IV ENCONTRO EDUCAÇÃO INCLUSIVA UFS

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objetos de plástico das mais diversas formas (réplicas de frutas, verduras, animais, objetos diversos); quadro de rotina feito com gravuras; jogos de encaixe e construção diversos; livros de literatura infantil; alinhavos; caixa surpresa (onde são colocados objetos de forma intencional); Das crianças observadas, apenas X ainda não conseguiu aprender a ler. Sua linguagem vem se desenvolvendo de forma mais lenta assim como sua coordenação motora fina para os traçados de letras e números. Esta criança apresenta ainda bastante rigidez e não se adapta bem às mudanças de rotina, o que pode dificultar o processo escolar. A criança Z, que já passou pelo período de alfabetização, aprende todos os conteúdos ensinados em sala de aula, realiza suas tarefas com independência e eficiência, mas não fala. O aspecto lingüístico foi bastante atingido no caso dessa criança e as dificuldades de comunicação trazem junto dificuldades no relacionamento social, facilitando o isolamento. Os alunos V e Y passaram pelo período de alfabetização sem maiores problemas e não necessitaram da ajuda de mediadoras. Acompanharam o planejamento normal da turma e já conseguem ler e escrever com sucesso. O aluno V sempre apresentou maior comprometimento em seu comportamento social. Muito apegado a rotinas, demonstra dificuldade em se adaptar a novas situações, novas atividades, etc. O aluno W apresentou desde bem pequeno um comportamento que chamava a atenção: atraso de linguagem, não atendia aos chamados, não fixava o olhar, acessos de choro, birra, mudança repentina de humor. Agora com três anos, a criança está sendo acompanhada pelos terapeutas e pela escola e apresenta excelente evolução. Resgatou a linguagem, é muito inteligente e carinhoso (muitas crianças autistas são alheias ao toque. Não gostam de abraços e beijos). A relação dos profissionais que cuidam da criança com a escola deve ser aberta e de parceria. A escola precisa ouvir o que dizem esses profissionais e também dar as informações necessárias para facilitar o tratamento. Quando família, escola e terapia caminham juntas, a criança só tem a ganhar. Cada criança requer um trabalho de construção. Construir um caminho novo, novos materiais, novas tentativas e novas descobertas. O que funcionou para uma criança pode não surtir efeito para outra. Não é possível estabelecer medidas únicas, uniformes. O trabalho é moldado na convivência com a criança, nas respostas que ela dá, no apoio e contribuição da família, no empenho de bons e sensatos terapeutas. Na escola onde foi realizada a pesquisa era exatamente isso que acontecia. Estávamos sempre prontas a receber os profissionais e a família das 137


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