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ANO 1 | Nr.03 MENSAL | JULHO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Loures - 128 anos como concelho Resumo da história do concelho, onde a República foi instaurada um dia antes do resto do país. Pág. 17

Quem quer ir para o Beatriz Ângelo? Câmara e freguesias, alocadas ao Hospital de S. José, auscultam a população para saber se alguma destas freguesias quer integrar o Hospital Beatriz Ângelo.

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Festival do Caracol Saloio De 10 a 27 de julho vai decorrer em Loures o maior festival de caracol do país. Pág. 13

Linhas de Torres Património Nacional Secretário de Estado da Cultura promete elevar a Rota das Linhas de Torres a Património Nacional.

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CÂMARA DE LOURES PROMETE

ESCOLAS BÁSICAS SEM AMIANTO ATÉ 2017 Em entrevista ao NL Paulo Piteira, vice-presidente da câmara, demonstra preocupação com as escolas tuteladas pelo Ministério da Educação. Pág. 4


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EDITORIAL

Crónicas saloias

Loures de parabéns Pedro Santos Pereira Director

do não reza a história e Loures tem motivos para celebrar. Com uma história rica, determinante na vitória sobre as tropas napoleónicas, primeira localidade a hastear a bandeira da República, um dia antes da sua implantação, determinante na Revolução dos Cravos, através do Quartel da Pontinha, na altura ainda pertença do nosso município, entre outros. Vivemos num concelho que tem muito para dar e que

não tem dado, efectivamente, tanto como podia. Esperemos que a passagem das Linhas de Torres para Património Nacional, uma promessa do Secretário de Estado da Cultura, seja uma alavanca para o turismo, para o comércio e para o orgulho local. Por falar em turismo, comércio e orgulho local temos este mês o Festival do Caracol Saloio, neste momento o maior evento do concelho e que todos os anos tem

aumentado o número de participantes. Este será o 15º ano em que será realizado, tendo-se já tornado numa referência nacional neste tipo de gastronomia, abarcando não só habitantes da Grande Lisboa, mas também de todo o País. 100 000 foi o número de visitantes estimado no último ano, o que leva a Câmara a ponderar uma mudança de local, de forma a que possa receber mais pessoas. Cada vez mais Loures

começa a ser conhecido como a "Capital do Caracol". Por fim, dar os parabéns aos distinguidos pela Câmara. Quatro pessoas, uma a título póstumo, duas empresas e duas associações ou clubes irão ser condecorados por tudo o que têm feito em prol do concelho. São exemplos para a sociedade e esperemos que o continuem a ser e, se possível, inspirem outros.

Contactos: 219 456 514 | notíciasdeloures@ficcoesmedia.pt

Ficha Técnica

Loures comemora durante este mês, no dia 26 de julho, 128 anos como concelho. Uma data importante com bastantes alterações, desde geográficas a políticas. Hoje o município está mais pequeno, já perdeu toda a zona de Odivelas e agora, mais recentemente, parte da sua zona ribeirinha, com a passagem do Parque das Nações a freguesia única sobre a jurisdição do concelho de Lisboa. Mas do passa-

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Ana Rodrigues, André Julião, Filipe Amaral, Francisco Rocha, Joyce Mendonça, Martim Santos Colaborações: Anabela Pereira, Florbela Estêvão, João Alexandre, José Reis Santos, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro Fotografia: João Pedro Domingos, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director), Pedro Graña Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489


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Reconversão das AUGI, Futuro discutido em Loures

A Câmara Municipal de Loures promoveu um seminário intitulado "O Processo de Reconversão das AUGI – Perspectivas Futuras". O seminário realizou-se no dia 28 de Junho, da parte da manhã, no auditório da Escola Secundária Dr. António Carvalho Figueiredo, em Loures. Neste seminário pretendeu-se reunir municípios, técnicos municipais, comissões de administração conjuntas dos bairros, equipas técnicas, juristas e demais interessados. Este esclarecimento e debate vem na sequência da publicação da Lei nº79/2013, de 26 de dezembro (quarta alteração à Lei nº 91/95, de 2 de setembro, sobre o processo de reconversão das Áreas Urbanas de Génese Ilegal), que prevê, no seu artigo 2º, que “A Lei nº 91/95, de 2 de setembro, deve ser revista até 31 de dezembro de 2014” (nº1) e que “A revisão prevista no número anterior deve ser precedida da identificação dos condicionalismos legais existentes relativamente ao processo de reconversão das áreas urbanas de génese ilegal” (nº2). Actualmente, em Loures, existem 158 núcleos delimitados como AUGIÁrea Urbana de Génese Ilegal. Rui Paulo, Chefe da EMAUGI – Equipa Multidisciplinar de áreas Urbanas na Génese Ilegal e José António, Técnico da EMAUGI, interferiram representando a Câmara Municipal de Loures mostrando o trabalho que tem vindo a ser feito - mudanças de leis, regulamentos e reorganização de serviços. Dos 102 processos, 38 já estão em curso e, desde 2003, já foram feitas 11 cartas temáticas. Segundo Bernardino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Loures, tem existido um melhor empenho, mas continuam a haver limitações impostas. “Há limitações que têm a ver com a lei e, por isso, hoje estamos presentes para debater propostas. Há também limitações por parte dos proprietários que hoje,

com a crise, têm menos recursos para acudir às taxas e aos investimentos que são precisos fazer e, ainda, há limitações para o município, porque não temos os recursos que gostaríamos de ter para acudir às várias situações”. Há uma procura em dar os passos certos para que a diminuição de AUGI’s em Loures, se torne numa realidade “vamos dar um novo impulso ao processo de legalização, embora tenhamos sempre o cuidado de não prometer soluções milagrosas. Promessas foram feitas no passado, aqui no concelho de Loures, o que levou a um grande descrédito da Câmara Municipal de Loures perante as pessoas. E nós, agora, o que dizemos é que estamos muito disponíveis para trabalhar e empenharmo-nos muito, mas sempre dando conta das dificuldades que vamos encontrar, para não fazer promessas que não vamos cumprir e isso é que é o essencial”, sublinha o Presidente da Câmara Municipal de Loures. Neste seminário também surgiram intervenções por parte da Câmara Municipal do Seixal com Dilar Pelica, Adjunta do Vereador Jorge Gonçalves com o Pelouro do Urbanismo, Mobilidade, Equipamentos e Espaços Públicos e Marta Costa, Geógrafa da Divisão do Planeamento do Território. A Câmara Municipal de Cascais com José do Vale, Chefe da Unidade de Licenciamentos AUGI e a Câmara Municipal de Sesimbra com José Alexandrino, Assessor do Presidente da Câmara – Coordenador do PMAUGI – Projecto Municipal de Áreas Urbanas de Génese Ilegal. Após estas intervenções deu-se um intervalo a que se seguiu um debate, onde todos os presentes puderam dar o seu ponto de vista e lançar questões. Ana Rodrigues

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Amianto nas escolas à espera de Nuno Crato Está longe de chegar a bom porto o processo de retirada do amianto das escolas do concelho de Loures. A autarquia já deu início ao diagnósticos dos estabelecimentos à sua guarda, mas o Ministério da Educação continua inoperante. A escola EB23 Gaspar Correia aguarda por uma solução há mais de oito anos. A visão das escolas e de Paulo Piteira, vice-presidente da câmara.

Autarquia já começou a retirar amianto de duas escolas de São João da Talha Em todo o concelho, foram identificadas 17 escolas com possibilidade de conterem fibrocimento com amianto em níveis potencialmente prejudiciais à saúde. A autarquia abriu, há poucas semanas, o procedimento para serem feitos, nas escolas da sua responsabilidade, diagnósticos precisos para analisar as respectivas coberturas de fibrocimento. «No fibrocimento, podem existir percentagens de amianto variáveis, consoante o ano de construção e os materiais utilizados, e nem todas são perigosas para a saúde», revela Paulo Piteira, vice -presidente e vereador com os pelouros das Obras e Juventude da Câmara Municipal de Loures. «O procedimento que lançámos vai permitir-nos fazer um conjunto de ensaios e de testes em escolas que têm coberturas de fibrocimento – no que tem que ver com o parque esco-

lar que é responsabilidade da autarquia – para saber se os valores limites de exposição ao amianto são ultrapassados e, em função disso, traçar uma estratégia que passa, nalguns casos, por confinar o amianto – se os valores estiverem abaixo dos recomendados – ou remover as estruturas, caso os valores estejam acima do recomendado em portaria», desvenda o vereador. Mas a autarquia não tem meios financeiros para solucionar o problema das escolas que não estão sob a sua responsabilidade, que são a grande maioria. «Estamos empenhados em fazer a substituição progressiva» dos materiais, algo que já acontece nalgumas escolas, como «a EB1/ JI e a EB1 nº 4 de São João da Talha», revela o autarca. «É mais de um milhão de euros que está a ser aplicado em termos de reabilitação de edifícios, uma vez que a cobertura que existe nessas escolas vai ser removida e substituída por outro

material», acrescenta. No entanto, o problema tem uma dimensão extremamente onerosa e a autarquia declina responsabilidades sobre os estabelecimentos de ensino que não estão sob a sua tutela: «Tendo a União Europeia produzido directivas em relação a esta matéria, em 1999, e tendo essas directivas sido revertidas em declarações da Assembleia da República, já no início da década de 2000, tendo depois havido legislação que obriga o Estado a fazer diagnósticos e a criar um plano para a remoção nos edifícios da sua tutela, incluindo as escolas, é de estranhar que isso nunca tenha sido feito». Câmara Municipal de Loures está a analisar 17 escolas sob a sua alçada para saber em quais tem de intervir As conversações entre a autarquia e o ministério estão longe de chegar a algum tipo de entendimento, até porque, segun-

do Paulo Piteira Leão, «nunca houve, da parte do Ministério da Educação, nenhuma tentativa de diálogo com a autarquia». Para o vereador, no entanto, as directivas são claras: «Existe lei relativamente a esta matéria, onde é dito com clareza que o Governo deve proceder ao levantamento de todos os edifícios, instalações e outras estruturas públicas que contêm amianto na sua construção. E fixou para si próprio o prazo de um ano para dar sequência a essa decisão. De acordo com o mesmo diploma legal, após esse levantamento, seria tornada pública a listagem dos edifícios, em primeiro lugar, e identificados os que seriam sujeitos a monitorização para efeito de conhecimento sobre a perigosidade das situações. Algo que, até ao momento, nunca ocorreu.» Um impasse que pode bem significar que, no mesmo concelho, coabitem escolas livres de amianto e outras com níveis de perigosidade acima do limite legal. Apesar das reuniões entre a autarquia de Loures e o Ministério da Educação, o resultado é sempre o mesmo: zero! «Tencionamos chamar a atenção do Ministério da Educação para a necessidade de haver um diagnóstico, até porque estamos a ser pressionados pelos agentes que operam no terreno, nomeadamente pelas direcções escolares, sobre a situação que se vive nos estabelecimentos de ensino que não estão sob gestão directa da autarquia», alerta Paulo Piteira. As 17 escolas em análise pela autarquia estão identificadas e o respectivo corpo docente já foi informado de que a câmara vai efectuar as respectivas intervenções. No entanto, para Paulo Piteira, é importante desmistificar a ideia de que o fibrocimento é sempre perigoso para a saúde: «Existem valores de portaria que resultam de directivas comunitárias e que fixam em 0,01 o valor limite de exposição por cm3, por forma a distinguir o que é e não é perigoso para a saúde. O que está abaixo deste valor não é considerado perigoso para a saúde, segundo a legislação comunitária, e o que está acima considera-se perigoso.» Marina Simão, directora do Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide, defende a divulgação pública da lista das 17 escolas, número que desconhecia, defendendo que a autarquia deveria «mostrar os seus male-

fícios e quais dessas escolas estão em situação grave por existência de fissuras e de corrosão dos edifícios.» Importa recordar que a responsabilidade sobre as escolas está dividida por graus de ensino. Alguns graus de ensino estão sobre responsabilidade directa da autarquia, em termos de manutenção e concentração dos edifícios – escolas do ensino básico -, outros, nomeadamente as escolas do ensino secundário – 2º e 3º ciclo -, sobretudo as que não integraram o acordo firmado entre a autarquia e o Ministério da Educação, relativamente à respectiva conservação e manutenção, são da responsabilidade do Estado. Embora não haja ainda uma estimativa de quanto custarão as intervenções em todas as escolas sob a alçada da autarquia, Paulo Piteira deixa uma promessa: «Podemos dizer que, até final da legislatura, não haverá estabelecimentos escolares sob a tutela da câmara em que haja qualquer suspeita de poderem representar um perigo para a saúde, sem serem tratados convenientemente, por forma a evitar qualquer perigosidade para os seus utilizadores.» «Escola EB23 Gaspar Correia, na Portela, aguarda solução há mais de 8 anos» O processo de retirada do amianto das escolas do concelho já começou, mas segue coxo e por caminhos sinuosos. Se, por um lado, os estabelecimentos de ensino sob a tutela da Câmara Municipal estão em fase de monitorização para posterior intervenção, por outro, quanto às escolas da responsabilidade do Ministério da Educação, a resposta tarda em chegar. Professores, pais e alunos exasperam na busca por respostas, mas o Estado continua a fazer «ouvidos moucos». Uma dessas escolas é a EB23 Gaspar Correia, na Portela, que foi deixada de fora do protocolo firmado entre a Câmara Municipal de Loures (CML) e o Ministério da Educação, por necessitar de obras urgentes e que continua com a situação por resolver. «Há cerca de oito anos, substituíram as coberturas de quatro pavilhões, deixando por resolver a situação de outros dois – o pavilhão central e o pavilhão que compreende a sala de professores e o bar de alunos -, assim como dos telheiros entre os vários pavilhões», revela Marina Simão.


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Marina Simão e a associação de pais não têm poupado esforços, mas o Ministério tarda em dar resposta A situação é grave e vai-se arrastando, mas, apesar dos esforços de pais e professores, não há sinal de uma «luz ao fundo do túnel». Anualmente, as vistorias de saúde emitem a necessidade de substituição urgente dos materiais, mas os avisos caem, invariavelmente, em «saco roto». Face às obras urgentes de que necessita, a escola EB23 Gaspar Correia foi deixada de fora do protocolo da CML, mas, paradoxalmente, isso veio retardar ainda mais a solução. «Esta direcção tem enviado, ao longo de todo este tempo, vários pedidos – todos sem resposta – para a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e a própria Associação de Pais têm envidado esforços e pressionado o Ministério para a obtenção de uma intervenção», conta Marina Simão. Mas todos estes esforços têm sido em vão. «Não sabemos para quando será a intervenção, sabemos apenas que a responsabilidade é do Ministério da Educação, que a Associação de Pais têm tentado pressionar as entidades competentes para uma intervenção urgente, mas sem qualquer êxito», revela a directora. Apesar de nunca ter sido referenciado algum caso de um problema de saúde com possa ter tido origem no amianto contido

no fibrocimento daquela escola, a realidade é que o perigo existe e está bem referenciado pelas autoridades sanitárias. Marina Simão alerta: «Há muitos anos que se fala deste problema e poucos passos foram dados no sentido de o corrigir. Na sequência das inspecções periódicas feitas pelas delegações de saúde, são emitidos, há vários anos, pareceres sobre esta problemática, que são enviados para os responsáveis das escolas e do Ministério da Educação, sublinhando a necessidade de substituição urgente.» No entanto, o resultado tem sido o silêncio absoluto. «A tutela deveria ter agido, corrigindo estas situações», adverte Marina Simão. «Quanto tempo mais vamos aguardar?», questiona a responsável. A ameaça do amianto O amianto faz parte de um material denominado fibrocimento, que foi muito utilizado na construção civil, particularmente nas décadas de 1960, 70 e 80. A percentagem de amianto existente nesse tipo de cimento varia consoante a idade das construções. Existe uma grande percentagem de edifícios e outras construções dessa época que contêm fibrocimento com amianto, desde edifícios públicos, escolas, edifícios camarários, prédios de habitação e outros. Os valores de portaria que resultam de directivas comunitárias fixam em 0,01 o valor limite de

exposição, por cm3, por forma a distinguir o que é e não é perigoso para a saúde. O que está abaixo deste valor não é considerado perigoso para a saúde, segundo a legislação comunitária, e o que está acima considera-se perigoso. A legislação comunitária, que data de 1999, foi transposta para a legislação nacional no início da década de 2000. A administração central deu a si própria um ano para fazer o levantamento e a inventariação de todos os edifícios públicos com fibrocimento contendo amianto. Mais de uma década depois, essa lista ainda não foi tornada pública e o trabalho de remoção do amianto está praticamente todo por fazer. O Ministério da Educação já adiou, este ano, por duas vezes, a divulgação pública da lista de escolas com fibrocimento em todo o país. Como a responsabilidade sobre as escolas do ensino básico foi passada para as autarquias, cabe às edilidades lidarem com o problema do amianto nesses estabelecimentos escolares. Os outros são da responsabilidade do Ministério da Educação. Pais, alunos e professores de várias escolas não se cansam de tentar pressionar a tutela para que as intervenções nas respectivas escolas sejam concluídas, mas o silêncio do Ministério da Educação está a enervar todos os intervenientes. André Julião

Fibrocimento:

um problema, várias soluções Existem várias formas de resolver o problema do amianto. A mais profunda, morosa e dispendiosa é a remoção total dos materiais de fibrocimento que contêm amianto. Esta solução tem de ser utilizada sempre que os níveis de amianto nesses materiais forem superiores ao permitido por lei. Se os níveis de amianto estiverem abaixo do limite, pode recorrer-se ao confinamento das fibras, que consiste na aplicação de uma solução aquosa – do tipo verniz – que é colocada em ambas as partes da telha e que mantém o material agregado, não constituindo perigo. Isto porque o principal perigo do amianto reside na sua inalação, que é extremamente perigosa para a saúde, podendo causar cancro do pulmão. Neste sentido, o maior perigo resulta dos materiais de fibrocimento que estão em desagregação ou deteriorados, libertando partículas para o ar, que podem ser inaladas por quem passa nesses locais. Quando se opta pelo confinamento, a aplicação do verniz tem de ser renovada, de tempos a tempos, constituindo, no entanto, uma solução aceitável e bastante mais barata. O Instituto Ricardo Jorge é um dos defensores desta solução, que permite uma intervenção bastante mais rápida e igualmente eficiente.

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Dia Mundial do Refugiado na Bobadela Filipe Esménio Comunição

Mel de Cicuta Envolve-me e eu aprenderei «Diz-me e eu esquecerei Ensina-me e eu lembrar-me-ei Envolve-me e eu aprenderei» Provérbio chinês A crise aguça o engenho. A verdade é que a carência e a necessidade são privações duras e que deixam marca. Mas a crise também nos dá oportunidades. Um caminhar no sentido da terra e de perceber que não podemos ir atrás de tudo o que o marketing nos oferece. Não podemos cair na ilusão do momento, nem no deslumbramento. Mas, mais importante, faz-nos perceber que precisamos uns dos outros. Precisamos dos pais, precisamos dos avós, precisamos dos amigos e dos vizinhos. Ganhamos a consciência de que somos seres gregários. Temos mesmo de aprender a viver em comunidade. Envolver as pessoas é o segredo. Gerar sinergias entre as entidades, promover interacção e permutas. É preciso saber comunicar, tornar comum ao outro e saber envolver as pessoas em projectos concretos, que elevem a condição humana. A era pede um desenvolvimento e afirmação dos valores. A vida será o primeiro, a liberdade e a paz podem ser os seguintes. Os valores individuais não podem suprir os colectivos. Seria bom decretar o fim do consumismo. O fim da corrida frenética pelos bens e a crescente opção pela vida, pela responsabilidade social e pelo envolvimento das pessoas. Somos mesmo todos precisos para fazer mudanças. Durante anos vivemos uma crise de abundância e, dessa forma, não se conseguiu construir valores cimentados numa geração que esqueceu, parcialmente, que o dinheiro e os empregos são bens preciosos. A verdade é que urge preservá-los, mas acima de tudo é necessário incrementar novos rumos. Seria essencial discutir um plano de desenvolvimento nacional, directivas macro para os nossos jovens. Seria bom ter uma disciplina de educação cívica nas nossas escolas, incrementar a cooperação estimulando não só o emprego nas empresas, mas também em associações e cooperativas com fins claros e de interesse comunitário. Temos de cuidar dos que mais precisam, quer por carência quer por idade. Temos de criar dinâmicas para os reformados que gerem valor a eles e à comunidade. Temos de ter um sistema incluso. Saber não é fazer, fazer não é saber. É hora de voltarmos a partilhar. É hora de voltarmos a dar-nos. Acredito em Portugal, acredito em si, acredito em mim.

No dia Mundial do Refugiado, 20 de junho, o Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR) acolheu, pelas 21 horas, o tradicional Sarau Cultural no Auditório Ângelo Vidal D´Almeida Ribeiro, na Bobadela. “A cada 4 segundos uma pessoa é forçada a fugir”, as causas são diversas como a guerra, perseguições e fome, que fazem com que deixem para trás as suas vidas e famílias. Após esta mensagem deu-se início a uma noite cheia de actividades. O tradicional Sarau Cultural, em homenagem ao dia Mundial do Refugiado, começa com o exercício de expressão dramática “A Aula de Português” (PARTIS). É um exercício que se realiza todos os dias, durante duas horas, e é “ uma maneira de aprendizagem da Língua Portuguesa”, explica a encenadora Sofia Cabrita. Expressam-se palavras como “mãe”; “pai”; “irmão”; “irmã”; “Qual é a tua profissão?”; “Como te chamas” e até “telefone em silêncio”. O convívio prossegue com “Fragmentos de Teatro”, pelo Grupo RefugiActo, que procura contar as histórias de cada um. Em relação ao material “procura-se guardar o que cada um traz para poder ser utilizado”, conta Sofia Cabrita. A peça é cheia de afirmações “Os que se amam não deviam

estar separados” e interrogações como “Quais as razões que determinam a saída de um país?”. Esta noite que marca o dia Mundial do Refugiado contou também com momentos musicais, como a banda Couple Coffee, que tem como vocalista Luanda Cozetti, uma ex-refugiada que nos dá a conhecer as angústias desse tempo. “Fui viver para a Guiné, os meus pais tinham sido presos. Sei o que é estar longe da família”. Para representar a cultura portuguesa a noite continuou na voz de Bárbara Santos, através do estilo musical português mais internacional, o fado. Dino d’Santiago, que foi um dos finalistas do programa Operação Triunfo, também animou esta noite com diferentes géneros musicais. Entre as suas músicas deixou mensagens para todos – “Temos que ter liberdade de mente como Martin Luther King e Nelson Mandela. É graças a eles que estamos aqui e é uma bênção estarmos aqui”. A sua música animou de tal forma, que houve quem saísse do banco para dançar no palco. Dino

d’Santiago termina afirmando: “La vie est belle”. Para Teresa Tito de Morais, presidente do Conselho Português dos Refugiados, este Sarau Cultural tem como objectivo “misturar a cultura portuguesa, africana e brasileira. Queremos trazer música do mundo para os nossos refugiados e eles aderem como uma alegria e com uma espontaneidade extraordinária. Ficamos muito gratificados porque através da música, teatro e até da expressão dramática conseguimos ter um espaço em que eles se envolvem, participam e não têm que pensar nas dificuldades que atravessam, nem no receio do futuro. Sentemse em casa e é esta a nossa missão”. Sublinha ainda que “nós temos o lema que todos os dias são o Dia Mundial do Refugiado e não apenas a 20 de Junho”. Teresa Tito de Morais recorda que o Dia Mundial do Refugiado começou a celebrar-se na véspera, no dia 19 de Junho. Pela primeira vez Lisboa, Almada e Oeiras associaram-se a este Dia iluminando, com a cor azul do Alto Comissariado

das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), os Paços do Concelho, o Cristo Rei e o Pelourinho de Oeiras, nas noites de 19 e 20 de Junho. Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR) No Centro de Acolhimento da Bobadela vivem actualmente 65 pessoas, havendo outras 49 em alojamento externo. Ao todo são 19 as nacionalidades presentes. O CAR tem como intuito melhorar as condições de acolhimento e integrar todos aqueles que escolhem Portugal como destino seguro. Criam uma série de actividades que permitem informar, formar e ocupar os tempos livres dos requerentes de asilo e refugiados, mas também é um ponto de apoio e de divulgação da temática do asilo para a própria sociedade portuguesa em geral. O CARefugiados fica situado na Rua Senhora da Conceição nº 20, no Bairro dos Telefones na Bobadela. Ana Rodrigues


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Loures rejeita Fundo de Apoio Municipal O que é o FAM? O Governo apresentou no parlamento uma proposta que permite às câmaras endividadas recorrerem a um fundo, que funciona num modelo semelhante ao que permitiu a Portugal recorrer à 'troika' para reduzir a sua dívida. O Fundo de Apoio Municipal (FAM) destina-se a gerir o processo de recuperação financeira municipal e vai funcionar junto da DireçãoGeral das Autarquias Locais, com uma direção própria de três elementos, com representantes quer do Governo quer dos municípios. As 29 câmaras com dívidas superiores a 300% da média da receita dos últi-

mos três anos serão obrigadas a recorrer ao fundo. Consequentemente terão de cumprir um plano de ajustamento financeiro, sendo exigida na proposta de lei, a maximização das receitas próprias, o aumento dos impostos municipais (IMI, Derrama e IMT), assim como a reestruturação da dívida financeira e não financeira. Durante o período de recurso ao fundo, as câmaras ainda ficam sujeitas a que os responsáveis do fundo lhe validem os orçamentos. A adesão ao FAM implica um conjunto de medidas de ajustamento orçamental, para o município, que tem de reduzir a despesa e sujeitar-se a mecanismos

de controlo orçamental. Todas as autarquias devem contribuir para o fundo, mas os municípios que venham a recorrer a este mecanismo têm de cumprir contrapartidas: subir os impostos municipais para o valor máximo é uma das exigências. Mas a polémica está mesmo na forma de financiamento do fundo. No imediato, será o Estado a avançar a totalidade dos 650 milhões de euros, que ficarão disponíveis para acudir às autarquias endividadas. No entanto, dentro de cinco anos a maior parte do financiamento (70%) deverá ter saído dos cofres das autarquias, sobrando os restantes 30% para o Estado.

FAM não gera unanimidade na CM Loures A CDU levou uma moção à reunião de câmara, no dia 25 de junho, que tinha como pontos de discussão repudiar a Proposta de Lei que visa estabelecer o regime jurídico da recuperação financeira municipal e regulamentar o FAM, manifestar total solidariedade com os municípios que estão em ruptura financeira e que a constituição do FAM seja assegurada a 100% pelo Estado. Perante estas reinvindicações a CDU teve o apoio do PS e a abstenção do PSD, demonstrando que neste assunto específico não há sintonia. Pedro Santos Pereira

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25/07/2014

1 AVALIAÇÃO DE BIOIMPEDÂNCIA NOTICIAS DE LOURES LEITORES NOTICIAS DE LOURES

loures Av. Dr. Ant. Carvalho Figueiredo n28 B Loures

21 983 11 70

Pedro Cabeça Advogado

Sim, juntos, nós conseguimos O Mês do Concelho de Loures (dia 26 temos o Feriado para celebrar o decreto real de 1886 que criou o concelho) leva-me a escrever sobre um território onde ainda é possível sonhar um desenvolvimento único. Por vezes (muitas) começo a imaginar o que é, e poderá ser este concelho, por um lado fica a angústia de uma realidade de viver a gestão corrente que se instalou, por outro, o entusiasmo de ver o concelho projectado no meu imaginário possível. Para já, é urgente projectar estrategicamente a médio e longo prazo, para que Loures se constitua como um pólo único na área metropolitana de Lisboa e no eixo litoral, no fundo para que se afirme no panorama nacional como um Concelho de reais qualidades. A desculpa recorrente da proximidade à Capital só existe, e obsta ao seu desenvolvimento, se não pensarmos a centralidade com essa realidade, e nos limitarmos à gestão imediatista, ficando satisfeitos com o “medianismo” ou com a projecção de uma ou outra figura, de mediatismo sofrível, que em nada contribui para o desenvolvimento de Loures. O Concelho deve ser projectado, sem complexos, nos fluxos de visitação da região de Lisboa, de forma a explorar a proximidade à capital, no quadro do alargamento da estadia média na região de Lisboa e da respectiva consolidação designadamente como destino turístico. Exemplos: Tenho um sonho e quero ver concretizado neste concelho um centro de acolhimento desportivo/com turismo Sénior (existem locais e condições únicas para este projecto), o qual teria de estabelecer ligação não só aos pólos urbanos do concelho, como aos potenciais turísticos, como sejam as rotas dos vinhos, das Linhas de Torres, etc.. Tenho também o sonho e quero ver concretizado neste concelho um parque temático, que seria um pólo dinamizador de Loures. Projecto que poderia ser desenvolvido em parceria com outros concelhos da área a Norte de Lisboa, através duma Associação de Municípios, que aproveitasse, por exemplo, a temática das Linhas de Torres, potenciando a oferta turística existente nestes concelhos (querem região turística mais apetecível?). Estes são apenas exemplos de projectos que vou sonhando e a que voltarei no futuro. Em conjunto (sem preconceitos e sectarismos de natureza partidária) podemos, todos, reconhecer as oportunidades de desenvolvimento, rentabilizando investimentos nos espaços e equipamentos públicos e projectando outros que fixem não só a População, como tornem Loures um concelho de visita imprescindível. Todos os que vivemos Loures temos ideias para que este concelho seja uma referência nacional para viver, visitar e claro que o conseguiremos se o sonharmos em conjunto.


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Câmara distribui medalhas No dia 26 de julho, a Câmara Municipal de Loures irá condecorar quatro personalidades, duas associações e duas empresas do concelho. Em relação ao ano anterior é de notar uma diminuição do número de laureados, algo que o executivo entendeu fazer, de forma a dar maior relevância aos distinguidos. O NL deixa-lhe aqui o nome dos condecorados, com um texto alusivo a cada um escrito pelos proponentes à distinção. Medalha de Honra do Concelho Carlos Manuel Paniágua da Silva Féteiro Nascido a 7 de março de 1933, nas Caldas da Rainha, Carlos Paniágua pisou pela primeira vez o palco com apenas 12 anos de idade, enquanto elemento de um Grupo de Teatro de Amadores, como figurante numa Revista de Costumes Locais. Em 1956 foi um dos fundadores do Conjunto Cénico Caldense (CCC), onde foi actor, presidente da direcção e encenador. Já em 1968, ajuda a criar o Teatro Amador dos Bombeiros (TAB), actual Teatro Independente de Loures (TIL). Foi igualmente membro da Comissão Organizadora e da 1ª Direcção da Associação Portuguesa do Teatro de Amadores (APTA). Interpretou dezenas de personagens ao longo da sua carreira, tendo feito cerca de meia centena de encenações nos grupos que ajudou a fundar. Durante mais de quarenta anos acompanhou o labor dramatúrgico de Jaime Salazar Sampaio, de quem pôs em cena, com o TIL, 24 peças, 15 das quais em estreia absoluta. Colaborou e participou nos elencos de diversas obras, sendo de realçar a participação em “Lux Lucis”, de João Osório de Castro; na encenação de Álvaro Correia para a Comuna-Teatro de Pesquisa (2002) e, na mesma companhia, na assistência de encenação a João Mota em “Jornada para a Noite”, de Eugene O’Neill (2003). Participou ainda no espectáculo de dança-teatro “30% Pinocchio”, de Jean Paul Bucchieri, estreado no Centro Cultural de Belém em janeiro de 2005. Mais recentemente, participou no elenco de “A Controvérsia de Valladolid”, de Jean Claude Carriére, com versão cénica e encenação de João Mota, exibido no Teatro São Luiz e na Comuna – Teatro de Pesquisa, em 2012. Já no cinema, participou no filme “ Operação Outono”, de Bruno de Almeida, no papel de Juiz Presidente. Enquanto cidadão lourense participou activamente na vida cívica do concelho, que o acolheu em 1967. Após as grandes cheias desse ano, em que o concelho foi especialmente fla-

gelado, fez durante uma semana parte da equipa do grupo coordenador dos voluntários que prestaram auxílio às vítimas daquele desastre natural. Organizou sessões de esclarecimento, tendo em vista as eleições de finais dos anos sessenta. Fez parte dos fundadores do Movimento Democrático de Loures (MDL), assim como, do grupo coordenador da organização e programação das Festas do Concelho, em 1974. Do seu palmarés fazem parte diversos prémios e distinções, dos quais destacamos a Medalha Municipal de Mérito e Dedicação, pela Câmara Municipal de Loures em 1997; Prémio Prestígio Personalidade Fundação INATEL, pela Federação Portuguesa de Teatro (FPTA), em 2014; Homenagem pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em 2007 e Homenagem da Delegação de Loures da Ordem dos Advogados, em 2013. Tem-se notabilizado pela contribuição relevante para o desenvolvimento cultural e artístico em geral e, em particular, do teatro amador em Loures. Com mérito publicamente registado e reconhecido ao longo da sua carreira de actor e encenador, tem contribuído de forma ímpar para o enriquecimento cultural do concelho, granjeando um digno e notável prestígio quer na esfera profissional, quer pessoal. Maria Fernanda Banha Duarte Castro Fontes Licenciada em Farmácia, é proprietária e Directora Técnica da Farmácia Banha, cujo alvará de constituição data de 1917, tornando-a assim na farmácia mais antiga da Freguesia de Moscavide e Portela. Residente em Moscavide desde sempre, a sua postura pautou-se por uma constante disponibilidade para apoiar todos os que a ela recorrem. Desta forma deu continuidade aos desígnios do seu pai com o lema da ajuda, na resolução de múltiplas dificuldades com que se deparam os seus utentes, muitas vezes associadas à questão financeira. Aos 82 anos a sua determinação, tenacidade e coragem são balizas da sua actuação, continuando a assegurar os turnos

nocturnos do serviço permanente da farmácia, por considerar que este deve ser assegurado pelos seus responsáveis. Privilegia o contacto directo com as pessoas, considerando-o a melhor forma de prestar um serviço público. A consolidação da sua carreira profissional dá-se pela colaboração com especialistas nacionais e estrangeiros no ramo da saúde, bem como pela análise pormenorizada de diversas formas de encarar o trabalho do farmacêutico.

Medalha Municipal de Mérito e Dedicação Abílio Fernando dos Santos de Sousa Nasceu a 1 de março de 1938 e faleceu a 4 de março de 2014 na terra que o viu nascer, Loures. Homem de família, dedicado e trabalhador dedicou os últimos 12 anos da sua vida à causa autárquica, na junta de freguesia de Loures, onde as suas qualidades humanas se destacaram ao agir com a melhor das intenções e de forma genuína para resolver os problemas dos munícipes, comprometendo-se assim com os Lourenses. Um exemplo de cidadania ativa foi o que deu durante grande, senão a maior parte da sua vida, aos munícipes lourenses, bem como ao Movimento Associativo, integrando várias associações ligadas à cultura, bombeiros voluntários e desporto ao longo da sua vida. Honestidade, transparência e lealdade são princípios que o caracterizavam e que o fazia colocar Loures sempre em primeiro lugar, na busca permanente de fazer mais e melhor pela sua terra e gentes.

Medalha Municipal de Mérito Cultural e Educativo Grupo de Teatro Amador Corações de Vale Figueira Com mais de 66 anos de existência e sede em São João

da Talha, o Grupo Dramático e Recreativo Corações de Vale Figueira é uma coletividade fundada por um grupo de teatro amador que, à data, tinha como objetivo angariar dinheiro para ajudar pessoas carenciadas. Da dedicação e do amor ao teatro, da vontade de querer mostrar cultura, nasce, em 2011, o Grupo de Teatro Amador Corações de Vale Figueira, dinâmica encontrada para levar e divulgar o espetáculo junto da sua população. Levar o bom nome desta coletividade dentro e além-fronteiras, e a colaboração em diversas iniciativas da Câmara Municipal de Loures, num intercâmbio salutar com outros grupos de teatro amador, fez desta coletividade uma referência ao nível do teatro e da cultura. Reconhecido pela sua rica tradição e dedicação, legada pelos grupos de teatro que ao longo destes últimos anos realizaram espetáculos de géneros diversificados, constituindo-se como grandes sucessos populares, o Grupo Dramático e Recreativo Corações de Vale Figueira constituiu a Secção de Teatro que conta, actualmente com 20 elementos, e oito peças estreadas, com produção e adaptação próprias. A completar 67 anos de empenho, dedicação e amor ao teatro, a coletividade vai continuar a projetar a sua Secção de Teatro,

numa aposta que se adivinha repleta de êxitos.

Medalha Municipal de Mérito Empresarial Montiqueijo – Queijos de Montemuro A Montiqueijo nasceu numa pequena quinta que foi crescendo de geração em geração. Meio século depois, continua a dar cartas e a inovar no sector dos lacticínios, sendo hoje, uma referência no mundo dos queijos. Apesar de apostar continuamente na inovação, tendo em 1999 construído uma nova fábrica equipada com tecnologia de ponta, os seus produtos mantêm o tradicional paladar. A constante preocupação com a redução da pegada ecológica levou ao desenvolvimento de um processo de transformação do soro excedentário em matéria plástica, que posteriormente irá ser usada no empacotamento dos próprios queijos, bem como, à implementação de um inovador processo de embalagem, que reduziu drasticamente a utilização de plástico. Todo este empenho em conciliar as mais recentes tecnologias com o tradicional, levou a que a Montiqueijo se transformasse numa empresa de prestígio, cujo nome é actualmente, uma referência no mundo dos lacticínios.


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Trata-se de um feito notável, sinal do trabalho de excelência que é exercido pela formação do clube, potenciando não só o desenvolvimento desportivo e competitivo, mas também o desenvolvimento de competências sociais na formação cívica dos jovens atletas. É graças ao empenho e dedicação destes jovens, desta equipa do Sport Grupo Sacavenense, que leva a um alto patamar o nome do concelho de Loures pela excelência desportiva.

Medalha Municipal de Serviços Distintos Science4you A Science4you nasceu oficialmente a 30 de janeiro de 2008, com quinze acionistas, entre os quais alunos e professores que também investiram nesta sociedade, a qual assumiu como visão, “ser uma empresa de referência mundial, no mercado dos brinquedos científicos com vista a proporcionar a todos um contacto com as Ciências Experimentais”. Empresa portuguesa, nascida e criada em ambiente universitário, que rapidamente se transformou numa empresa de referência mundial no mercado dos brinquedos científicos e didáticos. Enquanto projeto empreendedor, que adotou como valores basilares: a pró-atividade, a inovação e a dedicação. É uma empresa que se dedica atualmente a duas áreas de negócio distintas: Brinquedos e Formação. Desenvolve, produz e comercializa brinquedos científicos e didáticos e, simultaneamente, realiza workshops de ciência, festas de aniversário-científicas, campos de férias científicos e leciona aulas de ciência experimental nas escolas. Numa ótica de progresso, crescimento e sustentabilidade de

produção, a Science4you implementou o seu armazém de logística e produção na freguesia do Prior Velho, em janeiro de 2013, enriquecendo o tecido económico, bem como a criação de mais postos de trabalho no nosso concelho, essenciais para o desenvolvimento regional. Ao longo de 6 anos de existência a Science4you e o seu presidente têm somado êxitos e distinções que fazem dela uma referência mundial. Em 2009, o IAPMEI atribuiu, o Prémio Empreendedor Finicia Jovem e em 2010, a Comissão Europeia entregalhe o Prémio Empreendedor do Ano. Em 2011, a empresa recebeu o 1º Prémio da European Entreprise Awards na categoria de Internacionalização a nível Nacional. Em 2013 é galardoada com o Prémio Empreendedor nos Prémios Novos e com o Prémio Business Internalization Award, por parte do Governo Britânico.

Medalha Municipal de Mérito Desportivo Equipa de Juniores do SG Sacavenense

O Sport Grupo Sacavenense é uma das grandes referências desportivas do Município de Loures e da cidade de Sacavém. Na época 2013-2014, terminou em 1º lugar a II Divisão do Campeonato Nacional de Juniores, na modalidade de futebol, sagrando-se assim Campeão Nacional e assegurando a subida à I Divisão do campeonato.

Ana Rosa Sirgado da Silva Santos Barreto Ana Rosa Barreto iniciou funções no Agrupamento de Escolas de Apelação a setembro de 1997, como Chefe de Serviços de Administração Escolar e Coordenadora Técnica, e estabeleceu, desde logo, uma relação de proximidade, abertura e diálogo com todos os elementos

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da sua equipa e Direção. A sua postura sincera, frontal e espírito de cooperação e respeito, fez dela uma líder exímia no cumprimento das suas funções e responsabilidades assumidas. A relação com a comunidade escolar foi, desde sempre, pautada por uma grande exigência e rigor não descurando o ambiente de trabalho, também ele modelado por uma organização rigorosa e assertiva. Com cada elemento da sua equipa, Ana Rosa Barreto estreitou laços de companheirismo, camaradagem e partilhou conhecimentos, ajudando nas suas dificuldades diárias. Esta sua capacidade de entreajuda transcendeu a esfera do Agrupamento onde trabalhava, disponibilizando-se para apoiar outros serviços administrativos. A disponibilidade aliada com o seu sentido de humor e o seu apurado sentido de responsabilidade, são características que fazem de Ana Rosa Barreto, um exemplo!


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BREVES

Santa Iria da Azóia recebe campanha “Vamos Gravar Esta Ideia”

Rui Pinheiro Sociólogo

Turismo ?!... Que turismo ? Há anos que se vem fazendo a invocação, no país e no Concelho de Loures, de que há grande potencialidade para o turismo. Não me atrevo a duvidar e, no que a Loures respeita porque quanto ao país não o farei agora - até posso reconhecer alguma potencialidade e algumas possibilidades. Contudo, enquanto não for cabalmente assumido que estamos no patamar zero e a caminho de coisa nenhuma, os avanços serão nulos. Podem, para este debate, serem convocadas as centenas de iniciativas em prol de uma alegada “promoção do turismo” de Loures. Ora, veja-se o que resultou desse já vasto investimento e com facilidade se concluirá que valeram coisa praticamente nenhuma. E fica aqui o praticamente, apenas porque houve uma iniciativa que sobreviveu – o Festival do Caracol Saloio - e que traz hoje, após um quinquénio de edições, uns milhares de “turistas gastronómicos ocasionais” a Loures. De tudo o resto, o vento nada deixou… É inquestionável que Loures tem património natural e construído, tem uma Rede de Museus, bonitas paisagens, locais aprazíveis e outras oportunidades. Mas nunca, em parte nenhuma do mundo, o turismo foi bem sucedido pelo mero somatório de elementos, factos e acções dispersas, desconexas e sem rumo. A par das potencialidades, há sérias ameaças a qualquer perspectiva de valorização turística. Não é invulgar uma bonita paisagem estar “contaminada” por postes de alta tensão, aerogeradores, construções ilegais e/ou barracas. A escassez de unidades hoteleiras, uma restauração globalmente pobre, de vistas curtas e qualidade de serviço confrangedora e, uma frente ribeirinha sofrível, são apenas alguns, sublinho, apenas alguns, dos obstáculos que precisam ser tidos em conta numa qualquer vontade séria de desenvolvimento turístico. A vida não espera que façamos planos para a conformar e, portanto, quanto mais tarde se começar a tratar o tema com seriedade, mais significativo será o nosso atraso, porque os últimos anos afundaram Loures para uma pouco invejável posição, de uma espécie de quintal das traseiras da Capital, sem defender o seu território, as suas qualidades e desperdiçando oportunidades. Não se inverte tal situação por passes de mágica. Não se faz o caminho contratando uns “consultores” que recomendam receitas genéricas – servem aqui ou no Sri Lanka – cobram umas “massas” e passam adiante. Uma actividade turística nascente, em Loures, requer humildade, determinação, visão, dinâmica, paciência, diálogo, criatividade, coordenação, envolvimento. Evidentemente, é necessário um Plano Estratégico, que defina o rumo. Existem recursos no Município e na comunidade local, para iniciar o caminho. Estão no terreno oportunidades a pedir para ser olhadas com atenção. É preciso fazer antes o trabalho duro que proporcione os benefícios económicos, sociais e culturais futuros. Nenhum rasgo o substituirá. Nenhum dinheiro o amenizará. As ideias não se regam com dinheiro.

A Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza lançou no passado dia 25 de junho na Papelaria Castelo de Palavras, em Santa Iria da Azóia, a campanha de recolha de CD’s e DVD’s “vamos gravar esta ideia”. Esta iniciativa ocorre na sequência de um protocolo assinado entre vários organismos do sector ambiental e conta com a parceria da empresa Chronopost, através da sua rede “Pick Me”. Com 420 postos em várias partes do país, garante a recolha dos materiais e torna a colecta mais fácil. A receita obtida com a venda de CD’s e DVD’s usados destina-se à plantação de árvores, através da fundação Floresta Unida. Apesar da utilização de suportes de armazenamento de informação descartáveis ter vindo a diminuir, devido à evolução tecnológica, é necessário o seu correcto encaminhamento para protecção do meio ambiente.

Loures e Odivelas aprovam SIMAR As câmaras de Loures e Odivelas aprovaram, no dia 18 de junho, o projecto de criação de uma empresa intermunicipal para o abastecimento de água e recolha de lixo nos dois concelhos. A aprovação dos Serviços Intermunicipalizados de Água e Resíduos de Loures e Odivelas (SIMAR) foi efectuada em reuniões dos respectivos executivos, que simbolicamente decorreram à mesma hora e que obtiveram unanimidade na votação. Agora o SIMAR fica a aguardar a apreciação da Entidade Reguladora dos Serviços da Água e Resíduos (ERSAR) e do Tribunal de Contas para quer o projecto possa avançar.

Serviços Municipalizados vão ser reforçados Em função das dificuldades sentidas, pelos Serviços Municipalizados, em fazer a recolha de resíduos urbanos foi aprovado pelo conselho de administração desta entidade, a abertura de um con-

curso para a contratação de 28 cantoneiros e 17 motoristas. Este concurso visa combater a falta de recursos humanos nestes serviços, que tem vindo sistematicamente a ser reduzida em função de aposentações. Desde o início de 2013 os Serviços Municipalizados perderam 40 trabalhadores, uma baixa bastante significativa que agora tentará ser remediada. A acrescer a esta situação, a frota encontra-se envelhecida, sendo constantes as avarias, o que leva a períodos longos de inactividade das viaturas. A alteração dos circuitos de recolha, de modo a que se tornem mais eficientes, é outra das medidas que será posta em prática.

Obras no Parque de Estacionamento

- Piscina de Santo António dos Cavaleiros Estão a ser realizadas obras para requalificar os parques de estacionamento junto às Piscinas Municipais de Santo António dos Cavaleiros. Os trabalhos executados pelos próprios meios da Câmara Municipal de

Loures, serão divididos em duas etapas, a primeira deverá estar concluída brevemente e a segunda irá começar dentro do segundo semestre deste ano. As obras consistem na melhoria do pavimento do parque de estacionamento superior e na escada de acesso ao mesmo piso.

Câmara de Loures ouve IPSS’s As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho, que se dedicam à população sénior e às crianças, puderam expor as suas principais dificuldades e objectivos, numa reunião realizada, no passado dia 19 de Junho, com a vereadora responsável pelo pelouro da acção social, Maria Eugénia Coelho. A manhã no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte foi dedicada às instituições que prestam assistência aos idosos, lares e centros de dia e o período da tarde no Salão Nobre dos Paços do Concelho reuniu as que estão ligadas à infância. A maioria dos problemas expostos incidiu na preca-

riedade das instalações e na falta de recursos humanos e financeiros.

“Escolha Saúde” em Fanhões No dia 21 de Junho realizouse, na sede dos Bombeiros Voluntários de Fanhões, um conjunto de rastreios à população: medição do colesterol, da glicemia, verificação visual e auditiva. Esta acção que contou o apoio da Câmara Municipal de Loures faz parte do projecto “Escolha Saúde”, que começou em 2013 e ocorre duas vezes por ano. O objectivo é estimular a adopção de comportamentos e estilos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática de exercício físico.

Junta de Loures dá apoio a reformados A Junta de Freguesia de Loures atribuiu um subsídio anual de 3 500 euros à Associação de Reformados e Pensionistas de Pinheiro de Loures. Esta verba destina-se a dar apoio às despesas correntes da associação.


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SAÚDE

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Pontinha abre vaga no Hospital Beatriz Ângelo A freguesia da Pontinha saiu do Hospital Beatriz Ângelo passando para o Hospital de Santa Maria. Esta saída poderá permitir a entrada de uma outra freguesia na área de influência do hospital de Loures, o que neste momento está a ser discutido com as freguesias do município excluídas deste hospital. A Câmara Municipal e as juntas de freguesia de Moscavide e Portela, Sacavém e Prior Velho e Santa Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela estão a auscultar a população no sentido de perceber a sua vontade. Tendo em conta a saída da freguesia da Pontinha do Hospital Beatriz Ângelo, a Câmara Municipal de Loures e as juntas de freguesia decidiram auscultar as freguesias do concelho, que não fazem parte da área de influência deste hospital, quanto ao desejo de o poderem vir a fazer. São apenas sessões de esclarecimento e de percepção da vontade popular, pois a decisão para a integração de outra freguesia no Hospital Beatriz Ângelo está nas mãos do Ministério da Saúde.

Isto não invalida que as freguesias do município servidas pelo Hospital de S. José se manifestem, de forma a que se possa perceber a vontade da população. Perante as indicações dadas pelos habitantes destas freguesias, as instituições autárquicas farão as suas diligências, caso alguma delas tenha vontade em fazer parte da área de influência deste hospital. As freguesias em questão são Moscavide e Portela, Sacavém e Prior Velho e Santa Iria de Azóia, S. João

da Talha e Bobadela, três das 10 que compõem o concelho e que estão ligadas ao S. José, já que as restantes sete estão sobre área de influência do Beatriz Ângelo. Estas três freguesias, tal como 37 do concelho de Lisboa, estão à espera do arranque da única grande obra que este governo pretende implementar, o Hospital de Todos os Santos, que abarcará toda a zona oriental de Lisboa. Uma obra que tarda em começar, apesar da urgência da mesma.

18 localidades, 10 freguesias

Hospital S. José Hospital Beatriz Ângelo

Sessões de esclarecimento Em Moscavide e na Portela as sessões já se iniciaram, através de uma assembleia de freguesia extraordinária, realizada em Moscavide e promovida pela Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, onde ficou decidido que se iria fazer um referendo para escrutinar a vontade popular, sendo que os presentes nesta assembleia foram categóricos em preferir o S. José ou Santa Maria, em detrimento do Beatriz Ângelo. Uma assembleia que contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, que sublinhou que, independentemente da opção escolhida, a decisão não passaria pelo município. Esclarecer e perceber a vontade popular é o objectivo e o referendo não será decisivo na implementação da opção escolhida, servirá apenas para que se tomem medidas em função do pretendido. A freguesia de Santa Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela terá as suas sessões de esclarecimento durante o mês de julho, contando com a presença do Presidente do município. A primeira será dia 4 às 21 horas, na Sociedade Recreativa e Musical 1º de Agosto Santa Iriense, em Santa Iria de Azóia. A segunda terá lugar no dia 7, também às 21 horas, no Grupo Dramático e Recreativo "Corações de Vale de Figueira", em S. João da Talha. Por fim, no dia 9, novamente às 21 horas, terá lugar a última sessão de esclarecimento, que decorrerá na Sala da Assembleia de Freguesia na Praceta José Régio, na Bobadela. Em Sacavém já houve uma assembleia de freguesia em que este tema foi debatido, de qualquer forma o esclarecimento manter-se-á ainda durante este mês, contando também com a presença de Bernardino Soares, que ajudará a esclarecer algumas das questões prementes. Pedro Santos Pereira

Ricardo Andrade

Comissário de Bordo

Bons exemplos e boas práticas A vida é feita de instantes, de momentos, de experiências que vivemos. Mas a vida é também feita das opções que tomamos e dos caminhos que decidimos trilhar. Nos vários estádios da nossa existência somos confrontados com a necessidade da fazer escolhas que, tenhamos consciência, definirão sempre em larga medida aquilo que somos e que seremos. Talvez por isso, eu seja daqueles que tem como fundamental o respeito por um conjunto de conceitos bem vincados, a que chamo de princípios. Por tudo o que escrevi antes e pelo carácter mutável de muitas circunstâncias conjunturais, me incluo naquele grupo de pessoas que acredita que apenas com um respeito enorme pelo próximo, mas também pelos nossos valores morais, podemos ir dando passos pequenos, mas decididos, no caminho de uma credibilização da nossa sociedade. O mundo em que vivemos depende de diversos factores, que nem sempre dominamos, mas depende, acima de tudo, da forma como não nos afastamos da nossa coerência connosco e com o peso das responsabilidades que assumimos. Por isso mesmo tenho, como cada vez mais importante, que todos os que decidem assumir papéis de liderança em projectos com impacto na sociedade sejam consequentes com as escolhas, que fazem no dia-a-dia e com a importância de que se reveste para os outros os exemplos que dão. Vivemos num mundo global, em que tudo o que fazemos tem impacto na vida do nosso vizinho do lado. Existimos num contexto em que a nossa liberdade termina exactamente onde começa a liberdade do outro. Evoluímos numa sociedade em que os actores principais não devem ter medo de optar pelo caminho que não os sirva a si mesmos mas sim a todos na medida em que esse deve ser um dos pressupostos básicos da sua conduta. Em jeito de conclusão, apenas posso dizer que felizmente o ser humano tem o poder do livre arbítrio, mas que muitos são ainda os que, infelizmente, não "pensam duas vezes" que esse poder acarreta a enorme responsabilidade de não dever falhar aos que mais necessitam de bons exemplos.


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SAÚDE

Rede de Vigilância de Vectores De acordo com a Organização Mundial de Saúde as doenças transmitidas por vectores são causadas por agentes patogénicos e parasitas no Homem e animais. Estas doenças são um grupo de patologias (re) emergentes, que representam actualmente uma ameaça para a Saúde Pública, merecendo por isso especial atenção. Nas últimas duas décadas, muitos agentes patogénicos associados a vectores têm surgido em novas regiões, enquanto muitas doen-

ças endémicas têm aumentado a sua incidência. Anualmente há mais de mil milhões de casos e mais de um milhão de mortes, representando mais de 17% das doenças infecciosas. Em 2008, Portugal iniciou o Programa Nacional de Vigilância de Vectores (REVIVE), o qual originou um protocolo entre as Administrações Regionais de Saúde (ARS) do continente, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

A Unidade de Saúde Pública Loures-Odivelas (USP) integrou o REVIVE em 2012. O REVIVE tem como finalidade contribuir para o sistema de vigilância e controlo de riscos para a saúde, associados à presença de culicídeos (mosquitos) e ixodídeos (carraças), que são vectores de doenças. Assim, cabe às USP que integram este programa, identificar e monitorizar os locais potenciais para o desenvolvimento de vectores, determinar medidas para reduzir ou eliminar o

desenvolvimento destes e sensibilizar as entidades competentes para o problema e a necessidade de preverem actividades que diminuam ou eliminem os mosquitos e carraças. A USP Loures-Odivelas procede à colheita de ambos os vectores, sendo esta actividade dinamizada pelos Técnicos de Saúde Ambiental (TSA). Em 2014, para uma maior abrangência deste programa nos concelhos da área, passou a contar com a colaboração dos canis municipais e hos-

(REVIVE)

pitais veterinários na captura de carraças na fase parasitária (em hospedeiros). A vigilância destes vectores decorre em momentos distintos ao longo do ano. No caso das carraças, as colheitas são realizadas todos os meses do ano e no caso dos mosquitos, decorre de Maio e Outubro. Unidade de Saúde Pública do ACES Loures-Odivelas Vanessa Freitas, Adriana Geraldes e Cátia Rodrigues, Técnicas de Saúde Ambiental

Carraça As carraças são um dos principais vectores de doenças transmitidas aos animais e ao Homem. A sua importância médica e veterinária advém da aptidão para se fixarem ao hospedeiro podendolhe transmitir uma variedade de agentes infecciosos. Encontram-se nas extremidades das ervas altas e arbustos, onde dispõem de algum grau de humidade, passando para um hospedeiro ao menor toque que seja dado na vegetação e uma vez fixados, conseguem permanecer despercebidos

por vários dias. Podem parasitar várias espécies de animais, por exemplo, aves, roedores, ruminantes domésticos e selvagens, equinos ou animais domésticos. Em Portugal os principais agentes patogénicos transmitidos ao Homem por carraças com capacidade vectorial para transmitir doenças são a Rickettsia, Borrelia e Coxiella burnetii, causando respectivamente, Febre escaro-nodular (febre da carraça), Borreliose de Lyme e Febre Q.

Medidas de Protecção (Carraças) Atividades ao ar livre: • Evitar áreas infestadas de carraças • Usar roupas de cores claras, reduzir a área de pele exposta • Inspeccionar o corpo (especial atenção na cabeça e pescoço) e as roupas (caso seja detetada alguma carraça remover de imediato – ver técnica correta) Se tiver animal(ais) de estimação: • Desparasitá-los • Inspeccioná-los sempre que regressem da rua • Proteger as mãos com luvas, para remover a carraças Para evitar a infestação das casas deve-se: • Aparar arbustos e árvores e evitar a acumulação de detritos • Remover muros de pedras da proximidade das casas • Manter os animais de estimação saudáveis e livres deste tipo de parasitas • Aplicar químicos, mas nunca fazê-lo sem aconselhamento profissional

Colheita de Carraças nos Hospedeiros Técnica correta

Técnicas a evitar

• Prender a carraça com o polegar e o indicador

• Envolver a carraça com uma substância gordurosa

• Rodar para soltar • Puxar até que se solte • Desinfetar o local

• Aproximar duma fonte de calor • Perfurar o corpo da carraça

• Se ocorrer alguma alteração do estado de saúde, consultar o médico

Mosquitos As espécies de mosquitos que existiam apenas em habitats de climas tropicais e subtropicais, têm vindo a expandir-se para outros habitats, devido às alterações ambientais, aparecendo em zonas de climas temperados onde as condições são favoráveis ao seu desenvolvimento e são responsáveis pela disseminação de doenças infecciosas não habituais. O ciclo de vida dos mosquitos passa por quatro fases: adulto, ovo, larva e pupa. A presença de água é essencial para o seu desenvolvimento, pois é o meio pelo qual se completa o seu ciclo evolutivo. A temperatura é outro factor importante, havendo um maior número de descendentes e desenvolvimento no intervalo

de 25ºC a 30ºC. O crescimento destas populações aumenta na Primavera e Verão. Os ovos resistem a condições desfavoráveis, ambiente seco e temperaturas extremas (-15ºC a 48ºC), podendo tornar-se viáveis, mesmo ao fim de um ano, se existirem condições favoráveis. Normalmente, os mosquitos escolhem locais com sombra e zonas húmidas. As zonas mais propícias ao seu aparecimento são reservatórios de água, vasos de plantas, caleiras, jarras, pneus, entre outros. Em Portugal, os mosquitos já foram identificados como tendo capacidade vectorial para transmitir doenças como Febre de Dengue, Febre do Nilo Ocidental e Malária.

Medidas de Protecção (Mosquitos) Protecção individual • Reduzir a área exposta, vestindo de preferência roupa de cor clara com mangas compridas, calças compridas e meias • Aplicar repelentes de insetos na pele exposta • Utilizar redes mosquiteiras Prevenção ambiental • Não deixar recipientes abandonados (até uma tampa de uma garrafa de água pode ser um reservatório) • Evitar a existência de água estagnada (vasos de plantas, caleiras, jarras ou pneus) • Tratar as piscinas com cloro e limpá-las uma vez por semana. Se não forem usadas devem ser mantidas vazias ou cobertas • Não armazenar água em recipientes no exterior sem proteção • Fazer regularmente a manutenção de poços e estruturas similares • Manter limpos lagos e cascatas decorativas. Aconselha-se a criação de peixes, pois podem comer as larvas de mosquitos

Nota: Na edição anterior o artigo "Proteja-se do Calor", por lapso, apareceu como sendo do Dr. Joaquim Martins, quando foi escrito por Elvira Martins - Delegada de Saúde Coordenadora da Unidade de Saúde Pública Loures Odivelas, por Ana Verde - Técnica de Saúde Ambiental de Unidade de Saúde Pública Loures Odivelas e por Fernando Dias Técnico de Saúde Ambiental da Unidade de Saúde Pública Loures Odivelas, responsáveis do Plano de Contingência para as Ondas de Calor.


E o caracol voltou Agora que chegou o verão, também começa a procura de uma iguaria muito procurada pelos portugueses, principalmente nesta altura do ano: o caracol. Tendo um ciclo reprodutor mais curto no verão (cerca de 4 meses) que no inverno (cerca de 6 meses), a produção deste pequeno animal aumenta substancialmente nesta estação do ano. E que negócio! Por ano só os portugueses consomem cerca de 42 mil toneladas de caracóis por ano, o que é bastante tendo em conta o peso de um só caracol. E agora com o Mundial de futebol, mesmo apesar de Portugal já ter sido eliminado, o tradicional petisco de caracóis e cerveja, enquanto se vê o jogo num café, ainda é mais apetecível. Com tantos amigos como inimigos, o que é facto é que o caracol é servido das mais variadas formas e integrando nos mais variados pratos. Neste âmbito a Câmara Municipal de Loures irá organizar o Festival do Caracol Saloio, que terá lugar entre os dias 10 e 27 de julho na “Capital do Caracol”, junto do Pavilhão Paz e Amizade. Trata-se de uma festa tradicional que se baseia, naturalmente, no consumo de caracóis. Nesse festival haverá só uma boa amostra de pratos originais da responsabilidade de dez estabelecimentos locais e nos quais foi integrado o caracol, como salada de caracol, chili de caracoleta, rissóis de caracol, caracoleta à Bulhão Pato, entre outros, sendo, por isso, uma paragem obrigatória para os grandes apreciadores de caracol. No festival também haverão espetáculos musicais, animação infantil, uma feira artesanal e, para aqueles que torcem o nariz só de pensar em comer caracóis, uma feira alimentar. Nesta feira, o objetivo é tentar substituir o consumo de caracol. Em suma, será decerto um Festival muito divertido e enriquecedor, para todas as idades e gostos. Além disso, é benéfico também pelo facto de ser uma forma de afirmação da identidade cultural e tradicional do nosso país, assim como um grande incentivo ao turismo em Portugal.

Restaurantes presentes • RR Café Snack • O Grelhador de Loures • Salero • Limiano • Retiro do Minhoto • Ímpar • Café Ludecénio • Xurrasku’s • Snack-bar Apolo 78 • Churrasqueira Ideal de Loures


“Não é só um festival gastronómico", mas um contributo para a economia local O Festival do Caracol vai ter a sua 15ª edição. Apesar de ser considerado o maior festival dedicado ao caracol é muito mais que isso, é uma forma de dinamizar o turismo em Loures gerando, dessa forma, um valoroso encaixe financeiro ao comércio local. Para sabermos pormenores sobre a edição deste ano, o NL entrevistou o vereador Nuno Botelho, responsável por este evento. Quando e como foi criado o Festival do Caracol? O Festival do Caracol começou em Loures no ano 2000 e esta será a 15ª edição do evento. Esta iniciativa foi criada como complemento das Festas da Cidade e ao longo dos anos evoluiu e cresceu, de tal modo, que hoje é uma acção que já conta com 10 participantes da área da restauração e cerca de 100 mil visitantes. De momento, os números são estes, porque não temos capacidade de crescimento no espaço onde estamos, nem em termos de participantes consumidores, nem em termos de participantes de restauração. O festival move valores estimados na ordem dos 400 mil euros e já não é só um festival gastronómico, mas um importante contributo para a economia local. Porquê o Festival do Caracol em Loures? Lembro-me desde sempre de vir a Loures a vários restaurantes comer caracóis. No concelho de Loures existiram sempre muitos locais em que o caracol é o petisco de Verão, em que as famílias vinham de Lisboa à zona saloia comer o caracol. Penso que foi isto que fez com que no ano 2000, os interlocutores políticos criassem essa experiência do caracol com dois ou três restaurantes locais, que são especialistas no produto e que ainda hoje participam no festival. Penso que terá sido isso que fez com que Loures nascesse para o Festival do Caracol e que as pessoas fizessem do evento uma complementaridade das festas da cidade, não podia imaginar no entanto que chegaríamos a este nível de crescimento, com uma amplitude tão grande a nível nacional, mas isso é a qualidade e aí o mérito é dos restaurantes que de facto fazem um trabalho incansável, com especialidades. Quando provamos um caracol num café qualquer, não é a mesma coisa que vir ao Festival do Caracol e comer uma especialidade trabalhada pelos cozinheiros, com menus próprios.

Os caracóis de Loures são confeccionados de outra forma? Fizemos pela primeira fez uma prova cega de selecção dos participantes no festival, porque achámos que a escolha dos restaurantes aleatória, era um pouco de quem chegasse primeiro. Assim, convidámos para fazer parte do júri a Escola de Hotelaria do Estoril, à qual agradecemos e que deu mais credibilidade ao júri, composto por um professor de turismo, que era o diretor da escola e um chefe credenciado. Esse chefe é um dos mais conhecidos no ensino de hotelaria em Portugal e explicou que os cozinheiros trabalham o caracol há anos, não é só colocar o caracol com água e sal, depois metem-lhes especiarias. O caracol foi trabalhado para enaltecer os seus sabores reais, já não é só cozer o caracol, é trabalhar o caracol. Achamos que o caracol ou se gosta ou se odeia e cada vez mais não é assim, cada vez mais o caracol é trabalhado para ir ao encontro dos gostos das pessoas e em Loures conseguimos isso. O mérito é dos restaurantes que conseguiram tornar o festival num evento de sucesso. Neste momento as festas da cidade estão paradas por motivos financeiros, pode-se dizer que o Festival do Caracol é o grande evento do município? O Festival do Caracol é de facto um grande evento, porém não substitui as festas da cidade, embora as pessoas possam ter essa percepção. Gostaríamos de poder proporcionar aos munícipes de Loures umas festas da cidade com mais dignidade e mais qualidade, mas nesta fase, como disse, por causa da crise económica, é muito complicado. No entanto, este festival com o envolvimento e o número de pessoas que traz a Loures, de fora e dentro do concelho, conseguiu criar dinâmicas próprias e é já o ex-libris turístico da zona, sendo mesmo considerado o maior festival do caracol do País. Esta iniciativa está também associada à feira de artesanato, que temos vindo a realizar nos últimos 3-4

anos, o que faz com que também alguns artesãos locais possam mostrar os seus trabalhos e divulgá-los junto dos milhares de visitantes do evento. Referiu que em termos gerais esta acção faz circular cerca de 400 mil euros. Por quem é feita a maior parte do investimento? Toda a organização do evento está a cargo da Câmara Municipal de Loures. Com o crescimento do festival, como é evidente, tornouse necessário os participantes, os restaurantes e os parceiros aumentarem o seu envolvimento,

mas o volume de negócios cobre todo o investimento que realizam. Assim, o Festival do Caracol é um caso de sucesso, a nível económico, que pretendemos ainda melhorar e fazer crescer para que possamos ter mais participantes. Este ano já não será possível, já que o espaço é limitado, o que condiciona consequentemente o número de visitantes e restaurantes presentes. Também queríamos aumentar o número de espaços para artesãos e não conseguimos, mas já estamos a estudar uma forma para que na edição de 2015, possamos

abrir as portas a todas as pessoas que queiram participar no evento. Como exemplo, este ano concorreram 13 restaurantes e só tínhamos 10 vagas, pelo que fomos obrigados a efectuar uma selecção, o que foi uma das grandes alterações aos festivais anteriores. O nosso objectivo é que todos possam participar, ou seja, mais do que fazer um festival do caracol para alguns, pretendemos fazer com que este festival mova a economia local, criando mais emprego, de forma a ser um modelo económico para o concelho.


De acordo com o que referiu, o investimento neste festival é totalmente recuperado pela Câmara Municipal de Loures. Isso significa que gera lucros? Não, a Câmara não tem lucro, mas também não tem prejuízo com este evento. Nos últimos anos, nenhum parceiro se queixou de não ter tido mais-valias e portanto o Festival do Caracol paga-se a si próprio, é um investimento seguro da Câmara. O investimento directo são cerca de 40 mil euros, divididos por pagamentos em segurança, várias licenças, entre outros. Depois com a participação dos restaurantes, que pagam também uma pequena taxa de entrada e dos parceiros conseguimos equilibrar estas contas. Saliento que este ano estamos a fazer um investimento redobrado, tentando melhorar o conforto das pessoas que visitam o espaço, tentámos abrir as portas a outra camada da população que não costuma ir ao festival, arranjar mais espaço entre cadeiras para que as pessoas possam estar mais confortáveis, melhorámos a iluminação e a passagem da ventilação, aumentámos o espaço infantil que vai ser gerido por uma IPSS e será fechado, para que os pais possam estar descansados durante o evento, enquanto os filhos brincam com técnicos da área. Era importante para nós fazermos estas melhorias e chamar mais famílias ao festival. A música era uma das coisas de que as pessoas se queixavam e fizemos um grande esforço para melhorar a qualidade musical e a qualidade do próprio equipamento de transmissão. Pensámos também na comunicação social e criámos um Media Center, para os meios que irão cobrir o evento, com boas condições de trabalho. Tentámos, assim, criar uma envolvência para que todos os parceiros e entidades que participam na iniciativa possam trabalhar melhor, mas a verdade é que estamos no limite e estamos a tentar para o ano que vem mudar de local para podermos abranger mais visitantes e mais participantes.

Pode-se dizer então que o grande investimento foi na melhoria das condições para os visitantes? Foi aí que incidiu a grande mudança do ano passado para este ano? O ano passado atingimos o limite de cerca de 100 mil visitantes estimados, sendo difícil contabilizar, vendemos cerca de 20 mil quilos de caracol e 40 mil litros de bebida, números estimados pelos parceiros. Este é um festival importante, já com uma intervenção social e económica relevantes, recebe e chega a muita gente. Pela grande capacidade que o evento teve de crescimento, a comunicação social dá realce ao festival, hoje quase em todos os programas de cariz social e de entretenimento se fala do caracol saloio. Hoje chegamos a muito mais gente do que chegávamos há 5 anos atrás, e quando viemos para estas instalações, o objectivo não era atingir 100 mil pessoas, mas se calhar 20 mil ou 30 mil pessoas, daí o enfoque nas condições e na sua melhoria ser essencial. Realço também, que aproveitamos a iniciativa este ano para promover os produtos locais, por exemplo, já era costume que o vinho vendido no Festival do Caracol, que de facto não é muito, é vinho de Arinto, mas este ano acrescentámos ao vinho, o queijo de Lousa, um queijo pre-

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Os restaurantes normalmente não contratam pessoas para 15 dias, contratam as pessoas porque acham que elas podem ser uma mais valia no seu negócio

miado e o pão do Cabeço de Montachique. Achamos que os eventos de turismo da Câmara têm de promover os produtos locais. É muito importante, também, podermos ajudar a desenvolver estas empresas, ou seja a economia, para que possamos todos crescer à volta do caracol. Podemos depreender então que o Festival do Caracol, quando foi idealizado, era um festival local? Neste momento podemos dizer que é uma tendência nacional? O Festival do Caracol quando foi criado era um evento local de complemento às festas da cidade. Neste momento, sim, é uma iniciativa de carácter nacional, embora grande parte dos visitantes sejam da área metropolitana de Lisboa, já não é só a população de Loures que visita o evento. Também queremos chamar mais pessoas, mudámos o programa musical e agora durante os fins-de-semana vamos ter à tarde grupos folclóricos locais. Estamos a tentar chegar à população mais saloia, isto num bom sentido, que não se identifica muito com o festival. É importante também para nós perceber, que o Caracol é o festival para fora, para os turistas, mas também é relevante para a nossa cultura saloia. Vamos, ainda, aproveitar a acção para realizar um programa de adopção de animais. Quando chegámos a Loures, neste executivo, o canil tinha condições muito precárias para os animais e uma enorme percentagem de abates, que pretendemos reduzir com várias campanhas concretas no Festival do Caracol. A Câmara pretende fazer de Loures a capital do caracol? Sim, a capital do caracol saloio. Loures tem 4 ou 5 produtos turísticos que devem ser aproveitados. Bucelas, a capital do Arinto, deve ser potenciada ao máximo. O Caracol cresceu por si próprio e hoje em dia é o porta estandarte da gastronomia local. O queijo de Lousa, que um dos dois produtores de queijo fez com que seja considerado o melhor queijo

do País fez agora 50 anos. O pão do Cabeço de Montachique, que estava um bocado esquecido, tem um produtor local que vai participar no evento. É importante criarmos uma frente com o Pão, Vinho, Queijo e o Caracol. Perante o sucesso destes 15 anos, para o ano o objectivo é aumentar as dimensões, de forma a que o festival tenha outra capacidade de resposta? Para mim, como vereador desta Câmara e para todo o executivo, o mais importante é podermos ajudar a economia local a crescer e podermos oferecer aos nossos munícipes um Festival do Caracol digno e com qualidade e segurança. Em relação à economia local, se temos capacidade e temos público e oferta turística, se só não temos um espaço com mais qualidade, temos que mudar, melhorar, arranjar outro local para podermos ter mais lugares disponíveis para as pessoas e restaurantes. Eu ficaria muito satisfeito se para o ano conseguíssemos dar emprego a mais 10 pessoas, que são 3 expositores. Cada stand tem em média 3 a 4 pessoas. Os restaurantes normalmente não contratam pessoas para 15 dias, contratam as pessoas porque acham que elas podem ser uma mais valia no seu negócio e se pudéssemos assegurar emprego e ajudar mais 10 famílias seria óptimo. Vamos, assim, tentar arranjar um local onde possamos pôr até 15 stands, porque a procura do caracol cobre perfeitamente essa oferta. Este ano não foi possível, mas estamos a trabalhar afincadamente na edição de 2015. De que forma é que a Câmara tem promovido o Festival do Caracol a nível nacional e até internacional? Tem havido um grande investimento nos últimos 2 anos, e este ano vai-se manter, em relação a publicidade na comunicação social nacional, como a participação em programas de entretenimento durante o dia, nos grandes canais de televisão, através de spots publicitários. O Caracol Saloio atingiu um nível nacional, pela sua qualidade.

Conseguimos criar uma sinergia que faz com que as pessoas voltem todos os anos e cada vez tragam mais gente. Acredito que a comunicação social também ajuda muito, mas a qualidade do caracol e do evento faz com que as pessoas voltem. A comunicação social faz o primeiro chamariz e a qualidade é que mantém e chama mais gente. Para terminar, pode-se seguramente dizer que o maior festival do caracol do País é aqui em Loures? Para o concelho de Loures é a maior referência nacional. Parece-me que é de enaltecer o trabalho do passado, que foi bem feito e temos que tentar melhorar, para conseguirmos que o festival cresça. Queremos chegar a outros públicos que não costumam vir a Loures. Temos de encontrar outros motivos turísticos para que as pessoas venham a Loures, e estamos a trabalhar nisso, noutras áreas e noutras temáticas e em breve haverá novidades, mas parece-me que Loures tem que ser atractivo, não só pelo festival do caracol. Não podemos só no mês de Julho receber 100 mil pessoas e depois nos outros 11 meses do ano não recebemos ninguém, à excepção de Bucelas que tem muitos visitantes por causa do vinho. Mesmo assim não está potenciado como deveria estar e estamos a trabalhar em conjunto com outros concelhos para conseguirmos potenciar o turismo vitivinícola e no turismo gastronómico. Bucelas tem um dos melhores restaurantes da área metropolitana de Lisboa e há muitas pessoas que não conhecem e temos de captar. Temos um património cultural extraordinário e arquitectónico em Santo Antão do Tojal, temos igrejas do século XVI, desde Bucelas, a Camarate, Fanhões. O caracol é importante, mas temos que criar formas para atrair mais turistas para o património cultural, arquitectónico e gastronómico. Pedro Santos Pereira


FESTIVAL

Caracol Saloio 2014

O H L U J 7 2 › 10 JUNTO AOMIZADE A E Z A P PAV. ANIMAÇÃO MUSICAL TASQUINHAS ARTESANATO ANIMAÇÃO INFANTIL/JUVENIL SEGUNDA A SEXTA { 17:00›24:00 SÁBADO E DOMINGO { 16:00›24:00

facebook.com/MunicipiodeLoures

www.cm-loures.pt


Loures Notícias de

ACTUAL

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128 anos - Município de Loures de parabéns José Reis Santos Investigador

Postais a leste O Homem providencial Durante décadas, filósofos e poetas, escritores e clérigos, expressando descontentamento pela decadência moral e éticas das suas sociedades, com frequência clamavam por Homens providenciais, por Homens de excepcional composição moral e ética, por Homens altruístas com a capacidade de levantarem a Nação dos seus vícios de anarquia boémia e desnorte governativo, navegando-a às águas da tranquilidade governativa, pacificação social e, esperava-se, bem-estar económico. Homens, claro, de maiúscula carregada, pois por qualquer razão que me escapa à compreensão, a espécie humana cedo decidiu, incompreensivelmente, vedar os caminhos da elite política a metade das suas, como se condição essencial à capacidade de liderar os destinos de uma sociedade fosse a de ter pila, ou barba rija. E se cedo nos alvores da urbanidade poder-se-ia ainda compreender a necessidade de uma certa ‘virilidade’ na condução dos nossos afazeres públicos, complementarmente justificados pela preponderância dos militares na política (essa profissão de excelência máscula!), hoje, depois de termos sabido nos educar, de termos criado o Direito e a Administração Pública, pouco se entende a, ainda, hegemónica supremacia do falo em detrimento do intelecto. Ou seja, com demasiada frequência procuramos, desejamos, sonhamos que um Sebastião, um novo Sidónio, Salazar ou Eusébio, celestialmente se apresente para resgatar a Pátria dos seus males, das suas aflições ou do seu mal governo, e nos conduza, qual rebanho acrítico e bem domado, a um qualquer ansiado paraíso. Ora tal necessidade, apesar de confortável e desresponsabilizadora, demonstra não apenas o grau de insegurança que determinada sociedade tem em si mesmo, como comprova o enraizamento profundo das matrizes religiosas, masculinas, e o poder que mantêm na construção, edílica, do nosso futuro colectivo. E já não deveríamos, pergunto, termos «avançado» o suficiente para deixarmos de acreditar em «salvações providenciais» dependentes de fulano ou sicrano? Não deveríamos já ter consolidado a percepção de que, como sociedades letradas e racionais, dependemos apenas de nós próprios para bem governarmos a Res Publica? E não deveríamos já, pelo menos, ter sabido feminizar um pouco a política, de forma a dela cortar a excessiva dependência fálica? É que, quando o fizermos, deixaremos de acreditar no tal conceito de Homem providencial, que pouco trazem, e inevitavelmente acreditaremos mais em nós mesmos.

O concelho de Loures foi criado em 1886, por Decreto Real de 26 de julho, visto que esta região possuía uma notável importância económica no território. Daí, ainda hoje, o feriado municipal ser nesta data, o enaltecer da passagem de Loures a município. O concelho era, então, constituído por freguesias que tinham anteriormente pertencido aos, entretanto extintos, concelhos dos Olivais e de Belém. Este ano Loures celebra 128 anos como edilidade, mas a sua importância no País e na zona de Lisboa é muito anterior. Desde o reinado de D. Afonso Henriques até ao tempo de D. Maria II, a região de Loures esteve englobada no termo da cidade de Lisboa. A área que forma o concelho esteve, desde sempre ligada, à evolução da cidade de Lisboa. Muitos reis e nobres elegiam esta região para descansar e passar bons momentos de lazer, já que estas terras eram bastante férteis, os ares do campo eram puros e havia abundância de água. As quintas foram deixadas como testemunhos de uma vida tranquila no campo por parte dos monarcas e do clero, caso do Palácio da Mitra, em Santo Antão do Tojal, onde os cardeais vinham passar férias. As características culturais de Loures são o resultado da ocupação muçulmana e da mistura entre várias etnias e religiões. Ainda hoje essa multiculturalidade é evidente, com 11,15% da população são imigrantes, sobretudo dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Brasil, países do leste e Índia. De acordo com o último Censo, a percentagem de estrangeiros a residir em Loures situa-se nos 9,01%. Mas voltando à história, Loures foi o palco da derrota do exército francês, aquando da terceira invasão francesa. Para este revés contribuíram não só a qualidade do exército anglo-luso, mas também a estratégia utilizada, baseada num sistema de defesa que viria a ser conhecido por Linhas de Torres, que impediu o General Massena de chegar a Lisboa e acabou por provocar a sua retirada de Portugal. O General Wellington foi o responsável por esta engenharia militar. No dia 4 de Outubro de 1910, Loures é palco de um acontecimento histórico muito importante: após a ocupação do edifício dos Paços do Concelho, é hasteada uma bandeira com as cores republicanas e é declarada a Implantação da República pela Junta Revolucionária. É de destacar o facto de aqui, a implantação da República ter precedido em um dia o resto do país. Foi no dia 4 de Outubro de 1910 que os republicanos de Loures pro-

clamaram o estabelecimento do novo regime, nos Paços do Concelho. Também tem relevância histórica para a Revolução dos Cravos, pois à época, o Quartel da Pontinha, situado na freguesia homónima, situava-se no concelho de Loures. A 19 de novembro de 1998 sete, das então 25 freguesias do concelho que se situavam na parte sudoeste do mesmo, desintegraram-se administrativamente, para dar origem a um novo município tendo fica-

do este com o nome da freguesia maior, Odivelas. Mas as mudanças geográficas não ficaram por aqui, em 2013 o Parque das Nações constitui-se freguesia única, após a Reforma Administrativa de 2012, tendo ficado sob alçada do município de Lisboa. Esta alteração provocou uma diminuição do território, pois o terreno do Parque das Nações que pertencia a Moscavide e Sacavém foi perdido. Esta mesma reforma encurtou ainda o número de freguesias,

passando de 18 para 10, fruto da união de 14 delas, apenas as freguesias de Loures, Bucelas, Lousa e Fanhões se mantiveram inalteráveis. Esta última alteração não significou qualquer perda de território, apenas uniu autarquicamente algumas freguesias. Estes são alguns dos episódios históricos mais marcantes da zona de Loures, alguns deles anteriores à elevação a Concelho, ou seja, com mais de 128 anos.


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Loures Notícias de

DESPORTO

GS Loures sobe em andebol e extingue futsal O GS Loures conseguiu a promoção para a II divisão nacional de andebol. Numa época para recordar, nesta modalidade, a equipa sagrou-se vice-campeã nacional após perder os dois jogos da final com o Arsenal

Clube de Devesa. A equipa foi vencedora da 2ª fase da Zona Sul, à frente do Almada e do Oriental, onde em 14 jogos apenas perdeu um e empatou outro, vencendo os restantes 12 jogos. Já no futsal as coisas não

correram da mesma forma, pois apesar de desportivamente o clube garantir a manutenção na II divisão nacional, a direcção optou por extinguir a modalidade. Outra boa notícia foi o apoio extraordinário atribuído

pela Junta de Freguesia de Loures, que perante as dificuldades do clube decidiu atribuir um subsídio extra no valor de 13 000 euros.

Comité Paraolímpico Português apoiado pela Junta de Freguesia de Loures

dois pontos do líder, Loures, equipa do concelho que está no 3º lugar, Belenenses, Cascais, Futebol Benfica, Venda do Pinheiro e Estoril. Mas não é só o campeonato nacional que tem lugar no Ecoparque, também o campeonato distrital de Lisboa decorre neste espaço. Equipas do nosso concelho como a Sanjoanense e o Catujalente estão presentes neste evento, estando a dar muito boa conta de si.

feminino. As provas terão início na Avenida Brasília e chegada no Largo 25 de Abril. Quem não estiver predisposto a correr poderá fazer a 4ª Caminhada, sem fins competitivos e aberta a todos os participantes de todas as idades. A prova é aberta a todos os participantes, desde que estejam inscritos. As inscrições terminaram no dia 4 de Julho.

10 de junho, o 3º Prémio de Ciclismo - 1º Prémio de Escolas.

Rodrigo Moreira

Ortopedia e Traumatologia / Medicina Desportiva

Notícias com ossos Lesões Musculares Na prática desportiva, as lesões musculares assumem particular relevância quer pela sua frequência, quer pela incapacidade que conferem à realização de determinados gestos técnicos. Graças às suas propriedades, o tecido muscular é aquele que consegue converter a energia química em energia mecânica, e dessa forma permite-nos fazer desde os gestos mais delicados até aos mais explosivos. Quando o estímulo a que é sujeito o músculo excede a capacidade de resistência do tecido, ocorrem as lesões. Estas lesões podem ir do simples estiramento ou contractura, até situações de perda de continuidade do tecido muscular, de gravidade progressivamente crescente como o sejam as microrroturas ou as roturas musculares. O contexto em que surgem estas lesões varia muito. Se por um lado vemos frequentemente um atleta sofrer estas lesões no início de um jogo e popularmente ouvimos dizer que “o atleta aqueceu mal”, noutras situações a lesão ocorre perto do final do jogo, e da mesma forma ouvimos “o atleta já estava em fadiga extrema”. As lesões musculares são mesmo assim. São multifactoriais na sua etiologia. Os factores predisponentes podem estar relacionados com o próprio atleta (condição física, repouso / fadiga, idade, motivação / stress), com o meio envolvente (condições atmosféricas adversas / não habituais, planeamento de treino) ou com a própria especificidade da modalidade praticada (desportos mais ou menos explosivos). É importante caracterizar a lesão a ser tratada, com a realização de exames complementares (ecografia ou Ressonância Magnética), sobretudo para fazer um plano terapêutico e um prognóstico funcional e de tempo de reabilitação, que no meio desportivo assume carácter urgente. Se numa lesão menor (estiramento, contractura) a recuperação pode ocorrer no espaço de aproximadamente 10 dias, nas roturas propriamente ditas, nunca antes das 6 semanas se consegue voltar a ter boas performances. A dor, apesar de ser um excelente indicador de reparação do tecido, infelizmente persiste durante mais tempo, condicionando o rendimento desportivo para além do processo de cicatrização.

A Junta de Freguesia de Loures estabeleceu um protocolo com o Comité Paraolímpico Português, que está sediado no Fanqueiro, sendo a única federação ou comité desportivo nacional com sede no concelho. O acordo prevê a atribuição de um subsídio por parte da junta de freguesia no valor de 3 500 euros e que servirá para apoiar todas as actividades da instituição. Campeonato nacional de futebol de praia em S. João da Talha O Ecoparque de S. João da Talha recebe o campeonato nacional de futebol de praia da zona de Lisboa. A principal competição desta modalidade está à mão de semear para todos os lourenses, que podem assim assistir a jogos de grande espectacularidade. As equipas presentes são o Sporting, líder do campeonato, o Nacional da Madeira, 2º classificado a

Leões Apelaçonenses organizam prova de atletismo A Associação Desportiva Leões Apelaçonenses, com o apoio da Junta de Freguesia de Camarate, Unhos e Apelação e da Câmara Municipal de Loures, organiza dia 6 de julho às 9h e 30m a Rampa do Moinho, uma prova de atletismo que terá um percurso de 3 km. Este circuito será adaptado em função das idades e dos escalões presentes em prova, que serão benjamins, infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores e veteranos, tanto masculino como

Junta de Freguesia de Lousa organiza 3º Prémio de Ciclismo A Junta de Freguesia de Lousa organizou, no dia

A prova teve início às 9h 30m e contou com mais de uma centena de participantes, tendo tido um percurso de destreza, efectuado no Jardim Público de Lousa, para os mais pequenos. Para os restantes participantes a prova teve o seguinte percurso Rua N. Sra. do Cabo – Torneiro, EN374-2, Rua Heróis do Ultramar e Rua N. Sra. do Cabo. Apoio da população. Este evento contou com o apoio do Grupo Desportivo de Lousa.


Loures Notícias de

CULTURA

Conservatório D’Artes de Loures Apresenta Pequena Sereia no CCB O Conservatório D’Artes de Loures apresentou, no dia 22 de Junho no Centro Cultural de Belém em Lisboa, “A Pequena Sereia” da Disney, baseado no conto homónimo do escritor Hans Christian Andersen. Os alunos brindaram-nos com excelentes performances e um elevado grau de profissionalismo, num espectáculo repleto de cor e fantasia, que conseguiu prender a atenção do público na sala do Grande Auditório, que se encontrava esgotada. Presente no evento esteve Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures.

Primeiro “Festival de Música Moderna” em Loures O primeiro Festival de Música Moderna de Loures irá realizar-se no dia 26 de Julho, feriado municipal, no Parque da Cidade. Este evento destina-se a bandas ou projectos individuais com sede no concelho e pretende divulgar e promover o trabalho do talento local e estimular a criatividade musical. As inscrições para este evento já se encontram encerradas.

Linhas de Torres vão fazer parte do Património Nacional Esta foi a promessa deixada pelo Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, numa visita a alguns dos monumentos que compõem o município. A Rota Histórica das Linhas de Torres, que tão bem têm sido explicadas pele nossa cronista, a arqueóloga e museóloga Florbela Estêvão, é composta por uma quantidade de fortes, redutos e estradas militares, naquele que é uma das maiores obras de engenharia militar do mundo. Com 200 anos de existência, estas 152 fortificações foram mandadas erigir pelo general inglês Wellington, de forma a proteger Lisboa das invasões napoleónicas. Este complexo estende-se por cerca de 100 km, atravessando seis municípios. Uma boa notícia, caso se concretize, naquele que poderá ser um dos mais importantes trunfos turísticos no futuro.

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Museus de Loures Visitas gratuitas ao domingo Após a decisão de abrir os museus aos domingos, o executivo de Loures aprovou em reunião de câmara que, no mesmo dia da semana, as entradas passam a ser gratuitas a partir de Julho de 2014. Esta medida poderá permitir uma maior afluência de público aos legados históricos do concelho, criando assim uma maior interligação entre os seus habitantes e a cultura. Este é um dos pontos do plano de promoção sociocultural da autarquia, que visa dinamizar a actividade cultural dos museus de Loures, através de exposições, visitas e outras iniciativas.

S. Pedro de Lousa, Santo Padroeiro

Moscavide e Portela em Acção

Decorreram em Lousa as festas da freguesia, dedicadas a S. Pedro, nos dias de 27 a 29 de Junho dia do Santo Padroeiro. As festas da freguesia dão também nome à sua igreja matriz, dedicada a São Pedro, que data de meados do século XVI.A Igreja de S. Pedro é um dos elementos fundamentais na rota cultural do nosso concelho. Já as festas de Santo António foram mais um motivo de convívio e partilha numa freguesia rural mas com muitas referências na indústria do nosso concelho.

Nos jardins de Moscavide e Portela decorreram várias iniciativas ao ar livre. Aproveitando o pálido verão que temos tido, enquadrado num programa extenso de actividades ao ar livre, decorreu no Jardim Almeida Garrett o 10.º festival de Ginástica da Portela. Contando com centenas de espectadores e com a arte e talento de atletas de diferentes idades e modalidades de ginástica. O espectáculo foi de levada qualidade realçando o enorme trabalho dos mais jovens. Ainda nesta freguesia, em Moscavide, foi organizado pela primeira vez a Feira dos Saberes e dos Sabores. Na inauguração marcaram presença a presidente da Junta, Manuela Dias, e o Vereador do Turismo, Nuno Botelho. Uma mostra de artesanato e gastronómica que deu cor a 3 dias de actividade no Jardim, Dr. João Patacão. Esperemos que mais se sigam.


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CULTURA

SHOUT!

Um grupo com raízes lourenses Shout! é um grupo formado por 11 cantores que, através da sua música, transmitem toda a energia, alegria e sonoridade do Gospel. Com 19 anos de existência revivemos o seu trajecto, numa altura em que preparam um novo disco. Destaque para Cátia Ribeiro e Paula Pires, duas das intérpretes, que viveram grande parte da sua vida em Moscavide e na Portela, respectivamente. 1995

da RFM, convida os Shout! a fazerem e interpretarem um tema que ‘previsivelmente’ não faria parte do seu repertório. Os Shout! seleccionam o tema “Madness” dos Muse e interpretam-no com uma roupagem e sonoridades tão surpreendentes, que este se tornou num dos vídeos mais vistos deste programa no Youtube.

Os Shout! surgem em Maio de 1995 para acompanhar a cantora Sara Tavares no seu primeiro trabalho, tendo resultado no lançamento de “Escolhas”, o primeiro álbum em Portugal com um registo de sonoridade Gospel.

2002

Após inúmeras colaborações com diversos artistas como Santos & Pecadores, Adelaide Ferreira, Rui Veloso, Cabeças no Ar, entre outros, e sendo a única referência Gospel no panorama musical português da altura, os Shout! lançam, em 2002, o seu primeiro disco de originais aguardado há muito por todos. “Human Faith” é, na sua essência, um disco que respira o Gospel tradicional e o New Gospel, misturando estilos como o funk, o soul e até a pop com uma primeira abordagem à world music e à lusofonia. Ainda em Dezembro desse ano lançam um disco de Natal – “Shout! Natal“-, com a participação especial de Nuno Guerreiro e Olavo Bilac. O disco foi considerado pela crítica como um dos mais belos discos de Natal de 2002, o que lhes granjeou a participação em diversas galas e programas da SIC, TVI e RTP. Também em Dezembro desse ano são convidados a incluir dois temas originais, Luana e Close to Him, na colectânea PT Project – Projecção de Talentos. O disco vendeu mais de 7 mil unidades, deu origem à criação de toques de telemóvel e à divulgação na linha telefónica da PT Comunicações dos temas, contando também com a realização de dois grandes espectáculos ao vivo, nomeadamente no Hard Club, no Porto e na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

2006

2006 é um ano de introspecção e reestruturação dos Shout!. Novos projectos profissionais traduzemse em alterações no management, na direcção artística e em alguns elementos da banda.

2007

Em 2007 os Shout! comemoram o seu 12º aniversário com a realização de um espectáculo na Quinta da Encosta. Os muitos artistas e amigos convidados, entre os quais Sara Tavares, Lúcia Moniz, Tó Cruz, Daniel Nascimento e Sérgio Rosado, ajudaram a que esta fosse uma celebração memo-

2013

Estará, precisamente, esta versatilidade e capacidade dos Shout! na origem dos inúmeros convites para interpretação de temas em parceria. Exemplo disso, mais uma vez, foi o convite ainda em Dezembro de 2012, da Ala dos Namorados para a recriação do tema “Caçador de Sóis”, 1º single do álbum comemorativo do 20º aniversário desta banda e um hit nacional que resultou em incontáveis apresentações públicas em concertos, tv e sendo nomeadoo para os Globos de Ouro da SIC, como Melhor Música de 2013.

Esquerda para a direita:

Cátia Ribeiro, Patrícia Antunes, Pedro Mimoso, Soraia Silva Romão, Patrícia Silveira, Yura Silva, Paula Pires, Lucy de Jesus, Filipa Reis, Jorge Dias e Ricardo Quintas

rável e um excelente regresso aos palcos. Entre participações televisivas, eventos de empresas e outras cerimónias, participam ainda numa festa de Natal privada, no actual Meo Arena (na altura Pavilhão Atlântico), onde interpretam alguns temas do seu repertório acompanhados por vários artistas, nomeadamente a fadista Mariza.

2008

Em 2008 os espectáculos e as colaborações artísticas sucedemse: os Shout! Participam, juntamente com Sara Tavares, Susana Félix e Ricardo Ribeiro, numa série de concertos de João Gil, no âmbito do seu novo projecto a solo; interpretam com o rapper Boss AC um tema composto por Tó Cruz e são ainda convidados a cantar dois temas acapella num programa apresentado por Júlio Isidro, alusivo ao ‘Maio de 69’, provando desta forma a sua versatilidade enquanto grupo vocal. O reconhecimento público chega uns meses mais tarde quando a Central FM Rádio Clube de Leiria atribui, pela primeira vez, o Troféu de Melhor Grupo de Gospel na sua prestigiada gala anual. Os Shout! receberam este prémio e actuaram no Auditório Paulo VI, em Fátima, ao lado de outros nomes como Carlos do Carmo, Paulo de Carvalho, David

Fonseca, Mafalda Veiga, etc. No final de 2008 são seleccionados para uma campanha multimeios do Millenium BCP para a qual gravam a música do anúncio “Juntos rumando ao futuro”.

2009

Os Shout! abrem o ano de 2009 com a preparação daquele que viria a ser o seu primeiro registo ao vivo, gravado no Grande Auditório do CCB e editado posteriormente no CD/ DVD “Gospeling”, também ele o primeiro trabalho Gospel ao vivo editado em Portugal. O espectáculo que deu origem a este álbum contou com a presença de artistas como Boss AC, João Gil, Tucanas, Rão Kyao, entre outros, e constituiu o marco mais importante da carreira dos Shout! até então, ao confirmar a existência de um público atento e ao mesmo tempo sequioso pela sua música. “Gospeling” foi também evocativo do percurso e do crescimento dos Shout!, abrindo a porta a uma fase estilisticamente mais livre e mais aberta do seu trabalho. Ainda em 2009, os Shout! tiveram a oportunidade de participar em alguns espectáculos com a fadista Mafalda Arnauth, fazendo um “casamento” inesperado e muito apreciado entre o Gospel e o fado. Em Dezembro do mesmo ano, pisaram o palco

durante o Grande Concerto de Natal desse ano, que teve lugar no Campo Pequeno e foi transmitido pela RTP, interpretando repertório próprio e duetos com artistas como Carminho, Mariza, Ricardo Ribeiro e Rui Veloso.

2011

Com o lançamento em 2011 do CD/DVD Gospeling, o grupo promove o seu trabalho um pouco por todo o país (Porto, Vila Nova de Gaia, Braga, Guimarães, Almada, Lisboa, Cascais, Faro, entre outras cidades) e ganha fãs a cada concerto ou apresentação.

2012

Em 2012 os Shout! são convidados pelo rapper Boss AC para a gravação do tema, e respectivo videoclip, “Tu és mais forte”, segundo single do álbum do artista. O sucesso desta parceria continuou no convite a participar no Rock in Rio (RiR) desse ano ao lado do rapper, do cantor brasileiro Zé Ricardo (director artístico responsável pela selecção dos artistas do Palco Sunset deste evento) e da cantora brasileira Paula Lima, naquele que foi considerado o concerto mais representativo da mistura das culturas musicais portuguesa e brasileira modernas. Em Novembro desse ano, o programa “Sem Palheta”,

2014

Em 2014, além da gravação de um tema original do músico guineense Manecas Costa a seu convite, os Shout! partilham o Palco Mundo do Rock in Rio com a cantora beninense Angélique Kidjo, o cantor brasileiro Lenine e Rui Veloso. Com quase 20 anos de carreira os Shout encontram-se neste momento a preparar um novo disco, provavelmente o mais significativo da sua história. No seguimento do trabalho desenvolvido nos últimos anos, tanto em nome próprio como na forma de parcerias com outros artistas, é chegada a altura de registar esta nova fase da sua vida e trazer ao público a sonoridade que os caracteriza, com todas as suas influências para além do gospel. Para financiamento do seu 5º trabalho discográfico, recorrem Crowdfunding (http:// ppl.com.pt/pt/prj/shout ). O arranque desta campanha foi feito no dia 28 de Abril, Dia Internacional do Sorriso, e foi assinalado com o lançamento do videoclip do tema SORRI, que irá integrar o novo disco, https://www.youtube. com/watch?v=GGgZb7h91UM e que contou com o contributo do realizador Aurélio Vasques e os sorrisos de amigos como Boss AC, Áurea, Nuno Guerreiro, Joana Cruz, Cláudia Vieira, Luiz Caracol, Roberta Medina, entre muitos outros.


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CULTURA

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Ninho de Cucos

Indústria Musical

E depois do fundo do poço? João Alexandre Músico e Autor

Os sinais de tímida recuperação do negócio da música, em 2012, à custa do crescimento do mercado digital via download (itunes) ou streaming (por ex: spotify), apresentaram no ano transato sinais difusos de evolução. O spotify em grande boom para todo o mundo é, até ver, muito pouco lucrativo para as editoras e os artistas recebem meio cêntimo de euro por cada reprodução de uma faixa. No entanto é bom realçar que antes do spotify a regra era … a pirataria! De facto, foi já durante o séc. XXI que artistas e produtores começaram a notar a diminuição do valor dos seus cheques de royalties. Aliás foi perceptível para estes intervenientes que não voltariam a obter os proveitos de outrora, pelo menos da mesma forma, continuando muitos deles com enormes dificuldades de adaptação ao novo modelo de negócio, essencialmente digital. Há quem acredite que estamos prestes a embarcar numa nova era, de ouro do mundo da música. Não no sentido de melhor ou pior música mas sim de um negócio bem mais rentável. O potencial de crescimento do streaming, novos serviços do youtube ou do itunes rádio assim o sugerem, segundo Bobby Owsinski, músico, compositor e posteriormente produtor de renome (Jimi Hendrix, Neil Young, Ramones) e autor de inúmeras publicações em livros e blogs sobre a indústria musical. Se em Portugal, como dizem os responsáveis das

editoras, a “coisa” é ainda muito física e que quando fazem música para “novos” não vendem, mas que quando fazem música para velhos vendem, na verdade, os portugueses que usaram o spotify em 2013, ouviram o equivalente a 2100 anos de música, cerca de 19 milhões de faixas escutadas. A um nível mais global há uma grande crença no iTunes Rádio (em streaming). Não é para menos se pensarmos que há 600 milhões de usuários no iTunes e que cada um tem um cartão de crédito em arquivo. No streaming abrem-se perspectivas quase ilimitadas. A custo zero ou a um

custo muito baixo é possível ter mais música em qualquer lugar e sem sobrecarga dos discos rígidos (vantagens evidentes sobre o download digital), para além do desincentivo radical que provocam nos actos de download pirata. Apple e Google serão porventura os maiores beneficiados, porque a música não é o seu core business, a música é apenas um acrescento que faz rolar publicidade, links e movimento total. Mais difícil será a vida para spotify ou deezer nos próximos tempos, que negoceiam apenas música com custos de conteúdos elevados. É um caminho monopolista, algo que não é novo na

indústria musical. Quando o vinil surgiu em 1920 existiam centenas de pequenas editoras. O início do século XXI trouxe-nos 3 ou 4 grandes editoras que basicamente adquiriram ou levaram ao fecho de todas as pequenas, a diferença é o tipo de consumo, o fim dos stocks em armazém. Falamos de distribuição de música pela internet. Neste sentido é possível dizer que o negócio da indústria musical pode almejar atingir valores nunca antes alcançados, que o futuro pode ser igualmente melhor para os artistas porque estes poderão realizar mais dinheiro e ser vistos por mais pessoas, que é no fundo

o que os artistas desejam, reconhecimento e poder tocar para grandes audiências. A canção pop perfeita continua a ser bem-vinda mas deixou de ser há muito o motor do negócio da indústria musical. Atente-se aos festivais de música com o incremento do “peso” dos DJ’s, a encabeçarem os respectivos cartazes com estatuto de superstars ou à influência da EDM (Musica de dança eletrónica) nos Top Ten de vendas de todo o mundo. É todo um estilo de vida que mudou para uma geração. Por ora o negócio da indústria musical é mais…bits & bytes!


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CULTURA

“O momento em que estou mesmo contente é quando estou a fotografar.” Daniel Malhão nasceu em 1971, em Lisboa, mas foi em Loures que viveu toda a sua infância e adolescência. Estudou na Escola Secundária José Afonso (Loures) e, o seu primeiro emprego, foi na Câmara Municipal de Loures, onde colaborou com o Gabinete de Comunicação Social. Frequentou a Faculdade Belas Artes da Universidade de Lisboa e também o Curso Completo de Fotografia no Ar.Co, concluindo-o. Em 2007, foi nomeado para edição do prémio BES-Foto. O fotógrafo Daniel Malhão continua a frequentar o Concelho de Loures, afirmando que é o lugar onde se sente em casa.

Quando é que teve o primeiro contacto com a fotografia? Foi como todos. Quando nascemos começamos a tirar fotografias. Sempre houve fotografias de festas, convívios e outras. É algo que veio diluído. Há um momento em que eu tomo a consciência de que posso usar a fotografia como o meu meio de expressão artística e isso acontece já na adolescência. O primeiro contacto efectivo de todos foi quando já frequentava a Escola Secundária José Afonso, quando a determinada altura se criou um laboratório de fotografia e um professor veio explicar-nos os procedimentos. Daí adquiri as bases mínimas. Comecei a perceber o que era uma lente, um negativo, a luz, etc. Depois, já na Faculdade de Belas Artes, comecei-me a interessar muito pelos processos fotográficos e houve a altura em que decidi investir mais nesses processos. Daí resultou a decisão de abandonar a Faculdade de Belas Artes, o curso de pintura. Dediquei-me exclusivamente à prática fotográfica e voltei a estudar na Ar.Co, agora no Curso de Fotografia. Quando é que decidiu tornarse fotógrafo profissional? Durante o curso de fotografia constato que gosto efectivamen-

te de fotografia e que sou capaz de me empenhar nisto, de forma a fazer disto modo de vida. Na faculdade há o interesse, mas só depois de estudar é que confirmo. Foi na Ar.Co que eu disse “é isto, gosto disto e é isto que vou fazer”. Em que é que se inspira nas suas criações artísticas? Não sou muito fã do termo inspiração. Há momentos e alturas em que estamos a trabalhar e tudo sai de modo fluído. Isso pode ser inspiração? Há momentos em que estamos a trabalhar, saindo tudo torto e errado e isso acontece em todos os trabalhos. Quais são os projectos para o futuro? Continuar a trabalhar e a desenvolver projectos que se relacionem com a fotografia. Quero mesmo continuar a trabalhar e a desenvolver projectos, a tentar mostrá-los e tentá-los partilhar com o espectador. Eu gosto de trabalhar, mas sinto que as coisas têm de ser mostradas. Não tenho muito interesse em trabalhar para a gaveta, embora na realidade o que me interessa mais é quando eu estou a fotografar. O momento em que estou mesmo contente é quando estou a fotografar.

CCB – CIDADE ABERTA Daniel Malhão, Fotografias Até 20 de Outubro no Centro de Reunião do Centro Cultural de Belém (CCB) está em exposição CIDADE ABERTA E DANIEL MALHÃO FOTOGRAFIAS, organizada pela Fundação Centro Cultural de Belém em colaboração com a Direcção Geral do Património Cultural. A exposição inclui maquetas das propostas finalistas da segunda fase do Concurso Público Internacional para o CCB – objectos perdidos no tempo, mas agora restaurados. Foi um concurso do CCB há cerca de 25 anos. Daqui resultou a escolha do actual edifício, projecto conjunto dos arquitectos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado / RISCO. Ao projecto vencedor e às restantes maquetas junta-se um conjunto de fotografias recentes do espaço do CCB, da autoria de Daniel Malhão realizadas para esta exposição. O fotógrafo Daniel Malhão conta que o convite surge de uma intenção do Centro Cultural de Belém (CCB) em fazer uma exposição, que mostre e documente o processo da construção e do concurso e, também, a riqueza das propostas apresentadas para o mesmo. Houve a necessidade de fazer a

exposição e, crê, que terão achado por bem convidarem-no a produzir obras fotográficas novas, sobre o que efectivamente está construído. Algo que ultrapasse um pouco a questão da fotografia de arquitectura no sentindo mais documental. É uma selecção de 15 imagens e nunca se vê uma vista de conjunto. A obra Rua dois três (2014) é uma das situações que representou algo que Daniel Malhão achou interessante no CCB, um jogo muito forte de volumes, mais ou menos abstractos. Toda a obra resulta de métrica muito precisa, a proporção da porta, da janela, está tudo relacionado. Daniel Malhão dedica uma especial atenção ao detalhe e, neste sentido, procurou que todas as fotografias respeitassem uma métrica e um jogo de proporções, o que não significa que tenham de ter leitura, mas que contribuam para um resultado e sentimento de ordem. Há uma mecânica interna na escolha das proporções e dos formatos, que permitem no final que ambos resultem com sentimento de harmonia. Escolhe para fotografar a Sala Luís de Freitas Branco (2014), uma das salas usadas no Centro de Congressos. Foi uma das salas que achou ter mais potencial para produzir uma obra

artística, “era a que mostrava mais complexidade, não só por ter um exterior (água, jardim, etc), mas por ter uma métrica precisa. Reconheço a métrica e mostro-a no limite para ser legível. Há informação que posso cortar. É isto que faço, comum a todo o trabalho mostro o mínimo necessário para que qualquer situação arquitectónica possa ter leitura. Não preciso de mostrar tudo para que se perceba na totalidade“. A dificuldade que surge é deixar o tema, ou seja, “ainda tenho coisas que gostava de fotografar e sinto-me à vontade para o fazer, independentemente de não vir a fazer parte desta exposição. Tenho motivação artística para continuar a desenvolver coisas que necessitam de ser feitas”. Daniel Malhão apostando no rigor e no detalhe faz-nos querer ver de novo o CCB, desta vez com uma maior atenção e intimidade. CCB – CIDADE ABERTA | DANIEL MALHÃO, FOTOGRAFIAS está no Centro Cultural de Belém até 20 de Outubro das 08:00 às 20:00 (segunda a sexta-feira) e das 10:00 às 18:00 (fins de semana e feriados) Centro Cultural de Belém - Centro de Reuniões Fundação Centro Cultural de Belém - Praça do Império 1449-003 Lisboa. Ana Rodrigues


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CULTURA

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Paisagens & Patrimónios Florbela Estêvão

Arqueóloga e museóloga Retomando o tema das Linhas de Torres Vedras - sistema defensivo construído nos inícios do século XIX para defesa de Lisboa, ameaçada pela 3ª Invasão Francesa - importa evidenciar vários aspectos que o tornam único: a sua extensão; o seu carácter inovador; o contributo fundamental das populações civis na sua edificação; e a sua eficácia. Eficácia essa que nos permite mesmo afirmar que em 1810 os intentos imperialistas de Napoleão começam a ver o seu fim nesta região, através do episódio do confronto de Sobral de Monte Agraço… Seguindo a estratégia defensiva de Wellington, baseada em estudos elaborados pelo oficial português Neves Costa, o tenentecoronel Fletcher e o seu sucessor John Jones foram encarregados de dirigir os trabalhos de defesa da capital. O sistema defensivo estava organizado em quatro linhas que circundavam a cidade pelo norte, num conjunto de fortificações militares de campo que excedia uma centena e meia, formando deste modo uma barreira delimitada pelo oceano Atlântico e pelo rio Tejo.

o Forte do Alqueidão (Sobral de Monte Agraço); este último serviu mesmo como quartel-general.

1ª Linha Abrangia uma extensão de 46 km, compreendida entre Alhandra, junto ao Tejo, e a foz do rio Sizandro em Torres Vedras. Dispunha de várias obras militares, com mais de 100 bocas-de-fogo e capacidade para uma guarnição de 6280 homens; neste conjunto merecem destaque pelas suas dimensões o forte de São Vicente (Torres Vedras) e

4ª Linha Edificada sobre os Altos de Almada, tinha como propósito defender o estuário do Tejo do fogo inimigo, no caso de embarque das tropas inglesas, garantindo em segurança a saída da sua armada.

2ª Linha Distanciada da primeira cerca de 13 km para sul, com uma extensão de 39 km, apoiada na margem direita do rio Tejo, ligava a Póvoa de Santa Iria (Vila Franca de Xira), passando pelos altos da Raposeira, da serra de Serves (Loures), do Cabeço de Montachique (Loures), do Matoutinho, de Santa Maria, da serra de Chipre, até Ribamar (Mafra). Dispunha de várias obras militares, com mais de 70 bocas-de-fogo e capacidade para uma guarnição de 6300 homens; 3ª Linha Situada a cerca de 40 km a sul da anterior, com uma extensão de 3 km, constituía o perímetro defensivo da praia de embarque de São Julião da Barra; ligava Paço de Arcos à Torre da Junqueira, e pretendia garantir o reembarque das tropas inglesas em caso de insucesso. Dispunha de várias obras militares com 94 bocasde-fogo e capacidade para uma guarnição de 5350 homens;

Estamos perante um sistema defensivo que adapta à arquitectura militar de tipo Vauban,

forma de fortificação abaluartada, a ideia de linha, quer dizer, de conjunto de obras de defesa dispostas ao longo de uma linha por forma a constituir uma barreira no território. Essa adaptação implicava uma concepção estratégica nova. Esta foi aliás desenvolvida e aplicada não só por outros países ainda durante os conflitos napoleónicos – os quais continuaram após 1810 por toda a Europa - mas também mais tarde. De facto, essa concepção está claramente presente na Linha Maginot, sistema defensivo edificado pela França após a Primeira Guerra Mundial. Sobre a eficácia deste sistema quase inexpugnável das Linhas de Torres, e da impressão que provocou ao invasor, transcrevo um excerto de um relato de um capitão francês da altura: “(…) cada um dos redutos teria necessitado de quase um cerco, pelo que nos contentámos com um bloqueio cerrado ao longo de toda a nossa linha; estabeleceu-se uma apertada vigilância, instalando postos avançados, cujas patrulhas móveis preveniam contra qualquer surpresa; os Ingleses mantiveram-se nas suas posições e o exército francês ficou aquartelado. O senhor marechal [Masséna], ao colocar-se deste modo, oferecia, por assim dizer, a batalha a Lorde Wellington, que não teve qualquer intenção de a aceitar, e com razão, porque aí ele ainda podia esperar-nos como no Buçaco, dispondo além disso de montanhas tornadas inacessíveis, de 500 peças de artilharia para nos fulminar (…).” Quer dizer, o dis-

positivo material de defesa instalado no terreno articulava-se com uma opção inteligente anglo-lusa de não fazer frente ao inimigo em campo aberto, mas antes entrincheirar-se, e, ao mesmo tempo, obrigá-lo a aproximar-se de posições de onde podia ser facilmente alvejado. Em suma, a enorme força napoleónica via-se assim, de algum modo, “armadilhada”. A construção destas defesas não teria sido possível sem o auxílio da população civil, que participou de modo intenso e com grandes sacrifícios no esforço de guerra. Foi utilizada como mão-de-obra, na sua maioria constituída por camponeses que tiveram que abandonar os trabalhos agrícolas para construírem as fortificações. Assim agravaram-se as condições de pobreza e de fome, situação que piorou consideravelmente à medida que o Marechal Masséna foi avançando, e à sua frente se verificou um êxodo populacional, constituído por gente que procurou abrigo no interior das Linhas. A cidade de Lisboa e os seus arredores não tiveram capacidade para absor-

ver tantos milhares de pessoas, o que provocou entre esses desalojados grande mortandade. Nenhuma fortificação do conjunto das Linhas de Torres é idêntica a outra; todas elas apresentam singularidades que decorrem da sua adaptação às características do sítio onde foram construídas e do seu objectivo estratégico. Por isso, é interessante conhecê-las todas, até porque de cada uma se vislumbra uma paisagem diferente. No Município de Loures pode-se visitar várias destas fortificações, seguindo a proposta da Rota Histórica das Linhas de Torres, através dos serviços de Cultura da autarquia. Na sua maioria as várias fortificações estão inseridas na 2ª Linha defensiva, com excepção do Forte do Arpim e do Forte 4º do Calhandriz (estes na freguesia de Bucelas), que fazem parte da 1ª Linha. Além das fortificações, os interessados por este tipo de património podem caminhar pelas estradas militares que lhes dão acesso, e assim deslumbrarem-se com belas paisagens!


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CULTURA

AGENDA

CULTURAL Escritores diferentes. Uma só língua.

“Exposição Colectiva de Ilustração”

Comunidade de Leitores – Portugal dia 9 de Julho Ao todo serão realizadas seis sessões distintas, sempre às 21 horas na Biblioteca Municipal José Saramago.

1º Festival de Música Moderna de Loures

Festival do Caracol Saloio O Festival do Caracol Saloio vai decorrer de 10 a 27 de Julho, junto ao Pavilhão Paz e Amizade, em Loures.

Na Galeria Municipal do Castelo de Pirescouxe até dia 19 de Julho.

Esta iniciativa é destinada a bandas ou projetos individuais com sede no concelho e realiza-se dia 26 de Julho no parque da Cidade.

Contos de uma noite no Museu Municipal de Loures

5 e 26 de Julho Reviver momentos marcantes da história da Quinta do Conventinho é a proposta da presente temporada da iniciativa “Uma Noite do Museu”, cujo programa se intitula “Contos de uma noite no Museu Municipal de Loures”. Sempre ao 1º sábado de cada mês, às 20h ou às 22h, e também no dia 26 de Julho para comemorar o 128º aniversário do concelho.

Sessões de Cinema Português Centro Cultural de Moscavide 1ª Quarta-Feira de cada mês

FESTIVAL

Caracol Saloio 2014

LHO U J O AO 10›2J7 ZADE UNT I M EA Z A P PAV. ANIMAÇÃO MUSICAL

TASQUINHAS Festas em honra de N. Sra. e S. José de Nazaré

ARTESANATO Nos dias 4, 5 e 6 de julho realiza-se no Catujal as festas em honra de N. Sra. e S. ANIMAÇÃO José de Nazaré. Três dias onde asINFANTIL/JUVENIL cerimónias religiosas e os bailaricos se cruzarão, dando alegria a todos aqueles A que ali se{ desloquem. SEGUNDA SEXTA 17:00›24:00 SÁBADO E DOMINGO { 16:00›24:00

VIII Encontro de Bandas Filarmónicas Amadoras da Cidade de Sacavém No dia 5 de julho, Sacavém receberá o VIII Encontro de Bandas Filarmónicas Amadoras. Um evento que começará às 14h e 30m com uma arruada www.cm-loures.pt por Sacavém, facebook.com/MunicipiodeLoures que terão como destino a Praceta Artilharia 1, local onde decorrerão os concertos. Banda Filarmónica Alverquense às 15h e 30m, Banda Filarmónica da Mamarrosa às 16h e20m e Banda Filarmónica da Academia Recreativa Musical de Sacavém às 17h e 15m são os concertos agendados. O certame terminará às 18h, com uma actuação conjunta de todas as bandas participantes.

Percursos Pedestres Percursos pedestres inseridos no programa Desporto Natureza e Cultura 2014. Inscreva-se e participe nestas actividades de acesso livre e gratuito. Loures Pelas ruas de Loures (Percursos pelo Património), dia 12 de Julho Loures Pelas ruas de Loures, Percurso Nocturno, dia 25 de Julho

Museu de Cerâmica de Sacavém

À conversa com… – 26 de Julho Ao quarto sábado de cada mês, a partir das 15 horas, o Museu de Cerâmica de Sacavém recebe sessões da iniciativa “À conversa com…”, para falar e reflectir sobre diversas temáticas relacionadas com museus, cultura, história e arte em Loures.

Feira do Parque

29 de Julho – 15h às 20h30 no Parque da Cidade de Loures Antiguidades e peças em segunda mão, produtos agrícolas, vinícolas e biológicos são algumas das atracções desta edição da Feira do Parque.

Exposição permanente

“Olhares pela História” de Santa Iria Olhares pela História é uma exposição onde se abordam alguns dos factos mais interessantes relativos à história de Santa Iria de Azóia, com destaque para o Castelo de Pirescouxe, símbolo cultural da região, cuja existência remonta à Idade Média.

Museu de Cerâmica de Sacavém

Imagens de marca(s) – Sacavém é outra loiça! Descobrir um mundo de publicidade e a sua evolução ao longo dos tempos, com base nas faianças produzidas pela antiga Fábrica de Loiça de Sacavém, é a proposta desta exposição que está patente ao público no Museu de Cerâmica de Sacavém, até Dezembro de 2014.

Consultório dos Museus em Loures

16 de Julho – 10h e as 12h Pode obter aconselhamento gratuito sobre conservação e restauro de peças de valor artístico ou afetivo. É à terceira quarta-feira de cada mês mediante marcação prévia. Para informações ou marcação de consultas: Museu Municipal de Loures Quinta do Conventinho, EN 8 2660-346 Santo António dos Cavaleiros Telefone: 211 150 668 Email: dc_reservas@cm-loures.pt Museu de Cerâmica de Sacavém Praça Manuel Joaquim Afonso, nº 1 2685-145 Sacavém Telefone: 211 151 089 Email: dc_reservas@cm-loures.pt


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BEM ESTAR

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Sopa de gaspacho Se acha a sopa uma refeição exclusiva do Inverno, experimente este delicioso gaspacho!

Ingredientes

Preparação

• 1,5 kg de tomate maduro

• Presunto

1. Tire a pele e as sementes ao tomate 2. Corte um tomate, metade do pimento e metade do pepino em quadradinhos. 3. Disponha os legumes cortados em recipientes separados. 4. Reduza a puré, batendo num copo misturador o restante tomate, pimento, pepino, com a cebola e os alhos. 5. Adicione um pouco de sal grosso e o azeite. 6. Deite o puré numa terrina e junte o vinagre. 7. Mexa, adicione água fresca ou cubos de gelo. 8. Coloque na mesa o ovo cozido cortado aos bocadinhos, o presunto cortado em cubinhos e os restantes legumes que cortou antes.

• Ovo cozido

Sirva-se e desfrute desta sopa refrescante!

• 1 pimento verde • 1 pepino médio • 1 cebola pequena • 4 dentes de alho • Sal grosso • 4 colheres de sopa de azeite • 5 colheres de sopa de vinagre de vinho

Àgua aromatizada com morangos Seja criativo prepare e aprecie esta agradável água aromatizada com morangos!

Ingredientes

Preparação

• 5 morangos

1. 2. 3. 4. 5.

• 1 ramo de hortelã • Gelo • Àgua

Modo de preparação Corte os morangos em pedaços. Coloque numa jarra de vidro. Adicione a hortelã e o gelo. Preencha com água fresca e deixe repousar 3 horas no frigorífico.

Anabela Pereira Nutricionista

Saber comer, saber viver Saiba como hidratar o corpo neste verão Com a chegada do verão chegam também as férias e a vontade de aproveitar o sol, o mar e o calor. Mas as altas temperaturas aumentam a transpiração e perdemos mais água e sais minerais através do suor, tornando-se importante o cuidado com a hidratação. Para aproveitar de, forma saudável, esta estação do ano tão esperada é necessário aumentar a ingestão de líquidos, para evitar que o organismo entre num processo de desidratação, o que é bastante perigoso e, em casos extremos, pode ser fatal. Esteja atento a alguns sinais e sintomas de desidratação como a sede, a urina de cor intensa e com cheiro, o cansaço, a dor de cabeça e a perda de capacidade de concentração e memória. É preciso ter um maior cuidado com a hidratação das crianças e idosos, pois são mais vulneráveis ao calor, uma vez que a sua capacidade de detectar este estado e responder a estes sinais e sintomas pode estar diminuída. É essencial beber pelo menos 2 litros de líquidos por dia. A bebida de eleição é a água, mas se não é grande fã combine-a com algumas bebidas e alimentos. As águas de sabores (a famosa água de coco), os sumos de frutas naturais, os chás gelados e o leite são uma boa opção. Os alimentos privilegiados são os que possuem alto teor de água, ou seja, os que têm mais de 70% deste líquido na sua composição. Hortaliças e frutas estão no topo da lista, quando a intenção é manter a hidratação do corpo. Pepino, alface, tomate, couve-flor, brócolos e cenouras. Para os lanches entre as refeições aposte nas frutas. Melancia, melão, abacaxi, morango, pêra, maçã, ameixa, tangerina e laranja são as frutas com maior concentração de água. Deixo-vos algumas dicas para manter o corpo hidratado: - comece e termine o dia com um copo de água; - tenha sempre uma garrafa de água consigo, assim vai ser mais fácil lembrarse de beber; - está com vontade de comer um doce? Aproveite e coma um gelado de fruta à base de água ou uma gelatina; - se nunca se lembra de beber água, a tecnologia pode ajudar. O aplicativo Beba Água para o iPhone e o Hydro para Android calculam a quantidade de água que deve beber por dia, a partir da sua altura e peso e enviam lembretes; - ofereça líquidos frequentemente às crianças e idosos. Siga as dicas e aproveite o verão com saúde! Boas férias!


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XXIX Festival Internacional de Folclore de Frielas Entre os dias 27 e 29 de junho decorreu o XXIX Festival Internacional de Frielas. Estiveram presentes os organizadores o Rancho Folcrórico e Etnográfico "Os Frieleiros", de Frielas, o Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Joaninho, de Santa Comba Dão, o Rancho Folclrórico e Etnográfico "Os Camponeses de Arraiolos", de Arroiolos, o Grupo Etnográfico de S. Lourenço da Montaria, de Viana do Castelo e a Associação Cultural Airinos do Xunco, de Cervo na Galiza. Foram dias de muita música e animação, que contou ainda com o Conjunto Fora de Série e o cantor Zézé, que animaram as noites com música de baile. Mas nem só de música se fez a festa, torneios de futebol de escolas e veteranos, uma feira de artesanato e antiguidades e um desfile motard compuseram o ramalhete.

Academia Recreativa Musical de Sacavém celebra 87 anos A Academia Recreativa Musical de Sacavém celebrou 87 anos, uma efeméride que foi comemorada desde o dia 27 de junho até 2 de julho. Além dos eventos dedicados à música, concerto dos Sardinhas com Bigodes & Ricardo Nino, as audições na Escola de Música e o Baile de Aniversário com José Manuel Alves, destacamos a exposição "87 anos ao serviço da cultura". Uma retrospectiva da história desta Academia, onde se podem vislumbrar todas as etapas desta associação, desde os primórdios até aos dias de hoje. Uma história longínqua ao serviço da cultura em geral e da música em particular.

Sacavém ajuda a escrever Fado A Junta de Freguesia de Sacavém e Prior Velho criou e promoveu a Oficina de Escrita de Fado. O responsável por esta oficina é Joaquim Nogueira Marques, autor de poesia de fado, que nos dias 2, 7, 9, 14 e 16 de julho, a partir das 18h 30m, partilhará ferramentas a todos os inscritos, para que estes possam melhorar a poesia para Fado. As sessões têm a duração de uma hora e as inscrições eram gratuitas para um máximo de 20 participantes.

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25 de Abril recriado no Ecoparque de São João da Talha No ano em que celebramos o 40º Aniversário do 25 de Abril, a Recriação Histórica da União das Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela não ficou indiferente. Com a colaboração do Agrupamento de Escolas de São João da Talha recriou-se este dia vivido há 40 anos, contando com a presença de Natércia Maia, viúva de Salgueiro Maia.

Nos dias 7 e 8 de Junho, pela 7ª vez consecutiva, organizouse a Recriação História, no Ecoparque de São João da Talha. Este ano intitulada por 25 de Abril – 40º Aniversário. De destacar, também, a colaboração e participação da Associação 25 de Abril e o Teatro Agita. Para reviver este dia na Recriação História organizaram-se várias dinâmicas, como peças de teatro: “40 anos e depois o que se segue?” e “Mulheres em Abril” realizado pelo grupo de teatro G.D.R. Corações de Vale Figueira. “A rendição no Quartel do Quarto” do grupo de Teatro Agita e muitas outras realizadas pelos alunos do 1º Ciclo

do Agrupamento. Marcou presença a Tuna anTUNiA, da Faculdade Ciências Tecnologia – UNL e, além da música, muitas exposições destacando as notícias e cartazes de propaganda da época. “É uma festa da comunidade, para além de uma festa de encerramento da escola, é uma festa dirigida à comunidade e, assim, permite a sua participação activa. No fundo quer-se proporcionar um momento da história, isto é, recriar alguns momentos deste dia para a dar à comunidade”, diz Nuno Leitão, Presidente da União das Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela. Segundo a Professora Fabíola

Maximino, esta recriação histórica é muito importante, principalmente pela componente pedagógica. “Este ano o 25 de Abril comemora o seu 40º aniversário e a maior parte dos alunos conhece pouco deste dia. É necessário chamar atenção para alguns factos que se estão a perder, como a liberdade e o respeito pelos outros”. Apesar da dificuldade em conciliar a profissão com a organização deste evento, juntamente com mais professores do Agrupamento de Escolas de São João da Talha, adianta que “mesmo cansada, já penso na próxima”. Os alunos têm um envolvimento muito importante neste evento. Além de estarem vestidos à época, muitas vezes fazendo as suas próprias roupas, têm as suas próprias barraquinhas. Marta Pintor, de 18 anos, está no 12º ano e este já é o 3º ano que colabora na recriação “é uma iniciativa muito boa e gosto bastante de estar cá”. Marta para o ano vai para a Universidade, mas não fica fora de hipótese de no próximo ano “vir dar uma mãozinha”. Mas os ex-alunos também continuam a fazer parte deste projecto, como é o caso de Isabel Fernandes, que fez de Agente Madalena, uma agente pouco conhecida. “Foi uma das agentes mais severas da época”, conta Isabel Fernandes depois algumas leituras, pois queria reencarnar muito bem a per-

sonagem. Natércia Maia, viúva de Salgueiro Maia, marcou presença na Recriação Histórica e afirma “fiquei muito satisfeita com o convite e por ver que ainda há escolas que se empenham nestas actividades. Hoje em dia é muito bom”. No que diz respeito ao dia 25 de Abril de 1974, a viúva do militar revela que viveu o dia com “muita esperança, confiança e optimismo”. Acreditou sempre que tudo ia correr bem e foi este sentimento que viveu dentro do militar Salgueiro Maia. E passados 40 anos? “Tudo valeu a pena”, declara Natércia Maia. A presença na Recriação Histórica trouxe-lhe memórias muito boas, tão boas que são difíceis de falar “mexe comigo, mas gosto de estar aqui”. Próxima daqueles tempos Natércia recorda “quando ele, Salgueiro Maia, esteve em Moçambique e conversava sobre a situação do país dizia que ia ser giro descer a Avenida da Liberdade com os carros de combate.” E Salgueiro Maia assim o fez. Sendo a 7º Recriação Histórica já se aguarda pela próxima, o que significa nas palavras de Nuno Leitão “um acolhimento positivo pela parte da comunidade”.

Ana Rodrigues


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