O Cartolinha / L Cartolica 2014

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Ano 34 N.º único de 2013/14

Feira da saúde anima comunidade escolar

Alunos de l 4.º anho de parabienes

Miranda cun artistas d’ouro

NOTÍCIAS CIÊNCIA

Como se faz um jornal? Alunos do 7.º ano entrevistam diretor do “Jornal Nordeste”.

ENTREVISTA

SAÚDE

40 anos de abril DESTAQUE

LEITURAS


julho de 2014

Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Editorial EDITORIAL

ÍNDICE ALFABÉTICO

Tive há dias o grato prazer de ter sido convidado pelo Eurodeputado José Manuel Fernandes para participar numa reunião de trabalho que este se propôs realizar com os diretores das escolas do distrito de Bragança. Pretendia-se apresentar os projetos a desenvolver ao longo deste novo mandato e auscultar propostas e expectativas por parte dos responsáveis das escolas desta região. Tratou-se de uma iniciativa louvável e que nos permitiu, de forma inédita, trocar impressões sobre as questões relativas à divulgação e ao envolvimento dos jovens no projeto europeu mas que nos permitiu também refletir sobre outras questões, que têm um impacto imediato no funcionamento das escolas e que, de alguma forma, têm também a ver com o projeto europeu. Assim tivemos a oportunidade de referir e alertar para o anacronismo existente na legislação e que obriga a que qualquer visita de estudo ao estrangeiro (Europa comunitária incluída) seja objeto de um seguro próprio, já que o seguro escolar não abrange estas atividades. Assim, quer o destino seja Torregamones, a meia dúzia de quilómetros de Miranda do Douro, do outro lado do Douro, ou Helsínquia na Finlândia, a 3.700km, o preço a pagar por dia de viagem é o mesmo. Será que é possível implementar assim projetos de intercâmbio transfronteiriço?

CIÊNCIA

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DESTAQUE

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EDITORIAL

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LEITURAS

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MIRANDÊS

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NOTÍCIAS

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OPINIÃO

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SAÚDE

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E que dizer das autorizações para efetuar as referidas visitas ao estrangeiro? Se num passado recente era o diretor de cada escola que as autorizava, agora, por falta de delegação de competências, tal autorização compete à Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares… Um outro elemento anacrónico prende-se com a exigência da aposição da apostila de Haia nos certificados de habilitação de alunos provenientes do estrangeiro. Assim, por exemplo, um aluno espanhol que resida em Zamora e que queira vir estudar para Miranda do Douro, ou vice-versa, terá de se deslocar ao consulado mais próximo (por vezes a centenas de km) para obter a referida apostila (certificado de autenticidade estabelecido na convenção de Haia em 1961). Será que nada mudou desde 1961? Não bastaria um certificado emitido e autenticado por um estabelecimento público de educação de um estado membro da comunidade?

FICHA TÉCNICA Propriedade AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MIRANDA DO DOURO Rua Coronel Eduardo Beça 5210-192 MIRANDA DO DOURO Tel.: 273 431 330 / Fax: 273 432 355 Email: info@esec-miranda-douro.rcts.pt Página Web: www2.esec-miranda-douro.rcts.pt

Coordenação Clube de Jornalismo

Grafismo Clube de Jornalismo

Por vezes são os pormenores que definem o sucesso ou insu- Imagem do Cartolinha cesso dos grandes projetos. E o projeto europeu é, de facto, um gran- Manuel Ferreira de projeto em que todos devemos estar, cada vez mais, empenhados! Impressão Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Tiragem

António M.M. Santos

200 exemplares

CDU 2


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Destaque

CELEBRAÇÃO DOS 40 ANOS DE ABRIL DOMINGOS RAPOSO

Alunos da EBS de Miranda do Douro na praça D. João III

A revolução de Abril aconteceu há quarenta anos. Era uma necessidade. Portugal vivia ostracizado, fechado ao exterior, atrasado. A população sentia dificuldades, dedicando-se, na sua maioria, ao setor primário, praticando uma economia de subsistência. Em zonas de fronteira havia mesmo gente que, para sobreviver e/ou criar os filhos, era obrigada a dedicar-se ao contrabando. As fronteiras estavam controladas e quando as pessoas eram apanhadas nessa atividade ilícita ficavam com as expetativas goradas. As condições de vida difícil levaram também muitos portugueses a ter de emigrar. E, muitas vezes, clandestinamente, com recurso aos chamados

“passadores” com todos os riscos que isso comportava. As pessoas viviam oprimidas. Não havia liberdade de opinião/expressão nem liberdade de associação. A censura impunha limites a tudo quanto se publicava. Testemunhámos, pessoalmente, em finais da década de 1960, o corte pela censura de um parágrafo num livro que a Editora, por considerar de conteúdo isento e a fim de ganhar tempo, tinha decidido imprimir previamente ao visto dos censores. Esse corte levou à proibição da sua publicação, provocando, com isso, elevado prejuízo à editorial. A PIDE/DGS perseguia e prendia todos quantos se insurgissem contra a doutrina do Estado Novo, imposta por Salazar e continu3

ada por Marcello Caetano. As manifestações públicas (protestos de trabalhadores, estudantes, militares, civis) eram reprimidas; os movimentos de oposição eram vigiados e perseguidos. Como se isso não bastasse, os nossos governantes, ao contrário do que fizeram outros países europeus, teimavam em manter a guerra colonial, uma guerra sem nexo, desastrosa, que vitimou milhares de jovens portugueses. Por outro lado, o ensino superior só era para quem tinha posses e nessas condições havia pouca gente. O serviço nacional de saúde não existia... Ora, perante este quadro, não obstante toda a propaganda ao Estado Novo, a existência da Legião Portuguesa (organização militarizada composta pelos fanáticos do regime) e da Mocidade Portuguesa (que incutia nos jovens o espírito de obediência ao Estado Novo e o culto do dever militar), a sociedade portuguesa estava farta, vivia amargurada, deprimida, sem direito aos direitos fundamentais, entregue a uma triste existência e ansiava por uma mudança de regime, que trouxesse esperança, abertura, democracia, desenvolvimento, qualidade de vida, alegria. Diante desse fervilhar de situações deploráveis, a esperan-


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Destaque

Que pessonas sgremidas, xustricadas

ça chegou através dos capitães de Abril. Corajosos, lúcidos, determinados, com objetivos claros, não tiveram medo de enfrentar riscos, que eram muitos, ao pôr em prática um plano bem desenhado, que resultou, pacífica e plenamente, para bem de todos. Note-se que a população de Lisboa, apesar de ter sido informada pelo Comando do Movimento das Forças Armadas, através da rádio, na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, da revolução em curso e de ter sido aconselhada a ficar calma e tranquila em casa, saiu para a rua, entusiasmada e eufórica, acompanhando e procurando apoiar as tropas comandadas por Salgueiro Maia, não desarmando mesmo quando, pelas 18,00h, Salgueiro Maia e Sousa Tavares a exortam a retirar do Largo do Carmo, a fim de que Marcello Caetano (que já se tinha rendido) pudesse abandonar o quartel.

Sues lhágrimas anxugórun I sentírun Todo l bien que le trazírun. La manhana rumpiu, L sol calciu, La gana de bibir renaciu. Dreito, culs pies ne l suolo, Pertual zambolbiu La lhiberdade, L amor, La paç Çpuntórun I para siempre S’afirmórun.

A liberdade foi, de facto, um valor fundamental, entre outros, reconquistado. E a prova está nas eleições para a Assembleia Constituinte, muito participadas, que aconteceram um ano após a Revolução, em 25 de Abril de 1975, onde puderam concorrer vários partidos políticos e votar todos os portugueses e portuguesas com mais de dezoito anos. Do trabalho dessa Assembleia saiu a Constituição de 1976 (2 de abril), que garantiu a todos os portugueses os direitos e liberdades fundamentais, como a

Consumada a revolução, na madrugada do dia 26 de Abril a “Junta de Salvação Nacional” apresentava ao povo português o programa do MFA, referindo as principais orientações políticas que iriam gerir Portugal até ser aprovada uma nova Constituição e dando início à democratização da sociedade portuguesa através de medidas que restituíram as liberdades fundamentais aos cidadãos. Extinguiramse a PIDE/DGS, a Legião e a Mocidade Portuguesa, a censura; libertaram-se os presos políticos; discutiu-se o problema da guerra colonial, levando Portugal, logo em julho de 1974, a reconhecer às suas colónias o direito à independência. Resumindo, como escrevemos em língua mirandesa, Quarenta anhos hai Neste paiç que ye l nuosso Aparcírun homes de coraige. Cula cabeça pensórun, Culas manos oubrórun, Ounidos las cousas mudórun. Fui anton

Atuação dos alunos da EBS que integram a banda filarmónica de Miranda do Douro 4


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Destaque

liberdade de expressão e de opinião; a liberdade de reunião e de associação; a liberdade sindical; o direito ao trabalho; o direito à educação; o direito à igualdade perante a lei; o direito ao voto, etc. Numa palavra, o direito à democratização do país.

ram registar os seus testemunhos/impressões sobre esta efeméride; fez-se o nº 40 com uma moldura humana; distribuíram-se cravos; tocou-se e cantouse alusivamente. Todos os alunos participaram e colaboraram de forma muito empenhada. Uns (2º e 3º Ciclos) participaram na Ora, compremoldura humana e endendo a Escola distribuíram à popuque acontecimentos lação cravos, que de tão grande alcanexecutaram nas auce como este, devem las de Educação Viser valorizados e tessual e de Educação temunhados aos joVisual e Tecnológica. vens, entendeu o Outros (vários ciDepartamento de clos), que integram a Ciências Sociais e HuBanda Filarmónica manas do Agrupa“Mural de Abril” de Miranda do Doumento de Escolas de ro, conduzidos pelo Miranda do Douro organizar, em colaboração com os Departamentos de Expressões e do 1º Ciclo e seu maestro, tocaram (e encantaram!) as composicom a participação entusiasta de todos os docentes ções carismáticas “Grândola Vila Morena”, “Uma e discentes das escolas da sede de concelho, uma Gaivota Voava, Voava” e “A Portuguesa”, acompainiciativa singela mas simbólica, comemorativa e nhadas pelas vozes melódicas e harmónicas dos aluevocativa do significado, das conquistas e dos valo- nos do 1º Ciclo (primorosamente ensaiados pelo res da revolução dos cravos e do seu impacto nos seu professor de música) e por todos os presentes. quarenta volvidos, aberta à comunidade local. Para tal, na tarde do dia 28 de abril, colocou-se um mural em plena Praça D. João III, onde as pessoas pude-

NOTA: As fotos do artigo, bem como a da capa, foram gentilmente cedidas por Duarte Pacheco Leite.

A MINHA EXPERIÊNCIA NO MEGA SPRINT NOA MARTINS Quando soube que ia haver provas para participar no Mega Sprint na minha escola, inscrevi-me logo. Passei em primeiro lugar. Nesse fim de semana eram as distritais. O nível de dificuldade aumentou, pois agora sou infantil B. Eu só queria passar às Nacionais, mesmo que fosse em segundo lugar, mas consegui passar em primeiro. Esta-

va um bocado nervosa, porque ia representar a minha escola a nível nacional. Quando chegou o dia, tive de acordar muito cedo para apanhar o táxi (doze horas de viagem). Quando lá cheguei estava farta de viagem. O estádio do Algarve era enorme, estava um pouco frio, mas a boa companhia e o bem-estar ajudaram. As competições começaram por 5

volta das vinte e uma horas. Fiquei em quarto lugar na minha série e em vigésimo quarto ( de 56 adversárias) na fase nacional. Para além do contacto com novos colegas, tive a oportunidade de pedir um autógrafo a campeões de atletismo nomeadamente: Francis Obikwelu, Rui Silva e Nelson Évora. Foi uma experiência fantástica!


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Freixo “à lupa”

Un berdadeiro pelubrino

HELENA RODRIGUES

CLARA MARTINS

No dia 22 de maio, as turmas do 5º ano de Miranda do Douro e Sendim saíram por volta das 8:30 com destino a Freixo de Espada à Cinta. Quando lá chegaram, pararam em frente à Câmara Municipal, onde os esperava o Dr. Jorge Pintado, que iria ser o seu guia ao longo do dia. Depois do lanche da manhã, foram observar casas manueliTorre heptagonal nas e ver as suas características, como, por exemplo, as portas em arco. De seguida, foram visitar a igreja, que tinha abóbadas góticas e um grande órgão, enquanto ouviam as preciosas explicações do Dr. Jorge. Quando saíram de lá, passaram por um freixo com uma espada atada ao tronco, que tem a ver com a lenda que deu origem ao nome da vila. A seguir, foram à única torre que restava do castelo, viram a sala destinada ao rei e subiram até ao cimo por uma escada íngreme. Foram ainda ao museu Território e Memórias, que tem vestígios dos nossos antepassados, como moedas do tempo de D. Manuel I, ou alguns berrões. Como estavam com muita fome, alunos e professores foram piquenicar ao Penedo Durão, onde tiveram também a oportunidade de observar aves de rapina. Depois de saciados, visitaram o Museu Regional Casa Junqueiro, isto é, de Guerra Junqueiro, escritor do século XIX. Esse museu mostra como eram as casas das pessoas dessa época. Aí viram também alguns casulos do bichoda- seda que foram emprestados pelo Museu da Seda por se encontrar em obras. Despediram-se do Dr. Jorge e começaram a viagem de regresso. A meio da viagem, pararam em Lagoaça, para contemplarem o rio Douro. Na outra margem, viase Espanha. Chegaram a Miranda por volta das 17:15, muito contentes e mais ricos em conhecimentos! 6

La eiquipa de rapazas de badminton

La eiquipa de rapazas de badminton, de la scuola de Miranda, astanho, fui un berdadeiro pelubrino, ua beç que alhebantou ne l aire cun todas las outras eiquipas çtritales, sendo l grupo mais vitorioso deiqui! La eiquipa ye formada por seis jogadoras i por dues árbitras. Todas eilhas, a las quartas i a las quintas, dedicában ua hora de l sou tiempo a praticáren esta modalidade. Çpuis de todo l trabalho haber sido feito i de todos ls treinos, l'eiquipa fui capaç de ganhar ls jogos todos contra las eiquipas de Bergáncia, Alfándega de la Fé i de Bila Flor. Anton fúrun cunsagradas campeanas çtritales i quedórun de ir a repersentar l çtrito a Guimarães ne ls dies trés i quatro de maio. Nua biaige todo ye amportante i neste causo nada fui defrente! Muitas amisades fúrun feitas, passórun-se guapos momientos i houbo muita ajuda antre todas. Fumos capaç de arrecadar un treceiro lhugar. Ne l fin de todo bulbimos para casa todas cuntentas, nun solo pula classeficaçon alcançada cumo tamien puls momientos que hemos passado! Finalmente, para celebrar todas estas bitórias, fazimos un almuorço cun bolho i todo! I para arrematar, solo bos digo que nun podemos mirar pa l çporto cumo ua forma de derrotar l'adbersairo, mas ua maneira de fazer amizades nuobas i de daprender outras técnicas cun aqueilhes que a las bezes ténen mais spriência que nós!


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Miranda cun artistas de l Douro DUARTE MARTINS

L Agrupamiento de Scuolas de Miranda de l Douro partecipou, mais ua beç, ne l porgrama Artistas de l Douro”, pormobido pul projeto trasfronteiriço Duero-Douro. Este ancuontro fizo-se ne l ouditório munecipal de Miranda, que oucurriu ne l die 12 de Junho. Lhembramos que estes juntouros sírben pa ls studantes i tamien pa ls porsores conhecéren i trocáren eideias, spriéncias lhenguísticas i culturales tenendo l teatro cumo assunto percipal. Assi que todos ls anhos ténen participado muitos alunos de bárias scuolas de la raia. Desta beç stubírun persentes alguas scuolas de ls munecípios de Zamora, cumo fúrun ls casos de Lubian, Alcanhiças, Almaraz de l Duero i Rio Frio de Aliste. De la parte pertuesa tocou-le a las scuolas de Mogadouro, Vinhais, Vila Nova de Foz Côa i Miranda de l Douro. L Agrupamiento de Scuolas de Miranda fizo-se repersentar puls alunos de lhéngua i cultura mirandesa de l 4º anho, de la EB1 de Miranda, que apersentórun ua pieça de teatro, an lhéngua mirandesa,

“L Zé de las Moscas”. Ls alunos stubírun de parabienes por habéren feito parte de l grupo de las trés scuolas finalistas que arrecadou un prémio, an material didático, ne l balor de 300 ouros. Atebidades cumo esta, que ténen la debersidade cultural i lhenguística, solo mos fázen medrar, tanto cumo cidadanos cumo alunos balorizando inda mais aquilho que ye nuosso i conhecendo melhor ls nuossos bezinos.

Educar para a cidadania Um projeto para SER melhor ORQUÍDEA XAVIER

O Departamento do Pré-Escolar do Agrupamento escolheu para desenvolver durante este ano letivo o Projeto Pedagógico «Educar para a Cidadania», problemática tão pertinente nos

dias de hoje, e de acordo com o Projeto Educativo de Agrupamento. As aprendizagens nesta área situam-se num processo em construção, que está intimamente 7


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relacionado com o tipo e a qualidade de experiências de vida em grupo que são proporcionadas no Jardim de Infância, e com o modo como são abordados os diferentes conteúdos e organizadas as atividades.

peito pelo outro, etc.

Assim, foi nossa intenção contribuir para a formação de crianças que futuramente serão cidadãos capazes de se reconhecer como parte integrante de uma sociedade justa, cooperante, solidária, que respeite a diferença e que manifeste atitudes e comportamentos de conservação da natureza e de respeito pelo ambiente.

No 3.º período, a prevenção rodoviária e acidentes domésticos: normas de segurança no que concerne a evitar queimaduras, quedas, ingestão de produtos tóxicos e medicamentos, bem como a sensibilização para o cumprimento das regras e normas de segurança enquanto peão, condutor e ocupante de veículo.

O projeto “Educar para a Cidadania” foi desenvolvido em três fases distintas por temas em cada período letivo.

As atividades foram desenvolvidas em cada turma de acordo com a faixa etária, necessidades, interesses e especificidades de cada criança, e ao encontro dos objetivos das diferentes áreas de conteúdo definidas nas orientações curriculares do préescolar e nas metas de aprendizagem.

No 2.º período, o desenvolvimento da onsciência ecológica: implementação da política dos 4R´s e sensibilização das famílias e comunidade em geral para as atitudes ecológicas.

No 1.º período trabalharam-se as atitudes e valores: regras, comportamentos e valores humanos como a partilha, solidariedade, cooperação, res8


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Ua bejita a la Corunha DUARTE MARTINS

Ls alunos de lhéngua i cultura mirandesa de las scuolas de Miranda na Torre de Hércules.

Ne l purmeiro die de l més de Julho, ls alunos de lhéngua i cultura mirandesa de las scuolas de Miranda fazírun un passeio a la cidade de la Corunha. La cidade de la Corunha queda ne l noroeste peninsular, na region outónoma de la Galiza, an Spanha, onde l galhego, a la par de l castelhano, son las lhénguas mais faladas.

oubiu i tamien nun era pra menos, yá que beniemos de tan loinge, mal serie! Este castielho ou fuorte, cumo lo quérgades chamar, quedaba nua ilha pequeinha (agora yá ajuntada a la cuosta) i serbie para defender l puorto de la cidade de La Corunha ou “A Corunha”, que ye cumo se diç an galhego, pus claro! L castielho de Santo Anton ten ua arquitetura seiscentista. Cun l passar de ls seclos fúrun-le feitas bastantes obras. Tamien serbiu de cadena, al que parece, i muita giente passou por alhá. Fui desta cidade, “A Corunha”, que, an 1588, saliu la Armada Ambencible, a caras a la Anglatierra. Mala suorte, la deilha, mas isso yá todos nós sabemos i hemos daprendido ne ls lhibros de stória. Por bias de la armada haber salido desta cidade ye que Francis Dra-

La salida de Miranda fizo-se pulas 5.30 de la manhana i, apuis de tanta strada, alhá cheguemos cun ganas de bejitar i de coincer culturas nuobas i tierras defrentes de la nuossa. Assi que ampecemos por ir al castielho de Santo Anton i fui quando ls purmeiros smerujicos ampeçórun a cair. Mas buoltas demos i responsos rezemos que San Pedro mos 9


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ke, an Maio de 1589, l’ atacou cun las sues tropas i le mandou uas balientes canhonadas. A lhuitar an sue defénsia bieno giente baliente de l pobo que la mimória desta mesma cidade inda hoije nun squeciu, cumo fúrun las figuras amblemáticas de Maria Pita, que ten ua praça i ua státua galana cun l sou nome. Hoije, l castielho de Santo Anton funciona solo cumo un museu arquiológico i stórico. Se furdes alhá podereis ber i apreciar pieças de bárias épocas de la stória dua grande parte deste noroeste peninsular galhego, que ben dezde ls tiempos de la purmeira perséncia de l home porqui, passando pula romanizaçon i andando un cacho baliente pula eidade média. Un museu mui rico i mui antressante i nun fusse la fame a passar alhá tamien, inda parariemos mais un cachico. Al almuorço, todo l mundo se spabilou: uns quedórun-se pula comida “mais deligeira”, outros fúrun al polbo a la galhega, que ye asparecido a la maneira cumo nós l purparamos an Miranda: segado a las rodaixas, cuas cachas de batatas, un azeitico i un pumenton por riba. Bien çpuostos i almorçados, demos ua bultica pula parte bielha de la cidade, pula praça cun mais lomeadade de la Corunha, que ten l nome de la tie mais coincida deiqui, que ye Maria Pi-

“Houbo algun tiempo para apreciar las bistas…”

ta. A la tarde fui la beç de bejitarmos la torre mais afamada de la Corunha, menumiento nacional i l mais repersentatibo de la cidade: la Torre de Hércules, que lhieba puosto l nome de l heirói clássico. Cunta la lhienda que an tiempos bibiu eiqui un rei mala rés, que se chamaba Gerion i trataba mui mal l sou pobo. La giente fui oubrigada a pedir ajuda a Hércules. L baliente Hércules, apuis de haber matado l tirano, anterroulo i, ne l campo de la foia, alhebantou esta torre baliente de sessenta i uito metros de altura. Lhiendas a la parte, al cierto ye que esta torre, cun cuorpo prismático i assento quadrado, fui mandada fazer ne l seclo II d.C., durante l tiempo de ls amperado10

res romanos Trajano i Adriano. L arquiteto que se ancarregou de la obra chamába-se Gaio Sévio Lupo, era de Emínio, cidade que hoije ye Coimbra. Durante muito tiempo serbiu de farol, fui essa la finalidade deilha, ua beç que stá stribada al mar, a la punta norte de la península corunhesa. La torre, cun l passar de l seclos, fui sufrindo obras, acrecientos i arremendos. Mais tarde chegou a serbir de fortaleza i apuis bulbiu a ser farol outra beç. Hoije, a la par de ser farol, tamien ten un pequeinho museu, na parte de drento, que fala de la bida deilha durante estes seclos todos i onde inda se puode ber algua parte de la strutura oureginal romana. Dízen que ye l farol mais antigo de l mundo a trabalhar,


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mas l tiempo fui mi scasso para tantos planos que traziemos de Miranda. Outros inda fúrun a molhar ls pies antes de íren a fazer las últimas compras a la parte bielha de la cidade. Mais haberie para dezir, outras cousas haberien sido ditas se fusse outro biajante a screbir este testo. Mas bale bien la pena chubir las duzientas i quarenta i dues scaleiras de l farol para apuis tener l cunsuolo dun astre de frescura de l mar a bater na cara, un aire a ondear ls pelos i la mirada a ir-se d’a contra las óndias rebuoltas daqueilha punta de noroeste de ouceano atlántico que bai mar a drento. Bieno-me al pensamiento aquel filme de Alejandro Amenábar, cun ls atores Javier Barden i Belén Rueda, “Mar a Drento”. Mas isso son outras cumbersas...

Menires de la Corunha

milagre que l seia, se yá ben dezde l tiempo de ls romanos! Houbo algun tiempo para apreciar las bistas,

BESITA DE STUDO DE LS ALUNOS DE LHÉNGUA I CULTURA MIRANDESA DE L 2º CICLO DOMINGOS RAPOSO

Ne l die 12 de l més de San Juan, cumo ancerradeiro de las aulas de Lhéngua i Cultura Mirandesa, ls alunos de l 2º Ciclo, acumpanhados pul porsor Domingos Raposo i puls Diretores de Turma Julieta Guerra i Francisco Esteves, fazírun ua besita de studo a Bergáncia i a Riu d´Ounor.

mien chamado riu Contensa i, an ambiente de sana cumbibéncia, debertírun-se a la grande, nun querendo mesmo salir d’alhá. Eimaige que les quedará para siempre! Mas cumo l que ye buono s’acaba, fazírun-se horas de tornar para Miranda i na carreira nuoba de la Cámara benírun cuntentos i sastifeitos, cantando siempre cun alegrie.

An Bergáncia besitórun l Museu Eibérico de la Maçcara i de l Traije i l Museu Melitar, tenendo gustado muito d’ambos a dous. Neste último adorórun treinar la sue puntarie atrabeç de l arco i de setas cun punta de bentosa. Bírun inda cun uolhos de ber l Pelourinho i la Domus Municipalis.

Bal la pena biajar! Bal la pena coincer lhugares i cousas nuobas! Bal la pena daprender Mirandés!

Apuis, a Este de la cidadela, ne l Parque de Merendas, quemírun, jogórun i debertírun-se. An seguida, fúrun a coincer l’aldé típica de Riu d’Ounor, adonde gostórun de quemer un gelado i d’oubir las splicaçones subre l riudonorés (armano de l mirandés – grupo lhenguístico stur-lheonés), l’arquitetura i ls questume própios desse pobo. Ne l lhado spanholo, antrórun n’auga de l riu Ounor, ta-

Riu d’Ounor 11


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Ciência e cultura em Bragança FERNANDO PEREIRA

mendações dos pais também estavam presentes! No período da tarde, divididos em dois grupos, os alunos visitaram as instalações da redação do Jornal Nordeste e da rádio Brigantia. Aqui, realizaram uma breve entrevista ao diretor da redação e aos elementos da sua equipa, que os receberam com muita simpatia e com muita paciência!

No Centro Ciência Viva, em Bragança...

No dia 27 de novembro, os alunos do sétimo ano das escolas de Sendim e de Miranda do Douro fizeram uma visita de estudo a Bragança no âmbito das disciplinas de História, Ciências da Natureza, TIC e Português. Foram acompanhados pelos professores Fernando Pereira, Sandra Meirinhos e Elisabete Barrosa. A visita realizou-se dentro do horário normal de funcionamento das atividades letivas. Durante o período da manhã, a partir das 10h30m, no Centro de Ciência Viva, os alunos tiveram a hipótese de fazer experiências, tentar perceber como se terá formado a vida na terra, estudar com algum pormenor o siste-

ma solar, aperfeiçoar conhecimentos sobre o funcionamento dos vulcões, as formas de produzir eletricidade e formas de a poupar e a importância da reciclagem. Na “Casa da Seda”, puderam ainda observar o processo de produção de seda e assistir a um vídeo intitulado “A princesa e o bicho da seda”. Enfim, no Centro Ciência Viva estiveram perante muitas outras situações relacionadas com a ciência e com tudo o que se relaciona mais propriamente com o programa da disciplina de Ciências da Natureza. O almoço foi livre, no centro comercial. Aí os alunos puderam fazer as suas opções com alguma liberdade, já que as reco12

No Arquivo Distrital, apresentaram-lhes o historial do arquivo e o espaço em que se insere para ficarem a conhecer melhor a forma e o local (convento de S. Francisco) onde se conservam os documentos mais antigos do distrito. Como não conheciam o trabalho que está associado à preservação dos documentos, os alunos viram e ouviram com muita atenção as explicações da Dra. Élia. Logo de seguida, dirigiram-se para o Museu Abade de Baçal. Aí, como disseram os alunos, viram “coisas fantásticas… coisas antigas de que não tínhamos conhecimento”. Participaram num caça ao tesouro, uma atividade que possibilita uma outra visão do que é um museu e uma diferente forma de o visitar e encarar: conheceram alguns “quadros” da Diocese de Bragança- Miranda, mas também viram as exposições da Joana Vasconce-


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los e do Almada Negreiros - a caça ao tesouro permitiu tudo isso! Esta era a última atividade que estava prevista, mas, claro está, uma visita de estudo não tem apenas o especial interesse de ver isto ou ouvir aquilo, tem muito mais que isso…. Pela parte dos professores, a visita permitiu-lhes observar como os alunos se aplicam e se motivam com e para o conhecimento, como respondem a situações colocadas, como partilham sentimentos e emoções. Puderam ainda criar e desenvolver laços de afetividade, enriquecer as atividades curriculares desenvolvidas em sala de aula, enfim…, pode concluir-se que as visitas de estudo são extremamente enriquecedoras. No geral, destaca-se a forma cívica e ordeira como os alunos se comportaram ao longo de toda a visita, num clima de agradável convívio entre alunos/alunos e alunos/professores. Agradecimentos: Aos professores que planificaram e aos que acompanharam os alunos nesta visita de estudo.

Do inquérito que se fez após a atividade, pudemos concluir que a visita foi do agrado dos alunos. Aqui ficam algumas opiniões dos alunos:

rem: limpam-nos muito bem, porque é o pó que faz criar os bichinhos que destroem os livros!” Ana Sofia

“Gostei de tudo em geral, desde o arquivo, ao museu, do Centro Ciência Viva e da Casa da Seda ao Jornal Nordeste…. Gostei de ver os casulos do bicho-da-seda, de saber como se criaram as primeiras células, como se limpam e reconstituem os livros antigos, como as tecedeiras transformam as pinturas de pintores em tapetes e de aprender como funciona e qual é o ambiente da redação de um jornal.” Cristiana Pires

“Penso que a visita de estudo a Bragança foi divertida e instrutiva. Acho que foi muito interessante ter ido ver o Centro Ciência Viva onde aprendemos como podemos poupar os recursos naturais, como surgiu o Universo, quais os efeitos dos sismos e onde pudemos fazer jogos matemáticos. Do que eu mais gostei foi do museu, onde fizemos uma espécie de “caça ao tesouro”, porque aí aprendi muito sobre a cultura brigantina. Na minha opinião, tirando o nosso comportamento lamentável no autocarro e o facto de um dos grupos não ter tido tempo de visitar o arquivo, foi uma viagem muito divertida e bem programada. Adorei!” Beatriz Rosa

“Do que eu mais gostei foi do Centro Ciência Viva pois vimos quanto tempo se demora a chegar do nosso planeta a outros planetas do sistema solar e pisamos em células para criar um ser vivo! No museu, fizemos uma caça ao tesouro onde descobrimos, entre outras coisas, um brasão esculpido num teto de madeira! No arquivo vimos o que fazem aos livros antigos antes de os arquiva-

Ao diretor e aos elementos da equipa da redação do Jornal Nordeste e da rádio Brigantia, que nos receberam com muita simpatia e com muita paciência! À Dra. Élia, à qual queremos agradecer todo o pormenor e toda a emoção das suas explicações. À Dra. Ana Maria Afonso, diretora do Museu de Abade de Baçal, e ao pessoal assistente pela amabilidade, atenção e dedicação. 13

“Para mim, a visita de estudo esteve bem, porque pude conhecer coisas novas, como o Museu e a redação do Jornal Nordeste!” Tomás Castro


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“O “Jornal Nordeste” é um jornal de proximidade” ALUNOS DO 7.º ANO E ELISABETE BARROSA Nome: João Filipe Baptista Jorge de Oliveira Campos Naturalidade: Viana do Castelo Data de Nascimento: 25 de Fevereiro de 1973 » Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior (1992 – 1997) » Carteira Profissional de Jornalista nº 4110 » Diretor do “Jornal Nordeste” desde Janeiro de 2000 até à data.

Os alunos do 7º ano do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro elaboraram algumas perguntas de modo a conhecer melhor o seu trabalho e o jornal que atualmente dirige.

Alunos do 7º ano – Bom dia! Perante um currículo tão vasto, ficamos curiosos em saber como tem tempo para se dedicar a tantas atividades… João Campos - Na verdade algumas das atividades que constam do meu currículo já fazem parte do passado. É o caso da docência e da colaboração com órgãos de Imprensa de caráter nacional, por exemplo. Neste momento a Comunicação Social Regional é o único setor que preenche a minha atividade profissional. E, tendo em conta que o grupo Pressnordeste é composto por três empresa distintas, digamos que o meu dia-a-dia está bem preenchido! A7 – Há quanto anos existe o “Jornal Nordeste”? João Campos – Desde agos-

» Diretor-geral do Grupo Pressnordeste, Lda, desde Junho de 2011. Trata-se de um conjunto de empresas que detém a Rádio Brigantia, o Jornal Nordeste, a revista Voz e o jornal Terra Quente (Mirandela) » Diretor de Informação da Rádio Brigantia, desde Junho 2011. » Docente do ISLA – Bragança, na disciplina de Técnicas de Expressão Jornalística, do curso de Licenciatura em Design e Comunicação, no ano letivo 2002-2003. » Colaborador do jornal Comércio do Porto entre 1999 e 2004.

to de 1993.

editorial do “Jornal Nordeste”?

A7 – Quem foi o fundador deste jornal?

J.C. - É um jornal de proximidade, que pretende dar voz às aspirações das populações da região, lutar pelo desenvolvimento regional e promover tudo o que de positivo acontece em Trás-osMontes.

J.C. - O Dr. António Subtil, professor do ensino secundário, que tinha uma grande paixão pelo Jornalismo e lançou vários jornais na cidade de Bragança. Já faleceu. Ainda tive oportunidade de o conhecer e de me cruzar com ele em algumas coberturas jornalísticas. A7 – Que relação existe entre o nome do jornal – “Nordeste” – e o seu conteúdo? J.C. - É um semanário que privilegia os acontecimentos relacionados com o Nordeste Transmontano, nomeadamente com os doze concelhos do distrito de Bragança. A7 – Como define a linha 14

A7 – Qual é a tiragem deste jornal? J.C. - 6.000 exemplares, 1.000 dos quais distribuídos com o semanário “Expresso”, fruto de uma parceria com o grupo Impresa. A7 – Sabemos que o “Jornal Nordeste” não existe apenas em formato papel. Em que outros formatos ele é editado? J.C. - Na web, em www.jornalnordeste.com, onde também se pode aceder à edição


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pdf. A7- Pensa que este meio de comunicação - o jornal em formato papel – vai sobreviver às novas tecnologias? J.C. - A vossa geração dir-me-á se o papel sobreviverá ao passar dos tempos. Hoje em dia não há receio em torno desta questão. Os jornais estão preparados para apostarem em plataformas multimédia e terão muito a ganhar com isso, reduzindo elevados encargos com tipografias, correios, canais de distribuição. Também o Meio Ambiente ganhará muito com o fim da era do papel, que a seu tempo acontecerá.

Durante a entrevista a João Campos.

A7 – O “Nordeste” é vendido fora da região nordestina?

os serviços de modo a estar presente em todos os eventos que justifiquem cobertura jornalística. É necessário coordenar equipas, marcar serviços, propor trabalhos, ...

J.C. - Vendido não, mas é enviado para assinantes que residem noutros países da Europa, de África e para o Brasil

A7 – Passemos ao trabalho de elaboração do jornal… Por onde se começa?

A7 – Como sobrevive financeiramente o “Jornal Nordeste”?

J.C. - Tudo pode começar por um simples telefonema, um alerta para a ocorrência de uma acidente e a partir daí inicia-se o processo de recolha de informação, que depois é editada e paginada para ser publicada em jornal ou difundida na rádio.

J.C. - A nossa principal receita advém da publicidade e das parcerias comerciais com os nossos clientes. Outra receita importante resulta da venda do jornal por assinatura e em algumas dezenas de quiosques e papelarias do distrito de Bragança.

A7 – Quais são as fases de elaboração de um jornal?

A7 – Relativamente à sua equipa de trabalho… Quantos elementos formam a equipa da redação do seu jornal?

J.C. - Recolha de informação, paginação e tratamento de imagens, impressão e distribuição.

J.C. - No total, a equipa do grupo Pressnordeste é composta por doze profissionais, que alimentam órgãos de comunicação social como o Jornal Nordeste, a Rádio Brigantia e o jornal Terra Quente

A7 – Qual é o critério de seleção dos temas a tratar? J.C. – Acima de tudo a atualidade e a proximidade. Nesta era da Globalização, os temas têm que ter uma grande relação com o leitor. É esse o papel da Imprensa Regional, noticiar o que não é veiculado pelos “media” nacionais, o que não interessa aos grandes meios, mas tem forte impacto na nossa comunidade.

A7 – Que funções desempenham? J.C. - Jornalismo, Locução, Administração, Paginação, Design, Marketing e Vendas. A7 – Como se organiza o trabalho numa redação de jornal? J.C. - É um trabalho diário, que visa organizar 15


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A7 – Quais são as secções do jornal “Nordeste”? J.C. - Opinião, Correio do Leitor, “Corte & Costura” (crónicas satíricas e crítica social), Terra Fria, Terra Quente, Planalto Mirandês, Douro Superior, Família do Tio João e Nordeste Desporto, Passatempos, Em Flagrante e Inzonices (Fotonovela - secção de humor; Inclinómetro – avaliação dos prós e contras da semana; Pelourinho – os bastidores da Informação). A7 – O “Jornal Nordeste” é um semanário, isto é, é publicado todas as semanas. Como tem experiência como colaborador de jornais diários, acha que é mais stressante coordenar um jornal diário ou um jornal semanário? Porquê? J.C. - Depende... o trabalho do jornal “Nordeste” é mais stressante no dia de fecho de edição, à segunda -feira. Trabalhamos com meios técnicos e humanos mais escassos do que um jornal diário e, além de Imprensa, os nossos profissionais de Informação também produzem conteúdos para uma rádio que é preenchida com vários blocos informativos diários. Se é certo que o jornal é semanal, a notícia de rádio não pode esperar. Fazemos um grande esforço diariamente para ter sempre notícias atuais a cada dia que passa.

amos, perfeitamente, continuar a publicar o “Jornal Nordeste” de forma isolada, mas as oportunidades de crescimento não seriam as que se colocam no futuro. A Rádio é um meio que promove em larga escala alguns dos trabalhos que são produ-

logo a seguir à Comunicação Social e há países que me fascinam, como Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Angola. A7 –Por que razão enveredou pela área de jornalismo? J.C. - Por razões de estabilidade profissional, pois foi a primeira área onde consegui arranjar emprego, em Setembro de 1997. A7 – Quais são os seus planos para o futuro? J.C. - Continuar a desenvolver o projeto do grupo Pressnordeste e mais não posso dizer porque “o segredo é a alma do negócio”! A7 - Já entrevistou algum “famoso”? Quem?

Nos estúdios da Brigantia. zidos no Jornal, ao passo que o “Nordeste” também é um meio eficaz para divulgar a programação da Rádio. Ambos têm a ganhar com esta fusão. A7 – Sr. João Campos, qual é o seu trabalho, enquanto diretor do jornal? J.C. - Organizar o conteúdo de cada jornal, os temas que marcam a semana, criar manchetes e tentar produzir um jornal atrativo, que desperte o interesse dos leitores e preste um serviço de qualidade aos nossos anunciantes.

A7 – Como surgiu a ideia de associar o jornal “Nordeste” à rádio Brigantia?

A7 – Se não fosse diretor do jornal “Nordeste”, que outra profissão gostaria de exercer?

J.C. - Foi uma oportunidade que surgiu e que permitiu ao grupo Pressnordeste ganhar escala. Poderí-

J.C. - Diretor de um hotel na África lusófona. O Turismo e a Hotelaria são as minhas grandes paixões, 16

J.C. - Já entrevistei algumas personalidades, mas a que me deu mais gozo foi o trabalho com o Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés. É uma banda que acompanho (e que me acompanha em muitas deslocações de trabalho...) desde 1987 e que faz parte de muitos momentos da minha vida. Muitas das letras são o dia-a-dia de muitos de nós. A7 – Enquanto profissional do jornalismo, qual é a sensação de ser entrevistado? J.C. - Excelente! De vez em quando é útil colocarmo-nos do outro lado. A7 – Agradecemos imenso a sua colaboração! J.C. - Eu é que agradeço a vossa visita e o vosso interesse pela Comunicação Social Regional.


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EB23 DE Sendim participa no projeto BIOS ANTÓNIO BÁRBOLO ALVES

O Projeto “BIOS – Biografias e Identidades” foi iniciado em julho de 2011, sob a coordenação do Serviço Educativo do Museu do Douro, direcionado essencialmente para a comunidade escolar. Contou, na sua 1ª edição, com a participação de diversos agentes educativos dos concelhos de Baião, Lamego, Peso da Régua, Resende, Torre de Moncorvo e Vila Real.

vas, da construção de filme em imagem animada ao som e às artes performativas, para procurar mais ligações entre o indivíduo e as paisagens e lugares que habita

A criação de biografias e identidades – BIOS – é entendida no projeto como um modo de criar e refletir sobre a realidade de hoje pensando e agindo sobre o binómio indivíduo – paisagem.

Participação do Agrupamento de Escolas de MDD - Escola EB2,3 de Sendim

O Projeto BIOS trabalha, relaciona, conhece e dá a conhecer modos, expressões dos habitantes destes lugares e das suas vivências.

No presente ano letivo, os alunos do 8º A-S da turma participaram neste Projeto, tendo escolhido o tema “Eu sou rio”, a fim de refletir sobre o meio cultural e ambiental em que a escola está envolvida e, particularmente, a importância do Douro como traço de união entre as diferentes culturas e línguas que atravessam esta região: o português, o castelhano e o mirandês. O suporte de trabalho foi o cinema de animação, tendo os alunos contactado com as técnicas que permitem realizar esses trabalhos. Daqui resultou um pequeno filme de animação, cuja versão preliminar foi apresentada aos alunos e também ao Conselho de Turma. Espera-se, no próximo ano, continuar o projeto.

Ao longo dos três anos, os participantes contactam com linguagens e diferentes modos de percecionar a vida humana e não humana – BIOS – desta região, para além da escrita ou do texto. Pretende-se assim, em sequência, criar experiências de diversidade, cruzando várias perspeti-

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De Miranda a Lisboa… o périplo dos finalistas RICARDO MARCOS

Dizem que a melhor forma de entender uma história é vivê-la ou conhecer o seu palco. Foi exatamente com o intuito de conhecer esses palcos que, no passado mês de fevereiro, os finalistas desta escola se levantaram mais cedo e rumaram à cidade invicta, onde viriam a assistir à representação teatral da peça “Felizmente Há Luar”, um drama narrativo de caráter épico, publicado em 1961 pelo dramaturgo Luís de Sttau Monteiro em jeito de crítica à repressão política e perseguições que os cidadãos do Portugal de 1960 sofriam, por parte do regime então vigente, dando um incentivo à revolta popular. A peça foi censurada posteriormente à sua publicação e proibida até 1974.Esta representação mereceu a melhor atenção dos alunos desta escola, chegando mesmo alguns a colocar algumas questões aos atores, questões pertinentes que mereceram o aplauso de alunos de outras escolas presentes! Depois desta experiência “dramática” os alunos e respetivos docentes seguiram rumo à capital. Já em Lisboa, foi proporcionado aos alunos um passeio pe-

pupilos, rumaram ao centro comercial Vasco da Gama onde jantaram e, posteriormente, aproveitaram para conhecer melhor a zona requalificada aquando da Expo 98.

Mosteiro dos Jerónimos

la envolvência do Mosteiro Jerónimos, CCB (Centro Cultural de Belém), Padrão dos Descobrimentos e Torre de Belém. No fim deste périplo pela zona de Belém, zona que respira beleza e evocações do passado marítimo português, os finalistas puderam degustar uma das 7 maravilhas gastronómicas nacionais: os pastéis de Belém, que, diga-se, fazem jus à sua fama e ao nome de maravilha! Já de estômago composto pela bela iguaria de Belém, toda a gente rumou à pousada da juventude do Parque das Nações. Depois da normal azáfama na distribuição e arrumação dos quartos, os docentes, acompanhados pelos seus 18

De regresso ao alojamento, e ao contrário do que era de esperar com jovens desta idade, os alunos dormiram muito tranquilamente, sem qualquer tipo de ruído ou trocas de quarto (ou então não!...). O dia acordou solarengo, e os alunos acordaram com vontade de conhecer ainda mais a capital. O dia adivinhava-se longo. Depois de um bom pequeno-almoço, o destino foi a casa de Fernando Pessoa, onde decorreu uma visita muito dinâmica que os alunos muito apreciaram. Devido à proximidade, aproveitou-se também para visitar as imediações da Estrela e

Na Torre de Belém


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Notícias depois de almoçar na zona do cais do Sodré, seguiu-se uma visita ao Museu Nacional de Arte Antiga, onde, entre outras coisas, se pode admirar os Painéis de São Vicente de Fora e a Custódia de Belém. Seguiu-se um momento de lazer em que os alunos puderam percorrer a rua Augusta e a Praça do Comércio, locais que serviram de fundo a muitas fotografias e algumas compras. De regresso à Pousada da Juventude, aproveitou-se para descansar um pouco, antes da saída noturna, para conhecer um pouco melhor a noite lisboeta. Também de diversão se faz o conhecimento. O dia seguinte acordou cedo, e depois de um pequeno almoço rico em vitaminas, a primeira paragem foi a bela vila de Sintra, património mundial pela Unesco desde 1995 e segundo município mais populoso do nosso país, de acordo com os últimos censos.

Quinta da Regaleira

Painéis de São Vicente de Fora

Depois de uma visita à magnífica Quinta da Regaleira, que de facto “regalou” a vista de quem a percorreu, devido à enorme quantidade de pormenores simbólicos meticulosamente pensados e executados por António Augusto Carvalho Monteiro e pelo seu arquiteto italiano Luigi Manini, nos 4 hectares que envolvem o Palácio da Regaleira, imóvel de interesse público desde 2002, os alunos desta escola rumaram a Mafra, localidade erguida a vila no ano de 1513 pelo Rei D. Manuel I, permanecendo nesta categoria até aos dias de hoje. Nesta vila de influ19

ências barrocas, os finalistas deste agrupamento visitaram o Palácio Nacional de Mafra, palácio mandado construir pelo rei D. João V no ano de 1717. A visita foi muito dinâmica, estando as explicações dadas sempre em paralelo com a obra Memorial do Convento do Prémio Nobel português José Saramago estudada nas aulas de Português. Nesta obra barroca do séc. XVIII teve-se a oportunidade de visitar diversas partes do Convento, entre as quais a Basílica, a Sala Amarela e a Biblioteca que, devido às suas dimensões (86 metros de comprimento), deixou os alunos boquiabertos. No fim desta visita, os alunos rumaram novamente à mui nobre cidade de Miranda do Douro, que, embora não tenha sido


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palco de nenhuma obra estudada, foi palco de inúmeras histórias. A título pessoal, e julgando que posso falar por todos os meus colegas, considero que esta visita foi de grande importância para o entendimento das obras estudadas nas aulas, para além de nos ter proporcionado

o contacto com algumas das zonas mais bonitas deste nosso jardim à beira-mar plantado que é Portugal. Gostaria também de agradecer aos professores acompanhantes, nomeadamente ao professor António Rodrigues, por ser o organizador desta viagem!

Biblioteca do Convento de Mafra

LER+ a Universidade Sénior EQUIPA DA BIBLIOTECA ESCOLAR

No passado dia 21 de março, aconteceu, na Biblioteca da EBS, mais uma sessão do projeto Ler+Jovem. Em colaboração com a Biblioteca/Centro de Recursos, e no âmbito da Semana da Leitura, os alunos do décimo primeiro ano convidaram os discentes da Universidade Sénior para uma partilha de leituras. Como aconteceu já noutras alturas, o convite foi muito bem aceite, tanto mais que, este ano, o docente da universidade encarregado da área da cultura é um antigo professor da nossa escola, o Dr. Her-

mínio Bernardo, que nos visita sempre com muito agrado e que nós gostamos muito de receber. Desta vez conversámos sobre dois livros: A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, que foi apresentado pela aluna Luana Domingues, e O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago, que foi apresentado pelo Pedro Velho. A troca de ideias foi muito interessante e permitiu confrontar diferentes pontos de vista. Tendo em conta que nesse 20

dia se comemorava o Dia Mundial da Poesia, uma aluna da Universidade brindou todos os presentes com a declamação de um poema da sua autoria, intitulado Raízes. Para o mês de maio ficou agendada outra sessão, só que, desta vez, nas instalações da Universidade.


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Biblioteca Escolar: “uma porta para a vida” EQUIPA DA BIBLIOTECA ESCOLAR

: Literacia da Informação

: Mês das Bibliotecas Escolares

A Biblioteca Escolar assume atualmente, na escola, um papel preponderante e decisivo no apoio ao EnsinoAprendizagem e no processo educativo, em diversos domínios: no desenvolvimento das literacias, das competências de informação, da consciência cultural e social. Sendo um dos pontos fulcrais da escola, surge também como um espaço de inclusão social, ao permitir a todos o acesso à informação. Ciente da importância que esta tem na promoção das literacias, a equipa da BE desenvolveu ao longo do ano inúmeras atividades, com o objetivo de capacitar os alunos para a aquisição de competências para lidar de forma eficaz com a informação.

: Formação Com o objetivo de dar a conhecer a forma de organização do espaço e dos documentos na BE, foram preparadas sessões de formação de utilizadores para os alunos que frequentam a escola pela primeira vez.

Comemorou-se em outubro, nas bibliotecas das escolas do Agrupamento, o mês das Bibliotecas Escolares sob o lema “Bibliotecas Escolares - uma porta para a vida”, com a realização de várias atividades, das quais se destacaram a, hora do conto, Biblioburro/Burroteca, poesias visuais e a comemoração dos 125 anos do nascimento de Fernando Pessoa.

Formação de utilizadores

: Semana da Leitura Ao longo da semana da leitura que decorreu entre 17 e 21 de março, nas bibliotecas do agrupamento foram dinamizadas diversas atividades dirigidas a todos os níveis de ensino, envolvendo também a comunidade local a fim de celebrar a Língua Portuguesa, o Livro e a Leitura. Em simultâneo, decorreu a Feira do Livro na EBS de

Atividades no âmbito do Biblioburro

Miranda do Douro e EB2,3 de Sendim, aberta à comunidade. 21


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Visita de Estudo ao Complexo Termal da Terronha e às Minas de Stº Adrião Ana Luísa Cordeiro; Carla Martins Isaura Peres e Pedro Velho

No dia vinte e um de maio de dois mil e catorze, os alunos do 11º A e 12º de Geologia A, acompanhados pelas professoras Carla Martins e Isaura Peres, da Escola Secundária de Miranda do Douro, foram em visita de estudo ao Complexo Termal da Terronha (Vimioso) e às Minas de Stº. Adrião (São Pedro da Silva), no âmbito das disciplinas de Biologia e Geologia 11 e Geologia 12. O dia 21 amanheceu muito chuvoso mas nem esse facto nos dissuadiu a iniciar a nossa visita … assim às 9.00 h partimos rumo à primeira etapa do dia, visitar o Complexo Termal da Terronha. Fomos recebidos pelo Vereador da Cultura de Vimioso e pelo responsável do complexo termal. Após as apresentações e boas vindas, entramos na sala de espera do complexo onde o Srº Francisco fez um breve enquadramento do complexo termal que veio complementar a nossa pesquisa inicial, após a qual nos guiou através das instalações. O Complexo Termal da Terronha localiza-se a cerca de 4 Km a SE de Vimioso e foi construído pela Câmara de Vimioso, devido às propriedades das águas que ascendem à superfície entre fragas da margem direita do Rio Angueira, numa zona de fratura entre rochas graníticas e xistosas,

Entrada das Termas da Terronha

ficando depois retidas numa pequena poça. A escolha do local de construção do balneário termal teve por base a conciliação de vários fatores como a facilidade do acesso e a minimização dos custos de infraestruturas rodoviárias, de abastecimento de água, de saneamento básico e de energia elétrica. O abastecimento de água mineral natural é feito a partir do furo de captação por uma conduta de aço inox com cerca de 2km de comprimento, localizada numa das margens do rio. As águas, por outro lado, são sulfúreas, hipotermais (17.5ºC), sódicas, fluoretadas, alcalinas (pH médio: 8.7), e de mineralização a rondar os 440mgl-1. Estas propriedades resultam de águas de origem meteórica que são conduzidas por fraturas geológicas a mi22

lhares de metros de profundidade, ficando em contacto com litotipos diversificados durante elevado tempo de residência antes de emergirem à superfície do terreno, processo que se estima durar 4500 anos. O Balneário Termal da Terronha é um dos edifícios do Complexo Termal, sendo muito recente e de entrada muito moderna. Nele é possível frequentar uma série de terapias e tratamentos para diversas patologias. Existem diversos consultórios e quartos de tratamento, contando, também, com uma piscina de água termal. Quando visitámos a sala das máquinas, foi possível cheirar e beber a água sulfurosa, não sendo nenhuma destas alternativas fácil de realizar com boa cara.


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A construção deste edifício não afetou a área circundante uma vez que está muito bem enquadrado na região. O Balneário Termal demonstrou-se bastante avançado tecnologicamente, sendo de realçar a sua limpeza e estrutura moderna e sustentável, devido à implementação de painéis solares e fotovoltaicos no seu telhado, permitindo o aquecimento e a alimentação energética de todo o complexo. O Balneário Termal tem provocado um aumento turístico na região e o desenvolvimento da pequena vila de Vimioso, grande parte devido à qualidade dos tratamentos lá administrados. As propriedades minerais e termais da água permitem a sua eficaz utilização em tratamentos respiratórios, dermatológicos, como em hidromassagens em tratamentos, digestivos e musculares, como nas piscinas e no ginásio. A água encontra-se em estudo, estudo este que durará mais um ano.

Santuário de Nossa Senhora do Rosário

na base, originado no período Ordovícico Médio; um complexo vulcano-sedimentar com filitos, metacalcários, e metavulcanitos alcalinos, datado do período Ordovícico Superior; uma formação granítica datada do carbonífero caracterizada por granitos hercínicos de grão médio de duas micas e a formação de depósitos conglomeráticos de matriz predominantemente lutítica suportando clastos subangulosos e argilas ilito-cauliníticas.

Após os agradecimentos e as despedidas partimos em direção à segunda etapa da nossa visita, as Minas de Stº Adrião.

Devido à abundância de rochas calcárias, e à sua proximidade ao solo superficial, verifica-se a formação de um modelado cársico, com abundância de grutas muito extensas. Este ter-se-á formado devido à infiltração de águas pluviais, com quantidades

As Minas de Stº. Adrião localizam-se no Concelho de Miranda do Douro, Freguesia da Silva, perto do Santuário de Nossa Senhora do Rosário, a uma altitude de cerca de 700m. Ao longo da sua história, verificou-se a exploração de mármore, calcário, alabastro, e inertes, encontrando-se desativada desde 2001. A geomorfologia deste local é demarcada pela ação erosiva de três cursos de água, nomeadamente, da Ribeira da Quinta, da Ribeira das Escovas, e da Ribeira de S. Pedro, que provocou a criação de vales com encostas de declives acentuados. A zona em estudo apresenta diversas formações geológicas, de diversas idades: formação xistenta, formada por xistos ardosíferos e xistos carbonosos com interpelações de metassilititos

De passagem pelas minas... 23


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Notícias

apreciáveis de dióxido de carbono, que dissolvem os calcários ao longo de fendas existentes ou de quaisquer outras aberturas onde se infiltram e circulam, conseguindo alargá-las. O calcário dissolvido vai precipitando e formando o travertino, que se vai acumulando e originando diversas estruturas, como as estalagmites e as estalactites. Na nossa visita fizemos algumas paragens para estudar os aspetos geológicos possíveis de verificar. Na primeira paragem, observam-se vários filões de quartzo em interceção com um granito muito deteriorado e o contacto entre o mesmo e um estrato de rochas conglomeráticas com pequeno grau de agregação. Estes estratos encontram-se visíveis devido à criação de um acesso para o Santuário de Nossa Senhora do Rosário. Entre a primeira e a segunda paragens é possível visitar o Santuário de Nossa Senhora do Rosário. Este é constituído por granito, assim como os muros que o circundam. Este Santuário

Xisto fraturado pelas raízes

é o primeiro de muitos exemplos de intervenção humana passíveis de serem observados na área que rodeia as minas. Na segunda paragem observa-se um xisto muito deteriorado de coloração alaranjada devido ao surgimento de argila e muito fraturado pelas raízes que se desenvolveram. Na terceira paragem é observável uma antiga exploração a céu aberto (pedreira), onde se pode encontrar metacalcários, mármores de diferentes cores e xisto Antes de se ir visitar as grutas, visitaram-se alguns edifícios e estruturas da antiga mina construídos em betão armado . Tratase de mais um exemplo de intervenção humana. Apesar de a localização das grutas ser diferente, considerá-las-emos como uma só paragem (quarta paragem). A entrada da primeira gruta estava parcialmente escondida pela vegetação. Esta gruta era bastante extensa e de piso irregular, estando coberta pelas fezes dos morcegos que se prendiam ao teto. O seu interior era constituído quase exclusivamente por calcários, observando-se algumas marcas de onde terão existido estalactites e estalagmites, mas que já lá não se encontram devido à vandalização da 24

gruta. A segunda gruta, à semelhança da Gruta dos Morcegos, é constituída por calcário e as estalactites e estalagmites já estão destruídas. Esta não é a única marca da intervenção do Homem, uma vez que as rochas estão repletas de inscrições. Nesta gruta foi possível observar o gotejar de água pelo calcário e, nalguns recantos, observar a formação de novas estalagmites e estalactites. Antes de visitarmos a terceira gruta e como a fome já apertava fizemos um piquenique nas margens da ribeira… foi um momento de convívio e boa disposição. A última gruta (terceira) é muito maior do que as demais, contando com várias galerias e sendo muito profunda. No seu interior muito húmido, é possível encontrar enormes rochedos, que parecem ter resultado de uma explosão. Por ser tão húmida, é possível observar a formação de estalactites, estalagmites e de travertino, que se assemelha a leite a escorrer pelo chão. Também aqui as estalactites e estalagmites se encontravam destruídas. Cansados e bastante satisfeitos por verificarmos “in loco” fenómenos geológicos estudados na sala de aula (…e aqui tão perto …), regressamos à escola com os nossos objetivos concretizados.


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Opinião

“Precious”: mais do que um filme, uma lição de vida. ANA FILIPA VENTURA

Temos tendência a pensar, talvez porque não nos confrontamos diariamente com estas situações, que problemas como a violência doméstica, o incesto ou a homofobia são uma realidade já há muito ultrapassada e que faz apenas parte do passado. Ora a verdade é que estes problemas não só existem, como também têm dimensões preocupantes podendo atingir qualquer um de nós. Ainda no ano passado morreram 33 mulheres em Portugal vítimas de violência doméstica, havendo milhares de queixas registadas nesse ano. Quanto ao incesto, sabemos que é uma prática cada vez mais condenada e menos recorrente, mas que ainda está muito longe de ser extinta. Já no combate à homofobia podemos dizer que estamos apenas a dar os primeiros passos num caminho que será longo mas recompensador. Todos estes comportamentos são motivados pela ignorância ou pelo preconceito, sendo praticados por seres humanos tal como nós. No âmbito da disciplina de Psicologia, e um pouco para debater estes problemas, vimos no dia 5 de fevereiro o filme “Precious”, que à partida poderia ser encarado como mais um filme dramático onde tínhamos acesso à vida problemática de uma adolescente, mas que acaba por ser mais do que isso, tornando-se um verdadeiro retrato que pode ser aplicado a diversos lares.

Este filme oferece-nos uma perspetiva única e privilegiada da vida de Claireece Precious Jones, uma adolescente que, tal como muitos outros no “mundo real”, é marginalizada, inferiorizada e sujeita a violência sexual, física e psicológica desde criança. Precious, violada pelo

Capa do filme

seu pai desde pequena, é expulsa da escola quando engravida dele pela segunda vez e é aconselhada a matricular-se numa escola alternativa que permite que adolescentes com problemas sociais possam ter acesso à alfabetização. Para além dos seus problemas escolares e da violência sexual a que é sujeita, Precious é também vítima de violência física e verbal por parte da sua mãe, que 25

nutre um ódio doentio por ela pois culpa-a de lhe ter roubado o marido e obriga-a a executar todas as tarefas domésticas. Ao longo do filme vemos que Precious, na tentativa desesperada de ter uma vida normal (dentro do possível), adota comportamentos resilientes, sendo frequente vê-la por exemplo alhear-se da situação e das pessoas à sua volta e imaginando tudo a ser diferente. Por fim, Precious descobre que é portadora do vírus HIV acabando por ser ajudada pela sua professora a ultrapassar essa situação e a organizar a sua vida. Mas quando achamos que o filme já teve carga emocional suficiente, somos mais uma vez surpreendidos pelo facto de Precious descobrir que a sua professora é homossexual. A adolescente, que até aí tinha considerado (influenciada pela sua mãe) os homossexuais como sendo pessoas más, acaba por compreender que cada indivíduo é único e que não deve ser julgado tendo como base apenas uma característica seja ela a sua raça, cor, ou orientação sexual. Desta forma, este filme acaba por ser um ótimo ponto de partida para a reflexão e debate em torno de temas como o preconceito, a violência, a ignorância e o que cada um pode fazer para ajudar pessoas que, tal como a Precious, são sujeitas a maus tratos físicos e psicológicos ao longo de toda a vida, moldando a sua maneira de ser e limitando a sua vida.


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Saúde

Porque somos uma Escola promotora da Saúde III Gala da Saúde CARLA MARTINS E ENF. GRAÇA CARVALHO

No dia 4 de abril, realizou-se a terceira Feira da Saúde, na Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro. Esta iniciativa, promovida no âmbito do projeto Educação para a

Stands no polivalente Saúde do Agrupamento, foi organizada pelo Clube da Saúde, em parceria com a equipa multidisciplinar da Unidade de Cuidados na Comunidade de Miranda do Douro (UCCMD), com a colaboração da direção do Agrupamento e da turma do 11.º C do Curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural. Com esta atividade pretendia-se sensibilizar a comunidade escolar para a importância da responsabilização da promoção da sua própria saúde; dar a conhecer à comunidade escolar os recursos de saúde existentes e disponíveis na comunidade; avaliar alguns indicadores de saúde na comunidade escolar (IMC, Glicémia, TA etc.) e promover a participação e o empenho nas atividades através da divulgação de trabalhos e atuações. Ao longo do dia estiveram expostos trabalhos realizados pelos alunos de várias turmas relativos à área da saúde. Das dez às treze horas estiveram abertos, no polivalente da escola, diversos stands com técnicos representantes das diversas áreas da saúde

e outros parceiros: Nutrição; de Medicina dentária; de Serviço Social; de Cardiopneumologia; da CPCJ; do Clube da Saúde; do GAJE; da UCSP; da SNIPI/ Intervenção Precoce e da GNR – Escola. Nas bancadas expositivas houve material didático e informativo, exposição de posters e cartazes, projeção de trabalhos em Powerpoint sobre “Estilos de Vida Saudáveis”, “Prevenção de Consumos Nocivos – Bebidas alcoólicas” e “ Prevenção de Bullying e Cyberbullying”. O Clube da Saúde teve a seu cargo o desenvolvimento de alguns jogos, como “Jogo Saúde em Ação” e outros. O GAJE representado pela Enf. Graça Carvalho, teve como objetivo geral sensibilizar a comunidade escolar para a importância de medidas preventivas, visando o melhor estado de saúde física, mental e social, fomentar o envolvimento com a comunidade escolar e dar a conhecer as atividades desenvolvidas pela Equipa de Saúde Escolar, nomeadamente no Gabinete de Apoio ao Jovem Estudante. As Enf.ª Cristina Lopes e Enf. Délia Rijo, da UCSP, deram a conhecer o papel e as funções do enfermeiro de família, assim como os programas de saúde e as atividades que se realizam na UCSP do Centro de Saúde de Miranda do Douro. Durante o evento, a equipa da UCSP realizou Rastreio Cardiovascular, com avaliação de Tensão Arterial, Glicemia Capilar, IMC e Perímetro Abdominal. A Enf. Esmeraldina, do SNIPI, informou e elucidou a comunidade 26

escolar sobre o que é a Intervenção Precoce na Infância, a quem se destina, a importância de intervir precocemente, como atuar, quem pode referenciar e como o fazer.

A Técnica de Cardiopneumologia Marina Pires, informou e consciencializou toda a comunidade escolar para as medidas de prevenção das doenças respiratórias que assentam: combater o tabagismo; preservar a qualidade do ar no interior e exterior dos edifícios; promover estilos de vida saudáveis através da prática regular de exercício físico. Durante o evento foram feitos rastreios respiratórios, nomeadamente a determinação de Monóxido de Carbono (se fumador). Realizaram-se cerca de 60 medições e a conclusão a que chegamos é que há um número significativo de fumadores. Estes, foram encaminhados para o médico de família para uma consulta de cessação tabágica.

Stand do GAJE O tratamento desta dependência requer muitas vezes intervenção especializada e repetida, aumentando a taxa de sucesso da cessação tabágica. Os benefícios de cessação tabágica para a saúde incluem a normalização da pressão arterial e do


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Saúde

nos da escola também esteve presente no evento. A GNR esteve representada pela equipa de intervenção “Escola Segura”, que informou e sensibilizou toda a comunidade escolar para a problemática do Bullying e Cyberbullying. O Clube da Saúde dinamizou com empenho e entusiasmo o “Jogo Saúde em Ação” envolvendo um grande número de participantes e dinamizou a “Barraca de Abraços Grátis”. Após o almoço pelas catorze horas iniciou-se, no polivalente da escola, a Gala da Saúde. As pauliteiras da escola inauguraram a gala com uma brilhante atuação.

ritmo cardíaco e aos quinze anos em cessação tabágica, o risco de acidente vascular cerebral (AVC) torna-se igual ao do não fumador.

A gala foi conduzida pelos admiráveis apresentadores Daniela Alves, Francisco Sousa, Luana Domingues, Luísa Rodrigues, Luísa Silva e Pedro Velho. Ao longo da tarde, introduziram os participantes e foram dando dicas/curiosidades para uma vida saudável. Do 5º A, as “Country Girls” (Maria, Rita, A. Leonor e Vitória) presentearam-nos com uma dança; o Gonçalo dançou a música “Agua de Côco”; o Daniel e o João cantaram a canção “Ai se eu te pego” e o José João cantou a canção “Amar não é pecado”. O 5º B foi representado pelo grupo constituído pela Helena, Filipa, Joana, Lara e Rodrigo que executaram uma dança ao som da música Wakawaka, da Shakira. Do 6º A o grupo constituído pela Ana Maria, Cátia, Luísa, Gonçalo e Inês dramatizaram um texto relativo aos cuidados a ter com a exposição solar. Do 7º ano, o grupo constituído pela Ágatha, Rita, Sofia, Rúben, Alexandre e Bianca dançaram a canção “Beijinho no ombro”. Do 8º A, a Alexandra, a Marlene e a Liliana brindaram-nos com mais uma dança. O 9º B interpretou a can-

Outra questão abordada foi a importância da prática adequada de exercício físico, como contributo positivo para a Saúde Respiratória. Por esse motivo, os alunos foram sensibilizados para a necessidade de a defenderem com recurso à realização de uma Prova Funcional Respiratória – Espirometria. A Espirometria é o teste mais simples e preciso para avaliar a função dos seus pulmões e pode ajudar a detetar a Asma e a DPOC. Este exame é indolor, não invasivo, isento de riscos e, em geral, demora cerca de 10 minutos a realizar. A Dra. Lígia Afonso, Nutricionista e elemento da equipa de saúde escolar, desempenhou um papel fundamental como educadora ajudando a fazer escolhas adequadas e promovendo estilos de vida mais saudáveis e positivos, com recurso a material didático e interativo. A Dra. Susana Silva, médica dentista e elemento da equipa de saúde escolar ao longo do evento informou, sensibilizou a comunidade escolar para a importância da higiene oral na prevenção da cárie dentária e outras doenças orais. A Dra. Rosa Rosete, Técnica do Serviço Social sensibilizou e alertou a comunidade escolar para a problemática do consumo abusivo de bebidas alcoólicas e as suas consequências. A CPCJ esteve presente a fim de divulgar o papel da Comissão, como pedir a intervenção da CPCJ, a quem se destina, quem pode pedir a intervenção da CPCJ, contactos, horário de atendimento e outras informações. A mascote da CPCJ “Nikito” fruto da criatividade dos alu-

A técnica de Cardiopneumologia durante um teste aos alunos 27


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Saúde ção “Amor de água fresca”. E para terminar a primeira parte da Gala os elementos do Clube da Saúde interpretaram a famosa “Cantiga da Burra”. Na segunda parte a recente banda da escola constituída pelos alunos David Neto, Isaac Martins, Diana Preto, Miriam Quina, Marcos Rodrigues, Henrique Martins e Pedro Neto dirigida pelo Professor de Música Carlos Mendes, presentearam-nos com a interpretação de seis canções.

orientados pela sua Diretora de Turma, Alice Tomé, com a colaboração das funcionárias da cantina, ofereceram a toda a comunidade escolar um delicioso lanche saudável. Destacamos a excelente preparação da sala e das mesas e a confeção das espetadas de fruta e das esculturas de frutas e legumes … estava tudo soberbo.

Agradecemos a todos os que tornaram este dia possível. Relembramos que o importante é participar e Após a atuação dos nossos artis- que a escola só é/será uma Escola Protas e como a hora do lanche se aproxi- motora da Saúde quando todos nós mava, os alunos do 11º C do Curso Pro- formos intervenientes ativos. Esperafissional de Turismo Ambiental e Rural, mos ter ajudado de alguma forma para o desenvolvimento de competências que permitam desenvolver formas de bem-estar físico, mental e social contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de toda a comunidade escoOs artistas em palco lar. Os valores da inclusão, da amizade e da igualdade de oportunidades estão presentes na nossa escola

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência RITA DIAS Teve lugar, no dia 3 de dezembro, a celebração do dia internacional da pessoa com deficiência. Os departamentos de Expressões e de Ciências Sociais e Humanas, conjuntamente com a biblioteca escolar e o SPO, compreendendo a importância e o alcance desta causa, juntaram esforços para que a semana de dois a seis de dezembro estimulasse diferentes sensibilidades, despertasse as consciências mais adormecidas e promovesse, de alguma forma, os direitos das pessoas com deficiência. Os valores da inclusão, da amizade

e da igualdade de oportunidades estiveram presentes no filme “Amigos Improváveis” que os alunos do 10º D visionaram na biblioteca, no âmbito da disciplina de Técnicas de Acolhimento e de Animação. Tanto a professora da disciplina como a professora de educação especial, ao longo do filme foram alertando para aspetos importantes, muitas vezes ignorados e até mesmo tabu, para pessoas com deficiência, nomeadamente o direito à felicidade, à afetividade e à sexualidade, entre outros. Os alunos do e 9º ano, com ajuda da professora de E.V, deram o seu contri28

buto na divulgação da data, com a elaboração do cartaz “Caminhada da Vida” que expuseram no bloco de aulas. Também os alunos de 8º ano quiseram ajudar, pintando as letras do mural que ficou exposto na biblioteca para que os colegas de 5º e 6º anos e outros elementos da comunidade educativa, num ato simbólico de inclusão, deixassem a sua mensagem num coração gigante. Para esta atividade tivemos a ajuda preciosa das professoras de E.V.T e de educação especial e de um aluno com necessidades educativas especiais que fizeram muitos, muitos corações. Para além da alegria e vivacidade expressas no coração gigante são os testemunhos que marcam as diferenças pessoais para sentimentos comuns. Aqui deixamos alguns exemplos: “A diferença é uma coisa natural que deve ser tratada com respeito”; “Diga não à segregação”; Somos todos muito importantes”; “Força é que é preciso”; ”Sabe bem ajudar os meus amigos” “Uma escola com pessoas diferentes é mais unida”; “Diferença não é um defeito”; “ Que haja felicidade em cada coração”. Sendo a música arte, cultura e, para alunos com necessidades educativas especiais, magia, a semana não podia terminar sem um momento musical. Aconteceu no dia 4 pelas 10.30 horas no polivalente da escola, com a atuação dos alunos de 5º e 6º anos sob a orientação do professor de Educação Musical com a canção “Cura o Mundo”.


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Ciência

OS COORDENADORES DO PROJETO

Mais uma edição dos Prémios Fundação Ilídio Pinho, Ciência na Escola, desta vez dedicada ao tema “Ciência e tecnologia para a rentabilização dos recursos naturais”. O nosso agrupamento apresentou três propostas de projetos ao Concurso de Ideias, os quais foram considerados de mérito e selecionados para ir a concurso, tendo passado à fase de desenvolvimento. Neste momento, os projetos foram concluídos e encontram-se em concurso na fase final de avaliação para atribuição do prémio. Os projetos a concurso envolvem crianças e alunos do pré-escolar ao ensino secundário.

mimamos todos os dias” foi coordenado pela educadora Orquídea Xavier e o público-alvo foram as crianças do Jardim de Infância de Sendim. Este é um projeto de cariz multidisciplinar e transversal, fomentando a valorização de um produto natural, tão nobre como é o azeite, a importância do consumo para uma alimentação saudável, a utilização do azeite ao longo dos tempos, a reutilização do azeite usado e a relevância que a cultura local da oliveira tem para a sustentabilidade económica e cultural local. Nas atividades desenvolveu-se o pensamento científico, despertando a curiosidade e a investigação.

O projeto “Da oliveira ao azeite e seus derivados: No recreio da nossa escola há uma oliveira que nós

O projeto: "Percursos georreferenciados do Planalto Mirandês: preservação, valorização e divulgação do património natural" foi coordenado pelo professor Cisnando Ferreira e estiveram envolvidos alunos do 3º ciclo da EBS de Miranda do Douro. Este projeto revestiu-se de grande importância quer para os alunos envolvidos quer para a comunidade local, sendo este mais um meio de divulgar as preciosidades naturais do Planalto Mirandês através dos percursos georrefenciados multimédia que 29


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Ciência

foram elaborados e que serão disponibilizados na internet. Os alunos do ensino secundário desenvolveram o projeto ”À Mesa com a Biotecnologia. O papel da Biotecnologia na produção, conservação e melhoramento de alimentos.” Este projeto, coordenado pela professora Isaura Peres, permitiu estudar e aplicar vários processos biotecnológicos, tais como a fermentação e atividade enzimática, desenvolvendo trabalho prático laboratorial e experimental, produzindo alimentos e visitando indústrias alimentares locais. Para divulgação do projeto fez-se uma mostra de alimentos à comunidade educativa onde foi possível degustar alguns dos alimentos produzidos. Vamosgurdvliçãjúncexptti

ÚLTIMA HORA Após reunião do Júri Nacional, o projeto “Da oliveira ao azeite e seus derivados” foi contemplado com o 3.º prémio, no valor de 2500 euros.

“Dia da Europa” na Biblioteca Escolar ELIZABETH MACHADO

No dia 09 de maio de 2014, no âmbito dos conteúdos programáticos das disciplinas de Geografia, Geografia A e Geografia C, os alunos do 7ºA, 10ºB, 11ºB e 12º B realizaram, para assinalar o “Dia da Europa”, na Biblioteca Escolar, uma exposição de trabalhos com a colaboração da professora da respetiva disciplina Elizabeth Machado e da Coordenadora da Biblioteca. Conhecer/contactar com ban-

deiras e documentos alusivos aos respetivos países da Europa, dar a conhecer conhecimentos consolidados e adquiridos na sala de aula, desenvolver técnicas de observação indireta, estabelecer laços entre a sala de aula e a Biblioteca, relembrar o referido dia, eram 30

os objetivos da referida exposição. O balanço foi positivo pois os objetivos foram alcançados.


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Mirandês

L rebolhiço de ls gatos negros TATIANA RAPOSO

Dezde ls tiempos de la eidade média até als dies de hoije, que ls gatos negros siempre trazírun malos dezires, malas sinas i malas suortes a algua giente. Fui por isso que fúrun tenidos cumo seinhas de l azar, de la bruxarie i, a las bezes, até mesmo al diabo. Inda agora, subretodo ne ls meios rurales, pensa-se que por ber un gato negro, a la nuite, trai azar, percipalmente se fur nua sesta feira treze. Mas será que ls probes de ls gatos negros ténen culpa de l azar que toda la giente anteima an dezir que dan? Pa respunder a esta pregunta, bamos a ber dous eisemplos.

dor de l cachaço, cun l nome del i de l sou amo. Apuis, cumo somos buonos cidadanos, decidimos ir a saber de l sou duonho. Calhou al gatico tener ua ama, ua belhica que bibie solica i solo tenie la cumpanha de ls gatos. Eilha queda tan cuntenta que mos recumpensa dando-mos ua nota de cien ouros. Se calhar nien l denheiro aceitamos, dezindo que yá era ua buona recumpensa haber ajudado la tie, mas de qualquiera maneira pudemos cunsiderar que tubimos suorte, solo por bias de bermos la belhica feliç (ó anton por habermos recebido cien ouros). Cun estes dous eisemplos, podemos dezir que l tal azar ou mala suorte, a la qual l gato negro stá associado, ye solo ua superstiçon falsa. Ls gatos negros ténen l dreito a la rebuolta, pus stan a ser bítimas de racismo. Poderien criar un partido, l P.G.N.U. (Partido de ls Gatos Negros Unidos) onde defenderien ls dreitos de la quemunidade de gatos negros de todo l mundo. L apartheid de ls gatos ten de treminar. Todos ls gatos, de ls negros als brancos, passando puls malhados, miaugan, ronronan, son bonacheirones, queridos i foficos. Por esso, gatos negros de todo l mundo, ajuntai-bos i miaugai an boç alta: “EIGUALDADDE PA LS GATOS”.

Eimaginemos que bamos a passear nua rue, a la nuite, i bemos un gato negro a passar. Cumo l gato ye mui fofico, çtraímos-mos a mirar para el (falo por spriência própia, porque me gústan muito ls gatos) i, por bias desso, batemos cun la cabeça acontra un poste. Ui!! Essa debe tener dolido muito! Claro que yá podemos achar esto un azar, nó porbocado pul gato negro, mas si por bias de sermos çpaixarados i algo trapalhones, pus an beç de mirarmos por onde andamos, ponimos-mos a mirar pa l gato negro. Esta situaçon podiesse haber passado até cun gato que fusse de outra quelor qualquiera.

Anton, se birdes passar un gato negro delantre de bós ye porque bai a algun lhado.

Eimaginemos agora que, anquando miramos pa l gato negro, bemos q’el tenie ua colheira al re-

L cura spanhol LUÍS GONÇALO

Era ua beç un cura spanhol que fui ajudar a un cura pertués, porque este tenie muitas mulhieres para cunfessar. Apuis de haber cunfessado las ties todas, fui pa la tierra del. Anton, pul camino, anté casa, ancuntrou un

comerciante que staba bendendo carbon i dixo-le assi, algo zgustoso: - Esta tierra stá perdida! Cunfessei trinta i dues mulhieres i éran todas de mui mala bida. L comerciante calhou-se 31

bien calhadico. Quando chegou a casa, preguntou-le a la mulhier a que cura se habie cunfessado. I eilha respundiu: - Pus al padre spanhol. - “Raistaparta” na mulhier, que mal acertei cun eilha.


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Mirandês

Amores dun Diácono PEDRO VELHO “(…) Dius nun eisiste. Ou eisiste, mas solo na cabeça de las pessonas. Adonde, por outro lhado, tamien stá l Diablo. (…) Ambentémos Dius porque percisábamos del: teníemos miedo de morrer. (…) I ambentemos essa cousa andiabrada que ye l pecado. Quando la eigreja ambentou l pecado, ambentou un strumiento de cuntrolo, nó de las almas, que a la eigreja nun l’amportan nada las almas, mas un strumiento de cuntrolo de ls cuorpos. L que ancomoda a la eigreja católica ye l cuorpo, l cuorpo cun la sue lhibardade, ls sous apetites, las sues necessidades. (…)” José Saramago

I

- Dius me perdone, mas anda melhor que you! Fui -se uns dies para Malhadas, a ajudar la mie prima a poner uas patatas, q’eilha nien çtingue ua berça dua alface. Giente de la cidade, que se le há de fazer?

Staba-se pul ampeço de la tarde, Abril fazie las sues, apressiando la fiesta de ls Passos als cerçaniegos; als poucos, las pessonas íban-se. Acabába-se la custosa precisson pouco apuis de haber ampeçado i las bielhas yá zasperában por nun haberen tenido tiempo de falar mal de todo l pobo. Ls rapazes mirában pa las rapazas al loinge, stában ne l tiempo de outras lhenguaiges corporales.

- Cun l tiempo eilha daprende! Ando mesmo çpaixarada, nien bos mandei antrar. Antrai, antrai, nun bos fágades rogado. -Nun bos anquemodeis, oubrigado! You yá me bou! Bin solo a pedir-bos amprestada la burra que Dius bos dou, porque l cura Márqueç anda cun fuogo ne l culo i nien sperou por mi para irmos a Miranda. Dius me perdone la oufénsia. – sonrindo.

Yá nun se bie naide ne l sagrado. Éran más que horas pa l diácono Rodrigo, un rapaç baliente de binte anhos i de pelo claro cumo l miel. Quando puso la sue dalmática más bistosa, fui-se a saber de l cura Márqueç para ir a Miranda lhebar ls denheiros que se habien ajuntado. Precurou-lo pul lhugar, mas nun lo ancuntrou; yá se habie ido. An Cérceno, coincie Tie Ernestina, ua mulhier mi prendada, de pelo mui scuro i farto, que habie quedado sien home habie yá uns anhos balientes. Tenie las manos fuortes cumo las dun home, chenas de calhos i la piel negra tenhida de tanto sol.

- Stais siempre animado, Rodrigo. Fazeis-me lhembrar Antonho de Prado Gaton. – dixo Ernestina, dándo-le la risa -. La mie filha más nuoba bai cun la burra para Miranda, deiqui a cachico. Podeis ir cun eilha. - Nun sei se me quedaba bien ir a Miranda acumpanhado por ua rapaza. You agora sou diácono, tengo deberes a cumprir, outras responsablidades. La ida de Marie a Miranda nun debe tener más amportáncia que ls mius compromissos. Manhana you bulbo cun la burra i eilha bai a Miranda.

- Buonas tardes mos deia Dius, Tie Ernestina! – dixo Rodrigo a la tie.

- Qual Marie qual quei? Joana - dezindo l nome bagarosamente - bai a la cidade mercar uns alforraques. Al cuntrairo de bós, you nun bibo culs denheiros que l pobo paga als santos. I esse Dius de que falais, pula cierta que nun se amportará que báidades cun ua rapaza tan pura a Miranda. Andai alhá, que até me tirais algua afliçon de riba. Nun me gusta nada a mi q’eilha baia solica.

- Buonas tardes, Rodrigo! - Yá se me habie squecido que teneis ua casa tan guapa. Nuosso Sanhor fui caridoso cun bós i pula cierta que será cun todos aqueilhes que síguen las sagradas scrituras. - Nun dígades isso, que bos queda mal! Inda por riba agora que andais por Miranda, ne l meio daqueilhas casas todas afidalgadas! Que tal bai la buossa mai?

(CONT.) 32


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Leituras

Esperar o inesperado... ELISABETE BARROSA

A “caça aos erros” continua! Eles por aí andam, surpreendentes e … inesperados. Munido de um aparelho fotográfico e

Com tantos “extras”, a melancia bem poderia ser mais cara!

muita perspicácia, tornar-te-ás um verdadeiro predador de erros. Envia a tua “caçada” para descobriumerro@sapo.pt : o nos-

Cada região tem as suas especificidades!

Boas leituras! ELISABETE BARROSA

Esta edição do jornal “O Cartolinha” é acompanhada pelo suplemento “A Odisseia de Homero” adaptada em banda desenhada. Trata-se de um trabalho da Ana Sofia Martins, do sétimo ano, turma B, que respondeu ao desafio da professora de Português: ilustrar o momento mais marcante da obra “A Odisseia de Homero” adaptada para jovens por Frederico Lourenço, uma das obras escolhidas para leitura orientada este ano letivo. Foram várias as ilustrações apresentadas e “lidas” pelos alunos, mas esta salientou-se pela sua originalidade. 33

so objetivo é alertar a comunidade para a necessidade de saber escrever e pronunciar bem a nossa língua - a língua portuguesa .

É preciso ter olho de perdiz para detetar o erro...


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Leituras

Edgar Rice Burroughs ANTÓNIO SANTOS

iniciadas logo em 1918, com Tarzan of the Apes, de Scott Sydney, com Elmo Lincoln a encarnar o primeiro Tarzan, e as inúmeras adaptações à Banda Desenhada, iniciadas em 1929 por Harold Foster, sob a forma de daily strips, distribuídas em imensos jornais e revistas, ajudaram a consolidar o mito do bom selvagem, que viria a fazer sonhar gerações sucessivas de jovens e menos jovens. Em Portugal, a obra de Burroughs foi introduzida através do cinema. Assim, logo em março de 1920, apenas dois anos após a sua estreia nos Estados Unidos, o filme mudo Tarzan of the Apes de Scott Sidney, com Elmo Lincoln e Enid Markey é apresentado ao público português. Três anos mais tarde estreia entre nós o filme A Vingança de Tarzan de Harry Revier e George M. Merrick, com Gene Pollar e Karla Schramm.

Edgar Rice Burroughs

Edgar Rice Burroughs (EUA, 1875 – 1950) iniciou a sua carreira literária em 1912, na All Story Magazine, sob o pseudónimo de Norman Bean, com o título «Sob as Luas de Marte». O sucesso foi imenso e muitas outras séries se lhe seguiram, como por exemplo Carson of Venus, John Carter of Mars, A versão de Tarzan of the Apes de Caspak ou Pellucidar, as quais contribuiriam W.S. Van Dyke, para popularizar Burroughs como o Rei do com Johnny Romance Popular. Weissmuller e No entanto, foi ainda em 1912, em ou- Maureen O’Sullitubro, que lança a obra que o viria a catapul- van, que viria a tar para a fama: «Tarzan, o Homem- consolidar o miMacaco». A história de um rapaz criado na to de Tarzan, esselva pelos macacos entrou definitivamente treou em Portuno imaginário e no gosto do público. Para gal em março de este estrondoso sucesso muito terá também 1933, apenas um contribuído o facto de esta série ter sido dis- ano após a sua tribuída nos jornais, atingindo assim um pú- estreia nos EUA. blico muito mais vasto. Tarzan, the Ape Man, MGM, (1932)

As sucessivas versões cinematográficas, 34


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Leituras

Em termos literários, a obra de Burroughs foi introduzida em Portugal em 1939 na revista RIM TIM TIM que, no seu nº 4, de 15 de julho, apresentou uma novelização ilustrada baseada no filme «Tarzan finds a son» da MGM, realizado por Richard Thorpe, com Johnny Weissmuller, Maureen O’Sullivan e John Sheffield. São aqui apresentadas algumas ilustrações e uma bela capa colorida, de autor desconhecido, decalcadas de fotogramas e posters do próprio filme. Esta revista, autodenominada «O Maior Jornal da Rapaziada», tinha um formato de 35 X 25,5 cm, com 16 páginas, durou seis números e foi dirigida por Oscar Pinto Lobo (Oskar) e António Feio. Hoje em dia é uma coleção muito rara e, naturalmente, muito procurada pelos colecionadores. Na banda desenhada, a estreia vai dar-se pouco depois, em 1941, no número 42 da revista Diabrete, que publica a série numerada de Tiras Diárias realizadas por Rex Maxon, em 1939, a partir da nº 1. De referir que a partir do número 36 esta revista tinha já preparado o caminho, publicando um resumo em prosa das aventuras de Tarzan com o título genérico «Tarzan, o Rei da Selva» que vai precisamente fazer a ponte com as tiras de Maxon.

Rim Tim Tim nº 4 (1939)

Seria necessário esperar por 1958 para termos finalmente uma edição portuguesa da tradução de Tarzan of the Apes. Tal seria efetuado pelas Edições Minerva na sua coleção Terra Mar, com tradução de vasco Belmonte. Parece tratarse de uma adaptação da tradução que foi realizada por Álvaro Eston para as Tarzan Filho das Selvas, Ed. Edições Terramarear, Brasil, Minerva em 1933. Diabrete nº 42 (1941)

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Última Página

E ninguém levou a mal!...

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