Alcoolismo
Durante a vida, as pessoas bebem tanto álcool que acabam ficando embriagadas com a própria vida. Mesmo aqueles que nunca respiraram os devaneios de uma bebida alcoólica, já alcoólatras estão, seja de paixão ou de vingança. Mas não somente destes, uma vez que a paleta de alcoolismos sentimentais é infinita e infindável. Há quem se deixa possuir por um bar para tentar livrar-se de outro vício, como o amor. Há aqueles que, por estar fraco o efeito do amor, buscam dobrar a dosagem. Alguns chamam isso de traição. Outras pessoas, ao descobrirem que um indivíduo está consumindo uma dosagem inadequada de paixão, entregam-se ao ódio. Às vezes, à tristeza. Uma coisa é certa: não há como viver sóbrio. Sempre há pelo menos uma bebida e uma dose. Esperança, felicidade, morte ou vida, todos têm em seu rótulo: “Aprecie com moderação”. O problema é quando as pessoas não respeitam essas palavras, fazendo com que se resulte um acidente, deixando, por fim, cicatrizes eternas.
Augusto Alberto Iglesias Ferreira Filho, 20 de fevereiro de 2010.