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leia!

Depois que li o artigo escrito neste periódico pelo Dr. Rodrigo Segantini, intitulado “Ei, você aí...”, cujo articulista é de uma riqueza ao desfilar a analogia da situação do governo municipal com a enfrentada pelo personagem principal do romance “Os ratos”, de Dyonélio Machado, resolvi que as histórias do mundo da literatura brasileira necessitam serem contadas, até mesmo para que possamos conhecer, de maneira próxima, nossas narrativas, e relacioná-las ao cotidiano, sempre como uma fonte de inspiração e questionamento. Como aquele processo socrático, estimulado pela dúvida.

Quando no início do artigo, o Advogado Segantini, fala de Érico Veríssimo, pai de Luís Fernando Veríssimo e da sua relação com o autor de “Os ratos”, lembrei-me logo de uma outra história em que o autor de “Clarissa” tem com o então, iniciante, Moacyr Scliar, que ao deixar um conto de três folhas para que o consagrado Érico pudesse avaliá-lo, ao retornar para pegá-lo, o escritor Scliar vê que seu conto fora avaliado como nota 10, todavia ao chegar em casa percebe que havia esquecido de levar ao autor extensão da Rua Flávio Emanoel Forcel, no Jardim Martineli, visando melhorar as condições de trafegabilidade na região.

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A proposta foi discutida durante a sessão e deverá ser avaliada pela Prefeitura nos próximos dias.

Vale lembrar que a sessão foi realizada nas dependências do Cine São Pedro, em razão das obras promovidas na sede do Legislativo, e contou com a participação da maioria dos vereadores. A próxima sessão ordinária está marcada para o dia 15 de maio.

Estamos numa cidade que tem quatro sindicatos de boa representação, sindicato dos funcionários públicos, sindicato dos comerciários, sindicato dos trabalhadores rurais e sindicato das empresas alimentícias, esses sindicatos parecem não conversar entres si, cada um luta por causa própria e não para o bem de todo trabalhador de nosso município, pois nenhum sindicato fez um evento para o trabalhador que representa no 1º de maio.

No Brasil o cenário político e econômico não andam muito bom, desde a polarização política das últimas eleições e a falta de confiança dos investidores diante da política econômica confusa e insegura que o governo federal expõe com os juros altos e cada vez criando novos impostos, nenhum investidor estrangeiro ou nacional está investido no nosso país e com isso quem mais sente são as pequenas ci- dades como a nossa. Falando em cenário político, em nossa Taquaritinga por aqui o cenário político não anda muito bom, tendo em vista que desde setembro de 2022 a situação financeira da prefeitura não anda muito boa. Desde os bloqueios judiciais por conta de precatórios, atrasos de pagamento de fornecedores e prestadores de serviços e obras inacabadas, com isso ficou exposto a fragilidade de nossa saúde diante da explosão de casos de dengue e de gripe do final de 2022 para início de 2023, saúde essa que não anda muito boa com muito relatos de usuários do sistema SUS de falta de medicamento nas farmácias municipais e funcionários dos posto de saúde e da unidade de pronto-atendimento relatando falta de insumos básico para prestar um bom atendimento, vem a notificação da Santa Casa que não irá fazer cirurgias eletivas e exames por falta de repasse de verba para a entidade.

Agora a atual administração diante gastos exagerados e sem controle, se viu numa situação que ao invés de cortar os próprios gastos com cargos de confiança, aliais muitos cargos que só aparecem em fotos porque no dia a dia não se vê fazendo benfeitoria alguma para o município, resolve mexer onde? Nele no funcionalismo público, que desde o de 1º de maio não ganham mais horas extras, e quem perde com isso? Só o funcionário público, a reposta é não! Quem perde com isso são os trabalhadores, são os coletores de lixo, são as enfermeiras (os), são os vigias, motoristas, professores, recepcionista e os serviços gerais. Mas quem mais perde é o município, se não bastasse os atrasos de pagamento para os empresários e prestadores de serviços da cidade, com esses corte de horas extras do funcionalismo público, o comercio local irá sofrer mais, será menos dinheiro injetado em nossa economia, com isso empresários locais já estão assustados com as poucas vendas (roupas, sapatos, postos de gasolina e até mesmo os supermercados) e estão com medo novamente de viver uma situação não muito longe de quando os funcionários públicos ficaram 5 meses sem receber salários. consagrado a sua última página.

Com todo esse cenário político e econômico que nos cerca fica a pergunta, o que se comemorou no 1º de maio?

Estamos numa cidade doente, você olha para o funcionalismo público e vê o desânimo que ele tem de ir trabalhar, além de saber que não irá ganhar o que merece, muitas vezes irão ficar parado em seu setor por falta de material para executar um serviço, e pior disso ser taxado de preguiçoso. Estamos numa cidade doente, você olha para o empresário local o desânimo dele em investir na cidade, o medo de vender e não receber e ter que pagar seu fornecedor ou banco, estamos numa cidade a beira de um colapso financeiro sem perspectiva de melhoras. Fica novamente a minha pergunta: O que se comemorou no 1º de Maio?

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

Euclides da Cunha, autor do renomado, “Os sertões”, ao retornar para sua cidade, depois de cobrir toda a Guerra de Canudos, descobre que sua esposa estava grávida. E quem seria o pai. Ao descobrir que fora enganado ele sai à procura do amante da esposa. Euclides é assassinado.

A literatura, nos avisa, vive no silêncio, almeja tranquilidade. Leia!

*Prof. Sergio A. Sant’Anna –Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.