BiologiaHoje - Magazine NuBISA

Page 1

Magazine do NĂşcleo de Biologia do Instituto Superior de Agronomia Volume I | Dezembro 2013

1


2


O começo de uma aventura! O NuBISA É com muita vontade e espírito de aventura que tem início o mais recente projecto no NuBISA, o Núcleo de Biologia do Instituto Superior de Agronomia. A ideia surgiu a partir da necessidade de um espaço onde os biólogos e alunos de biologia pudessem encontrar ofertas de emprego, estágios e bolsas. Este conceito inicial, aliado a entrevistas e artigos de opinião fez surgir a magazine Biologia Hoje, que vos apresentamos. Neste número convidámos a Professora Sara Amâncio, atual coordenadora do curso de Biologia, para uma conversa sobre o seu percurso e sobre o nascimento da Licenciatura de Biologia no ISA. Esta primeira edição assinala também a comemoração dos 7 anos de existência deste núcleo, esperando que tenha um futuro próspero e que continue como um dos mais ativos do país. Agradecemos a todos os que colaboraram com esta ideia e esperamos que a magazine Biologia Hoje se torne uma tradição!

História Equipa 2013/14

1 2

Notícias Curtas

3

Artigo O que fazer depois do curso? Biólogos no mercado de trabalho

5

Personalidade Charles Darwin: Vida e Obra

7

Entrevista Prof.ª Sara Amâncio

9

Sem fronteiras Biólogos pelo mundo

Título: Biologia Hoje ● Subtítulo: O que fazer depois do curso? Biólogos no mercado de trabalho ● Direcção Editorial: Catarina Cascais e Rita Bordonhos ● Equipa de redação: Catarina Cascais, Cláudia Raposo, Diana Cipriano, Márcia Martins e Rita Bordonhos ● Colaboraram neste número: Professora Sara Amâncio, Miguel Ribeiro e João Miguel Costa ● Apoio: NuBisa – Núcleo de Biologia do ISA ● Design: Catarina Cascais e Rita Bordonhos ● Periocidade: Trimestral ● Propriedade: Núcleo de estudantes de Biologia do Instituto Superior de Agronomia - Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal ● Contacto: nubioisa@gmail.com

13

Oportunidades Bolsas e ofertas

14

Projectos Testemunhos

17

BioComics

18

i


Foi no ano letivo 2004/2005 que abriu as portas, o curso de Biologia no Instituto Superior de Agronomia (ISA), uma casa de Engenharias até então. 3 anos mais tarde nascia o NuBISA (Núcleo de Biologia do ISA), o primeiro núcleo a surgir no ISA e dos primeiros de Biologia no país. Numa fase inicial, o NuBISA era um grupo autónomo mas logo se integrou como secção da Associação dos Estudantes do ISA (AEISA) e assim continua, lado a lado com os restantes núcleos que entretanto se foram formando no ISA. Liderado por um grupo de alunos que deu cara e voz à necessidade que havia de dinamizar o curso, na altura ainda recente, o NuBISA foi formado com o principal objetivo de criar e divulgar formações complementares nas mais variadas áreas e estimular a interação entre alunos e investigadores/professores. A fase inicial de criação não foi um processo fácil; era necessário definir objetivos, criar estatutos e regras e ver qual a adesão das pessoas mas, com a determinação dos alunos e apoio de Professores como a Professora Leonor Morais, a Professora Sara Amâncio e a Professora Wanda Viegas, o projeto foi para a frente, cresceu e celebra este ano 7 anos de existência. Hoje em dia o NuBISA é dos núcleos de Biologia mais ativos do país e o único com uma parceria direta com a Ordem dos Biólogos. Desde cedo a relação do núcleo com a Ordem foi bastante conservada: em 2008 o NuBISA marcou presença no Congresso da Ordem dos Biólogos com um poster sobre o núcleo e as suas atividades e em 2012 foi assinado um protocolo em que os alunos interessados em inscrever-se na Ordem como “membro-estudante” através do núcleo têm descontos acordados. Em suma o NuBISA existe para representar e dar voz aos alunos de Biologia do ISA, assim como criar uma plataforma de oferta de atividades e informação de interesse dos mesmos.

07/08

08/09

09/10

10/11

11/12

12/13

13/14

1


Secretária

Tesoureira Relações Públicas

Vice-Presidente Presidente

Raquel Quaresma

Sylvia Ribeiro

António Martins Mariana Lopes

1ª Vogal

2ª Vogal

3ª Vogal

4ª Vogal

Patrícia Guedes

Filipe Casinhas

Patrícia Monteiro

Francisca Correia

7ª Vogal

8ª Vogal

9ª Vogal

10ª Vogal

Pedro Casimiro

André Cruz

Rita Gonçalves

Bárbara Faleiro

Presidente da Mesa 1ª Secretária Rita Bordonhos

Mª João Silva

Cláudia Raposo

5ª Vogal

6ª Vogal

Irina Duarte

Bruna Rosa

11ª Vogal Frederico Isaac

12ª Vogal Beatriz Pequeno

2ª Secretária Filipa Sobreira 2


O veneno da centopeia contém uma molécula que pode ser mais eficaz do que a morfina no alívio da dor. Cientistas analisaram proteínas humanas fulcrais na emissão de sinais elétricos aos neurónios e células excitáveis, particularmente a proteína “Nav1.7”, crucial na transmissão da dor e cuja mutação provoca uma ausência desta sensação. O veneno da centopeia-chinesa-de-cabeça-vermelha (Scolopendra subspinipes mutilans) demonstra probabilidade bastante elevada de afetar a “Nav1.7”. Photo by Yasunori Koide

Uma equipa de investigação dos E.U.A. afirma que um composto conhecido como DIM (3,3'-diindolilmetano), derivado de vegetais da família Brassicaceae como a couve, a couve-flor e os brócolos, oferece proteção contra doses letais de radiação. O estudo publicado sugere que o composto, que já demonstrou ser seguro para o ser humano, pode proteger os tecidos celulares durante sessões de radioterapia para o tratamento de determinados cancros e prevenir ou aliviar o enjoo causado pela exposição à radiação.

Ao longo da vida, estas baleias acumulam camadas de cera no canal auditivo que formam um tampão que perdura até à sua morte. Cientistas do Texas analisaram essas camadas de cera, de forma semelhante aos anéis das árvores, para estimar a idade de uma baleia, acompanhar as mudanças nos seus níveis hormonais e averiguar a que produtos químicos foi exposta no oceano. A cera também pode ser usada para descobrir o que tem de ser feito para proteger estes animais do stresse, da poluição e de outras ameaças no futuro.

Drawing by Michael Vigliotti

3


Uma equipa de investigadores ingleses criou uma substância capaz de evitar a morte de células cerebrais. Testada em ratinhos, a nova substância é capaz de conservar o tecido cerebral destruído por doenças neurodegenerativas. Estes não mostraram qualquer sinal de tecido cerebral destruído, enquanto que os que não receberam a substância acabaram por morrer 12 semanas mais tarde, devido a falência sináptica e morte neuronal.

Investigadores americanos identificaram duas mutações genéticas associadas ao desenvolvimento de distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia. Após estudos com algumas famílias, os cientistas constataram que o risco de desenvolvimento de distúrbios alimentares estava associado a mutações nas proteínas ESRRA e HDAC4, na primeira e na segunda família, respetivamente. Foi também verificado que estas duas proteínas mutadas interagem uma com a outra: a HDAC4 associa-se à ESRRA e inibi-a.

As plantas quando estão perante um potencial consumo por herbívoros reagem de diversas formas, enquanto comunidade, população ou espécie, muitas das quais têm respostas adaptativas. Os efeitos da herbivoria numa planta dependem das partes das plantas que são directamente afectadas e da fase de desenvolvimento em que as plantas se encontram quando são predadas pelos herbívoros. Os minerais ou nutrientes podem ser dirigidos de uma parte da planta para outra, pode haver alterações da taxa de metabolismo, das taxas de crescimento das raízes, do caule e de reprodução, e podem ser produzidos tecidos e substâncias químicas de protecção.

4


Escolher um curso no ensino superior é uma das decisões mais importantes e decisivas da vida. Encontrar emprego na área, parece ser um dos maiores desafios da atualidade.

N

a primeira metade do séc. XXI espírito crítico, preserverança e muita assistimos ao triunfo da Física e das disciplina. A experiência profissional e a ciências relacionadas, mais tarde capacidade de liderança são também ultrapassado por avanços marcantes na imprtantes em cargos de hierarquia superior. Biologia e Medicina que, juntamente com a Quando o objectivo é a investigação, notas de Biotecnologia se tornaram as fronteiras da entrada e a média do curso são também tidas ciência moderna, na segunda metade do em conta, bem como publicações científicas. século. A emergência e o triunfo da Biologia Um biólogo é um profissional formado numa levaram ao crescimento do mercado nos área das ciências biológicas, que pode trabalhar últimos 20 anos, quer no sector público quer no em diversas áreas de pesquisas em privado. Nos anos 90, verificou-se um aumento universidades, indústrias, farmacêuticas, exponencial do número de cursos na área das zoológicos, escolas, prestação de serviços de ciências biológicas que assessoria, análises teve como consequência parques Para ser biólogo é preciso “5% clínicas, um aumento igualmente florestais e/ou institutos de inspiração e 95% de exponencial do número de pesquisas. No transpiração” de diplomados ao nível entanto, às vezes o do ensino superior. Caso trabalho pode não ter Amadeu Soares as tendências de tanto a ver com os evolução se mantenham, em 2021 poderão aspectos técnicos adquiridos na universidade existir mais de 30.000 biólogos em Portugal. mas sim com a capacidade de comunicação, Ainda assim, quebras demográficas e a redução escrita e de conceptualizar e resolver do número de candidatos e colocados no problemas novos. Existem quatro grandes áreas ensino superior são factores importantes que de trabalho: investigação, que requer paixão podem contrariar esta tendência. Para entrar pela descoberta e preserverança, ensino, que no mercado trabalho como biólogo é requer paciência e entusiasmo, tecnologia, que necessário uma formação de 4/5 anos na área requer gosto por equipamento laboratorial e (licenciatura pré-bolonha ou licenciatura pós- computacional, e gestão/comercial, que requer bolonha e mestrado) e algumas características capacidade de gestão e organização. Mais de interesse aos empregadores: curiosidade, numas áreas do que noutras, a obtenção de

5


uma segunda formação, em gestão ou informática, é cada vez mais vista como uma mais valia, uma vez que vai permitir ao cientista desempenhar funções em cargos de áreas menos tradicionais. A grande preocupação para quem está na área prende-se com a saturação actual do mercado que ocorreu devido ao aparecimento duma variedade de licenciaturas que abrangem conceitos mais específicos, tais como a biotecnologia, biomedicina e ciências forenses entre outras, cujas bases académicas e conhecimentos adquiridos não diferem muito das bases e conhecimentos de um biólogo. Outra problemática ao início de carreira está relacionada com a incapacidade de reconhecimento de qualificações por parte dos empregadores. Uma licenciatura em Biologia engloba uma diversidade de conhecimentos que muitos empregadores não são capazes de reconhecer, acabando por optar por trabalhadores cuja função esteja total ou parcialmente especificada no nome da sua formação. Por este motivo, são muitos os licenciados em Biologia que se decidem por uma opção mais específica quando escolhem a área de mestrado. Tendo como fundo este cenário, hoje em dia os Biólogos deparam-se com saídas profissionais em Portugal limitadas, até mesmo na investigação, onde apesar de existirem algumas vagas a competição é muito elevada. Um estudo realizado em 2006 revela que a entrada de biólogos no mercado de trabalho, ocorria na maioria dos casos até 6 meses após a conclusão da licenciatura, sendo que uma percentagem menor conseguia primeiro emprego até 2 meses após a

conclusão e finalmente a menor percentagem contava com licenciados cujo primeiro emprego aconteceu um ano ou mais após a conclusão. Dados mais recentes revelam um inversão desta tendência, confirmando a teoria de saturação do mercado. Mas nem tudo corre mal para os amantes da Biologia. Empresas e farmacêuticas ligadas à Biotecnologia, localizadas noutros paises da Europa onde o número de licenciados é ainda inferior ao de técnicos, e actividades agro-alimentares e pescas empregam biólogos e dispõem de várias ofertas. Num mundo onde o mercado de trabalho é cada vez mais global, deixa de fazer sentido falar apenas em mercado de trabalho português e procurar apenas oportunidades em Portugal.

Gestão ambiental Análise de qualidade ambiental Ecotoxicologia Ecoturismo Recuperação e conservação Bioinformática Engenharia genética e melhoramento Biologia forense Biologia marinha Biologia celular e/ou molecular Botânica Zoologia Ecologia e meio ambiente Análises clínicas Indústria farmacêutica Investigação Bioeconomia Ensino médio e/ou universitário Biotecnologia Biomedicina

6


Nascido a 12 de Fevereiro de 1908, Darwin embarcou no navio HMS Beagle, em 1831, para uma viagem de 5 anos à volta do mundo, cujos estudos permitiram formular a Teoria da Evolução e alterar a nossa visão sobre o mundo natural. Em 1859 publicava On the Origin of Species by Means of Natural Selection e a 19 de Abril de 1882 morria, em Londres.

C

harles Robert Darwin nasceu em Shrewsbury, a 12 de Fevereiro de 1809, como o segundo mais novo de seis irmãos. Proveniente de uma família de cientistas, o seu pai era médico e o seu avô botânico, Darwin era um explorador e um amante da natureza que entrou na Universidade de Edimburgo aos 16 anos para estudar medicina, em 1825. O seu pai esperava que seguisse as suas pisadas na medicina, mas as práticas cirúrgicas sem anestesia e a visão do sangue levaram Darwin a mudar de rumo e a seguir o curso religioso, no Christ’s College em Cambridge. Tanto em Cambridge como em Edimburgo, Darwin não se mostrou um prodígio, uma vez que a sua grande paixão residia na Ciência e na História Natural. Após a

sua graduação pelo Christ’s College, o seu professor e mentor John Stevens Henslow recomendou-o para a posição de naturalista a bordo do HMS Beagle. No entanto, colocar Darwin a bordo do Beagle teve grandes dificuldades. Primeiro, porque o seu pai considerava a viagem uma perda de tempo e segundo, porque o comandante do navio acreditava ser capaz de julgar o carácter de um homem pelo seu nariz e não gostava de Darwin devido ao formato do seu. Contrariando todos os obstáculos, a 27 de Dezembro de 1831 o navio comandado por Robert FitzRoy iniciou uma viagem de 5 anos à volta do mundo, que se mostrou determinante na vida e carreira de Charles Darwin. A viagem teve início nas Ilhas de Cabo Verde, seguindo para a América do Sul, 7


Nova Zelândia e Austrália, Ilhas Galápagos e não eram suficientes para todos; indivíduos outras grandes ilhas e continentes até regressar com a mais pequena vantagem seriam mais a Inglaterra, em 1836. Durante o decorrer da aptos; essas pequenas vantagens mostrar-seexpedição Darwin recolheu grandes colecções iam decisivas ao longo do tempo. Embora de rochas, plantas, animais vivos e fósseis, e existissem teorias diferentes sobre o teve a oportunidade de observar de perto os aparecimento das espécies, todos os estudiosos primórdios da botânica, geologia e zoologia em acreditavam que estas permaneciam localizações distintas do globo. As Ilhas do praticamente inalteradas ao longo do tempo. Pacífico, Galápagos e a América do Sul foram Darwin, no entanto, reparou que espécies regiões de particular interesse uma vez que localizadas em áreas distintas do globo permitiram a Darwin explorar densas florestas, apresentavam semelhanças que eram vulcões e descrever novas espécies de aves e acompanhadas por variações relacionadas com répteis. Da Antártida aos Trópicos estudou a especificidadade do seu habitat, levando-o a plantas, animais e a geologia mundial cujo crer que estas espécies descendiam de um resultado foi a formulação da teoria mais ancestral comum. Formulou então que as abrangente e revolucionária da história da espécies sobreviviam por um processo de Ciência: a Teoria da Evolução por Selecção selecção natural onde espécies que se Natural. Aquando do seu regresso a Inglaterra, adaptavam com sucesso às modificações do em 1836, trazia consigo seu habitat natural “A man who dares to waste one inúmeros apontamentos e sobreviviam, enquanto hour of time has not discovered a certeza de que as espécies que não se the value of life.” espécies evoluíam, mas adaptavam falhavam no questões sobre como o processo evolutivo e – Charles Darwin faziam e o porquê de reproductivo e acabavam evoluírem estavam ainda sem resposta. por morrer. Foi apenas em 1842 que Darwin Durante o tempo que se seguiu à viagem escreveu um pequeno resumo sobre a sua Darwin foi publicando as suas descobertas no teoria e , apesar de fortemente pressionado Journal of Researchers até ao dia em que, ao ler por colegas adiou a sua publicação até não An Essay on the Principle of Population escrito poder mais. A 18 de Junho de 1852, recebe por Thomas Malthus todas as suas descobertas uma carta de Alfred Russel Wallace com um fizeram sentido. Thomas Malthus defendia que volume cujo conteúdo revelava que este tinha as populações cresciam de forma geométrica e chegado à mesma conclusão que Darwin, que, por isso, o consumo de recursos acabaria relativamente à origem e evolução das por ser superior à sua produção, levando espécies. Ameaçado pelas conclusões de inevitavelmente à competição por esses Wallace, Darwin trabalhou ferverosamente no mesmos recursos. Malthus referia-se a seu livro e terminou-o em apenas um ano, populações humanas, mas Darwin foi capaz de tendo sido publicado a 24 de Novembro de aplicar o mesmo princípio ao mundo natural e 1859. Morria a 19 de Abril de 1882 como o “pai formular alguns princípios: nascia muito mais da Teoria da Evolução”. descendência do que aquela que sobrevivia, simplesmente porque os recursos alimentares

8


Repórter: Boa tarde Professora. Antes de mais agradecemos que tenha aceite tão prontamente o nosso convite para colaborar nesta nova aventura do NuBISA. Comecemos então por falar um pouco sobre o seu percurso académico e como chegou ao ISA… Professora: Bem, tirei uma licenciatura em Biologia, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). A formação que recebi na altura não me preparou para áreas como a biologia celular ou molecular, por exemplo, mas deu-me as bases gerais. Mais tarde tirei doutoramento na Universidade de Paris VII, França, em Fisiologia Celular Vegetal e neste período tive contacto com coisas que nunca tinha ouvido falar, como a fotossíntese em plantas C4 e outras coisas básicas também que não eram cobertas pela licenciatura que tirei… Mas foi muito bom porque era um meio com atividade de investigação muito forte e com excelentes relações com outras unidades de estudo, o que me permitiu recuperar coisas que tivessem falhado na licenciatura. Em 1976 voltei a Portugal, diretamente para o ISA, onde me integrei numa equipa de Fisiologia Vegetal com professores de excelente formação. Era um grupo onde se aprendia e discutiam temas relacionados com a Fisiologia Vegetal mas em termos de investigação havia muito pouco e o pouco que havia era muito limitado. O primeiro mestrado no ISA foi, inclusive, associado a este grupo. Rep: Quando conseguiu a sua primeira publicação? Prof: A minha primeira publicação foi numa revista em 1974, associada ao projeto que

desenvolvi em França. Hoje também revejo e edito artigos de outros autores, o que não quer dizer que não tenha ainda respostas menos agradáveis em relação aos artigos que submeto. No entanto o primeiro projeto que escrevi e recebeu financiamento foi com o Professor Teixeira em 1986, dez anos após ter voltado para o ISA. Rep: Em alguma fase pensou seguir carreira em França ou em qualquer outro local estrangeiro e não voltar a Portugal? Prof: A minha ida para França não foi exclusivamente por questões científicas. Devido a questões políticas da altura eu não podia exercer em Portugal, não podia ser professora nem investigadora e não tinha acesso a nenhuma bolsa de nenhuma Instituição portuguesa. Apenas dava explicações à noite. Foi aí que resolvi pedir uma bolsa ao Governo francês, que acabei por conseguir. Ainda no período de licenciatura, estagiei num laboratório de oceanografia em França o que me concedeu uma carta de aceitação no país e com essa documentação concorri à bolsa para lá fazer mestrado e doutoramento. No meio deste período aconteceu o 25 de Abril, o que me fez querer voltar mas não seria correto deixar o compromisso que tinha assumido e abandonar aquela oportunidade excelente que não podia desperdiçar. Em 1976 concorri para várias faculdades em Portugal, era uma altura em que havia muito recrutamento, mas optei pelo ISA. Embora tenha sido assistente em França, não era fácil fazer lá carreira, não se justificava tentar algo no estrangeiro uma vez que, com a revolução, já podia trabalhar em 9


Portugal onde tinha a minha família também. Os tempos eram muito diferentes, não é fácil imaginar… Rep: O que a levou a ser professora universitária? Alguma vez considerou lecionar outros níveis de ensino? Prof: Sempre tive um gosto pelo ensino, cheguei a dar explicações mas o que queria mesmo era trabalhar em investigação. Como a investigação se faz fundamentalmente nas universidades, sempre gostei de pensar que a poderia associar à docência, daí ter optado por esta via que me permitia juntar estas duas paixões. No entanto também fui professora do 1º ciclo e do liceu em Évora, ainda que a contratos anuais.

e o curso sempre teve uma grande procura, começou com 30 vagas e à medida que os outros cursos foram perdendo procura e diminuindo o número de vagas, as de Biologia foram subindo. Neste momento o curso está com 45 vagas, número que não pode ser aumentado para se manter o funcionamento do curso delineado de início. Rep: Havendo na altura mais cursos na área da Biologia em Lisboa e com mais tempo de funcionamento não houve apreensão quanto à abertura do curso no ISA? Prof: Relativamente ao facto de haver mais oferta na zona de Lisboa, o nosso maior receio foi que os alunos que optassem pelo ISA fossem alunos de classificações mais baixas e formação que os impossibilitasse de ter uma intervenção autónoma… alunos que não tivessem conseguido entrar na FCUL, por exemplo. No entanto verificámos que os alunos acabaram por ter bons resultados e hoje, 20% já escolhem o ISA para França em 1ª opção.

Rep: Como surgiu o curso de Biologia no ISA, uma escola exclusiva de Engenharias na altura? Prof: Desde cedo apercebemo-nos de que havia muitas competências no “A minha ida ISA que poderiam confluir não foi exclusivamente por para uma formação também em Biologia, para Rep: Em contraste com questões científicas.” além das outras outros cursos de Biologia, formações da casa, e conversámos imenso no curso do ISA não existe diferença entre, por sobre isso com vários docentes mais virados exemplo, as Matemáticas e Físicas lecionadas para as áreas relacionadas com a Biologia e nos cursos de Engenharia. Porquê esta opção? Ecologia. Na mesma altura notava-se uma Prof: O ISA é uma casa de Engenharias! Por diminuição de procura dos outros cursos isso, nunca se pretendeu nem aceitou que tradicionais do ISA por parte dos alunos. Um houvesse áreas base de formação diferentes dia, em Assembleia de Representantes, foi para o curso de Biologia. Achámos que estar a discutida a questão de como atrair mais adaptar estas áreas, como as Matemáticas e estudantes e recuperar o número de alunos em Físicas “para biólogos” existentes em outros falta e colocou-se a questão de equacionar uma cursos, era estar a minimizar os biólogos. Na oferta na área da Biologia, tendo o ISA todas as área das Químicas houve intervenção por parte competências para tal. Foi com a Professora dos alunos que pediram a incorporação da Wanda Viegas e com o Professor João Santos cadeira de Bioquímica e foi possível inserir Pereira que a candidatura foi preparada e vários módulos mas o resto é igual aos outros concluída com a abertura do curso em cursos. Por isto, o curso também acaba por ter 2004/2005. O número de alunos foi recuperado um nível de exigência diferente mas os 10


resultados são bastante compensatórios porque os alunos têm uma preparação base que não teriam noutras faculdades. Tudo isto no pressuposto de que a escolha de especialização é para ser feita no 2º ciclo de estudos e não no 1º; por isso damos oportunidade de cobrir um programa de conhecimento em áreas diferentes, dando opção ao aluno depois mais tarde de escolher a sua área de interesse.

condicionar um conhecimento mais amplo e generalizado? Prof: Na FCUL existe uma divisão entre a área animal e vegetal desde há muito tempo. Como é possível no séc. XXI distinguir estas áreas da Biologia?! Quanto mais se aprofunda o conhecimento, mais aspetos comuns se encontram; Depois vamos então ao que é específico. Não encontro justificação para o curso ter ramos de escolha nem para a divisão dos departamentos.

Rep: Apesar de ter vindo a diminuir ao longo dos anos, ainda existe uma notória preferência Rep: Agora com o processo de fusão entre a dos alunos pelo curso de Biologia na FCUL face Universidade de Lisboa e a Universidade ao do ISA. Na sua opinião qual o motivo Técnica de Lisboa oficializado, quais as subjacente a esta eleição? consequências a nível dos cursos de Biologia Prof: A FCUL tem cursos de Biologia há, pelo existentes em ambas? menos, 120 anos e o do Prof: Quanto às “Com a revolução, já podia ISA vai fazer 10 anos. O licenciaturas, para já ISA é conhecido em trabalhar em Portugal onde tinha não há novidades primeira abordagem concretas. São cursos a minha família também. Os pelos cursos de com programas tempos eram muito diferentes, Agronomia. Mesmo diferentes por isso o assim já cerca de 20 % 1º ciclo não há-de não é fácil imaginar.” dos alunos escolhem o sofrer grandes ISA em 1ª opção. E muitos alunos que acabam alterações. Pelo menos nos próximos anos… por mudar para a FCUL depois arrependem-se. Rep: E relativamente ao 2º ciclo? Já por dois Existe uma representação por parte dos alunos anos consecutivos que o Mestrado em Biologia de que o curso é vegetal, mas avaliando as Funcional, no ISA, não tem alunos suficientes cadeiras e os programas, o curso tem tanto da para poder abrir. Não seria benéfico procurar área animal como vegetal e depois cobre parcerias entre as duas faculdades de modo a também as áreas mais universais como biologia tentar combater este insucesso? molecular e celular, biologia do Prof: Os alunos após terminarem a licenciatura desenvolvimento, entre outras. Penso que essa vão para outras faculdades e como, neste ideia vem um pouco do facto do ISA ser uma momento, a procura não é superior à oferta, casa de plantas e por isso existe essa ideia por conseguem encaixar-se nos diferentes parte dos alunos. Mestrados e o nosso não tem tido muito Rep: Uma das diferenças mais evidentes entre sucesso. Agora com a fusão tem de se fazer a estrutura dos dois cursos é haver, na FCUL, ofertas conjuntas. O ano passado tentou-se ramificação das áreas da Biologia logo na que, este ano, o curso já fosse oferta conjunta; licenciatura. Na sua opinião isso é vantajoso Poderia ter-se feito uma abertura conjunta e por direcionar logo os alunos ou precoce por começar a funcionar com colaborações e 11


elementos das duas faculdades mas não houve sucesso nessa proposta. Mas estou segura que se fosse feita divulgação conjunta, o número de candidatos aumentaria. Agora para tentar novo acordo para o ano letivo que vem tem de se esperar pelas atualizações de estatutos e eleições dos novos órgãos, por isso está tudo um pouco em aberto ainda. Rep: Professora, muito obrigada pela disponibilidade e colaboração! Para finalizar tem algum conselho que gostaria de deixar aos alunos? Prof: Tenham curiosidade! A Biologia é uma área maravilhosa, sempre com novidades e aspetos que eram considerados fechados mas cada vez aparecem mais novidades; Esta área é

muito diversa mas perceber os processos fundamentais associados à vida é algo maravilhoso. Na observação vale a pena retomar os olhos dos nossos antecessores! Hoje em dia os equipamentos e métodos são tão sofisticados que perdemos um pouco os olhos e abandonámos a observação. Temos de dar valor a quem só tinha a observação e que apenas com isso conquistou tanto. Sugiro também a prática de exercício de concentração porque há momentos que devem ser aproveitados e rendem muito mais quando o são. O momento tem muita imagem e às vezes fica-se com a ideia que os estudantes desligam e é pena porque acaba por levar tudo muito mais tempo.

12


Rogério Ferreira, 35 anos, natural de Anadia (distrito de Aveiro), é Biólogo Marinho especializado em Biologia da Conservação de tartarugas marinhas.

L

icenciado em Biologia Marinha e Pescas (1994 – 1999) e Mestrado em Estudos Marinhos e Costeiros (2003-2005), pela Universidade do Algarve, Rogério possui um vasto currículo de projectos e experiências na sua área.Entre 1998 e 2005, fez parte da Equipa Tartaruga, integrada no Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.Colabora no Projecto UNIDA, criado em São Tomé e Príncipe. A UNIDA é uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, criada com o objectivo de apoiar a união e o desenvolvimento no meio rural Lusófono, em equilíbrio com a natureza, tendo como base a investigação. O Projecto tem como lema: “Uma Tartaruga Marinha viva vale mais do que uma morta”. Desde 2010, Rogério participa na Comissão Tartaruga Marinha, uma iniciativa criada pelo Governo Regional, dentro do Parque Natural do Princípe, e que tem como missão promover a conservação das tartarugas marinhas e o seu uso sustentável dentro da região da Ilha do Príncipe. Na Comissão Tartaruga Marinha, os trabalhos desenvolvidos por Rogério, com a colaboração de antigos caçadores de tartarugas, passam por caracterizar a população de tartarugas marinhas à volta da Ilha do Príncipe e realizar visitas com os turistas de forma a aumentar a sensibilidade e educação dos mesmos para este tema. As visitas são uma forma de rendimento para os antigos caçadores, uma

vez que deixaram de matar tartarugas na Ilha. Rogério é, presentemente, financiado pelo Estado Português com uma Bolsa de Investigação, tendo no início se esforçado por encontrar apoios e trabalhado para juntar dinheiro para as viagens e para o arranque do projecto. Segundo Rogério, uma parte do trabalho é investigação e a outra parte é conservação. Foi necessário visitar todas as praias da Ilha e, durante um ano inteiro, dar a volta à ilha em apneia, para recolher informações essenciais, como por exemplo: os locais em que existem tartarugas, qual a quantidade e as espécies presentes, que espécie vive em determinado local da Ilha e o tipo de alimentação, por forma a saber quantas tartarugas existem. As tartarugas marinhas do Príncipe estão entre as duas mais ameaçadas do mundo. Este controlo realizado pela Comissão é importante não só para a Ilha, como também para as populações de tartarugas ao nível mundial, uma vez que são animais migratórios. Ao saber-se a localização das tartarugas marinhas na Ilha, é possível informar o Governo e as empresas que queiram formar turtle- watching para se dirigirem a esses locais com os turistas. Para além da viva participação nestes projectos, em 2011, Rogério Ferreira, iniciou o grau de Doutoramento, na Universidade do Algarve em parceria com a ACCSTR (USA). 13


Universidade de Aveiro / Centro de Estudos do Ambiente e do Mar – Aveiro – 28 de Novembro a 13 de Dezembro -“Manutenção de culturas laboratoriais de várias espécies aquáticas, planeamento e realização de ensaios ecotoxicológicos com várias espécies aquáticas, colaboração na preparação de artigos científicos com os dados gerados no âmbito do projecto e relatórios de progresso para a entidade financiadora”

Centro de Ciências do Mar do Algarve – Faro - 28 de Novembro a 11 de Dezembro -“Desenvolvimento e aplicação de modelos descritivos e preditivos de distribuições de espécies de macroalgas marinhas e análises estatísticas de dados de genética de populações.”

Instituto Gulbenkian de Ciência – Oeiras- 29 de Novembro a 13 de Dezembro -“Adaptação de bactérias comensais ao tracto-intestinal” Universidade de Aveiro/Centro de Estudos do Ambiente e do Mar – Aveiro – até 6 de Dezembro -“Análise de cenários que envolvem a relação entre processos ambientais e as práticas sociais em áreas costeiras” Associação Universidade Empresa para o Desenvolvimento - TecMinho – Braga - 6 a 19 de Dezembro -“Investigação e desenvolvimento de modelos de inibidores da elastase para o tratamento de feridas; Apoio às actividades do laboratório; Recolha e tratamento de informação para produção de relatórios científicos do projecto; Colaboração na organização de eventos no âmbito do projecto” iBET – Oeiras – até 9 de Dezembro -“Aplicação de aborgadens de biologia de sistemas na optimização da produção de proteínas terapêuticas em culturas de células animais; foco ao nível do metaboloma e fluxoma de células produtoras” Departamento de Ciências da Vida - FCTUC – Coimbra – 29 de Novembro a 12 de Dezembro -“Gestão bio-sustentável de espécies emergentes de nematodes fitoparasitas da batateira - novas ameaças na Europa”

Centro de Ciências do Mar do Algarve – Faro - 28 de Novembro a 11 de Dezembro 14


-“Execução das atividades do projeto na área da fisiologia, cultura celular e biologia molecular. Caracterização bioeléctrica de epitelios e transporte transepitelial in vitro . Análise e quantificação da expressão de genes e proteinas, e aplicação de técnicas de RT-PCR, qPCR, clonagem, transfecção, siRNA e Western blot. Desenvolvimento de imuno-ensaios e técnicas de enzimologia. Manipulação da resposta fisiológica e alteração de condições ambientais. Recolha de amostras de experimentação in vivo e in vitro. Análise bioinformática, recolha e tratamento estatístico de dados. Preparação de relatórios e participação nas tarefas de disseminação de investigação científica.” Centro de Neurociencias e Biologia Celular – Coimbra- até 10 de Dezembro -“Avaliar, num modelo animal de cancro de pâncreas, o potencial terapêutico de novas estratégias antitumorais, envolvendo a combinação da terapia génica e quimioterapia, e esclarecer os mecanismos envolvidos na regressão tumoral.” ICETA - Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares – Porto - até 13 de Dezembro -“Testar o efeito das orlas na variação da predação sobre as aves estepárias”. Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa - 30 de Dezembro a 10 de Janeiro -“Aprofundar a função molecular e celular de VipA, uma proteína efectora envolvida na dinâmica de actina da célula hospedeira.” CIIMAR-Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental – Lisboa - até 6 de Dezembro -“Tratamento laboratorial de ± 1,500 amostras de sedimentos marinhos para estudo de microfósseis siliciosos das sequências sedimentares recolhidas nos Sites U1385 e U1391 durante a Expedição 339 do programa IODP” Instituto de Biologia Molecular e Celular – Porto - até 5 de Dezembro -“Explorar a potencial utilização de um domínio proteico como tag de afinidade e analisar o seu caracter diferenciador”

CIIMAR-Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental – Porto - 3 a 16 de Dezembro -“Guerra biológica: decifrando a genómica de venenos naturais e os mecanismos de resistência natural a venenos” Universidade do Algarve – Faro- até 6 de Dezembro -“Condução de um ensaio zootécnico a realizar no Centro Experimental do Ramalhete, bem como pelo tratamento das amostras resultantes por técnicas de transcriptómica e proteómica” FARM-ID - Associação da Faculdade de Farmácia para a Invest e Desenv – Lisboa- 5 a 18 de Dezembro -“Estabelecimento de protocolos de criopreservação de oócitos. Estudos de transporte membranar em oócitos para o estudo da sua estabilidade e criopreservação. Estudo do papel do Cálcio intracelular nos processos de criopreservação”

15


Centro de Investigação em Educação - Universidade do Minho – Braga - 5 a 19 de Dezembro -“Recolha de dados nos contextos em estudo; tratamento e organização de dados, recolha bibliográfica; produção de relatórios; desenvolvimento de acções de divulgação de resultados de investigação” Centro de Ecologia Funcional, Departamento de Ciências da Vida, da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra – Coimbra – até 31 de Dezembro -“Colheita da experiência de estufa e análise dos mutualistas; Análise molecular dos fungos micorrízicos associados as principais espécies lenhosas do Parque Nacional a Gorongosa” Instituto de Medicina Molecular – Lisboa - 9 a 20 de Dezembro -“ Glucocerebrosidase na Doença de Parkinson: do factor de risco ao biomarcador ” Centro de Biologia Ambiental (CBA) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – Lisboa - 4 a 17 de Dezembro -“Realização de amostragens periódicas in situ, incluindo análises de parâmetros eco fisiológicos e hidrogeológicos in situ nos diferentes locais de estudo. Preparação de amostras e ajuda na realização de análises isotópicas. Tratamento dos dados” Instituto Superior de Agronomia – Lisboa –até 3 de Dezembro -“Estudo de diversos aspectos da biologia reprodutiva do sobreiro, Quercus suber”. Instituto Gulbenkian de Ciência – Oeiras – até 3 de Dezembro -“Acompanhamento de uma turma de 12º no desenvolvimento de uma proposta científica enquadrado no projeto “LabEscolas” – Concurso ‘Escolher Ciência da Escola à Universidade’” Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, I.P. – Lisboa – até 11 de Dezembro -“Estudar o efeito da transfecção da proteína não estrutural NS1 de vírus influenza do tipo A e do tipo B em células MDCK-SIAT1 e análise da indução da apoptose e mecanismos associados”. IPATIMUP – Porto - até 4 de Dezembro -“Desenvolvimento de actividades de investigação nas áreas de Glicobiologia e Imunologia, com o objectivo de identificar novos mecanismos moleculares na Doença Inflamatória Intestinal.”

16


João Costa Instituto Superior de Agronomia Orientação por Dr.ª Luísa Brito

O objectivo deste trabalho foi investigar o papel de duas estirpes selecionadas de Lactobacillus spp. na atenuação do potencial virulento das seguintes espécies de bactérias patogénicas de origem alimentar: Listeria monocytogenes, Escherichia coli verotoxinogénicas (VTEC) e Salmonella entérica, utilizando diferentes ensaios in vitro de avaliação de virulência e de citotoxicidade, com base na utilização de linhas celulares com receptores adequados, nomeadamente células do epitélio intestinal e células de rim de macaco verde africano. Desta forma, foi possível avaliar algumas características probióticas destas duas estirpes de bactérias lácticas (LAB) selecionadas.

Cláudia Raposo Oceanário de Lisboa Orientação por Dr.ª Margarida Fernandes

O objectivo inicial deste trabalho consistia em investigar qual a concentração de inóculo, cloreto de amónia, ideal para potenciar o consumo de azoto amoniacal por parte de bactérias nitrificantes durante o ciclo de azoto num aquário. Após alguns dias verificou-se um acontecimento julgado improvável na Natureza: este azoto amoniacal “desaparecia” do ciclo do azoto. O objectivo deste ensaio passou então a ser então investigar este processo através de duas teorias: volatilização do azoto amoniacal e captação por um composto químico.

17


18


Ensino e Investigação O ISA é, em Portugal, a maior e mais qualificada escola de graduação e pós-graduação nas áreas de Ciências e Engenharias Agronómica, Zootécnica, Florestal, Alimentar, Ambiente e ainda Arquitectura Paisagista e Biologia. A sua capacidade científica é reconhecida nacional e internacionalmente, possuindo dos melhores indicadores científicos de toda a Universidade portuguesa. Em muitas destas áreas, o ISA lidera projectos nacionais e internacionais de I&DT, com um número crescente de patentes registadas, integrando ainda no seu campus uma incubadora de empresas de base científica e tecnológica, a INOVISA. No Coração de Lisboa O ISA situa-se no coração de Lisboa, na Tapada da Ajuda, entre Monsanto e Alcântara, próximo do Largo do Calvário, ao lado da Ponte 25 de Abril, perto da zona histórica de Belém, consitutiundo um oásis no centro da cidade, onde se tem o privilégio de estudar e viver em contacto directo com a natureza, abstraindo-se do bulício da cidade. A sua centralidade facilita o acesso às diversas ofertas culturais e lúdicas da parte antiga e nova da cidade de Lisboa, bem como às fantásticas praias da Costa de Caparica e da linha do Estoril-Cascais. Muito perto podem encontrar-se algumas das zonas de bares e discotecas mais conhecidas da cidade (Santos, Docas, Alcântara). Tapada da Ajuda O ISA está instalado no campus da Tapada da Ajuda, parque florestal, agrícola e botânico, com cerca de 100 hectares, de reconhecido interesse internacional, no qual se encontram diversas espécies raras, uma Reserva Botânica única (a Reserva Botânica Natural D. António Xavier Pereira Coutinho), o Pavilhão de Exposições, o Auditório de Pedra, magníficos jardins e a única vinha da cidade de Lisboa. Denominada Tapada Real de Alcântara, por escritura de D. João IV, em 1645, serviu como parque de caça e recreio da família real. Foi entregue ao ISA em 1910, para aqui se instalar o edifício construído de raiz para o ISA, inaugurado em 1917.

19


BIOLOGIA NO ISA Os cursos de Biologia do ISA, tanto de 1º ciclo (licenciatura) como de 2º ciclo (mestrado) estão já adequados a Bolonha. A Biologia é uma ciência em franca expansão no mundo atual, com numerosas aplicações práticas e avanços teóricos, com crescente importância socioeconómica, política e filosófica. A expansão das ciências biológicas tem sido feita especialmente à custa do desenvolvimento de interfaces com outras áreas científicas mais aplicadas, como sejam a biofísica, a biotecnologia e a ecologia. O ISA é uma das escolas com maior experiência no domínio da Biologia Aplicada e os futuros licenciados e mestres em Biologia beneficiarão desta visão especial e única que a escola lhes oferece.

PLANO DE ESTUDOS 1º e 2º CICLOS 1º Ano

2º Ano

Unidade Curricular/ECTS

3º Ano

1º SEMESTRE

Álgebra Linear Biologia Molecular Física I Microbiologia Química Geral

6.0 6.0 6.0 6.0 6.0

Biologia Animal Biologia Vegetal Estatística Meio Terrestre e Aquático

8.0 8.0 6.0 8.0

2º SEMESTRE

Unidade Curricular/ECTS

Análise Matemática Biologia Celular Física II Bioquímica Botânica e Zoologia

6.0 6.0 6.0 6.0 6.0

Ecologia Fisiologia Vegetal Genética e Genómica Microbiologia Funcional

6.0 8.0 8.0 8.0

Unidade Curricular/ECTS Biologia do Desenvolvimento Fisiologia Animal Técnicas Laboratoriais Optativa Química Geral 6.0 Biodiversidade e Conservação Bioinformática Biotecnologia Projeto

8.0 8.0 8.0 6.0 6.0 6.0 6.0 12.0

2º CICLO (MESTRADO) 2º SEMESTRE

2º Ano

1º Ano

1º SEMESTRE Genética Quantitativa e Melhoramento de Plantas Métodos de Análise Molecular Transcriptómica e Proteómica Optativa Optativa Dissertação 6.0

6.0 6.0 6.0 6.0

Biologia do Stresse Biótico Ecofisiologia Molecular Genómica Funcional das Plantas Biologia Computacional Optativa

6.0 6.0 6.0 6.0 6.0

60.0

20


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.