Jornal Sê... Junho 2011

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Impressão digital A Comunidade em notícia

Viver agora, sem amanhã... •O

“Na juventude aprendemos, com a idade compreendemos”. Marie von Ebner-Eschenbach Cada época da história tem as suas características próprias que vão delineando a especificidade de cada uma. Sem dúvida que a época que atravessamos é caracterizada pelos profundos avanços tecnológicos - é a geração digital! Naturalmente todos percebemos as enormes potencialidades que estes meios nos proporcionam e vamos tentando usufruir deles para nos integrarmos neste nosso tempo, sem nos sentirmos ultrapassados de um dia para o outro. Esta é uma tarefa muito difícil, porque o tempo corre demasiado depressa e o ritmo das mudanças e das actualizações nem sempre nos deixam assimilar umas novidades para já nos estarem a impingir outras… temos de deixar de pensar em função da última moda, sob pena de não conseguirmos viver nenhuma delas… Se, para nós adultos, este equilíbrio é extremamente difícil, torna-se muito mais doloroso para os mais jovens que ainda não têm uma personalidade formada e são partidários da última novidade… educar as novas gerações para este equilíbrio do tempo, para o saber valorizar o passado em função do futuro e não viverem apenas o momento presente, frequentemente se apresenta como uma tarefa inglória, porque o fascínio da modernização constante nem sempre deixa espaço para tirar partido do anterior… Em tempo algum o sentido do relativismo foi tão evidente… o que agora vale, logo já não vale… o que hoje é o último grito, amanhã já está ultrapassado… e a sociedade mercantilista recicla novidades como quem vira uma página que mal começou a ser lida ou escrita… Esta circunstância arrasta consigo uma geração demasiado superficial… preocupados apenas em estarmos actualizados, corremos o risco de viver a vida apenas à tona, sem profundidade, sem reflexão, sem assimilarmos as coisas e sem referências duradouras… e se é assim em relação ao passado, mais ainda em relação ao futuro… os alicerces destas vidas fundadas na superficialidade, são tão frágeis quanto as novidades… e quando falham os alicerces, a casa cai… e quando o futuro não importa, o que vale é mesmo o momento presente, vivemos a vida em função do agora que se reduz ao prazer momentâneo que é tão fugaz como o presente… Não consigo imaginar onde nos leva esta filosofia de vida, mas preocupa-me este relativismo tirano que bloqueou a capacidade de pensar e reflectir, de valorizar a história e aprender com os outros, de preparar o futuro e criar raízes sólidas para o amanhã… o que importa é ter o telemóvel da última geração, o último modelo da play-station com os jogos mais actuais e “curtir” o momento, porque “a vida é um momento”. Preocupa-me esta geração de “novas oportunidades” que transforma as oportunidades em oportunismos, nivelando-se por baixo em função do facilitismo em vez de querer marcar a diferença e assumir a qualidade… preocupa-me esta mentalidade de gente de barriga cheia e mente vazia… preocupa-me esta geração que vive do imediato esquecendo o ontem e o amanhã… preocupa-me esta mentalidade que rapidamente se impôs por caminhos de futilidade e que não vai ser fácil de alterar, sobretudo não vai ser possível alterar sem dor… Se aos jovens se desculpam estas leviandades, porque já nasceram com eles, são mais um produto do que os verdadeiros obreiros desta mentalidade, dos adultos espera-se algo mais, a capacidade de tentar compreender o caminho em que se deixaram enredar e a capacidade de tentar alterar as regras do jogo, porque quem tenta viver apenas do presente, arrisca-se a não viver, pois este é um momento tão fugaz que mal o percebemos já deixou de o ser e tornou-se passado e deixamos de o viver… Nós, adultos, temos diante de nós uma tarefa grandiosa - deixar às novas gerações o sentido do reconhecimento pelo valor da herança que lhes deixamos, mas também o sentido da esperança para continuarem a acreditar no futuro como algo de belo e grandioso que é necessário construir com empenho e dedicação, valorizando o agora em função do amanhã e não apenas o momento pelo prazer que ele tem… não podemos criar uma geração de jovens inconsequentes que não medem o alcance dos seus actos, pura e simplesmente porque não foram educados para a responsabilidade… Para vós, jovens, que passastes de “geração rasca” para “geração à rasca”, deixo um convite - tornai-vos merecedores do “presente” que vos legaram, preparando-vos para viver o “futuro” como verdadeiros protagonistas e construtores de algo válido de modo a que deixeis o mundo melhor do que o encontrastes, como dizia Baden Powell, sobretudo melhor do que aquele que hoje vos é oferecido… não queirais ser “coveiros” desta civilização que vai morrendo aos poucos por não querer agarrar a vida como um projecto a construir, mas como produto acabado que nos impõem de mão beijada como presente envenenado… não queirais viver a vida que vos obrigam a viver, mas aquela que vós escolherdes!

Pe. José Augusto Página 2

Mês de Maio começou com a Peregrinação da Paróquia a Nossa Senhora do Viso. Ela assinalou, simultaneamente o início do mês de Maio em que celebramos a Mãe do Céu e o dia da Mãe em que lembramos as mães terrenas. Apesar do mau tempo que se fez sentir, não deixámos de realizar a nossa peregrinação rezando e cantando os louvores de Maria e pedindo pelas nossas mães. A missa campal e a procissão de encerramento tiveram igualmente lugar numa clara manifestação de fé e devoção à Mãe. • Ao longo do mês de Maio fomos celebrando a devoção do Mês de Maria. Nos vários lugares da paróquia se rezou o terço em comunidade como forma de agradecer graças e de invocar a protecção da Mãe para os, nem sempre fáceis, caminhos da vida. Certamente ela não deixará de ser sensível às nossas preces. • No dia 8 celebrámos a Comunhão Pascal no Lar de Idosos. Mais uma vez se reuniu a família da Santa Casa para celebrar a sua Páscoa. Iniciámos com a celebração do sacramento da Reconciliação e terminámos com a Eucaristia solene concelebrada por vários sacerdotes do arciprestado. No fim desta dimensão religiosa ainda houve tempo para uns momentos de convívio à volta da mesa com o lanche de confraternização. • No dia 21 celebrámos a nossa Procissão das Velas. Em caminhada de devoção à Mãe, com as velas acesas e uma fé convicta, fomos cantando e rezando com Maria ao encontro de Seu Filho na igreja paroquial, onde concluímos com a eucaristia. Que Nossa Senhora abençoe as nossas preces e nos conceda as graças que lhe pedimos. • No dia 22 (4º Domingo de Maio) celebrámos a peregrinação do concelho a Santa Maria de Cárquere. Em conjunto com as restantes comunidades do concelho, mais uma vez nos dirigimos a este santuário onde sentimos mais viva a nossa dimensão comunitária e a nossa filiação Mariana - somos terra de Santa Maria. • No dia 28 decorreu no Touro (Vila Nova de Paiva) a XXVI Jornada Diocesana da Juventude. Juntamente com os jovens provindos de toda a diocese, também os jovens de Resende participaram nesta jornada, demonstrando que a firmeza da sua fé está “enraizada e edificada em Cristo”. Que essa chama não se apague, mas antes se propague aos demais para solidificação desta Igreja de rosto jovem que preanuncia os novos tempos. Nº 177/ Ano XV


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