovada irresponsabilidade profissional. Para Sérgio Ricardo, membro-fundador do Baía Viva: “Além da ameaça à biodiversidade marinha e os fortes impactos na economia dos municípios afetados pelo vazamento de óleo que tem como principais fontes de arrecadação financeiras as cadeias produtivas da pesca e do turismo, também deve ser levado em conta uma grande preocupação com os potenciais riscos da presença deste petróleo cru na saúde coletiva, o que tem sido minimizado pelo governo federal: este óleo combustível tem compostos voláteis altamente cancerígenos como benzeno, tolueno e xileno entre outros metais pesados que trazem graves riscos à saúde e ao meio ambiente que podem provocar intoxicação aguda, náuseas, dor de cabeça, bronquite, asma, dermatites e provocar doenças no sistema nervoso central e problemas neurológicos. Há registros de que pelo menos 17 voluntários que foram hospitalizados. Muitos voluntários, garis, pescadores, marisqueiras, funcionários da PETROBRAS e soldados das

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QUESTÃO AMBIENTAL Forças Armadas trabalharam na limpeza e no recolhimento do óleo nas praias e manguezais sem dispor de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). O principal risco de contaminação química se dá através da exposição por médio e longo prazos. A presidência da República e o Ministério da Saúde, ao invés de tentarem minimizar a gravidade da situação, já deveriam ter acionado uma ação planejada e coordenada do Sistema Único de Saúde (SUS) que está presente em todas as cidades impactadas. Até agora não houve disponibilização de recursos financeiros para o atendimento emergencial de saúde, nem muito menos foi iniciado um processo de vigilância em saúde das comunidades afetadas. Somente no Nordeste, estima-se que há riscos à saúde de 144 mil pescadores artesanais. Por isso, é fundamental que a União Federal atue imediatamente para garantir uma renda mínima aos pescadores artesanais pelo prazo que durar o dano ambiental sobre os ecossistemas como manguezais, estuários e rios e, imediatamente, promover com apoio das universidades do país o monitoramento do pescado para evitar riscos de contaminação do consumo já que o óleo pode entrar na cadeia alimentar. Estamos diante de uma tragédia ambiental de larga escala, cujos impactos e prejuízos ainda são muito difíceis de serem estimados ou mensurados sobre o meio ambiente, a vida marinha, a saúde pública e na economia dos municípios do litoral brasileiro afetados.”

CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE MARINHA: AVISO AOS PESQUISADORES Documento assinado eletronicamente por Ana Elisa de Farias Bacellar, Analista Ambiental, em 14/11/19

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QUESTÃO AMBIENTAL

KLABIN REALIZA MAIOR EMBARQUE DE CELULOSE DE SUA HISTÓRIA Navio recebeu 46 mil toneladas do produto, partindo do Porto de Paranaguá até Qingdao, na China

Paraná, 25 de mês de NOVEMBRO 2019 – A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, realizou, recentemente, o maior embarque de celulose de sua história em um único navio. Uma carga de 46 mil toneladas do produto foi embarcada no Porto de Paranaguá ao longo de três dias, sendo o maior lote de celulose já exportado pela companhia no local em um único embarque. A embarcação teve como destino o Porto de Qingdao, na China, com uma produtividade de 19 mil toneladas por dia no seu carregamento. A empresa conseguiu otimizar o embarque, registrando um excelente rendimento operacional com forte integração de toda a comunidade portuária e nossos operadores. Foram cerca de 1.500 viagens de caminhão, numa operação que aconteceu 24 horas por dia. Como esse volume de embarque excede a capacidade atual de calado de alguns berços de atracação do terminal, foi necessário realizar o trabalho em dois berços para conclusão da carga. “O resultado dessa operação nos deixa bastante orgulhosos, pois representa a

consistente evolução desde o início de nossas operações com a celulose, além de mostrar o potencial operacional de Paranaguá. Importante observar que, com a construção do nosso novo armazém, arrendado durante o leilão realizado em agosto, conseguiremos tornar a nossa operação totalmente verticalizada, o que não ocorre hoje, pois operamos com a nossa Unidade Logística a 5 Km do porto. O espaço trará garantia operacional de longo prazo, otimizando a ligação ferroviária das fábricas diretamente ao Porto e comportará a operação híbrida de celulose em fardos e bobinas de papel”, comemora Gerson Ferreira, coordenador de Logística Internacional da Klabin. “Estamos igualmente otimistas com as ações coordenadas pela autoridade portuária juntamente com capitania dos portos, que têm aplicado esforços para contemplar melhorias na infraestrutura marítima do Porto, como dragagem para aumento de calado dos berços e melhorias de navegabilidade e atracação. São projetos e ações de gestão que nos permitirão atingir índices ainda maiores de produtividade

logística. Em nossas simulações, embarques desse porte no futuro serão realizados com 20% de aumento na produtividade”, afirma Sandro Ávila, diretor de Planejamento Operacional, Logística e Suprimentos. Novo armazém portuário da Klabin no Porto de Paranaguá Em agosto, a Klabin venceu o leilão portuário garantindo acesso à uma área de 27.530 m2 pelo prazo de 25 anos, passível de prorrogação por mais 45 anos. Os investimentos previstos no local são de cerca de R$ 130 milhões, com início das operações programado para 2022. Na última semana, a empresa foi homologada e a previsão é que a assinatura do contrato ocorra até o final deste ano. Em paralelo, a companhia desenvolve o projeto e o trâmite para a liberação da licença de instalação junto ao Governo do Estado. Além de maior agilidade no embarque, o novo armazém, localizado em um ponto estratégico do Porto de Paranaguá, permitirá à Klabin otimizar sua inserção nos mercados globais de papel e celulose, resultando em maior eficiência ao longo do processo de escoamento de sua produção.

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QUESTÃO AMBIENTAL Sobre a Klabin

A Klabin é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, líder nos mercados de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais e única companhia do país a oferecer ao mercado uma solução em celuloses de fibra curta, fibra longa e fluff. Fundada em 1899, possui 18 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina. Somente no Paraná, gera mais de 10 mil empregos (diretos e indiretos), em mais de 25 municípios próximos das operações da companhia, principalmente, na região dos Campos Gerais.

matas nativas preservadas, formando corredores ecológicos que auxiliam na manutenção da biodiversidade. A área florestal da companhia no Paraná compreende o total de 342 mil hectares, sendo 142 mil de mata nativa. A Klabin também mantém um Parque Ecológico, na Fazenda Monte Alegre, em Telêmaco Borba, para fins de pesquisa e conservação, atuando no acolhimento e reabilitação de animais silvestres vítimas de acidentes ou maus-tratos, auxiliando o trabalho de órgãos ambientais. Além de contribuir para a preservação da flora e fauna da região, inclusive de espécies ameaçadas de extinção.

A empresa é pioneira na adoção do manejo florestal em forma de mosaico, que consiste na formação de florestas plantadas entremeadas a

Toda a gestão da empresa está orientada para o Desenvolvimento Sustentável. Na região dos

Campos Gerais a Klabin desenvolve boa parte dos seus programas socioambientais, com destaque para “Matas Sociais - Planejando Propriedades Sustentáveis”, Matas Legais, Projeto de Resíduos Sólidos, Crescer Lendo,Programa Caiubi, Força Verde Mirim e Protetores Ambientais. A companhia também aderiu aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, é signatária do Pacto Global e do Pacto Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, e busca fornecedores e parceiros que sigam os mesmos valores de ética, transparência e respeito aos princípios de sustentabilidade. Saiba mais: www.klabin.com.br ASSESSORIA DE IMPRENSA – KLABIN

INFORMATIVO DE O ECO

O ECO JORNAL NA COMUNIDADE Continuamos lutando por melhores dias, mesmo que a maioria da comunidade empresarial não some conosco, por já ter sido absorvida pelo mundo louco que nos cerca. Culturas de todas as partes tomam conta, destruindo a nossa identidade cultural, com conivência do Poder Público Continuamos no apoio ao trabalho de educação ambiental, “no Recicla Ilha”, o Curso de Inglês vai cada dia Melhor, e o apoio à castração de animais continua, dependerá da OSIG para as providências de vinda dos veterinários. Acreditamos que estão agindo. A nova gestão da OSIG promete ser boa e tem nosso apoio. A comunidade deve participar mais das ações da OSIG, enfim, foi a comunidade empresarial que criou a OSIG. O setor comercial, para seu próprio retorno, deve apoiar mais o trabalho dela, inclusive financeiramente. Um pouquinho de cada um, daria um “tantão” para o recurso financeiro da entidade. Ela quase sempre trabalhou deficitária para tocar os eventos e a cobertura do déficit sempre pelo seu presidente. isso tem que mudar. Não temos que contar com a atual gestão da Prefeitura, pois não passa de sanguessuga, podemos e devemos fazer por nós mesmos, como outros destinos turísticos fizeram. A COMUNIDADE DEVERIA SE MANIFESTAR CONSTANTEMENTE NESTE SENTIDO. Abraão está se tornando terra de ninguém. Os eventos realizados pela OSIG foram muitos e todos com sucesso. Realizou 6 eventos de Natal Ecológico que chegou a treze dias de manifestações culturais por evento e deixou saudade. Construiu e manteve por nove anos “o símbolo”, casinha caiçara, que rendeu milhões de fotos para o mundo e até matéria em revista de 70 mil exemplares por tiragem, coisa que poucos deram importância. Mas sabem que “nunca tão poucos fizeram tanto para tantos”. Os eventos de Pintores Paisagistas Brasileiros, que foi uma enorme motivação para cultura regional, durante 6 anos. Mais de 60 fóruns de turismo, que os meios de hospedagem nunca deram importância, mesmo em sendo os grandes beneficiados. 14

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Por aí podemos ver que o turismo vai bem porque estamos no Edem, mas não pelas manifestações positivas de seus comerciante. Temos que mudar isto, a menos que queiramos a destruição do lugar. Alem de seus eventos próprios, este jornal participou de tudo o que estava a seu alcance, para promover a sustentabilidade da Ilha, mas pode fazer muito mais, se a maioria entender que o trabalho em grupo leva ao sucesso. A partir deste mês haverá neste espaço, que era da OSIG, uma participação permanente do jornal, no sentido de desconstruirmos este jeito amorfo no coletivo do Abraão. Assista os filmes dos link abaixo. Poderão dar norte ao seu rumo no sentido comunitário. https://www.youtube.com/watch?v=djOAvqj_gAQ Natal Ecologico da ilha grande 2014 https://www.youtube.com/watch?v=djOAvqj_gAQ Plein Air 2019 Ilha grande Pintores - Abertura da primavera. Assista, participe, copile, se atualize para depois dar palpites fundamentados fora do “achismo”.

NOTA

Excepcionalmente, o jornal do mês de outubro, juntou-se ao de novembro, devido algumas mudanças internas que fomos obrigados a fazer, para que tudo melhore. Nossas desculpas! Nelson Palma - diretor


MATÉRIA DE CAPA

AMETISTA DO SUL - TERRA DE LINDAS PEDRAS, POVO ELEGANTE E FELIZ “O capricho da natureza fez de Ametista do Sul, um lugar especial, impressionando a todos com sua arquitetura na construção geológica do subsolo” N. Palma

AMETISTA DO SUL - Terra de lindas pedras e povo elegante e feliz. Em giro pelo Rio Grande do Sul, passamos pela cidade de AMETISTA ao noroeste do estado. Nos encantou a jazida de pedras preciosas e semi-preciosas ali existente. Um verdadeiro paraíso escondido no subsolo de Ametista. O visitante se encanta e se envolve pela própria energia que emana destas pedras. As escavações nas minas, a procura de pedras, dão espaço ao lúdico através de restaurantes e cervejarias. Ali existe a única cervejaria artesanal subterrânea do mundo e é chamada de MINA BEER. Não precisamos falar de como foi nossa noite na Minas Beer na degustação dos acepipes, na música e no chop especial. É um lugar encantador, muito receptivo e por certo emana energia das mais diversas formas, por isso, reserve com antecedência se quiser uma mesa. - No Museu e Parque das Pedras, é necessário pelo menos um dia para apreciar o que a natureza nos legou. O histórico de cada pedra, a explicação

Visual de “paraíso terrestre” - milhares de geodos.

científica e o belo encantador, nos deixa perplexos e absorvidos pelo ambiente que para de contar o tempo. Entre as atividade, se encontra um passeio motorizado pela mina que parece um túnel do tempo, “perfeito para os que possuem claustrofobia”... Mas sem dúvidas emocionante e marcará sua estada em Ametista. Não é muito comum almoçar em um restaurante dentro de uma mina desativada, com as mesas feitas e sustentadas em pedras semipreciosas, mas em Ametista é. Torna para o turista um momento diferente em suas férias. Um mundo especial em nosso planeta que ele próprio deve se orgulhar de contê-lo. Nas minas existem até três ou mais gerações, que se sucederam na exploração das minas e deverá ainda continuar por muito tempo.

Normalmente são familiares de há muito tempo envolvidas com a preciosidade das pedras. Como surgiu a pedra ametista? “Os geodos de pedra ametista surgiram há aproximadamente 120130 milhões de anos atrás. O basalto se originou a partir do derrame de lava de erupções vulcânicas. Acreditase que esse derrame ocorreu em uma área de aproximadamente 2.000.000 km² identificada principalmente no Sul do continente Americano”. AMETISTA DO SUL “A cidade de Ametista do Sul é um município brasileiro, do estado do Rio Grande do Sul, conhecida como sendo a Capital Mundial da Pedra Ametista, e teve sua origem em meados de 1940, mas somente dez anos depois

foram descobertas as primeiras pedras preciosas que despertou grande interesse nas pessoas por seu valor econômico, após essa descoberta fez-se surgir os primeiros comércios de venda e troca de mercadorias, e até os dias de hoje as pedras encontradas na região, como em Frederico Westphalen, Planalto e na própria cidade de Ametista do sul são de extrema importância para a economia de toda a região. Ametista do Sul é destaque na produção de ametistas que ocorrem em geodos no interior de derrames de basalto na Formação de Serra geral. Os geodos de pedra ametista surgiram há aproximadamente 120130 milhões de anos atrás. O basalto se originou a partir do derrame de lava de erupções vulcânicas. Acreditase que esse derrame ocorreu em uma

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MATÉRIA DE CAPA área de aproximadamente 2.000.000 km² identificada principalmente no Sul do continente Americano. Anos depois desse derrame a lava começou esfriar, bolhas de gases ficaram retidas diante do resfriamento e solidificação da camada superficial, estas bolhas deram origem aos geodos a temperaturas de próximas a 1.000°C. O preenchimento com cristais é decorrência da cristalização da sílica presente nas águas de origem termal que preencheram os geodos de forma lenta a temperaturas próximas a 100°C. O ferro e o magnésio são os elementos que dão à coloração violeta a pedra ametista, quanto maior for essa quantidade retida maior será a coloração e mais forte. Ao final do trabalho concluímos que a formação das ametistas levou milhares de anos para se concluir, e após sua descoberta muitos pessoas foram atrás destas pedras, e com o passar deste tempo foram fundadas algumas cidades próximas a essas jazidas, e estas pedras se tornaram fundamentais para a economia destes locais até os dias de hoje”.

Mascavinho no Zen

Equipe de O Eco Jornal almoçando no restaurante dentro da mina: Raíssa, Palma e Emanuele

A noite no Subterrâneo. Minas Beer 16

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Museu de impressionantes pedras

Detalhes valiosos no piso


ESPAÇO BRIGADISTA

FESTA EM HOMENAGEM AO DIA DAS CRIANÇAS Texto: Coletivo CriAtiva Ilha Grande No último dia 12 de outubro aconteceu na Vila do Abraão a tradicional festa em homenagem ao dia das crianças. Numa sociedade dividida como a nossa, logo surgiram grupos a criticar os o uso de copos descartáveis, que podem causar diversos prejuízos ambientais não só para a diversidade marinha como também contribuir negativamente para a proliferação de vetores responsáveis pela disseminação de doenças como a Dengue, Zica e Chicungunya. Para provar que quando encontramos um objetivo em comum é possível unir os mais diversos tipos de pessoas, um grupo de amigos do Coletivo CriAtiva Ilha Grande resolveu iniciar uma campanha de responsabilidade ambiental com o objetivo de diminuir o consumo de copos descartáveis durante o evento. Durante o período de mobilização surgiram muitas idéias de como servir os convidados com a tradicional fartura caiçara e proteger o meio ambiente. Conscientes de que educação não muda o mundo, mas que muda pessoas que são capazes de mudar o mundo, o Coletivo se reuniu e as ideias começaram a tomar forma: uma servidora do Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega sugeriu que os copos descartáveis fossem substituídos por copos retornáveis, mas não dava mais tempo e o custo não ajudou, já que as doações estavam aquém da meta dos organizadores. Então alguém sugeriu que fossem feitos copos de bambu, que são biodegradáveis, mas dava muito trabalho e apareceram poucas mãos pra ajudar. Até que uma professora da educação infantil da Escola Municipal resolveu mobilizar os alunos para uma campanha com cartazes e um giro pelas salas para conversar com os colegas, uma mãe de aluno teve a ideia de pedir para a escola enviar bilhetes pedindo que os alunos levassem seus copos para a festa. O INEA resolveu contribuir com Educação Ambiental e convidou a comunidade escolar para palestras de conscientização durante todo o dia anterior a festa. A Brigada Mirim aceitou enviar sua equipe com o projeto Recicla Ilha e conseguimos coletar

quase 15 quilos de material reaproveitável, gerando renda e contribuindo para a preservação do meio ambiente. Éramos apenas meia dúzia de amigos querendo fazer uma Vila do Abraão melhor pra se viver e lá na festa quase não pudemos acreditar como o amor pela ilha era o fermento capaz de nos multiplicar tão rapido : foi uma invasão de copos multicoloridos que ainda serão utilizados muitas vezes antes de virar resíduos. Gratidão a todos esses personagens que nos provaram que ninguém é tão novo que não possa ensinar, nem tão velho que não possa aprender.

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TEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES OPINIÃO

“A ATUAL GESTÃO MUNICIPAL TORNOU-SE UM MAL DESNECESSÁRIO PARA A ILHA GRANDE” A destruição em todos os sentidos não poderia ser maior Forte o título, não é? Pois é! Sou imprensa e devo me manifestar porque a comunidade “prensa” pela ansiedade de dias melhores, de derrubar o errado e construir o certo como sempre foi nosso clamor na Ilha. A Ilha tem jeito próprio e pelo qual nós clamamos. Sou amigo de Fernando, mas nossos olhares quanto a administração na Ilha são “estrábicos”. O município de Angra dos Reis deve ser analisado como um município destruído pela invasão provocada. Portanto, lastimavelmente, como um todo perdeu sua identidade cultural fator que desagregou muitos lugares. Mas para uma pequena parte, especialmente nós da ilha, ainda não perdeu a identidade cultural, por isso nos sentimos não só abandonados como destruídos em nossos anseios, por uma administração voltada somente para a sede municipal que se chama Angra dos Reis. A sede hoje é produto de gente, até mal intencionada, de todos os cantos

que bateu em Angra. Nós não somos Angra dos Reis, somo município de Angra dos Reis e temos nome ILHA GRANDE, com seus vários povoados que também tem nome e pertencem ao município de Angra. No município como um todo, nós somos um destino, que se chama no Ministério do Turismo: DESTINO TURISTICO DA ILHA GRANDE. Como tal, nunca mencionado pela TURISANGRA, ela tudo faz em nome de Angra, isso magoa a todos nós. Continuando, a postura na Ilha é “terra de ninguém”, até o espaço destinado à Prefeitura é construído e transformado em comércio de baixa qualidade, mostrando ao turista que não é o que ele gostaria de ter visitado. Neste vale de lágrimas o “fisco se torna um fiasco”, não por vontade dele, mas porque quando aplica a lei, o município “desaplica” porque mexeu com seu compadre ou porque agiu assim anteriormente e agora se for aplicar a lei vai parar na justiça com base em que o outro fez e foi legalizado

e o multado se sente também neste “direito”, embora torto. Prefeito, este foi o Brasil de ontem, o Brasil mudou! Angra vai ficar no ontem? Meu amigo Fernando! Fica até feio malhar sua administração pois você foi eleito com mais de 80% dos votos, não sei se por esperançosos, ou por anárquicos que acham estar bem como está. O fato é que você administra para este povo, que não é o nosso jeito de ser. Portanto Fernando, dá uma canetada a favor do nosso jeito de ser e acabe com o desastrado amanhã que está sendo construído na Ilha. Não tem ilhéu satisfeito com este momento. Não esqueça, nós somo um distrito do município de Angra dos Reis e temos nome, pense nisso e também diga isso aos seus secretários. Esta crítica que faço, é para provocar debates éticos de vereda construtiva, para mantermos nosso jeito de ser no amanhã. N. Palma

NOTÍCIA

AMA E ESPAÇO COOL BOTECANDO Espaço Cool é uma feira itinerante composta por artesãos de Angra dos Reis. Nos dias 11 e 12 de outubro nos reunimos para realizar mais uma edição deste evento. Ocupamos a Praça da Igreja com diversos artesões do Abraão com seus diversos produtos, tais como: pães artesanais, essências, bijuterias, docinhos, e ainda contamos com a presença dos participantes do projeto OMAR. A organização do Espaço Cool, além de trazer seus produtos de alta qualidade, ainda promoveu a roda de conversa “Para Educar Crianças Feministas” da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie do projeto “Leia Mulheres”. E para animar ainda mais o evento não 18

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poderia faltar o forrozinho do Jackson, que foi patrocinado pelo Restaurante Pizza na Praça. Agradecemos a todos os envolvidos que contribuíram para o acontecimento harmonioso deste evento. E aguardem, pois teremos mais.....!!!


TEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES NOTÍCIA

BALLET ILHA GRANDE APRESENTA: EU AMO ANOS 80 Um Revival Especial, Através da Dança Clássica e da Música Por Amana Soares

Os anos 80 estão na moda, seja nas roupas, nas músicas, nas festas e nas cores. As cores cítricas estão com tudo (o verde, o amarelo, o alaranjado, o verde-limão e o rosa-pink) e são uma clara menção a uma década bastante exagerada e divertida, muito presente em festas temáticas dos dias de hoje. A década é recheada de simbolismos históricos importantes. Também foi a última antes da intensificação do estouro tecnológico, de computadores, precursor da Internet dos anos 90.

Fotos: Arquivo pessoal

O espetáculo está marcado para começar às 16h, e terá cerca de uma hora e meia de duração. A apresentação acontecerá no dia 08 de dezembro na Casa de Cultura, Vila do Abraão. CONHEÇA

É inspirado por essa temática e explorando o legado cultural dos anos 80, que o grupo de dança Ballet Ilha Grande encerra o ano, reunindo em apresentação única suas XX turmas, com alunas de todas as idades. Serão várias apresentações, todas ao som de sucessos brasileiros da época.

O Ballet Ilha Grande tem como finalidade promover o Crescimento humano, por meio das Artes, em especial a Dança. E temos como missão principal oportunizar aos nossos alunos o desenvolvimento sociocultural. Atuando como agentes culturais, desenvolvemos a auto-estima e o relacionamento interpessoal, despertando potenciais escondidos e promovendo a ampliação de perspectivas de vida em prol da felicidade indivudual e coletiva.

O evento contará ainda com a participação da dupla Fátima & William, tocando ao vivo sucessos musicais que fizeram história e farão muita gente cantar junto.

Hoje a Oficina conta com cerca de 30 alunas e buscamos, mesmo enquanto uma iniciativa privada, oferecer a dança clássica de forma

acessível aos moradores da Vila do Abraão. Em setembro de 2019, completamos um ano de trabalho juntamente com alunos, parceiros e incentivadores. O nosso maior objetivo é despertar o gosto pelo clássico na comunidade, contribuindo uma transformação social efetiva e para a popularização do erudito. A equipe Ballet Ilha Grande deseja a todos, um excelente espetáculo!!!

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LAMENTAÇÕES NO MURO

VEREADOR, UM SER ESTRANHO NA POLÍTICA Não constrói em proporção ao que consome É isto mesmo que você acabou de ler no título. O nome, já se tornou um ranço na população, mas defendidos por muitos que alem de gostar de observá-los como “produto mamífero (máquina de ordenhar)”, sugando o município, sentem falta deles por se sentirem bem, como pelegos dos vereadores. Há procura por muitos, pela indesejável palavra : cargos comissionados, que tornam o individuo cego, surdo e mudo, defendendo todos os atos de quem o comissionou, verdadeiro súdito incapaz da administração publica. Atinge uma camada substancial da sociedade que se torna “guerreiros do abstrato”. Este custo no orçamento municipal,

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somado ao suntuoso conforto das Câmeras de Vereadores, entre outros, torna inviável o investimento do município, ou além, quando não o tornam deficitário. Nos anos 50 os vereadores não eram remunerados, a eleição era feita por uma forma comunitária , e até hoje em muitos países não são remunerados e quando remunerados é basicamente pelo ônus que lhe traz a função. Eu tenho esta desavença com os vereadores, desde quando comecei a integrar conselhos ou grupos de trabalho no município, onde havia sempre um espaço para vereador e nunca era visto presente. E quando era visto excepcionalmente presente, se tornava um zero a esquerda, pois de

nada sabia de que se tratava. Em semelhança: o bobo da corte. Vejo agora que há uma comoção nacional contra eles, inclusive a imprensa e acredito que vai mudar e torná-los apenas representantes de comunidades do bem e não defensores de bandidos, que os elegem, como muitos o são. O maior contra-senso do mundo é políticos e bandidos de mãos dadas. Nem precisa citar exemplos pela evidencia dos fatos. Brasilzão: acode o gigante e parta pra cima, pois o berço esplêndido já não existe. Estamos em outra era. N. Palma


COLUNISTAS

O SABOR DE UM DESEJO SEGUIDO DA SENTENÇA DA VONTADE P or R icardo Y abrudi

OS ALIMENTOS SAUDÁVEIS Para a nossa espécie, (que foi no ser primitivo, carnívora por excelência), privar-se da carne vermelha já causou alguns danos à saúde, por um lado, pela falta de proteína animal, ajudou por outro lado imensamente a resolver sérios problemas também de saúde. As dietas ocidentais, conhecidas como saudáveis (da moda): vegetarianas, crudívoras, veganas, e uma profusão delas, que promovem uma série de fatores, julgando-se meios para fomentarem a longevidade (por exemplo), invadiram o cenário atual trazendo novidades, inclusive orientais, para o cardápio nacional e mundial. As benesses que essas práticas alimentares provocaram foram muito profícuas e atenderam aos quesitos tão procurados pela sociedade moderna que se preocupa com a saúde do corpo, amparada pela ciência da nutrição e outras afins. Questões como a longevidade, bem-estar, energia equilibrada para o corpo são indiscutíveis quando seus novos adeptos aderem a esse novo cardápio e abandonam a tradição alimentar que herdaram de seus antepassados. Estamos falando dos brasileiros, nossos progenitores, filhos do churrasco gaúcho, da moqueca baiana e do frango ao molho pardo mineiro, (cozido no sangue da galinha caipira). Entretanto, alguns novos brasileiros que aderiram a essa nova modalidade alimentar (a saudável) acreditaram nas benesses que essa nova culinária propôs. Talvez, os modos culinários de nossa antiga

etnia, os dos nossos antepassados, possam ou não, ser chamados de “alimentação anterior”, melhor seria chamá-los, tradicionais, mesmo que não tenham receio de esconder o aspecto morfológico das partes dos animais que cozinham e depois servem. O livro de receitas de Leonardo da Vinci “O codex Romanoff”, nos conta que após cozinhar o pavão, vestia-lhe a roupa de penas como se ele ainda estivesse vivo para que os convidados de Ludovico Sforza se banqueteassem, talvez imaginando que comeriam a ave crua. (Era de conhecimento da época que os animais vestidos com sua roupa natural quando postos à mesa nos banquetes estavam cozidos e previamente assados). Porém, Hoje, a proteína animal, servida outrora com os músculos dos animais e tendões aparentes, está cada vez mais refinada e escondida na sua apresentação. A própria carne do hambúrguer, é um músculo moído, (a conhecida carne moída) que nos meios populares é apelidada de: boi ralado. Ao contrário, muito expostas são, por exemplo, as costeletas de carneiro, de suínos e de bois, o porco no rolete, estas partes animais que estão mais próximas da comida de Fred Flintstone, (quando Wilma, sua esposa, lhe oferece costeletas de brontossauro enormes, assadas para o seu jantar). Através de milênios o homem se alimentou de carne de caça diante da fogueira, essa que também esquentava seu corpo e afugentava lobos e ursos. (talvez seja por isso que o churrasco seja tão popular hoje; porque nos remete aos primórdios que estão gravados como um arquétipo

junguiano). No entanto, hoje em dia tradição e na nossa ancestralidade nos enganamos quando optamos inata, ontológica. Os recuos frente por esconder a forma do animal. às tradições elementares que Escamoteia-se o jantar que se comia, sofremos com nossa espécie, que foi e os trocamos pelos atuais “nugets”, desenvolvida graças à ingestão de dos fastfoods. Também escondemos carne, nos fizeram especiais, porque os músculos peitorais das aves, driblamos a milenaridade de nossos nos “supremos de frango” dos costumes com uma genialidade requintados restaurantes franceses, ímpar. Somos uma sociedade (que é o peito dessa ave em forma que modifica costumeiramente a pitagórica triangular para disfarçar o tradição, estando, portanto, sempre horror de um animal esquartejado). órfãos do antigo costume, mesmo Não nos esqueçamos de que, que não tenhamos abandonado inversamente, o frango assado é o as proteínas animais, em muitas carro chefe do almoço de domingo ocasiões escondemos sua forma de muitas famílias brasileiras quando visualizamos toda sua forma “in natura”. A visão que Somos uma levamos da forma arquetípica das partes animais em nossas sociedade que modifica células nunca se apagarão. Apagá-las de forma repentina costumeiramente a ainda será objeto de estudo tradição, estando, e preocupação da psicologia, (que não é o objeto desse portanto, sempre órfãos artigo), mas sim, o de comer ou não comer isto ou aquilo, do antigo costume baseado em questões racionais (do intelecto), éticas e estéticas. A “in natura” por diversos motivos, satisfação da caça primitiva hoje quando possível. Em situações foi substituída subliminarmente especiais, no caso dos deliciosos pelos jogos no computador ou pelas frutos do mar, como o polvo, as guerras virtuais. As guerras de robôs ostras, os mexilhões e o peixe assado nas arenas (nossos atuais coliseus) inteiro, isso não é possível, e nos poupam atletas de se dilacerarem igualamos àquele ser de trinta mil mesmo estando protegidos por anos atrás, dos clãs que habitavam regras que os poupam, (o próprio as praias primitivas. pugilismo na Grécia, descrito por Aristóteles, protegia os atletas de ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, A danos corporais mais significantes). VONTADE ALIADA À RAZÃO? Trocar as proteínas que são encontradas nas carnes por pílulas e Estar elevado ao status de um suplementos de vitaminas e outros indivíduo que elege a escolha de seus artifícios nos fazem avançar na alimentos com profundo esmero tecnologia farmacêutica e espacial, e certeza seria teoricamente, o mas nos fazem retroceder na indivíduo que não está contaminado

PARTE IV

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pelos costumes sociais. Sendo isto impossível, por não sermos os inventores da culinária, só nos resta aderir ou não a determinados costumes. Mas o que escolher? A escolha aqui de ordem estética se contrapõe à escolha nutricional-científicamédica. O ponto fundamental aqui se resume, principalmente, no sabor, esse aspecto do prazer, do gozo gustativo. Ao passo que a sociedade pós-moderna avança nietzscheanamente na liberdade dos prazeres momentâneos nas áreas das artes plásticas, na fotografia, no cinema, na música de vanguarda, a culinária saudável, que visa aspectos intrinsecamente valorativos e enaltecedores da saúde e “bem-estar”, essa sociedade pós-moderna persuade, na culinária, em alguns indivíduos, a trilhar por outros caminhos, orientando-os, dizendo: não coma isso, não coma aquilo, (cerceando a liberdade que tanto propõe). Por isso, torna-se a senhora da razão com os conceitos e valores idealistas, racionalistas, estoicos. O sabor multifacetado dos alimentos tão ricamente e tão profusamente variados foi encurtado em detrimento de uma dieta mais saudável. Diminuir o comprimento e variedade do cardápio cosmopolita implica no fechamento de várias portas de um museu que poderia ser visitado. A profusão dos restaurantes oferece hoje uma variedade cosmopolita de iguarias mundiais. Podemos desfrutar desde a comida brasileira, passando pela japonesa, tailandesa, vietnamita, francesa, espanhola, até à culinária do estado do Pará, passando pelo Nordeste com sua “buchada de bode”. Negar todo esse “compêndio” seria como uma perda lastimável, por exemplo, como o incêndio da Biblioteca de Alexandria quando perdemos quase todos os papiros em grego dos grandes filósofos da antiguidade. A resposta à grande pergunta: “Comer ou não comer isto, eis a questão”?, é respondida parafraseando Shakespeare. Podemos inferir que, o que freia nosso prazer, aliado ao preconceito das morfologias animais expostas e aparentes, e nossos profundos desejos imediatos, da farta mesa cosmopolitas, é a terrível “razão”, que nos afugenta com os seus pretextos da vida controlada por razões científicas que promulgam a longevidade, o corpo ausente de doenças provocadas pela má alimentação. Apagar para

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sempre a tradição culinária nos afastará da “história” da alimentação humana, nos afastará da ideia e das receitas das fartas mesas dos reis da França, da dinastia dos Luízes, dos banquetes dos Sforza, do qual Leonardo da Vinci era cozinheiro, da variada culinária tradicional brasileira, que está estampada nos restaurantes, todavia, estará protegida enquanto a concupiscência, aliada ao desejo de seguir a tradição conseguir uma fresta de fuga para fugir da razão que promulga a alimentação longeva. Ainda veremos a ciência se contradizer várias vezes, negando o ovo, aprovando o ovo, negando a gordura do porco, agora a aprovando. Não foi à toa que Nietzsche desconfiava dela, porque a ciência vê no homem uma peça de seu estudo, sendo ela apenas uma mera ferramenta, que concertando, desconcerta o que pensa, no futuro nega o passado e no passado contradiz o futuro que a condenará.

O CORPO GREGO E O CORPO BARROCO A silhueta da forma física foi objeto da arte, desde os tempos gregos, atravessando a história propondo corpos sempre diferentes. Nos vasos gregos da antiguidade podemos perceber uma similaridade com nossa época atual. Aliás, não só no aspecto físico, mas em outros aspectos, pois a filosofia grega sempre impregnou os períodos históricos a partir da filosofia moderna, desde o renascimento até nossos dias, na contemporaneidade.

PARTE V - CONCLUSÃO Após quatro artigos sobre a ação do racionalismo associado a um idealismo chegamos à conclusão. Comentamos sobre o de desfrutar dos prazeres da mesa, dos cardápios, da variada alimentação que nos servem a tradição. Pensamos que a via da escolha de como se alimentar se faz pelo desejo de quem se alimenta por prazer e de outro lado de quem se alimenta por uma posição ascética, todas as duas vias seguidas da vontade, (tanto conforme um ascetismo e de outro lado como um viver segundo desejos primários quando a vontade responde prontamente a um desejo). Dizemos vontade ascética quando alguém se alimenta não só por puro prazer, todavia, para conseguir algo que não é apenas degustar o excelente sabor de um prato pelas vias gustativas, contudo, por exemplo, possuir uma bela silhueta corpórea. O ascetismo pode também ser uma troca dos prazeres imediatos por um prazer não imediato, que se dará num futuro próximo. Por exemplo, não comerei por esses dias, mas no final do mês terei um corpo esbelto, ou seja, (pela privação alimentar, o jejum, o indivíduo ganha em beleza corporal).

(ESBELTEZ CORPORAL EXPRESSO PELA ARTE EM FIGURAS GREGAS DA ANTIGUIDADE)

Em contrapartida no período barroco (entre os séculos XVI e VIII, aproximadamente), o ideal de beleza não se coaduna mais com a esbeltez grega. Peter Paul Rubens pintou “As três graças”, que deixa claro o ideal barroco quanto à beleza do corpo. É notório identificar através do historicismo da arte que este nos revela o espelho


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da beleza. As formas do corpo divergem nos respectivos períodos históricos artísticos, por exemplo, a diferença gritante do período helênico (grego) para o barroco. Não existe um modelo único ontológico para a beleza do corpo. Na atualidade vivemos o culto às formas mais esguias. O afã idelével de tornar os corpos estreitos, finos, alongados vai clamar por uma dieta, onde nutrientes ingeridos não devem engordar o indivíduo. Os corpos sarados das academias irão conhecer obstinadamente a batata doce. A batata frita dos fast foods estarão apenas no desejo não atendido, para que se atenda a similaridade do corpo olímpico dos gregos (uma volta à forma corpórea da antiguidade grega) e não a do período barroco. Fica claro que a silhueta do corpo é um modismo periódico. A arte reproduz a ideologia de uma época ou até a contradiz. Aderir ou não aos costumes de uma época é prerrogativa de cada um. Contudo, pensar que só existe a contemporaneidade com sua

o ascetismo e se fartar na boa mesa. Rotular “As três graças”, de Peter Paul Rubens como pinturas de mulheres sem beleza corpórea é no mínimo um pré-conceito. O costume é social e periodicamente histórico. Quem dita as formas do corpo é a mídia. Se ela alterar o ideal da forma corpórea, a possibilidade da maioria dos cidadãos será o de aderir à sua apregoada ideologia. Vivemos em um mundo de aparências ditadas por alguém que não nós mesmos. A concepção de liberdade e ação livre de um indivíduo para com a sociedade levou o filósofo Nietzsche a propor um afastamento do homem quanto à ideologia e moda predominantes de sua época através de um principio individual. O homem deveria deixar de ser gregário em seus pensamentos (que vive socialmente, associado a pessoas) para poder exercer seus mais íntimos anseios. Deveria afastar toda espécie de ideologia Talvez num futuro que o arrasta para o desprazer (contra o incerto o homem possa desejo imediato) em desprezar o ascetismo e detrimento do que a sociedade propõe como modismo. se fartar na boa mesa. Se o homem e seu desejo e consequente vontade ideologia e ignorar o passado como é fruto da moda ele deverá seguir uma lembrança de que a moda as regras desta e abandonar seus distorce a forma de pensar livre de desejos mais íntimos. Isso vale para um indivíduo, pode ser um erro. outras formas de conduta humana. Toda essa movimentação, de A filosofia trás para o pensamento dietas aliadas aos exercícios, é uma humano a liberdade de pensar e regra para o revival do corpo grego, agir como um indivíduo e não como todavia, não para o ideal barroco uma peça a mais da sociedade, de beleza. Talvez num futuro manipulado por um desejo comum incerto o homem possa desprezar que ele deve obedecer. O indivíduo

ao se anular frente aos mais íntimos desejos individuais pode ser visto como uma forma de alienar-se de seu corpo e principalmente de suas ideias e seus ideais. Se um individuo faz do seu corpo o seu templo, a morada de um desejo alheio, que é visível e ocupa um lugar no espaço, o que não fará de suas ideias que são abstratas e abscônditas? Seu silêncio e sua mudez, com respeito ao que o cerca, poderão ser o mesmo que faz com o seu corpo quando segue os desejos

de uma sociedade que propõe o seu afastamento como indivíduo, para com os seus íntimos desejos. Nietzsche afirmava: “o homem é um animal de rebanho”. Deixar de se alimentar porque deseja se parecer como uma atriz famosa, talvez seja atraente para olhares sociais, mas nada conveniente para o “eu” que se nega desejando ser outra pessoa que não ela mesma. O “modelo” que se prega como “insubstituível” é o que se torna insuportável para uma mente sã.

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COLUNISTAS O chocolate saboroso vem do cacau que foi primeiramente conhecido pelas civilizações das Américas. Os Astecas faziam das sementes do cacau uma moeda de troca, e o tinham como sagrado. Hoje o chocolate delicioso, (se engorda), devido a um maior consumo do mesmo, é mais um alimento de descarte para os indivíduos que prezam mais a beleza corporal grega que o prazer que provocava nos líderes Astecas, Incas e Maias. UMA SOCIEDADE DIVIDIDA A sociedade hoje está dividida em quem deseja e se satisfaz e quem deseja e não se satisfaz primordialmente, trocando o desejo ontológico, supremo, sagrado, por um ascetismo. Cada um possui a liberdade que deseja e delibera. Não cabe aqui nenhuma posição estreita e de nenhuma forma uma tomada de posição quanto ao que o homem deve seguir, mas libertá-lo e dizer que ele “pode” fazer o que ele quer em qualquer nível. A escolha final humana, que é a deliberação, é prerrogativa de cada um, um ato sagrado que todos deveriam respeitar. “Essa é a posição final desses artigos”, a de respeitar as decisões individuais: quer comer, coma, não quer comer, não coma. Entretanto, deixar claro, que foi o intuito desses cinco artigos, abrir os olhos do leitor para que ele possa enxergar claramente que um racionalismo, associado a um idealismo socrático permeia a sua sociedade e que ele pode estar sendo controlado por esta, sem o saber. Abrir mão de seus mais íntimos desejos, como fizemos alusão à culinária, por exemplo, nosso principal enfoque, é contradizer a liberdade do que no fundo o indivíduo deseja, o de ser e existir sem barreiras ideológicas. Frustrar-se frente a uma enciclopédia de atraentes cardápios, apenas porque deseja um belo corpo, pode ser uma boa opção para quem precisa de um belo corpo como profissão, por exemplo. Contudo, fazer que toda uma sociedade seja adepta dessa ideia talvez seja uma ideologia vazia. Essa trás também, se essa ideologia se implanta como uma regra, uma série de preconceitos com quem não tem esse corpo grego sarado, o inveterado “Bullying”. Uma sociedade assim afetada por esses ideais poderá se tornar polêmica, diversa e antagônica. Indivíduos diferentes que não compactuem com a aparência e esbeltez requeridas por uma sociedade que visa principalmente o corpo, estarão numa posição de desconforto, quando ao seu redor, olhares indiscretos poderão lhe causar um opróbrio, vergonha de que não faz parte do idealismo apregoado por esta sociedade. Felizmente, quem possui a capacidade intelectiva de entender que essa ideologia é apenas fruto de um racionalismo ascético, de um “momento histórico”, não se dobrará aos costumes apregoados a uma sociedade que visa principalmente o corpo. “As três graças” de Rubens não compactuam desta ideologia formal grega, contemporânea, ocidental. Não estamos de maneira nenhuma negando o aspecto saudável de alguns hábitos alimentares que às vezes são importantes para a manutenção da vida, se forem necessários como prescrição médica, e se este indivíduo também quer continuar mais tempo com sua vida. O desejo de viver mais também é “relativo”, e não é objeto deste artigo, contudo, é uma posição que afeta o “modus vivendi” de cada um. Essa é a liberdade que nega o ascetismo, fruto de uma liberdade individual e não negociável.

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AS DUAS FACES DA MOEDA Comer ou não comer? Eis, o feijão! São faces opostas de uma moeda, que são a “cara” e a “coroa”. A face, cara, talvez seja o aspecto físico, forma do rosto (cara) e o corpo. A face, coroa, a “realeza” do individuo é aquela que não se deixa dobrar pela vontade proposta por uma sociedade (considerada seus súditos). Se troco o prazer que meu desejo pede durante toda uma vida para me parecer com algo que nunca desejei, poderei estar racionalizando algo despropositado. Pensar que a fome só está no cérebro é negar a dor, estado típico de Sócrates quando negava estar sentindo frio quando passeava pela neve. Porque trocaria uma iguaria alimentar pelo nada, pelo passar pela negação de um desejo? Somos livres para escolher entre o cara e o coroa. Uns indivíduos são mais Socráticos, outros mais nietzschianos. Uns se privam de determinados alimentos, outros apenas vivem seu fisiologismo, seu gosto imediato, o sabor sagrado e precioso que a gustação proporciona. Porém, a escolha da vida não é um jogo de cara ou coroa, mas de uma tomada de posição que acarretará consequências, na saúde, na privação, na instauração de um ascetismo talvez despropositado. Estar consciente dessa escolha é o principal, todavia, estar como moldado por um desejo alheio imposto pela sociedade sem que o indivíduo perceba, é um fim que não deveríamos desejar ao próximo, que deve ser alertado quanto ao perigo de estar deixando sua vida nas mãos da vontade da sociedade e não da sua.


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“VIAGEM PELO ZEN QUÂNTICO” O AMOR? O QUE É ISTO? “Amor, ódio, volúpia da criação, paranóia, pecado original, sobras do fruto proibido... Finalmente o que estará envolvido nesta química louca que parece surfar nos devaneios temporias”? Estamos passando por um momento no mundo “metamórfico” , em que milhares de FREUDs, na internet e até em consultórios médicos, estão oferecendo soluções para tudo. Mas nada serve no mundo prático. Não bastasse os devaneios “freudianos”, as humanas das universidades, também viajando em um mundo pelo menos estranho, e para a maioria, um imbróglio sem fim no psique. Pois é!!!... Onde estará o zen nisso? Seria o amor uma força talvez quântica, que temos e não sabemos, para nos apropriarmos do sentimento alheio, colocarmos nele uma coleirinha para transformá-lo em cachorrinho de estimação? Bem, eu diria que você que achou isso ridículo, poderá estar amando neste estilo, porquanto não estão lhe dando certas as suas pretensões! Pense nisso! Seria o amor, uma carência mútua, que nos faz trocar energias para supri-las mutuamente? É possível! Seria o amor, algo criado tão somente para nos procriarmos? Impossível! Pois nós amamos nossa mãe, nossos irmãozinhos, amigos, nosso cãozinho e nada tem a ver com a procriação. Amor é diferente, pode ser complicação entre o harmônico e o desarmônico, por esta razão não o tendemos! Mas tem cara de carência, aparência de bom e consequencia indefinida. Seria o amor, ódio oprimido que o transformamos em amor para nos redimir de culpa? Paranoia! Seria o amor um disfarce para inconscientemente ou conscientemente apropriamo-nos do outro? Pelo menos Freud não explica. Seria o amor uma reação química, que quando este arranjo se encaixa, mesmo alheio à tabela periódica, cria sensações especiais? Pode ser! O espiritual não se explica. Podemos chamar de zen este momento, mas você já viu a complexa definição de zen? O que será isso que tantos explicam com tanta facilidade e sabedoria e a grande maioria não entende nada? Tenho uma amiga, que nós a apelidamos de “falo na fala”, porque a cada vírgula ela diz “baralho”!!!! Quando me refiro nós, é um grupo de homens e mulheres, amigos, que costumamos prosear, discutindo o cotidiano. Enfim, a amiga é bem sucedida no tal de “amor

ao seu jeito” como sempre. Passou a namorar um cara bem afeiçoado, 1,9m, sarado, bem na vida, por fim uma montanha celular que não dava para desprezar. Ah! E dentro do prazo de validade! Ela parecia sentir-se no paraíso terrestre, tudo bom demais e a árvore do fruto proibido mandando frutos abundantemente. UAAUUU! Um dia no café da manhã, a “Falo na Fala” apareceu chorosa, com cara de mal dormida, em estado de necessidade psicológica. Lógico que eu não seria o cara mais indicado para ombro amigo, pois meu lado “profano” mistura razão e sentimento, muitas vezes no mesmo balaio, mas mesmo assim cantei para ela uma canção perfeita para o momento: Una lácrima sul Visso, de Bobby Solo, e depois disse-lhe: me conta então detalhes do fracasso! Respondeume: eu deixei o Jabu que eu amava tanto! - Ora, por que, se tudo ia melhor que “os cisnes de alvacentas plumas no lago azul da Praia Preta”?- Ah! Eu acho que ele não me ama! Você acha?... – Você sabe o que é amar? Perguntei-lhe! – É uma coisa muito boa, mas ninguém sabe amar, respondeu-me! - Tem certeza que você sabe? - Eu sei, diz ela! - Tentei darlhe mil explicações sobre o incógnito amor, mas nada resolvia. Citei uma poesia de “J G de Araújo Jorge” (Verbo Amar), mestre em “amor eterno”! Mas não ressuscitou! Puts! Me senti incompetente e até pelo que vejo na internet, nas falas dos novos Freuds, sobre a “paranoia” do amor, me senti perdido. Fui até ver se tinha algo em comum com o “ethos”, mas nada casava. Ela foi embora mais chorosa que quando chegou. Então, beijinho, tciau é o que restou! Bem, eu intrigado com o episódio, consultei um psicopata, aquele que só raciocina pela razão e sem emoção, mas, do tipo maluco beleza, que normalmente age pelo instinto acreditando que é razão pura, típico desse estilo saradão. Elegante que só diz besteiras, bom de cama, segundo elas, e que o sexo oposto o admira por uma noite, enfim, era a expressão do bizarro. Aqui na Ilha ele faz parte da tribo do “pé sujo” e faz sucesso. Ele sempre apresentou uma expressão de autenticidade, por isso acreditei em seu monólogo teatral de validade curta.

- Disse-me: Eu sou pós graduado em lidar com estas coisas, que ninguém explica e eu as vejo muito fáceis. Veja: amor é amor, sexo é sexo e pronto. Eu amo minha mãe, meu pai meu irmão e amigos, meu cachorro, como você mesmo diz, e não faço sexo com nenhum deles. Sexo eu faço porque é bom, com quem me der tesão naquele momento e também logo após a “embriagues do êstase orgasmal”, não quero saber nem quem é a periguete. Enepê, eu sei que você é moralista e está achando que eu sou doido, mas quer ver? Eu faço sexo todos os dias com as nossas visitantes e elas se derretem, dizem todos os palavrões, até em vários idiomas, com orgasmo múltiplo, saem todas felizes e nem me conhecem. Se fosse amor a partir daí já ficaria tudo pegajoso, cheio de poesia e babaquices, não é? Continuou: pois é, sexo é igual cachaça, quando a gente quer dar uma beiçada, ela pode ser a pior cachaça, a gente bebe gosta e pronto. Sexo é igual vício, tem que fazer porque é bom, porque sente-se falta e porque já nascemos viciados. É! Dever ser aquele pecado original que o padre sempre fala na igreja e eu nunca entendi. O padre já me chamou de maluco por isso. Oh, seu jornalista! Veja só! Uma vez fui morar junto com uma linda gata, “lindassa”, destas de uma noite. Saradona, intelectual, também boa de cama e de porrada. Tipo melancia mesmo (ele quis dizer: mulher bonita é tipo melancia, ninguém a come sozinho)! No primeiro desentendimento o couro comeu! E foi lá e cá! Entortamos todas as panelas, quebramos todos os pratos um no outro, ainda desfiguramos o belo estético convencional do rosto com a pancadaria; eu vi você Enepê, falar do belo estético convencional aos pintores e eu gostei da palavrório; sebe em que deu? Olhamos ao outro e falamos: que caca hem? Pasme, começamos a fazer sexo ali mesmo, encima da mesa da cozinha, fomos para o sofá e depois pra cama, tudo em ato continuo. E, trem bom! Pois é! Isso pode ser amor? - Enfim psicopata, amor ou sexo? - Pergunte pro “frode” cara! Se ele foi bom de cama em seu tempo vai responder: amor é amor, sexo é sexo. Caro leitor, vou deixar para sua imaginação o tal de amor ou sexo. Mas até os anjos se amam e eles não tem sexo!!! Enepe

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MEMORIAL DOS PALMA Conjunto de Memórias se expande a cada dia Nosso memorial vai bem, cada dia mais completo. Já estão faltando poucos dias para o aniversário de um ano. A festa já está sendo programada, vai ser para a história. Você já nos viu no site? Então nos veja em: memorialdospalma. com.br. Também já constamos nas pesquisas do Google, Link: “Imigrantes Italianos Memoriais” (clique em imagens). Isto nos estimula a perseverar na preservação da cultura imigratória. A casa onde nos criamos, com toda a sua simplicidade está lá neste link. Nos orgulha muito! Neste jornal, sempre teremos uma página, com espaço para todos, onde a cultura da imigração italiana do século XIX é o tema e vale tudo o que ficou na história, desde o idioma vêneto, jeito de ser, jeito de amar, humor, historias rudes, sofrimentos, glorias, religiosidade... Enfim o memorial é a cara dos italianos que aqui chegaram no final do século XIX e o sofrimento no século XX. Você pode participar escrevendo sua matéria para o jornal diretamente (oecojornal@gmail. com) ou semoancorataliani@ gmail.com, em que somos parceiros. Você pode contribuir de várias formas: contando uma história, falando com muita seriedade ou humor simplesmente. Nosso primo Alexandre Palma está em Legnago, IT, visitando parentes que ficaram por lá. Certamente teremos matérial para o próximo jornal. Neste mês de novembro fizemos muitas coisas na area do Memorial, concluímos a cozinha e os banheiros, com tratamento biodegradável anaeróbio. Fizemos vários acertos com a prefeitura para o desenvolvimento participativo do Memo-rial e por fim uma noite de filó com a terceira idade. ALEXANDRE PALMA: PARTIU LEGNAGO

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Fomos convidados para uma palestra de fototerapia, onde aprendemos muito sobre a cura ou prevenção de doenças pelas plantas. O público presente mostrou muito interesse pelo assunto. O evento contou com a presença do Sr Prefeito municipal, Secretário de Saúde, além de muitas pessoas envolvidas no Horto, onde se cultivam as plantas. A palestra lotou o auditório da Câmara Municipal. O filó, para quem não conhece, é parte “petrea”

NESTA CASA NOS CRIAMOS E NOS EDUCAMOS, POR ISSO SEU VALOR EMOCIONAL IMENSURÁVEL

da cultura imigratória italiana. Consiste em uma visita noturna, normalmente coletiva, ao vizinho, com cantoria, jogo de quatrilho, muita comida, onde não pode faltar o brodo (caldo) de agnolini ou capeletti, pão italiano, queijo, copa (ossocol) salame etc. Enfim, um momento de lazer para aliviar a jornada de trabalho. Os imigrantes espantavam a nostalgia de sua terra no filó, cantando igual seriemas todas as canções conhecidas. E ASSIM FOI FEITO NESTE MÊS DE NOVEMBRO. O CRAS do município nos apoia nesta noitada. As parcerias são fundamentais para a persistência em qualquer projeto. Nosso obrigado à Sra. Lucelia diretora do CRAS.

FILÓ: O FORTE É A PROSA

A ESPECIALISTA EM FITOTERAPIA CLÍNICA CELÍLIA OSAIDA

JOGO: O QUATRILHO


INTERESSANTE Além do filó, recebemos várias visitas de parentes de Erechim, em destaque os netos do tio Belarmino: Elizandro com esposa e filhinha, Gilberto, junto com a namorada. Muito simpáticos e tivemos uma tarde de domingo bastante agradável. Com relação aos ascendentes do tio Belarmino, por obra do destino perdemos muitos contatos, mas desta visita surgiu grande recuperação dos nomes desses parentes, filho, netos e bisnetos do tio Belarmino, vejam: *Elizandro Justino Palma Tatiane Barato Palma (esposa) Laura Palma (filhinha); *Gilberto Júnior Palma e Eliane, namorada; Naiele Fernanda Palma (filha) *Gislaine Magda Palma Alicya Luisa Palma Gonçalves (filha) *Madalena Palma (mãe) *Gilberto José Palma(in memória) Papai de Gilberto Junior e Elizandro (na foto maior).

REUNIÃO COM O CONSELHO DE CULTURA NO ESPAÇO DO MEMORIAL JUDAICO

CARTAS, CANTORIA E PROSA SÃO A ALMA DO FILÓ

AGRADECIMENTOS DO SECRETÁRIO MUNICIPAL

APRESENTAÇÃO DE ACORDEON

UMA PRECE EM AGRADECIMENTO

SHOW DO CUPINI

NO CENTRO - DA ESQUERDA P/ DIREITA: ELIANA (NAMORADA) E GILBERTO JUNIOR, - TATIANE, LIZANDRO E FILHINHA LAURA. NOS EXTREMOS: NELSON, JOSÉ ELOI (ZECA) E LURDES

TAMBÉM ASSISTIMOS UMA APRESENTAÇÃO DO CORAL, MUITO AGRADÁVEL.

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INTERESSANTE

SHOW HUMORÍSTICO DO MÊS Humor Vêneto

ANÁLISE DA SCOREDA: GROSSA

SCUSEME! GÓ SCOREDÁ!

É sorela! Desso bengala e croché.

LA VECIA TRIVELIN IN CIESA

La vecia Trivelin vá in ciesa, se indenócia, mete um pacheto su el banco, tira fora una corona, con el filo grosso come un cipó, le conte grosse come una narança e la se mete a preghiera. Un forbo mal intencioná, se indenocia da rente, par portar via el pacheto dela vecia. A un punto el furbo se mete a sentarse e la vecia ghe dise: ocio con i ovi!!! - Dise el forbo ah son ovi? - Nó, zè ciodi, dise la vecia! É...Piu furba que santa la vecia! PITOSTO FIGHE

Dom Corleone! Vai aprontar

SCHERSI IN TALIAN - HUMOR GIUSEPE SE GÁ MARIDÁ

Giusepe se gá maridá e non savea cosa far con lá tega de la tosa. Su pupá, um vecio profano e adúltero, che se ciamava Bastianel, ze ndá ensegnarlo. Mete Giusepe su la tosa, tudo a posto, con el trivelin piantá su. Ciapa na sbranca de milho e um gal pien de fame. Mete un grano sora el cul de Giusepe e el gal dá una becada e giusepe dá un stucon a vanti, nantr� grano, una becada e nantro strucon. A un punto Giusepe osa forte e dize: piú milho pai! Piú presto pai!!! El gá impará suvito! Hehehe PITOSTO FIGHE

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INTERESSANTE ACONTECIMENTOS

ANIVERSÁRIO DO PALMA Manifestações por vários autores “Já faz quase dois anos que tive a sorte de conhecer o senhor Nelson Palma, pessoa de opinião forte e cabeça jovem. Com sua mesa sempre posta, preenchida de comida farta e bons vinhos, há sempre lugar para mais um. Ou seria mais uma? Pois se tem algo que este homem sabe é estar, a todo momento, acompanhado pela presença de belas mulheres, de distintas convicções. A variada composição de pessoas a sua mesa, faz com que diversos assuntos sejam colocados em pauta, onde, certamente, aí está o segredo para manter sua mente viva e pujante. Fora o bom gosto nas companhias, a mão boa e ágil para cozinha e o diálogo leve e descontraído, este homem tem um coração altruísta, nunca deixando de estender sua mão amiga. Vem, a anos, abraçando e desenvolvendo inúmeros projetos socioambientais na Ilha Grande, contribuindo para o desenvolver sadio do território. Assim, seu Palma, sem mais delongas, aqui fica o meu enorme carinho e apreço pelo senhor. Parabéns, felicidades! Um grande abraço.” CLARICE

“Mi querido Nelson Palma. Esta no se trata de una descripción sobre lo que pienso y siento por usted, sino que es una carta llena de amor por y para usted. Ya se pasaron casi 11 años de amistad desde aquel día en que Gigi me invitó a almorzar a “su” casa, que en verdad, era SU casa. De puertas siempre abiertas, para recibir con calorcito agradable y un café recién hecho, a todo aquel que se animase a entrar al “sultanato”. Debo confesar que hay que estar preparado para semejante hazaña, pero una vez dentro, me di cuenta que es todo mucho mas agradable y simple de lo que aparentaría para cualquier ser incapaz de reconocer su sensibilidad, lealtad, compasión y solidaridad. Confió en mi desde el primer día, me dio trabajo, un hogar cuando precise, no solo a mi sino también a mi familia, pero por sobre todo me regaló una amistad que ha sido de las más puras en mi vida y espero seguir cultivando por mucho tiempo mas. Siempre agradecida de tamaña compañía. Te deseo un lindo día de cumpleaños. Lejos o cerca estoy ahí con usted. Lo quiero mucho. “ MARÍA INÉS LATORRE HUGHES.

“ O Palma é aquele cara que aparece nos lugares mais inusitados nos meus pensamentos e começo a sorrir! É presença, é vida, é luz, é teimosia, é sabedoria é amigo, é poeta e também poesia! Um amor para toda vida... um mestre de lições e cuidados com a vida! Eu amo você meu Best

para sempre e sou muito grata a Deus por ter você na minha vida! “ KARINE FLICK

“ A peça a caminho do século há muitos anos, quase chegando! Extravagante, transitando sempre reto em caminhos tortuoso, tudo é festa, mas entra pela parede quando se putifica, se necessário, até “só porrada gera compreensão” vira lema. O “sultanato” sempre lotado e em vários idiomas e cores, adepto do amor sem idade, depois dos 18, Também acha que o amor é cego surdo e mudo, mas é bom. Proibido celular na roda de conversa, vinho em abundância, piadas de elefante, gargalhadas em dó maior, todos identificados por apelido, por fim, comunista comunitário, paradoxalmente odiando o comunismo filosófico, e assim a caminho do século vai a peça.” PITOSTO FIGHE

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Bem, estou surpreso pelo bom juízo que fizeram ao meu respeito por ocasião do aniversário, até me emocionei! O Pitosto tentou me descrever, o achei exagerado, mas como ele gosta de lero-lero, dá para aceitar. Na verdade sempre lutei pela comunidade e nem sempre entendido, mas minha vida foi dedicada ao trabalho comunitário e ambiental. O leitor deverá não entender porque um grupo expressivo de mulheres se manifestaram, mas eu tenho explicação. Em todos os projetos da OSIG ou de O Eco Jornal, quem trabalhou no desenvolvimento foram mulheres, por serem mais habilidosas e mais persistentes que os homens em projetos e por ter o feminino, muito mais interesse comunitário que o masculino. É óbvio também que as mulheres dão senso aos meus dias, portanto me fazem bem. As más línguas, até apelidaram a sede do jornal de Sultanato e pegou! Enfim faz parte da sátira e oposição, e dos que curtem com prazer ser do contra ou morrer de inveja, hehehe! Contudo, o apelido foi simpático e ninguém usa burca e até podem beber absinto nas festas. Aqui homens e mulheres se entendem muito bem e completam sua razão de existir, sem atropelar princípios ou navegar nos modismos loucos do mundo cão. A SEDE DO JORNAL É UM LOCAL LÚDICO ONDE AS PESSOAS GOSTAM DE PARTICIPAR, MESMO QUE SEJA SÓ NA FESTA, MAS TODO MUNDO ESTÁ ATIVO E PRESENTE. Portanto, meus agradecimentos às manifestações e em especial por terem expressado um sentimento de coração ou de alma, como preferirem. Minhas amigas e meus amigos apovomam de alma exposta, por isso me emocionam. Muito Obrigado, vamos ao rumo do século. O BOLO É UM ATO SIMBÓLICO INEVITÁVEL. AS Uaaauuuu! N. PALMA

DEMAIS FOTOS FORAM CENSURADAS

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O PASSADO HISTÓRICO QUATRO IRMÃOS “Quatro Irmãos”, um shtetl* na geografia gaúcha GERAÇÕES / BRASIL BOLETIM DA SOCIEDADE GENEALÓGICA JUDAICA DO BRASIL

*(“shtetl”: cidadezinha da Europa Oriental habitada por judeus), este grifo é nosso. Abstract Um shtetl na geografia gaúcha “Quatro Irmãos”: a Shtetl in the gaucho territory Marcos Feldman Abstract. The story of a shtetl in the hinterland of Brazil. A group of immigrants from Bessarabia who settled in Rio Grande do Sul and dedicated themselves to agriculture in an “ICA” (Jewish Colonization Association). In 1923 they were attacked by a group of military rebels who murdered a settler and thus hastened the end of this experiment of Jews in agriculture. 2 • GERAÇÕES / BRASIL, Maio 1999, vol. 5, nº 1/2 Meu nome é Marcos Feldman e nasci a 16 de setembro de 1923, em Quatro Irmãos (RS). Minha família pertence a um grupo de judeus da Ucrânia que vieram para o sul do Brasil, num projeto idealizado pelo Barão Maurice de Hirsch, fundador da ICA (Jewish Colonization Association), que pretendia tirar as massas ashkenazitas da miséria e opressão czarista, levando-as para serem agricultoras no Novo Mundo. A família Feldman é originária de Kalisz, próxima ao rio Dniester, e a de minha mãe, de Wilhovitz, também na mesma região. Ambas famílias cultivavam “tetim” (fumo) para o governo. Fugindo do terror czarista, do recrutamento obrigatório para o exército e da falta de perspectivas futuras, meus avós, com as suas famílias, migraram para a América. Os Feldman fixaramse em Quatro Irmãos, enquanto meu avô materno Benito (Bension) Oxman, que era hazan e vidraceiro de profissão, foi para a Colônia 19 de Abril, no Uruguai, passando antes pelo Colônia Quatro Irmãos . Quatro Irmãos, na região de Erechim, tem o seu nome inspirado nos seus antigos proprietários, os irmãos Santos Pacheco: Clementino; David (mais tarde Barão dos Campos Gerais); José Gaspar e António. Em 1856, Clementino dos Santos Pacheco sua família e escravos foram alí massacrados pelos índios. A ICA1 comprou 93.850 hectares destas terras em 1909 e a partir de 1912 (ou 13) começou a sua colonização com imigrantes bessarabers (chamados de “Zechtziger Momeligues”, ou seja, “os sessenta [número de famílias] comedores de polenta”), da Colonia Phillipson e também da Argentina, que vieram para instalar a infraestrutura local. Posteriormente outros grupos de Freimeleie (Luiza) Feldman, que deu nome a “rua da Freimeleie” GERAÇÕES / BRASIL, Maio 1999, vol. 5, nº 1/2 • 3 imigrantes vieram compor a Colônia, que num determinado momento chegou a reunir 350 famílias judias. O destino destes imigrantes era a agricultura, a maioria deles, fixou-se à terra, tirando dela o seu sustento. Porém com a construção da escola, da sinagoga2 e do cemitério, estabelecimento das casas comerciais e do moinho3, transplantara-se um “shtetl” (cidadezinha da Europa Oriental habitada por judeus) para o espaço gaúcho. Nas ruas chamadas, de, “da Guinendel” (ou do “Chaper”), “dos Granfinos”, “dos Cachorros (ou da Fremeleie)”, “dos Carrapichos”,

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passaram a transitar personagens, como o shames (zelador da sinagoga), o gabai (secretário da mesma), o soichet4 e mohel (magarefe e circuncisador), lerer (professor)5, stolher (carpinteiro)6, katzev (açougueiro)7, shister (sapateiro)8, shornek (seleiro)9, guechefztzman (negociante)10, kowel (ferreiro)11, balgule (carroceiro), modisque (costureira)12, sherer (barbeiro)13, shnaider (alfaiate)14, bube (parteira)15, docter (médico)16. Junto a estes, dois personagens importantes da história judaica, o rabino Marcos (Mordecai) Guertzenstein (1868-1949), um dos primeiros rabinos a viver no Brasil neste século; e o agrônomo Akiva Jacob Ettinger (1872-1945), colaborador de Chaim Weizmann no Plano Balfour e que mereceu extenso verbete na Enciclopaedia Judaica 17. A vida na Colônia tinha todas as dificuldades de se viver no mundo rural no começo deste século. As casas eram de madeira. Não havia eletricidade, os meios de transportes eram primitivos e não se tinha muitos produtos manufaturados para consumir. Não havia dentifrícios, o sabão era feito de soda cáustica e sebo. O banho era no rio. Vestíamos camisa de xadrez e calça de brim arranca-toco feitos em casa. Quando criança eu ia a pé e descalço para escola. A distância era de quatro quilômetros. Lá aprendíamos as disciplinas básicas e mais ídiche e hebraico. Passávamos o dia inteiro na escola, mas quando chegávamos em casa, no final da tarde, ainda íamos trabalhar na roça, plantar e cuidar do milho, do amendoim e da mandioca e da batata. Pastorear o nosso gado que trazia como marca um “aleph” nas ancas. A produção era somente para a subsistência. Mesmo assim tínhamos nossos momentos de brincadeiras, jogávamos “nica” (bola de gude), brincávamos de “bara” e as meninas de “amarelinha”. Nadávamos e iamos ver as corridas de cavalos. Havia muito trabalho, mesmo assim, ainda era melhor que a vida na Europa, por aqui não havia khapers18, nem pogroms. Porém, nos dias 3 e 4 de dezembro de 1924, a Colonia Quatro Irmãos foi invadida pelo bando comandado pelo “coronel” Favorino Pinto e seus filhos, Heráclides, vulgo “Pretinho”, e, Apolinário, vulgo “Lulú”, antigos “maragatos” (opositores do governo de Borges de Medeiros), que pertenceram as hostes do general Portinho, e depois a coluna de Leonel Rocha. Dias antes da invasão, num baile na região, “Pretinho” assassinara o gaiteiro, preso, fora solto pelo grupo do pai, que aproveitou o momento para incorporarse a Coluna Prestes que se formava, e onde colocaria-se no destacamento do tenente João Alberto Lins e Barros19. Foi este bando que invadiu Quatro Irmãos. A relação das barbaridades cometidas em Quatro Irmãos por estes desordeiros, vão do assalto as casas, onde levaram até roupas, depredações das lavouras, extorsões, roubo de gado e cavalos, e culminam no ignóbil assassinato do sexagenário David Faiguenboim20. O objetivo dos fascínoras era o levantamento de recursos para a Revolução, tanto que o chefe dos saqueadores chegou a deixar um recibo do saque para a direção da ICA21. Este comportamento rapace não foi reprimido pela direção da Coluna, pois somente nos últimos registros deste grupo


INTERESSANTE revolucionário, quando já não interessava mais aos seus dirigentes, é que tomouse providências contra o Favorino Pinto22. David Faiguenboim foi degolado na estrada que levava de sua gleba a Quatro Irmãos e escondido num capão de mato. O seu corpo foi encontrado, depois de muita procura, pelo colono Uscher Galodnik. A declaração sobre o estado em que se encontrava a vítima foi prestada pelo filho Maurício, que estava acompanhado por Gregório Ioschpe, Jayme (Chaim) Melnick e Zalman Mermelstein. Testemunharam no inquérito policial as vítimas: Ichie Schrir, Pedro Birmann, Jacob Sirotsky, Eva Brochman, Samuel Kotlarenko, Isaac Cohen, Isaac Pustilnik, Gregório Ioschpe, Salomão e Bernardo Mattone, Abraão e Leão Agranionik, Manoel Davidson, Marcos e Manoel Wainstein, Natan Bresniak, Sansão (Schepsel) e Salomão (Zalman) Schwartzman. Outros, por intermédio de David Sevi, inspetor da ICA, levaram as autoridades, um inventário dos prejuízos causados pelos desordeiros. A decadência da colônia começou com a migração, em 1914 (ou 15), de 45 famílias para o Uruguai, onde fundaram a Colônia 19 de Abril em Paissandú23. Teve no casamento dos filhos dos colonos com judeus de outras cidades e estados, outro fator de esvaziamento, pois estes além de se mudarem para as terras de seus cônjuges, acabavam por levar também os seus pais. Adicione a estes fatores, a queda dos preços agrícolas, o terror provocado pela pilhagem do “coronel” Favorino Pinto, e teremos algumas das explicações para o fim desta experiência agrícola, intentada por ashkenazim na América. Nós saimos de Quatro Irmãos, em 1936, para, a convite da família Zatz, vivermos em Baurú, onde meu pai foi ser “clientelchick”, vendendo gravatas na rua, e que depois de algum tempo, conseguiu montar a sua própria loja, a “Casa Bóris”. Mesmo longe dos pagos gaúchos, eu me casei na Colônia, minha esposa Guilhermina Agranionik, é filha de Jacob (Yankel) Agranionik e Rosa (Rivka) Melnick. De minha família, apenas o meu filho James vive no Sul. Hoje, os descendentes dos colonos estão espalhados pelo Brasil. São comerciantes, médicos, advogados e professores. Nomes como os de Sirotsky, Ioschpe, Birmann, Mattone, fazem parte da elite econômica do país. Outros, ocupam altos cargos na burocracia estatal, porém, todos estão perfeitamente integrados a vida nacional, retribuindo com os seus talentos, a confiança que o país deu a este grupo de imigrantes. Notas 1 Foram diretores e funcionários da ICA: Akiva Jacob Ettinger, David Proushan, David Sevi, Hugo Baruch, Marcos Pereira, Elie Saltiel, Jacob Massis, Marc Leitchik, Izidoro Eizemberg, David Tzvi, Eusébio Lapine, José Pontremoli, Israel Mayo (Meyer), Miguel Dlugach, Samuel Schwartzman, Camilo Sroulevich, Bernardo Caplan, Herbert Schall, Sabatai B. Melbert, Abiazar Mudjelip e Adolpho Mosberg. 2 Os assuntos religiosos foram da responsabilidade do rabino Mordecai Guertzenstein, Zeidel Davidson, Zalman Schwartzman, Awrum Guinsberg, Isaac Sochatzewski, Moische Ber Raskin, Awrum Raskin e Nussen Feder. 3 De Chaim e Abrão Melnick. 4 Moische Ber Raskin, Nathan Feder. 5 Louis Carolinski, Raphael Witenberg, Isaac Cohen (?), Mariem Chotguies, Jacob Leib Levin, Marcos Frankental, Abram Chagui, Raphael Palma, Efraim Zeltzer, Gregório (Gojo) Kruker, Leizer Mattone, Ione Taibque Iochelovitz (Levin), Itchoc Blazer Etkim, Ida Chostak, Paulina Zelmanovitz (Kwitko), Dora Melnick (Kwitko), Sarah Ioschpe (Teruchkin), Nathan Cohen (músico), Felipe Lambert (músico), Luiz Brochmann, Habib Illoz, Moisés Ioschpe, Samuel Rochelson, Adolpho Zamkov, Frida Zibenberg, Paulo Parglender (pai do Dr. Ary Parglender, ministro do STJ). 6 Marcos Nagelstein, Chaim Melnick e os irmãos Schmidt. 7 Marcos Plavnick, Baruch Raskin, Daniel Henkin, Hersch Chaim Schukster, Shpsel Schwartzman, Isaac Scop e Hertz Gens. 8 Henrique Stivelman, Leib Kuperman, Jacob Scarcinski e Israel Liberman. 9 David Krumholtz 10 Os donos das vendas e lojas: Jacob Huberman, Schepsel Schwartzman, Bernardo Mattone, José Zatz, Mauricio e Tulio Kautz, Isaac Iochelovich, Leão Bernardo Kwitko, Marcos Nagelstein, Kiva

Ianovitz, Guilherme Brochmann, Nuchem Tavejnanski, Bernardo Bernstein, José Blacher, Abram Parglender, José Kruker, Simão Nagelstein, Jacob Sirotsky, Hélio Galbinski, Abrão Nagelstein, Aron Schrir, Samuel Altschuler, Benjamin Rosemberg, Aron Wainstein, Fremeleie (Luisa) Feldman Antebi, Zulmine (Der Kaprechter) Moscovitch (avô do sociólogo Maurício Tragtenberg), David Krumholz, Kopel Kasinski. 11 Leão Bernardo Kwitko e Maurício Wainer. 12 Guinendel (Guilhermina) Lechtman. 13 Simão (Tzomke) Huberman 14 Nute Bresniak. 15 Miriam Bresniak, Francisca Mermelstein. 16 Drs. Alexander Waldemar Sirkis, Manuel Karacic, Otto Goldberg, Maximiliano Leon, David Rudner, Isaias Raskin e o farmacêutico Maurício Meyer Sas. 17 Vol. 6, p. 953. 18 Khapers eram homens que em troca de recompensa iam de aldeia em aldeia procurando judeus, a partir dos 12 anos, para incorporá-los à força no exército russo. 19 A participação do “coronel” Favorino Pinto e de seus filhos na Coluna Prestes está registrada no livro “A Coluna Prestes. Marchas e Combates” (São Paulo, 1979), de Lourenço Moreira Lima, em várias páginas (218, 247, 266, 269, 270, 539 e 540), e também em “O Cavaleiro da Esperança” (São Paulo, 20.o Ed.), de Jorge Amado, p. 196. Há uma fotografia de Favorino Pinto em “A Coluna Prestes” (São Paulo, 1991), de Anita Leocádia Prestes, na página 135. Favorino Pinto faleceu em Paso de los Libres (Argentina), em 5 de julho de 1927. 4 • GERAÇÕES / BRASIL, Maio 1999, vol. 5, nº 1/2 GERAÇÕES / BRASIL, Maio 1999, vol. 5, n º 1/2 • 5 Ichil Feldman Freimeleie (Luiza) c. Yakov Antebi Tube Gitel Sure (Sara) c. Isaac Cohen Fany c. Wolf Spach Marcos c. Pola Bergel Herbert Samuel c. Marta Serder Aquiles Guitel c. Alberto Leão Fuerte Velvel (Guilherme) c. Julieta Chamartz Eige Perl (Idalina) c. Israel Kaplan Bentzion (Benito) Oxman Hobe (Alberto) c. Rachel Punski Hinde Baruch (Boris) Sara Perlman Ana Lea c. Abrão Rauchfeld Meri Silvia c. Salomão Levi Sarah c. Isaac Jaime Levi Marcos Feldman c. Gilhermina Agranionik Guilherme c. Anita Crochick Claudia Aquiles Laura Aron Feldman c. Fany Berger Silvia Eduardo Israel c. Sila Ostronoff Hugo Perez Kaplan James Feldman c. Liliane Bauer Leia Feldman Ilan Doris c. David Levensteinas Brayn Fabio Bernardo Elisabeth Sabrina Isaac Ariel Andre Marina Valeria Bruno Fany Adriana Rafael Edna c. Adonis Camargo Sergio Alberto c. Yara Warchawski Claudio c. Tania Taranto Ida Marcos Ida Clarisse Simone Bension Flora José Simão Zilda c. Henrique Waksman Mara c. Charles Gelfond Miriam Israel Antebi c. Cecília Daniel c. Tema Tenenboim Mario Aquiles Dina Lisabete c. Rubens Schwartz Jairo Bergel Cohen c. Yara Aizenstein Maria c. Hersch Friedman Guita c. Isaias Rotband Maria c. Marcos Sobelman Rivke (Rosa) c. Isaac Zatz Alberto c. Fany Iampolski Isaias c. Ligia Kertzman 20 O colono David Faiguenboim, nasceu em Shargorod, em 1862, e chegou ao Brasil em 1913. Era casado com Sarah Leah Bick, com quem teve nove filhos: Arthur, Jenny, Chaia, Velvel, Rebeca, Emílio, Olga, Eva e Moishe, com farta descendência espalhada pelo Brasil. Foi seu neto, o professor Simão Faiguenboim (1916-1991), criador do Anglo Vestibulares. Acredita-se que ele tenha sido hazan e também soichet. Tem-se notícias que ele puxou as rezas de Rosh Hashaná e Yom Kippur em Campinas. 21 “Empréstimo de Guerra. De ordem do Sr. Comandante em chefe das forças revolucionárias em operação no norte do Estado recebi da Jewish Colonization Association, representada na pessoa do seu diretor David Sevi a importância tres contos de reis (3:000.000) a título de empréstimo de Guerra. Acampamento na fazenda do Quatro Irmãos, quatro de Dezembro de mil novecentos e vinte e quatro. (assignado) Favorino Pinto Coronel comandante”. 22 O “Boletim Reservado n º 3”, redigido em Baia Bela, em 2 de fevereiro de 1927, pelo general Miguel Costa, registra: “ (...) veio ao conhecimento deste comando, juntamente com a acusação feita ao Cel. Favorino de possuir, esse oficial, avultada quantia em dinheiro, que como se dizia havia sido obtida por meios ilícitos; pois os revolucionários nunca receberam vencimentos e com

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certeza a fonte para a acumulação de sua fortuna, de certo não teria sido obtida de fonte digna...Procedida a busca, apreenderam, além de jóias de valor, que permaneceram em poder do referido oficial, a quantia de dezenove contos e novecentos mil réis. Quantia esta que, de acordo com a sentença, foi dividida entre os feridos. O valor de cinco contos foi entregue ao Cel. Favorino, por pertencer a terceiros e estar somente sob a sua guarda”. (Arquivo Edgard Leuenroth, Universidade Estadual de Campinas, LML.CL.209 P.3 e CL.210 P.3). 23 Meu primo Ramon Oxman, que nasceu nela, escreveu a história destes migrantes. Ver “La Colonia 19 de Abril. Una Experiencia de Colonización Agraria Judia en el Uruguai” (Montevideo, 1987).

De O Eco Jornal

Sugiro à prefeitura preservar e divulgar este histórico raro, para que as gerações presente e futuras compreendam sua origem e as dificuldades que lhes foram impostas aos fundadores. Grande parte da maravilhosa qualidade de vida que hoje existe no município, se deve aos precursores, mesmo que politicamente se avaliem erros e acertos. Eles sofreram muito, mas construíram a Colônia Quatro Irmão, que hoje é nosso município e muito promissor. É fundamental a preservação histórica para um porvir promissor, independentemente de etnia. Esta foi a razão que nos levou à criação do Memorial da imigração italiana, que entre outras etnias, levaram Quatro Irmãos ao que represente hoje na qualidade de vida de seus habitantes. Nosso município representa, um modelo sustentável de como devem ser as pequenas cidades. N. Palma

QUATRO IRMÃOS: SECRETARIA DE OBRAS IMPULSIONA O PROGRAMA DE QUALIDADE DAS ESTRADAS Prefeitura de Quatro Irmão

As estradas alimentadoras e os travessões que atendem as regiões das Comunidades do Polígono D e do Rio Padre estiveram na agenda do secretário de Obras e as equipes de servidores da Secretaria Municipal de Obras Públicas. Os trechos: cidade/Polígono D e arredores seguindo para as propriedades o vale do Rio Padre; o travessão que liga com a estrada da cidade a Comunidade do Rio Padre, que teve uma ponte de madeira renovada recentemente, nas proximidades das propriedades da família Trieski, também recebeu atenção especial. Inspeção Nesta segunda-feira (1), o secretário Obras inspecionou os trechos e explicou que se trata de mais uma etapa do programa padrão de qualidade que a Administração Municipal do prefeito Adilson De Valle, vem implantando na infraestrutura do sistema viário rural. Mais de setenta por cento das regiões foram alcançadas pelas ações do setor de obras da municipalidade. Produtividade São duas regiões de pequenas propriedades familiares de produção diversificada, com destaque pra a pecuária leiteira e que necessitam boas estradas para movimentar a produção. O trabalho de preparação das estradas distritais e dos acessos consiste em preparar o leito a pista de rolamento com a motoniveladora e colocar uma camada de brita que será compactada pelos veículos trafegam diariamente, principalmente no transporte de leite e no transporte escolar, durante todo o ano; nos períodos de preparação do plantio e das colheitas de inverno e verão. Em algumas situações à pista é molhada antes da colocação da camada de brita e compactada com o rolo logo em seguida, garantindo melhor resultado. 32

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Investimento Financeiro Às estradas vicinais de acesso às sedes das propriedades com as vias principais também está recebendo pedra brita produzida na usina de britagem de propriedade do município. A preparação dessa estrutura resultou de um investimento superior a R$ 1,5 milhão de reais em equipamentos rodoviários e a central de britagem. ..................................................................................................................... Parabéns meu município, esta estrada passa por onde nasci, não quero dizer “a cem mil anos atras”, mas a quase um século. Também passa pelo Memorial dos Palma, servirá de roteiro para quem for à festa. N. PALMA


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RETROSPECTIVA - ABRAÃO Muitas coisas aconteceram nos últimos vinte anos nesta ilha e é bom serem lembrados para revivermos o que foi bom. Vocês lembram do CORAL WIWAT? Aquele coral de Varsóvia, Polônia, que cantou na abertura dos Pintores Paisagistas Brasileiros em sua segunda

edição? Além, de fazerem varias apresentações no Abraão? Pois é! Vamos rever aquela gente bonita que tanto gostamos de ouvir seus clássicos e suas populares canções. Foi uma grande festa, não foi? A fotos falam por sí! Fotos em sentido horário: Colégio, Praça do Cruzeiro, público, Igreja de São Sebastião

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