NL 15

Page 1

Loures Notícias de

ANO 2 | Nr.15 MENSAL | 4 JULHO 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Valorsul continua em ebulição Câmara contesta parecer da Autoridade da Concorrência e aumenta críticas após conhecer a proposta vencedora da privatização.

Pág. 3

O fim de "Loures em Congresso" Mais de 3000 pessoas presenciaram as dezenas de iniciativas do “Loures em Congresso” durante 100 dias. Resta agora fazer o balanço de uma iniciativa que visa preparar o futuro.

Pág. 6

100 anos a ajudar o próximo A Associação Luís Pereira da Mota celebrou o seu centenário demonstrando que não quer parar no tempo, apresentando objectivos para o futuro.

Pág. 8

Festival do Caracol a chegar Um dos festivais mais aguardados do ano está a chegar. De dia 10 a 26 de Julho aproveite para saborear esta iguaria de todas as maneiras e feitios.

Pág. 11

pub

CONDECORADOS

CONHEÇA A LISTA

São oito os homenageados, quatro lourenses, um a título póstumo (Herberto Goulart) e quatro instituições. Este é o rescaldo das distinções de 2015 do Munícipio. Pág. 4


2

Loures Notícias de

EDITORIAL

Crónicas saloias

Julho – o mês de Loures Pedro Santos Pereira Director

Ficha Técnica

O mês de Julho é o mês do aniversário do Município. No dia 26 celebrar-se-ão 129 anos. Mais de um século de altos e baixos, mais de 100 anos sem que a zona saloia se conseguisse assumir como algo mais do que um subúrbio. As razões serão díspares, seguramente, mas está na altura de Loures e os lourenses emergirem. Alguns passos já foram dados nesse sentido, casos da criação da associação A2S, que poderá trazer investimento para o Concelho, assim exista empreendedorismo da nossa parte, do Festival do Caracol, que ano

após ano se vai afirmando no panorama de festividades nacionais, o “Bairro i o Mundo”, que no Conselho da Europa é visto como um caso de sucesso e um exemplo a seguir. A aprovação do PDM e, esperemos, que a resolução de mais algumas AUGI’s e um ordenamento planeado, a luta contra a privatização da Valorsul, mostrando que quando é necessário também batemos o pé. Aliado a isto temos paisagem natural, temos gastronomia, temos monumentos, temos associações activas, temos cultura, temos desporto

e campeões, temos história e temos pessoas com valor, como atestam as condecorações municipais. Com tanta coisa temos de ir mais longe e deixar de viver à sombra da capital. Não por inveja ou desdém, longe disso, sentimentos menores não devem fazer parte do nosso vocabulário, mas porque nós também somos fantásticos e inovadores e queremos contribuir para que este País evolua, o que só é possível se também nós formos maiores. Para isso é necessário deixarmo-nos de rivalidades, de perceber que o Túnel do Grilo

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Constança Lameiras Colaborações: Ana Rodrigues, Anabela Pereira, André Julião, Filipe Amaral, Florbela Estêvão, Francisco Rocha, João Alexandre, José Reis Santos, Joyce Mendonça, Lucília Bahleixo, Martim Santos, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rui Pinheiro, Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Direcção Comercial: geral@ficcoesmedia.pt Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

só serve para unir os habitantes deste Município e não para gerar uma divisão. Devemos vibrar com os feitos de um sacavenense, da mesma forma que vibramos com os de um bucelense. Numa altura em que os projectos inter-municipais estão na moda, devíamos unir-nos e criar projectos inter-freguesias, fazendo das fraquezas forças e aproveitando as sinergias. E que não seja uma obrigatoriedade serem da mesma cor política, pois qualidade e mediocridade existem em todos os partidos. Temos de dar mais valor ao que somos e ao que

fazemos, sem nunca esquecer que temos uma tarefa árdua pela frente, mas que temos capacidades para a ultrapassar. A melhor forma de ir melhorando o Mundo é começando com aqueles que nos estão mais próximos. Vamos aproveitar este aniversário para renovar votos de optimismo e de disponibilidade para uma Terra que precisa de nós e que estes durem, pelo menos, até ao 130º aniversário, aí voltamos a renová-los. Valorizar o Concelho é valorizarmo-nos todos.

Contactos

Geral 219 456 514 | noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Editorial pedro_pereira@ficcoesmedia.pt Comercial filipe_esmenio@ficcoesmedia.pt

Notícias de Loures


Loures Notícias de

ACTUAL

3

Valorsul

continua a dar que falar

Município indignado com parecer favorável da Autoridade da Concorrência (AdC) para a privatização da EGF. Preocupações aumentam após acesso à informação da proposta vencedora, da SUMA. A concentração da SUMA e da EGF viola a Lei da Concorrência ao criar entraves significativos à concorrência no mercado dos resíduos e ao permitir que a SUMA venha a adquirir posição dominante no mercado dos resíduos em Portugal. É desta forma que o Município de Loures vê o projecto de decisão da AdC, apontando-lhe ainda “falhas graves”. Para a Câmara de Loures, a AdC “ignorou informação pertinente que lhe foi providenciada, quer pelo Município de Loures como pelos outros contra interes-

sados, bem como não realizou investigação com a profundidade que lhe era legalmente devida”. Em maio de 2015, o Município teve, por decisão do tribunal, acesso à informação da proposta vencedora. Nessa proposta vinculativa, o consórcio vencedor refere que irá tomar uma série de medidas – para o universo das empresas participadas da Empresa Geral de Fomento (EGF), onde se inclui a Valorsul – que irão pôr em causa o desempenho ambiental, económico e social da Valorsul de onde se

destacam: - A diminuição de 512 mil euros anuais em despesas de conservação e reparação. - A diminuição de 96.500 euros anuais em despesas com segurança e saúde no trabalho. - A diminuição de 500 mil euros anuais na gestão da qualidade. - A centralização da manutenção da Valorsul numa entidade externa. - A diminuição do número de trabalhadores, já que, segundo o consórcio, existe um excedente de 25% de trabalhadores.

- A fusão da Valorsul com a Amarsul (empresa de valorização e tratamento de resíduos sólidos da Margem Sul). - A construção da 4ª linha de incineração para receber resíduos da Amarsul e de outras zonas do país. Para além das questões com fortes impactes ambientais, sociais e económicos, está também previsto o aumento em 25 por cento das tarifas a pagar pelo tratamento dos resíduos, aumento esse que será pago pela população. Foram estas as razões que leva-

ram o Município a convocar uma sessão pública, que se realizou no dia 30 de Julho, pelas 21 horas, no Pavilhão José Gouveia, em São João da Talha. Entretanto várias associações, colectividades e sindicatos marcaram uma concentração, para dia 8 de Julho às 18 e 30, no Largo da Sociedade 1º de Agosto, em Santa Iria de Azóia.


4

Loures Notícias de

ACTUAL

Os condecorados de 2015 Numa das várias iniciativas para comemorar o 129º aniversário do município de Loures, a Câmara irá distinguir várias personalidades que muito têm feito em prol do Concelho. Deixamos aqui os homenageados e o suporte para tal distinção.

MEDALHA DE HONRA DO CONCELHO Herberto de Castro Goulart da Silva (a título póstumo) Nasceu a 10 de Maio de 1934, nos Açores, Herberto de Castro Goulart da Silva. Fundou o Welker Futebol Clube e promovia sessões de cinema, na garagem do avô paterno. Em 1948, Herberto Goulart vem para o Continente. A sua primeira morada foi na vila de Loures, localidade em que viveu durante cerca de quatro anos. Em 1951, ingressou no curso de "Económicas", no então Instituto Superior de Economia e Finanças, actual ISEG. Regressa ao concelho de Loures. Em Sacavém descobriu a vida

dura da classe operária e aprendeu com a sua determinação na luta por direitos e por um salário digno. Despediu-se da condição de burguês (embora sem nunca renegar as suas origens). Foi sempre um intelectual comprometido com a classe operária. Participante activo no movimento estudantil antes do 25 de Abril tendo sido dirigente de várias associações estudantis. A PIDE desencadeia a célebre perseguição ao chamado "grupo dos Economistas" e Herberto Goulart, militante do PCP e com

tarefas na organização do grupo, inicia, a pé, a fuga para França, sendo detido em Espanha. Preso no Aljube, depois em Caxias e sujeito ao tribunal plenário que o sentenciou a prisão. Nas longas horas de interrogatórios fazia sempre a mesma exigência: "só respondo quando me tratar por doutor". Exigência que apenas lhe valeu a célebre "tortura do sono". No final de 1964, sai da prisão de Caxias. Candidato à Assembleia Nacional pela Comissão Democrática Eleitoral/CDE de Lisboa, em

1973, é nessa qualidade que Herberto Goulart é novamente preso pela PIDE. Foi também membro da Comissão Executiva da CDE, desde 1970 até à sua passagem a partido político, o MDP/CDE, em 1974. Intimamente ligado a Sacavém, Herberto Goulart foi co-fundador das Salas de Estudo e da Secção Cultural do Sport Grupo Sacavenense, onde se instalou a primeira biblioteca "pública" de Sacavém. Candidato nas listas das coligações FEPU, APU e CDU,

Herberto Goulart pertenceu à Comissão Administrativa da Câmara de Loures, onde foi vereador. Foi deputado na Assembleia da República entre 1980 e 1983, eleito pelo MDP/CDE. Os laços ao concelho de Loures perduram, passando recentemente a estar ligado à futura Biblioteca Municipal Ary dos Santos, a quem a sua família doou um fundo documental considerável.

Conta com cerca de 600 sócios. Tem como actividades regulares: o rancho adulto; o rancho infantil; quatro classes de ginástica; futebol feminino; formação de concertinas; orquestra; e museologia. O Rancho de Folclore e Etnografia "Os Ceifeiros da Bemposta", fundado em 1967, dedica-se sobretudo à recolha, estudo e divulgação das mais antigas tradições populares da região saloia, no que respeita a trajes, cantigas,

danças e costumes. O cantar ao desafio, o abegão, os pregões e a encenação, tão característicos do final do século XIX e início do século XX. Em 1969 é criado o rancho infantil, que em 1991 assume um carácter mais específico. O grupo possui ainda um vasto núcleo museológico — o Núcleo Museológico Luís Serra - que expõe peças raríssimas, que serviram de suporte à elaboração dos trajes.

Quatro décadas volvidas, importa preservar o património do Grupo Musical e Recreativo da Bemposta. Se o global pode transformar o local, não é menos verdade que um local forte, enraizado e entronizado, saberá sempre aproveitar o melhor que o global tem para oferecer, sem perder a sua alma. Com o trabalho do Grupo Musical e Recreativo da Bemposta, a "alma saloia" encontra-se defendida e disponível para partilha.

Grupo Musical e Recreativo da Bemposta Fundado a 21 de Janeiro de 1951, tem por objectivo a dinamização cultural, recreativa e desportiva, devendo a sua fundação a uma formação de jazz. Em Setembro de 1967 foi fundado o Rancho Folclórico, pelo qual têm passado centenas de elementos que se dedicam à preservação e conhecimento da cultura da região. Em 1997, foi inaugurada a nova sede, fruto da união e do trabalho das pessoas da Bemposta.

MEDALHA MUNICIPAL DE SERVIÇOS DISTINTOS Carlos Manuel Ramalheiro Mota Nasceu em Março de 1969 e foi nadador de competição até aos 18 anos de idade, altura em que, por doença, foi forçado a abandonar a prática da modalidade, dedicando-se ao seu ensino. Trabalhador da GesLoures com a categoria de técnico de natação desde 1992, Carlos Mota deu aulas desta modalidade até 2000, ano em que é convidado a exercer funções de treinador da equipa de natação adaptada, grupo que acompanha até hoje. Contribui, assim, para o ensino da natação a pessoas com deficiência, tendo alguns dos seus atletas atingido o mais elevado patamar competitivo através da participação em Jogos Paralímpicos.

A nível de formação, alcançou a classificação nacional de treinador de 3º nível, com treino de alto rendimento de natação, na Federação Portuguesa de Natação. Actualmente é o técnico de natação adaptada, em Portugal, com maior número de nadadores presentes e medalhados nas várias competições, sendo titulares de elevado número de recordes nacionais e mundiais. Várias têm sido, também, as suas participações em congressos, conferências e seminários, designadamente como prelector no Congresso Anual da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação. Desde o ano 2000 que Carlos Mota tem construído uma carreira de relevo enquanto

treinador de natação, acompanhando os seus nadadores em Jogos paralímpicos e Campeonatos da Europa e do Mundo, de Natação Adaptada. A participação mais recente foi no campeonato do mundo que se realizou em Glasgow, na Escócia, já este ano, com apuramento de dois nadadores. Entre outros galardões em 2015 foi eleito o "Treinador do Ano" pela Associação Portuguesa de Técnicos de Natação. Carlos Mota tem contribuído, de forma notável, para a divulgação, desenvolvimento, formação e promoção da Natação Adaptada no concelho de Loures.


Loures Notícias de

ACTUAL

5

MEDALHA MUNICIPAL DE MÉRITO António Alberto Bastos Pimparel (Beto) António Alberto Bastos Pimparel ou Beto como é conhecido, nasceu em Loures, a 1 de Maio de 1982. Iniciando a sua carreira na União Desportiva Ponte de Frielas, um dos mais emblemáticos clubes de futebol do Concelho de Loures, cedo deu nas vistas tendo sido transferido para o Sporting Clube de Portugal, onde completou a sua formação como jogador. Para além do seu palmarés de vitórias, é presença assídua na Seleção Nacional, notabilizando-se enquanto jogador de futebol. "Beto" como é carinhosamente chamado pela comunidade que o viu nascer, participa em diversas acções de sensibilização junto de escolas e associações do concelho de Loures. Joga actualmente no Sevilha FC, clube onde venceu as duas últimas edições da Liga Europa da UEFA, troféu que já tinha conquistado em 2010/11 ao serviço do FC Porto. Por todos os serviços prestados ao futebol nacional e à nação, pelo prestígio que traz à cidade de Loures, pelo carinho que nutre pela nossa cidade e seus conterrâneos, é um exemplo a seguir.

Dj Marfox Nascido em Junho de 1988, em Lisboa, Marlon Silva adopta para si o nome artístico DJ Marfox, quando começa a actuar como DJ, em 2001. Filho de emigrantes de São Tomé e Príncipe, é influenciado pelos ritmos africanos do kuduro, quizomba, funaná e tarraxinha, misturando-os com os sons urbanos do house e techno. Cria um conceito de música original

que os jornalistas estrangeiros descrevem como "ghetto sound of Lisbon". Em 2006, publicou a compilação "DJ's do Ghetto Vol. I", considerada como o primeiro álbum do novo som afro-português. Fez história na música de dança portuguesa devido à rapidez com que se propagou através dos meios digitais. DJ Marfox é a figura principal do conjunto de músi-

cos da segunda geração de emigrantes das ex-colónias africanas, já nascidos e criados em Portugal, frequentemente em bairros sociais dos arredores da capital. Este som rapidamente ultrapassou as fronteiras portuguesas e é hoje apresentado em festivais e clubes europeus, mas também do outro lado do Atlântico, no Brasil e Estados Unidos

da América. DJ Marfox é já um ícone da cultura urbana e suburbana, uma referência no "Ghetto Sound" e no panorama musical e artístico contemporâneo, aquém e além fronteiras. É uma referência para todos os que se empenham em dar aos bairros — como a Quinta do Mocho — a dignidade a que têm direito.

matéria. Foi neste espírito nascido da Constituição de Abril que a Escola Pública assumiu um papel charneira no desenvolvimento nacional. Não se torna necessário um grande esforço de memória para nos recordarmos das tremendas dificuldades de acesso ao ensino no período anterior a Abril de 1974. O conceito de uma edu-

cação universal, gratuita e de qualidade permitiu multiplicar o número de licenciados, bacharéis e outros diplomados no país. O estabelecimento de um sistema de ensino obrigatório, que trata em plano de igualdade todos os cidadãos, é a melhor garantia de igualdade de oportunidades que existe no nosso país. Assim, e

querendo valorizar a Escola Pública, mas também os seus intervenientes - alunos, professores, assistentes operacionais e técnicos, e demais comunidade educativa — o município de Loures pretende reconhecer este insubstituível papel no desenvolvimento do país e naturalmente do concelho.

da juntamente com o seu irmão e um grupo de amigos, sendo convidada em 2003 para integrar a banda de David Fonseca, onde acaba por assumir o nome artístico de Rita Redshoes, permanecendo até 2009. Cantora e compositora, Rita Redshoes lançou o seu primeiro álbum a solo em 2008. Desde então acrescentou mais dois álbuns de originais à sua discografia. Já em 2012, Rita Redshoes

é agraciada, pela revista Portugal Protocolo, com o Prémio Femina por mérito nas Artes Musicais, um galardão que visa premiar as mulheres portuguesas que se tenham distinguido na sociedade Portuguesa. Com o ano de 2015, veio a aposta na escrita, com a publicação do seu primeiro livro "Sonhos de uma rapariga quase normal". Neste mesmo ano é convidada, no âmbito das comemora-

ções municipais do Março Jovem, a partilhar a sua experiência de vida numa conversa com alunos das escolas secundárias do concelho de Loures. Esta já longa e premiada carreira, permite a Rita Redshoes ser considerada, aos 34 anos, como uma das mais talentosas compositoras da sua geração e uma intérprete de rara capacidade.

Escola Pública A constituição Portuguesa de 1976 define, nas tarefas fundamentais do Estado, o assegurar o ensino e a valorização permanente (art. 92). Na mesma constituição está defendido o direito a aprender e a ensinar (art. 432). Por fim, a constituição dedica todo um artigo (742) ao ensino, definindo as competências e obrigações do Estado nesta

Rita Redshoes Rita Pereira, natural de Loures, nasceu a 10 de Julho de 1981, manifestando desde cedo uma enorme vocação artística. Integrou, enquanto baterista, logo aos 15 anos, o Grupo de Teatro Ita Vero da Escola Secundária José Afonso, em Loures, estabelecimento de ensino que frequentou. Em 2000, Rita Pereira é teclista e vocalista dos "Atomic Bees", banda cria-

Associação Empresarial de Bucelas Constituída no ano 2000, a Associação Empresarial de Bucelas nasce para fazer face à necessidade de resolução de problemas transversais a todos os sectores económicos, que afectavam gravemente os interesses da freguesia. Actualmente, é composta por 54 empresas. Em Julho de 2010 a actual direcção tomou posse e, desde então, a associação estabeleceu objectivos que são a colaboração no processo de legalização das empresas, o desenvolvimento de actividades culturais e a elaboração de parcerias com algumas empresas. Luta ainda pela legalização de algumas instalações empresariais. De relevar o seu papel na discussão pública do Plano Director Municipal, o empenhamento no processo que abriu caminho à futura construção da variante a Bucelas, bem como a permanente disponibilidade para trabalhar em parceria com as instituições públicas. Contribuem para o progresso, a par de uma significativa actividade de responsabilidade social.


6

Loures Notícias de

LOCAL

Loures em Congresso terminou Rui Pinheiro Sociólogo

Fora do Carreiro A salamandra alpina e o PDM Do que consegui apurar, a salamandra alpina é a espécie cujo tempo de gestação é o mais prolongado de todos os que se conheciam. Uns módicos 3 anos e 2 meses. Quer dizer, era. Porque já não é. Agora, o recorde absoluto e, seguramente, imbatível por muitos e muitos anos é o da gestação de um PDM, em Loures, durante 15 anos e 2 meses. De facto, a revisão do PDM de Loures teve início em Abril do ano 2000, com a gestão CDU da Câmara Municipal à época. O parto, por cesariana, teve lugar, em Junho de 2015, e coube à CDU, que regressou à gestão municipal 12 anos depois, a operação. O PS teve portanto o nascituro, no saco amniótico, durante 12 longuíssimos anos. Na natureza, há uma explicação para tudo. Com o PS, não houve explicação para nada. O PDM agora aprovado, teve ainda de ser alvo de um novo período de discussão pública – com o PS ninguém teria sido ouvido – e, com isso, introduzidas variadíssimas melhorias, tornando o documento menos mau do que se temia. Não nos deteremos em detalhes técnicos, mas não pode deixar-se de assinalar a sua enfermidade estrutural, que é a de não ter qualquer visão ou rumo estratégico para o Concelho. Ou seja, com o PS, não se conseguia perceber o que se queria ou para onde se ia. Apenas se consegue perceber que o documento procurava corresponder a uma amálgama de interesses privados e particulares. Por isso, se saúda a iniciativa do actual Presidente da Câmara Municipal, Bernardino Soares que, não podendo (e não devendo) recomeçar um PDM de novo, avançou com melhorias ao documento, fê-lo aprovar e desencadeou os trabalhos da elaboração de um Plano Estratégico, com a organização de um “Loures em Congresso”. O Loures em Congresso decorreu em 100 dias de seminários, debates, visitas, análises, diagnósticos e propostas e uma apreciável participação para as circunstâncias. O processo e metodologias e, sobretudo, os horários, estiveram longe de ser perfeitos, mas não há dúvida que constituiu uma oportunidade única de participação completamente aberta e voltada a pensar o futuro. Paineis há, dos quais não se percebeu bem, na sessão de encerramento, que propostas apuraram para verter para o Plano Estratégico, mas certamente serão perceptíveis no relatório final do oportuno Congresso. Do que se trata agora é de avançar com o Plano Estratégico, materializar desde já alguns dos projectos como o “Parque da Várzea e Costeiras”, a “Revitalização Urbana de Camarate, Loures, Moscavide e Sacavém” e a “Viragem ao Tejo”. Mas importa ter-se bem presente, que o PDM salamandrico que agora entrou em vigor, vai precisar da mais breve revisão que for possível, para incorporar o rumo estratégico que o Plano Estratégico definir, pelo que este último terá de ser célere e objectivo.

A iniciativa Loures em Congresso termina no dia 27 de Junho, com uma sessão pública que teve lugar às 10 horas, no Pavilhão Paz e Amizade. Depois de cem dias de debate em torno do futuro do concelho, foram apresentadas as conclusões do congresso, visando contribuir para a elaboração do Plano Estratégico do Município de Loures. Segundo

Bernardino Soares são “100 dias para o futuro, com a participação de mais de 3000 pessoas”, cujo objectivo “não é ser um ponto de chegada, mas um impulso para projectos futuros. Precisamos projectar a próxima década, para que possamos tomar boas decisões todos os dias”. Foi um amplo debate, iniciado a 12 de março pela Câmara Municipal de

Loures, com dezenas de iniciativas que juntaram por todo o concelho autarcas, empresários, dirigentes associativos, professores, diversos convidados e entidades de dentro e de fora do concelho e a população. Começando com a temática do poder local, passando pelos serviços públicos, transportes e mobilidade, educação, cultura e desporto, coesão

social e integração, turismo e economia local, até ao desenvolvimento rural, segurança e proteção civil, espaço urbano e ambiente, habitação, conhecimento e inovação, ao longo dos últimos meses discutiram-se temas concretos da vida da população e procuraram-se caminhos para o futuro do concelho de Loures.



8

Loures Notícias de

ASSOCIAÇÃO

Associação Luís Pereira da Mota 100 anos a ajudar A Associação Luís Pereira da Mota fez 100 anos e o Concelho engalanou-se a rigor para aplaudir e comemorar a data. O presidente da associação promete mais projectos para o futuro e a autarquia critica os cortes nos apoios às instituições sociais. Uma acção, em muito elogiada por Maria Eugénia Coelho, vereadora com os pelouros da Coesão Social, Educação e Habitação da Câmara Municipal de Loures: «A Associação Luís Pereira da Mota tem um trabalho muito importante no concelho, na área social e de grande mérito, procurando sempre soluções para os problemas existentes. Fazem um trabalho fundamental no apoio às populações mais carenciadas, por vezes com poucos apoios do Estado Central e da Segurança Social, que deveria ser a entidade que assumiria a responsabilidade nestas áreas. É uma entidade de referência, pois são 100 anos a apoiar quem precisa». A responsável adiantou ainda

Foi no passado dia 6 de Junho que a Associação Luís Pereira da Mota assinalou o centenário da sua existência, com uma festa alegre e muito concorrida, a condizer com os sorrisos que faz nascer nas faces de muitas das gentes do concelho. Numa jornada quente e tipicamente veraneante, a festa contou com a presença de centenas de crianças, idosos e respectivas famílias, contando ainda com um elenco de visitantes VIP. Deste rol, fizeram parte o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, a presidente da Assembleia Municipal e diversos vereadores, assim como o presidente da Junta de Freguesia de Loures e várias altas figuras da sociedade lourense. O dia começou com uma visita à exposição sobre os 100 anos da Associação, onde foram exibidas fotografias, filmes alusivos à época, indumentária e vários objectos pertencentes ao fundador. A animar a festa, brilhavam na grelha sardinhas e bifanas, que iam saindo e saciando os convivas. Refrescos variados acompanhavam os comes e refrescavam as bocas mais sedentas. «Uma instituição que ultrapassa o concelho» O dia era de festa e de convívio. Na cerimónia de abertura da festa, ou sessão solene, o presidente da instituição, José Maria Lourenço, era o espelho da satisfação. «Hoje é dia de festa, porque estamos a comemorar o sétimo aniversário do Centro de Acolhimento Temporário para

Crianças em Risco, festa porque estamos a comemorar o segundo aniversário do Centro de Apoio Integrado e festa porque estamos a celebrar os 100 anos desta instituição», afirmou. «Cem anos de luta contra a pobreza e a exclusão social é a imagem de marca de uma instituição que soube adaptar-se à realidade de cada momento», defendeu o responsável. «Foi a sua ação, durante décadas, quando os direitos da pessoa humana eram renegados, os ‘desvalidos da sorte’ como lhes chamava Luiz Pereira Motta, tiveram na Associação de Assistência e Beneficência Luís Pereira da Mota um porto de abrigo que os soube acolher e apoiar nos momentos mais difíceis de uma vida», acrescentou. «Durante estes 40 anos, muitos homens e mulheres deram as mãos e percorreram este caminho que nos trouxe até aqui, muitas respostas sociais foram criadas, milhares e milhares de crianças, jovens, idosos e famílias foram beneficiários da sua acção», disse ainda José Maria Lourenço. O presidente da Associação Luís Pereira da Mota exemplificou a importante acção social da instituição a que preside com a criação da creche, da creche familiar, do jardim-de-infância, do ATL, da comunidade terapêutica, dos centros de dia, das estruturas residenciais para idosos e de tantos outros projectos que, ao longo de 100 anos, contribuíram para tornar a vida de milhares de pessoas bastante melhor. Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures,

alguns projectos em parceria com a autarquia: «Temos um conjunto de projectos que incentivamos e para os quais contamos com a Luís Pereira da Mota ao nível das redes sociais e de outras áreas, como um ante-projecto conjunto para os sem-abrigo que estamos a desenvolver. É com grande satisfação que vemos que a Luís Pereira da Mota aceitou o repto lançado às instituições do concelho de constituírem Centros de Actividades Ocupacionais. Temos trabalhado no sentido de incentivarmos as instituições a partilhar esta valência, por isso sentimos com muita satisfação que esta parceria dá resultados e, por isso, é para continuar». André Julião

referiu, por seu turno, que a Associação Luís Pereira da Mota «é uma instituição de referência na área social, cujo prestígio ultrapassa as fronteiras do concelho». O edil afirmou ainda que «é de valorizar um conjunto muito alargado de respostas sociais que esta instituição dá, congregando à sua volta muitas vontades que dão vida e ajudam ao seu funcionamento». Bernardino Soares lamentou ainda que «instituições como a Luís Pereira da Mota tenham hoje de substituir o trabalho que entidades da Administração Central deveriam ter, sobretudo num altura em que os apoios da Segurança Social diminuem cada vez mais». O autarca concluiu, defendendo a necessidade de «haver mais intervenção das instituições do Estado para ajudar a apoiar o trabalho de instituições como a Luís Pereira da Mota, um parceiro privilegiado da Câmara Municipal de Loures e da população do concelho». Comemorações do centenário até Dezembro As comemorações do centenário da Associação Luís Pereira da Mota não se esgotaram no dia 6 de Junho. A 12 de Julho, terá lugar o descerramento de uma placa alusiva a Luiz Pereira Motta, na Travessa Luís Pereira da Mota, em Loures e, em Dezembro, mês em que a Associação completa, de facto, os 100 anos, haverá lugar a uma homenagem de todos os associados e beneméritos que contribuíram para a resolução dos problemas sociais da comunidade.

PRÓXIMOS PROJECTOS DA ASSOCIAÇÃO • Apoio às famílias, em parceria com o Banco Alimentar Contra a Fome (iniciado a 5 junho) • Projeto «Desfazemos Nós, Criando Laços», destinado a idosos e deficientes em risco social • Estruturas de apoio aos deficientes – um CAO (Centro de Atividades Ocupacionais) e um Lar Residencial • Estruturas de apoio a idosos (Residências Assistidas)


Loures Notícias de

COMUNIDADES

9

Guineenses de Loures são prova de solidariedade Em tempos difíceis, a comunidade guineense de Loures tem estado mais unida do que nunca para enfrentar a falta de trabalho e de dinheiro. A Casa da Guiné tem-se multiplicado em iniciativas de apoio social. Unida, alegre e solidária. É assim que Soares Parente, presidente da Casa da Guiné, classifica a comunidade guineense a viver em Loures. Empenhado em ajudar todos os que precisam, Soares Parente luta contra a falta de meios e o aumento das necessidades das famílias, sobretudo em zonas como a Quinta do Mocho, onde as pessoas estão a passar muitas dificuldades. Qual a dimensão da comunidade guineense do concelho de Loures? É-me difícil neste momento dar um número exacto. No entanto, há três ou quatro anos, tentámos saber ao certo quantas pessoas temos no concelho de Loures, mas não conseguimos. A nossa estimativa é que sejam acima dos 10 mil guineenses a viver em Loures. Como caracteriza a comunidade? É uma comunidade que inclui

pessoas que já nasceram cá, jovens, pessoas com mais idade e reformados. Relativamente à escolaridade, temos pessoas com formação superior, embora estejam grandemente a trabalhar nas obras. Eu próprio conheço, cinco famílias com formação superior no concelho de Loures, que, dada a situação que o país atravessa, têm trabalhos precários. Há ainda pessoas com escolaridade média e outras com baixa formação e algumas dificuldades. É uma comunidade aberta? Sim, muito aberta. O guineense tem um espírito muito bom, tem um coração de ouro. O guineense é aquele que, numa situação normal, dá o que tem e o que não tem. Já assisti a situações aqui em Portugal em que, com o espírito de solidariedade e de ajuda, as pessoas deram de boa vontade. Por vezes pensamos que, se alguém dá um quilo de arroz é porque tem três quilos, mas com os guineenses não é

assim. Nós sabemos abraçar e temos um grande espírito de solidariedade. A comunidade guineense é uma comunidade que gosta da terra, que respeita Portugal e com que se pode conviver sem problemas. Qual a religião predominante? Não temos dados concretos, mas diria que há um equilíbrio entre a religião católica e muçulmana. Há também muitos que não praticam nenhuma religião. A comunidade guineense de Loures tem sofrido muito os efeitos da crise? É uma situação comum a todos. Neste momento, algumas pessoas já estão a regressar à Guiné-Bissau, outras estão a tentar a sorte noutras paragens, nomeadamente em Inglaterra e em França. Numa situação de dificuldade, a comunidade emigrante é que a sofre mais. Há situações em que as pessoas não têm documentos porque não têm trabalho. Sem trabalho, não se consegue a documentação, por isso é um jogo de ping-pong complicado. No entanto, a comunidade guineense tem muita coragem, encara a vida com sentido positivo, na esperança de que melhores dias cheguem. Isto, embora haja pessoas que não têm, às vezes, nem um euro para gastar. As pessoas estão a passar mal. Temos a informação de que a autarquia de Loures tem apoiado a comunidade, sobretudo em termos de alimentação das crianças nas escolas, mas há sempre o problema do fim-de-semana.

Qual a história comum da comunidade guineense em Portugal? Trata-se de pessoas que vieram em busca de uma vida melhor. Acabaram por ficar, também em parte por causa da situação política da Guiné-Bissau, que, em muitos momentos, não oferecia às pessoas a segurança mínima indispensável para viver num determinado país. Mas, neste momento, as pessoas já estão a regressar. Os voos para Bissau normalmente estão cheios, quer de guineenses, quer de portugueses, que estão a investir no país. Que tipo de iniciativas organizam para manter viva a cultura e as tradições da Guiné-Bissau? Temos um grupo cultural que é o nosso orgulho. São pessoas que gostam de dançar, de cantar e de transmitir os valores indispensáveis da cultura guineense. O guineense, em particular, e o africano, no geral, é uma pessoa alegre, que gosta de convívios, gosta de partilhar e de contagiar alegria. De vez em quando, organizamos festas, colóquios, encontros de reflexão, de modo a aproximar as pessoas. Esses momentos de confraternização ajudam a que lancemos temas de reflexão, para que as pessoas pensem e evitem comportamentos desviantes. Gostamos de respeitar o País e de dar a conhecer os valores da nossa cultura e a nossa identidade. No próximo dia 1 de Agosto, vamos fazer uma grande peregrinação ao Santuário de Fátima. É o encontro anual da pere-

grinação africana. Em meados de Setembro, comemoramos o Dia do Imigrante e, a 24 desse mês, o Dia da Independência da Guiné. A partir de Novembro, estaremos já dedicados a preparar o nosso Natal solidário. Houve um ano em que, no Dia de Natal, organizámos um almoço numa escola para pessoas carenciadas, que correu muito bem. Além disso, ainda este mês, vou pedir uma reunião com a Câmara de Loures para ver o que podemos fazer em conjunto. Temos uma comunidade muito forte em Loures e tudo justifica que haja uma maior interacção entre a Casa da Guiné e as instituições da autarquia. Já organizámos encontros na Quinta do Mocho, com estudantes guineenses, e estamos em contacto com as famílias daquela zona, por vezes, até para mediar conflitos e fazer face a problemas que as famílias hoje enfrentam, como penhoras, processos judiciais e outros. Na Casa da Guiné, temos um gabinete jurídico, um gabinete de acção social e um gabinete de desporto e cultura. Gostaríamos de fazer muito mais, mas não é possível porque todas as pessoas trabalham aqui em regime de voluntariado. Mas, é preferível fazer pouco do que não fazer nada. Há dois ou três anos, tivemos que apoiar 133 famílias dos concelhos de Sintra, Loures, Odivelas e até da Moita. Demos bens alimentares, roupas, livros e material didático diverso. Mas, não damos para tudo! André Julião


10

Loures Notícias de

José

Carvalho

Biografia do autor “My work is around and about, around Lisbon and about colours around animals and about portraits My work is about everything and around nothing about the streets and around my work space”. Também conhecido por OzeArv, José Carvalho é um artista plástico sempre à procura do espaço, da cor e do movimento. O seu espaço de criação é uma mistura entre a rua e o atelier. As suas representações, idealizadas a partir de pessoas e personagens e vandalizadas pelo uso diário de tintas e camadas de cor, enaltecem a necessidade de preencher o branco que existe no dia-a-dia de cada um. É perito em retratos, paisagens e pássaros coloridos porque, como diz, “Tenho inveja dos pássaros. Eles sabem voar!”

Biografia da obra A obra que deixou na Quinta do Mocho intitula-se “Sonhos Coloridos” porque pretende precisamente ser um reflexo do “sonho de cores desenhado com amor” pelo artista. Foi inspirada nos padrões que dão cor ao Bairro, às capulanas, às terras de África.

OS ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO


Festival do Caracol Saloio O Festival do Caracol Saloio é uma iniciativa que remonta a 2000, ano em que decorre a primeira edição, junto ao Pavilhão Paz e Amizade, em Loures. É um evento com características únicas, proporcionando aos visitantes um leque variado de pratos destes gastrópodes, desde o tradicional caracol cozido/caracoleta assada ao mais elaborado, servidos por tasquinhas presentes no certame em representação dos mais afamados restaurantes do concelho de Loures. No primeiro ano o festival teve a duração de 5 dias (4ª feira a Domingo) e contou com a participação de 8 tasquinhas e um stand para divulgação de informação turística e apoio ao evento. Nos anos seguintes, e devido ao sucesso da 1ª edição, pensaram-se em novos espaços (mais amplos – que albergassem mais visitantes e mais tasquinhas), numa promoção mais alargada e uma animação variada, na tentativa de fidelizar e atrair mais visitantes. Neste âmbito o nº de lugares sentados tem vindo igualmente a aumentar, tendo atualmente 1200 lugares sentados, distribuídos por 10 tasquinhas, que ao longo de 17 dias confecionam os caracóis das maneiras mais variados que possamos imaginar. O artesanato é igualmente um dos pilares deste evento, onde mais de 50 artesãos demonstram a sua arte. A animação é uma constante, tanto no espaço infantil como animação de palco, onde vários artistas atuam durante os 17 dias do evento. O interesse neste evento já passou fronteiras. Assim foi em 2009 quando Loures entrou para o Guiness com o maior tacho de caracóis do mundo (1.111 kg de caracóis confecionados num tacho com 3 metros de diâmetro) e em 2014 com a filmagem de um programa do “Bizarre Foods”.


FESTIVAL

Caracol Saloio 2015

LHO U J O AO 10›2J6 ZADE UNT I M EA Z A PAV. P

Programa Animação 20:30 > 23:30 10 julho Nelo Ribeiro e Ricardo Fernandes 11 julho 17:00 > 18:00 Rancho Folclórico do Bairro da Fraternidade

18 julho Trio Maravilha 19 julho 17:00 > 18:00 Grupo Folclórico e Etnográfico Danças e Cantares Verde Minho 19 julho CT Duo 20 julho Rafael Vargas 21 julho Rockustico

11 julho Duo Café Creme

22 julho Nuno Ess

12 julho Banda Azul e Amarelo

23 julho Kris Rosa & Zé Carolino

13 julho Jorge Nice Show

24 julho The Wine A-Billy Rollers

14 julho Filipe Alves

25 julho 17:00 > 18:00 União Cultural e Folclórica da Bobadela

15 julho Abel Fava

25 julho Kamané

16 julho Pedro Ribeiro 17 julho Duo Fora de Série 18 julho 17:00 > 18:00 Rancho Folclórico e Etnográfico “Os Frieleiros”

26 julho 17:00 > 18:00 Rancho Folclórico e Etnográfico do Cabeço de Montachique 26 julho Bruno de Jesus

ANIMAÇÃO MUSICAL TASQUINHAS ARTESANATO ANIMAÇÃO INFANTIL/JUVENIL SEGUNDA A SEXTA { 17:00›24:00 SÁBADO E DOMINGO { 16:00›24:00

ENTRADA GRATUITA

Apolo 78 › Caracol à Bulhão Pato › Çahroi (folhado com recheio de caracol) › Empada de caracol › Caracol à Andaluza › Caracol à Rossini › Caracoleta à Saint Germain › Caracoleta à Parisiense › Fuzilli de caracoleta › Pastel de nata de caracol › Bombom de caracol Briónia › Omeleta de caracol › Caracoleta à Bulhão Pato › Caracoleta guisada › Feijoada de caracoleta › Rissóis de caracol › Paté de caracol › Pica-pau de caracol Cantinho do Limiano › Caracoleta à marinheira › Caracol à Limiano › Pasta de caracol › Caracoleta no tacho com chouriça de cebola à moda do chefe › Caracoleta à primavera à moda do chefe › Feijoada de caracoleta › Caracoleta al ajillo › Caracoleta de coentrada › Pataniscas de caracol › Crepes de caracol › Rissóis de caracol Grelhador de Loures › Feijoada de caracóis › Caril de caracóis › Massada de caracóis › Açorda de caracóis › Arroz de caracóis › Caracoletas de coentradas › Caracol à Bulhão Pato › Empadas, rissóis, pataniscas Ímpar › Caracol à saloia › Açorda de caracol › Feijoada de caracol › Caracoleta al ajillo › Salada de caracol › Pataniscas de caracol › Rissóis de caracol › Almofadinhas de caracol › Paté de caracol › Caracol à Bulhão Pato Ludecénio › Chili de caracoleta › Champignon de caracol › Caracoleta à Bulhão Pato › Caracoleta au cerveja › Mitra à Espanhola

Retiro do Minhoto › Caracoleta no forno com manteiga de ervas › Espetada de caracoleta › Ensopado de caracoleta › Caracoleta à Bulhão Pato › Caracoleta à minhota › Caril de caracoleta com arroz › Caracoleta à mexicana › Rissóis de caracol › Pataniscas de caracol › Caracoleta em manteiga perfumada com alho e salsa R&R Café › Caracoleta à lagareiro › Ensopado de caracoleta › Feijoada de caracoleta › Caril de caracoleta Salero › Guilho de caracoleta com camarão salteado › Caracoleta com pimentos padron ao alhinho e azeite › Caracoleta assada com molho ardente de manteiga e mostarda › Risoto Al Néro di Sépia com caracoleta e choco algarvio › Caracoleta frita à Bulhão Pato › Revuelto de ovos c/ farinheira, caracoleta e estaladiços de Milho › Caril de caracoleta com manga tropical à moda de Gôa e arroz basmati › Feijoada de caracoleta com búzios e chouriço de Barrancos › Caracoleta à saloia em cama de cebolada e piripiri sacana › Rissol de caracol › Chamuça de caracol à moçambicana Xurrasku´s › Farinheira com ovos e caracóis › Tiborna medieval com caracóis na telha › Caracoleta assada com molho especial › Caracoletas salteadas com migas saloias › Feijoada de caracoleta › Caracoletas à Bulhão Pato › Caracoleta com molho de cervejeira › Salada fria com gambas e caracoletas


"

São 17 dias de animação nos quais a tradição saloia se eleva e ganha maior dimensão.

De 10 a 26 de julho, Loures recebe a 16ª edição do Festival do Caracol Saloio, o mais emblemático evento gastronómico onde o caracol é rei. Nesta edição, as 10 tasquinhas dos restaurantes participantes voltam a servir variadíssimos pratos, dos mais tradicionais, como os caracóis cozidos ou a caracoleta assada, aos mais criativos, como a Feijoada de Caracoleta ou as Pataniscas de Caracol, passando pelas opções mais inesperadas, como o Pastel de Nata de Caracol. A excelência dos pratos mantém-se através dos rigorosos critérios de seleção adotados para a escolha dos restaurantes presentes, o que eleva o Festival ao nível qualitativo que queremos que seja constante. Também os sabores de Loures estarão presentes através do arinto de Bucelas, do quei-

Nuno Miguel Botelho

Vereador da Câmara Municipal de Loures

jo de Lousa e do pão Saloio, proporcionando várias experiências enogastronómicas. A já habitual feira artesanal, que costuma estar associada ao evento, volta a marcar presença junto ao Pavilhão Paz e Amizade, com cerca de 50 artesãos a mostrar um trabalho de imensa criatividade, ficando os momentos culturais a cargo de ranchos folclóricos locais. De facto, o Festival do Caracol Saloio tem, por um lado, ganho uma dimensão nacional, estimando-se que tenha trazido a Loures, na sua edição anterior, cerca de 100.000 pessoas de todo o país. Mas tem também, por outro lado, despertado a atenção internacional, recebendo em 2014, a visita de Andrew Zimmern, apresentador de Bizarre Foods, do Travel Channel, para a gravação de mais um

episódio do conhecido programa de televisão. Já em 2009, Loures tinha sido notícia com o reconhecimento do Guiness Book pelo maior tacho de caracóis do mundo. Sendo um petisco tradicional, de forte identidade portuguesa, poderá ser também um veículo de divulgação da nossa cultura e gastronomia. É com muito orgulho que verificamos que temos o público e a oferta turística necessários ao sucesso do evento. São 17 dias de animação nos quais a tradição saloia se eleva e

ganha maior dimensão. Se a quiser conhecer, aliada a uma experiência gastronómica única, marcada por vários apontamentos culturais como os ranchos folclóricos ou o artesanato típico, não deixe de visitar o Festival do Caracol Saloio em Loures. Em família, pois existe um espaço infantil com toda a segurança para as crianças, ou com os amigos, a diversão é garantida. Viva Loures – Capital do Caracol Saloio.


FESTIVAL

Caracol Saloio 2015

O H L UO J 6 10›2JUNTO A MIZADE A E Z A P . V A P ANIMAÇÃO MUSICAL TASQUINHAS ARTESANATO ANIMAÇÃO INFANTIL/JUVENIL SEGUNDA A SEXTA { 17:00›24:00 SÁBADO E DOMINGO { 16:00›24:00

ENTRADA GRATUITA

www.cm-loures.pt facebook.com/MunicipiodeLoures


Loures Notícias de

ACTUAL

Câmara a favor da separação de Santo António dos Cavaleiros e Frielas Em reunião de Câmara, no passado dia 24 de Junho, foi votado favoravelmente a extinção da União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, a favor da criação da Junta de Freguesia de Santo António dos Cavaleiros e da Junta de Freguesia de Frielas, tal como existia antes da re-organização autárquica. A votação contou com os votos favoráveis dos veradores da CDU e PS e os votos contra dos vereadores da Coligação Loures Sabe Mudar, encabeçada pelo PSD. Este ponto foi debatido em função da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da Assembleia da República – sob a iniciativa do grupo parlamentar do Partido Comunista Português – ter solicitado ao Município de Loures pareceres referentes aos projectos de Lei números 909/XII e 910/XII, relativos à criação das freguesias de Frielas e de Santo António dos Cavaleiros, respectivamente. Os projectos de Lei propõem a reposição destas duas freguesias, com os mesmos limites existentes até à entrada em vigor da Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro e a consequente extinção da União das Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, criada no âmbito da reorganização administrativa territorial autárquica, operada pela Lei n.º 22/2012, de 30 de Maio. Para a instalação dos órgãos autárquicos das novas freguesias, o Projecto de Lei propõe a nomeação de uma comissão instaladora, que funcionará no período de seis meses que antecede o termo do actual mandato autárquico.

Quinta do Mocho já tem transportes Desde o dia 1 de Julho, a Carreira 300 da Rodoviária de Lisboa, que faz a ligação entre o Campo Grande e a Praça da República, em Sacavém, passará a circular pelo interior da Quinta do Mocho, com paragens na Alameda das Comunidades e na Avenida Amílcar Cabral. Pela primeira vez uma carreira da Rodoviária de Lisboa passa por este bairro, o que significa uma abertura desta empresa em relação à Quinta do Mocho, o que permitirá aos moradores um melhor serviço. Esta melhoria de serviço resul-

ta dos contactos que a Câmara Municipal de Loures tem vindo a estabelecer com a Rodoviária de Lisboa no sentido de procurar ajustar a oferta de transporte público existente às reais necessidades da população.

Novo Plano Director Municipal já está em vigor O novo Plano Diretor Municipal (PDM) de Loures já está em vigor, depois da sua publicação em Diário da República, no passado dia 18 de Junho. Este plano municipal de ordenamento do território, que abrange toda a área do concelho, estabe-

lece as regras a que deve obedecer a ocupação, uso e transformação do solo, bem como a estratégia de desenvolvimento concelhio, atendendo às potencialidades e necessidades locais e tinha sido aprovada em reunião da Assembleia Municipal de 14 de Maio, sob proposta da Câmara. Das alterações introduzidas no novo PDM de Loures, destacamse a diminuição da área urbanizável, a reserva de espaço-canal para concretização das novas vias rodoviárias; as alterações na estrutura do regulamento do PDM, com particular destaque às introduzidas com vista à legalização futura de habitações em

mais Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI); a criação de novas áreas destinadas a polos de actividades económicas, identificadas como oportunidades de desenvolvimento para o concelho e a ampliação de espaços públicos de lazer, como é o caso do Parque Urbano de Santa Iria de Azóia. A revisão do PDM surge no seguimento do segundo período de discussão pública, que decorreu de 18 de Dezembro de 2014 a 30 de Janeiro de 2015. Desta discussão, foram recebidas 63 participações escritas, das quais 58 foram objecto de ponderação. Importa relembrar que a proposta de revisão do

15

O regresso do Galardão de Mérito Empresarial A Câmara Municipal de Loures vai retomar, ainda em 2015, a entrega do Galardão de Mérito Empresarial. As inscrições estão a decorrer e encerram a 15 de Julho. Este prémio do Município de Loures visa o reconhecimento da actividade empresarial desenvolvida no concelho. Esta distinção vai galardoar as empresas que contribuem para o desenvolvimento do Município, através da criação de riqueza, valor e de emprego e que se destaquem pela sua acção empresarial nas áreas de inovação, capacidade empreendedora e internacionalização. O Galardão de Mérito Empresarial terá uma Comissão de Avaliação, composta pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, um vereador de cada força política com representação na Câmara Municipal e representantes da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE), Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS), Associação Empresarial de Comércio e Serviços dos Concelhos de Loures e Odivelas (AECSCLO), Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), União Geral de Trabalhadores (UGT), Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures e Instituto Superior Técnico (IST). PDM já havia sido submetida a discussão pública entre 17 de Setembro de 2013 e 23 de Abril de 2014. Durante esse período, a Autarquia recebeu várias contribuições e introduziu algumas alterações na proposta aprovada no mandato anterior, patentes na versão que seguiu para o segundo período de discussão pública. Ao todo, a este processo há ainda que somar mais de 20 sessões públicas, realizadas em todas as freguesias do concelho, que contaram com a participação de cerca de 2100 pessoas e um debate sobre o PDM dirigido aos eleitos da Assembleia Municipal, anterior à aprovação agora deliberada.


16

Loures Notícias de

CULTURA

Paisagens & Patrimónios Loures e o Termo de Lisboa Florbela Estêvão

Arqueóloga e museóloga

Termo da cidade de Lisboa, Chafariz de Bucelas. Celebra-se, no próximo dia 22 de Julho, mais um aniversário da constituição do concelho de Loures, criado em 1886, data em que, por decreto do Diário do Governo, este território se autonomizou administrativamente, passando a sede do concelho dos Olivais para o lugar de Loures, que à época tinha não só uma maior centralidade, mas sobretudo um peso económico mais significativo. O Artigo 3º da referida publicação menciona que “É transferida para a povoação de Loures a sede dos Olivaes, que passará a denominar-se concelho de Loures”. Aliás, o próprio Diário do Governo aludia a que esta decisão se justificava porque a zona de Loures era a área do distrito de Lisboa que apresentava o maior rendimento colectável, ou seja, esta alteração deveu-se essencialmente a

questões financeiras. Apesar da sua criação naquela data, a nova entidade administrativa só começou a funcionar em pleno no ano seguinte, mais precisamente a 2 de janeiro de 1887, data da primeira assembleia, na qual foi eleito o seu primeiro Presidente, Anselmo Braamcamp Freire. Apesar de nesta altura a agricultura ser a actividade económica predominante, não podemos deixar de referenciar a crescente industrialização que acompanhava a margem do rio Tejo, e essencialmente a via-férrea (eixo estruturante para a implantação das indústrias e dos operários que nelas laboravam), com destaque para a Fábrica de Loiça de Sacavém e também para a Fábrica de Papel da Abelheira (São Julião do Tojal). Assim, a área que actualmente pertence ao município de Loures

esteve durante séculos ligada à evolução da cidade de Lisboa e do seu Termo, sendo este uma zona de influências e de intercâmbios, cujos limites variaram ao longo dos anos, mas que abrangia uma vasta região a norte da capital. Conforme nos refere Augusto Santos Silva, na sua obra “Dispersos”, “Desde épocas bastante remotas, a jurisdição da Câmara de Lisboa e das outras autoridades que presidiam à representação, polícia e administração da cidade não se limitava à área citadina (…) mas estendia-se por um vasto território, ao norte e ao ocidente do povoado que compreendia um certo número de freguesias eclesiásticas de aldeias e lugares, a que se chamava o Termo de Lisboa”. Apesar de ser difícil demarcar com precisão a geografia desse Termo de Lisboa, devido ao facto de ter variado ao longo do tempo, em finais do século XIV, mercê dos benefícios outorgados por D. João I, em 1385 (como prova de gratidão pelos serviços prestados durante a Revolução de 1383-85), o Termo é ampliado, desde o Tejo até Torres Vedras e Alenquer, incluindo Sintra, Vila Verde, Colares, Ericeira e Mafra, tendo sido portanto substancialmente alargado. Já em finais do século XV, parte das terras doadas por D. João I foram desanexadas, pois não figuram no Termo de Lisboa no censo de 1527. Durante o período medie-

val Loures era assim parte do Termo, sendo uma região rica em hortas, em pastagens e, também, em matas. Já em 1251 o rei D. Dinis adquirira matas em Loures, mais precisamente na zona do Correio-mor e esteve muitas vezes em Frielas nas suas casas, as quais mandou melhorar, de forma a ter aqui uma residência condigna de um rei e sua corte. A primeira diminuição significativa da área do Termo é de 1759, com a elevação de Oeiras a vila. Se em 1822 o Termo possuía 33 freguesias, incluindo a de Loures, entre 1826 e 1835 assistiu-se à criação de várias subdivisões administrativas do Termo, o que irá culminar em 1836 com a separação da zona norte deste, ficado ele então apenas com 22 freguesias, a saber: Campo Grande, Charneca, São João da Talha, Olivais, Sacavém, Via Longa, Loures, Bucelas, Ameixoeira, Apelação, Camarate, Santo Estêvão das Galés, Fanhões, Frielas, Lousa, Lumiar, Odivelas, Póvoa de Santo Adrião, Tojal, Tojalinho, Unhos e Benfica. Em 1852 o Termo é extinto e constituem-se dois novos concelhos: Belém e Olivais. Finalmente, uma nova remodelação em 1886, como referido, cria o concelho de Loures. A importância estratégica da cidade de Lisboa e do seu porto é muito antiga, anterior até à antiguidade clássica, havendo várias descrições sobre este

núcleo urbano, uma delas de autoria de Osberno (personagem histórico associado ao cerco de Lisboa de 1147, quando D. Afonso Henriques conquista esta cidade aos mouros com a ajuda de cruzados provenientes do Norte da Europa), que nos diz nas suas memórias sobre a dita conquista: “Era o mais opulento centro comercial de toda a África e duma grande parte da Europa (…). Separa o mundo do céu, as terras e os mares, por isso que ali se acaba o litoral da Espanha, e em volta dela começa o oceano da Gália, e o limite setentrional, terminando ali o oceano Atlântico e o ocidente. Diz-se, por isso, que Lisboa é uma cidade fundada por Ulisses. Os seus terrenos, bem como os campos adjacentes, podem comparar-se aos melhores, e a nenhuns inferiores, pela abundância do solo fértil, quer se atenda à produtividade das árvores, quer à das vinhas. É abundante de todas as mercadorias, ou sejam de elevado preço ou de uso corrente; tem ouro e prata.” A cidade de Lisboa no seu sentido amplo sempre compreendeu o núcleo urbano e a sua respectiva área de influência, ou seja, o seu Termo. Para assinalar os limites deste, e dado que eles variaram no tempo conforme já foi aludido, foram colocados marcos com o símbolo da cidade, a nau e os corvos, representações heráldicas que aliás também foram sofrendo alterações.


Loures Notícias de

CULTURA

O rei D. Afonso Henriques, tendo conhecimento da história, deu ordem para se ir buscar as relíquias de São Vicente, de modo a serem depositadas na Sé de Lisboa. Durante a viagem das ditas relíquias até Lisboa, na barca dos despojos do mártir, poisaram dois corvos, um à proa e outro à popa, que o guardaram durante o percurso. Conhecer a história de um território é saber que essa realidade foi variando, incluindo as suas fronteiras, com a sedimentação de culturas, vivências, e administrações, ou seja, que este território onde hoje vivemos já teve muitas outras configurações, e que elas deixaram traços, vestígios na paisagem, os quais nos apelam para outros tempos, outras pessoas, outros quotidianos, e variados sentidos de identidade e de fronteira. A fronteira, linha simbólica demarcatória do nosso espaço e do dos outros, é um elemento fundamental, até para a compreensão das diferentes representações do território, que foram sendo reelaboradas. Em Bucelas, no largo do coreto, um chafariz ostenta mais uma vez um marco do referido Termo, com a imagem de uma embarcação imponente, de múltiplas velas enfunadas, sugerindo movimento. E para finalizar, existem ainda mais dois marcos do Termo localizados na povoação de Vila de Rei, um deles também junto ao rio, e um outro perto do Casal da Cruz. Estes dois marcos, em termos heráldicos, são semelhantes ao marco de Ponte de Lousa. A referida imagem do município de Lisboa, uma nau e dois corvos, remonta à época de D. Afonso Henriques, e tem as suas raízes na lenda de São Vicente. Segundo tal lenda, no ano de 304, Vicente, diácono do bispo de Saragoça, foi martirizado e lançado ao mar por ordem de Daciano, prefeito romano, tendo o seu corpo sido recolhido por alguns cristãos. Temendo que os restos mortais do santo fossem profanados durante as invasões árabes, colocaram-no numa barca, que aportou junto ao promontório de São Vicente. Ora, se estivermos atentos enquanto deambulamos pelo actual município de Loures, ainda podemos observar alguns marcos do antigo Termo da cidade de Lisboa, num total de seis. Um dos marcos está quase escondido dos nossos olhares, junto à ponte do lugar de Ponte de Lousa, na margem esquerda do rio, e praticamente encostado a uma casa térrea; nele são visíveis os símbolos da cidade (a embarcação e os corvos). Na povoação de Fanhões subsistem dois marcos, um deles encimando um portal privado, localizado junto do largo do coreto, ou seja, próximo da Igreja dedicada a São Saturnino (santo que cuidava das crianças com quebranto); está pintado de branco e azul, facto que possivelmente disfarça a sua antiguidade. Ainda na mesma povoação podemos observar outro marco que encima a magnífica fonte de Fanhões, junto aos lavadouros e ao rio, no qual está representada uma embarcação diferente da anterior.

Termo da cidade de Lisboa, Vila de Rei.

17

Ninho de Cucos

Chet Faker Fenómeno João Alexandre Músico e Autor

A propósito de não uma, mas sim de três actuações de Chet Faker em Lisboa, no espaço de oito dias, se escreve este texto sobre o fenómeno australiano, Nicholas Murphy de seu verdadeiro nome. Depois da excelente apresentação ao vivo no NOS Alive 2014, confirma-se agora a devoção do público português nos coliseus esgotados para as datas de 3 e 4 de Julho e uma repescagem para, praticamente, encerrar o mesmo festival em 2015, mais precisamente no dia 11 de Julho. Entre as compilações de chillout de seu pai e álbuns vocais de jazz de Chet Baker passa muito da formação, influência e aprendizagem deste músico australiano, nascido em 1988 em Melbourne. Murphy decidiu utilizar o nome artístico “Chet Faker” quando se apercebeu que, algumas pessoas, se dirigiam para os seus espectáculos à espera de um outro artista já consagrado e que se chamava igualmente Nick Murphy. Assim aparece Chet Faker num misto de homenagem a Chet Baker, à sua música e estilo de vocalização. A primeira realização de Chet Faker foi dada a conhe-

cer ao público em 2011, através de uma versão de um tema dos Blackstreet “No diggity” e que se tornou viral online, impulsionando o lançamento de um EP “Thinking textures”, com excelentes críticas da imprensa e descrito como um “lounge maravilhoso” subtilmente misturado. Desse EP destaca-se o tema “I’m into you”, que conquista posições de destaque em diversos charts por esse mundo fora. Em 2013 e após algumas colaborações com outros artistas, como Flume ou Temper Trap, e um prémio como melhor novo artista independente, atribuído pela Rolling Stone australiana, Chet Faker lança o single “Melt”, com o convidado Kilo Kish. O álbum de estreia “Built in glass” inclui “Melt” e ainda os singles “Talk is cheap”, “Gold” e “1998”, tendo sido lançado em Abril do ano passado e atingido o 1º lugar do principal top de vendas australiano. Muitos destaques, a rampa para muitos concertos pelo mundo e uma vasta tournée pelo seu País. Este trabalho conquistou, de forma assombrosa, público e crítica. A voz vibrante e poderosa de Chet Faker não deixa

margem para dúvidas e consola-nos emocionalmente, mas são as suas subtis e originais composições electrónicas que destacam o ritmo singular dos seus temas. Ao vivo Chet Faker entrega-se de corpo e alma e essa entrega é tão acentuada e de forma tão apaixonada que não deixa ninguém indiferente, mesmo num estilo que é acima de tudo “downtempo”. O concerto no festival em 2014 prova-o inequivocamente. “Bend” um single lançado formalmente neste mês de Junho, antecipa provavel-

mente um próximo trabalho de maior duração e apesar de conter o mesmo bombo de drumbox, característico do som Chet Faker, deixanos um ar talvez mais funky do seu trabalho, sem abandono da electrónica e que por certo agradará a todos os que ansiosamente esperam pelos seus espetáculos e num ápice esgotaram os bilhetes para o dia 3 de Julho, “obrigando” a organização a concretizar nova data a 4 de Julho e abrindo portas para a inclusão no line up do palco principal do NOS ALIVE.


18

Loures Notícias de

CULTURA

A fotobiografia de Mário Viegas por Filipe Esménio Ricardo Andrade

Comissário de Bordo

Juventude no jardim Há poucos dias tive a oportunidade de, ao abrigo de funções políticas que desempenho, estar na Tomada de Posse dos novos órgãos dirigentes da JSD Loures. Foi num belo jardim do nosso Concelho, num final de tarde pleno de calor, que se reuniu um grande grupo de jovens (e alguns poucos menos jovens). Ao ar livre e com direito a momentos de convívio encontraram-se muitos jovens de diversos pontos do nosso Concelho mas também do Distrito de Lisboa. Uma concentração de um grupo alargado de jovens não é nada de estranho no nosso País e nem é algo de estranho em Loures e dificilmente seria até mesmo algo que me pusesse a pensar durante muitos minutos. Mas num Portugal onde é costume dizer-se que os jovens fogem da política e dos partidos, penso que é de realçar que um grupo pequeno de jovens (neste caso os novos dirigentes da JSD Loures) consiga motivar e mobilizar para um evento político e partidário um número alargado de outros jovens. Foram jovens livres que quiseram ir até aquele jardim ouvir falar sobre política. Foram jovens descomprometidos que quiseram ir até aquele jardim escutar outros jovens e os seus projectos para o futuro. Foram jovens interessados que quiseram ir até aquele jardim mostrar que, afinal, os jovens se preocupam com o que se passa na política em Portugal. Confesso que nunca concordei com a análise negativista de que os jovens não se interessam por nada que os rodeia em geral e pela política em particular. Admito que olho para os jovens portugueses e vejo gente interessada. Afirmo mesmo que olho para os nossos jovens e não vejo gente alienada e despreocupada. Mas não me cabe apenas a mim acreditar que a juventude do meu Concelho é interessada e preocupada com o seu futuro. Cabe também a todos os responsáveis políticos do Concelho. Cabe a todos aqueles que passaram de jovens a adultos a pensar política e que hoje se esquecem do caminho que percorreram. Cabe igualmente aos mais velhos confiarem nos mais jovens. Mas, não sejamos hipócritas! Cabe, acima de tudo, aos jovens mostrarem que não estão fora da sociedade e que não pretendem viver numa redoma de vidro em que outros os protejam. Cabe aos jovens subir a pulso atropelando preconceitos e ideias pré-concebidas de que a juventude é amorfa. Cabe às instituições como a JSD quebrar essa ideia de que a juventude não vive no mundo real em que a política marca a sociedade e vice-versa. Por isso não poderia falar de outro assunto que não fosse aquela moldura humana naquele jardim no Concelho de Loures!! Por isso não poderia deixar de desejar um bom trabalho a quem verdadeiramente representa os jovens do meu Concelho!!

"O Sonho ao Poder, uma fotobiografia de Mário Viegas", foi lançada ao final da tarde de dia 25 no Museu Nacional do Teatro, em Lisboa, procurando transmitir os valores de um homem multifacetado que “não deixava ninguém indiferente”. Filipe Esménio, autor da fotobiografia, procurou dar ao livro a “leveza” suficiente para ser lido pelas novas gerações, mantendo a “força” de uma personagem que “agitou consciências”. Com dezenas de fotografias do espólio de Mário Viegas, o livro mostra o homem, o actor, o “diseur” (declamador), o activista político, o boémio, o homossexual assumido numa época “difícil”. Filipe Esménio afirmou que

mais do que a memória, o livro quer passar os valores que marcaram a vida de Mário Viegas, como o de provar que as crianças podem acreditar nos seus sonhos — começou a fazer teatro aos quatro anos com dois pequenos fantoches – e que é possível fazer diferente (ele próprio assumiu a diferença), ter mais escolhas e mais liberdade. Depois, há a “paixão” pelo teatro e a “missão” de “defesa intransigente da língua portuguesa e dos

Sacavenense campeão distrital A equipa de Juniores B do Sacavenense sagrou-se campeã distrital de futebol. Na final defrontou o Belenenses, tendo empatado em casa a dois e, uma semana mais tarde, foi ao Restelo empatar a três golos. A equipa de Sacavém tornou-se assim campeã, pois marcou mais golos fora. Uma vez mais, a formação do Sacavenense volta a dar alegrias aos seus sócios e a prestigiar o Concelho.

Ai! a Dança enche Coliseu As Academias do Ai! a Dança de Loures, Santa Iria de Azóia, Sintra e Pontinha voltaram a encantar o Coliseu dos Recreios no dia 27 de Junho. Mais um grande espectáculo, cuja assistência pode comprovar, num recinto repleto. É um hábito no final de cada ano lectivo as diversas Academias do Ai! a Dança juntaremse, a exemplo do que acontece no Natal, e espalharem toda a sua magia por todos aqueles que assistem. Um momento em que os aprendizes se tornam estrelas.

seus poetas”. “Mário Viegas agitou consciências e abanou estruturas. Foi desafiante e provocador. Um menino que tinha desde pequeno o sonho do palco e concretizou-o. Nunca desistiu das suas convicções, embora, no fim, talvez tenha desistido parcialmente de si, mas nunca daquilo em que acreditava”, afirma o texto de apresentação do livro. Filipe Esménio, que não conheceu o actor, acabou por, pela circunstância de ter casado com a sua sobrinha, “cheirar, viver, respirar” o universo, público e privado, de Mário Viegas, de forma que se tornou uma “quase obsessão”. Na que foi a casa dos seus pais, em Santarém, escreveu mesmo uma peça de teatro, compulsivamente, num fim de semana, um texto que, com a decisão da Câmara de Lisboa de retirar a Sala Mário Viegas

(um anexo ao Teatro São Luiz) à Companhia Teatral do Chiado, ficou “engavetado”. A saída de Juvenal Garcês do Teatro Estúdio Mário Viegas, que obrigou à retirada de todo o “valiosíssimo” espólio de Mário Viegas (propriedade da companhia), foi, segundo Filipe Esménio, o “gatilho” para se dedicar à tarefa de dar a conhecer a quem nunca conheceu um homem que “não era indiferente a ninguém” e todo o conjunto de valores que marcaram a sua vida. Para esta fotobiografia, Filipe Esménio inspirou-se na “Auto-Photo Biografia Não Autorizada” de Mário Viegas e no livro de José Carlos Alvarez, actual director do Museu Nacional do Teatro. O livro, com 120 páginas e uma primeira edição de 800 exemplares, está à venda em livrarias de todo o país, nomeadamente Fnac e Almedina.



20

Loures Notícias de

SAÚDE

Melanoma O que é e como prevenir Introdução A pele é o maior órgão do corpo: protege-o do calor, da luz do sol, de feridas e de infecções; ajuda a regular a temperatura corporal; armazena água e gordura; e produz vitamina D. A pele tem várias estruturas e vários tipos de células. Um tipo de células são os melanócitos, que produzem melanina, o pigmento que dá à pele a sua cor natural. Quando a pele é exposta ao sol, os melanócitos produzem mais pigmento, fazendo com que a pele bronzeie, ou seja, escureça. Por vezes, surgem proeminências de grupos de melanócitos e de tecido circundante, chamados sinais ou nevos, muito comuns. A maioria das pessoas tem 10 a 40 sinais em todo o corpo. Os sinais podem ser rosados, castanhosclaros ou escuros, ou de uma cor muito parecida com o tom normal da pele. Os sinais podem ser achatados ou volumosos. São, geralmente, redondos ou ovais e mais pequenos do que a borracha de um lápis, podendo estar presentes desde o nascimento ou aparecer mais tarde – geralmente antes dos 40 anos e tendem a desaparecer nas pessoas mais velhas. Como é do conhecimento geral, o Melanoma é um tipo de Cancro de Pele. Surge quando os melanócitos se tornam malignos, replicando-se descontroladamente. O Cancro de Pele pode aparecer em qualquer local do corpo, mas é mais comum em áreas expostas ao sol, como a cara, pescoço, mãos e braços. Existem vários tipos e, apesar do melanoma não ser o tipo de cancro de pele mais frequente, é o mais agressivo e o que causa o maior número de mortes. Se o melanoma for reconhecido e tratado precocemente é quase sempre curável, caso contrário, pode evoluir e espalhar-se por outras partes do corpo, tornando-se mais difícil de tratar e, por vezes, fatal. A incidência do Melanoma tem vindo a aumentar nas últimas décadas, com um aumento estimado em 4-8%/ ano. Em Portugal, a incidência estimada é de 6-8 casos por cada 100.000 habitantes. Actualmente, é o 5º cancro mais frequente em homens e o 7º em mulheres. A chave para prevenir mortes por Melanoma

continua a ser a sua prevenção e detecção precoce, numa fase em que a sua remoção cirúrgica ainda é curativa.

Factores de Risco Um factor de risco é algo que aumenta a probabilidade de contrair uma doença. Ter um factor de risco não é sinónimo de doença, tal como não ter um factor de risco não significa o oposto. Todos estamos em risco de sofrer de melanoma, mas um risco aumentado depende de vários factores: • Exposição a luz solar e luz artificial – Tanto as radiações UVA e UVB são perigosas para a pele. Os típicos factores de risco para o aparecimento de Melanoma são os vulgares “escaldões”, exposição acumulada ao longo da vida e utilização regular de solários. Contudo, o factor de risco mais significativo são as queimaduras solares com bolhas na infância precoce. • Sinais – Existem dois tipos de sinais: Sinais normais – pequenos sinais castanhos, que aparecem nas primeiras décadas de vida; e Sinais atípicos – que podem ser precursores de melanoma. Independentemente do tipo, quantos mais sinais se tem, maior o risco de melanoma. • Tipos de pele – Tal como em qualquer tipo de cancro de pele, pessoas com pele mais clara estão em maior risco. Isto não significa que pessoas de pele mais escura não estejam em risco e que não possam ter cancro de pele. • Idade - A probabilidade de desenvolver melanoma aumenta com a idade, embora a doença afecte pessoas de todas as idades. • História Pessoal – Quando se tem melanoma, está-se em maior risco para recorrência. Igualmente, o risco de melanoma aumenta quando se tem outro tipo de cancro de pele. • História Familiar – A hereditariedade tem um papel importante no melanoma. Cerca de 1 em cada 10 doentes diagnosticados, tem um familiar com história de melanoma.

Como prevenir A prevenção do Cancro é um conjunto de acções que procura

diminuir a probabilidade de contrair a doença. É fundamental a prevenção. Nunca se esqueça: “Mais vale prevenir do que remediar!”. A Fundação do Cancro da Pele recomenda SEMPRE o uso de protector solar como pilar desta estratégia preventiva. Porém, apenas o uso de protector não é suficiente. Fica uma lista de dicas de prevenção: • Evitar a exposição solar entre as 11:00h e as 17:00h e as queimaduras solares. • Evite solários artificiais; • Proteja-se do sol utilizando roupa clara, chapéu com abas e óculos de sol com lentes que bloqueiem os raios UV; • Use protector solar de largo espectro (UVA e UVB), aplicando no corpo inteiro 30 minutos antes da exposição solar, e reaplicar de 2 em 2 horas e após os banhos; • Mantenha os bebés longe do sol e ensine a protecção solar às crianças desde muito cedo. No 1º ano de idade, as crianças não devem ser expostas directamente ao sol; • Conheça a sua pele, efectue um auto-exame da pele de 2 em 2 meses; • As pessoas ruivas, loiras, com sardas e muitos sinais, devem proteger-se com maior rigor; • Recorrer ao seu médico anualmente para examinar a sua pele.

Como diagnosticar Existem duas técnicas específicas para o reconhecimento precoce da doença: Sinal do Patinho Feio e o ABCDE. O Princípio do Patinho Feio Este princípio baseia-se no achado de um sinal de morfologia distinta dos restante e/ou que, ao longo do tempo, evolui também de maneira diferente. O ABCDE do melanoma: Para um auto exame de sucesso, é necessário saber o que se está à procura. Tome nota de algum sinal novo ou sinais antigos que cresçam ou alterem o seu aspecto. Lesões que causem comichão, sangrem ou não cicatrizem são sinais de alarme. Aspectos a ter em atenção: • Assimetria – Se desenhar uma linha pelo meio do sinal, e se as

duas metades não corresponderem igualmente, significa que o sinal é assimétrico. • Bordos – Um sinal benigno tem os bordos suaves e regulares. No melanoma, os bordos tendem a ser irregulares, podendo ser entalhados ou recortados; • Cor – A maioria dos sinais benignos costumam tem apenas uma cor – geralmente um tom de castanho. O melanoma, por sua vez, pode apresentar vários tons de castanho, preto ou mesmo vermelho ou branco; • Diâmetro – Os sinais benignos são geralmente menores do que os melanomas. Geralmente, estes últimos apresentam um diâmetro maior a uma borracha de ponta de lápis. • Evolução – Os sinais benignos mantêm as suas características ao longo do tempo. Qualquer alteração acima descrita, ou o aparecimento de novos sintomas como comichão, dor ou sangramento, devem levantar suspeita para melanoma. A maioria dos melanomas consegue ser detectada a olho nu, apesar de ser sempre necessária biopsia para confirmação.

Tratamento O primeiro passo no tratamento é a remoção cirúrgica. É importante sublinhar que não

existe nenhum tipo de medicamento provado que diminua o risco de melanoma ou cancro da pele na população geral.

Conclusões e Recomendações • A prevenção, detecção e tratamento precoces são fundamentais. • Faça um auto-exame à sua pele regularmente. • Ter em atenção o ABCDE (Assimetria; Bordos; Cor; Diâmetro e Evolução) do Melanoma, e procurar um médico quando detetar alguma alteração nas características de um sinal. • Ter os devidos cuidados de protecção contra a radiação solar. • Lembrar que o cancro resulta de exposição acumulada. Comece já hoje a pensar na sua saúde e evite a exposição excessiva ao sol! Internos do Internato do Ano Comum Alberto de Sousa Prata Cláudia Silva Mário Pereira Rute Branco Médica Coordenadora da USP – Elvira Martins


Loures Notícias de

SAÚDE

21

Saiba o que comer em época de exames Anabela Pereira Nutricionista

A época de exames é uma altura de grande desgaste físico e psicológico, causando um aumento das necessidades energéticas diárias. Nesta fase é fundamental garantir um aporte nutricional adequado e evitar períodos de fadiga extrema e baixa produtividade. Existem alguns conselhos úteis para melhorar o rendimento intelectual na época de exames. Comer Regularmente Comer regularmente ao longo do dia permite manter os níveis de glicose adequados no sangue. Saltar refeições, especialmente o pequeno-almoço, origina uma diminuição da glicémia, que pode

causar mau humor, irritabilidade e cansaço. Deve optar por alimentos ricos em hidratos de carbono complexos e de baixo índice glicémico, como o pão/cereais integrais, frutas com casca, leite e derivados com pouca gordura. Evite alimentos ricos em açúcares simples e processados, bolachas, bolos, refrigerantes, uma vez que contribuem para um aumento da sensação de cansaço e dificultam a memória. Manter o organismo hidratado A época de estudo intensivo potencia uma necessidade de hidratação ainda maior.

Não beber a quantidade suficiente de líquidos pode ter graves implicações para a saúde mental. Se não forem compensadas as perdas de água, poderão surgir sintomas como: irritabilidade, perda de concentração e atenção. Aconselha-se a beber, no mínimo, 1,5 litros de água ao longo dia, assim como a ingerir outros líquidos, como sopa e chá sem adição de açúcar. Ingerir alimentos ricos em ómega 3 Em fase de estudo e de preparação para os exames é muito importante privilegiar alimentos ricos em ómega 3 para evitar

correr riscos de dificuldade de memória, raciocínio, aprendizagem e concentração. Os alimentos mais ricos em ómega 3 são os peixes de águas profundas, como salmão, arenque, atum e sardinha. São também boas fontes as sementes de chia e linhaça que podem colocar nos iogurtes e frutos secos como: nozes, amêndoas e cajus. Boa escolha alimentar na véspera do exame Na véspera do exame deve privilegiar alimentos ricos em triptofano, substância anti-stress que ajuda na formação de serotonina e proporciona uma sensação de bem-estar, contido em alimentos

como as bananas, ovos e frutos secos. Para o jantar do dia anterior ao exame, opte por consumir alimentos ricos em ferro e em vitaminas do complexo B, como leguminosas (feijão, grão de bico, ervilhas, lentilhas), espinafres, couves, carne/peixe ou ovos e arroz/massa integral. Estes alimentos são essenciais ao bom funcionamento do sistema nervoso. Não se esqueça no dia do exame, de levar uma garrafa de água e evitar comer alimentos açucarados, para evitar a fadiga rápida e a quebra de raciocínio. Boa sorte!


22

Loures Notícias de

SAÚDE

As birras só existem quando há plateia! Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica

Todos sabemos que as birras fazem parte do desenvolvimento da criança. Todos os pais já experienciaram a frustração de ver o seu filho a espernear, a gritar ou a chorar desalmadamente num espaço público e sentir os olhares reprovadores dos outros, como que a dizerem “Não sabe dar educação!”. Mas porque fazem as crianças birras? Falta de atenção, cansaço, fome, sono, frustração ou estimulação em demasia… É através do comportamento que as crianças manifestam os seus estados emocionais. As birras costumam surgir entre o 2º e o 4º ano de vida da criança, período em que a linguagem ainda está em desenvolvimento, pelo que o seu comportamento é no fundo a sua linguagem.

Para as crianças, este período é uma fase de descobertas, em que estão a tentar perceber como funciona o mundo e qual a melhor maneira de agir nele. Quando não conseguem alcançar os seus objectivos, recorrem à única maneira que conhecem para libertar a frustração, angústia e tensão, fazer uma birra. É também uma fase em que começam a dar os primeiros passos para serem independentes, quando ao mesmo tempo ainda necessitam de sentir a proximidade dos pais. É com estes sentimentos de ambivalência que surgem as primeiras birras. Outra característica desta faixa etária é o uso da palavra “Não”, que, aliada à teimosia, tende a explorar os limites de tolerância dos pais. A criança torna-se mais afirmativa e começa a desafiar ordens, não lhes obedecendo ou fazendo birras, testam os pais

para ver se afinal a regra existe ou se só é aplicada nalgumas situações. É nestas alturas que é completamente necessário que os pais aprendam a dizer "Não" com convicção. Um “Não” firme, torna-o assertivo e não autoritário! Lembre-se de que o pai é você! Quando impostas, as regras devem ser cumpridas. O facto de não as levar até ao fim provoca comportamentos futuros semelhantes, pois o seu filho sabe que o pode fazer, sem ter consequências. A birra pode ser uma oportunidade ideal de educar a criança, de lhe mostrar como superar a frustração, a ser tolerante e a respeitar as regras impostas pelos pais. Como lidar com as birras? Não ceder! As crianças precisam de regras coerentes e claras. Ceder apenas resolve o problema no imediato, fazendo com

que a criança pare de fazer birra. Estas cedências fazem com que a frequência do comportamento aumente. Mas não se esqueça de que deve dar o exemplo através do seu comportamento! Ignore a birra! Dê espaço à criança, afaste-se e deixe que a birra perca a força. Os esforços feitos para controlar uma birra por vezes só a aumentam mais. Ao dar-lhe espaço, transmite-lhe que ele por si próprio se conseguirá controlar. Seja consistente! Se o comportamento da criança não for de comum acordo entre os dois pais, a criança facilmente o captará. Poderá usar o lado que a beneficie. Estar de acordo nem sempre é fácil, tente arranjar um denominador comum, mas tente resolver estas divergências na ausência do seu filho. Se as crianças se apercebem da falta de consistência na comunicação dos pais, vão

assumir atitudes de transgressão e manipulação das regras. Crie uma rotina! Situações novas criam instabilidade e insegurança nas crianças, tornando-as resistentes às mesmas. Torne a rotina do dia a dia previsível de maneira a que o seu filho se sinta seguro. A hora de adormecer, a hora em que o vão buscar ao jardimde-infância ou à escola, o direito a brincar (mal chega a casa), o banho e o jantar. Observe o seu filho! Esteja atento a alturas em que o seu comportamento seja melhor e pior. Tente perceber quais são os principais “gatilhos” que activam este comportamento. Tente encontrar um padrão! Saber o quando, o porquê e o onde vai ajudá-lo a desenvolver estratégias de prevenção.


Loures Notícias de

ACTUAL

”O Bairro i o Mundo” brilha em Bruxelas Já por diversas vezes “O Bairro i o Mundo” foi e continuará a ser referenciado no Notícias de Loures. Um mérito indiscutível daqueles que o tornaram real, pondo em prática uma ideia que em muito dignificou a Quinta do Mocho. Foi com enorme orgulho que, no dia 23 de Junho, fiz parte de um painel que discutia o projecto sob a alçada do Conselho da Europa, o C4i (Communication for Integration), no qual o Festival estava integrado. Nesse mesmo dia tive a oportunidade de constatar a importância que “O Bairro i o Mundo” teve dentro desse quadro, que visava a comunicação e a integração de emigrantes, combatendo os rumores e boatos que estas comunidades acabam por sofrer no dia-a-dia. O destaque era óbvio, com constantes referências à Galeria de Arte Urbana da Quinta do Mocho. Posso afirmar, com alguma vaidade, é certo, que nenhum outro projecto teve o mesmo destaque que o “nosso”. A vaidade não tem a ver com a incapacidade dos outros, porque

não é disso que se trata, os outros também foram competentes na sua função, tem a ver com a criatividade e genialidade do “nosso”. Tive oportunidade de referir que, mais do que a arte espalhada pelo bairro, o mais importante foi o sentimento de orgulho que a população desta zona de Sacavém voltou a sentir. Esse é sem dúvida o grande feito, devolver orgulho nos dias de hoje é muito complicado, então quando os receptores são de um bairro carenciado parece mesmo impossível. Mas não foi, graças aos mentores, excelente ideia, aos artistas, brilhante desempenho e à população local, que soube e continuará a saber receber todos aqueles que os visitam. Volto a endereçar os parabéns, nunca é demais, a todos os que fizeram deste projecto um sucesso. São iniciativas como esta que vão contribuindo para um Mundo melhor e, neste caso, para um Concelho melhor. Esperamos por mais no futuro.

In Festa, um sucesso no Infantado A exemplo do sucedido no ano passado, a Associação de Moradores do Infantado, com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Loures e o apoio dos comerciantes do Infantado, das freguesias de Santo Antão e S. Julião do Tojal e Camarate, Unhos e Apelação, voltou a organizar um evento que encheu as principais artérias deste bairro. O dia 27 de Junho iniciou-se

com muita animação, tendo começado às 10 horas e prolongado até à meianoite. Um exemplo de como iniciativas deste tipo podem trazer pessoas para a rua, promovendo o relacionamento entre vizinhos, sejam de bairro ou de outras freguesias. Felizmente iniciativas como esta têm tido sequência e vão proliferando em várias freguesias do Concelho.

AGENDA

CULTURAL Até Dezembro de 2016 Exposição Móveis Olaio Museu de Cerâmica de Sacavém Entrada gratuita

2-5 Julho

I Festival Gastronómico de Street Food Jardim Almeida Garrett - Portela Entrada gratuita

8 Julho – 19 horas

Inauguração da Colecção “Jardins da Vitória” Jardim Almeida Garrett - Portela Entrada gratuita

10-26 Julho

Festival do Caracol Saloio de Loures Junto ao Pavilhão Paz e Amizade em Loures Entrada gratuita

23


LOURES Rua Avelar Brotero

3

1

2

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS Rua Maria Veleda

158

308

E

3

2

0

99

0

\ 092150103

PÓVOA SANTO ADRIÃO Rua Padre António Vieira

2

1

0

85

LOURES Rua Terra das Minas

0

C

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS Rua Fernão Mendes Pinto

1

0

65

0

4

3

0

176

500

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS Rua Adelaide Cabete

2

0

95

0

C

\ 092130151

0

75

0

3

2

1

150

0

A

1

0

80

C \ 092140308

2

2

91,76

0

2

1

0

55

0

\ 092150141

C

3

2

0

73

0

\ 092150094

2

1

0

75

1

0

90

D \ 092150098

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS Praceta Moreira Feio

0

C \ 092140325

2

E

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS Praceta Moreira Feio

LOURES Rua Cesário Verde

0

3

\ 092150075

\ 092150062

3

C

QUINTA DAS FLORES Rua José Augusto Gouveia

PÓVOA SANTO ADRIÃO Rua Padre Manuel da Nobrega

D

1

\ 092090243

ALMIRANTE Av. Infantes Dom Henrique

C

2

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS Rua Joaquim Alves

\ 092140276

3

D

SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS Rua Antero de Quental

\ 092150107

\ 092150037

2

QUINTA DAS FLORES Avenida Salgado Zenha

0

C \ 092140330

3

2

0

95

0

D \ 092150010


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.